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Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina
XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC
2º SEMINÁRIO NACIONAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO ÁREA TEMÁTICA: PLANEJAMENTO TERRITORIAL - PLANEJAMENTO
LOCAL E REGIONAL
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL EM ÁREA URBANA: estudo de caso no bairro Planalto Paraíso na cidade de São Carlos-SP
SOUSA, Isabel1 SILVA, Denise2
NUNES, Maiara3 RUFINO, Rodrigo4
CAPPARELLI, Taís5
Resumo
No intuito de realizar um levantamento das condições socioambientais de uma área localizada na cidade de São Carlos-SP, o presente trabalho expõe um diagnóstico ambiental urbano de um local com áreas verdes preservadas, diversos vazios urbanos e desigualdades sociais latentes, pontos suscetíveis a enchentes e alagamentos, mas com grande potencial para o desenvolvimento econômico. A metodologia utilizada foi a de revisão bibliográfica, onde foram consultadas informações presentes no Plano Diretor e em sua revisão, além de dados coletados durante visitação ao local e imagens aéreas. A partir dessas informações, foi possível montar uma matriz e um mapa de conflitos e potencialidade para a região, identificando os aspectos da área. Com esse estudo pretendeu-se compreender a situação socioambiental da área escolhida, e contribuir para um planejamento local e regional mais sustentável, através do reordenamento da paisagem. Palavras-chave:Diagnóstico Ambiental; Planejamento Urbano; Sustentável.
Abstract
In order to carry out a survey of the environmental conditions of an area located in the city of São Carlos-SP, the present work exposes an urban environmental diagnosis of a location with green areas preserved, several urban voids and latent social inequalities, points susceptible to floods and flash floods, but with great potential for economic development. The methodology used was bibliographical revision, where were queried information present in the master plan and its review, as well as data collected during visits
1Graduanda em Gestão e Análise Ambiental na Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. E-
mail: sousa.isabelnunes@gmail.com. 2Graduanda em Gestão e Análise Ambiental na Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. E-
mail: deniseap_silva@yahoo.com.br 3Graduanda em Gestão e Análise Ambiental na Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. E-
mail: maiararsnunes@gmail.com 4 Graduando em Gestão e Análise Ambiental na Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. E-
mail: tais.malara@hotmail.com 5 Graduanda em Gestão e Análise Ambiental na Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. E-
mail: rodrigo_rufino93@hotmail.com
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to the site and aerial imagery. From this information it was possible to mount an array and a map of conflicts and potential for the region, identifying aspects of the area. With this study was to understand the social and environmental situation of the chosen area, and contribute to a more sustainable local and regional planning, through the reordering of the landscape.
Keywords: Environmental Diagnostics; Urban Planning; Sustainable. Introdução
Partindo do pressuposto de que o crescimento urbano e a ampliação das cidades
devam ser acompanhados da expansão do alcance e do acesso a todas as infraestrturas
necessárias (acesso universal aos bens, equipamentos, infraestrutura e serviços) para uma
satisfatória qualidade de vida,torna-se indispensável também o esforço de, ao promover-se
a urbanização, atentar-se para a geração de impactos, tanto sociais quanto ambientais, de
forma a minimizá-los, mediante um eficaz processo de planejamento e ordenação do
território, visto que, é mais recomendaável“evitar os males gerados pela urbanização ao
invés de corrigi-los posteriormente” (UGEDA JÚNIOR e AMORIM, 2012).
Adicionalmente, a garantia do bem-estar dos habitantes proporcionado por um
ambiente urbano adequado, é propiciada por uma gestão ambiental eficiente, que tem como
princípios a garantia do direito à cidade ambientalmente equibrada, socialmente justa e
democrática, em que a equidade no tratamento das diferentes classes se estende a uma
forma mais racional de tratamento dos recursos naturais, beneficiando tanto o crescimento
econômico quanto seus cidadãos.
Dentre as diferentes formas de se promover essa almejada gestão ambiental urbana,
destaca-se a elaboração e revisão do plano diretor, “instrumento básico da política de
desenvolvimento e expansão urbana e parte integrante do processo de planejamento
municipal” (ZANIN, 2002). A partir desse aparato técnico, é possibilitada a ampliação da
eficiente ação pública no ordenamento do território e da garantia do exercício da “função
social da cidade e da propriedade” (RODRIGUES, 2004).
