Post on 06-Jul-2020
SOBERANIA E PROVIDÊNCIA NA VIDA COTIDIANA
Um estudo Bíblico sobre Cristo e sua Igreja no Livro de Rute
Por Ismael Quintero Rojas
Mestre em Divindades e
Doutorando em Ministério
Curso de Bíblia e Teologia
Para estudantes de Licenciatura e Mestrado em estudos teológicos
SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE MIAMI
Bogotá – Colômbia, setembro de 2005
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
LIÇÃO 1: ELE É JEOVÁ TEU DEUS
1.1. SOBERANO EM SUA CRIAÇÃO
1.2. INCOMPREENSIVEL EM SEU CARATER
1.3. TODO PODEROSO EM SUA AÇÃO
LIÇÃO 2. MISERICÓRDIA E DESCANSO
2.1. TUA TERRA SERA MINHA TERRA
2.2. TEU POVO SERÁ O MEU POVO
2.3. TEU DEUS SERÁ O MEU DEUS
LIÇÃO 3. ELE É JEOVÁ TEU PROTETOR
3.1. HÁ GRAÇA EM SEUS OLHOS
3.2. HÁ REFÚGIO EM SUAS ASAS
3.3. HÁ PROVISÃO EM SUA EIRA
LIÇÃO 4. BÊNÇÃO E REFÚGIO
4.1. UM CAMPO ONDE APANHAR ESPIGAS
4.2. UMAS CRIADAS COM QUEM TRABALHAR
4.3. UMA CASA A ONDE VIVER
LIÇÃO 5. ELE É JEOVÁ TEU REDENTOR
5.1. EU TE REDIMIREI, DESCANSA
5.2. BENDITA SEJAS TU, FILHA MINHA
5.3. NÃO DESCANSAREI E COMPLETAREI
LIÇÃO 6. SALVAÇÃO E SEGURABÇA
6.1. ELE ESTENDE O SEU MANTO
6.2. LHE DÁ SEGURANÇA E DESCANSO
6.3. LHE ENCHE SUAS MÃOS VAZIAS
LIÇÃO 7. ELE É JEOVÁ TEU SENHOR
7.1. DÁ O RENOME ETERNO
7.2. DÁ HERANÇA ETERNA
7.3. DÁ PROSPERIDADE ETERNA
LIÇÃO 8. HERANÇA E POSTERIDADE
8.1. SEU NOME RESTAURADO
8.2. SUA HERANÇA REDIMIDA
8.3. SUA POSIÇÃO PROMOVIDA
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
GUIA DO ESTUDANTE E ORIENTADOR
ANEXOS
INTRODUÇÃO
Estudar os livros da Bíblia é uma maravilhosa tarefa e aos que aproximam do texto
bíblico reconhecem sua inspiração, infalibilidade. Somos inspirados pelo Espírito Santo em
sua leitura e estudo. São poucas as pessoas que se vêem motivadas ao estudo da Bíblia de
maneira indutiva e detalha porque isso exige muito trabalho, dedicação e um estudo
sistemático das verdades do evangelho.
O nosso propósito neste curso é realizar um estudo indutivo e analítico do livro de
Rute, por meio do mesmo, não será possível identificar a providência e soberania absoluta
de Deus na vida diária. E abordar os aspectos relacionados com a responsabilidade humana
na salvação, os benefícios e resultados da redenção. A forma fiel como Deus governa todas
as coisas. No estudo poderemos identificar os princípios da misericórdia, bondade e bênção
de Deus, suas perfeições serão estudadas e ressaltadas.
Através da análise poderemos identificar os diferentes grupos sociais que nos
rodeiam, a partir deles, é importante estabelecer linhas de trabalho pastoral para o seu
desenvolvimento e crescimento na igreja. Alguns destes grupos, são suas viúvas, os órfãos,
os estrangeiros, os pobres, os necessitados, entre outros. A partir deles é necessário
identificar linhas de acompanhamento pastoral, com as quais podemos desde o evangelho
responder as suas necessidades no exercício do reino de Deus.
Analisaremos o livro de Rute desde duas perspectivas, a teológica e a pastoral. Na
análise teológica, analisaremos aspectos eminentemente teológicos; como o caráter e a
perfeição de Deus, soberania, providencia, presença. Nesse sentido, consideraremos sua
missão como Deus, protetor, Redentor e Senhor. Na chaveteológica, estudaremos as
implicações do atuar de Deus na vida de seus filhos, ou seja como devemos compreender a
graça divina e como estabelecer dinâmicas de trabalho pastoral e eclesial com eles.
Por meio de oito lições desenvolveremos este curso. Por tratar de um livro de quatro
capítulos, dedicaremos duas lições para desenvolver cada capitulo. Ou seja, um capitulo
com ênfase teológico e outro com ênfase pastoral. Em cada lição é necessário estabelecer
um prévio estudo ao comentário, de um registro e análise do capitulo, onde devemos
ressaltar com cores os aspectos indicados. Desta forma será possível identificar os
personagens principais, suas dinâmicas de ação, as promessas, fracassos e a ação soberana
de Deus em meio a toda essa circunstância.
Logo devemos proceder a um desenvolvimento de um questionário relacionado com o
tema do capítulo e da lição. Nesse questionário se apresentam perguntas para reflexão,
aplicação e contextualização do tema em estudo. Nesse tópico, podemos comentar com as
nossas próprias palavras, os sentimentos, conclusões, meditações e eixos temáticos que
ressaltam para sua aplicação em nossas igrejas.
Quanto aos símbolos, devemos refletir sobre eles, localizá-los na Bíblia e em seu
contexto pastoral e escatológico. Nesse sentido, quem tiver acesso a esse estudo será
abençoado, por ser permanentemente convidados a exercer uma vida cristã centralizada no
evangelho. O centro de seu estudo é Cristológico, o qual indica que o escrito narrativo,
segundo se apresenta nessa ocasião, gira em torno da obra salvadora sem desconhecer
outros temas e propósitos do livro, os quais consideramos colaterais.
Como é habitual para esse curso, utilizaremos o método Histórico hermenêutico, o
qual consistem em quatro etapas, criação, queda, redenção e céu. Através desta perspectiva
metodológica usada nos estudos do Prof. Dr. Cornélio Hegeman, é possível articular os
conteúdos do curso que é uma proposta bíblica para análise dos livros da Bíblia. Todavia,
se mesclam elementos do método indutivo dos livros com reflexões bíblicas, sistematizadas
e considerações teológicas.
Não obstante, isto não significa que o livro não seja pastoral, ministerial, nem eclesial.
Também tem fortes elementos familiares, legais, doutrinais e de uma quantidade de
posturas, as quais nos permitirão encontrar soluções para a nossa responsabilidade
ministerial. Recriam-se lugares, personagens, símbolos, contrastes e cenários diversos.
Também recorremos ao método alegórico para decifrar partes dos momentos e lugares da
narração.
Apresentaremos anexos, dos quais, ajudarão o estudante do livro de Rute a
estabelecer paralelos, comparações e conclusões. Também terão a finalidade de facilitar seu
estudo e estimular aos estudantes a desenvolver seu próprio estudo bíblico, sendo assim,
cada pessoa além de ler, deve elaborar a parte indutiva e preencher os quadros que são
sugeridos no apêndice para a sua complementação.
Este estudo não pretende ser um guia de análise acabada, pelo contrario, é um
humilde e um sincero intento de estudar o livro de Rute. Reconhecemos nossas limitações
para um estudo mais profundo e mais contextualizado. Todavia, consideramos igualmente
que as linhas de reflexão e análise que se planejam, sejam indispensáveis para motivar a
igreja a um estudo mais profundo e sistemático. Nossa oração é que esse curso contribua
para o seu crescimento espiritual e lhe desafie a estudar por si mesmo as Escrituras
Sagradas.
LIÇÃO 1
ELE É JEOVÁ TEU DEUS
Ao começar estudar este livro, é importante reconhecer seus valores históricos,
bíblicos e teológicos. Nestas duas primeiras lições, consideraremos aspectos relacionados
com o caráter soberano de Deus. Nesse sentido, reconheceremos que o Senhor tem o
controle de todas as coisas que existem, nada acontece sem a sua permissão. Também
confessaremos que as coisas que vemos, vivemos e conhecemos são controladas e
executadas ou permitidas pelo Senhor do Universo. O qual indica que o fio condutor dos
acontecimentos e circunstancias estão sustentadas e manejadas por suas mãos
misericordiosas, justas e sábias.
A aceitação de sua soberania de tudo quanto existe nos permitirá descansar em seus
sábios planos. Também nos convidará a render adoração, reconhecimento e serviço a sua
majestade. Só há um Deus soberano que controla todas as coisas. Ninguém pode conhecer
os acontecimentos da história, senão somente o seu autor. Não obstante, o único e soberano
Deus conhece todas as coisas e se compraz em executá-las para a sua própria glória. Usa os
meios que Ele mesmo tem estabelecido para que as coisas se realizem para a sua glória.
Ao estudarmos o livro de Rute, descobriremos em suas linhas, não somente as
maravilhas desta história, mas também conheceremos os aspectos históricos da vida de
Israel, vida familiar, princípios de relações e fidelidade. O mais fascinante é ver a mão de
Deus guiando, dirigindo, e fazendo que as coisas que tem sido preestabelecida sejam
realidade no tempo, circunstâncias e condições como tem sido planejada. E nos permite
conhecer a Deus, revelado em sua criação e manifestado na forma providencial para guiar e
sustentar os seus. Nesse sentido, o primeiro capítulo deste livro, nos contextualizará nos
aspectos relacionados com ser caráter, desígnios e seu plano redentor para os seus filhos.
Para a realização deste estudo, é imprescindível ler o primeiro capitulo do livro de
Rute, ao ler, devemos fazê-lo em chave teológica, ou seja, identificar, ressaltar e meditar
nas decisões e ações diretas ou indiretas que o revelam como o Deus verdadeiro. Desta
forma, será possível reconhecer sua soberania caráter, e providencia diária em todas as
circunstâncias e será possível valorizar seu controle absoluto e descansar em seus sábios
planos.
1.1. SOBERANO EM SUA CRIAÇÃO
O capítulo começa falando de um acontecimento histórico e real, vivenciadas em uma
situação de fome. “Aconteceu nos dias em que julgavam os juizes, houve fome naquela
terra...” (v. 1). Podemos julgar que a fome é conseqüência do pecado, mas Deus permite
para que seu poder seja manifestado, demonstrar sua justiça e expressar seu grande poder e
provisão. Podemos dizer que a circunstância de fome que se passou naquela terra foi uma
expressão da soberania divina para que o seu poder fosse revelado. É interessante anotar
que o alimento, por ser uma necessidade básica mobiliza todas as pessoas. Nesse caso quem
está enfrentando a escassez se vêem forçados s a ir a lugares onde possam encontrar
alimentos suficientes.
Devemos ressaltar que em várias partes da Bíblia se registram várias situações de
fome, as quais a terra passou não só pelo povo escolhido. Isto nos permite reafirmar que as
condições naturais, pelas quais o Senhor os permite passar é para que seja revelada a
grandeza de Deus sobre as coisas criadas. Ele tem o controle sobre sua criação de tal forma
que faz produzir fruto em abundância em algumas épocas ou as fazem improdutivas e
estéril.
No tempo de Abraão houve fome em sua terra e ele teve que ir ao Egito em busca de
alimentos. “Então houve fome em sua terra e desceu Abraão ao Egito para ali morar,
porque era grande a fome naquela terra”. (Gn. 12: 10). Houve fome no Egito nos dias de
José, filho de Jacó; “E vieram os sete anos de fome, como José havia dito; e houve fome em
outros países...” (Gn. 41: 54). Durante o reinado de Davi houve fome em Israel. “houve
fome nos dias de Davi por três anos consecutivos” (II Sm. 21: 1). Os profetas Elias e Eliseu
também sofreram as penúrias do período de fome; “... e a fome era grave em Samaria” (I
Rs. 18: 2), “Eliseu voltou a Gilgal quando havia uma grande fome na terra” (II Rs. 4: 38).
“E houve grande fome em Samaria”. (II Rs. 6: 25).
Também o profeta Jeremias sofreu os rigores da fome; “... porque ali morrerá de
fome, pois não há mais pão na cidade” e “...prevaleceu a fome na cidade até não haver
pão para o povo” (Jr. 28: 9; 52: 6). No Novo Testamento, a Bíblia registra um período de
fome, o qual afetou os cristãos; “E levantando-se um deles, chamado Ágabo, dava a
entender que pelo Espírito que viria uma grande fome em toda a terra; o qual sucedeu no
tempo de Cláudio”. (At. 11: 28).
Em relação à situação de fome na terra, da qual Noemi e sua família foram afetadas,
devemos notar a manifestação da soberania de Deus sobre a sua criação. É o Senhor quem
permite períodos de fome e escassez para chamar o seu povo ao arrependimento; julgar aos
reprovados; disciplinar a seus filhos e manifestar sua maravilhosa providencia para com
eles. Isso nos mostra os seguintes textos: “... porque Jeová tem chamado a fome, a qual
virá sobre a terra por sete anos” (II Rs. 8: 1). “Fez vir fome sobre terra e cortou o meio de
se obter pão” (Sl. 105: 16). “Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eis que eu os punirei; os
jovens morrerão a espada e os seus filhos e suas filhas morrerão de fome” e “E enviarei
sobre eles espada, fome e peste, até que sejam exterminados da terra a qual dei a seus
pais” (Jr. 11: 22; 24: 10).
Outra manifestação da soberania de Deus nesse período de fome é a provisão da qual
ele nos enche para a sua glória e a nossa bênção. Pelo menos isso é o que indica as
Escrituras. “Os leõezinhos sofrem necessidade e passam fome, porém aos que buscam ao
Senhor, nenhum bem lhes faltará” (Sl. 34: 10). “O Senhor não deixa ter fome o justo, mas
rechaça a avidez dos perversos” (Pv. 10: 3).
A graça soberana de Deus para com seus filhos, se manifesta não só em ordenar a
natureza que atue de acordo com a sua vontade, mas em sustentar a seus seguidores em
meio a situações que parecem hostis e adversas. Nesse sentido, podemos perceber a
soberania de Deus, no deslocamento desta família a Moabe e posteriormente, nas três
mortes da família judia. “...e um varão de Belém de Judá foi morar nos campos de Moabe,
ele, sua mulher e seus dois filhos” (v. 1).
Muitos de nós, temos dificuldade de ver a soberania de Deus na morte de nossos entes
queridos e em condições de pobreza, dor e angustia. “E morreu Elimeleque, marido de
Noemi, e ficou ela com seus dois filhos...E morreram também os dois, Malom e Quiliom,
ficando assim a mulher desamparada de seus dois filhos e de seu marido” (v. 3 e 5). Ao ser
banidos por razões naturais ou não, e enfrentar outras condições de vida, nos perguntamos:
“Onde está o Senhor?”
Todavia, para quem são guiados pelo Senhor, todas as coisas conduzem a vida e a
esperança. “E sabemos que aos que amam a Deus, todas as coisas cooperam para o seu
bem e aos que são chamados segundo o seu propósito” (Rm. 8: 28). Nesse sentido, a fome,
a morte, a dor e sofrimento, são elementos cheios de soberania usada por Deus no trato com
seus filhos. Afirmar isso é fácil, todavia, quando estamos em meio à prova, a situação se
torna distinta e incompreensível.
Um Deus soberano dirige com cordas invisíveis de amor e providencia aos seus
filhos. Isso é o que vemos com a direção que Sá passo a passo às direções e adversidades na
vida de Noemi, Rute e sua família. Cada detalhe, por simples que pareça, está moldando
dentro do cuidado amoroso, terno e extraordinário de Deus. A fome em Belém e a posterior
abundância, solidão e posterior companhia, amargura e posterior doçura; dor e posterior
esperança; Perda, posterior ganha. Todas as situações e momentos específicos pelo que
passamos diariamente são dirigidos e encaminhados pela corda irrompível de sua soberania,
controle e providência sobrenatural.
A casualidade, destino ou sorte levado pelo mesmo, perde sentido, ao entender pela
graça divina, que tudo está determinado desde antes da fundação do mundo, quer dizer que
nada acontece pela decisão humana e sim pela soberania de Deus. Portanto, não devemos
desanimar diante das situações inesperadas e complexas da vida. Devemos descansar na
graça soberana do Senhor para seus filhos. Noemi e Rute viram em sua própria vida sua
direção. Compreenderam que como Ele usa as circunstâncias aparentemente adversas para
executar seus planos preestabelecidos e completar sua perfeita obra.
Da mesma forma que todo o filho é chamado para ver em todas as coisas a vontade
soberana de Deus, sendo executada para a sua glória. Deus em sua grandeza, não é
surpreendido em coisa alguma, pelo contrario, Ele mesmo é quem dá a Palavra e todas as
coisas acontecem. De maneira especial, no capítulo um, vemos a soberania de Deus em
favor de seus filhos, ele usa situações de vida para revelar-lhes os seus insondáveis planos.
Não devemos descansar até que compreendamos os princípios de sua majestosa ação na
vida de sua criação.
1.2. INCOMPREENSIVEL EM SEU CARATER
A soberania de Deus é a expressão de seu caráter, nesse sentido, ao desprender seu
controle poderoso põe manifesto o caráter do Senhor. Cada ação, ,ou decisão ou realidade,
das quais, somos objetos, é a apresentação de ações características e perfeições de Deus.
Pelo qual, os eventos na perspectiva bíblica e teocêntrica, nos chamam a reconhecer, adorar
e exaltar uma bondade específica do caráter criador.
Por isso, estudar o cuidado dele para com seus filhos, é adentrar nos aspectos de seu
ser e operar. Consideremos alguns de seus aspectos da essência de Deus, manifestos no
capítulo um. Nessa lição se exalta a soberania nos eventos históricos. Também sua
providencia. Esta tem a ver com o sustento da criação e as coisas que foram criadas.
Consideremos as implicações da providência divina.
Deus, o grande criador de todas as coisas, sustenta (Hb.1: 3) dirigem dispõe e governa
toda a criatura , ação e todas as coisas (Dn. 4:34,35; Sl. 135:6; At. 17:25-28; Jó 38-41)
desde o maior até o menor (Mt. 10: 29-31), por sua providência (Pv. 15:3; Sl. 145:17;
104:24), conforme a sua presciência infalível (At. 15: 18; Sl. 94: 8-11) e o livre imutável
conselho de sua própria vontade (Ef. 1: 11; Sl. 33: 10, 11), para o louvor de sua glória,
sabedoria, poder, justiça, bondade e misericórdia (Ef. 3: 10; Rm. 9: 17; Sl. 145: 7; Is. 63:
14; Gn. 45: 7) (Westminster, Cap. 5).
Nesse sentido podemos argumentar que a descrição característica de Deus
apresentada neste livro, indica o cuidado e segurança que Deus tem das coisas criadas,
incluindo o homem e a mulher. Pelo qual, vemos no capítulo um, a ação de Deus em favos
dos seus. Ao prover um sítio aonde viver temporariamente, ao dar companhia e consolo a
viúva e ao facilitar o regresso de Noemi e Rute para a terra de Belém.
É interessante notar que apesar do grandioso mover de Deus em sua vida, Noemi não
entende o sofrimento, as perdas, deslocamento. Portanto, entra em um estado de profunda
depressão e confusão. Lembramos que Ele mesmo estabelece os fins e os meios pelos quais
irão realizar seus planos (At. 27: 31, 44; Os. 2: 21, 22) apesar disso, ele é livre para operar
sem os meios (Os. 1: 7; Mt. 4: 4; Jó. 34: 10), sobre eles (Rm. 4: 19-21) e contra eles,
segundo lhe apraz (II Rs. 6:6; Dn. 3: 27) (Westminster, cap. 5).
Em conseqüência, fazemos muitas perguntas diante das situações que soberanamente
tem sido planejada, quando sofremos na nossa própria carne. O que se põe em manifesto é a
incompreensão, insatisfação e o desacordo diante de sua sábia e justa decisão. Noemi não é
a exceção. “porque haveis de ir comigo? Tenho eu mais filhos em meu ventre que possam
ser vossos maridos?... porque eu já sou velha para ter marido e mesmo que dissesse: tenho
esperança e esta noite estivesse com marido e ainda desse luz a filhos, haveria vós esperá-
los até que fossem grandes? Haveis de ficar sem casar por amor a eles?...” (v. 11 -13).
Ainda que o seu raciocínio seja verdadeiro dentro da lógica humana, mas não é assim pela
ótica divina. Podemos afirmar que Noemi estava muito preocupada em resolver a sua
solidão e a falta de filhos por conta própria, para si mesmas e para suas abnegadas noras.
É interessante reconhecer que os crentes diante da incompreensão da graça de Deus
nas circunstâncias adversas, são tentados a buscar essas coisas usando seus próprios meios
ineficazes e pecaminosos, e culpar a Deus pelas coisas que lhes acontecem. Como Noemi,
desabafamos, não reconhecendo nossas faltas, mas expressando nossas amarguras e aflição
diante de Deus. A nossa tendência é descarregar a nossa amarga situação diante do justo e
bondoso Senhor. “Não filhas minhas; que maior amargura tenho eu do que vós, pois a mão
de Jeová tem pesado sobre mim”. (V. 13).
Ao chegar à terra natal, Noemi é recebida em Belém com surpresa e admiração.
“Andaram pois elas, até que chegaram a Belém; e aconteceu que havendo entrado na
cidade de Belém, toda a cidade se comoveu por causa delas e disseram: Não é esta a
Noemi? (v. 19). O interessante é notar que esta surpresa é pela aparência que refletia esta
abatida mulher. É ali que ela expõe toda a amargura, dor e pesar. “E ela lhes respondia: Não
me chame de Noemi, mas me chamem de Mara; porque com grande amargura me tem
afligido o Todo Poderoso” (v. 20).
E novamente em casa quando pode processar as perdas e ser consolada, pode falar
livremente dos amargos dias que está vivendo. “Ditosa eu fui, mas Jeová me fez voltar de
mãos vazias. Por que me chamareis de Noemi, já que Jeová tem dado testemunho contra
mim e o Todo Poderoso me tem afligido?” (v. 21) Depois de longos dias caminhando em
silêncio, meditando seu sofrimento, com a companhia de sua nora Rute, agora em Belém
exterioriza sua dor e a motivação que a traz de volta. Chora sua dor e aos seus mortos. É em
Belém que compreende a totalidade de suas perdas.
Quão interessante é que ao manifestar sua dor e sofrimento, Noemi reconhece a
soberania do Senhor em cumprir sua vontade, reconhece que tudo vem de Deus. Não atribui
nenhuma falta ao esposo, pelo contrário exclama que o mesmo Senhor quem tirou de
Belém com as mãos cheias e regressa de mãos vazias. Este reconhecimento indica o grau de
sua maturidade, não protesta contra Deus, mas reconhece amargamente sua soberania. Não
se aquieta diante de seus conterrâneos, mas expressa sua incompreensão diante das decisões
do Senhor que tem sido dolorosa, com sábia e pública confissão.
Noemi não entende como agora tem mudado. Se expressa muitos contrastes valiosos
para a compreensão deste quadro de sofrimento. A família sai de Belém, casa do pão,
porque há fome. Chegam a Moabe e se estabelecem com o infortúnio para Noemi, de
perder seu esposo e seus dois filhos. Seu nome que significa prazer, converteu em
amargura. Saiu cheia de esperança, volta vazia e em aflição (Vilchez, 1998, pp. 84-85).
Deus aflige a seus filhos? Ainda que muitas pessoas consideram que Deus em sua
bondade não pode afligir a seus filhos, na obstante, vemos neste quadro a verdade sobre o
assunto. A aflição é um dos meios que ele usa para manifestar o seu poder, disciplinar a
seus filhos e para que ele seja glorificado em meio a nossa adversidade. Como é o caso de
Jó, há uma incompreensão por parte de Noemi da realidade do sofrimento. Não obstante, no
quadro dramático de Jó nos é revelado a origem celestial de seus propósitos divinos do
infortúnio. No caso de Noemi, não há essa informação que daria essa resposta aos leitores
das razões soberanas e celestiais que promovem a dor.
Noemi considera a realidade presente em seus olhos de mulher. Seus olhos vêem dor,
perda, aflição, amargura. Parece que ela crê o que muitos crêem em relação à vida, que o
tempo que passou foi melhor. Ao olhar para traz quer voltar no tempo e continuar
desfrutando o que em seu juízo lhe dá mais prazer. Todavia, desde a ótica celestial, não
acontece nada que não contribua para a glória de Deus e para a bênção de Noemi e o povo
escolhido. Em relação a Confissão de fé disse: “Ainda que seja em relação a presença e
decreto de Deus, quem é a primeira, todas as coisas acontecerão imutável e infalivelmente?
(At. 2: 23); todavia, pela mesma providência as tem ordenado de tal maneira, que
acontecerão conforme a natureza das causas secundárias, seja necessária ou livre (Gn. 8:
22; Jr. 31: 35; Ex. 21: 13; Dt. 19: 5; I Rs. 22: 28; Is. 10: 6-7) (Westminster, Cap. 5).
Diante do egoísmo de Noemi e de todos os nossos diante do sofrimento, Deus
responde. Todavia, por causa da nossa dureza de coração, vemos sua resposta depois de
muita dor e amargura. Nesse sentido, para os filhos de Deus, todo tempo por vir será
melhor, porque é a oportunidade para conhecer melhor o Senhor e desfrutar de suas
decisões providentes, justas e soberanas. E o que podemos aprender de Noemi e de todo o
filho de Deus que tem passado pelo sofrimento e aparente solidão é quando pensamos
somente em si mesmos, Deus está tecendo seu projeto redentor para todos os escolhidos.
Em conseqüência disso, não devemos nos preocupar com tudo que se passa ao nosso redor,
se não enchermos de alegria pelas coisas que o Senhor está executando para a sua glória e a
bênção de muitos, mesmo que muitas vezes não entendemos.
A forma significativa e admirável é como Deus usa a nossa incompreensão e dor para
tecer seus maravilhosos planos. Também podemos nos alegrar, porque em meio a nossa
dureza para compreender a ação divina, Ele permanece fiel a sua palavra e seus planos
preestabelecidos. O que Noemi não sabia é que sua dor e sofrimento era parte do preço que
devia pagar por ter ido a terra estrangeira e anunciar o plano redentor aos moabitas; dos
quais, alguns, como é o caso de Rute seria incluída como um dos filhos de Deus e trazida
ao ovo da aliança e viver debaixo da promessa de salvação e vida abundante.
Podemos perguntar: Noemi era consciente que Deus seus passos estavam sendo
dirigidos por Deus? Ela compreendia que sua dor era necessária para que Rute pudesse ter
sido trazida a reconhecer o senhorio do Deus de Israel em sua vida? Se o marido e os filhos
de Noemi não tivessem morrido, ela teria voltado a Belém? Havia estabelecido tanto Noemi
em Moabe, que o Senhor tirou sua família para que visse obrigada a regressar? Não percebe
tudo isso, a soberana direção de Deus para esta humilde e valente mulher?
Podemos concluir esta seção dizendo que por mais que pese toda amargura que nos
cause a direção de Deus em nossas vidas, ainda assim, todos os seus filhos estamos sendo
guiados pelo Senhor. E estamos sendo chamados a reconhecer seu caráter e aprender de sua
provisão mesmo em meio da mais amarga situação. Essa é uma das conclusões aquis chega
Jó ao final do sofrimento. Isto tem lhe servido para conhecer mais o Senhor a quem amava
e para compreender seus imensos desígnios e depender de seus maravilhosos propósitos.
Não é necessário entender os planos de Deus para deleitarmos nele, não é necessário
definir a direção que Ele dá a nossa vida para depender dele. Não devemos esperar a ter
prazer nas coisas, para aceitar que somos sustentados por Ele. Muitas vezes Deus usa a dor
e sofrimento para dar alegria a muitos. Esse é o caso de José, escravo no Egito, também o
de Jó e centenas de crentes em todo o mundo. Como é o caso de Noemi, a amargura
passageira e aparente perda são amplamente recompensadas pelo generoso e bom Deus.
Nesse sentido podemos reiterar que Deus sempre tem cuidado com os seus, mesmo
que estes não o vejam e compreendam. Em meio da aflição, amargura e vergonha nossa, o
Senhor está fazendo soar a melodia de seu incomparável propósito redentor. As notas de
seus bondosos planos soam em meio de nossos desafinados gritos de incompreensão diante
de sua doce sinfonia. Pelo qual, devemos descansar em seus braços e refugiarmos
confiadamente em seu caráter imutável. Noemi é um claro exemplo de como Deus nos
revela seu caráter em meio à admiração dos demais e a sua incompreensão, pela forma
como somos tocados e afetados pelas situações da vida.
Lembre-se, Deus sempre tem um campo com colheita e uma mesa servida, logo ao
passarmos pelo deserto triste e doloroso. Pelo qual, estar na expectativa pelo
desenvolvimento dos seguintes capítulos na vida de Noemi e Rute. O cuidado providencial
de Deus, trouxe Noemi a terra do pão: Belém para ser alimentada com os manjares da casa,
sob o cuidado paternal de Deus. Podemos afirmar, segundo disse a Confissão de fé: “assim
como a providência de Deus alcança em geral todas as criaturas, assim também de um
modo especial cuida a sua igreja e dispõe todas as coisas para o bem dela” (I Tm. 4: 10;
Am. 9: 8,9; Rm. 8: 28; Is. 42: 3-5, 14) (Westminster, Cap. 5).
1.3. TODO PODEROSO EM SUA AÇÃO
Depois de refletir sobre a soberania de Deus em todas as coisas, circunstâncias e
pessoas e de meditar na incompreensão de seus filhos diante de seu caráter, estudaremos as
ações providentes do Senhor para seus seguidores. Não devemos avançar, sem reconhecer
que o caráter de Deus para seus filhos, com freqüência é um símbolo desconcertante e
difícil de entender. Todavia, seu Espírito, é quem nos leva diligente e perseverantemente da
mão para que reconheçamos sua graça inesgotável e seus deleitosos e verdes pastos. “O
Senhor é meu pastor, nada me faltará, em deliciosos verdes pastos me faz descansar, guia-
me mansamente às águas tranqüilas”. (Sl. 23: 1 e 2).
Todas as ações que provém da mão de Deus são poderosas., ou seja, revelam o
poderio e magnificência do Criador. O que vemos no capítulo um é a expressão potente
para atrair seus escolhidos ao redil. Algumas das ações poderosas de seu operar expostas
com clareza ou entrelinhas no capítulo um são: a fome na terra de Belém, a abundância na
terra de Moabe, a direção forte de Deus para levar esta família a terra estrangeira. O
matrimônio de seus filhos com mulheres estrangeiras. A morte dos três varões da família. A
maravilhosa notícia da colheita na terra de Belém. O regresso de Noemi a Belém. A
companhia fiel e abnegada de Rute a favor de sua sogra. A luz que há no coração de Noemi
sobre a soberania do Senhor em toda a sua dor.
Noemi está enfrentando as inclemências, segundo ela, do poder de Deus sobre a sua
vida. É de anotar que todos estes anos estão cheios do poder de Deus sobre esta mulher.
Não obstante, só o reconhece publicamente, quando sua dor é levada à máxima expressão.
Ali anuncia que seu Deus é Todo Poderoso. Esta proclamação de uma das perfeições do
Senhor não está associada à bênção, mas a sua dor e a aflição. Não reconhece Noemi, o
poder de Deus ao guardá-la e trazê-la de volta? Entende o poder de Deus, ao dar em sua
companhia inseparável de Rute?
Parece aos nossos olhos, segundo o que se descreve a narração, que esta sofrida
mulher, só reconhece o poderio do Senhor quando toca fundo em sua dor e angustia. Nos
perguntamos: não havia poder de Deus ao sustentá-la durante todos esses anos? Seu poder
se faz evidente só para afligirmos? Apesar desta errada apreciação, o que se reconhece
Noemi, é que a realidade de sua vida sofrida é a manifestação de seu grande poder.
Devemos refletir como reagimos diante das decisões de Deus que nos causem dor.
São muitos os personagens bíblicos que enfrentaram adversidade. Entre eles temos, Jó,
Jeremias, Elias, Jonas. Diante das provas, reagiram de várias formas. Em geral, foram
inspirados a reconhecer o poder e a auto-suficiência do Senhor ao passar por elas. “Ele é
sábio de coração e grande em poder; quem porfiou com ele e teve paz?” (Jó 9: 4). “Mas o
Senhor está comigo como um poderoso guerreiro; por isso tropeçarão os meus
perseguidores e não prevalecerão; serão sobremodo envergonhados; e porque não se
houveram sabiamente, sofrerão afronta perpétua que jamais se esquecerá. Tu pois, ó
Senhor dos Exércitos que provas o justo e esquadrinhas os afetos e o coração, permite que
veja eu a tua vingança contra eles, pois te confiei a minha causa”. (Jr. 20:11-12).
Com freqüência, culpamos o Senhor por sua disciplina e não nos alegramos nela,
como privilegiados de Deus. Devemos aprender a alegrarmos a situações incompreensíveis
a vida do crente. “Meus irmãos, tende em vós alegria, quando passardes em diversas
provas”. (Tg. 1: 2). Cada situação de prova é dolorosa, mas necessária para o nosso
crescimento espiritual. Pelo qual devemos estar gratos ao Senhor. Lembramos que o livro
de Hebreus nos exorta a reconhecer os propósitos finais da disciplina pelo Senhor nas
nossas vidas. “È verdade que nenhuma disciplina ao presente parece ser causa de alegria,
mas de tristeza; mas depois dá fruto aprazível de justiça aos que nela tem sido exercitado”
(Hb. 12:11).
Diante das perdas, incompreensões, amarguras e aflições reconhecer o poder do
Senhor. Sua graça nos tem sustentado, com seu braço forte tem aberto o caminho para que
passamos e sustentado com sua inesgotável graça. Meditamos em ações poderosas do
Senhor em favor de seu povo.
O poder do Senhor se faz evidente em escolher um povo para si e em libertá-lo da
escravidão. “Porquanto amou seus pais e escolheu a sua descendência depois deles e tirou
do Egito, ele mesmo presente e com a sua grande força”. (Dt. 4: 37). O salmista louvava o
Senhor porque seu poder é notório em todos os povos e digno de ser reconhecido e
anunciado por todos os tempos e pessoas. “Do poder de teus maravilhosos feitos falarão os
homens e eu anunciarei a tua grandeza. Proclamarão a memória de tua imensa bondade e
cantarão as tuas justiças”. (Sl. 145: 6-7). Mesmo Jesus na oração do Pai nosso, nos ensinou
a reconhecer o senhorio de Deus em todas as coisas e seus infinitos limites. “...porque teu é
o reino, o poder, a glória, por todos os séculos” (Mt. 6: 13). O apóstolo Paulo inicia sua
carta aos romanos expressando a compreensão do poder sobrenatural de Deus, razão pela
qual são indesculpáveis diante de sua presença. “Porque os atributos invisíveis de Deus,
assim o seu eterno poder como a sua própria divindade se faz claramente visíveis desde a
criação do mundo, sendo entendida por meio das coisas feitas, de modo que os homens
são indesculpáveis”. (Rm. 1: 20).
Como Noemi, outros servos de Deus foram inspirados a reconhecer o grande poder
de Deus em diferentes circunstâncias e distintas motivações. O Senhor ao chamar a Abraão
lhe manifesta este aspecto de seu caráter. “Era Abraão da idade de noventa e nove anos
quando o Senhor lhe apareceu e lhe disse: Eu sou o Deus Todo Poderoso; anda diante de
mim e sê perfeito” (Gn. 17: 1). Diante do sofrimento, Jó nos exorta a aceitar humilde e
esperançosamente a correção do poderoso Criador. “Eis aqui, bem aventurado o homem a
quem Deus castiga; Portanto, não menospreze a correção do Todo Poderoso” (Jó 5: 17).
Ele é Todo Poderoso, ao qual não alcançamos, ele é grande em poder; e em juízo e em
multidão de justiça não afligirá”. (Jó 37:23).
O apóstolo João termina de escrever o Apocalipse e faz ressoar em nossos ouvidos a
proclamação do poder de Deus a favor de seus filhos. “E ouvi como a voz de uma grande
multidão, como estrondo de muitas águas e como a voz de grandes trovões que dizia:
Aleluia! Porque o Senhor nosso Deus Todo Poderoso reina!” (Ap. 19: 6).
Um Deus poderoso tudo pode, pelo qual, devemos estar confiados e seguros em suas
mãos. Com Ele tudo o que sucede é para o seu bem. É possível deleitarmos nele porque
tudo o que faz é bom em grande maneira. Como um hino que se repete uma e outra vez
como um estribilho, em Gênesis capítulo um, “tudo o que faz é bom”. Porque nos
angustiamos diante de todas as coisas que ele permite aos nossos filhos. Por que não
descansar em sua graça soberana, com a segurança que o filho da história de nossas vidas
está sendo sustentado e levado a um final feliz pelo Senhor de todas as coisas? Esta
segurança no coração mesmo que nublada pelos imprevistos da vida, é a que sustenta
Noemi e Rute em seu retorno a Judá, como tem nos sustentado para que sigamos suas
pegadas apesar de...
LIÇÃO 1 – ELE É JEOVÁ TEU DEUS
TRABALHO PESSOAL
ATIVIDADES
Realizar as atividades do Registro de Observação e Análise do Capítulo um.
Contestar cada uma das correspondentes ao tema da lição;
Por favor, não vá mais além do que está sendo sugerido pra esta classe.
PARTE 1
Registro de Observação e Análise Capítulo 1
Leia o capítulo um do livro de Rute e a chave bíblica. Ou seja, identificando a ação de
Deus como Deus controlador de todas as coisas. Sublinhe com cores segundo o caso:
Laranja: Noemi e tudo que está relacionado a ela.
Verde: Rute e tudo que está relacionado a ela.
Amarelo: ações que identificam a soberania, caráter e providencia de Deus.
Preto: a incompreensão dos personagens pela obra do Senhor.
Vermelho: Boaz e o que está relacionado a ele como parente redentor.
Marrom: As ações que tem que ver com a terra e o povo.
Violeta: as promessas
Roxo: as instruções e admoestações
Rosa: símbolos, exemplos e comparações
Uva: contrastes e contradições
Logo identifique o título do capítulo um em chave bíblica. Na linha correspondente,
deve escrever o versículo o versículo chave do capítulo. Nas margens escreve tuas
observações, comentários, possíveis divisões do capítulo, são subtítulos respectivos,
segundo o caso. Os lados da folha dos registros de observação devem ser utilizadas para
este fim.
Título do Capítulo: ________________________________________________________
Versículo Chave: __________________________________________________________
“Nos dias em que julgavam os juízes, houve fome na terra; e um homem de Belém de Judá
saiu a habitar na terra de Moabe, com sua mulher e seus dois filhos. Este homem se
chamava Elimeleque e sua mulher Noemi, os filhos se chamavam Malom e Quiliom,
efrateus de Belém de Judá; vieram as terras de Moabe e ficaram ali.
Morreu Elimeleque, marido de Noemi; e ficou com ela e seus dois filhos, os quais casaram
com mulheres moabitas; era o nome duma Órfã e outra Rute; e ficaram ali quase dez anos.
Morreram também ambos, Malom e Quiliom, ficando assim desamparada a mulher de seus
dois filhos e de seu marido. Então se dispôs ela com suas duas noras e voltou da terra de
Moabe, porquanto, nesta ouviu que o Senhor se lembrara do seu povo, dando-lhe pão. Saiu,
pois ela do lugar onde estivera e indo elas caminhando de volta para a terra de Judá, disse-
lhes Noemi: Ide, voltai cada uma a casa de sua mãe; e o Senhor use convosco de
benevolência, como vós usaste com os que morreram e comigo.
O Senhor vos dê que sejais felizes, cada uma em casa de seu marido. E beijou-as. Elas
porém choraram em alta voz, e lhe disseram: Não, iremos contigo ao teu povo. Porém
Noemi disse: Voltai minhas filhas, por que ireis comigo? Tenho eu ainda no ventre filhos,
para que vos sejam por maridos? Tornai minhas filhas, ide-vos embora, porque sou velha
demais para ter marido. Ainda que eu dissesse, tenho esperança, e ainda que esta noite
tivesse marido e houvesse filhos, esperariam até que viessem a serem grandes? Não,
minhas filhas, porque por vossa causa a mim me amarga o ter o Senhor descarregado contra
mim a sua mão. Então de novo choraram em alta voz; Órfã com um beijo se despediu de
sua sogra, porém Rute se apegou a ela.
Disse Noemi: Eis que tua cunhada voltou ao seu povo e aos seus deuses; também tu voltas
após a tua cunhada. Disse porém Rute: Não me instes para que te deixes e nem obrigue a
não te seguir; porque aonde quer que, irei eu, aonde quer que pouse ali repousarei, o teu
povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. Onde quer que morreres, ali morrerei e serei
sepultada, faça-me o Senhor o que lhe bem aprouver, se outra coisa que não seja a morte
me separar de ti.
Vendo pois Noemi que de todo estava resolvida a ir com ela, deixou de insistir com ela.
Então ambas se foram, até que chegaram a Belém; sucedeu que ao chegarem ali, toda a
cidade se comoveu por causa delas, e as mulheres diziam: Não é esta a Noemi? Porém ela
lhes dizia, não me chame de Noemi, me chame de Mara; porque grande amargura me tem
dado o Todo Poderoso. Ditosa eu parti, porém o Senhor me fez voltar pobre; por que pois
me chamareis de Noemi, visto que o Senhor se manifestou contra mim e o Todo Poderoso
me tem afligido?
Assim voltou Noemi da terra de Moabe, com Rute sua nora e chegaram a Belém no
princípio das segas da cevadas.”
Escreva as impressões preliminares que tem em relação a esta lição em chave
teológica no espaço a continuação.
PARTE 2
Questionário para estudo indutivo do capítulo um.
1. O que diz o capítulo sobre Deus?
2. Como se descreve a si mesmo?
3. O que fala sobre a sua soberania?
4. Quais aspectos de seu caráter se manifestam?
5. Quais ações são eminentemente soberanas?
6. O que é ensinado sobre a providência?
7. Em que circunstância é apresentado esta narração?
8. Por que é necessário o sofrimento para conhecer a Deus?
9. Que aspecto de Deus pode conhecer com esta lição?
10. Como reagiu Noemi diante do sofrimento?
11. Que parte tem o sofrimento na vida cristã?
12. Como Deus usa seus planos para dirigir seus planos?
13. Noemi era consciente que estava caminhando na vontade de Deus?
14. Como descreverá a experiência da vida de Noemi?
15. Tem passado por uma situação semelhante à de Noemi? Comente.
“E os quatro seres viventes, tendo cada um deles seis asas, estão cheios de olhos, ao redor
e por dentro; não tem descanso nem de dia e nem de noite, proclamando: Santo, Santo é o
Senhor Deus Todo Poderoso, o que era, o que é e o que há de vir” (Ap. 4: 8).
LIÇÃO 2
MISERICÓRDIA E O DESCANSO
Logo de conhecer a dinâmica da narração do capítulo um do livro de Rute desde uma
perspectiva teológica, é importante identificar os elementos da narração que correspondam
aos personagens que aparecem na leitura, ou seja o conhecimento da história da
personalidade de Noemi e Rute. Nesse sentido, procuraremos descobrir a complexidade de
movimentos, sentimentos e decisões que enfrentaram essas mulheres no relato histórico.
Por isso, é importante ler novamente o capítulo primeiro em chave teológica para
relacionar as pessoas diante das situações de realidade e como elas são vitalmente
confortadas pelo agir de Deus a favor de seus filhos. Uma leitura em chave teológica,
implica o reconhecimento das ações de pastores de acompanhamento e esperança
vislumbrados no relato. Indica uma aproximidade às dinâmicas da vida, é uma análise
crítica das decisões, aflições e alegrias.
Mediante um estudo assim é possível conhecer os elementos que marcam a história
através desta ótica, ou seja, como podemos ser consolados por Deus em meio à prova?
Como entender as situações de dor e angústia pelas quais passamos? E nos convida a ver a
mão provedora do Senhor acompanhando e dirigindo a seus filhos em meio a diferentes
situações emergentes. É uma leitura desde o ponto de vista humano, com os olhos do
Senhor. Uma aproximação aos sentimentos, pensamentos e decisões das protagonistas, as
quais são especificamente dirigidas pelo cuidado do Pai Eterno.
No decorrer desta lição, apresentaremos uma radiografia das protagonistas em
especial de Noemi que é apresentada intensamente no capítulo primeiro. Também
conheceremos aspectos relacionados com a vida de Rute, uma mulher moabita.
Caminharemos passo a passo, por anos de sofrimento, esperança e resposta para conhecer
cerca da vida cotidiana das personagens em foco. A leitura em chave teológica, nos
permitirá compreender a forma como são levados os escolhidos a verdes pastos. Estas
situações aparentemente sem sentido, são valiosas e necessárias para firmar os passos de
seus seguidores. A vida e peregrino cristão, serão facilmente compreendidos através de sua
história. Esta lição será desenvolvida considerando a grandeza da misericórdia de Deus e o
descanso que outorga aos seus filhos em sofrimento.
2.1. TUA TERRA SERÁ MINHA TERRA
É muito importante para toda pessoa, a terra. Um dos aspectos que nos identifica é a
terra de onde somos, a qual pertencemos. Por isso, para os estrangeiros a terra é decisiva no
sentido de identidade que temos de nós mesmos. Sendo assim, vamos considerar os
aspectos relacionados a terra, os quais estão sendo descritos no capítulo um.
A leitura do livro começa falando sobre terra. “Aconteceu nos dias em que julgavam
os juízes, houve fome naquela terra...” (v. 1) Na terra que apresenta situação de fome, a
qual traz como conseqüência o deslocamento das pessoas em busca de alimento. Temos de
notar que talvez esta não foi a única família que saiu de sua terra em busca de alimento, o
interessante do caso é que esta é a única razão real que temos desta situação histórica
angustiante.
Como nos dias de hoje, são muitas regiões do país e do mundo que estão sofrendo os
rigores da fome. Esta causa natural de deslocamento, é um tanto violento e angustiante.
Põe-se um caminho para sobreviver diante das inclemências da crise agrícola e de colheita
na terra de Belém. O que soa um pouco irônico, é que Belém sendo a terra do pão, está
passando por uma grande necessidade a tal ponto de propiciar a migração de seus cidadãos.
A escassez de alimentos é uma das causas que promove em nossos tempos, a migração
forçada.
Temos de meditar que talvez esta família entre muitas outras, não partem de sua terra
com alegria, mas com pesar. Migram para socorrer a vida diante dos rigores da natureza.
Desconhecemos as razões pelas quais esta família decidiu a ir a esta terra. “E um varão de
Belém de Judá foi morar nos campos de Moabe, ele, sua mulher e seus dois filhos” (v.1).
Não obstante, podemos dizer que essa é uma região que pelo momento estava farto em
colheitas, o que melhoraria sua condição de sobrevivência.
Assim como Abraão teve que ir Egito em situação semelhante, assim acontece à
mesma coisa com esta família. Também Jacó e seus filhos vão viver no Egito por causa da
fome, o de Noemi e sua família, é o denominador comum das pessoas que viviam sob as
mesmas condições. Não sabemos se conheciam estas terras ou conheceram por causa da
situação em que viveram, mas podemos ver com segurança a mão provedora de Deus
dirigindo seus passos.
Chegam à terra desconhecida e se instalam ali “...chegaram pois, aos campos de
Moabe e ali ficaram” (v.2). Só podemos imaginar a dificuldade de localizar-se em terra
desconhecida e começar uma nova vida. Todavia, a graça maravilhosa do Senhor lhes
dirige e sustenta. Ao morrer os homens, Noemi fica desamparada de seu esposo e seus
filhos. Algo bastante complicado para uma mulher judia. Portanto temos de supor os
múltiplos interrogantes que passam por sua mente. Consideramos o que significava para
uma mulher judia e para qualquer outra mulher enfrentar a viuvez e o desamparo.
Ficar viúva era uma severa disciplina para uma mulher, principalmente se ficava sem
filhos, como é o caso de Noemi. Não obstante, a legislação dos hebreus se caracterizava
pela solidariedade para com as viúvas e também para os órfãos e estrangeiros, havia
provisões especiais para elas (Ex. 22: 21; Dt. 14: 29; 16:11; 14; 24: 17; Jr. 7: 6). Ainda
antes da época de Moisés se reconhecia a situação da viúva sem filhos e se estabelecia
disposição para ela (Gn. 38), as que foram totalmente impostas sob Moisés (Dt. 25: 5)
(Compubíblia).
Não obstante, enfrentar a viuvez e a solidão é uma nação estrangeira que não era
nada favorável para uma mulher. Talvez esta é uma das razões que motivam a Noemi a
voltar a sua terra, com a segurança que estas disposições legais, para a sua condição lhe
beneficiaram. A viuvez e a solidão eram motivo de vergonha e opróbrio por estarem
desprotegidas de uma figura paternal e varonil que as amparavam e davam segurança.
Esta é uma das razões pelas quais, Deus se preocupa com as viúvas, órfãos e
estrangeiros. Dado que com freqüência os homens descuidam as viúvas. Deus se ocupa
especialmente delas (Sl. 68:5; 146:9; Prov. 15:25) e a bondade para com elas se elogia
como uma das marcas da verdadeira religião (Jó 29: 13; Is. 1: 17) (Ibid). Podemos
reconhecer que neste momento Noemi é uma mulher em desvantagem em uma sociedade
patriarcal. Sua desvantagem se deve pelo fato de ser uma mulher, viúva, estrangeira, pobre
e velha. Estes cinco aspectos se potencializam pela dor e solidão do presente.
Depois de habitar por uma década nestas terras é vítima das mais nefastas
conseqüências, as quais são dirigidas para a glória de Deus e para a bênção do povo. “Então
se levantou com suas noras e voltou dos campos de Moabe; porque ouviu que Deus havia
visitado seu povo para dar-lhes pão”. (v. 6). É interessante como este relato fala terra, da
mudança e do desapego ao qual nos vemos obrigados pelas circunstâncias. Uma nota de
misericórdia e de esperança é a noticia que chega aos ouvidos de Noemi. Em terra
estrangeira, esta mulher recebe uma noticia de misericórdia, Deus havia visitado o seu povo
para dar-lhes pão, nem todas as notícias são más. Em meio de tanta dor e desolação surge
uma valiosa e ótima noticia.
Se foi de Belém por falta de pão, agora se ouve uma noticia de colheita em Belém,
leva a decidir a voltar. O amor protetor e sustentador de Deus se fazem mais uma vez
evidente para esta desventurada mulher. Com esta noticia ressoando em seus ouvidos, se
levanta para voltar a sua terra, fazendo brilhar o seu rosto e soar como o retorno.
Sem pensar muito, se levanta em companhia de suas noras para voltar a sua terra.
“Saiu pois, do lugar de onde havia estado e com ela, suas duas noras e começaram a
caminhar para voltar à terra de Judá” (v. 7). A terra de Judá é seu novo destino, vai com a
esperança de retornar a sua terra e desfrutar da abundância do soberano Deus. A notícia que
recebe esta mulher na terra de Moabe, é sobre a graça de Deus ao abundar-lhes com
alimento em Belém.
Esta caminhada é recriada pela companhia abnegada de suas noras. A solidariedade
delas para com sua sogra é mui expressiva. A ação decisiva dessas mulheres põe em
manifesto o amor que tem por Noemi, a compreensão de sua dor e o compromisso de seguir
a seu lado. Não obstante, Noemi se detém para pedir que suas noras voltem à sua terra, a
casa de sua mãe, para serem consoladas. Faz uma argumentação verdadeira sobre um futuro
incerto e sem esperança que elas teriam ao seu lado. Assim como Noemi crê que não tem
futuro, considera que não o fará para suas fiéis companheiras; Órfa e Rute.
Diante da insistência de Noemi para que retornassem a sua terra, Órfa aceita as
suplicantes palavras de sua sogra querida. Ao contrário, Rute toma outra atitude decidida
diante da insistência e do argumento de Noemi. “Respondeu Rute, Não me intes para que te
deixes e nem me obrigues a afastar de ti, porque onde quer que fores, ali irei eu, onde quer
que viveres, ali viverei...” (v. 16). É tanta a reiteração de Noemi, que Rute reage
decididamente. Podemos perguntar: Por que Noemi não queria que Rute a acompanhasse?
Estava pensando em sua nora ou em si mesma? Teria medo que Rute conhecesse sua terra,
sua gente? Estava tão convencida Noemi de seu argumento, que considerava a melhor
opção para Rute regressar a Moabe? Que sentimentos envolvem a Noemi na realidade?
É difícil encontrar a resposta a cada uma destas perguntas, o que fica é a firme decisão
de Rute de seguir ao lado de Noemi. Podemos perguntar a respeito de Rute ao decidir
seguir sua sogra. O que motivava Rute seguir Noemi? Por que Rute preferiu renunciar a sua
terra e adotar a terra de Noemi? Rute conhecia a terra a qual ela estaria indo? Estava tão
ferida, não queria acalmar a sua dor em sua terra, preferindo ir ao lugar estranho? Noemi
havia sido uma boa sogra, que não fazia sentido em deixá-la só? Rute havia calculado o que
significa adotar a terra de Noemi como sua terra? Essa atitude não seria de desprezo a sua
própria terra?
O que se é bem seguro, é que em tudo isso, está à mão misericordiosa e piedosa do
Senhor para dirigir Noemi e sustentar Rute como sua fiel companheira. É tanta a firmeza de
seu caráter sobre esse assunto, que insiste uma e outra vez, como para que não fique dúvida
a Noemi. “Onde tu morreres, ali morrerei eu e serei sepultada; faça o Senhor como bem
lhe aprouver, que não seja a morte me separar de ti” (v. 17) Rute apela à morte como única
coisa que poderá separá-las, decide também decide morrer onde sua sogra morresse, tal
exemplo é admirável. Rute estava consciente desta decisão ou estava evitando passar a dor
em sua terra? Tenta esquecer a dor pela perda de seu esposo? Esta resolução é uma atitude
obsessiva ou consciente: Enquanto avança o relato, obteremos algumas destas respostas.
Tua terra será minha, indica a nova identidade que Rute aceita ao chegar a Belém.
Uma terra nova e abundante, depois deste grande deserto a espera. Ela, pela fé, com valor,
audácia e caráter aceita sus nova terra como própria. Em todo esse desenlace, é possível ver
os raios brilhantes da misericórdia de Deus para a sofrida Noemi. De sua parte, sem saber,
talvez, recebeu a misericórdia sem limites por sua abnegada decisão.
Como Abraão que foi chamado a deixar sua terra e família, Noemi inicialmente deve
deixar a sua terra, Belém, para ir a Moabe; posteriormente, lhe corresponde a Rute deixar a
terra de Moabe para ir a Belém. “Porém disse Deus a Abraão: Sai de sua terra, de sua
parentela, vá para uma terra que lhe mostrarei. Farei de ti uma grande nação e te bendirei
e engrandecerei o teu nome, sê tu uma bênção. Abençoarei, os que te abençoarem e
amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; de ti serão benditas todas as famílias da terra. E foi
Abraão como Jeová havia lhe dito e Ló foi com ele” (Gn. 12: 1-4) Parece que estas
mulheres levam consigo a esperança da bênção abraâmica, pelo que não desistiram por
nenhuma razão. Pelo contrário, caminham seguros na promessa.
Como o povo de Israel caminhou pelo deserto inóspito para chegar a terra prometida;
Rute crê que a terra a qual ela está indo, é uma luz de esperança.É possível que Noemi
tenha falado de sua terra e seus costumes, entusiasma esta mulher a seguir seus passos. A
atitude de desapego de sua terra é a convicção de adotar uma nova terra como a sua. Só
podemos dizer que o anúncio público da direção amorosa do Senhor para elas e
posteridade. Pelo qual, Noemi, opta a não dizer mais nada. “Andaram pois, elas duas até
que chegaram a Belém...” (v. 19). Chegar a Belém é tocar a terra esperada para Rute e
Noemi tinha saudades. É um sinal de maravilhosa esperança, estar na casa da abundância
de pão. Ali serão sustentadas, a terra anuncia uma grande colheita. Não foi equivocada a
decisão de regressar para Noemi e de prosseguir até Belém , para Rute. O sol se levanta
radiante cada vez mais, diante de seus olhos cheio de expectativas.
Já chegaram a terra esperada, a terra da identidade, segurança e sobrevivência a quem
a tem. Noemi pode descansar tranqüila com a sua nora Rute, porque entrou na cidade da
esperança. “Assim voltou Noemi e Rute, a moabita, sua nora; voltou dos campos de Moabe
e chegaram a Belém no começo da sega da cevada” (v. 22). Os sinais das colheitas na terra
firmam mais a esperança e a segurança da certeza de estarem em Belém. “Tua terra será
minha terra” que bênção! Estas mulheres não têm maridos, não tem filhos, mas tem terras
que as recebem.
2.2. TEU POVO SERÁ O MEU POVO
Depois de considerar as dinâmicas relacionadas a terra, o desapego, a mudança, e a
viagem, passaremos a analisar a sua relação com o povo. O sentido da identidade que
significa pertencer a um povo e as implicações psíquico-sociais do desapego para ir a novos
lugares. Enquanto a expressão “tua terra será minha terra”, indica a identidade; a expressão
“teu povo, será o meu povo” indica poder. O que acontece, é que Noemi encontra a sua
verdadeira identidade em Belém e Rute, por sua vez, sua nova identidade ao chegar a seu
novo e próspero lugar.
Vamos analisar as implicações deste fato, desde a perspectiva do peregrino, ou seja,
de quem caminha até chegar ao seu novo lar. Meditaremos no que implica em pertencer a
um povo, comunidade ou aldeia específica. Desde esse ponto de vista, revisaremos, como a
misericórdia e o descanso de Deus se manifestam na vida destas viúvas, até conduzi-las a
um povo farto em abundância, esperança e segurança.
É interessante compreender a realidade da vida que Noemi estava passando
anteriormente. Depois de viver e se estabelecer em Belém, por uma situação de fome,
mudaram para uma terra estrangeira. O narrador do livro, nos localiza, primeiro em uma
aldeia pequena, segura e histórica próxima de Jerusalém e uns kilômetros de distância nos
leva a Moabe, um país estrangeiro, mas aparentado com Israel. Ali Noemi e sua família
viveram no período de quase dez anos. Estes anos, mesmo que dolorosos são necessários
para sobreviver e estabelecer novas relações com mulheres moabitas.
Por uma realidade de perda e dor e uma notícia de provisão em Belém, Noemi, a
anciã protagonista desta primeira parte da história, decide voltar ao seu povo de origem.
Podemos considerar que a angustia da fome e seu afã por sobreviver os obriga a sair de
Belém. Agora é a dor pelas perdas e a solidão às que saem de Moabe. Parece que a dor, o
sofrimento, a solidão e aflição são constantes na vida de Noemi. É interessante reconhecer
que o que motiva as decisões da saída de um povo a outro, parece ser situações dolorosas,
foi o que fez com que essa família mudasse de uma cidade a outra, nos parece que esta
família não pode estabelecer e um povo por um longo tempo.
Pelo contrário, são como peregrinos, de um lado a outro, mudam de cidade a cidade.
Saem de um povo, decidem regressar a ele. Instabilidade? Falta de identidade? Incerteza?
Inconformismo? Más decisões? Estas são algumas das perguntas que nos surgem a partir do
relato em relação às mudanças repentinas da família. Não obstante, o que se manifesta é a
forma soberana como estão sendo dirigidas e conduzidas pelo Senhor. As mudanças são
produzidas por Deus, que os leva a seu verdadeiro e seguro descanso.
Nesse sentido, o desapego é a forma como estão sendo ensinadas estas mulheres por
esperar por completo no Senhor. Portanto, devem estar alegres cheias de esperanças do
porvir, porque sem dúvida, está se tecendo o futuro com esperança e abundância. Noemi
está sendo formada com aspectos do caráter que todo o filho de Deus necessita. Aprender a
confiar no Senhor e depender somente dele. Parece que não pode estabelecer relações
duradouras e seguras. Sua estadia em Belém é dramaticamente alterada. Sai com sua
família a um povo desconhecido para garantir a sua vida. Tem que desapegar dos
concidadãos e estabelecer-se em uma nova comunidade, todavia, esta com seres mais
próximos e queridos. Mas enfrenta-se em terra estrangeira a morte de seus entes queridos.
Noemi é duramente golpeada pela morte, a separação definitiva da companhia e apoio
dos homens da casa. As poucas relações que podia ter em Moabe, são alteradas pela dor e a
aflição. Seu dia a dia é outra vez colocada em desequilíbrio. Enfrenta a incerteza e o desafio
de voltar a Belém de onde saiu a quase dez anos.
Esta mulher está aprendendo a peregrinar, acostumando às despedidas. Primeiro se
despede de seus conhecidos em Belém, logo de seu esposo Elimeleque e de seus dois
filhos Malom e Quiliom, posteriormente, as pessoas de Moabe, logo de sua nora Órfã.
Perguntamos: Estas despedidas eram normais na vida desta mulher? Por sua parte, temos de
considerar a dor natural e emocional de tantas despedidas. Também é importante
reconhecer que os filhos de Deus, enquanto caminham sendo dirigidos pela invisível,
porém, poderosa mão do Senhor, hão de estar dispostos a deixar tudo para traz e seguir seus
passos. Nesse sentido é o que faz Noemi, é seguir adiante.
As despedidas implicam preparação. Pelo que podemos supor que Noemi está
aprendendo quando e em que momento deve despedir-se, ou seja, ela está sendo preparada
para não criar dependências emocionais e laços tão fortes que a impeçam atuar. Está
crescendo em sua maturidade emocional. Uma das coisas que nos afeta tomar decisões
oportunas, é o apego emocional excessivo às coisas ou às pessoas, Noemi, não se apega às
pessoas, nem as terras, nem os povos. Perguntamos: Estamos aprendendo a despedir e
seguir adiante? Uma das tarefas difíceis que enfrentamos são as despedidas. Chegamos,
estabelecemos e cremos que nunca vamos regressar. Não obstante, Noemi é uma mulher
que está sendo equipada para estar como peregrina, com a maleta no ombro, as sandálias
postas e o bastão na mão, pronta para sair no momento oportuno.
Noemi se despede de Belém no momento oportuno, logo se despede de Moabe. O que
nos fica é o que está sendo dirigida por Deus. É ele quem dirige seus passos e os de sua
família. Sua misericórdia é que a rodeia e faz caminhar em novos lugares. Parece que esta
mulher está caminhando com visão escatológica, ou seja, com a segurança de que está
debaixo da mão do Senhor. Sem importar a dor, o sofrimento, perdas, não se queixa,
avança, não volta para traz. Geralmente tomamos decisões precipitadas, ou adiamos até que
seja demasiadamente tarde. A experiência de Noemi, segundo nos apresenta é hábil
narrador, é que está tomando decisões urgentes em situações.
Ao começar a viagem de regresso, esta valiosa mulher vai com as esperança de
melhores oportunidades. Caminhar até Belém é indício de oportunidades, sustento e
cuidado, quando é iluminada e sustentada por uma voz que ressoa em seus ouvidos, “Jeová
tem visitado seu povo para dar-lhes pão”. No caminho se detém para despedir-se de suas
noras. Está tão acostumada a despedidas que se despede de Rute e Órfã? Prefere viajar
sozinha? Está tão ferida pela dor que não quer seguir sofrendo, é possível o desprezo ou
perdas de suas noras e decide despedir-se? O certo é que uma das suas noras depois do
insistente chamado ao retorno, decide abandoná-la.
Mas Rute responde com firme resolução, não voltarei. Não sabemos quem está mais
resolvida se é Noemi em rogar para que volte ou se é Rute reafirmando sua decisão de
prosseguir. Pelas respostas de Noemi, podemos dizer que ela considera que Rute tem uma
expectativa pessoal e egoísta para decidir a acompanhá-la. Noemi considera que Rute
insiste em acompanhá-la por que pensa em si mesma? É uma decisão egoísta de Rute ao
empenhar-se em acompanhá-la a Belém? O narrador não nos dá respostas a estas intuições.
Todavia nos explica as respostas a estes interrogantes com a insistente Rute afirmando sua
decisão de continuar.
E de ver a firmeza de caráter destas duas mulheres, podemos ver a misericórdia do
Senhor e o consolo recíproco que está outorgando a estas pobres viúvas. Não obstante, se
exclui qualquer linguagem de desesperança e queixa por parte delas. Rute responde com
uma afirmação intensa de adotar o povo de sua sogra como o seu. “... teu povo será o meu
povo...” (v. 16). Rute amava tanto Noemi que decide ficar a seu lado? Noemi era tão boa
sogra que prefere em lugar de sua mãe? Teria alguma esperança escondida em Noemi em
relação ao futuro?
A aceitação “às cegas” por parte de Rute de um povo desconhecido e novo, como o
seu, é um verdadeiro milagre. Podemos ver nessa decisão, a inseparável mão do Senhor
onipresente inspirando esta resposta. E é de um indício de identidade e poder, tal afirmação.
O que Rute está dizendo, é que aceita o povo de sua sogra como se fosse o seu. Lembremos
que pertencer ao povo de Israel, era um privilégio e uma oportunidade reservada para os
escolhidos. Por sua parte, Rute está sendo levada milagrosamente a este povo que exclama
publicamente sua alegria de pertencer ao povo da qual está sendo levada.
Nesse sentido, diante da insistência de Noemi de regressar a sua terra, como no caso
de Abraão, Rute afirma o desejo de peregrinar até a terra prometida, Rute está sendo uma
peregrina, como Abraão está vislumbrando a distância pela fé, as bênçãos que se
aproximavam de sua turbada vida. Encontrar um povo ao qual pertencer é uma graça
extraordinária, ser trazida ao povo de Deus é uma expressão de infinita misericórdia. E está
sendo trazida posteriormente será chamada cidade de Davi. Sem saber, esta mulher em
profunda desvantagem e totalmente sem mérito próprio está se achegando ao povo da
promessa. Que maravilhosa bênção!
Rute sai de seu povo, pagão e gentil para ser levada um verdadeiro povo, sai sem terra
e sem povo, portanto, sem identidade a qual pertencia. Agora com sua confissão pública e a
certeza em seu coração, tem terra e povo através de sua relação com Noemi. Pelo qual
podemos dizer, que tem identidade e poder. Não é uma estrangeira marginal, mas adotada
e pertencente a um povo de uma história eterna.
O povo de Rute será o de Belém, a cidade do Salvador, o povo onde brilha a estrela
de Davi. Parecia que Rute era como os sábios do oriente, vieram brilhar a estrela e Belém e
foi guiada como vendo o invisível. Esta é a única razão, pela qual vemos tanta insistência
em ela persistir em sua viagem. Para Noemi, é uma loucura sus obstinação; para ela com a
fé e a luz que a dirige, é a decisão acertada, não às escuras, mas sim, à luz do dia. Caminha
ao povo da salvação, a esperança e o descanso verdadeiro. Não insista em que volte, foi
convencida por Deus que este é o seu povo.
2.3. TEU DEUS SERÁ O MEU DEUS
Logo depois deste acontecido relacionado com o cuidado paternal de Deus para com
estas mulheres, passaremos a considerar a terceira parte, centralizada no terceiro aspecto da
confissão de fé de Rute: “...teu Deus será o meu Deus” (v. 16). Semelhante afirmação nos
permite identificar aspectos relacionados com a fé e a crença em um ser superior em sua
vida. Em conseqüência disso, abordaremos um pouco no tema da fé e a religiosidade como
elemento espiritual que, leva as duas mulheres a confiar e prosseguir.
O capítulo um, não começa falando de Deus de maneira direta, pelo contrário, há um
elemento cronológico que é importante levar em conta. “Aconteceu nos dias em que
julgavam os juizes, houve fome naquela terra...” (v. 1); posteriormente fala da fome, uma
tragédia natural para a família que a faz migrar para a terra de Moabe, logo fala de uma
tragédia familiar, a morte dos três varões da família, o que acelera o regresso de Noemi a
terra de Belém. Há toda uma argumentação nesta passagem, segundo o que mostraremos na
ilustração abaixo:
Vs 1 – 2: saída de Judá por causa da fome
Vs 3 - 5: mortes em Moabe
Vs 6 – 7: regresso a Judá por visita de Jeová
Todavia a presença real e evidente de Deus está um pouco na sombra. Não obstante,
como analisaremos na lição anterior, a soberania e o controle providente de Deus está
oculto em toda a narração de princípio ao fim e portanto, em todos os altos e baixos da
vida. A tragédia familiar desloca Noemi novamente e a desestabiliza no mais profundo de
seu apego. Consideremos o paralelo dos versos 3 e 5 a respeito:
Vs 3: Morreu Elimeleque, marido de Noemi ficou ela com seus dois filhos
Vs 5: Morreram também Malon e Quilion ficando assim a mulher
desamparada de seus dois filhos e de
seu marido
Lembramos que a tragédia familiar de Jó... Perdeu todos os seus entes queridos em
um só dia. “Também este falava ainda quando veio outro e disse: Estando teus filhos e
filhas comendo e bebendo vinho, em casa do irmão primogênito, eis que se levantou grande
vento do lado do deserto e deram nos quatro cantos da casa, a qual caiu sobre eles e
morreram, só eu escapei, para trazer-te a nova”. (Jó 1. 18-19). Tanto Noemi, como Jó
sabem que todas as coisas são determinadas por Deus, como disse o profeta Amós: Haverá
algum mal na cidade, a qual Jeová não havia feito: (3: 6).