Assim sendo, pautando-se no que foi anteriormente exposto, o presente artigo
objetiva apresentar um diagnóstico ambiental realizado para um bairro da cidade de São
Carlos, SP, utilizando-se de instrumentos como o Plano Diretor do município, imagens
aéreas, e visitas ao local.
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Desenvolvimento
Caracterização da área de estudo
Localizada no interior do Estado de São Paulo e com uma população estimada de
236.457 habitantes, a cidade de São Carlos possui uma área de 1.137,332 km2, e uma
densidade demográfica de 195,15 hab/km2(IBGE, 2014). O município possui um Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal – IDHM de 0,805, considerado muito alto de acordo
com a Faixa de Desenvolvimento Humano Municipal, desenvolvida pelo Atlas do
Desenvolvimento Humano no Brasil em 20136.
Figura 1: Mapa com a delimitação do município de São Carlos, SP.
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (2013).
A área estudada, o bairro Planalto Paraíso, localizado no município de São Carlos-
SP, é um local urbanizado, com um condomínio residencialfechado e de alta renda (Parque
Faber II), com vazios urbanos e conjuntos habitacionais populares, que se encontra
próximo ao Shopping Iguatemi.É uma área predominantemente residencial, com uso
industrial esparso do solo. O uso comercial está presente em alguns poucos locais.
Não é uma área com uma alta densidade demográfica (no geral exsitem de 45 até
96 hsb./ha.), apresentando uma média de 2 a 4 moradores por domicílio ocupado
(PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS, 2013b).
6 São Carlos ocupava a 28ª posição em 2010, em relação aos 5.565 municípios do Brasil, sendo que 27 (0,49%) municípios estavam em situação melhor e 5.538 (99,51%) municípios estavam em situação igual ou pior. Em relação aos 645 outros municípios de São Paulo, São Carlos ocupava a 14ª posição na época, sendo que 13 (2,02%) municípios estavam em situação melhor e 632 (97,98%) municípios estavam em situação pior ou igual.
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Plano Diretor
Esta área abrange, segundo o Plano Diretor de 2005, a Zona 1 - Ocupação Induzida,
a qual é composta por áreas com predominância de uso misto do território com grande
diversidade de padrão ocupacional. Ela apresenta as seguintes características:
fragmentação e descontinuidade do sistema viário, presença de áreas com carência de
infraestrutura de drenagem, ocorrência de bolsões com deficiência de áreas públicas ou de
equipamentos públicos, ocorrência de bairros que exigem a transposição das barreiras da
mobilidade urbana em razão da ferrovia da Rede Ferroviária Federal e da Rodovia
Washington Luiz – SP 310, e ocorrência de loteamentos com uso misto consolidado
(PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS, 2013a).
Figura 2: Imagem de
satélite com destaque
para a área estudada.
Fonte: Google Maps
(2013).
Indicadores socioambientais
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No entorno da área existem dois corpos hídrícos, um com sua respectiva Área de
Preservação Permanente(denominado Córrego do Mongolinho - uma área de Especial
Interesse Ambiental (EIA) que, de acordo com o Plano Diretor de São Carlos de 2005,
deve ser destinada a proteger e recuperar o manancial), e outra sem delimitação de APP e
denominado Córrego do Gregório.
Um trecho do Córrego do Monjolinho percorre o meio (canteiro central) da
Avenida Francisco Pereira Lopes, mas existe a preservação da mata ciliar.
Dentro da área de estudo encontram-se grandes áreas verdes, e existem fragmentos
de vegetaçãocomposta por araucárias.Entretanto, não existem parques ou praças públicas,
somente áreas verdes e de lazer nos condominios privados da região.
Não existem regiões industriais dentro da área. A indústria mais próxima (Engecer
Projetos e Produtos Cerâmicos) encontra-se ao norte, no Parque Santa Felícia.
Não existem equipamentos públicos urbanos na área, de acordo com a Revisão do
Plano Diretor de São Carlos (2011).
O acesso ao centro é feito, principalmente pelas Av. Francisco Pereira Lopes e Av.
Com. Alfredo Maffei, ambas em boas condições de infraestrutura, e contando com uma via
de mão-dupla com 2 faixas em cada sentido.
Enchentes
Por meio de consulta ao mapa “Deficiências do Sistema de Drenagem”, presente na
Revisão do Plano Diretor (2011), é possível notar que a drenagem da área de estudo possui
probabilidade de ocorrência de erosão, extravazamento do canal, e
alagamento/inundação/enchente, especificamente na chamada rotatória do Cristo e ao
longo do Córrego do Monjolinho, onde constantemente são noticiados casos de problemas
ocasionados por chuvas fortes, conforme demonstra as figuras 3 a 6.Entretanto, a região
apresenta duas obras de drenagem previstas.
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Figuras 3 a 6: Imagens de transbordamento do Córrego Monjolinho e na rotatória do Cristo após chuva
forte. Fonte:São Carlos Agora (2011).
Constata-se, portanto que, devido a pouca disponibilidade de vegetação em torno
dos cursos d’água (fora as APP’s), isto é, em função da alta impermeabilização do solo nas
áreas de entorno dos córregos, a região apresenta grande incidência de conflitos
relacionados a erosões, alagamento/inundação/enchente e transbordamento de canais.
Resíduos Sólidos
Atualmente, 99,96% dos resíduos domiciliares da cidade são coletados (ATLAS
DO DESENVOLVIMENTO HUMANO NO BRASIL 2013), sendo que em 2% se utiliza a
queima, e em 1% ocorre o enterramento de resíduos.
A coleta seletiva é realizada de porta a porta no Programa de Coleta Seletiva da
Prefeitura Municipal de São Carlos.
De acordo com a Revisão do Plano Diretor de 2011, os resíduos hospitalares, da
contrução civil e de limpeza urbana são destinados da seguinte forma:
• Resíduos hospitalares – são incinerados ou autoclavados (esterilizados em
altíssima temperatura) em sua totalidade.
• Resíduos da construção civil e demolição – coletados em parceria com catadores e
dispostos no aterro de resíduos da construção civil localizado à Rua Regit Arab s/n, na
Cidade Aracy.
• Resíduos de limpeza urbana e poda de árvores – gerados pelo serviço de limpeza
municipal, são dispostos no aterro sanitário com tratamento e transformação em composto
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orgânico utilizado na Horta Municipal, localizada na Rodovia Guilherme Scatena, km 2,5,
próximo à UFSCar e ao Horto Municipal.
Uso e ocupação do solo
Conflitos de uso e ocupação do solo são perceptíveis ao se averiguar a presença de
vazios urbanos7 e formas de segregação de classes, sendo esta última gerada pela presença
de um condomínio de luxo ao sul da área, que conta com todos os tipos de infraestrutura
necessários, e a baixa ocupação dos demais espaços (públicos) para fins destinados à
população residente no entorno, tais como equipamentos urbanos e áreas públicas.
Do conflito ambiental pode ser destacada a escassa existência de mata ciliar ao
longo do trecho do Córrego do Monjolinho em alguns pontos, onde mesmo sendo
respeitada a delimitação mínima de APP, esta se torna insuficiente para a drenagem urbana
nas épocas de chuvas fortes.
Mobilidade Urbana
A predominância nos deslocamentos na região ocorre por meio de viagens
realizadas de automóvel, seguido pelos deslocamentos realizados de ônibus e a pé,
conforme pesquisa de origem-destino (O/D) de 2007/2008, presente na Revisão do Plano
Diretor de São Carlos de 2011.
Na área pode-se observar a ausência de infraestrutura adequada a vários modais de
transporte (falta de ciclovias e locais de acesso para pessoas com dificuldade de
locomoção), assim como o comprometimento da qualidade da infraestrutura existente,
tanto no que se refere às vias (pavimentação irregular), quanto às calçadas (obstruídas e
esburacadas). Tais problemas elencados dificultam a acessibilidade e estão em desacordo
com o que estabelece o item III do art. 7º da Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei
nº 12.587, de janeiro de 2012)8:
Art. 7º A Política Nacional de Mobilidade Urbana possui os seguintes objetivos:
7 Para Gonçalves (2011), vazio urbano é “a criação de espaço destinado à especulação [imobiliária]”. 8BRASIL. Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012. Institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12587.htm>. Acesso em: out. 2013.