É até o versículo 6 do capítulo aonde se expressa claramente a intervenção concreta
de Deus, o Deus de Noemi. “Então se levantou com suas noras e regressou dos campos de
Moabe, porque ouviu que Deus havia visitado o seu povo para dar-lhes pão” (v. 6).
Podemos notar que Deus que Deus salta visivelmente a cena em sentido de provisão, não
para permitir a tragédia natural, a fome; e a tragédia familiar, a morte. Mesmo que o que
temos reiterado, está à mão onipresente de Deus soberanamente tendo o controle sobre
todas as coisas.
O ocorrido não é pago por nenhum pecado, não é nenhum castigo ou uma ação familiar. As coisas simplesmente acontecem assim. Quando Jeová aparece no relato, é vinculado a uma ação redentora e não uma ação punitiva. Este traço é uma pista da ação de Deus nesta obra: Deus dá o pão... esta é a primeira aparição de Deus na obra, seu primeiro gesto (Ramirez, 2004, p. 48).
Em contraposição se apresenta o Senhor na cena em relação com a solução das
tragédias, não com a sua origem. Pelo que surge, para prover-lhes pão. Sua visita é para
mudar a circunstância. As duas tragédias pelas quais Noemi atravessou são a fome e a
morte. Deus se apresenta para dar-lhes pão e vida, segundo segue a narração deste livro, ou
seja, ele responde misericordiosamente as tragédias que seus escolhidos passara e oferece
descanso e esperança.
Desde que Noemi ouviu sobre a visita de Jeová a sua terra, acendeu uma luz de
esperança. Não sabemos como ou por que meio ela escutou esta boa nova, mas isso era um
novo começo para a sua vida. A visita de Deus está relacionada com o pão e o sustento,
supomos então que, a radiante luz que se acende para guiar os passos de Noemi na solidão
do caminho a Belém.
Como temos anotado, todas as coisas estão sendo dirigidas de forma milagrosa pelo
Senhor. Noemi se levanta para caminhar em direção à luz que ilumina o seu coração e
equilibra a sua vida, logo ao ouvir sobre a visita de Deus à terra da qual partiu anos atrás.
Em companhia de suas bondosas noras, caminha ansiosamente até a provisão, a seguir tenta
convencer a suas noras a não prosseguirem com elas, despede e profere a ela a bênção
“...Deus faça convosco misericórdia como tem feito com os mortos e comigo” (v. 8). Noemi
é uma mulher que confia em Deus, e está convencida que a atitude de suas noras é digna de
uma bênção da parte do Senhor.
E esta mulher tão sofrida, tem encontrado em Deus seu consolo e descanso. Sabendo
que suas noras, tem sofrido a separação de seus esposos, eleva um desejo piedoso como
uma oração em favor delas. Sua petição e anelo ao Senhor é que elas sejam consoladas e
sejam levadas ao descanso para seu ser da parte de Deus. “Os conceda Jeová que haveis
descanso...” (v. 9) Parece ser que este anelo é uma oração e uma apresentação das boas
novas de salvação e consolo em Cristo. Noemi está convencida e segura que só em Deus há
descanso, misericórdia e consolo, por isso é que fala a suas noras.
Primeiro pede a elas que voltem à casa de sua mãe, sempre com a esperança de que o
Deus de Israel as abençoe. Noemi elabora seu argumento em chave teológica, mesmo que o
planeje permanentemente com o que ela considera é impossível que aconteça para suas
noras. “... pois a mão de Jeová veio contra mim” (v. 13). Pelo menos não crê que haja
futuro para as suas noras, pelo menos como ela pensa.
Depois destas tragédias tão duras pelas quais tem passado a doce e prazerosa Noemi,
considera que sua vida é uma completa amargura. É interessante que a primeira alusão de
Deus no capítulo seja de graça e amor; dar-lhes pão. Uma argumentação é punitiva,
segundo o que confessa Noemi; o Senhor pesou sobre mim. Todavia, toda argumentação
deste diálogo de três mulheres como personagens protagonistas é a metade pelo maior
personagem, Deus. Sua presença real está no meio delas pelo qual, há uma forte razão para
continuar.
Um dos argumentos que usa para motivá-las a seu regresso é relacionado com a fé e a
crença delas. Pelo menos assim o deixa ver o relato, logo depois da partida de Órfa. “E
Noemi disse: Eis que tua cunhada voltou ao seu povo e aos seus deuses, volte também
como ela” (v. 15). Volta aos deuses dos moabitas. Devemos lembrar que os deuses eram
politeístas, portanto, eram pagãos. Mesmo que Noemi abençoa segundo o Deus de Israel,
lhes convida a voltar sob o cuidado de seus deuses.
Por que Noemi não convidou para descansar no Deus de Israel? Será por que se sente
um tanto impedida pela realidade de seu próprio sentimento? Diante desta interpelação tão
direta a fé e espiritualidade, Rute faz uma tripla afirmação, que analisamos nesta lição.
Semelhante confissão é como uma conversão desta mulher. É ali onde podemos dizer, é
aderida a terra, ao povo e ao Deus de Noemi. Nesse sentido, lhe são outorgadas identidade,
poder e fé.
É um tanto impossível identificar as motivações de Rute para esta forte confissão.
Todavia, podemos afirmar que se trata da misericórdia e a graça de Deus para com Noemi,
ao dar-lhe uma companhia em sua dor e um consolo na solidão. Bondade para com Rute ao
abraçá-la na terra e com o Deus de seu esposo falecido. E uma graça para todo Israel ao
incluí-la em seu povo como filha. “...assim me faça Jeová como bem lhe aprouver, a não
ser a morte me separar de ti” (v. 17).
Na tradução em inglês da Revised Standard Versión, lê-se este último em termos que dão a entender: Assim me faça Jeová e ainda me acrescente, se não a morte te separará de mim”. Isto implica que nem a morte as separaria, pois seriam sepultadas juntas. Mais tarde, ambas receberiam juntas. (www.labiblia.com).
A tripla confissão de Rute é um ato de conversão a Deus. Temos a segurança que isto
só pode ser possível pela ação misericordiosa do Senhor Jesus operando em seu coração.
Ele é quem acolhe os seus escolhidos e os recebe com especial ternura. Não importa que
seja uma moabita pecadora, diante de sua graça irresistível ninguém pode rejeitar. Podemos
ver desde uma interpretação alegórica, como logo da morte esta mulher é unida ao povo e
ao Deus de Israel. Foi necessária a morte de três homens para que se ouvisse sobre a visita
de Deus em Belém e foram trazidas a terra. Da mesma forma, só pela morte de Jesus, os
pecadores escolhidos, podem escutar a voz de Deus levando-lhes a cidade de abundância O
amor do Pai, a redenção do filho e a comunhão do Espírito Santo, nos é anunciado. Pela
morte de Jesus somos trazidos milagrosamente a sua casa a desfrutar de seu alimento.
“Farás uma mesa perante mim na presença de meus adversários; unges a minha cabeça
com óleo e o meu cálice transborda” (Sl. 23: 5).
Agora esta estrangeira tem um Senhor, o Deus de Israel. A misericórdia de Deus se
expressa em recebê-la em seu seio e acolhê-la terna e graciosamente. Sem mérito e nem
razões humanas, o Senhor nos faz lembrar que a única motivação para chegar a ele é a sua
misericórdia e seu descanso. Nossa miséria, aflição e desesperança é um dos meios usados
pelo Senhor para quebrantar nosso duro coração e vivermos para ele. O caso de Rute é
exemplar. Movida pela misericórdia do Senhor é trazida para perto do Todo Poderoso para
receber descanso e segurança. O relato comenta que chegaram a Belém perto da colheita.
Que nota mais melódica de sossego recebe estas turbadas mulheres! “e chegaram a Belém
no começo da sega da cevada” (v. 22).
E síntese, pode dizer que há vários contrastes e paralelos no capítulo, consideremos
alguns. Em nível geográfico: começa em Belém, termina em Belém, depois da estadia em
Moabe. Deixam a terra e termina na terra de saída. Em nível familiar: sai uma família e
chega a Moabe, posteriormente regressam algumas mulheres a Belém. Em nível simbólico:
saem da casa do pão por causa da fome e regressam a casa do pão, por causa da
abundância. A doçura se torna em amargura e a amargura em doçura. Elimeleque, o rei,
morre e vivem guiadas pelo verdadeiro Rei: Jeová. A tragédia natural à fome e a familiar, a
morte, recebe recompensa em Deus, o Deus de toda provisão e vida. O anterior, pode
apreciar de maneira comparativa como segue:
Paralelos e Contrastes
Começo Meio Fim
Começam em Belém Em nível geográfico:
Permanecem em Moabe
Terminam em Belém
Uma família de Belém (4) Em nível familiar:
Uma família vive em Moabe
Vem 3 mulheres a Belém
Em nível simbólico:
Belém: casa do pão, pela fome Moabe para sobreviver Belém: pela abundância
Noemi: uma doce mulher em Belém E Moabe é amargurada Em Belém recebe doçura
Elimeleque é seu protetor Em Moabe seu rei morre Guiada pelo Deus Rei
Vive em sua terra com sua família Vive a tragédia Deus da provisão e vida
Nesse sentido, a narração é elegante e dinâmica, cheia de diálogos, encontros,
despedidas, dor, morte, caminhadas, realidades, novidades. A mão e o olho invisível de
Deus sustenta as cordas da vida de seus filhos. A fidelidade de Rute contrasta com a atitude
de Órfa. A morte do esposo e dos filhos de Noemi é substituída pela companhia fiel de sua
nora Rute. O relato é circular, progressivo, vivo e cheio de realidades. Como a fome, a
morte, o deslocamento, a dor, a aflição a amargura. Em todas estas difíceis emoções se
percebe e vê a mão do Todo Poderoso. Esta realidade espiritual da providência fiel e
misericordiosa imerecida, objeto e quem são trazidos a terra da promessa, ao povo
escolhido e ao Deus da vida.
LIÇÃO 2.
MISERICÓRDIA E DESCANSO
TRABALHO PESSOAL
Atividades
Realiza as atividades do Registro de Observação e Análise do Capítulo um.
Contesta com cada um dos interrogantes correspondentes ao tema da lição.
Por favor, reflita, medita e aplique as lições da vida cristã aprendida.
Parte 1
Registro de Observação e Análise do Capítulo 1
Leia o capítulo um de Rute, identifique a ação cuidadosa e provedora de Deus como
pastor, guia e provedor de todas as coisas. Sublinhe com cores.
Laranja: Noemi e o que se relaciona a ela.
Verde: Rute e os fatos relacionados a ela.
Café: Ações relacionadas com a terra, o povo e a propriedade
Negro: a incompreensão dos personagens pelas obras do Senhor
Violeta: as promessas
Roxo: as instruções e admoestações
Vermelho: Boaz e os fatos relacionados a ele como parente redentor
Roxo: as instruções e admoestações
Amarelo: os fatos que se relacionam com a graça e a bondade de Deus para com elas
Rosa claro: símbolos, exemplos e comparações
Uva: Contraste e contradições
Identifique o título do capítulo em chave teológica. O título deve refletir e tema
central do agir de Deus como protetor, escreva o versículo central do capítulo. Nas
margens, escreva, observações comentários, divisões, subtítulos e idéias importantes.
Título do Capítulo: ____________________________________________________
Versículo Chave_______________________________________________________
“Nos dias em que julgavam os juízes, houve fome na terra; e um homem de Belém de Judá
saiu a habitar na terra de Moabe, com sua mulher e seus dois filhos. Este homem se
chamava Elimeleque e sua mulher Noemi, os filhos se chamavam Malom e Quiliom,
efrateus de Belém de Judá; vieram as terras de Moabe e ficaram ali.
Morreu Elimeleque, marido de Noemi; e ficou com ela e seus dois filhos, os quais casaram
com mulheres moabitas; era o nome duma Órfã e outra Rute; e ficaram ali quase dez anos.
Morreram também ambos, Malom e Quiliom, ficando assim desamparada a mulher de seus
dois filhos e de seu marido. Então se dispôs ela com suas duas noras e voltou da terra de
Moabe, porquanto, nesta ouviu que o Senhor se lembrara do seu povo, dando-lhe pão. Saiu,
pois ela do lugar onde estivera e indo elas caminhando de volta para a terra de Judá, disse-
lhes Noemi: Ide, volte cada uma a casa de sua mãe; e o Senhor use convosco de
benevolência, como vós usastes com os que morreram e comigo.
O Senhor vos dê que sejais felizes, cada uma em casa de seu marido. E beijou-as. Elas
porém choraram em alta voz, e lhe disseram: Não, iremos contigo ao teu povo. Porém
Noemi disse: Voltai minhas filhas, por que ireis comigo? Tenho eu ainda no ventre filhos,
para que vos sejam por maridos? Tornai minhas filhas, ide-vos embora, porque sou velha
demais para ter marido. Ainda que eu dissesse, tenho esperança, e ainda que esta noite
tivesse marido e houvesse filhos, esperariam até que viessem a serem grandes? Não,
minhas filhas, porque por vossa causa a mim me amarga o ter o Senhor descarregado contra
mim a sua mão. Então de novo choraram em alta voz; Órfa com um beijo se despediu de
sua sogra, porém Rute se apegou a ela.
Disse Noemi: Eis que tua cunhada voltou ao seu povo e aos seus deuses; também tu voltas
após a tua cunhada. Disse porém Rute: Não me instes para que te deixes e nem obrigue a
não te seguir; porque aonde quer que, irei eu, aonde quer que pousares ali repousarei, o teu
povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. Onde quer que morreres, ali morrerei e serei
sepultada, faça-me o Senhor o que lhe bem aprouver, se outra coisa que não seja a morte
me separar de ti.
Vendo pois Noemi que de todo estava resolvida a ir com ela, deixou de insistir com ela.
Então ambas se foram, até que chegaram a Belém; sucedeu que ao chegarem ali, toda a
cidade se comoveu por causa delas, e as mulheres diziam: Não é esta a Noemi? Porém ela
lhes dizia, não me chame de Noemi, me chame de Mara; porque grande amargura me tem
dado o Todo Poderoso. Ditosa eu parti, porém o Senhor me fez voltar pobre; por que pois
me chamareis de Noemi, visto que o Senhor se manifestou contra mim e o Todo Poderoso
me tem afligido?
Assim voltou Noemi da terra de Moabe, com Rute sua nora e chegaram a Belém no
princípio das segas da cevadas”.
Escreva as impressões preliminares que tem em relação a esta lição em chave bíblica
no espaço a continuação
PARTE 2
Questionário para o estudo indutivo do Capítulo Um
1. O que podemos aprender sobre a misericórdia de Deus?
2. Como podemos falar de sua justiça?
3. Por que Deus aparece em uma ação salvadora e não punitiva?
4. O que implica a fome e a morte na disciplina de Deus para seus filhos?
5. Como o Senhor responde as duas tragédias desta mulher?
6. Escreva sobre o significado dos nomes dos protagonistas da história.
7. Que relevância tem os nomes para o desenrolar da história?
8. Qual é o grau de parentesco que havia entre os moabitas e os judeus?
9. Quais relações caracterizam o parentesco de Noemi e Rute?
10. Quais lições que aprendemos sobre a vida cristã?
11. Quais princípios são encontrados sobre a misericórdia de Deus?
12. O que aprendemos sobre família?
13. Qual é o mais relevante em relação às despedidas?
14. Estabeleça diferenças entre as atitudes de Órfa e Rute.
15. Qual deve ser o nosso modo de tratar os desprezados e viajantes?
“Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai para a terra que te mostrarei.
De ti farei uma grande nação e te abençoarei e engrandecerei teu nome, e tu serás
uma bênção. Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te
amaldiçoarem; de ti serão benditas todas as famílias da terra”. (Gn. 12: 1-3).
LIÇÃO 3
ELE É JEOVÁ TEU PROTETOR
Depois de analisarmos o capítulo um do livro de Rute, passamos a observar o capítulo
dois. Da mesma forma, começaremos a dinâmica da redenção desde o ponto de vista
teológico. O qual indica que analisaremos os elementos do capítulo que apontam
diretamente a soberania e o cuidado eterno de Deus para com seus filhos. Neste sentido,
compreenderemos o aspecto do caráter, a essência e verdades eternas relacionadas a Deus,
porém marcados dentro da providência fiel e carinhosa de Deus para com seus filhos.
Desde esta ótica é importante aprofundar em princípios que nos permitam descansar em sua
misericórdia provedora na vida de cada um dos seus filhos.
Nosso Deus , o qual falamos na primeira lição, é protetor, cuidadoso e provedor. Isto
implica que não controla detalhes para entendermos a sua graça fiel, sustenta e provê para
os seus, mesmo sendo pecadores. Ao estudar este capítulo, meditaremos na graça, refúgio e
provisão de Deus para Rute e Noemi e portanto, para todos os seus filhos. Da mesma
maneira, é possível identificar as dinâmicas extraordinárias e o cuidado sobrenatural da
parte de Deus para revelar a nós a sua bondade que se renova a cada manhã. Disso, dará fé
no desenvolvimento desta lição.
Relacionaremos os três subpontos deste tema, aos respectivos símbolos que podemos
empregar para compreender a realidade teológica de sua forma de agir para com os seus.
Nesse sentido, é fácil conhecer a realidade da graça misericordiosa e de seu refúgio seguro
garantido e de sua provisão para cobrir abundantemente as necessidades de seus filhos, os
quais, está aproximando bondosamente a sua casa e salvação. Por meio deste tema, oramos
para que o cristão possa descansar cheio de confiança no Senhor de todo cuidado, proteção
e fidelidade.
3.1. HÁ GRAÇA EM SEUS OLHOS
Na lição anterior, estudamos até quando Rute e Noemi chegaram dos campos de
Moabe e se instalaram em Belém no princípio da colheita da sega da cevada. Com esta
imagem de localização, segurança, chegada, saudação e colheita ficam em nossa visão. Por
isso ao começar esta seção, o narrador mostra o desenvolvimento da história como um dia
normal na vida destas mulheres. Logo do espanto que causa nas mulheres de Belém por
causa da aparência de Noemi e do rompimento do silêncio desta, frente a sua dor,
retomaremos o amanhecer do novo dia para as duas novas cidadãs na aldeia de Belém.
Supomos que há expectativa, por causa do aroma da cevada fresca dos compôs,
convida ao trabalho e alimenta a esperança de sustento. Elas estão convencidas que sua
chegada é oportuna para o começo da colheita. E o narrador se limita em mostrar uma
pequena introdução de transição, relacionada com o parentesco de Noemi com Boaz, que se
será o personagem principal de neste capítulo. Logo procede a indicarmos as atividades que
fazem essas duas mulheres hábeis e fortes com o ânimo de mostrar seu dia a dia em Belém.
É interessante notar como o narrador se refere a ela, como Rute, a moabita. “E Rute, a
moabita disse a Noemi...” (v. 2) Parece ser propositalmente, a atitude que produz para os
judeus sua relação com estrangeiros, ou talvez queira ressaltar a graça de uma estrangeira
estar em Belém. Como no capítulo um, novamente, Rute se dirige a sua sogra em termos de
súplica. “...rogo-te que me deixes ir ao campo...” (v. 2). No capítulo um, Rute suplica a sua
sogra que permita estar com ela, por onde ela for, agora, Rute suplica a sua permissão para
ir ao campo. Um dos primeiros instantes, aparece a sujeição de Rute para com sua sogra.
Ela aprendeu a submeter a sua sogra, figura de autoridade e respeito. Sabe a importância de
prestar contas a alguém, por isso não sai sem a sua permissão. Também é importante
reconhecer a atitude de como se dirige a ela. Em relação à amabilidade, carinho e sujeição,
novamente podemos referir pelo diálogo que a relação entre sogra e nora é amorosa.
Logo da respectiva fórmula de amabilidade e cortesia lhe comunica o propósito de sua
ida ao campo. “...e apanharei espigas atrás daquele que me favorecer” (v. 2). Rute, uma
mulher trabalhadora e abnegada não quer perder tempo para trabalhar, sabe que a colheita
começou e está disposta a sair a trabalhar. Percebemos em sua atitude uma diligência
admirável. Talvez, Rute foi informada por sua sogra dos direitos dos pobres em relação à
colheita, ou seja tem conhecimento das leis que pode recorrer para fazer valer seu trabalho.
Na legislação estabelecida por Deus para o povo de Israel, existem pelo menos quatro
leis com alto sentido social. Estas são: o ano de Jubileu, o ano Sabático e o da primícia.
Cada uma das instituições judias devia ser tida em conta para poder desfrutar da bênção
fraternal e de justiça entre irmãos. De maneira especial, estas leis estavam encaminhadas a
proteção e a atenção das necessidades básicas dos pobres, das viúvas, dos órfãos,
estrangeiros. O objetivo era legislar em favor desses, para evitar as injustiças sociais e
econômicas, também para amparar o patrimônio familiar, a misericórdia e igualdade entre
irmãos.
A lei das primícias também foi estabelecida para instituir justiça social sobre o pobre,
o estrangeiro, a viúva e o órfão. Era parte do código da santidade (Lev. 19: 1-18). As
exortações eram agrupadas em cinco grupos maiores, cada um com cinco princípios. Os
primeiros cinco instituem a Lei das Primícias. As quais são: quando chega a época da
colheita, 1) não colherás até o último canto dela, 2) nem espigarás tua terra segada; 3) e não
rebuscarás tua vinha; 4) não recolherás o fruto caído de tua vinha; 5) para o pobre e o
estrangeiro o deixarás. Eu sou o Senhor o vosso Deus, (Lev. 19: 9-10)
(www.conozca.com).
O código de Deuteronômio da mesma maneira instituiu a Lei das Primícias, porém
acrescentou que a quantidade que se desejava devia ser generosa. Incluiu a viúva e o órfão,
junto com o estrangeiro, como beneficiários da lei. Em Deuteronômio, a Lei das Primícias
é justificada porque deviam lembrar que eram “escravos na terra do Egito” (Dt. 24: 19-22)
(Ibid).
Depois de conhecer a legislação a favor dos pobres e necessitados, Rute está disposta
a fazer valer para seu próprio bem e de sua sogra. Podemos considerar que Rute tem os
benefícios desta lei social, por ser pobre, viúva e estrangeira. Faz parte de três grupos
sociais. Nesse sentido, é uma defensora, dos benefícios, dos quais tinha direito. Temos de
considerar a graça de Deus que a acompanha para este propósito, sem a qual seria
impossível ter acesso a esse. Rute está disposta a sair ao campo, não como uma turista, mas
sua atividade era definida pela súplica que faz a sua sogra. Rute tem atitude como uma
serva, toma a posição dos pobres e reivindica esse direito.
De vital importância é a resolução que novamente se manifesta em relação ao
trabalho. Também a fé e segurança que se expressa, que irá atrás de quem lhe der graça,
não ia atrás de quem a menosprezasse. Ela está convencida que exista a graça, e portanto,
alguém que se compadeça dela e permita colher alimento.
Rute está falando em termos evangélicos da graça. Rute conhecia a legislação do
povo de Israel? Sabia que era necessária a graça para ter êxito neste propósito? Rute está
falando da graça de Deus, a qual leva a redenção? O que sabemos é, que ao ser trazida por
Deus a Belém, está sendo maravilhosamente guiada pelo Senhor em todas as coisas a
segurança de coração, que o Deus de Israel guia e sustenta seus passos.
Noemi cede a humilde e respeitosa petição de sua nora e lhe permite ir a espigar. “E
ela respondeu: vá minha filha” (v. 2) Saiu Rute ao campo guiada pelo Senhor, chega ao
campo de Boaz, parente de Elimeleque, esposo de Noemi que vê a misericórdia e a graça
do Senhor sobre ela. Primeiro, a graça do Senhor se manifesta ao receber o aval de Noemi
para ir a espigar, logo ao ser guiada ao campo de Boaz e ser recebido pelos trabalhadores e
pelo administrador da colheita. Posteriormente, ao ser vista por Boaz é bem recebida e
atendida como uma pessoa especial. Tanto assim, que ela mesma surpreende. “então ela,
inclinando o seu rosto em terra e lhe disse: Como é que me favoreces e fazes caso de mim,
sendo eu estrangeira?” (v. 10).
Tal pergunta é bem interessante, Rute reconhece que não havia nela, mérito algum
para receber alguma benfeitoria da parte de Boaz. E expressa sua indignidade, falta de
capacidade e miséria, como para ser tão bem aceita. Observamos a atitude de Boaz que é
piedosa para com a viúva pobre e estrangeira que ela mesma se surpreende. Neste sentido,
devemos refletir sobre a graça do Senhor. Uma das características da graça de Deus para os
miseráveis pecadores é que é totalmente imerecida, totalmente gratuita.
O que Rute percebe é a irresistível graça divina a seu favor. Não há razão humana
para esta bênção! Somente a misericórdia soberana do nosso Deus nos faz participantes
deste presente. Desde o ponto de vista de Rute, não haveria razão para ela, desde o ponto de
vista de Deus, é uma decisão terna e compassiva para os seus amados. Nos amou sem
merecermos, nos alcançou, sendo pecadores, nos olhou, sendo seres desprezáveis. O ponto
questionável de Rute é a atitude de todo o verdadeiro filho de Deus que é alcançado pela
graça do Senhor: Por que eu? Não sou digno? Não pode ser?
Contrária a atitude arrogante de muitas pessoas que se consideram dignas da graça de
Deus; Rute manifestava sua indignidade e espanto diante de tanta generosidade, que
pergunta a seu benfeitor: por que eu? Tua graça me surpreende não por ti, mas sim pelo
meu pecado,pelo qual não sou digna. Atitude extraordinária que descreve a bênção da
soberana escolha dos seus para a salvação.
Logo depois do espanto da irresistível graça imerecida a seu favor, manifesta a
segurança e convencimento da mesma. “Disse ela: Tu me favoreceste muito, senhor meu,
pois me consolaste e falaste ao coração de tua serva, não sendo eu tida como uma das suas
servas”. (v. 13) Reconhece novamente sua posição, mas aceita a bênção de Deus ao olhá-la.
Uma das atitudes dos senhores para com seus escravos, é que estes não são dignos nem de
serem olhados. Não obstante, Rute manifesta uma ou outra vez, como a graça de Deus tem
sido tão evidente em sua vida, que tem sido olhada pelo seu senhor, nesse caso é Boaz.
Ao chegar em Belém, às mulheres associam Noemi e Rute como mulheres
abandonadas, estrangeiras. Agora recebe um olhar que muda sua perspectiva de vida, a
graça do dono. O que faz a diferença entre o nosso estado anterior e atual, nos filhos de
Deus é o seu olhar cheio de graça. Seus olhos confortadores valorizam a nossa condição, só
quando somos olhados pelo Senhor recebemos a bênção de seu olhar. Seus olhos produzem
um duplo reconhecimento em seus filhos: do que é Deus e o que somos sem Ele.
3.2. HÁ REFÚGIO EM SUAS ASAS
Logo depois desta linda cena de amor e perdão, podemos considerar outros aspectos
da bênção com a qual somos beneficiados e trazidos a seu campo; seu refúgio. Rute anelava
um refúgio secreto no qual a amparasse e sua querida sogra. Depois de caminhar, buscar e
esperar, Deus através de Boaz, dá essa bênção a elas. É importante a forma como se
descreve a passagem da recepção de Boaz a esta mulher estrangeira.
Depois que Rute chegou a propriedade de Boaz, solicita ser admitida como
espigadora. O capataz da fazenda dá permissão. Não obstante, ao chegar Boaz, é informado
sobre a mulher estranha e se dirige a ela. São interessantes as palavras com as quais se
dirige a moabita. “Então Boaz disse a Rute: Ouve filha minha...” (v. 8) a linguagem que foi
usada é paternal e terna, aceitando-a como filha. Podemos falar da adoção desta humilde
estrangeira como sua filha, a graça é evidente na adoção, agora Rute tem um refúgio
naquele que a reconhece como filha, isto indica que ela encontrou um pai.
Outra expressão da bênção que recebe Rute é ser conhecida por Boaz. “Respondeu
Boaz: Bem me contaram tudo quanto fizeste a sua sogra, depois da morte de seu marido...”
(v. 11). Em primeiro lugar, Boaz não a trata como uma desconhecida, depois de tratá-la
como filha, o qual indica sua nova relação e posição, agora manifesta seu conhecimento,
isto é, te conheço, antes que viesse a me conhecer.
Não só conhece de quem é ela, mas do que fez e como tem sofrido. É interessante,
como ao sermos trazidos por Deus a Jesus, ele nos expressa seu amor acolhedor ao revelar
sua adoção e seu conhecimento. Lembramos que uma das razões pela qual chegamos a
Cristo, é pelo prévio conhecimento que no amor do Pai, Ele teve de nós.
Outra verdade presente nesta narração, a qual descreve a maneira de como é Deus é o
nosso refúgio, é a verdadeira motivação que temos para chegar a Cristo. Boaz sabe e
reconhece o desapego que Rute teve para com a sua família e de sua terra. Também a dor
pela qual tem passado e as tragédias e perdas que enfrentou. “...deixou teu pai e a tua mãe e
vieste a um povo que não conheces” (v. 11). Nada está oculto diante dos olhos de Boaz, não
há nenhum sinal de reprovação ou questionamento da parte dele. Só há amor, graça,
aceitação e proteção.
Esta história vem nos falar de como devemos ter atitude de verdadeiro
desprendimento das relações familiares e materiais para poder desfrutar das bênçãos
espirituais. “Se alguém vier após mim, e não aborrecer pai, mãe, irmão, irmã, mulher,
filhos e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo, e o que não leva a
cruz e vir após mim, não pode ser meu discípulo” (Lc. 14: 26-27). Isto indica o alto grau de
implicação ao ser seguidores de Jesus. “Assim pois que qualquer um de vós que não negar
a si mesmo, não pode ser meu discípulo” (Lc. 14: 33). Neste caso, só são os discípulos de
Jesus aqueles que são chamados.
Rute e como os doze discípulos ou outros personagens da Bíblia, nos dá a entender e
identificá-la como uma verdadeira seguidora de Cristo. Ela foi capacitada para deixar tudo,
por amor do Senhor. Como Abraão deixou a sua terra e a sua família para conseguir a vida
eterna. “Pela fé Abraão, sendo chamado obedeceu para ir ao lugar que havia de receber
por herança e saiu sem saber a onde ia”. (Hb. 11: 8). Por isso, a fé posta por Deus os levou
a segurança e salvação em Jesus.
A atitude de Rute é admirada e elogiada por Boaz, e também profere uma bênção da
parte do poderoso Deus: “O Senhor retribua o seu feito e seja cumprida a promessa do
Senhor Deus de Israel, sob cujas asas vieste buscar refúgio” (v. 12). O que ele faz é
afirmar a bênção que é objeto de Rute pela graça com qual é olhada. Uma vez é recebida
pela graça, se faz merecedora da recompensa. O que fez Rute para ser recompensada? A
resposta é, nada. O único motivo da bênção para ela é a graça com a qual foi aceita e
reconhecida por parte do parente redentor.
E Boaz reconhece que está acolhida pelo Deus de Israel, agora está desfrutando do
refúgio que só o Deus da história pode outorgar a quem Ele quer. As palavras que usa,
indica uma ação paternal. “... cujas asas, vieste buscar refúgio” (v. 12), isso nos fala de
refúgio e segurança, está sendo protegida por sua graça poderosa e pode confiar e descansar
sobre sua cobertura.
A figura das asas de Deus para os seus seguidores, é significativa para prover
descanso e proteção. O salmista recorre a esta figura para a proteção em meio às tormentas.
“Guarda-me como a menina de teus olhos. Esconde-me debaixo de tuas asas” (Sl. 27: 8).
“Tenha misericórdia de mim ó Deus, tem misericórdia de mim, por que a minha alma tem
confiado em ti, as sombras de tuas asas encontrei abrigo até que passem minas
iniqüidades” (Sl. 57: 1) Fala da segurança que há debaixo de suas asas. “Eu habitarei em
teu tabernáculo para sempre, estarei seguro debaixo de suas asas”. (Sl. 61: 4). “Cobrir-te-á
com as tuas penas e sob suas asas, estarás seguro”. (Sl. 91: 4).
Portanto, a afirmação de Boaz para Rute indica o forte refúgio que ela encontrou, ou
seja debaixo da proteção do Deus de Israel. A proteção do Senhor para ela, se manifesta em
ser alcançada pelo olhar do proprietário e ser refugiada em seu campo como espigadora. Já
não é como uma desconhecida e solitária mulher estrangeira. Agora tem certeza de estar
segura sob as asas protetoras do dono do campo. As asas indicam segurança, proteção, mas
também tem uma idéia de combate. Alguém a protege e a defende.
No sentido espiritual, podemos reconhecer que ao sermos trazidos pelo Senhor, somos
cobertos pela sua graça, a qual indica aceitação, reconhecimento e adoção. Também somos
cobertos pelas asas do Senhor, o qual indica, segurança, proteção e defesa. Já não estamos
desamparados, temos um poderoso e seguro refúgio nele. Não lutamos por nossa conta,
temos quem peleja por nós e nos defende de qualquer que seja a aflição. Nos parece escutar
no coração de Rute as palavras de Boaz: “não te preocupes, porque tem sido aceita em meu
campo, de agora em diante cuidarei de ti e te cobrirei, confia em mim”.
O que ela deve fazer é descansar seus cuidados, aflições e tragédias. Sob as suas
fortes asas há segurança. Confiar nas palavras inspiradoras que saem dos lábios deste varão.
Nesse sentido, Rute começa a colher bênçãos da firme decisão, guiada pelo Senhor de estar
com Deus de Noemi, seguí-lo e servi-lo. Essa palavra de confiança em seu regaço, recebe
quem temos sido chamados de filhos.
3.3. HÁ PROVISÃO EM SUA EIRA
Uma bênção mais que recebe esta mulher coberta de graça é a provisão. No capítulo
um, fomos testemunhas da provisão que ela passou junto de Noemi. Agora pode ser cheia
da provisão pelo dono da propriedade. Boaz não só recebe Rute e lhe permite colher
espigas em seu campo, também de sua própria mão com generosidade. Consideremos em
mais detalhes, o concernente a esse aspecto, segundo apresenta a narração.
É interessante que um dos temas centrais da história bíblica de Rute seja a comida.
Apresenta vários matizes a abordagem do tema. Começa dizendo, que há fome em Belém e
uma família sai aos campos de Moabe em busca de sustento. “Aconteceu que nos dias em
que governavam os juízes , houve fome naquela terra e um homem de Belém de Judá foi
morar nos campos de Moabe, ele, sua mulher e seus dois filhos” (1: 1)
Logo nos localiza na noticia de provisão que Noemi recebe a respeito da visita de
Deus a Belém para dar-lhes pão “... porque ouviu no campo de Moabe que Jeová havia
visitado Belém para dar-lhes pão” (1: 6). Chega a Belém na época da colheita, dando
esperança de sustento durante a colheita. “... e chegaram a Belém no começo da sega da
cevada” (1: 22) Belém é chamada de casa do pão, mas por um período enfrentou a crise da
fome, agora há provisão, nesse sentido a história está cheia de apontes históricos, teológicos
e contextuais sobre o alimento, a produtividade e o sustento. Agora nesta parte da análise
do capítulo, passaremos a estudar a vitalidade que reveste o sustento.
Através da Bíblia e a vida humana é de grande importância a provisão do alimento.
“E Deus disse a Moisés: Eis aqui farei chover pão do céu, e o povo recolherá a porção de
um dia, para que eu o prove se andam em minha lei, ou não” (Ex 16: 4). “Que faz justiça
aos necessitados e que dá pão aos famintos” (Sl. 146: 7) Deus se apresenta próximo aos
famintos para dar-lhes pão e sustentá-los com sua generosa providencia.
E o tema do sustento tem conotações teológicas e de sobrevivências. Jesus é o pão da
vida. “Jesus lhes disse: Em verdade em verdade vos digo: Não os deu Moisés o pão dos
céus, mas meu Pai os dá o verdadeiro pão do céu. Porque o pão de Deus é aquele que
desceu do céu e dá vida ao mundo” (Jo. 6: 32-33). “Jesus lhes disse. Eu sou o pão da vida;
aquele que vem a mim jamais terá fome e o que vem a mim jamais terá sede”. Jesus é o
verdadeiro alimento do cristão, sua palavra alimenta a seus filhos e lhes dá vida abundante.
Pelo qual temos de anelar se alimentar por sua valiosa verdade a qual nos sustenta e nutre
para seguí-lo.
Nesse sentido, o tema do alimento, no livro de Rute é semelhante à sobrevivência e o
sustento espiritual. Daí a importância de seu estudo. Rute e Noemi põem em evidencia a
importância de ter sustento para ter forças para sobreviver. O capítulo um terminou
indicando a época da colheita. Com esta frase de transição, começamos o capítulo dois.
Inicia-se com tema do sustento. Rute imediatamente se levanta com a idéia de ir colher
espigas. “Disse Rute a Noemi: Rogo-te que me deixes ir aos campos para buscar
espigas...” (v. 2) A necessidade de alimento as mobiliza, ao receber aprovação de sua
sogra sai ao campo. “... ela respondeu: Vá filha minha” (v. 2)
O rumo é desconhecido pela protagonista da história, mas não para Deus quem dirige
seus passos. É recebida nos campos de Boaz que manifesta a sua graça ao recebê-la e
compartilhar com ela. Em sua eira há alimento e um banquete, Boaz lhe ordena a não ir a
outro campo a colher espigas, mas seguir com suas criadas no trabalho. “Então Boaz disse a
Rute: Ouve, filha minha, não vás colher espigas em outros campos...” (v. 8). Rute já tem
um lugar fixo aonde possa trabalhar, ali estará segura, protegida e será grandemente
abençoada. O dono da fazenda lhe acolheu. Ele ordenou para que ninguém a molestasse,
mas que seja reconhecida e se lhe permita dignamente trabalhar.
E ele mesmo lhe provê o alimento. Da porção que tem todos os seus obreiros, ela
pôde saciar. Com liberdade pode ir tomar o alimento que precisa. “... e quando tem sede, vá
a vasilha e bebe a água que sacia os criados” (v. 9) Uma das necessidades que cobre este
virtuoso homem é a oportunidade de trabalhar e o alimento necessário para tal fim. Podia
saciar sua necessidade de água e beber quanto precisasse.
Lembramos que Jesus se apresenta como água viva que sacia a nossa sede.
“Respondeu-lhe Jesus: Se conhecesse o dom de Deus e a quem te pede: dá-me de beber, tu
lhe pedirias e ele te daria a água viva” (Jo. 4: 10), e acrescenta: “Aquele que crê em mim,
como diz a Escritura, no seu interior fluirão rios de água viva” (Jo. 7: 38). O que esta
mulher recebe é a água que sacia a sua sede de proteção, proteção e descanso. Já não tem
que andar fatigada em bisca de água para a sua vida, em Jesus há essa fonte de água viva.
Sua água refrigera, sacia e satisfaz. E limpa e renova todo o nosso abatido ser. Nesta frase
está a expressão da graça.
Rute agora tem trabalho e água para beber. Maravilhosa bênção! É muito importante
ver que enquanto Rute trabalha sem descanso, Boaz está preocupado em suprir suas
necessidades. E assim como a convida para que participe na igualdade de condições a seus
servos. “À hora de comer Boaz lhe disse: Achega-te para aqui e coma do pão e molha no
vinho o teu bocado...” (v. 14). A sua atitude para com ela, é paternal, está interessado em
alimentar a nova espigadora.
Esta cena nos faz lembrar de Jesus como pastor, provendo para seus filhos. “E tomou
Jesus aquele pão, e havendo dado graças, o partiu entre os discípulos entre os que estavam
recostados e também igualmente os peixes, quanto queriam” (Jo 6: 11). Seu cuidado
amoroso é uma prova de amor e por isso que ele se apresenta como o bom pastor. “O
Senhor é meu pastor e nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me
mansamente as águas tranqüilas, refrigera a minha alma, guia-me pelas veredas da justiça
por amor do seu nome” (Sl. 23: 1-3). Ao alimentar aos seus, nos testifica de seu amoroso
cuidado e de sua generosa presença. Quem dele se alimenta, não terá fome jamais. Seu
alimento é eficaz para suprir todas as nossas necessidades mais além do que esperamos ou
anelamos.
Rute simplesmente obedece e se sujeita a este carinhoso convite “... e ela se assentou
junto dos segadores e lhe deu grãos tostados de cereais...” (v. 14). Podemos imaginar que
Rute nunca fora tão bem tratada dessa forma, não só recebeu permissão para trabalhar no
campo, mas como também recebeu alimento. Como um pai amoroso, foi acolhida e
alimentada pelo Senhor, isso indica a soberano da decisão e a graça desse detalhe de
bondade e generosidade.
Outra das maravilhas de semelhante ação é a generosidade com a qual foi atendida
esta mulher. Tanto assim que comeu e lhe sobrou. “... e comeu até que saciou e lhe sobrou”
(v. 14). Esta cena é muito gratificante, faz-nos recordar que o Senhor nos sustenta com a
abundancia de sua generosa provisão. Rute não é a exceção. Foi alimentada e saciada como
uma demonstração da graça insuperável do Deus de Israel.
Rute encontra refugio debaixo das asas do Deus de Israel, ele a tem saciado . Em
várias ocasiões em muitas passagens bíblicas nos indica sua soberania ao prover e satisfazer
seus filhos. “Comeram e saciaram, lhes cumpriu pois o seu desejo” (Sl. 78: 29).
“Respondeu-lhes Jesus: Em verdade em verdade vos digo que me buscais não porque vistes
sinais, mas porque comeste o pão e saciastes” (Jo. 6: 26). O ser saciado indica satisfação,
abundância e riqueza em suprir as necessidades vitais de seus filhos. Bem aventurados os
que têm fome e sede de justiça, porque eles serão saciados” (Mt 5: 6).
A abundante provisão de alimento para ela se percebe sensivelmente pelo que se
sobrou. Como na alimentação da grande multidão, sobrou do que foi servido. “E comeram
e se saciaram e recolheram o que sobrou dos pedaços, doze cestos cheios” (Mt. 15: 37).
Rute assim que terminou de comer ficou satisfeita.
E nesse contexto, Boaz ordena a seus trabalhadores que não molestem a Rute e que
deixem cair mais do que o costume para os pobres, órfãos e viúvas, Boaz vai mais além da
lei. Pelo que podemos deduzir uma demonstração de infinita graça e bondade para que sem
segue. “... e deixai-as para que as apanhe e não a repreendais” (v. 16) Rute tem sido
grandemente abençoada neste longo, porém frutífero dia de trabalho. Estas são algumas das
ações paternais, maravilhosas de Boaz para com Rute.
v. 9 Mandou os criados para que não a molestassem Respeito
v. 15 Boaz mandou a seus criados para não a envergonharem Dignidade
v. 16 Boaz ordenou a seus criados para que não a repreendessem Segurança
Ao terminar a jornada, calcula-se o que se produziu no dia, por isso a colheita tem
sido mais que abundante. “Colheu espigas no campo até a noite, debulhou o que apanhara
e foi quase um efa de cevada”. (v. 17). Parece indicar que ela colheu uns vinte quilos de
grãos de cevada durante um dia. Isto é uma quantidade considerável, o qual indica a bênção
de Deus para ela e a diligência responsável de Rute em seus afazeres diários. Deu prova de
sua capacidade de trabalho e força. Rute pode testemunhar da abundante misericórdia de
Deus para ela e sua sogra.
Depois de limpar o grão recolhido, carrega essa quantidade até a casa de sua sogra.
“Tomou o saco e veio à cidade e viu a sua sogra o que havia apanhado; também depois o
que lhe sobejara depois de fartar-se, tirou e deu a sua sogra” (v. 18). É muito significativa
a bênção que Rute tem recebido em seu primeiro dia de trabalho como apanhadora de
espigas, recolheu mais do que normalmente apanha um segador. Ao chegar à casa de sua
sogra, de onde saiu na parte da manhã, chega carregada de informação sobre a misericórdia
e proteção de Deus para com ela. Compartilha com a sua sogra todas as bênçãos e se
deleitam as duas nestas boas novas de sustento e bênção.
Sai em busca de comida e volta com abundante sustento alimentício, como para uma
semana. Também lhe traz algo para comer do que sobrou de seu almoço, este gesto de Rute
é muito especial. Ela tem sido responsável em compartilhar não só os atos sobressalentes,
mas também no alimento, o qual foi surpreendida. Esta forma Noemi desfruta das boas
notícias da provisão de Deus para a sua nora, enquanto prova das delícias alimentícias da
cena que compartilhou com Rute.
Nesse sentido, o capítulo, o capítulo começa e termina falando de alimento. Ela
demonstrou obediência a Boaz apanhando espigas em seu campo, até o final da colheita da
cevada e do trigo. “Assim passou ela na companhia das servas de Boaz, até que a sega da
cevada e do trigo se acabou” (v. 23). A provisão de que é objeto da graça de Deus é tão
importante que nos indica segurança no lugar de trabalho, a soberania do Senhor em prover
para elas a responsabilidade de Rute em sua diligência para a colheita dos grãos.
Quem é trazido pelo Senhor a sua eira, recebe a bênção generosa e permanente de sua
provisão. Desfrutam das delícias de seu banquete e se alegram na esperança de um novo dia
cheio de provisão. Por isso já recebem solução para uma das tragédias descritas no capítulo
um, a fome. Na narração do capítulo dois há abundante alimento, o qual é ceio de regozijo
para estas sofridas mulheres, que agora estão gozando da bênção do Deus de Israel, debaixo
das suas asas têm refugiado.
LIÇÃO 3. ELE É JEOVÁ O TEU PROTETOR
TRABALHO INDIVIDUAL
ATIVIDADES
Realiza as atividades do Registro de Observação e Análise do Capítulo dois;
Contesta cada uma das questões correspondentes ao tema da lição;
Medita nas verdades espirituais de Deus para o sustento de seus filhos.
Leia o capítulo dois, em chave teológica e identifique as ações protetoras e majestosas de
Deus como Senhor, pastor e guia de seus filhos. Sublinhe com as cores:
Laranja: Noemi e o que se relaciona a ela.
Verde: Rute e os fatos relacionados a ela.
Café: Ações relacionadas com a terra, o povo e a propriedade
Negro: a incompreensão dos personagens pelas obras do Senhor
Violeta: as promessas
Roxo: as instruções e admoestações
Vermelho: Boaz e os fatos relacionados a ele como parente redentor
Roxo: as instruções e admoestações
Amarelo: os fatos que se relacionam com a graça e a bondade de Deus para com elas
Rosa claro: símbolos, exemplos e comparações
Uva: Contraste e contradições
Identifique o título que deve ter o capítulo dois em chave teológica. O título deve
refletir o tema central da proteção soberana de Deus para seus filhos. Na outra linha,
descreva o versículo sobre o tema. Nas margens da folha, escreva tuas anotações,
observações, comentários e possíveis divisões do capítulo, com os subtítulos respectivos,
segundo o caso.
Título do Capítulo: ____________________________________________________
Versículo Chave_______________________________________________________
1. Tinha Noemi um parente de seu marido, senhor de muitos bens da família de
Elimeleque, o qual se chamava Boaz. Rute a moabita, disse a Noemi: Deixa-me ir ao
campo e apanharei espigas, atrás daquele que me favorecer. Ela lhe disse, vai minha filha.
Ela se foi, chegou ao campo e apanhava após os segadores; por casualidade entrou na parte
que pertencia a Boaz, o qual era da família de Elimeleque.
Eis que Boaz veio de Belém e disse aos segadores: O Senhor seja convosco. Responderam-
lhes eles: O Senhor te abençoe. Depois perguntou Boaz ao servo encarregado dos
segadores: De quem é esta moça? Respondeu-lhe o servo, Esta é a moça moabita que veio
com Noemi da terra de Moabe. Disse-me ela: Deixa-me rebuscar espigas e ajuntá-las dentre
as gavelas após dos segadores. Assim ela veio , desde pela manhã está aqui até agora,
menos um pouco que esteve na choça.
Então disse Boaz a Rute: Ouça filha minha, não vás colher em outro campo, nem tampouco
passes daqui; porém aqui ficarás com as minhas servas. Estarás atenta ao campo que
segarem e irás após delas. Não dei ordem aos servos que te não toquem? Quando tiveres
sede, vá a vasilha e bebe do que os servos tiraram. Então ela inclinando o seu rosto em terra
e disse: como é que me favoreces e fazes caso de mim sendo eu estrangeira? Respondeu
Boaz e lhe disse: Bem me contaram tudo quanto fizeste a tua sogra, depois da morte de teu
marido e como deixaste teu pai e tua mãe e a terra onde nasceste e vieste para um povo que
antes não conhecia, o Senhor retribua o teu feito e seja cumprida a tua recompensa do
Senhor Deus de Israel, sob cujas asas vieste buscar refúgio. Disse ela, tu me favoreceste
muito Senhor meu, pois me consolaste e falaste ao coração de tua serva, não sendo eu nem
ainda como uma das tuas servas.
A hora de comer Boaz lhe disse: Achega-te aqui e coma do pão e molha no vinho o teu
bocado. Ela se assentou ao lado dos segadores, e ele lhe deu grãos tostados de cereais; ela
comeu e se fartou e ainda sobejou.
Levantando-se ela para rebuscar, Boaz deu ordem aos seus servos, dizendo: Até entre as
gavelas deixai-a colher e não a censureis. Tirai também do molho algumas espigas e deixai-
as para que as apanhe, e não a repreendais. Esteve ela apanhando naquele campo até a
tarde; debulhou o que apanhara, e foi quase um efa de cevada. Tomou-o e veio à cidade e
viu a sua sogra o que havia apanhado; também o que lhe sobejara depois de fartar-se, tirou
e deu a sua sogra.
Então lhe disse a sogra: Onde colheste hoje? Onde trabalhaste? Bendito seja aquele que te
acolheu favoravelmente! E Rute contou a sua sogra onde havia trabalhado e disse: O nome
do senhor em cujo campo trabalhei, é Boaz.
Então disse Noemi a sua nora: Bendito seja ele do Senhor que ainda não tem deixado a sua
benevolência nem para com os vivos nem para com os mortos. Disse-lhe mais Noemi: Este
homem é nosso parente chegado e um dentre os nossos resgatadores.
Continuou Rute, a moabita: Também ainda lhe disse: Com os meus servos ficarás até que
acabem toda a sega que tenho. Disse Noemi a sua nora: Bom será, filha minha, que saias
com as servas dele, para que noutro campo não te molestem.
Assim passou ela à companhia das servas de Boaz até que a sega da cevada e de trigo se
acabou; e ficou com a sogra.
Escreva as impressões preliminares que tem em relação a esta lição em chave teológica, no
espaço a seguir.
Parte 2
Questionário para o estudo indutivo do Capítulo dois
1. Quais aspectos e ações demonstram a soberania de Deus?
2. Como definir a soberania de Deus segundo esta narração?
3. Que aspectos e ações manifestam a providência de Deus?
4. Como definir a providência de Deus segundo esta narração?
5. Como descobrir a bondade do Senhor para seus filhos, segundo o capítulo?
6. Como definir a bondade de Deus segundo esta narração?
7. Quais aspectos expressam a graça de Deus para Rute e Noemi?
8. Como definir a graça de Deus segundo esta narração?
9. Quais aspectos manifestam a proteção de Deus para estas mulheres?
10. Como definir a proteção de Deus segundo esta narração?
11. Quais símbolos ou figuras têm sentido espiritual?
12. O que aprendemos sobre a onipresença de Deus?
13. O que aprendemos da onisciência do Senhor?
14. Como podemos compreender a justiça de Deus?
15. Quais aspectos legais se dão nesta passagem?
“Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará. Direi
do Senhor, ele é Deus: esperança minha e castelo meu: meu Deus em quem confiarei. Ele
te livrará do laço do passarinheiro, da peste destruidora. Com suas penas te cobrirá, e
debaixo de suas asas estarás seguro: e sua verdade é pavês e escudo” (Sl. 91: 4)
LIÇÃO 4
BÊNÇAÕ E REFÚGIO
Uma das verdades que aparecem na lição quatro é a bênção que Rute recebe ao ser
admitida na fazenda de Boaz para apanhar espigas. Tal privilégio abre as portas das
possibilidades e as janelas das oportunidades para esta estrangeira. As considerações que
faremos nesta lição são definidas como Deus bendiz e provê refúgio para seus seguidores.
Nesse sentido, seremos desafiados a confiar em suas promessas e sermos guiados pelo seu
amor e bondade.
A cada dia que passa, Rute aprendia a confiar em Deus e provar das bênçãos de haver
sido admitida como parte do povo escolhido. O capítulo terminou mostrando a nova
cidadania da qual Rute passa a fazer parte. Agora começa a narrar alguns detalhes das
vantagens e privilégios desta nova cidadania. Nesse sentido, a narração começa,
relacionando a família de Elimeleque com a de Boaz, o dono do campo, da qual Rute fora
apanhar espigas e ficaram todas as esperanças de redenção e proteção.
Noemi e Rute descansam em casa em Belém e esta última aguarda o amanhecer para
trabalhar. Por isso, o hábil narrador da cena, nos conta como ela com a resolução da qual
nós estamos acostumados a ver, decide sair a colher espigas, não sem antes contar com a
aprovação de Noemi. A história nos permite a imaginação diante de algumas questões que
passam por nossa mente, e omitem alguns detalhes que gostaríamos de saber a respeito.
Não obstante, o que podemos considerar é que não são de transcendental importância para
o desenvolvimento da temática que apresenta o autor. Pelo qual, está presente no texto, é o
relevante para esta história de providência e justiça a favor dos excluídos.
O capítulo dois nos adverte aspectos legais, dos que Rute vale para a sua
sobrevivência. Também de símbolos e figuras que nos permitam ver a graça de Deus
operando a favor dela. Portanto, a presente lição tem uma mediação significativa a nível
pedagógico e prático para a vida do cristão. Por meio dela podemos articular as dinâmicas
da vida cristã e seus conseqüentes benefícios para o escolhido. Neste compartimento, não é
possível considerar aspectos altamente teológicos e verdades espirituais das quais se
apropriam os chamados a aceitar o Deus de Israel.
A presente lição nos localizará nas dimensões teológicas que Rute desfruta e das quais
necessitamos apropriar para compreender as bênçãos de quem tem sido admitidos debaixo
das asas do Senhor Deus. Noemi e Rute chegam a Belém de mãos vazias, ao final do
capítulo dois as duas teriam um campo onde trabalhar, umas criadas com as quais para
acompanhar nas tarefas e uma casa para viver. As cenas ou espaços pedagógicos que são
recriados nesta lição são a casa e a eira. Os lugares pedagógicos são a família, o trabalho, o
corpo. Com estes conceitos em mente, abordaremos o desenvolvimento desta lição em
chave pastoral.
4.1. UM CAMPO ONDE APANHAR ESPIGAS
O capítulo começa a narração falando de um parente próximo que Noemi tem, o qual
era rico e bem conhecido em Belém. “Tinha Noemi um parente de seu marido, homem rico,
da família de Elimeleque, o qual se chamava Boaz” (v. 1). Depois dessa informação
adicional que se provê ao leitor por parte do narrador, começa o desenvolvimento da
história, comentando um dia inesquecível para essas mulheres.
Rute nos surpreende com sua diligência em madrugar a preparar-se para sair a buscar
um campo para apanhar espigas. É muito interessante reconhecer que Rute não sabia aonde
ir, é alimentada por uma esperança sem limites e uma confiança no Deus de Noemi. “E
Rute a moabita disse a Noemi: Rogo-te que me deixes ir ao campo para apanhar espigas,
atrás daquele que me favorecer...” (v. 2). Ela mesma toma a iniciativa de sair a buscar um
campo de onde apanhar espigas, com a segurança segundo manifesta que achará graça
diante de algum homem para tal fim.
O desenvolvimento da história nos indica que se foi e chegou, sem saber ela chega ao
campo de Boaz, o parente que o narrador ilustrou no começo do capítulo. Como diriam
alguns: Que casualidade! “... por casualidade, entrou no campo da qual pertencia a Boaz, o
qual era da família de Elimeleque” (v.3). Ela desconhecia por completo que estava
apanhando espigas com o campo da propriedade da família de sua sogra e de seu esposo
falecido.
O caso é que ela começa seu duro trabalho de apanhar espigas, com o único fim de
coletar o necessário para o seu sustento e de sua sogra amparada pela lei das primícias, a
qual favorece para a sua ousada determinação. Não obstante, , ao chegar o dono da fazenda,
pergunta aos segadores sobre a identidade e procedência da mulher. “E Boaz disse a seu
criado: De quem é esta moça?” (v. 5). Rute está dando amostra de sua ousada resolução,
coragem e força, é uma mulher determinada, por seu compromisso, simplicidade e
submissão.
Boaz ao vê-la é inquietado ao ter informação precisa sobre a procedência e função
desta mulher em sua propriedade. Os segadores lhe informam em detalhe tudo o que se
sabe dela na aldeia. Também lhe comunicam à permissão que solicitou ela para apanhar
espigas no campo. “E disse, Deixa-me rebuscar espigas e ajuntá-las entre as gavelas após
dos segadores” (v. 7). O mordomo da propriedade, informa como esta abnegada mulher é
exemplo em sus dedicação, diligência e cordialidade. Uma das coisas que mais chama a
atenção sobre Rute aos trabalhadores, é que desde a manhã quando chegou, não havia
descansado, o dia inteiro trabalhou sem parar. Era tanta a necessidade de alimento que Rute
não descansava? Rute estava tão comprometida com sua sogra que não queria perder a
oportunidade de apanhar espigas?
Depois de haver se informado sobre a moça, Boaz se aproxima e se dirige a ela como
um pai. “... Ouve filha minha, não vá espigar em outro campo...” (v. 8). O mesmo dono se
aproxima dela e a ordena que não vá apanhar espigas em outro campo durante a colheita.
Nesse sentido, Rute encontrou um campo onde colher espigas, não por um dia, sim por toda
colheita.
E Boaz lhe deu uma série de instruções que ratificam seu desejo de que ela permaneça
em sua propriedade. As advertências têm a ver com as ordens que ele deu aos criados a
respeito dela e as provisões que ele fez para cuidar dela, o que desconhecia Rute era que ia
receber tanto. Não obstante, a declaração que faz ao sair de casa, é que acharás graça diante
dos olhos do homem, necessitava apenas de um campo para apanhar espigas, mas no
transcurso do dia teve muito mais do que isso. Muitas são as bênçãos que levava em seu
coração.
Tanta é a admiração e gratidão da parte dela por isso, que não duvida em interrogar ao
seu benfeitor. O faz reconhecendo sua indignidade. Rute é uma mulher que reconhece suas
origens, sua falta de mérito e sua verdadeira condição. É consciente da graça de Deus que
dirige seus passos e prospera seu caminho.
Todavia segue diligentemente sua tarefa de apanhar espigas, logo depois deste gesto
de trabalho de Rute, ele continua dando instruções e ordens a seus servos a respeito dela. “E
Boaz ordenou a seus criados... que recolha entre as gavelas e não a envergonhareis, deixem
cair mais do que o de costume e não a repreendais” (v. 15 e 16). As quatro ordens são:
deixá-la recolher entre as gavelas não a envergonhais, deixem cair mais do que o costume e
não a repreendam. Estas ordens têm o propósito de abençoá-la e protegê-la como mulher.
Ele se interessou e entrou em juízo a seu favor como pessoa e trabalhadora.
A narração nos indica que Rute colheu espigas todos os dias. Ao escurecer saiu de seu
trabalho e procedeu a debulhar o que havia colhido. A tarefa de apanhar espigas é um
trabalho árduo e esgotante. Implicava em ficar agachada o dia todo, ainda ela tinha força
para debulhar o que havia colhido. Quando temos sonhos e somos alimentados por grandes
esperanças, nosso ser é fortalecido. Se une a graça do Senhor enchendo sua vida e
consolando-a por meio de seu trabalho.
Parece que ela carrega tudo o que colheu durante o dia, sua força e ânimo e as boas
notícias para contar a sua sogra a fortalecem para levar a casa o recolhido. Ao chegar a
casa, conta a sua sogra as bênçãos do dia. E Noemi manifesta a Rute que esse varão que
tem recebido em seu campo é o parente próximo que possa redimi-las. Será que Noemi está
pensando em um futuro matrimônio entre Boaz e Rute. Noemi imagina que esta é a
oportunidade para reivindicar com o parentesco dela e de seu esposo?
Noemi profere duas bênçãos a este homem, que demonstrou sua benevolência para
com sua fiel e abnegada nora. Rute comenta sem omitir detalhe, tudo o que tem acontecido
e o que tem dito este varão. Uma das coisas que impressionou a Rute é a ordem de seguir
suas criadas até o final da colheita. “E Rute a moabita disse: Com os meus servos ficarás,
até que acabe toda a sega que tenho”. (v. 21). Pelo qual ela chega a casa segura de ter um
campo de onde trabalhar. A diferença da manhã quando saiu, ia a um rumo desconhecido e
para ela um tanto incerto. Ao regressar traz com satisfação a novidade de ter um lugar
específico a onde apanhar espigas. A bênção de Deus tem sido evidente em sua vida,
outorgando a ela um lugar de trabalho para prover o seu sustento. Agora sua sogra lhe
indica que ele é o parente redentor.
Sua sogra Noemi, como uma mulher velha e sábia, ratifica o conselho de Boaz de não
ir a outro campo e sim seguir em companhia das criadas. “E Noemi respondeu a Rute, sua
nora: Melhor é filha minha, que saias em companhia das servas e que não vás a outro
campo” (v. 22). Esta observação feita por Noemi está ligada ao fato de que ela tem o desejo
de que Boaz seja o parente redentor? Ela está pensando em uma forma como pode arrumar
um casamento? Por que ela diz para obedecer ao que disse Boaz?
Não encontramos respostas às questões anteriores evidentes na passagem, em todo o
caso, o certo é que Rute aceitou voluntariamente este sábio conselho para continuar no
mesmo campo para apanhar espigas. “Esteve pois, com as criadas de Boaz, apanhando
espigas até que se acabou a sega da cevada e do trigo” (v. 23). Todos estes meses esta
dedicada mulher recebe a bênção de ter um campo a onde ir. Ao raiar do dia ela se levanta
com a direção segura e vai pelo mesmo caminho em direção ao trabalho. Ela está satisfeita
e é grata pela bondade de Deus ao prosperar sua viagem e prover em abundância pelo seu
sustento e de sua sogra.
4.2. UMAS CRIADAS COMO COMPANHEIRAS PARA TRABALHAR
Rute, ao terminar o primeiro dia de trabalho, além de ter um campo a onde possa ir
apanhar espigas e ainda conta com grupo de criadas como companheiras para trabalhar. Ao
chegar, é uma desconhecida e solitária trabalhadora, mas ao fim do dia está rodeada pelos
segadores, criadas e o cuidado de Boaz, o dono da propriedade. “... e chegando, apanhava
espigas no campo após os segadores...” (v. 3). Ela conta com um grupo de homens e
mulheres que a protegem, não está só mas, bem acompanhada.
A companhia dos segadores é uma bênção para esta jovem senhora, a relação do dono
com os segadores é especial, está marcada pelo respeito, comunicação, comunhão e bênção,
é Deus que une este homem a seus trabalhadores, e estes, por sua vez, desfrutam da bênção
de servir a este respeitável varão de Belém. “E eis que Boaz chegando da cidade, disse aos
seus segadores: Jeová seja convosco e eles responderam: Que o Senhor te abençoe” (v. 4).
Ele os saúda com a bênção e eles também o saúdam com a bênção. O Deus de Israel é o
centro de suas relações de seu trabalho, que grande exemplo para nossas relações de
família, trabalho e igreja.
O mordomo responde as perguntas a Boaz em relação a jovem e sua procedência,
logo, ele mesmo se dirige a ela e a convida a seguir em companhia de suas criadas. “... ouve
filha minha... aqui estarás junto às minhas criadas” (v. 8). Depois da expressão terna e
carinhosa, indicando como aceitação como membro especial da fazenda, lhe comunica que
pode desfrutar da relação, companhia e apoio de suas criadas, não será mais uma estranha,
mas uma mulher digna com as criadas do chefe a seu serviço.
Há um diálogo progressivo entre Boaz e os criados dando ordens e restrições a
respeito do cuidado e segurança de Rute. Depois de ser uma pobre mulher que lhe roga que
permita apanhar espigas, agora é o centro do diálogo. Tudo na fazenda, começa girar em
torno do que dono faz por ela, sua nova identidade e posição. Rute recebe a graça de ser
aceita e considerada.
Diante destas manifestações de aprovação, ela reconhece que não é uma serva de
Boaz, porque segundo ela, não é nem como uma de suas criadas. Rute tem a capacidade de
reconhecer que é indigna para desfrutar de semelhantes relações. Ela está admirada ao ver a
graça como o Senhor tem olhado para ela, as criadas de Boaz estão à sua inteira disposição.
Todos nesta fazenda, sabem quem é esta jovem e recebem recomendações claras e precisas
a respeito do trato e procedimento com ela. O mesmo Boaz se encarregará que o respeito
que recomendou se cumpra. Da mesma forma, os cristãos ao ser trazidos a Cristo temos
uma família que nos recebe, atende e cuida com especial cuidado; a igreja.
Podemos reconhecer o que isso significa para uma jovem estrangeira, a sua condição
como estrangeira, vem sofrendo a dor da solidão das perdas de seu esposo e a adaptação à
nova cidade e trabalho. Não obstante, a graça do Senhor se faz presente, ao trazê-la a uma
direção certa, ao campo de Boaz, onde encontra além do trabalho, a comunhão de que tanto
necessita. Já não é tratada como uma estranha, agora desfruta da felicidade da comunhão.
Uma das bênçãos dos filhos de Deus é estar na comunhão do seu filho Jesus Cristo e
de seus seguidores. “A comunhão do Senhor é para os que o temem, ele os fará conhecer a
sua aliança” (Sl. 25: 14). Em Atos se descreve a maravilhosa comunhão vivida pela igreja
primitiva, “E perseveraram na doutrina dos apóstolos, na comunhão uns com os outros, no
partir do pão e nas orações” (At. 2: 42). Da mesma forma, Rute se deleita na abundante
graça de estar em comunhão com as criadas de seu senhor e rodeada dos demais segadores,
por isso tem o que compartilhar com a sua sogra ao regressar a sua casa.
Ao anoitecer, Rute chega a casa de sua sogra, não para dormir depois de um árduo dia
de trabalho, mas para compartilhar as experiências que viveu naquele dia. Podemos dizer
que uma das coisas que causou mais admiração a ela, foi o interesse que Boaz manifestou
em Rute estar acompanhada por suas criadas, ela está ciente de que esta nova relação lhe é
proveitosa para o desenvolvimento da relação de seu trabalho, de manhã, havia saído à
procura de um campo para apanhar espigas e a noite regressa tendo mais do que o esperado.
Noemi, sua sogra não perde a oportunidade de aconselhar a sua nora dizendo que o
melhor para ela é obedecer ao que o patrão a ordenou, trabalhar ao lado das criadas (2: 22).
Nesse sentido, o que Noemi está fazendo é falar a sua nora dos benefícios que há nesta
solícita decisão. Parece que diante desta boa notícia, as coisas são vistas por um prisma
melhor, depois de toda adversidade que passaram.
Diante da ordem de Boaz e o conselho que recebeu de sua sogra, podemos ver
claramente a qualidade de Rute, a sua obediência em permanecer em companhia das criadas
da fazenda, o qual já foi dito que isso é uma grande bênção a qual deve ser compartilhada e
celebrada.
Da solidão passa estar acompanhada, de estranha, passa ser conhecida e aceita; da
dúvida à certeza de dias melhores virão; da escassez a abundância. Novamente como no
capítulo um, está cheio de contrastes. Em cada um desses fatos se manifesta a mudança
radical quando se é trazido por Deus, eles são saciados para a sua glória e servir de bênção
para outros.
4.3. UMA CASA PARA SE VIVER
Desde que chegaram Belém, as coisas têm mudado para essas mulheres, a sua
chegada estavam em desvantagem. Sem oportunidades, sem respaldo, tristes, sós, aflitas e
cheias de incertezas, mas agora, as coisas têm tomado outro rumo.