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III - proporcionar melhoria nas condições urbanas da população no que se refere à acessibilidade e à mobilidade.
A proximidade da Av. Francisco Pereira Lopes com o Córrego do Monjolinho (e
sua respectiva APP) também constitui um conflito na região, visto que, pode comprometer
a qualidade da vegetação e a conservação do curso hídrico, resultando, possivelmente, até
na poluição e degradação do mesmo, através da contaminação pelo carreamento da água da
chuva da primeira lavagem do asfalto para o curso d’água (first flush).
Objetivo
Realizar um levantamento das condições socioambientais de uma área localizada na
cidade de São Carlos-SP, através de um diagnóstico ambiental urbano.
Metodologia
Em conformidade com as formas de classificação de pesquisa (Gil, 2002), do ponto
de vista da natureza do trabalho, a pesquisa caracteriza-se como aplicada, objetivando
gerar conhecimentos para aplicação prática e dirigindo-se à contribuição para a solução de
problemas específicos. Do ponto de vista da forma de abordagem do problema, é
qualitativa, onde a interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são as bases
do processo.
Do ponto de vista de seus objetivos, a pesquisa estrutura-se em duas fases
complementares: exploratória e analítica. Na fase exploratória são investigados, por meio
de revisão bibliográfica e documental, novos conceitos, ferramentas e modelos visando
buscar referências que apontem o aperfeiçoamento das experiências e instrumentos de
diagnóstico e planejamento ambiental urbano. Na fase analítica é estudado um caso
prático, a fim de demonstrar a evolução da aplicação dos instrumentos e ações
consideradas mais sustentáveis.
A metodologia desta pesquisa fundamenta-se, portanto, em revisão bibliográfica e
documental, assim como na análise prática, por meio de estudo de caso.
As revisões bibliográfica e documental consistem na pesquisa desenvolvida a partir
de material já publicado, constituído principalmente consultas às informações presentes no
Plano Diretor de 2005, e em sua Revisão de 2011, obtendo assim um levantamento das
práticas de planejamento urbano realizadas no referido local estudado.
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Como a pesquisa também se pauta na metodologia de estudo de caso, esta também
se baseia na análise de dados coletados durante visitação ao local e imagens aéreas.
Após esse processo de pesquisa e coleta de dados, os resultados compilados,
sistematizados e analisados alicerçam a construção de uma Matriz e um Mapa de Conflitos
e Potencialidades sobre os aspectos e características predominantes do local estudado.
Resultados
De acordo com o que foi averiguado durante a pesquisa, foi possível desenvolver os
seguintes instrumentos de análise:
Tabela 1 – Matriz de Conflitos e Potencialidades identificados na área de estudo.
MATRIZ DE CONFLITOS E POTENCIALIDADES
Conflitos Vazios urbanos Mobilidade Urbana Permeabilidade e drenagem
urbana
Aspectos Risco de
disseminação de
doenças,
propagação de
animais
peçonhentos, e
contaminação de
corpos hídricos.
Ausência de
infraestrutura
adequada a vários
modais de transporte
(falta de ciclovias e
locais de acesso à
pessoas com
dificuldade de
locomoção) e
comprometimento da
qualidade da
infraestrutura
existente, tanto no que
se refere às vias
(pavimentação
irregular), quanto às
calçadas (obstruídas e
esburacadas).
Devido à pouca disponibilidade
de vegetação em torno de cursos
d’água alé das APPs , isto é, da alta impermeabilização do solo
nas áreas de entorno de córregos
(Monjolinho), a região
apresentam grande incidência de
conflitos relacionados a erosões,
alagamento/inundação/enchente
e transbordamento de canais.
Potencialidades Tais espaços
inutilizados
podem vir a se
transformarem
em destino para
projetos
Boa qualidade das duas
avenidas principais (Av.