O narrador nos indica que Noemi e Rute seguem juntas a Belém, não nos revela que
reação produzida em Rute ao ver Noemi encontrar com as mulheres de Belém e seus
comentários que fizeram a respeito de sua sogra, tampouco, nos dá pista sobre os
pensamentos, sentimentos e reação da revelação pública de sua sogra. O que nos mostra é
que ficaram juntas em uma casa ao chegar a este povo. O capítulo dois começa falando da
solicitude de Rute que faz Rute a Noemi, para ir à busca de campo para trabalhar, não
sabemos se a necessidade obrigava Rute a sair a apanhar espigas, tampouco sabemos como
Rute sabia das leis que favoreciam as viúvas em Israel. O que sabemos é que ela sai para
apanhar espigas, a qual apenas solicita aprovação e respaldo de sua sogra.
Rute está em casa com a sua sogra e rompe o silêncio da manhã com as palavras de
súplica de Rute a respeito de sua saída ao campo, recebe a resposta com ternura de sua
sogra “Vá filha minha”, pelo qual, não perde tempo, se prepara para sair. A cena se inicia
em casa, o ambiente privado e familiar.
A narração se limita a nos dizer que Rute foi à direção que ela havia dito a sua sogra
para buscar alguém que a recebesse com graça para o seu trabalho. Também nos disse que
chegou a um campo, o qual nos mostra o cumprimento do objetivo e o desejo expresso
claramente no versículo anterior. Noemi ficou em casa, esperando até o regresso de sua
nora para lhe relatar o primeiro dia de trabalho.
Com respeito à saída e a chegada de Rute ao campo, podemos reconhecer que isso só
é possível pela direção providente de Deus. Rute sabia a onde estava indo? Podemos
afirmar que o lugar que ela chegou não era conhecido para ela. Mas o lugar que ela chega, é
onde a recebem e ela começa a trabalhar, não foi por acaso que ela chegou até ali, mas pela
direção do Senhor, quem prospera e dirige os passos.
O mordomo da fazenda relaciona Rute com sua sogra Noemi, ao ser interrogado por
Boaz sobre ela. “... é a jovem moabita que voltou com Noemi dos campos de Moabe” (v;
6). Rute é reconhecida pelos trabalhadores como estrangeira e como companheira e nora de
Noemi, ou seja ela é reconhecida por sua nacionalidade e por sua familiaridade com sua
sogra. Estes dois aspectos se repetem no livro sobre a sua identidade e apresentação é ser
moabita e nora de Noemi.
Boaz mesmo, ao dirigir-se a ela, lhe expressa o que sabe dela, era conhecido por ele
seu parentesco com Noemi, sua sogra, sua tragédia pela perda do esposo e sua decisão em
converter-se ao Deus de Israel, chega a uma terra e um povo desconhecido e está sendo
recompensada porque quem dirigia os seus passos era Deus.
Rute é grata por sua sogra e não sente vergonha de ser relacionada com esta velha e
sofrida mulher. Pelo contrário, se refugia a seu lado e descobre as bênçãos de semelhante
amizade e relação. É tão importante a atitude de Rute para com sua sogra que enquanto
come, está pensando nela, ao saciar não perde a oportunidade para guardar para sua sogra o
que lhe sobrou. Que quadro mais terno e especial!.
Uma amizade e um amor verdadeiro tem crescido nessas mulheres, Rute não vê a
hora de chegar em casa para compartilhar com ela, as alegrias de sua bênção e do alimento
que lhe guardou. Parece que Rute tem em mente a amargura de sua sogra ao chegar em
Belém e em seus ouvidos, as palavras de reconhecimento e amargura dela. Portanto se
esforça para chegar em casa com as mãos cheias e o coração alegre.
Ao anoitecer Rute tem a direção certa, a casa de Noemi, tem um lugar de onde chegar
e uma querida mulher que a espera, a emoção do encontro é altamente motivador para Rute.
Portanto, se esforça ao chegar e comunicar as bênçãos deste maravilhoso dia.
Já em casa, Rute abençoa sua sogra com toda a provisão recebida em suas horas de
trabalho. Ela se ocupa de estar com sua sogra, animá-la e testemunhá-la dos resultados,
podemos imaginar seu rosto radiante e satisfeito enquanto conta o que tem acontecido.
Noemi, com seu rosto radiante e satisfeito escuta sua nora enquanto seu paladar degusta do
alimento trazido por sua nora.
Não existe um silencio incerto, mas louvor e adoração, a amargura de Noemi, se torna
em doçura, sua linguagem de queixa e de dor, em esperança, sua atitude de aflição
expectante alegria e manifesta gratidão. A esperança que se manifesta em casa é milagrosa.
Já não vêem a morte como uma tragédia, mas como uma bênção. Antes falava com o povo
sobre sua dor, agora no profundo de sua casa, na intimidade de seus sentimentos, manifesta
bondade de Deus para com vivos e mortos.
Isso nos permite reconhecer que no mais profundo de seu ser, Noemi está sendo
restaurada. A companhia de Rute, a qual ela havia insistido que voltasse a Moabe, ela tem
sido um refúgio para ela. Deus está usando todas as suas circunstâncias para mostrar a sua
bondade, graça e proteção. No recôndito da noite, sob a segurança de sua casa, expressa a
graça e a bênção de que é objeto. Aceita a proclama que a morte de seus entes queridos tem
servido para Deus manifestar seu plano em favor dos vivos.
A casa que outrora era de luto e comiseração, mas agora foi transformada em um
lugar de encontro, transformação pela graça de Deus. Esta atitude tão valiosa lhe permite
ver resposta de onde não via. Agora os seus olhos espirituais estavam abertos para ver
oportunidades, esperança e redenção para ela.
Ao ser alcançada pela graça de Deus ela é transformada em sua forma de pensar e ver
as circunstâncias. Com freqüência esquecemos que todas as coisas têm um propósito na
providência de Deus para seus filhos.
A casa é para Noemi um lugar de união, comunhão, esperança e promessa, nela está
sendo nutrida com as promessas de redenção e salvação definitiva. Ali estão
reciprocamente sustentadas para continuar em meio à adversidade, são recriadas ali e vivem
em uma autêntica família. É um lugar de bênçãos, solidariedade, companhia, diálogo e
restauração. As mulheres que foram afligidas, agora são restauradas pela graça de Deus.
Cada dia Rute era mais reconhecida e admirada pro suas virtudes, sua estadia em
Belém é mais esperançosa. A velhice, solidão faz com que Rute decida a ir e viver com sua
sogra, não obstante, ela se mantém fiel.
São importantes as palavras que encerram o capítulo para indicar que enquanto saia
todos os dias a trabalhar no campo de Boaz, durante a colheita, vivia junto com a sua sogra.
Que quadro mais excelente de fidelidade, entrega, serviço e relacional. Só a graça de Deus
a olhar para elas sobre essas mulheres pode produzir laços tão fortes de união e de
fraternidade. Cada vez mais nos damos conta do que une essas mulheres não é a dor, ou a
solidão, mas são unidas por um amor sobrenatural e por uma esperança segura: sua
redenção por parte do parente próximo.
Assim chegamos ao final do capítulo dois, como o primeiro se Sá em uma narração
circular, ou seja começa em casa, termina em casa, marca o mesmo âmbito deste capítulo.
Agora esta mulher estrangeira pode descansar tranqüila em casa com a expectativa da
redenção por parte de seu parente. Para nós, este fato pode até ser uma casualidade, para
Deus, isto é a fidelidade. Talvez dormiram mais tarde, mas essas horas forma suficientes
para vitalizar seu corpo e levantar-se novamente do trabalho, e assim encerramos o capítulo
dois.
Com todas essas idéias em mente e as reflexões sobre o desenvolvimento do mesmo,
concluímos o estudo em chave pastoral do capítulo dois. As observações, intercâmbios,
trabalhos e registros de análises nos servem para fixar esta verdade bíblica desta narração.
Como cristãos, temos os privilégio de sermos guiados pelo Senhor, sua graça soberana é
derramada em nosso coração. Ainda que a terra seja desconhecida, temos ao nosso lado e
em nosso coração essa segurança que nos permite confiar em sua provisão e sua segura e
definitiva redenção. Como Noemi e Rute, podemos dormir tranqüilos com a segurança de
sua generosa graça operando em nossos corações.
LIÇÃO 4. BÊNÇÃO E REFÚGIO
TRABALHO INDIVIDUAL
ATIVIDADES
Realiza as atividades do Registro de Observação e Análise do Capítulo 2.
Contesta cada uma das questões correspondentes ao tema da lição.
Medita nas verdades e princípios pastorais para o ministério na igreja.
Parte 1
Registro de Observação e Análise do Capítulo 2.
Leia o capítulo dois de Rute, em chave pastoral, ou seja identifique as ações e
responsabilidades cristãs neste capítulo. Use a tabela de cores descrita abaixo.
Laranja: Noemi e o que se relaciona a ela.
Verde: Rute e os fatos relacionados a ela.
Vermelho: Boaz e os fatos relacionados a ele como parente redentor
Café Escuro: Ações relacionadas com a terra, o povo e a propriedade
Negro: a incompreensão dos personagens pelas obras do Senhor
Violeta: as promessas e bênçãos
Roxo: as instruções e admoestações
Amarelo: os fatos que se relacionam com a graça e a bondade de Deus para com elas
Rosa claro: símbolos, exemplos e comparações
Uva: Contraste e contradições
Azul: Elementos escatológicos e cristológicos
Identifique o título que deve ter o capítulo dois em chave teológica. O título deve
refletir o tema central da proteção soberana de Deus para seus filhos. Na outra linha,
descreva o versículo sobre o tema. Nas margens da folha, escreva tuas anotações,
observações, comentários e possíveis divisões do capítulo, com os subtítulos respectivos,
segundo o caso.
Título do Capítulo: ____________________________________________________
Versículo Chave_______________________________________________________
1. Tinha Noemi um parente de seu marido, senhor de muitos bens da família de
Elimeleque, o qual se chamava Boaz. Rute a moabita, disse a Noemi: Deixa-me ir ao
campo e apanharei espigas, atrás daquele que me favorecer. Ela lhe disse, vai minha filha.
Ela se foi, chegou ao campo e apanhava após os segadores; por casualidade entrou na parte
que pertencia a Boaz, o qual era da família de Elimeleque.
Eis que Boaz veio de Belém e disse aos segadores: O Senhor seja convosco. Responderam-
lhes eles: O Senhor te abençoe. Depois perguntou Boaz ao servo encarregado dos
segadores: De quem é esta moça? Respondeu-lhe o servo, Esta é a moça moabita que veio
com Noemi da terra de Moabe. Disse-me ela: Deixa-me rebuscar espigas e ajuntá-las dentre
as gavelas após dos segadores. Assim ela veio , desde pela manhã está aqui até agora,
menos um pouco que esteve na choça.
Então disse Boaz a Rute: Ouça filha minha, não vás colher em outro campo, nem tampouco
passes daqui; porém aqui ficarás com as minhas servas. Estarás atenta ao campo que
segarem e irás após delas. Não dei ordem aos servos que te não toquem? Quando tiveres
sede, vá a vasilha e bebe do que os servos tiraram. Então ela inclinando o seu rosto em terra
e disse: como é que me favoreces e fazes caso de mim sendo eu estrangeira? Respondeu
Boaz e lhe disse: Bem me contaram tudo quanto fizeste a tua sogra, depois da morte de teu
marido e como deixaste teu pai e tua mãe e a terra onde nasceste e vieste para um povo que
antes não conhecia, o Senhor retribua o teu feito e seja cumprida a tua recompensa do
Senhor Deus de Israel, sob cujas asas vieste buscar refúgio. Disse ela, tu me favoreceste
muito Senhor meu, pois me consolaste e falaste ao coração de tua serva, não sendo eu nem
ainda como uma das tuas servas.
A hora de comer Boaz lhe disse: Achega-te aqui e coma do pão e molha no vinho o teu
bocado. Ela se assentou ao lado dos segadores, e ele lhe deu grãos tostados de cereais; ela
comeu e se fartou e ainda sobejou.
Levantando-se ela para rebuscar, Boaz deu ordem aos seus servos, dizendo: Até entre as
gavelas deixai-a colher e não a censureis. Tirai também do molho algumas espigas e deixai-
as para que as apanhe, e não a repreendais. Esteve ela apanhando naquele campo até a
tarde; debulhou o que apanhara, e foi quase um efa de cevada. Tomou-o e veio à cidade e
viu a sua sogra o que havia apanhado; também o que lhe sobejara depois de fartar-se, tirou
e deu a sua sogra.
Então lhe disse a sogra: Onde colheste hoje? Onde trabalhaste? Bendito seja aquele que te
acolheu favoravelmente! E Rute contou a sua sogra onde havia trabalhado e disse: O nome
do senhor em cujo campo trabalhei, é Boaz.
Então disse Noemi a sua nora: Bendito seja ele do Senhor que ainda não tem deixado a sua
benevolência nem para com os vivos nem para com os mortos. Disse-lhe mais Noemi: Este
homem é nosso parente chegado e um dentre os nossos resgatadores.
Continuou Rute, a moabita: Também ainda lhe disse: Com os meus servos ficarás até que
acabem toda a sega que tenho. Disse Noemi a sua nora: Bom será, filha minha, que saias
com as servas dele, para que noutro campo não te molestem.
Assim passou ela à companhia das servas de Boaz até que a sega da cevada e de trigo se
acabou; e ficou com a sogra.
Escreva as impressões preliminares que tem em relação a esta lição em chave teológica, no
espaço a seguir.
Parte 2
Questionário Indutivo do Capítulo 2
1. Qual a importância tem o trabalho?
2. Quais os direitos tinham os pobres para seu trabalho e sustento na lei de Moisés?
3. Quais os direitos sociais tem os pobres em nosso país?
4. Quais os direitos tinham as viúvas e estrangeiros na época de Rute?
5. Quais as leis conhecidas em seu país a favor dos estrangeiros, as viúvas e as
mulheres?
6. Quais implicações teológicas es espirituais tem o pão?
7. Qual bênção representa a comunhão e a fraternidade?
8. Por que Rute se surpreende pela decisão de Boaz com suas criadas?
9. Por que Rute é consciente de sua indignidade em relação a Boaz?
10. Qual é a sua opinião sobre a responsabilidade de Rute consigo mesmo e com sua
sogra?
11. Comente um caso parecido de fidelidade de sogra e nora.
12. Que papel coloca o lar como espaço pedagógico?
13. Que contrastes e símbolos lhe chamaram a atenção e por que?
14. Qual lição pode tirar proveito no estudo deste capítulo?
“Oh! Como é bom e agradável é que os irmãos vivam em união! É como óleo precioso
sobre a cabeça o qual desce para a barba, a barba de Arão e desce para a gola de suas
vestes. É como orvalho do Hermom que desce sobre os montes de Sião. Ali ordena o
Senhor a sua vida para sempre” Salmo 133: 1-3
LIÇÃO 5
ELE É JEOVÁ TEU REDENTOR
Depois de estudarmos os primeiros capítulos do livro, nos aproximamos a esta
terceira parte, empregando a metodologia do estudo, ou seja, a leitura e análise do capítulo
em chave teológica. Através deste estudo, será possível identificar os aspectos relacionados
com Deus presentes na narração. O qual indica que os aspectos do caráter, doutrinas e
verdades relacionadas com Ele serão estudados e analisados aqui para possibilitar a
compreensão.
Já consideramos as verdades sobre Deus e sua proteção, agora meditaremos em seu
caráter como Redentor. Pelo qual, recorreremos das figuras, exemplos, diálogos e verdades
que nos permitam ressaltar a misericórdia do Senhor para essas mulheres sob a ótica da
redenção. Portanto, poderemos ver a misericórdia celestial na vida delas ao propiciar-lhes
um redentor em que há esperança, perdão, reconciliação e salvação.
Como o livro leva-nos a compreender as leis judia no que diz respeito sobre as viúvas,
pobres e estrangeiros, algumas das verdades relacionadas ao tema de estudo não são tão
evidentes. Por isso apresentaremos um estudo que nos permita relacionar estes princípios e
realidades desde a concepção da redenção, apontando a doutrina do sustento, para salvar a
vida dos seus.
Nesse sentido, seria interessante considerar dimensões e frases empregadas na
narração. Portanto, quem quiser realizar um estudo sobre o livro de Rute, não pode deixar
de lado os costumes judeus que permitem perpetuar o nome da família e salvá-los da
miséria e do anonimato. No sentido espiritual, aquele que se achega a Cristo, encontra nele
a esperança, perdão e salvação eterna através do sacrifício de Cristo, e quem recebe vida
através de Jesus, terão vida em abundância ao lado de quem morreu em seu lugar por sua
infinita glória e para sua glória.
Nesta lição serão abordadas três expressões que ao nosso modo de viver revelam a
graça da redenção. Estas frases dos lábios do parente redentor são: eu redimirei, descanse,
bendita sejas tu filha minha. Dos lábios de Boaz se expressam estas extraordinárias
verdades que mudam a vida de Rute e Noemi. Também provam a soberania da redenção
para os escolhidos e generosidade.
5.1. EU TE REDIMIREI, SOMENTE DESCANSA
A narração se limita a dizer a conclusão do capítulo sobre o trabalho de Rute e sua
residência. O silêncio se interrompe com as palavras de Noemi a Rute. Tudo indica que
Noemi não tinha parado de pensar no futuro delas, a informação que recebia Noemi cada
dia ao regresso de sua nora, alimentava a expectativa da anciã. Portanto depois de muito
pensar, decide expor.
“Depois lhe disse sua sogra Noemi...” (v. 1), é possível que esse diálogo aconteceu
depois do final da colheita da cevada e do trigo. Nesta relação de mão e filha, suas palavras
são doces, carinhosas, cheias de respeito e bondade, com essas palavras se dirige a sua
nora.
Sua pergunta está em função do bem estar de Rute, pelo que justifica sua estratégia
que até o momento, desconhecemos. “... não hei de buscar lugar para ti para que te vá
bem?” (v.1). Depois de ter mostrado a sua bondade a sua nora, Noemi faz a segunda
pergunta relacionada ao parente mais próximo de seu falecido marido. “Não é Boaz nosso
parente, com cujas criadas tem estado?”... (v. 2). Une o argumento ao conhecimento que
Rute tem de Boaz. Já no capítulo dois, o narrador nos mostra que o campo de trabalho da
moabita é a propriedade do parente mais próximo de Elimeleque. Também, ao final do
capítulo dois, a mesma Noemi manifesta que ele é a pessoa mais indicada e responsável de
redimi-las. “E disse Noemi a sua nora: Seja bendito de Jeová, pois não tem recusado a
benevolência aos vivos que teve para com os que morreram. Depois disse Noemi: Nosso
parente é aquele varão é um dos que podem nos redimir” (2: 20).
Com essa verdade em mente, relacionada com a redenção e bondade do Senhor para
com elas, enfrentam este período de silêncio. Não obstante, Noemi não tem cessado de
pensar nesta oportunidade. Sua fé e confiança aumentam a cada vez mais, o tempo passa,
mas não a idéia e esperança de Noemi, e no começo deste capítulo, Noemi manifesta seu
plano.
Noemi por ser conhecedora das leis judias, confia que Boaz se case com sua nora e
levante descendência, por isso se refere a expressão, parente redentor. Este costume, era
uma lei mosaica para salvar a família e levantar descendência ao cunhado que morreu e
deixou viúva, sem filhos. “O levirato, costume pela qual, um homem pode se casar com a
mulher de seu irmão falecido, foi praticado principalmente pelos antigos hebreus a fim de
preservar a relação existente entre as famílias” (Encarta® 2005).
O que Noemi está tentando é encorajar ao que legalmente lhe corresponde casar-se
com sua querida nora, que é para ela como uma filha. A sabedoria e estratégia de Noemi a
levam a planejar a estratégia de tal maneira que se obtém o compromisso de Boaz com a
jovem viúva. Nesse sentido, se apóia na legislação existente e válida dos direitos dos
cidadãos.
Nos surpreende o conhecimento que Noemi tem dos movimentos de Boaz, pelo fato
de sua orientação a sua nora sendo precisa e detalhada. “...Eis que esta noite alimpará a
cevada na eira” (v. 2), ela sabe que esta noite é oportuna para conseguir o desejado. Pelo
qual se dirige carinhosamente a Rute para comunicar sua estratégia e esperar que ela
cumpra. Não sabemos os motivos que a levam pensar que Rute irá obedecê-la, talvez pelo
fato dos fatos anteriores, Rute manifestou obediência para com ela.
Algumas das instruções de Noemi para Rute são as seguintes, as quais expressam a
obra redentora de Cristo para seus seguidores. Vejamos:
v. 3: Te lavarás Justificação Pelo sacrifício de Cristo
v. 3: Te ungirás Regeneração Pela obra do Espírito Santo
v. 3: Te vestirás Santificação Pela adoção de filhos
O caso é que depois de algumas instruções a respeito, Rute, como sempre, aceita em
cumprir a ordem que recebe. Rute não é uma mulher egoísta e orgulhosa, temos visto a sua
atitude de simplicidade e sujeição, o respeito que ela tinha por sua sogra era bem visto.
Uma vez esta ao lado de Boaz se desenvolve o resto da narração em perspectiva de
redenção, já não é só Noemi que quer que Boaz lhes redima, também Rute está
comprometida e desejosa de falar graça em Boaz para este propósito.
Ao lado de Boaz, esta mulher é interpelada pelo parente próximo. “Então ele disse:
Quem és?...” (v. 9). A forma como ele se dirige a mulher é terna e doce, não a repreende,
nem questiona, apenas na escuridão da noite e profundo sono que provavelmente
encontrava, necessitava saber quem estava a seu lado. A resposta sobre a identidade da
mulher que está junto dele, lhe permite avançar em seu diálogo interrogatório.
A jovem Rute não duvida e se apresenta com o nome próprio, o qual não havia feito
até agora. Sempre tem estado associada com sua nacionalidade, a moabita; com sua
familiaridade, a nora de Noemi; com sua tragédia e dor, a viúva do filho de... Não obstante,
nesta oportunidade, Rute está sendo redimida, pelo que presumimos apresenta sua
identidade de mulher com seu nome próprio. “... e ela respondeu: Eu sou Rute, tua serva...”
(v. 9).
Ao se apresentar, estabelece uma ponte de comunicação com Boaz quando se
identifica como serva. Em primeiro lugar, ela reconhece sua posição, não pode igualar-se
ao chefe da fazenda, além disso expressam sua confissão de humildade, sujeição e
disposição em servir seu amo, pelo qual, se dirige a ele como sendo sua serva. Seu
reconhecimento de sua identidade e posição são louvados nesta sábia mulher. Não obstante,
ela não se aproxima de Boaz, pelo que ela é, mas sim, pelo que ele é, o parente mais
próximo de Elimeleque seu sogro, por isso que ele pode redimi-la de sua solidão e viuvez.
Outras mulheres na Bíblia foram capacitadas para compreender sua indignidade
render graças ao Senhor por sua benevolência sem limites. Uma delas é Maria quando é
visitada por um anjo e se lhe anuncia a missão extraordinária para a qual foi chamada.
“Então Maria disse: Eis aqui a serva do Senhor, faça comigo conforme a sua palavra” (Lc.
1: 38). Nesse sentido, a atitude de Rute é semelhante à de Maria, ao estar diante de seu
Senhor. Maria, por ser o vaso escolhido para que nascesse o Salvador e Rute, por estar
diante de quem pudesse redimir.
Já junto a Boaz, e identificando-se a ele, não lhe resta mais dúvida de quem é esta
formosa mulher que o acompanha. O que se quer saber qual é a finalidade desta
surpreendente visita, qual tem despertado na escuridão da noite. Todavia não necessita
perguntar a ela o objetivo de estar ali aquela noite e ela continua apresentando-se como
mulher e também a razão de estar ali ao seu lado. “... estende a tua capa sobre a tua serva,
porque tu és resgatador” (v. 9). Estender seu manto a ela, já significava ser redimida.
A cena acontece na escuridão da noite para ser mostrada a intimidade deste encontro,
os atos de redenção envolvem quem são cobertos pelo manto do Senhor. “Regozijar-me-ei
muito no Senhor, a minha alma se alegra em meu Deus; porque me cobriu de vestes de
salvação e me envolveu com o manto de justiça como noivo se adorna de turbante, como
noiva que se enfeita com as suas jóias” (Is. 61: 10). O profeta Ezequiel também fala da
bênção de ser coberto pelo manto do Senhor.”Passando eu junto de ti, vi-te e eis que teu
tempo era tempo de amores; estendi sobre ti as abas do meu manto, e cobri a tua nudez; dei
te juramento e entrei em aliança contigo, diz o Senhor; e passaste a ser minha” (Ez. 16: 8).
Este é um ato de um amor genuíno, uma segura relação fiel e amorosa sai desse encontro.
Os textos dão a idéia de nudez, quando fomos cobertos pelo manto do Senhor. Talvez
Rute estava assim, nua e descoberta. Uma vez que Boaz estende seu manto para cobri-la,
ela recebe a segurança deste ato de amor. Isto indica a relação pactual, de maneira que
quem está na aliança da redenção serão trazidos sob as asas do onipotente.
Boaz aproveita para informar-lhe que há outro parente mais próximo que também
pode ser o redentor. “Ora é mui verdade que eu sou resgatador; mas ainda outro resgatador
mais chegado do que eu” (v. 12). Dessa forma ele age com honestidade e verdade, não
engana, ou mente. Sua delicadeza, respeito, verdade e caráter piedoso se manifesta à esta
mulher, uma vez que Rute fala do seu motivo e ele também explica que existe outro parente
ainda mais próximo que também pode redimi-la.
Com esta informação que supomos que seja novidade para Rute, ele a convida para
passar com ele à noite, isso indica que ele está disposto para redimi-la. “Fica-te aqui esta
noite...” (v. 13). A atitude de Boaz é de um cavalheiro, sua proposta está cheia de ternura,
respeito e seriedade, não está pedindo que permaneça ao seu lado para se aproveitar dela,
pelo contrário ele está pensando como agir no dia seguinte para definir esse assunto a
respeito de Rute.
Boaz fala de maneira clara e franca. “... se ele quiser te resgatar, bem está que te
resgate; porém se não lhe apraz resgatar-te, eu o farei...” (v. 13). Esta é uma boa noticia
para esta mulher, há alguém que está comprometido em responder a suas necessidades e
anseios. Junto a essa promessa de redenção e promessa de resposta, procede a por o Senhor
por testemunha do assunto. “... vive o Senhor...” (v. 13). O Senhor será testemunha que se
encarregará de fazer com que este propósito se cumpra. Boaz é um homem temente a Deus
e confia em seus propósitos. Tem visto Rute trabalhar todos os dias em sua fazenda, agora
decide a tomá-la como esposa.
Ao escutar a confissão e juramento de Boaz, lhe convida a descansar. “... descansa
pois até a manhã” (v. 13). O convite é para descansar tranqüila, temos de supor a fatiga a
ansiedade, preocupação, a incerteza que Rute experimenta todos esses meses e de maneira
especial nesta arriscada missão, no entanto já recebeu a resposta por parte de Boaz, ele a
ordena descansar. O verdadeiro descanso é o que produz a presença do Senhor em nosso
coração e sua graça derramada em nós, suas asas cobrindo nossa nudez e sua palavra
garantindo que tem o compromisso de redimir-nos, nos permitem descansar ao seu lado.
Esta é a experiência de Rute ao lado de seu senhor, Boaz.
A confiança em um redentor e segurança de seu poder Salvador nos fortalece para
prosseguir. Sua redenção se manifesta em reconciliar, trazer transformação completa e
restaurar nossas emoções. “Eu sei que meu Redentor vive, e no fim se levantará em favor
de seu povo” (Jó 19: 25). A idéia de um Redentor está associada a esperança de vida
abundante, também a proteção que se recebe aos que estão perto dele. “Mas o seu Redentor
é forte, o Senhor dos exércitos é o seu nome; certamente pleiteará a causa deles, para
aquietar a terra e inquietar os moradores da Babilônia”. (Jr. 50: 34). Com a convicção que
Jeová é o nosso Redentor, podemos dormir tranqüilos e descansar.
5.2. BENDITA SEJAS TU, FILHA MINHA...
Além de prometer ser o seu redentor, Boaz também expressa a sua bênção e sua
relação paternal. Rute está vendo em si mesma a resposta da providência, o Senhor a tem
recompensado com o apoio e o carinho de Boaz como um pai, pois tanto, Noemi como
Boaz a chamam de filha.
Na noite em que chegou a eira, Boaz lhe interroga sobre a sua identidade, ela se
apresenta e recebe o seu acolhimento especial, isso demonstra o cuidado de Deus em quem
está refugiada. “E lhe disse: Bendita sejas tu do Senhor, filha minha...” (v. 10). Como
possível sacerdote da cidade, tem a autoridade para proferir essas palavras. Junto a benção
no nome do Todo Poderoso Redentor que testifica de sua posição e condição de filha de
Deus.
O ato de abençoá-la é um ato formoso de carinho e prosperidade. Assim como Rute,
Maria foi declarada bendita pelo anjo mensageiro. Rute tem recebido a bênção de uma
mulher insignificante que passa a fazer parte das grandes dinastias de Israel. Mesma coisa
acontece a nós, somos recebidos à presença do Pai e somos cobertos pelo seu manto de
salvação e desfrutamos de suas maravilhosas bênçãos.
A virtude que Boaz admirou em Rute é a sua coragem, sua decisão, entrega e
obediência, todavia a exalta como uma mulher digna pelas suas qualidades e virtudes de
suas ações notáveis de simplicidade. Ele responde com palavras de graça, esperança e
confiança. “Agora pois, não temas filha minha, tudo quanto disseste, eu o farei...” (v. 11). O
convite para não temer é uma bênção especial, é uma mulher bendita, ou seja, uma filha de
Deus, por isso, nada deve temer. Sua confiança e esperança devem estar no Senhor e
descansar em sua amorosa presença.
Este homem valoroso certifica seu interesse e resolução de estar a favor dela, como
ela fez o que sua sogra lhe ordenara a fazer, agora Boaz se dispõe a obedecer e fazer o que
ela lhe pediu. Neste sentido, Boaz não mudou de opinião, simplesmente ele está disposto a
protegê-la, defendê-la e responder aos seus pedidos.
Depois desta forma de acolhê-la sem malícia alguma, Boaz expressa seu
conhecimento que tem dela, antes de acolhê-la a vê como estrangeira moabita, uma vez,
está sendo coberta por seu manto de redenção, observa atitudes valiosas e admiráveis nela.
“... pois todo o meu povo sabe que és mulher virtuosa” (v. 13). É interessante como esta
humilde mulher que tem sido acolhida pelo Senhor das suas muitas virtudes. São eles
mesmos, quem se encarregaram de admirar, comentar e anunciar todas as belezas do caráter
e personalidade que identificam esta formosa mulher.
A virtude de uma mulher é um presente da graça de Deus, no livro de Provérbios o
autor reconhece que esta é uma característica apreciada nas mulheres. Só as que tem sido
alcançadas pela graça soberana de Deus, são formadas nas virtudes próprias de filhas de
Deus, diz que é a virtudes que homens buscam nelas não é fácil encontrar. “A mulher
virtuosa é a coroa de seu marido, mas a que procede vergonhosamente é a podridão de seus
ossos” (Prov. 12: 4). Uma mulher virtuosa é antagônica com a que é a má, descuidada e
inimiga da sabedoria que é Deus. “Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor excede ao
de finas jóias” (Prov. 31: 10). Portanto, só uma mulher nas mãos do Senhor pode ser
chamada de virtuosa. Tal virtude na provém dela, mas sim da graça soberana que está no
seu rosto e coração.
Boaz vê em Rute uma mulher formosa, seu caráter firme, seus valores morais, sua
relação familiar, sua excelência de vida, sua prudência, diligencia, fortaleza e fé, são
algumas das qualidades admiradas por Boaz. Ele não duvida em reconhecer a ela e o que
ela é, como resultado da graça do Senhor em sua vida. No momento que foi capacitada para
crer no Deus de Israel ela foi trazida para uma terra de abundância, foi cheia de valores e
características de filha de Deus. Boaz é um homem agraciado e feliz de ter a seu lado uma
sábia e formosa mulher.
Boaz fica admirado diante da beleza de Rute, e da sua parte age como um legítimo
cavalheiro, honesto, prudente e protetor. Seu caráter de homem grande e forte é para ela um
precioso bálsamo. “Ficou-se, pois deitada a seus pés até pela manhã e levantou-se antes que
pudessem conhecer um ao outro; porque ele disse: Não se sabe que veio uma mulher à eira”
(v. 14). Ele manifesta seu apreço, entrega e amor a ela ao permitir dormir a seu lado, o qual
representa uma bênção para ela. Como um pai, a cuida e dá o que é melhor para ela.
A atitude do parente redentor é conseqüente com suas palavras, em sua ação, não se
percebe engano, manipulação, egoísmo. Pelo contrario, suas ações estão cheias de bondade,
ternura, graça e entrega. Suas palavras são doces ao manifestar seu acolhimento paternal,
ele a trata como filha, sua disposição em protegê-la é significativa. Ela está simplesmente
descansando a seu lado, como a firme esperança que tudo terá um final feliz pela atitude de
seu benfeitor. Portanto, pode regressar a casa pela manhã, satisfeita e abençoada.
5.4. NÃO DESCANSAREI E CONCUIREI
Até agora temos meditado nas ações extraordinárias que Boaz tem tido para com
Rute, a qual tem cumprido as instruções dadas por sua sogra. Confirmamos em
conseqüência, que as ações de Boaz para com ela são dirigidas pelo Senhor, no
cumprimento de seus soberanos planos e fieis para com seus filhos. Vendo um pouco mais
além, podemos afirmar que nesta cena, o que se apresenta é um quadro de Cristo e sua
Igreja, a qual ele ganhou com seu próprio sangue. Nesse sentido, os movimentos,
determinações, símbolos e diálogos nos mostram a ação redentora de Jesus para seu povo e
suas grandes bênçãos dadas por sua graça.
Com estas verdades em mente, devemos continuar no desenvolvimento da temática
que nos ocupa Boaz está dormindo ao lado do montante de trigo que tem colhido, ao final
da colheita. Pode ser que ficou esta noite para celebrar o final da colheita. Depois de cear,
já de noite vai se deitar, talvez cansado pelo trabalho.
É fácil supor que depois de uma longa jornada de trabalho e deliciosa especial ceia,
estará pronto para descansar, enquanto dorme, Rute chega sigilosamente desde um lugar
secreto e escondido, todos os seus movimentos. Cumpre a ordem ao deitar do lado dele, aos
seus pés. Todavia, foi tão delicada ao chegar perto dele, que ele nem acordou. Depois, ao
despertar, possivelmente por algum movimento, descobre que não está só.