Francisco Pereira Lopes
e Av. Bruno Ruggiero
Filho).
A área apresenta grandes
potencialidade de infiltração da
água da chuva em função da
presença de vegetação natural,
APP’s e zo as pe eáveis, alé dos vazios urbanos que, apesar
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necessários ao
desenvolvimento
da região, tais
como:
equipamentos
urbanos; postos
de serviços
públicos (postos
de atendimento
médico,
delegacias de
polícia, pontos
de coleta de
resíduos da
construção civil
– eco pontos,
etc.); locais
públicos de lazer
(praças e áreas
verdes),
habitação
popular (geração
de moradia e
acesso à terra
urbanizada pela
população
carente - ZEIS).
de serem um problema de não
utilização do território,
contribuem para a
permeabilidade do solo,
auxiliando na diminuição de
enchentes e alagamentos.
Sugestão de
diretrizes
Destinação das
áreas ociosas à
aplicação do
IPTU progressivo
em terrenos
privados, e ao
parcelamento
compulsório do
solo.
Para viabilizar o
deslocamento dos
diferentes modais de
transporte, torna-se
necessário a presença
de uma infraestrutura
adequada para tal, que
seja segura, bem
sinalizada e que
promova a equidade
nos deslocamentos de
pessoas através do uso
compartilhado do
espaço público de
circulação, evitando
conflitos e possíveis
É necessário que haja um
planejamento cuidadoso da
ocupação dos vazios urbanos e
demais áreas com bons índices
de permeabilidade, além da
elaboração de um eficiente plano
de drenagem urbana para
eliminar os pontos de
inundações, algo que é abordado
na Revisão do Plano Diretor de
ao afi a ue a ga a tia das áreas verdes lindeiras aos
co pos d’água é u i po ta te fator de proteção às enchentes e
alagamentos, especialmente
naqueles períodos de chuvas
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acidentes. ais i te sas .
Mapa de Potencialidade e Conflitos
Figura 7: Mapa com a localização das potencialidades e conflitos.
Potencialidades:
1. Vazios urbanos: locais propícios para a implantação de novos emprendimentos ou
implantação de equipamentos urbanos
2. Mobilidade urbana: boa qualidade das vias principais;
3. Permeabilidade e drenagem urbana: presença devegetação contribui para a
infiltração da água da chuva e a consequete diminuição de enchentes e alagaentos.
Conflitos:
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1. Vazios urbanos: áreas ociosas com risco de desenvolvimeto de problemas de
saúde pública;
2. Mobilidade urbana: falta de equidade na infraestrutura destinada aos diversos
modais de transporte;
3. Permeabilidade e drenagem urbana: enchentes e alagamentos durante chuvas
fortes;
Conclusões
A partir da realização do diagnóstico ambiental proposto, foi possivel estabelecer os
principais conflitos e potencialidades da região estudada, evidenciando uma clara ausência
de infraestrutras para a população residente (exceto os moradores do condomínio fechado
que contam com todos os benefícios proporcionados por um modelo de moradia segregada
e isolada do convívio com o resto da população).
Cabe ressaltar que, mesmo com essa ausência de infraestruturas e serviços, a área
apresenta potencialidades que, se aproveitadas, garantiriam uma sensível melhora no
desenvolvimento econômico da região, através do aproveitamento dos espaços ociosos
(possibilidade de, por exemplo, transformar os vazios urbanos em pontos de comércio que
garantiriam os usos mistos para a região e contribuiriam para o adensamento populacional
e a vitalidade urbana). Entretanto, esse possível enfoque no desenvolvimento econômico
deve vir atrelado aos princípios e ideiais de desenvolvimento sustentável, de forma que a
ocupação dos vazios urbanos se dê em consonância com a provisão de serviços
infraestruturais essenciais (como transporte, locais para uso recreativo, coleta seletiva,
acesso à água e à coleta de esgotos, além de estratégias de drenagem urbana – uma
carência latente na região, conforme anteriormente apontado), visto que, de nada valeria
adensar a região com habitações e comércio sem o planejamento adequado para o
crescimento e expansão da área. Ademais, ainda que exista o déficit habitacional, não se
justifica um adensamento que inche o território e sature o ambiente, prejudicando o uso
dos recursos naturais (como os recursos hídricos, por exemplo, que apresentam uma
fragilidade intrínseca se não utilizados sabiamente).