Procede a interrogá-la, ao que ela responde de uma forma amável sobre a sua
identidade e seu propósito a vir e ficar a seu lado. Boaz aproveita o momento para pedir-lhe
que descanse a seu lado, porque ele assume a responsabilidade em cumprir com seu dever
de redimi-la, por não ter tido filhos com seu falecido marido. Assegura-lhe sua decisão em
atender as suas necessidades e lhe convida a descansar a seu lado até amanhecer.
Podemos imaginar, seus pensamentos no restante da noite, em relação a complicada
agenda que tem a cumprir no dia seguinte em busca do parente próximo para redimir Rute.
“Descansa aqui esta noite e quando amanhecer, se ele te redimir, bem, mas se ele não
quiser te redimir, eu te redimirei, tão certo como vive o Senhor” (v. 13).
Antes do raiar do dia, os dois se levantaram, ele para cumprir seu compromisso de
falar com o parente mais próximo sobre Rute. No capítulo seguinte, mostra que Boaz não
descansou em sua mente, pensando como ia proceder para cumprir seu compromisso com
Rute. Ele a manda de volta à casa de sua sogra com uma boa quantidade de grão e ele sai a
cidade para buscar outro parente redentor.
O trigo que envia através dela, não é um dote de compromisso por estar no plano de
tomar Rute como esposa, pode ser um sinal de casamento. Através disso, podemos dizer
que Noemi ao ver sua nora e receber suas mãos, o recado de Boaz, a convida para estar
segura e tranqüila, sabendo da responsabilidade que Boaz teve no cumprimento do
compromisso. “Então Noemi disse: Espera-te filha minha... porque aquele homem não
descansará até que resolva isso hoje” (v. 18).
O certo é que é uma mulher sábia, madura e conhecedora dos segredos culturais e
sentimentais frente a essas situações. Portanto, com voz serena e com um semblante seguro
e confiado, chama a sua querida nora a esperar. Nesta ocasião, como nos casos anteriores, a
trata como filha. O imperativo com o que ele interpela é espere, nada pode fazer, agora
descanse, confia no porvir. Tudo que começo, se resolverá, somente, espera.
É interessante como esta mulher revela um aspecto do caráter do parente redentor,
representado na narração por Boaz, parece que ela conhece seu caráter, por isso está segura
e confiante de que tudo agora depende dele. O assunto se resolverá para dar solução e é a
pessoa encarregada para dar solução. Por que está tão segura disso? Por que Noemi disse
que esse homem não descansará até que o assunto seja resolvido? O que ela tem em mente
quando diz, não descansará? Como ela espera que o caso seja resolvido?
As reflexões anteriores nos dão segurança e nos indicam que Noemi conhece o caráter
de Boaz, sua diligencia, lealdade e sabedoria, quer dizer ele fará o possível para que o caso
seja resolvido.
Da mesma forma, na redenção, o caráter do nosso amado Redentor se põe diante de
nossos olhos para nos dar segurança e confiança. Em relação a salvação e a vida cristã,
somos chamados a confiar e esperar só em Jesus. Tudo o que ele prometeu a seus filhos,
certamente ele cumprirá. Ele não descansa, nem descuida, nem se esquece do que ele
determinou fazer.
Como cristãos devemos descansar em seus braços e esperar no maravilhoso final da
história de salvação. O único protagonista desta bênção, é o nosso parente Redentor. Em
pastos verdejantes, ele me faz repousar, guia-me mansamente às águas tranqüilas” (Sl.
23:2) Sua companhia, proteção e redenção são completos e seguros e sem sombra de
dúvida. O que Noemi está dizendo a Rute está ligado a ação salvadora de Jesus, ele
cumprirá e completará a obra que começou em cada um dos seus filhos para a sua própria
glória e a certeza de seus seguidores. “estando persuadido disto, aquele que começou em
vós a boa obra, completará até o dia de Jesus Cristo” (Fil. 1: 6).
Nesse sentido, Noemi está falando da graça do Senhor de terminar o que havia
começado. Ela tem a certeza de que quando o Senhor começa uma obra em cada um de nós
leva a um final feliz. Não há lugar para a ansiedade, porque a sua fidelidade e poder são tão
abundantes que com segurança, ele completará. Este é um chamado à confiança na bondade
de nosso Redentor. Ele não descansa em seu propósito redentor.
Uma vez trazidos a Cristo, seu Santo Espírito se encarrega de aperfeiçoar-nos e nos
transformar de glória em glória. Por isso, o apóstolo Paulo nos lembra que Nele estamos
plenos, completos e portanto, satisfeitos e realizados. “e vós estais completos nele que é a
cabeça de todo o principado e potestade” (Col. 2: 10). Não é Boaz que completará a obra
sem descanso, mas sim, o Deus de Israel, em quem confia esta jovem moabita. Sua graça e
seu propósito estão cem por cem nas mãos do Redentor, aquele que não descansa para
levar-nos a sua presença e nos permite desfrutar de comunhão por sua graça em nossos
corações.
Ao entender esta verdade, podemos esperar do que será feito a nosso favor. A
Escritura nos exorta a descansar por completo em sua palavra, com a segurança de seu
pastoreio e redenção. “Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos e eu vos farei
descansar” (Mt. 11: 28) Esperar nele é confiar em sua Palavra, isso implica em estarmos
diligentes no que corresponde à fé e a certeza, o que não depende de nós, mas sim do nosso
Deus. “Então a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que
repousassem ainda por pouco tempo até que também se completasse o número dos seus
conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram” (Ap. 6: 11)
Este capítulo e tema desenvolvido, nos falam da soberania de Deus na salvação, sua
graça para nos acolher debaixo de suas asas e sua maravilhosa redenção. E nos apresenta a
nossa responsabilidade diante de tão grande salvação que temos recebido pelo propósito de
seu eterno e incomparável amor. “nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por
meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade” (Ef. 1: 5).
Soberania e responsabilidade humana, são duas grandes verdades da Escritura, as
quais devemos manter em equilíbrio, em nossa compreensão da redenção. Noemi e Rute
nos dão prova da compreensão deste ensinamento. Descansam confiadamente na salvação
unilateral do Senhor e são responsáveis em fazer o que tem colocado em suas mãos para
fazer. O maravilhoso milagre entender e viver com verdades inseparavelmente paralelas. A
salvação é de Deus e a responsabilidade diante da salvação é nossa. Em casa estas mulheres
descansam no que já foi feito, quem completará é o Redentor.
LIÇÃO 5
ELE É JEOVÁ TEU REDENTOR
TRABALHO INDIVIDUAL
ATIVIDADES
Realiza as atividades do Registro de Observação e Análise do Capítulo três.
Conteste cada uma das questões correspondente ao tema da lição.
Medita nas verdades relacionadas com a redenção por parte de Cristo.
PARTE 1
Registro de Observação e Análise do Capítulo 3
Leia o capítulo três do livro de Rute, em chave teológica. Identifique as ações
redentoras de Deus como Salvador de seus filhos. Sublinhe com cores:
Laranja: Noemi e o que se relaciona a ela.
Verde: Rute e os fatos relacionados a ela.
Vermelho: Boaz e os fatos relacionados a ele como parente redentor
Café: Ações relacionadas com a terra, o povo e a propriedade
Negro: a incompreensão dos personagens pelas obras do Senhor
Violeta: as promessas
Roxo: as instruções e admoestações
Amarelo: os fatos que se relacionam com a graça e a bondade de Deus para com elas
Rosa claro: símbolos, exemplos e comparações
Uva: Contraste e contradições
Identifique o título tem o capítulo três em chave teológica. O título deve refletir o
tema centra da redenção soberana de Deus para o seu povo. Escreva o versículo chave do
tema. Nas margens, escreva suas observações, comentários e possíveis divisões do capítulo
com os subtítulos respectivos segundo o caso.
Título do Capítulo: ____________________________________________________
Versículo Chave: _____________________________________________________
Disse-lhe sua sogra : Minha filha , não hei de eu buscar-te um lar para que sejas feliz?
O ra pois não é Boaz na companhia de cujas servas estivestes um dos nossos parentes? Eis
que esta noite alimpará a cevada na eira. Banha-te e unge-te e põe o teu melhor vestido, e
desce à eira; porém não dês a conhecer ao homem, até que tenha acabado de comer e beber.
Quando ele repousar, notarás o lugar em que se deita; então lhe chegarás e lhe
descobrirá os pés e te deitarás; ele te dirá o que deves fazer. Respondeu Rute: Tudo quanto
me disseres, farei eu.
Então foi para a eira e fez conforme tudo o quanto sua sogra lhe havia ordenado.
Havendo pois, Boaz comido e bebido e estando já de coração um tanto alegre, veio deitar-
se ao pé de montão de grãos; então chegou ela de mansinho e lhe descobriu os pés e se
deitou.
Sucedeu que pela meia noite assustando-se o homem, sentou-se e eis que uma mulher
estava deita a seus pés. Disse ele: Quem és tu, e ela respondeu: Sou Rute, tua serva; estende
a tua capa sobre a tua serva, pois que és resgatador. Disse ele: Bendita és tu do Senhor,
filha minha, melhor fizeste a tua última benevolência que a primeira, pôs não foste após
jovens, quer pobres ou ricos. Agora, pois minha filha, não tenhas medo, tudo quanto disse
eu te farei, pois toda a cidade do meu povo sabe que és mulher virtuosa. Ora é muito
verdade que eu sou resgatador; mas ainda há outro resgatador mais próximo do que eu.
Fica-te aqui esta noite, e será que, pela manhã se ele te quiser resgatar, bem está que
resgate, porém se não lhe apraz resgatar-te, eu o farei, tão certo como vive o Senhor; deita-
te aqui até amanhã.
Ficou-se pois deitada a seus pés até pela manhã e levantou-se antes que pudessem
conhecer um ao outro; porque ele disse: Não se saiba que veio mulher à eira.
Disse mais, dá me o manto que tens sobre ti e segura-o e ela seguro, ele o encheu com
seis medidas de cevada e lhe pôs a costa; então entrou ela na cidade.
Chegando a casa de sua sogra, esta lhe disse: Como passou as coisas minha filha?
Então ela contou tudo que aquele homem lhe fizera. E disse ainda: Estas seis medidas de
cevada ele me deu e disse: Não voltes para a tua sogra sem nada. Então lhe disse Noemi:
Espera minha filha até que saibas em que darão as coisas, porque aquele homem não
descansará enquanto não se resolver este caso ainda hoje.
Parte 2
Questionário para o estudo indutivo do Capítulo três
1. O que quer dizer parente redentor segundo a lei judaica?
2. Quais eram as finalidades desta lei?
3. Quem se beneficiou desta lei e por que?
4. Que semelhança há nesta lei e a redenção em Cristo?
5. Em que diferem as duas realidades?
6. Que impacto causou em Rute, a expressão: descansa e eu te redimirei?
7. O que implicava a bênção de Deus dada por um homem a uma pessoa?
8. Por que dizer que Boaz tem uma atitude sacerdotal e por que?
9. O que significa a expressão: Bendita sejas tu, filha minha?
10. O que é a bênção de Deus?
11. O que implica a frase de Noemi: ele não descansará até concluir o assunto?
12. Quais são as características sobressalentes da redenção? Explique.
13. Quais resultados produzem a redenção dada por Deus?
14. O que devemos fazer para sermos salvos?
15. O que significa a soberania de Deus e a responsabilidade humana?
“Haja em vós, o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus... sendo Deus, não
usurpou ser igual a Deus... mas que despojou a si mesmo, tomando a forma de servo,
tornando semelhante aos homens, humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a
morte e morte de cruz” (Fl. 2: 5-8).
LIÇÃO 6
SALVAÇÃO E SEGURANÇA
Chegamos à lição seis, meditando na graça da salvação que obtemos em Cristo. Não
há nenhum mérito, valor e virtude que nos faça dignos desta maravilhosa e eterna
bênção.Todavia, pela livre graça e o eterno amor de Deus nos tem chamado a sermos filhos.
A magnitude desta graça inefável deve-nos encher de gratidão, adoração, reverência e
fidelidade a quem nos teve por dignos de sermos salvos.
O desenvolvimento desta lição será considerado a atitude com a qual estas mulheres
recebem a bênção da redenção. Em conseqüência, o faremos em chave pastoral, para
identificar as reações, possíveis sentimentos, condições, temores ou medo, que envolvem
todos aqueles que são trazidos à redenção. Com esta leitura e análise é possível encontrar
caminhos de ação pastoral para a aplicação destas verdades à vida diária.
Por estarmos comprometidos em tarefas eclesiais, necessitamos encontrar espaços de
trabalho e linhas de ação, dinâmicas de reforço e experiências coletivas e pessoais que
fortaleçam os círculos de ministério eclesial nas quais, desenvolvemos. Através desta ótica,
podemos ver Noemi e Rute que recebem a graça de Deus, e a forma pastoral e fiel como
são conduzidas dentro da vontade de Deus. Também a confiança, esperança, a fortaleza e
dependência alimentam suas vidas.
A soberania e a responsabilidade humana são duas grandes verdades que tem criado
confusão e discussão no transcorrer histórico do cristianismo. Não obstante, neste livro
vemos em permanente tensão estes dois pilares da fé cristã e reformada. Nas lições ímpares
consideramos o princípio da soberania de Deus em seus planos, sua proteção e redenção.
Nas lições pares estamos estudando os capítulos desde a coluna sólida e bíblica da
responsabilidade humana.
Por isso nesta lição, abordaremos aspectos relacionados com a grande
responsabilidade que tem os escolhidos de aplicar as verdades do reino em suas vidas.
Nesse sentido, temos a esperança e certeza que nesta tarefa, o Espírito Santo está
comprometido cem porcento. Por sua graça e direção, Ele capacita aos cristãos para viver
para a glória de Deus e responder as solicitações do evangelho, no sentido de
responsabilidade. Com esta verdade me mente, nos aproximaremos aos conteúdos que nos
ocupam esta presente lição em chave pastoral.
6.1. ELE ESTENDE SEU MANTO
Uma das ações mais sobressalente de Boaz é a de receber Rute e estender seu manto.
Isto significa muito, decidir a estender seu manto a uma estrangeira, como o era a esta
jovem. Em conseqüência, consideraremos algumas das implicações desta maravilhosa ação
e suas lições pastorais.
Algumas cenas da narração têm sucedido de dia, mas a narração que se faz, é na
intimidade da casa e acontece à noite. O livro, como reiterado, está cheio de diálogos,
alguns em público outros em particular, alguns em família, outros entre desconhecidos; uns
entre personagens principais, outros entre personagens secundários. Em todo o caso,
analisaremos um diálogo específico com caráter de estratégia e plano de conquista.
Ao terminar o estudo do capítulo dois, ficamos na intimidade da casa, depois de um
dia de trabalho, as duas mulheres se reúnem e compartilham reciprocamente suas alegrias e
expectativas. Comem juntas, vivem juntas e se respeitam e apóiam mutuamente. A
reciprocidade destas duas mulheres é extraordinária, as diferenças entre as duas, são muitas:
idade, nacionalidade, cultura, entre outras. Mas ao mesmo tempo, elas são unidas em
muitos aspectos: Vivência, terra, dor, esperança e crença, a graça do Senhor faz nascer
entre elas uma amizade com detalhes de uma e outra.
Nesta íntima familiaridade e relação que se gesta o plano. Noemi, a anciã
experimentada, conhece as possibilidades que tem em Belém. Depois de meditar
amplamente o caminho a seguir resolve comunicar a sua nora, a estratégia de ação, para ser
realizada pela jovem, durante a noite. Ela calcula o dia, a hora, o estado, a apresentação, os
movimentos, as palavras. Tudo tem claramente organizado em sua mente. Só falta
comunicar e esperar que Rute cumpra ao pé da letra as indicações para a sua ação. O que se
espera: é que Boaz cumpra com seu dever de redimir a viúva e casar-se com ela.
A casa usada como refugio,é usada, não para descansar, nem adorar a Deus por suas
bondades, mas para articular o plano de ação a desenvolver esta noite. Rute não tem a
palavra e sim Noemi. É Rute que executará a estratégia que intelectualmente foi planejada
por Noemi. Nesta ocasião, a diferença de outras, preparam para agir durante o dia e devem
ser cumpridos durante a noite. “...Eis que esta noite alimpará a cevada na eira” (v. 2). Agora
se mudaram os tempos e os lugares de permanência. A noite é a melhor aliada para agir, e
deve ser esta noite, não outra.
Noemi dá a Rute três ações para que se faça, que determinam três obrigações para sua
preparação e apresentação diante de Boaz “... banha-te , unge-te e põem os teus melhores
vestidos...” (v. 3). Lavar, ungir e vestir são três tarefas que devem ser cumpridas pela sua
nora antes de sair. O significado que as indicações apontam o corpo, a missão tem êxito.
Isso tem a ver com a pureza, fragrância e dignidade que devem caracterizá-la.
Ela deveria estar limpa, perfumada e vestida, tudo isso aponta para um plano de
conquista, para o qual, deve estar bem preparada. Ao estar bem preparada, deve dirigir-se
ao campo do conhecido homem que a recebeu para apanhar espigas. “...irás a eira, mas não
te darás a conhecer o varão até que tenha acabado de comer e beber”. (v. 3). Noemi lhe dá
instruções de como agir e em que momento.
O objetivo dela é solicitar que estenda seu manto e a cubra. Isto tem o sentido de
proteção e redenção. Implicava para Boaz tomá-la por mulher e cumprir com o dever de
levirato o cunhado. Noemi tem certeza do resultado de êxito do plano, ela sabe que Boaz irá
recebê-la e lhe indicará tudo o que deve fazer. Nesse sentido, tudo o que deve fazer é
obedecer, o demais, corre por conta do parente próximo. “... e lhe acostará ali e ele dirá o
que deve fazer” (v. 4). Isso mostra a atitude abnegada e obediente de Rute, ela não
demonstra nenhuma objeção ao plano, simplesmente se submete voluntariamente ao plano
de sua sogra. “E ela respondeu: Farei tudo o que tens me mandado” (v. 5).
Rute não só se dispõe a fazer o que sua sogra instrui, mas simplesmente, o faz. Este é
um exemplo de uma unidade que devemos viver. “Descendo pois a eira, fez tudo o que sua
sogra lhe havia mandado” (v. 6). Geralmente, decidimos fazer uma coisa e fazemos outra.
Afirmamos crer uma verdade e agimos em oposição a ela. Um exemplo de vida cristã e de
um caráter moldado por Deus, ou seja, crer e viver. Isso nos ensina a atitude de Rute.
Rute cumpre as ordens de Noemi a estar aos pés de Boaz este desperta e a interroga
sobre a sua identidade. “Então ele disse: Quem é?”... (v. 9) A essa pergunta ela responde
com o seu nome, seguido da condição em que ela está, a intenção de sua visita e a razão
pela qual age dessa maneira. “... e ela respondeu: Eu sou Rute, tua serva, estende teu manto
sobre a tua serva, porquanto és o resgatador”. (v. 9) Cada uma destas respostas é muito
significativa para conhecermos o desenvolvimento da cena. Nome, posição, motivação e
razão, são partes notáveis de sua resposta.
Ela é uma mulher conhecida por Boaz “... e ela respondeu: Eu sou Rute...” Seu nome
é conhecido por Boaz, sua presença também, sua virtude e procedência como suas
necessidades lhe são familiares. Ele muito mais conhecia sobre ela do que ela mesma
poderia imaginar. Foi ele quem falou de sua relação com Noemi, de sua origem de Moabe,
de sua viuvez. Então o parente redentor sabe tudo sobre ela. Nesse contexto temos de supor
que ao chegar ao seu lado a noite, já é conhecida por ele. Em conseqüência de sua pergunta,
não é para saber quem estava ali, mas sim, para escutar a sua voz. Lembramos que a figura
de Boaz representa o nosso onisciente e sábio Redentor, Jesus Cristo, o qual sabe tudo
sobre as nossas vidas.
Ela não só reconhece sua identidade diante de Boaz, como também a sua condição de
indignidade e pequenez diante dele, considerando a si mesma como sua serva. Já no
capítulo dois, ela havia confessado ser sua serva. Não está buscando nada além de servir a
seu senhor. Todo cristão que tem sido levado até a presença de Deus deve ter a disposição
de estar a seu serviço.
Depois que apresenta sua identidade, manifesta a motivação que a tem a seu lado. “...
e ela respondeu... estende a tua capa sobre a tua serva...” Só uma motivação tem Rute ao
estar a seus pés, que ele cumpra o dever de redentor para com ela, ele é a pessoa mais
indicada para cumprir com essa missão. O fato de ele estender o manto sobre ela e cobri-la
é dele estar se comprometendo a redimi-la. Seu pedido é feito com toda humildade e
simplicidade, simplesmente lhe suplica este favor. Sua humildade e súplica se manifestam
ao fazer o pedido.
A simplicidade da atitude de Rute e a fé e a confiança que lhe aproxima ao manto do
seu senhor, são semelhantes da mulher curada por Jesus. A borda do manto em ambos os
casos, é uma prova de redenção, salvação e esperança. Portanto, as duas suplicam ser
tocadas ou alcançadas pela borda de seu manto.
A razão que a motiva fazer esta arriscada solicitação é legal, não está fazendo nada
contra as leis ou contra a natureza. Sua petição é válida, legal e viável, apenas se dirige a
pessoa indicada “... porquanto és o resgatador”. A familiaridade de Boaz com seu falecido
esposo a leva a esta certeza. A apresentação de sua razão é a base de seu argumento, Rute
conhece as lei e se apóia nelas. Pelo qual interpela a quem tem a capacidade e obrigação em
cumprir essas exigências.
Ser redimida por Boaz, significa ter um ato de misericórdia, também é uma ação de
infinita bondade e entrega. Ela não merece nada, mas se apóia na lei para tal fim. Da
mesma forma, não merecemos nada somos pecadores, mas pela graça de Deus. Ele é o
nosso parente próximo, nosso Redentor, agora nosso Pai. Em sua presença, debaixo de seu
manto de graça, podemos estar seguros e confiantes. O que está acontecendo a ela, é que
está amparando na bênção que ele mesmo manifestou-lhe. Ela lhe solicita que essa bênção
se faça realidade, cobrindo-a debaixo das asas de seu manto de infinita e soberana bondade.
Em outras partes da narração bíblica são apresentadas passagens relacionadas com a
esperança e bênção de estar coberto pelo manto do Senhor. Quando Elias lançou seu manto
sobre Eliseu, indicou o chamado para o desenvolvimento do ministério e uma
demonstração da graça do Senhor sobre ele.
Isaías, em seu livro fala de sua importância de estarem cobertos pelo manto do
Senhor, para sermos cheios da salvação. Regozijar-me-ei em grande maneira no Senhor,
minha alma se alegrará em meu Deus; porque me vestiu com vestes de salvação e me
envolveu com vestes de justiça, como o noivo que se adorna de turbante, como a noiva que
se enfeita com as suas jóias” (Is. 61: 10). Nesse sentido, como é o caso de Rute, o fato dela
estar sendo coberta pelo manto é um ato de graça e o que nos mostra que está sendo
preparada para o casamento.
Ezequiel nos fala sobre a extensão do manto de Deus sobre seus escolhidos. Ele
mesmo nos alcança com seu manto e nos prepara para sua relação eterna e de amor.
“Passando eu junto de ti, vi-te e eis que teu tempo era tempo de amores; estendi sobre ti as
abas do meu manto e cobri a tua nudez; dei-te juramento e entrei em aliança contigo, diz o
Senhor Deus; e passaste ser minha” (Ez. 16: 8). Mostra que o ato de cobrir aos seus com
seu manto é uma demonstração de aliança. A quem tem sido escolhidos desde a eternidade
recebem o manto do Senhor que os cobre, tal como sucedeu a Rute.
Nesse sentido, podemos entender a bênção e louvor posterior de Boaz ao cobrir seu
manto se amor pela sua escolhida. “E lhe disse: Bendita sejas tu de Deus, filha minha...” (v.
10), não é ela que seta representada aqui em termos simbólicos e comparativos se está
dando uma relação oficial das bodas de Cristo e a sua Igreja, ao estender seu manto sobre
esta simples estrangeira. A redenção é para ela definitiva e pode descansar tranqüila,
porque efetivamente se tem realizado, ao ser tocada por sua capa. Daí em diante, Rute,
assim como a Igreja de Cristo, recebe as boas vindas a seu lado e espera confiadamente no
desenlace desta história de amor. Pelo qual desfruta de sua bênção, como serva, beneficiaria
desta relação amorosa.
6.2. ELE TE DARÁ SEGURANÇA E DESCANSO
A bênção de ser coberta pelo manto é confiadamente recebida por Rute. Unida a essa
graça, estão os benefícios agregados de que é objeto, ela e todos os filhos de Deus. Dar
segurança e oferecer descanso é um resultado de ser cobertos por seu manto de justiça.
Uma vez Rute é tocada pelo manto de Boaz, seu parente redentor, recebe dele aprovação e
as palavras de segurança e plácido descanso a seu ser.
Depois de deitar a seu lado e ser interpelada por ele, na noite; recebe um ato de
esperança, é coberta por seu manto e umas palavras de segurança. Uma das expressões que
recebe a esta hora é a ordem de não temer unida a uma expressão paternal. “Agora pois,
não temas, filha minha...” (v. 11). O chamado a não temer é muito comum na Bíblia, indica
uma ato de desconfiança, temor e angústia pelo desconhecido. Também uma dependência
em nós mesmos, o que somos e fazemos. Não obstante, a Escritura nos ordena
reiteradamente a por nossa confiança na obra de Cristo para sermos livres de todo temor.
Seu amor preenche nossos vazios e nos liberta de todo o temor.
Uma razão pela qual não devemos temer, é porque o Senhor está ao nosso lado. Sua
providência e sua soberania em favor de seus filhos. “Não temas porque eu estou contigo,
não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço e te sustento com a minha destra
fiel” (Is. 61: 10). Outra razão para não temer, porque o objeto do temor, quase sempre são
as coisas, circunstâncias ou pessoas. Tudo isso é passageiro, mas nosso Deus permanece
para sempre. “Eu, eu sou aquele que vos consola; quem pois és tu,para que temas o homem,
que é mortal, ou filho do homem que não passa de erva?” (Is. 51: 12). Quando Boaz fala
com Rute, ela manifesta que tem sido consolada por ele. A consolação está associada na
passagem de Isaías, com a bondade de Deus para seus filhos. Lembramos que o consolo é a
obra do Espírito Santo no cristão. Neste sentido, Rute tem recebido consolo com a ação de
redenção. Podemos afirmar que ela ao ser redimida experimenta a obra do seu Santo
Espírito.
A expressão, filha minha, como temos anotado anteriormente é uma demonstração de
adoção a ela. Por meio do amor eterno paternal, nos tem chamado a sermos filhos de Deus.
Ao sair de seus lábios esta linda frase, indica a sua posição em relação a Boaz, contrasta
com a expressão da condição que ela está. Ela expressa: Sou tua serva e ele diz: filha
minha. Esta é uma forte e poderosa razão para não temer.
Depois de haver tranqüilizado com suas doces palavras, confirma que fará o que lhe
pediu. “... eu farei contigo o que está me dizendo, pois toda a gente de meu povo sabe que
és uma mulher virtuosa” (v. 11). Podemos imaginar que ao fazer o pedido, se dá a
confiança de que ele vai cumprir, todo o povo conhecia as virtudes de Rute e talvez,
prezava isso.
Depois desta afirmação, convida a passar a noite a seu lado. Depois desse juramento,
sobre a decisão e compromisso de redimi-la a chama ao descanso. Boaz, põe por
testemunha de sua aliança ao Deus de Israel, o qual , debaixo das asas, ela está refugiada.
“...Descansa pois, até a manhã” (v. 13). O convite ao descanso é uma ordem que ela deve
cumprir. Não há temor, não há razões para preocupação, pela resposta que recebeu, só lhe
resta estar tranqüila. Descansar aos pés do redentor, como já dissemos, ela obedece a sua
ordem e fica a seu lado. “E depois dormiu a seus pés até a manhã...” (v. 14), seu sonho deve
ter sido grato, prazeroso e profundo, uma mistura de alegria, responsabilidade e gratidão
devem inundar seu coração.
Só na presença do Senhor há descanso, Rute pôde repousar tranqüila quando Boaz
colocou o seu manto sobre ela, assim, nós cristãos, desfrutamos da mesma bênção quando
somos trazidos aos pés de Cristo.
A presença do Senhor tem guiado e sustentado a seu povo nas mais difíceis e hostis
circunstâncias. Sua palavra guia os seus filhos até levá-los a um porto seguro, a
maravilhosa expressão clássica do rei Davi, sobre o pastoreio de Deus aplica para este caso,
Rute desfruta o descanso que somente Cristo dá aos seus escolhidos. Seu descanso se
traduz em paz, confiança, dependência e gratidão.
Jesus disse que só por meio de sua obra há descanso seguro para nossa alma.
Podemos buscar outras fontes, mas não seremos saciados. “Tomai sobre vós o meu jugo e
aprendei de mim que sou manso e humilde de coração e achareis descanso para as vossas
almas” (Mt. 11: 29), aprender dele é abrir a porta e caminho para a tranqüilidade.
O profeta Jeremias levanta sua voz para indicar a rebeldia e obstinação do homem a
ter o verdadeiro descanso. Podemos afirmar que somos levados a descansar genuinamente
pela graça de Deus. “Assim diz o Senhor: Põe à margem no caminho e vede e perguntai
pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para as
vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos” (Jr. 6: 16). Da nossa própria vontade, não
nasce esse propósito tão nobre. A graça é indispensável para nos levar as águas do descanso
e repouso (Sl. 23: 2-3).
O ato de colocar o manto sobre Rute é o sinal de redenção e ser trazida a seu lado é
sinal de provisão. Assim também acontece aos cristãos, ao sermos levados aos seus pés, nos
estende o seu manto como sinal de salvação e nos leva a descansar indicando o seu cuidado
como o pastor demonstrando seu cuidado e bondade de Deus para seus filhos. Em outras
palavras, uma vez salvos, somos pastoreados por sua presença.
6.3. ENCHE AS SUAS MÃOS VAZIAS
Com a segurança da redenção e de seu cuidado, recebe a bênção de sua provisão ou
prosperidade. Podemos imaginar que Rute está admirada por tudo que está acontecendo. O
caráter de Boaz lhe tranqüiliza, suas palavras lhe animam, sua presença lhe conforta. Não
obstante, antes do final da cena, se fala da generosidade com a qual Boaz tem saciado.
No capítulo anterior, ela pôde ver a generosa provisão de Deus para ela e sua graça.
Ao abordar este capítulo, desde o começo fala de colheita, provisão, abundância e
generosidade, mostram claramente a graça de Deus sobre Rute e sua sogra. Da miséria e
fome agora vivem a fartura. Noemi desde que planeja Boaz conhecer a sua nora, o faz,
tendo em conta a eira, colheita e cevada. Em meio a colheita abundante se desenvolve a
trama.
Com essa imagem em mente, Rute se dirige a eira, ali há riqueza e fartura em
abundância. O lugar escolhido para dormir é certo, ao lado da colheita. Anos atrás essa terra
conheceu a fome e a escassez, este quadro tem mudado e neste momento há o suficiente na
eira de Boaz.
A cena se desenvolve como tem previsto, salvo algumas modificações na estratégia
incluídas por Rute. Logo depois do diálogo daquela noite, o descanso até o amanhecer se
levantam para outro dia de trabalho. O dia convida a Rute descansar e Boaz a trabalhar.
Boaz começa a meditar a respeito da estadia de Rute na eira e dos comentários que se
podem suscitar. “... Levantaram-se antes que pudessem conhecer um ao outro...” (v. 14).
Boaz quer protegê-la das suspeitas e das conversas alheias, ele dá demonstração de
sabedoria e prudência para com ela.
Como temos estudado, Rute é chamada a obedecer e realmente fazia sem reclamar.A
ela lhe pertence à obediência e a ele a ação, o desenvolvimento de sua ação é de provisão,
neste caso, como em muitos outros, uma ação vale mais do que mil palavras. Aqui não
bastam as palavras, mas sim, ações.
Não só sacia sua sede de redenção, mas como também sua fome de sustento. Não só a
cobre com o seu manto, mas como o enche com os grãos da colheita. Este quadro é de
generosa e abundante bênção. Rute escuta as palavras sobre redenção. Rute escuta as
palavras sobre a redenção, vê o manto de Boaz cobrindo e leva com suas mãos, sobre seu
ombro, o sinal de vida, se unem para dar valor e esperança ao que tem se comprometido.
O narrador se limita a dizer-nos que ela tomou o presente e saiu da eira, sua aceitação
é passiva, mas sua obediência é ativa. Não há perguntas, nem questionamento de sua parte,
seu silêncio indica o grau de admiração e respeito diante de quem tem comprometido
redimi-la. Com a alegria em seu rosto, a serenidade em seu coração e a abundância em seus
ombros, volta a casa.
A cena se volta do campo para a cidade, da eira para casa, nos é narrado que saiu do
campo e chegou a sua sogra. Ela não se distrai no caminho, seus objetivos são claros e os
seus passos são dirigidos, não olha às circunstâncias, mas sim, descansa em seu Redentor.
O Deus que tem acolhido e trazido a Belém, prospera seus passos e lhe permite conviver na
esperança e fartura.
Ao chegar em sua casa, se estabelece um novo diálogo. Na noite anterior o diálogo na
casa foi sobre a estratégia, ao voltar, o diálogo é sobre a avaliação, antes era o incerto,
agora é real, primeiro era projeto, agora é terminado. Quando Rute chega a sua casa, conta
a sua sogra tudo o que lhe aconteceu, não omite detalhes, o que mostra que não existe
segredo entre as duas. O plano é das duas, os resultados também, isso nos fala de uma
relação familiar, fraternal e cristã. Seu carinho nos fala da sinceridade e interesse recíproco.
Rute entrega a sua sogra o recado que traz. Não foi dela a iniciativa de trazer-lhe a
cevada, como se sucedeu no capítulo anterior, quando lhe sobrou do almoço. Foi Boaz
quem lhe enviou por intermédio de Rute este presente generoso, o qual, ela entrega com sua
dedicação. Rute tem o que compartilhar, não o dela, mas o que se tem dado.
Como diz a Escritura; não temos nada que não temos recebido. “Senhor nosso Deus,
toda esta abundância, que preparamos para te edificar uma casa ao teu santo nome, vem da
tua mão e é toda tua” (I Cr. 29: 16). O que Rute traz a sua casa, não lhe pertence e sim, a
Boaz, foi ele quem deu a ela,para que ela pudesse compartilhar. “Porque quem sou eu e
quem é meu povo para que pudéssemos dar voluntariamente estas coisas? Porque tudo vem
de ti e das tuas mãos te damos” (I Cr. 29: 14). Todo cristão deve chegar a casa com algo
para compartilhar, em cada momento ou circunstância, deve compartilhar as inúmeras
bênçãos e riquezas que Deus tem colocado sobre seus ombros.