Portanto, visualiza-se nessa região uma oportunidade de desenvolvimento
planejado do meio urbano, algo raro nas cidades atuais e que necessita de um incentivo,
que pode vir a ser dado pelo poder público, ao enxergar a área sob a ótica de suas
potencialidades, e ver em seus conflitos uma alternativa para a aplicação de políticas
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públicas e projetos modelo. Como sugestão, existem algumas alternativas (talvez utópicas
para a realidade brasileira atual, mas que não deixam de ser aplicáveis), como por
exemplo, a adoção de ciclovias na região (beneficiando um modal de transporte
historicamente negligenciado); instalação de parques e/ou jardins permeáveis (ou
wetlands) que funcionariam como locais para o escoamento da água da chuva, aumentando
a permeabilidade do solo e evitando as enchentes, além de ser uma ótima opção de
embelezamento e espaço de lazer; ocupação dos espaços ociosos por movimentos artísitcos
e culturais independenstes, assim como a instalação de hortas comunitárias.
Por fim, reintera-se que o presente trabalho não teve a pretensão de apontar
soluções para os problemas da região abordada, muito menos mostrar os caminhos corretos
para o desenvolvimento sustentável (o que seria impreciso e errôneo, visto que não existem
soluções prontas ou únicas, apenas alternativas para o direcionamento de um planejamento
e de uma gestão urbana menos impactante), mas sim fazer um levantamento das
características de uma área, identificando, consequentemente, seus principais aspectos e
impactos no meio ambiente, além de oferecer sugestões para diminuição de tais aspectos e
impactos e, talvez indiretamente, proporcionar uma melhora na qualidade de vida da
população local.
BIBLIOGRAFIA CITADA
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. São Paulo. Editora Atlas, 2002. p. 41 - 142. GONÇALVES, J. C. A especulação imobiliária na formação de loteamentos urbanos. Rio de Janeiro: E-papers, 2011. v. 1. 188p. RODRIGUES, A. M.; BUENO, L. M. M.; FERNANDES, A. Participação em banca de Alessandra Cistina dos Santos. O Estatuto da Cidade e a função social da propriedade. 2010. Exame de qualificação (Doutorando em Ciências Sociais) - Universidade Estadual de Campinas. UGEDA JUNIOR, J.C. ; AMORIM, M. C. C. T.Diagnóstico ambiental na cidade de Jales-SP. Caderno Prudentino de Geografia, v. 2, p. 60-80, 2012. ZANIN, E. M. Caracterização e diagnóstico ambiental da paisagem urbana de Erechim, RS. Erechim/RS: EdiFapes, 2002. Fontes específicas da internet:
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina
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ATLAS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO NO BRASIL 2013. Perfil Municipal – São Carlos, SP. Disponível em: <http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil/sao-carlos_sp>. Acesso em: out. 2013. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE Cidades – São Carlos, SP. Disponível em: <http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=354890>. Acesso em: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS. Plano Diretor de São Carlos. Disponível em: <http://www.saocarlos.sp.gov.br/index.php/utilidade-publica/plano-diretor.html>. Acesso em: out. 2013a. PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS. Programa Municipal de Coleta Seletiva. Disponível em: <http://www.saocarlos.sp.gov.br/index.php/utilidade-publica/programa-municipal-de-coleta-seletiva.html>. Acesso em: nov. 2013b. PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS. Revisão do Plano Diretor de São Carlos. Disponível em: <http://www.saocarlos.sp.gov.br/index.php/habitacao-morar/164830-164830-plano-diretor-estrategico.html>. Acesso em: nov. 2013c. SÃO CARLOS AGORA. Mais fotos do alagamento na rotatória do Cristo. Março de 2011. Disponível em: <http://www.saocarlosagora.com.br/cidade/fotos/2011/03/12/113/mais-fotos-do-alagamento-na-rotatoria-do-cristo/>. Acesso em: nov. 2013.