O presente que leva Rute a casa, pode ser interpretado, segundo o que mencionamos
anteriormente, como um ato que antecipa às bodas. Pelo recado, pode considerar que Boaz
está pagando o dote a Noemi para ter Rute como esposa. O preço por ela, era sinal de vida e
abundância para elas. Talvez Noemi entendeu dessa forma, por isso aconselhou Rute a
confiar na ação deste homem para resolver este caso.
O que desconhecíamos até agora é a razão pela qual, Boaz lhe enviou este presente
até a sua sogra por meio de Rute, mas analisando os fatos, podemos dizer que o seu
propósito era dar-lhes o sinal visível de seu compromisso redentor, e dar segurança e
descanso a estas viúvas na terra de Belém. Ao final da colheita, poderiam ter se preocupado
como que iam se sustentar nos próximos dias, mas a chegada de Rute com esta quantidade
de alimento, pode confortar essas mulheres a ver a fiel provisão de Deus para elas. Esse
fato nos faz lembrar de como a mão invisível do Deus Todo Poderoso lhes permite ver os
fatos visíveis de sua provisão e salvação.
A expressão nos lábios de Rute e aos ouvidos de Noemi, nos trás as palavras de
Noemi aos ouvidos de Rute e das mulheres de Belém, sobre um tema semelhante, no
capítulo um. “E ela lhes respondia: Não me chameis de Noemi, mas de Mara, porque em
grande a amargura tem me posto o Todo Poderoso. Ditosa eu parti, mas Jeová me fez voltar
de mãos vazias. Por que me chamais Noemi, já que Jeová tem dado testemunho contra mim
e o Todo Poderoso me tem afligido?” (1: 20-21).. Boaz não escutou esta queixa que Noemi
fez em público quando chegou em Belém, mas as conhecia, por esta razão, envia Rute com
suas mãos cheias, para que Deus não se apresente como considera Noemi que Deus a tinha:
vazia.
Como o Senhor muda todas as circunstâncias, lembramos que não devemos julgar os
fatos pela providência, mas sim, pela palavra de Deus. No capítulo um, Noemi julga os
fatos pelos seus sofrimentos, frustrações e amargura do momento, agora é chamada a julgar
os fatos pela revelação de Deus. Boaz contribui a ensinar este princípio de fé na vida de
Noemi. Não está vazia, nem esvaziada, simplesmente está passando por momentos difíceis
em sua vida diária. Estes fatores são determinantes para ver a graça do Senhor.
Assim como Boaz sabia sobre as queixas de Noemi, nosso Senhor conhece nossos
pensamentos e sentimentos e vem nos tratar, como Noemi estava enganada, ela não estava
de mãos vazias, nem amargura e só, mas o Senhor estava guiando cada passo de sua vida.
Deus em sua onisciência conhece todas as coisas que lhe tem sucedido. Nada escapa de seu
conhecimento e controle, ela como todo o cristão deve descansar em seus braços.
Como nas mensagens às sete igrejas do Apocalipse, o Senhor conhece todas as suas
obras, sejam elas boas ou más, assim conhece o que tem passado essas mulheres sofridas.
Então Noemi não estava em amargura, nem na miséria, as circunstâncias mostravam esse
fato, não obstante, as, a verdade espiritual indica o contrario. É por essa razão que o
presente de Boaz, por mãos de Rute aos ouvidos de Noemi de ter surtido um efeito
terapêutico e restaurador. A chegada de Rute a casa depois de seu encontro com Boaz é
sinal de boas novas. Redenção, segurança, ternura contrasta com a expressão anterior de
Noemi.
Podemos concluir esta lição dizendo que nossos olhos vêem desolação, miséria e
amargura, mas o Senhor vê doçura, graça e abundância. Portanto, não devemos fazer juízos
e conceitos a partir do que estamos vivendo. Todo juízo que o cristão deve fazer é à luz da
Palavra de Deus e o amor do Pai; a obra redentora de Cristo; o consolo e comunhão de seu
Santo Espírito; isso devemos crer. “Não atentando nós para as coisas que se vêem, mas as
coisas que não se vêem; porque as que se vêem são temporais e as que não se vêem são
eternas” (II Cor. 4: 18).
LIÇÃO 6: SALVAÇÃO E SEGURANÇA
TRABALHO INDIVIDUAL
ATIVIDADES
Realiza as atividades do Registro de Observação e Análise do Capítulo três.
Contesta cada uma das questões correspondentes ao tema da lição.
Medita nas bênçãos e resultados da redenção em Cristo.
PARTE 1
Registro de Observação e Análise do Capítulo 3
Leia o capítulo três do livro de Rute, em chave teológica. Identifique as ações
redentoras de Deus como Salvador de seus filhos. Sublinhe com cores:
Laranja: Noemi e o que se relaciona a ela.
Verde: Rute e os fatos relacionados a ela.
Vermelho: Boaz e os fatos relacionados a ele como parente redentor
Café: Ações relacionadas com a terra, o povo e a propriedade
Negro: a incompreensão dos personagens pelas obras do Senhor
Violeta: as promessas
Roxo: as instruções e admoestações
Amarelo: os fatos que se relacionam com a graça e a bondade de Deus para com elas
Rosa claro: símbolos, exemplos e comparações
Uva: Contraste e contradições
Identifique o título tem o capítulo três em chave teológica. O título deve refletir o
tema central da redenção e das bênçãos de Deus para seus filhos. Escreva o versículo chave
do tema. Nas margens, escreva suas observações, comentários e possíveis divisões do
capítulo com os subtítulos respectivos segundo corresponda.
Título do Capítulo: ____________________________________________________
Versículo Chave: _____________________________________________________
Disse-lhe sua sogra : Minha filha , não hei de eu buscar-te um lar para que sejas feliz?
O ra pois não é Boaz na companhia de cujas servas estivestes um dos nossos parentes? Eis
que esta noite alimpará a cevada na eira. Banha-te e unge-te e põe o teu melhor vestido, e
desce à eira; porém não dês a conhecer ao homem, até que tenha acabado de comer e beber.
Quando ele repousar, notarás o lugar em que se deita; então lhe chegarás e lhe
descobrirá os pés e te deitarás; ele te dirá o que deves fazer. Respondeu Rute: Tudo quanto
me disseres, farei eu.
Então foi para a eira e fez conforme tudo o quanto sua sogra lhe havia ordenado.
Havendo pois, Boaz comido e bebido e estando já de coração um tanto alegre, veio deitar-
se ao pé de montão de grãos; então chegou ela de mansinho e lhe descobriu os pés e se
deitou.
Sucedeu que pela meia noite assustando-se o homem, sentou-se e eis que uma mulher
estava deita a seus pés. Disse ele: Quem és tu, e ela respondeu: Sou Rute, tua serva; estende
a tua capa sobre a tua serva, pois que és resgatador. Disse ele: Bendita és tu do Senhor,
filha minha, melhor fizeste a tua última benevolência que a primeira, pôs não foste após
jovens, quer pobres ou ricos. Agora, pois minha filha, não tenhas medo, tudo quanto disse
eu te farei, pois toda a cidade do meu povo sabe que és mulher virtuosa. Ora é muito
verdade que eu sou resgatador; mas ainda há outro resgatador mais próximo do que eu.
Fica-te aqui esta noite, e será que, pela manhã se ele te quiser resgatar, bem está que
resgate, porém se não lhe apraz resgatar-te, eu o farei, tão certo como vive o Senhor; deita-
te aqui até amanhã.
Ficou-se pois deitada a seus pés até pela manhã e levantou-se antes que pudessem
conhecer um ao outro; porque ele disse: Não se saiba que veio mulher à eira.
Disse mais, dá me o manto que tens sobre ti e segura-o e ela seguro, ele o encheu com
seis medidas de cevada e lhe pôs a costa; então entrou ela na cidade.
Chegando a casa de sua sogra, esta lhe disse: Como passou as coisas minha filha?
Então ela contou tudo que aquele homem lhe fizera. E disse ainda: Estas seis medidas de
cevada ele me deu e disse: Não voltes para a tua sogra sem nada. Então lhe disse Noemi:
Espera minha filha até que saibas em que darão as coisas, porque aquele homem não
descansará enquanto não se resolver este caso ainda hoje.
Escreva as impressões preliminares que tem em relação a esta lição em chave teológica, no
espaço a seguir.
Parte 2
Questionário para estudo indutivo do Capítulo três
1. Qual é o significado de Boaz estender seu manto sobre Rute?
2. Por que essa ação era necessária?
3. O que implicava a lei judia sobre a redenção?
4. Qual a semelhança entre a lei e a redenção de Cristo?
5. O que podemos dizer da participação dos anciãos na igreja?
6. Sua igreja tem um programa especial para pessoas de idade como Noemi?
7. Que faz sua igreja com as viúvas , os órfãos e os estrangeiros?
8. O que a igreja pode fazer por eles?
9. Qual a importância para igreja tem estes grupos sociais?
10. O que a sua igreja faz em relação a situações legais?
11. Que compromisso a igreja tem no que se refere aos aspectos legais em seu país?
12. O que aprendemos sobre compartilhar?
13. Como a generosidade de Boaz desafia a nossa mesquinhez?
14. O que devemos aprender sobre os nossos sentimentos?
15. Por que não devemos julgar as coisas pelos sentimentos e circunstâncias?
“Uma coisa peço ao Senhor e a buscarei: que eu possa morar na casa do Senhor todos os
dias da minha vida, para contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu templo. Pois no
dia da adversidade, ele me ocultará no recôndito do seu tabernáculo, elevar-me-á sobre
uma rocha”. Salmos 27: 4-5
LIÇÃO 7
ELE É JEOVÁ TEU SENHOR
Durante as lições anteriores, temos considerado aspectos sobressalentes da ação de
Deus em favor dos seus. De maneira especial, procuramos considerar passo a passo, os
elementos do caráter de Deus, ações e atributos, os quais são expressos na vida de Noemi e
Rute. Em conseqüência, temos admirado sua deidade, poder, sua salvação e nesta última
parte do curso, meditaremos em seu senhorio.
Adentramos nas verdades relacionadas com o Senhorio ou governo absoluto de Deus
em todas as coisas e pessoas. Em razão da confiança que podemos ter por seu governo fiel,
justo, imutável e amoroso. São muitas as partes da Escritura, a onde Deus recebe o título de
Senhor. Isto implica que quem governa, dirige, tem a autoridade. Não obstante, considerá-
lo Senhor como Rei, nos deve chegar a aceitar as verdades e os princípios de seu governo.
Desde a perspectiva do senhorio de Deus, identificaremos as verdades bíblicas e
teológicas desse governo, segundo a informação que temos no capítulo quatro do livro de
Rute. Não podemos desligar o título da ação que exerce com relação ao mesmo. Se
falarmos de um pai, temos que relacioná-lo com o que é e faz como pai. Se pensarmos em
um médico, temos que identificar a essência do ser e da responsabilidade do médico. Da
mesma forma, considerar e reconhecer o ensinamento do título de Deus como Senhor, é
considerar o que Ele faz é para exercer seu senhorio.
Com este ponto de referencia em nossa mente, começaremos a analisar o capítulo
quatro do livro para ressaltar as ações, ensinamentos e essência do ministério e ser de Deus
como Senhor. Devemos lembrar que quase sempre que se apresenta a Deus como Senhor,
se faz referência à obra de Cristo. Portanto, falar de seu senhorio, é reconhecer sua salvação
perfeita e seu governo no coração de seu povo para submeter a sua vontade e levar-nos a
sua perfeita obra de redenção. Por isso o senhorio de Deus procede pela redenção do crente,
isso faz que só podemos entender os próprios atos de seu governo, ao sermos de novo, isto
é, renascidos.
Nesta lição consideraremos três ações extraordinárias, das quais nos temos
beneficiado, para confirmar o senhorio e governo do Senhor na vida dos cristãos. Todas
estas atuações tinham efeitos eternos na vida do cristão. Mediante elas, nos será mais difícil
articular o tema latente no último capítulo do livro de Rute e presente em toda a Escritura,
com relação à salvação.
7.1. ELE DÁ O RENOME ETERNO
Uma das bênçãos que expressa claramente o senhorio de Deus sobre seus filhos
consiste no renome que outorga como escolhidos. O renome indica que os exalta, são
conhecidos na cidade, os dignifica e seu nome é lembrado em todos os tempos, tudo isso é
pela graça de Deus e o resultado da salvação em Cristo. Nada acontece por si mesmo, senão
pela infinita bondade de Deus.
Uma vez que Boaz se compromete em uma relação de pacto com Rute, se move no
cumprimento de seu juramento. Seus passos conduzem a cumprir a sua palavra que
prometeu a Rute na noite anterior, os movimentos giram em torno a redimir a esposa do
falecido, para perpetuar o seu nome. Analisamos passo a passo este propósito.
Em primeiro lugar, Boaz vai a busca do parente mais próximo de Elimeleque e a
quem corresponde em primeira instância redimir a viúva. Isto é fazer justiça a ela, casando-
se e dar continuidade à descendência no nome do falecido marido. Portanto, Boaz sai a
cidade a procura do parente resgatador. “Boaz subiu à porta e se assentou ali...” (v. 1)
Subir e sentar podem estar associados com o procedimento legal para romper o assunto. Ao
estar ali, passou o parente próximo ao qual se referiu Boaz em seu encontro com Rute. “... e
eis que passava aquele parente de quem Boaz havia falado e lhe disse: Ô fulano, vem aqui,
senta , e ele veio e sentou-se” (v. 1). Parece que Boaz atua como funcionário importante do
povo. Em um tribunal deve prestar contas a esta situação, familiar, com implicações legais.
A obediência do fulano pode nos levar a considerar isso.
Para cumprir a lei, nesse caso, chama dez anciãos como testemunhas do
desenvolvimento do caso. “Então ele chamou dez anciãos da cidade e disse: Senta aqui e
eles se assentaram” (v. 2) O ambiente prévio à apresentação do motivo do encontro, nos
localiza em um tribunal. Tudo o que se realizará nesta ocasião tem efeitos legais, em
conseqüência disso, deve subir e sentar, ter as duas partes da negociação, ter testemunhas
ou magistrados que aprovem as decisões que se seguem. Os anciãos eram encarregados da
justiça social em Belém.
Tem grande importância todo o procedimento preparatório e de ambientação, antes de
apresentar a razão pela qual se reúnem. E se diz que isso sucede à porta da cidade, onde se
localizam os anciãos para fazer justiça sobre os mais diversos casos. Nesta oportunidade
estamos frente a um processo legal de caráter econômico e familiar ou seja, de uma grande
carga social, pelo que se requer, estar em marco do legal, o ato legislativo é dentro da lei
vigente.
Os anciãos na Bíblia estão associados às pessoas de maturidade e discernimento, são
capacitados para governa, aconselhar e legislar sobre as mais diferentes questões. Moises
consultou anciãos e Paulo falava de sua importância nas igrejas, eles são encarregados da
função espiritual e administrativa em assuntos de fé e consciência. As verdadeiras igrejas
de Cristo hão de ter em seu governo, anciãos para que contribuam pela graça de Deus e
exercer autoridade nos assuntos da igreja.
Boaz age como moderador, magistrado ou sacerdote, ele é quem da início a essa
seção pública de aplicação e decisão legislativa. “Disse ao resgatador: Aquela parte da terra
que foi de Elimeleque , nosso irmão, Noemi que tomou da terra dos moabitas a tem para
venda” (v. 3), o caso está relacionado com Noemi e Elimeleque. Ao regressar de Moabe
depois da morte de seu marido ela tem posto a venda um terreno que até agora,
desconhecíamos, ela possuía como herança de seu falecido marido. O caso se apresenta
como a compra legal das terras que pertencem a Noemi e ela não pode conservar por estar
só sem a proteção de Elimeleque.
A lei de Moisés dizia que se uma pessoa não pudesse conservar a terra e necessitava
vendê-la, um parente próximo devia redimir a terra, para que não passasse às mãos de
pessoas estranhas à família. Esta lei tinha a função de proteger o patrimônio familiar e que
outras pessoas desconhecidas se enriquecessem com a terra. Essa lei tinha várias
finalidades, entre elas conservar a propriedade em família.
Boaz comunica esta situação legal e manifesta sua honestidade ao fazê-lo saber o
parente da vítima para que exerça sua função em resgatar a terra. Resolvi pois, de informar-
te disso e dizer-te: Compra-a na presença destes que estão assentados aqui; se quereres
resgatá-la, resgate-a, se não, declare para que eu o saiba, pois outro não há senão tu que a
resgate e eu depois de ti. Respondeu ele: Eu a resgatarei” (v. 4). Diante desta declaração se
apresenta o caso e Boaz solicita que declare publicamente. O parente assume o dever de
redimir a terra do falecido esposo de Noemi.
Uma vez, declarado diante das testemunhas seu interesse em redimir a terra, crendo
que o caso estava dado por encerrado, Boaz apresenta o caso ligado a este. “Então disse
Boaz: No dia em que tomares a terra na mão de Noemi, também tomarás a mão de Rute, a
moabita, já viúva para suscitar o nome do esposo falecido, sobre a herança dele” (v. 5).
Junto ao resgate da posse de Noemi, se deve redimir o nome do falecido esposo de Rute, a
moabita, cumprindo assim a lei do levirato, assim Boaz une os dois casos. A restauração
dos bens e a redenção da viúva.
A admirável habilidade de Boaz para apresentar o caso no tribunal é extraordinária.
Como moderador da seção, diante das testemunhas apresenta os dois casos que s une para
que seja uma só pessoa, a terra e a descendência. Trata-se de uma função eminentemente
social e econômica. Nesse sentido quem assumisse a responsabilidade devia fazê-lo pelas
duas viúvas. Podemos considerar a astúcia legal de Boaz e a admiração pelas duas
mulheres, Noemi e Rute deviam ter um só redentor, quem assume a herança o deve fazer
por elas.
O parente que estava disposto a resgatar a terra , não estava disposto a resgatar Rute,
pelo que respondeu de uma forma negativa. “Então disse o resgatador: Para mim não a
poderei resgatar, para que não prejudiques a minha: redime tu o que me cumpria resgatar,
porque eu não poderei fazê-lo” (v. 6). Cede a Boaz a oportunidade de restaurar a herança da
viúva Noemi e de redimir a viúva Rute. Nesse caso, o nome dos falecidos esposos se
perpetuará por este ato redentor.
Cumpre-se como a costume respectiva diante destes casos. Pelo qual, oficialmente
Boaz tem o duplo direito sobre a terra e a mulher. Faz justiça as duas e não as separa como
faz o outro parente. “Então Boaz disse aos anciãos e a todo o povo: Sois hoje testemunhas
de que comprei da mão de Noemi tudo o que pertencia a Elimeleque, a Quiliom e a Malom;
e também tomo por mulher que foi esposa de Malom...” (v. 9-10). Aparecem novamente os
anciãos como testemunhas deste ato legal, eles são testemunhas que tudo o que aconteceu
está dentro da lei, Boaz fica satisfeito e declara publicamente a decisão.
Algo que chama a atenção é como todos os nomes da família se mencionam neste ato
legal. Podemos considerar que os mortos passam a ser sepultados em Moabe, são
lembrados novamente no tribunal. Seus nomes soam para testemunho ao povo de Israel,
permanecem no processo que se encerra favoravelmente diante de seus olhos. Os mortos e
os vivos permanecem em documentos oficiais e nos ouvidos e nas mentes dos anciãos. Os
falecidos são renomados em um ato oficial para dar continuidade e perenidade às suas
vidas. Esta é a razão pela qual, as mulheres falavam da memória dos mortos e os vivos,
como uma ação da justiça e da misericórdia de Deus.
Boaz em seu discurso público, manifesta que esse ato se tem dado com a finalidade de
perpetuar o nome do falecido. “... para restaurar o nome do falecido sobre sua herança, para
que seu nome não se apague dentre seus irmãos e da porta de sua cidade” (v. 10) Nesta
oportunidade se nomeiam outra vez todos os membros da família, para que nunca se
apaguem da memória e da história de Israel e da cidade de Deus. Um ato legal e uma
declaração oficial, faz os personagens reviver na história dos salvos, colocando a
permanência em seus nomes.
Todos eles são trazidos a este tribunal para este veredicto, Boaz é suficiente para
redimir e restaurar os dois casos. Só um parente próximo é completo para trazer a bênção às
duas mulheres. Maravilhosa noticia da qual os anciãos são testemunhas.
Para encerrar o ato legal, Boaz convoca aos anciãos para cumprir sua função de
testemunhas. “... vós sois minhas testemunhas hoje. E disseram todo o povo que estava à
porta com os anciãos: Testemunhas somos...” (v. 10- 11). Já não estão somente os anciãos,
mas todo o povo estava presenciando neste ato judicial público. Todos eles proclamam, seu
registro está entre nós e o ato legal se tem encerrado para perpetuar seu nome entre as
gerações vindouras.
Ter um novo nome é o ato da graça, e também é um ato de justiça. Recebemos a
declaração que temos sido redimidos pelo cordeiro imolado para sempre, reinaremos com
ele eternamente. Assim como as propriedades e a vida dessas mulheres estaria com Boaz
desse dia em diante, assim somos nós, aqueles que tem passado da morte para a vida
estarão para sempre com Ele. O sacrifício de Cristo a favor dos escolhidos foi suficiente
para que fôssemos redimidos.
Consideramos alguns versículos falam sobre o novo nome que temos recebido em
Cristo Jesus. “Mas agora assim diz o Senhor que te criou, ó Jacó e que te formou, ó Israel:
Não temas porque eu te remi; chamei-te pelo nome, tu és meu” (Is. 43: 1). O novo nome
está ligado à redenção, sua salvação faz com que haja segurança e descanso perpétuo na
presença do Redentor.
Isaías o profeta segue anunciando as verdades relacionadas ao novo nome dos filhos
de Deus, o qual indica sua nova posição, caráter e personalidade. “darei na minha casa
dentro dos meus muros um memorial e um nome melhor do que filhos e filhas; um nome
eterno darei cada um deles que nunca se apagará” (Is. 56: 5). O novo nome que dá a seus
filhos está cheio das características e perfeições do Redentor. E é sinal necessário e
indispensável para o acesso à Nova Jerusalém, que indica salvação.
Ao ser nascidos de novo, se concede pela graça de Deus uma nova natureza, a de
filhos seus. Neste momento, o Senhor pronunciará uma nova identidade para seus
escolhidos. “... e serás chamado por um novo nome que a boca do Senhor designará” (Is.
62: 2), o novo nome está relacionado com a declaração legal e oficial dada pelo Redentor
de que pertencemos a Ele, não somos de nós mesmos, nem do mundo, pertencemos a Ele,
fomos redimidos por seu sangue e seu amor nos tem acolhido.
Em Apocalipse se descreve novamente o conceito e a realidade do novo nome. Para a
glorificação, a qual é salvação definitiva e plena se faz necessário ter um novo nome.
“Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor dar-lhe-ei do maná
escondido, bem como lhe darei uma pedrinha branca e sobre essa pedrinha está escrito um
nome novo o qual, ninguém conhece, senão aquele que recebe” (Ap. 2: 17). “Ao que vencer
será assim vestido de vestiduras brancas e de modo nenhum apagarei o seu nome do livro
da vida; pelo contrário, confessarei seu nome diante de meu Pai e diante de seus anjos”
(Ap. 3: 5). O novo nome é para os vencedores, os filhos de Deus.
Por isso quem é redimido pelo Senhor, podem entrar a desfrutar com Ele por toda a
eternidade. A igreja já recebeu esse nome novo, no momento da entrada triunfante ao reino
dos céus e nos perguntará esse novo nome, o qual nos dá acesso a presença do Pai. Essa
nova identidade é eterna e segura para entrar em sua presença. Assim como neste tribunal
dão nome aos personagens principais deste livro, assim no registro oficial e celestial estão
inscritos e salvos desde a eternidade.
7.2. ELE DÁ HERANÇA ETERNA
Logo deste ato legal, presenciaremos um ato consecutivo de herança para vivos e
mortos. O que chama a atenção que a redenção está intimamente associada à herança. O
caso de Noemi e Rute assim o confirmam. Depois de estarem sós, desprovidas de todo o
bem, são trazidas a Belém, legalmente admitidas no registro oficial e recebem herança.
Com esta outra expressão soberana de graça, nos aproximamos a considerar as
disposições legais para a consignação da herança. Alem disso, é um ato profético daquilo
que aconteceria em Belém através da sua descendência. Nesse sentido, falar de herança é
um desafio e uma bênção, devemos lembrar que está se cumprindo o que foi prometido a
Abraão, herança e descendência. Assim como Noemi no desenvolvimento da carta, nos
permitem decifrar estes atos de misericórdia do Senhor ao dar-lhes terra e descendência.
Segundo temos considerado, a ação do Todo Poderoso está presente, neste artigo
analisaremos as implicações teológicas e bíblicas da herança que o Senhor dá aos seus.
Noemi e Rute estavam buscando uma herança material e física para a sua segurança. Não
obstante, recebem uma herança eterna, o qual é incomparavelmente melhor.
Desde o momento do desenlace do ato legal que se dá em seu povo, os mesmos
anciãos que são testemunhas oculares do desenvolvimento e finalidade do juízo, emitem
uma bênção. São eles mesmos que tem estado em silêncio, mas nesta parte do ato, proferem
uma bênção profética a Boaz e em conseqüência a mulher a qual toma em casamento, esta
bênção está relacionada a história de Israel e Judá.
O coro de suas palavras ressoa até os nossos tempos. “... o Senhor faça a esta mulher
que entra na tua casa como a Raquel e a Lia, as quais edificaram a casa de Israel...” (v. 11).
Misericórdia e bênçãos são dois dos atos soberanos que Deus sempre concede aos seus. No
silêncio e onipresença de se atuar, está presente em todos os eventos da história dos seus,
apesar de ser um dos mais insignificantes. Os anciãos percebem esta graça e revelação no
casamento de Boaz e Rute, são eles mesmos que proclamam a bênção.
Deus é quem abençoa, sua presença é um indicador a favor da mulher. Rute é uma
estrangeira viúva e pobre sendo assim o objeto da bênção. Se lhe compara com as grandes
mulheres de Israel, Raquel e Lia foram esposas de Jacó das quais formaram as 12 tribos de
Israel. O que os anciãos e o povo expressa em sua declaração, é que Rute, como esta
mulheres, contribuía com a sua descendência para edificar a Israel. Eles são inspirados pelo
Espírito Santo para fazer esta declaração e bênção da nação de semelhante desta mulher.
É significativo como uma mulher estrangeira é aceita pelo povo da cidade de Belém
como parte de seu povo e como portadora de uma semente que pela graça de Deus, trará
restauração a nação. Pela informação que temos anteriormente sobre a sua descendência, o
que estamos presenciando é uma profecia messiânica sobre a vinda do Filho de Deus, para
edificar a nação. Da linhagem desta mulher veio o rei Davi e Jesus.
Em relação a Boaz, o coro reunido a porta da cidade, declara e pede que seja ilustre e
de renome em Belém. “... e tu sejas ilustre em Efrata e sejas de renome em Belém” (v. 11).
Boaz era um homem ilustre e reconhecido? A que se refere a esse bom desejo? Lembrando
que a bênção que estão pronunciado se relaciona aos aspectos históricos de posteridade,
portanto espirituais. Que de Boaz e Rute nasçam pessoas ilustres, de renome para que
edifiquem e restaurem a Israel. Que o pequeno povo da aldeia de Belém, fique na historiam
e descendência deste casal.
O desejo para ele não é só de ser ilustre e de renome, também há uma clara referência
a uma herança poderosa e libertadora a partir da descendência de Rute. “E seja a tua casa
como a casa de Perez, que Tamar teve de Judá, pela prole que o Senhor te der desta jovem”.
(v. 12). A bênção traz a memória dos assistentes, o caso de outra família, cujas origens de
sua casa foi o cumprimento da lei do levirato (Gn. 38). Por sua vez, se indica que sua casa
ou dinastia que nasça da relação de casal seja forte, duradoura e conhecida, nisso podemos
dizer que há um clamor por libertação e restauração. O povo põe em fruto da relação deste
casal seja forte e duradoura. Nesse sentido, podemos dizer que há um clamor por libertação
e esperança do povo. Ao fazer alusão a essas famílias fortes e casas poderosas, estão
lembrando que a graça do Todo Poderoso Deus, é sujeito de toda bênção, faça deles uma
dinastia, um reino forte, um sinal de salvação definitiva para Israel e de perpetuidade para
Belém.
O narrador nos indica que logo desta bênção pública, de onde se declaram casados,
Boaz a toma por esposa. “Assim tomou Boaz a Rute e ela passou a ser sua mulher, coabitou
com ela e o Senhor lhe concedeu que concebesse e teve um filho” (v. 13). A bênção do
povo foi um ato profético, Deus capacitou Rute para que tivesse um filho, o qual é indício
da esperança e consolo, o qual é o indício da esperança e consolo para o casal e a
posteridade para Belém e Israel. Começam a fazer-se real as intenções e os bons desejos
dos belemitas e a cumprir milagrosamente a profecia para Israel.
Aparece pela segunda vez no livro a ação direta de Jeová para incidir no
desenvolvimento da história. Ele tem estado presente em forma silenciosa em todos esses
acontecimentos descritos. Não obstante, nesta oportunidade aparece como autor direto da
bênção a esta mulher. A primeira vez que atua de forma direta é quando Noemi recebe a
noticia de sua visita para dar-lhes pão. Nesse sentido, podemos dizer que os problemas e
tragédias que Noemi enfrentou são a natural e a familiar. Natural á a fome, a familiar é a
perda de seus filhos.
No desenvolvimento do livro como o Senhor aparece diretamente para solucionar ou
responder a estas duas grandes tragédias. No capítulo um, sua presença está associada com
o pão, para responder a tragédia da fome. “... porque ouviu no campo de Moabe que Jeová
havia visitado a se povo para dar-lhes pão” (1: 6). No capítulo quatro, aparece para dar um
filho a Rute, respondendo assim a segunda tragédia, a morte dos filhos. “... e o Senhor lhe
concedeu que concebesse e teve um filho” (4: 13). As tragédias natural e familiar ficam
desta forma satisfeitas pela ação soberana e direta do Todo Poderoso Deus.
A bênção da herança para Rute está associada a um filho, não está só, mas conta com
a presença de Noemi, Boaz e seu filho. E esta bênção familiar indica a esperança de uma
redenção definitiva para Israel. Ter família é importante, na medida que esse filho cumpre o
propósito redentor de Deus. A chegada de Noemi e Rute a Belém, as mulheres saem para
questionar e espantam de Noemi, sua presença foi dolorosa, sua canção cheia de amargura.
No final da história, aparecem novamente as mulheres para engrandecer a Deus e
reconhecer a sua bondade e herança eterna por meio de seu filho.
Todos reconhecem que esta criança será esperança para Israel, celebram a graça do
Senhor para com o seu povo. Sua canção indica salvação e restauração de todas as coisas
por meio da descendência de Boaz e Rute, há esperança para Israel, todos os confins da
terra sabem do acontecimento. Deus trará restauração definitiva, completa e eterna para seu
povo escolhido.
7. 3. ELE DÁ PROSPERIDADE ETERNA
Depois de considerar o renome eterno que é objeto pelo matrimônio de Boaz e Rute e
de sua herança eterna, consideraremos a prosperidade eterna com a qual são recriados.
Tudo isso indica que as coisas que tem sucedido, tem sido gloriosamente dirigida até o seu
final feliz. Nada pode duvidar que a mão do Senhor tem permitido toda esta história. A
posteridade e prosperidade se apresentam a continuação, como resposta e cumprimento ao
desejo expresso pelos homens da cidade. Sua voz profética tem surtido efeito até as
gerações posteriores.
Noemi toma a criança em seus braços como se fosse sua e as vizinhas se solidarizam
com ela lhe pondo nome. “E tomando Noemi o filho e o pôs no regaço e entrou a cuidar
dele. As vizinhas lhe deram nome dizendo: A Noemi lhe deram nome, dizendo: A Noemi
nasceu um filho e lhe chamaram Obede...” (v. 16 e 17). As vizinhas são as primeiras a
visitar-lhe e se alegram no nascimento. Elas estão felizes, reconhecendo que este filho não
pertence a Rute, mas a toda Belém.
Em relação à prosperidade eterna, temos que referir o que o autor da história nos
informa. Isto é a descendência que se estabelece de Obede filho de Davi e Rute. “... este é
o pai de Jessé, pai de Davi” (v. 17). Nos informa que desta família, em sua terceira geração
nasceu Davi que foi um dos reis mais relembrados na história de Israel, da geração de Davi,
nasce Jesus, o filho de Deus.
O autor nos apresenta a linha genealógica de onde vem o renomado e ilustre rei de
Israel, Davi. Tanto Davi como Jesus, nascem em Belém. Isto não é uma coincidência é a
soberania do Senhor cumprindo todos os seus planos, a salvação e a redenção vêm da
semente de Rute e Boaz. Não era por acaso que todos estavam pronunciando palavras de
bênçãos, mas era a inspiração de Deus que colocava palavras nos lábios para anunciar a
vinda do Messias. O reinado de Davi é um reino eterno, seu governo não tem limites e sua
justiça é sempiterna.
A base da prosperidade não é o filho de Boaz e Rute, mas nos grandes homens que
vem depois dele. Assim demonstra a genealogia no final do livro. Estas são as gerações de
Perez: Perez gerou a Hezrom, Hesrom gerou a Rão, Rão gerou a Aminadabe, Aminadabe
gerou a Naasson, Naasson gerou a Salmom, Salmom gerou a Boaz, Boaz gerou a Obede,
Obede gerou a Jessé e Jessé gerou a Davi” (v. 18 a 22). Desta forma o livro de Rute se
encerra com o nome de Davi.
Há esperança para Israel, Davi é sinal desta, é dele que vem o Messias, seu reinado
será guiado pelo Senhor. É a mais forte dinastia de Israel de onde se espera o verdadeiro rei
espiritual. A prosperidade para a casa de Israel, fica selada com este nome, o rei Davi.
Tanto é que esses nomes são incluídos na genealogia do evangelho de Mateus, para
apresentar o nascimento de Jesus. Salmom gerou a Boaz, Boaz gerou a Obede, Obede
gerou a Jessé e Jessé gerou a Davi...” (Mt. 1: 5-6).
Ao longo do Velho Testamento,os profetas inspirados pelo Espírito Santo
profetizaram sobre a descendência do rei Davi, associando-a com a salvação trazida pelo
Messias. Observamos algumas das profecias a esse respeito. “Eis que vem dias diz o
Senhor que levantarei a Davi um Renovo justo e, Rei que é, reinará, e agirá sabiamente e
executará o juízo e justiça sobre a terra. Nos seus dias, Judá será salvo e Israel habitará
seguro, será este o seu nome, com o que será chamado Senhor Justiça Nossa” (Jr. 23: 5-6).
A relação de Davi e Jesus Cristo se refere a seu reinado e as características do mesmo. Toda
a terra receberá as bênçãos de seu governo.
Posteriormente, o mesmo profeta relaciona Jesus e Davi com a salvação, sua vinda
esperada está mediada para a redenção de Israel, seu povo escolhido. “Naqueles dias e
naquele tempo farei brotar a Davi um Renovo de justiça; ele executará juízo e justiça na
terra. Naqueles dias Judá será salvo e Jerusalém habitará seguro: ela será chamada Senhor
Justiça Nossa” (Jr. 33: 15 e 16). As bênçãos para esta nação estão por vir, da linhagem de
Davi. Sua casa será estabelecida e seu governo será eterno.
Ezequiel e Amós anunciam sua vinda associando sua vinda com seu pastoreio. O
maravilhoso cuidado para com seus seguidores é enaltecido na profecia, o qual indica a sua
chegada. Também implica restauração edificação e levantamento. “Suscitarei para elas um
só pastor e as apascentará; o meu servo Davi que as apascentará; ele lhes servirá de pastor”
(Ez. 34: 23). “Naquele dia levantarei o tabernáculo caído de Davi, repararei as suas brechas
e levantando-o de suas ruínas restaurarei como fora nos dias da Antigüidade” (Am. 9: 11).
Portanto, as palavras proféticas que saíram da boca das mulheres e dos anciãos,não são
simplesmente bons desejos, mas estão associados com a graça redentora pela vinda do
Salvador. Sua vinda é sinal de vida, esperança, edificação e graça.
O profeta Zacarias relaciona Davi e Jesus em termos de justiça e proteção. “Naquele
dia o Senhor protegerá os habitantes de Jerusalém e o mais fraco dentre eles nesse dia, será
como Davi e a casa de Davi será como Deus, como o anjo do Senhor diante deles” (Zc. 12:
8). O Senhor está perto dos pobres, viúvas, órfãos, estrangeiros. Sua graça é a salvação das
injustiças do pecado e provedora de proteção e segurança eterna.
Posteriormente no Novo Testamento, se evidencia o cumprimento destas profecias,
incluindo o coro dois homens e as mulheres de Belém. Enquanto os homens e anciãos
fazem sua aparição no momento da aparição ao momento da legalização do matrimônio
para expressar estas palavras proféticas, as mulheres respondem da mesma forma, ao
momento do nascimento da criança, assim como aconteceu quando Jesus nasceu em Belém
de Judá. O coro já não é de anuncio mas de cumprimento das profecias a respeito dele..
Assim entenderam alguns habitantes de Israel durante o ministério público de Jesus,
como na história de Rute, muitas pessoas, pela graça de Deus viram em Jesus o
cumprimento das palavras do Velho Testamento. Sua relação ao rei Davi é admirável, é
associado seu atuar a salvação, a misericórdia e a vida abundante segundo se havia
anunciado. Também em termos de defesa ao pobre, enfermo ou necessitado como os
excluídos da sociedade religiosa do momento, tal como Rute em sua época.
As multidões cheias do Espírito Santo, proclamam um extraordinário coro semelhante
ao que se ouviu em Belém nos dias de Boaz e Rute. Este coro relaciona Jesus a Davi e
proclama a sua missão de salvação para as nações e povos. “E o povo aclamava dizendo:
Hosana! Ao filho de Davi! Bendito é o que vem em nome do Senhor! Hosana nas
Alturas!”(Mt. 21:9). Através desta perspectiva, o cumprimento dessas palavras dado a Boaz
pelos homens da cidade e Noemi e Rute pelas mulheres de Belém, ressoam novamente
anunciando seu cumprimento definitivo e pleno. Nessa ocasião com o sacrifício do
Cordeiro de Deus para a salvação.
Sua extraordinária missão ressoa na pregação dos apóstolos e chega até os nossos
dias. “o qual por Deus outrora prometido por intermédio dos seus profetas nas Sagradas
Escrituras cerca de seu filho, o qual segundo a carne, veio da descendência de Davi” (Rm.
1: 2-3). Na igreja da época dos apóstolos se contou diversas vezes à relação entre Davi e
Cristo, por isso, podemos afirmar que o fato do povo de Belém proferirem aquela bênção
tem um sentido espiritual e profético para a salvação dos escolhidos.
Desta forma reconhecemos que o capítulo quatro do livro de Rute faz referência a
eventos históricos de especial transcendência. A salvação completa e eterna é anunciada,
logo pelo nascimento do filho indicando esperança. Portanto, afirmamos que o renome,
herança e prosperidade eterna de Deus para eles, é um claro indicador de salvação.
A clareza com a qual este livro apresenta elementos históricos relacionados com a
salvação é admirável. Não é por acaso que estas narrações são incluídas nas Escrituras,
podemos afirmar que trata do caminho sendo preparado para a vinda do Messias. Em
conseqüência disso, é possível ler o livro de Rute em chave teológica, considerando em
cada linha a obra da redenção. Talvez esta seja uma das razões pelas quais este livro é lido
em uma das festas dos judeus, como o Pentecostes na época da colheita. Seu valor histórico
e sua mensagem de redenção lhe dão importância para este fim, não podemos desconhecer
este propósito quando fazemos sua leitura.
LIÇÃO 7: ELE É JEOVÁ TEU SENHOR
TRABALHO INDIVIDUAL
ATIVIDADES
Realiza as atividades do Registro de Observação e Análise do Capítulo quatro.
Contesta cada uma das questões correspondentes ao tema da lição.
Medita nos benefícios e resultados da salvação definitiva em Cristo.
PARTE 1
Registro de Observação e Análise do Capítulo 4
Leia o capítulo quatro do livro de Rute, em chave teológica. Identifique os resultados
e bênçãos eternas da salvação em Cristo, pelo qual deve estar agradecido. Sublinhe com
cores:
Laranja: Noemi e o que se relaciona a ela.
Verde: Rute e os fatos relacionados a ela.
Vermelho: Boaz e os fatos relacionados a ele como parente redentor
Café: Ações relacionadas com a terra, o povo e a propriedade
Negro: a incompreensão dos personagens pelas obras do Senhor
Violeta: as promessas
Roxo: as instruções e admoestações
Amarelo: os fatos que se relacionam com a graça e a bondade de Deus para com elas
Rosa claro: símbolos, exemplos e comparações
Uva: Contrastes e contradições
Azul: profecias messiânicas e suas implicações históricas e espirituais.
Identifique o título tem o capítulo quatro em chave teológica. O título deve refletir o
tema central da redenção. Escreva o versículo chave do tema. Nas margens, escreva suas
observações, comentários e possíveis divisões do capítulo com os subtítulos respectivos
segundo corresponda.
Título do Capítulo: ____________________________________________________
Versículo Chave: _____________________________________________________
“Boaz subiu à porta da cidade e assentou-se ali. Eis que o resgatador de que Boaz
havia falado ia passando; então lhe disse: Ó fulano chega-te aqui e assenta-te e ele se virou
e se assentou. Então Boaz tomou dez homens dos anciãos da cidade e disse: Assentai-vos
aqui e se assentaram.
Disse ao resgatador: Aquela parte da terra que foi de Elimeleque, nosso irmão, Noemi
que voltou da terra de Moabe a tem para vendê-la. Resolvi pois te informar disso e dizer-te:
Compra-a na presença destes que estão assentados aqui, se queres resgatá-la, resgatai-a, se
não declarai-me para que eu o saiba ; pois outro não há senão tu que a resgate, e eu depois
de ti. Respondeu ele: Eu a resgatarei.
Disse porém Boaz: No dia em que tomares a terra da mão de Noemi, também a
tomarás da mão de Rute, a moabita já viúva, para suscitar o nome do falecido, sobre a
herança dele. Então disse o resgatador: Para mim, não a poderei resgatar, para que eu não
prejudique a minha: redime tu o que me cumpra resgatar, porque eu não poderei fazê-lo.
Este era o costume em Israel, quanto a resgates e permutas: o que queria confirmar
qualquer negócio, tirava o calçado e dava a seu parceiro; assim se confirmava negócio em
Israel. Disse pois o resgatador: Compra-a tu. E tirou o calçado.
Então Boaz disse aos anciãos e a todo o povo: Sois hoje testemunhas de que comprei
da mão de Noemi de tudo o que pertencia a Elimeleque, Malom e Quiliom e também tomo
por mulher, Rute que foi esposa de Malom para suscitar o nome deste sobre a sua herança,
para que este nome não seja exterminado dentre seus irmãos e da porta da sua cidade; disto
sois hoje testemunhas. Todo o povo que estava na porta e os anciãos disseram: Somos
testemunhas; o Senhor faça a esta mulher, que entra na tua casa como Raquel e Lia, que
ambas edificaram a casa de Israel; e tu Boaz, há-te valorosamente em Efrata, faze-te nome
afamado em Belém. Seja a tua casa como a casa de Perez que Tamar teve de Judá, pela
prole que o Senhor te der desta jovem.
Assim tomou, Boaz a Rute e ela passou a ser sua mulher, coabitou com ela e o Senhor
lhe concedeu que concebesse e teve um filho. Então as mulheres disseram a Noemi: Seja o
Senhor bendito que não deixou hoje de te dar um resgatador e seja afamado em Israel o
nome deste.
Ele será o restaurador da tua vida e consolador de tua velhice, pois tua nora que te
ama, o deu à luz e ela te é melhor do que sete filhos. Noemi tomou o menino e o pôs no
regaço e entrou a cuidar dele. As vizinhas lhe deram nome, dizendo: A Noemi nasceu um
filho e chamaram Obede. Este é o pai de Jessé, pai de Davi..
São estas gerações de Perez: Perez gerou a Hezrom, Hezrom gerou a Rão, Rão gerou
a Aminadabe, Aminadabe gerou a Naasson, Naasson gerou a Salmom, Salmom gerou a
Boaz, Boaz gerou a Obede, Obede gerou a Jessé e Jessé gerou a Davi”.
Parte 2
Questionário para estudo indutivo do Capítulo Quatro
1. Que importância tem o ato legal do capítulo quatro?
2. Qual a relação existente entre legalidade e redenção?
3. Como podemos relacionar este ato judicial com a justificação?
4. Qual a importância da bênção dos anciãos e do povo em geral?
5. Que sentido espiritual tem o renome dos vivos e mortos?
6. Como podemos entender o tema da herança espiritual?
7. Que relação há entre a prosperidade bíblica e a humana?
8. Quais implicações têm a redenção eterna, a herança e o renome?
9. O que significa a ação direta de Deus para outorgar-lhes um filho?
10. Por que as mulheres se alegram mais na chegada do filho que o matrimônio?
11. Como podemos entender o coro das mulheres ao lado de Noemi, Rute e o filho?
12. O que implica que as palavras são dirigidas à criança, sua descendência e não a
mãe?
13. Como relacionamos Davi nesta história?
14. Que relação há entre Davi e Jesus?
15. Como podemos ver as profecias de redenção e seu cumprimento nestas linhas?
“Também escolheu a Davi seu servo e o tomou dos redis das ovelhas; tirou o do
cuidado das ovelhas e suas crias, para o ser o pastor de Jacó, seu povo, de Israel, sua
herança. E ele os apascentou consoante a integridade do seu coração e os dirigiu com
mãos precavidas” (Salmo 78: 70-72)
LIÇÃO 8
HERANÇA E PROSPERIDADE
Chegamos à última lição deste curso, temos analisado cada capítulo em chave
teológica. Esta lição corresponde à perspectiva pastoral do capítulo quatro. Nela
meditaremos a herança e a posteridade que receberam essas mulheres ao serem incluídas na
história do povo de Israel. Seus nomes ressoaram ao longo da história judia e das demais
culturas, povos e nações. A estrutura do acontecimento é tão significativa que este livro se
acostuma ler nas festas das colheitas.
São duas as tragédias centrais do livro das quais se descrevem no capítulo um. Da
mesma são duas as soluções definitivas e duradouras a essas tragédias. As duas respostas
são cumpridas no capítulo quatro do livro, o que o torna interessante. A primeira parte
descreve as tragédias humanas, sua crise, aflição e amargura, os capítulos centrais
descrevem as respostas às mesmas, a parte final descreve a solução definitiva, a qual está
associada com a salvação plena dos protagonistas da história.
A realidade é que se une para dar uma lição de caráter amplo e a realidade dos mais
necessitados, ou seja daqueles que são objeto da misericórdia do Senhor, àqueles que são
objetos de sua misericórdia. São simples e insignificantes, os que são recriados para esta
história de redenção, abundância, descendência e salvação.
Consideramos nesta seção do livro, os conceitos da herança ampla que recebem estas
duas unidas mulheres, como sua posteridade para as futuras gerações. Seus nomes serão
lembrados como mulheres que foram acolhidas pelas asas do Deus de Israel, seus rostos
serão satisfeitos, seus corações salvos, suas vidas realizadas e suas histórias de amargura e
dor mudadas em esperança e bênção.
8.1. SEU NOME RESTAURADO
Uma das bênçãos que essas mulheres recebem é a restauração de seu nome. Quando
começamos o estudo, Noemi e Rute eram duas mulheres unidas pela dor, seus rostos
estavam cheios de tristeza, pesar e aflição, suas palavras estavam cheias de amargura,
desesperança e desânimo, seu coração estava cheio de incerteza, miséria e perda. Suas mãos
estavam cheias de miséria e pobreza. Quer dizer estavam juntas, mas vazias, miseráveis e
aflitas.
Ao chegar a Belém, as mulheres saem a recebê-las e ficam assombradas ao ver a
Noemi, não é nem sombra da mulher que saiu há quase dez anos, agora é uma mulher de
semblante está decaído e seus olhos mostram amargura e dor. A fome, a miséria, o
desprazer tem a tornado assim.
A cidade entoa uma canção de admiração. Talvez as palavras desta canção são
punitivas sobre a justiça de Deus sobre ela. “... sucedeu que ao chegarem ali, toda cidade se
comoveu por causa delas e as mulheres diziam: Não é esta Noemi?” (1: 19). Podemos supor
que as palavras da canção de suas conterrâneas, supomos que as palavras deste coro das
mulheres ressoaram em seus ouvidos, pelo que responde com desabafo de seus mais
profundo sentimentos. “E ela respondeu: Não me chamais de Noemi, mas sim de Mara:
porque em grande amargura me tem posto o Todo Poderoso. Ditosa eu parti, porém, Jeová
me fez voltar de mãos vazias. Por que me chamais de Noemi já que Deus tem dado
testemunho contra mim e o Todo Poderoso tem me afligido” (1: 20-21). Seu silêncio se
converte em palavras de sentimento e incompreensão, vê a vida com seus olhos naturais e
se frustra.
Seu lamento é ouvido por toda a cidade de Belém, a realidade de sua dor e miséria é
conhecida por todos os cantos deste pequeno lugar. Depois de dez anos, seu nome ainda é
associado à dor, as perdas e a pobreza. A vida desta mulher como de sua nora é cheia de
contrastes. O cortejo que sai a recebê-la, contrasta com a canção do final do livro, sai de
Belém por causa da fome e volta por circunstâncias da morte, por causa da notícia que
ouviu sobre a visita de Deus para dar pão a seu povo, a notícia da colheita, as aproximam à
terra da provisão.
Durante o desenrolar de toda a história, vemos a bondade de Deus, sua misericórdia e
sua bênção. O nome dessas valorosas mulheres nos campos entre as fazendas, mas também
nos tribunais. Desta forma se perpetua seu nome no povo de Israel.
Ao dar-se a negociação formal do resgate de terras e o matrimonio de Rute, Boaz leva
seus nomes aos tribunais. “Disse ao parente: Noemi que regressou dos campos de Moabe,
vende uma parte das terras que pertencia ao nosso irmão Elimeleque” (v. 3), ela é
vendedora de uma das terras herdadas do falecido esposo que está sendo representada na
negociação por Boaz, o parente de Elimeleque.
É associados o casamento da viúva com o resgate da terra. “Então replicou Boaz: O
mesmo dia em que compra as terras das mãos de Noemi, deves tomar também a Rute a
moabita, mulher do falecido, para que restaure o seu nome sobre a sua herança” (v. 5), a
forma como foi restaurado o nome das duas, está associada às duas tragédias descritas
anteriormente, a terra e o casamento. A terra produz sustento, o casamento produz
descendência, o sustento é a solução para a fome, a descendência, à morte. A fome é a
tragédia natural, a morte é a tragédia familiar. Vemos desta forma como o desenvolvimento
do livro e em seu final, responde extraordinariamente às situações do começo. Analisamos
o fato o quadro abaixo:
Soluções Resultado Problema Tragédia
Terra Sustento Fome Natural
Casamento Descendência Morte Familiar
Depois das deliberações normais de um processo judicial e legal, Boaz que é o
negociador retoma a palavra na presença das testemunhas para afirmar a aquisição e
declarar legalmente a posse delas. “... hoje adquiro de Noemi tudo o que foi de Elimeleque
e tudo que foi de Malom e Quiliom. E também tomo por minha mulher, Rute, que foi
esposa de Malom para restaurar o seu nome sobre a sua herança, para que o seu nome não
se apague entre seus irmãos e da porta de sua cidade. Vós sois minhas testemunhas hoje”
(v. 9-10).
Portanto, os nomes de toda a família são restaurados em um tribunal e trazidos à
memória. A forma de restaurar seus nomes está aparentada ao exercício da lei, e em relação
ao resgate das terras e o matrimônio com a viúva para levantar descendência.
O povo adora o Senhor e fazem seus votos a favor do casal que se uniu legalmente.
Logo o nome de Rute está associado com a bênção de um filho, o qual fará que seu nome
seja por memorial por todos os tempos. “ Boaz, pois, tomou a Rute e ela foi sua mulher e
Jeová lhe deu que concebesse e desse à luz a um filho” (v. 13). Rute recebe a bênção da
fertilidade.
As mulheres se dirigem a Noemi, para congratulá-la e cantar coros de gratidão a
Deus. “E as mulheres diziam a Noemi: Louvado seja Deus, que fez com que não te faltasse
hoje um parente, cujo nome será celebrado em Israel; o qual será restaurador de tua alma e
sustentará a tua velhice; pois tua nora que te ama, o tem dado a luz, e ela é de mais valor
para ti do que sete filhos” (v. 14-15). Nesta ocasião as visitas e as canções das mulheres
está associada com a bênção e gratidão. O encontro entre as mulheres e Noemi no capítulo
um é de maldição e de castigo, no capítulo quatro é de alegria e regozijo.
A Rute lhe nasce um filho, porém as vizinhas dizem que é de Noemi. “E tomando
Noemi o filho, lhe pôs em seu regaço e lhe deram nome as vizinhas dizendo: A Noemi
nasceu um filho. E lhe chamaram Obede...” é ela que o toma em seus braços. A restauração
do nome dessas mulheres tem um significado muito especial. Se analisarmos bem é Noemi
que é a protagonista da história, mas o filho é de Rute, a amarga Noemi volta a sua doçura e
beleza, seu nome e caráter é restaurado pela graça do Senhor.
A restauração de seu nome está plenamente associada à descendência do filho que
acaba de nascer. Como o antecessor do rei Davi, se inaugura uma nova dinastia que será
eternamente lembrada. Agora elas estão plenas da graça de Deus, seu nome não ficará
desapercebido, agora está unido à bênção da perpetuidade. A dinastia de Davi vem no
caminho pelo fruto do ventre de uma estrangeira.
Noemi é a primeira mulher que abre o relato do livro, logo entra em cena , Rute a sua
nora inseparável. Desta forma, Noemi abre e encerra a narração. Não obstante, para efeitos
genealógicos é Rute e não Noemi quem aparece nos registros, isto se dá pelo fato da
misericórdia e graça do Senhor, quem as cobre com as suas asas. Desta forma se fazem
reais as bênçãos e os bons desejos de Boaz para Rute, logo dos homens em relação ao
casal e logo das mulheres em relação à descendência. Todas as bênçãos estão relacionadas
aos nomes das pessoas e as suas histórias. Tudo está perpetuado pra a bênção de Israel, para
alegria de seus protagonistas e a glória de Deus, o onipresente Senhor.
8.2. SUA HERANÇA REDIMIDA
Uma das coisas que desconhecíamos durante o relato é o fato de que Noemi possuía
uma herança. Possivelmente devem ter abandonado por circunstâncias da fome em Belém.
Ao voltar em meio a um período de quase dez anos, não tem dinheiro, nem capacidade para
resgatar a terra que talvez poderia redimir por uma quantia em dinheiro. Em conseqüência,
quem deve redimir a terra é um parente próximo para que se cumpra o que foi estabelecido
em lei. Não obstante, Boaz é o parente indicado para fazê-lo, mas ele diz ter outro parente
próximo.
Ao final do capítulo três teria uma impressão que o parente próximo teria somente a
responsabilidade de casar com Rute, a viúva, mas no capítulo quatro é revelado um segredo
escondido em toda a história. “Logo disse ao parente: Noemi que está de volta dos campos
de Moabe vende uma parte das terras que pertencia a seu irmão Elimeleque” (v. 3) A
novidade é que Noemi tem umas terras que lhe deixou seu esposo. É interessante que Boaz
quem toma a iniciativa e representa a Noemi para a negociação das terras e a Rute para o
patrimônio.
O centro assunto é a venda da terra, deve-se redimir as terras a favor da viúva, em
honra do marido, para cumprir a lei que lhe rege. Portanto, Boaz é a pessoa responsável de
fazer cumprir a lei e de defender os seus diretos.
Comunica ao parente para que se cumpra seu dever legal, diante das testemunhas
formais, se declara a situação sócio-econômica para que se dê resultados, a única decisão
que se espera é que ele queira redimir, ou seja adquirir as terras de Noemi, do contrário em
segunda instância corresponde a Boaz que está disposto a cumprir com seu dever. Não
obstante, o outro parente se manifestou seu compromisso de resgatar as terras, nesse
sentido, legalmente, o caso se dá por encerrado.
Mas Boaz apresenta o segundo caso diante da opinião dos presentes que está
relacionado com Rute de quem estava encarregado de defender e resgatar. Há uma clara
união entre os dois casos, se compra o terreno, restaura e evita que passe as mãos de outros
compradores que não são da família, o que seria contra a lei, se caso resolva casar com
Rute, restaura o nome do falecido marido em sua própria herança. Desta forma se faria uma
justiça plena e se reivindicaria inseparavelmente os dois problemas legais. Também se
poderiam manter inseparáveis as mulheres que haviam jurado fidelidade e unidade.
A habilidade de Boaz é chamativa, não sabíamos que ele uniria esses dois casos
judicialmente no tribunal. Ele sabia do compromisso de fidelidade entre as duas. O certo é
que ao unir esses dois casos, permita que a vida dessas mulheres permaneça unida na
herança dos esposos falecidos.
Herança ou terra é um assunto que corresponde à bênção abraâmica. “... Sai da tua
terra da tua parentela e da casa de teu pai, para uma terra que te mostrarei” (Gn. 12:
1).Como Noemi e Rute, ambas saem de sua terra para uma terra desconhecida. A terra que
Deus promete a Abraão é a mesma que Rute está indo, esta será a herança para o povo
escolhido e sua descendência viverá ali. Rute também pela fé é levada a uma terra
prometida e ali junto ao seu antepassado Abraão desfruta da abundância e fidelidade de
Deus.
A terra está associada à comida e a sobrevivência, o sinal de bênção e estabilidade, é
por essa razão que a terra tem um papel importante nesta história de redenção, podemos
afirmar que não há uma realidade completa de salvação sem uma terra nova.
O outro parente recusa a redimir a herança caso se unam os dois casos, declara
impedido para fazê-lo. Nesse sentido, se cumpre o ritual vigente para a confirmação de m
contrato de um negócio.
Para os judeus, os pés têm um ato simbólico associado aos direito das pessoas, as
extremidades inferiores eram atendidas pelo hospitaleiro senhor da casa a sua visita. Essa
talvez é uma das razões pelas quais existia o costume, tirar a sandália e dar a outra pessoa,
era não só um ato de renúncia, mas também de direito e de legalidade. Com este ritual
público se encerra a cerimônia legal da transferência das terras de Elimeleque a Boaz. Este
último se encarrega de restaurar a herança de seu parente que pela morte de seu esposo e a
pobreza da viúva estava a ponto de passar a outra mão, e assim perder seu direito familiar.
Todo o direito do processo gira em torno da terra, a herança dos falecidos deve ser
restaurada, para o bem de quem lhes pertence. Boaz o representa na negociação, se ajusta
aos requerimentos legais e restaura a herança e o nome do falecido sobre a sua herança e se
casa com Rute. Adquirir a posse era um ato de justiça, tomar a viúva era um ato de
misericórdia. A bênção da terra, unida ao matrimônio, permite a Noemi e Rute seguir
juntas e permanecer na terra que pertencia a seus esposos.
Devemos lembrar que duas grandes perfeições de Deus em relação a salvação são a
justiça e misericórdia. Por justiça assumiu nosso pecado e pagou a dívida diante do tribunal
do Pai, Desta forma, Cristo cumpriu toda a justiça em favor dos seus, e por sua entrega,
manifestou a seus filhos seu imenso amor e graça para os seus. Desta mesma forma essas
mulheres,pela união desses dois casos legais desfrutam de um ato redentor ao receber a
justiça de Boaz e sua misericórdia para com elas. Justiça em redimir a terra e misericórdia
ao se casar com Rute. A redenção é um ato de aliança, pela aliança eterna de salvação
podemos desfrutar das inúmeras bênçãos da salvação e vida abundante.
Boaz repete novamente e como lendo o contrato finalizado, seu duplo propósito é unir
esses dois casos. Desta forma, redime a terra e a mulher, reivindica aos mortos e faz justiça
aos vivos. Cumpre-se um ato pleno e eficaz.
A restauração do nome do falecido sobe sua herança é a finalidade do caso concluído.
A terra tem um papel importante na justiça social e na história da redenção. Portanto,
podemos dizer como estas mulheres que pela visão tem perdido tudo, mas termina a
história, contando a riqueza, bênção e prosperidade para suas vidas. Da mesma forma nosso
Senhor Jesus é quem faz justiça aos seus filhos. Ao serem trazidos a Ele, são recriados com
abundância e pão e se lhes dá herança e parte com os salvos. Formosa e eterna bênção.
8.3. SUA POSIÇÃO PROMOVIDA
Nome reconhecido, propriedade redimida e posição promovida, são algumas das
bênçãos que desfruta esta humilde e valorosa mulher, ambas são beneficiadas do cuidado
de Boaz. As leis são aplicadas para favorecer as mulheres que tem sido afetadas por
situações de adversidade. Seu nome passa a ser reconhecido, sua propriedade restaurada,
sua posição promovida aos mais altos níveis.
De mulheres pobres, passam a serem ricas, de uma vida cheia de amargura para uma
vida plena de abundância. A posição delas é posta nos lugares mais altos da cidade, de Judá
de Israel. O capítulo quatro começa nos contando como Boaz sobe e se senta no lugar de
justiça. Sobe a este lugar pensando nas mulheres, seus rostos, suas histórias e problemas
são considerados neste lugar de justiça. “Noemi que tem voltado dos campos de Moabe...”.
Relaciona seu nome ao regresso da terra de Moabe.
Seu nome é relacionado com suas circunstâncias de dor e depressão com as quais
volta de Moabe, não possui identidade própria, pois é colocada em relação a pessoas e a
circunstâncias nada alentadoras. Logo se relaciona se nome e posição associado a Rute,
uma mulher estrangeira e viúva. As mulheres da narração não têm posição digna e
renomada entre a sociedade de Belém insignificantes e pobres.
Ao concluir o caso legal novamente se relacionam com mortos, terras e com esse
sobrenome que ao longo do livro lhe é dado, a qual a coloca como estrangeira; a moabita.
As duas mulheres estão associadas com suas trágicas circunstâncias, os mortos e as terras.
Logo ao final da cena, seu nome é omitido na bênção dos anciãos do povo. Ela é
considerada mulher eles declaram que ela seja frutífera e que a casa deles seja duradoura e
sua descendência seja forte. Parece que os anciãos de Belém estão pensando mais na
bênção de Israel do que para a própria Noemi e Rute. A ela se deu o dom de gerar a vida e
sua semente é sinal de esperança, segundo a promessa de redenção.
É interessante, com a relação a sua posição promovida, no final do capítulo há
manifestações do povo, onde se pronunciam bênçãos proféticas para Rute e sua
descendência. Nesta parte deste capítulo, o seu nome é associado a um sentido diferente
como se apresenta no livro. “... como a Raquel e Lia, as quais edificaram a casa de Israel...
E seja a tua casa como a casa de Perez que Tamar teve de Judá, pela prole que o Senhor te
dê dessa jovem” (v. 11 e 12). Já não é relacionada com as circunstâncias passageiras,
naturais e familiares, mas com sus procedência. Sua nova relação é com mulheres da
história redentora de Israel.
Seu nome não é mais relacionado como personagem secundário como foi colocado
até agora, mas sim, é elevado à categoria das mulheres ilustres de Israel. São dois pares da
Antigüidade com as quais, Rute á associada, Raquel e Lia; Judá e Tamar, os pares de
personagens são ilustres na história do povo escolhido, em conseqüência dos fatos, seu
nome deixa de ser anônimo.
Posteriormente, sua posição se relaciona à vida matrimonial, ali recobra seu nome
próprio sem nenhuma comparação, procedências ou circunstâncias. Aqui é uma mulher por
nome Rute, simplesmente Rute, é relacionada à bênção que Deus a dá de ter filhos, é
associada com a vida e a bênção do Todo Poderoso. Na primeira parte do livro, ela e sua
sogra são associadas à morte e a falta de filhos, inclusive Noemi associada a sua
incapacidade de ter filhos e suas noras resignadas a ficar sem esposos e sem filhos.
Todavia, o livro termina promovendo notavelmente a sua posição e identidade a ponto de
ser relacionada com a grande bênção do Senhor.
A chegada em Belém, Noemi fala que Deus estava contra ela e tem as mãos vazias,
no final da história é narrado que Deus visitou Rute para lhe dar um filho. As duas visitas e
ações estão diretamente ligadas a uma relação entre Deus com o pão e a vida. Desta
maneira, seu nome, posição, identidade e vida são promovidos ao mais alto a história de
Israel. As visitas de Deus são para responder milagrosamente as duas tragédias que se
apresentam no começo do livro.
As mulheres que aceitam e reconhecem amargura de Noemi e sua chegada em Belém,
são as que agora reconhecem a doçura de seu nome pela bênção do Senhor. Elas mesmas
invocam ao doador do pão e da vida e portanto, da doçura desta viúvas. O nome da
amargurada Noemi é promovido a ser parente de um nome celebrado em Israel.
Novamente seu nome é relacionado à salvação, redenção e esperança. Como as
circunstâncias têm sido mudadas, do estado depressivo, frustrante e amargurado da sua
chegada em Belém para a felicidade e realização. A restauração da nova vida se faz
evidente através do nascimento desse filho.
Da mesma maneira, o nome de Rute é associado novamente por seu parentesco co
Noemi, sua nora e por sua fertilidade como mãe, o que falam de Rute que é mais valiosa
para Noemi que sete filhos, fala-se também da plenitude da bênção da família. Uma família
plena e completa se dá nesta comparação, relacionando as duas mulheres à graça de Deus.
Assim como começa a narração com as duas mulheres em circunstâncias semelhantes,
termina o livro com as duas juntas e intimamente relacionadas em situações semelhantes,
porém distintas.
O nome de Noemi desaparece da narração, em conseqüência do filho nascido, o qual
ela o considera como sendo seu filho. Encarrega-se de cuidar dessa criança, não renuncia a
sua condição de mulher e seu caráter maternal, começa a história com filhos e termina com
um filho.
Seu neto está aparentado com o futuro rei Davi, do qual nasceria o Salvador. Os
nomes desta mulher estrangeira e de sua sogra Noemi ficam desta forma em seu lugar mais
proeminente. A única razão que faz com que elas vivam e sejam exaltadas como mulheres é
a relação ao ato de redenção, ao filho que é nascido e a notícia da vinda do grande rei em
Israel. Desta forma, podemos concluir dizendo que o nome destas mulheres simples e
humildes, termina sendo posto nos lugares mais altos da história, a vida e a salvação eterna.
A promoção de seus nomes possui um significado muito grande, a verdade desta
afirmação é que este livro é lido durante todas as festas das colheitas. Sua ação reflete na
ação direta de Deus para guiar a história, governar as circunstâncias e cumprir sua vontade.
É uma das razões pelas quais era lido na festa do Pentecoste, e também uma forte razão
para ler nos nossos dias.
O livro de Rute pode ser lido como história que justifica a origem da dinastia de Davi e, portanto a genealogia de Jesus. Podemos dividi-lo em duas partes; um longo prelúdio que narram todos os acontecimentos de um dado momento histórico, a fidelidade que permite dar ao ser humano à implacável marcha dos fatos, a lei e seu cumprimento. Todas essas forças convergem no desenlace que dá começo a uma outra história que não se conta, porque está formada pelos mesmos ingredientes de misericórdia, solidariedade, presença de Deus com os fracos... a história de Jesus de Nazaré (www.arrakis.es)
Desta forma chegamos ao final do estudo desta apaixonante história real. No contexto
da salvação, podemos ver Rute a figura da Igreja dos gentios. É possível fazer uma
comparação entre Cristo e sua igreja. Assim como Boaz se ofereceu como esposo para Rute
em cumprimento da lei, também Cristo se ofereceu pela igreja dos gentios. Esta
interpretação dá abertura do evangelho cristão para todas as nações. Nesse sentido a
ascendência biológica de Jesus inclui a esta mulher estrangeira, como parte da linhagem de
onde veio o Salvador.
LIÇÃO 8:
HERANÇA E PROSPERIDADE
TRABALHO INDIVIDUAL
Atividades
Realiza as atividades do Registro de Observação e Análise do Capítulo quatro.
Contesta cada uma das questões correspondentes ao tema da lição.
Medita nas verdades eternas e missionárias que se desprendem dessa história.
PARTE 1
Registro de Observação e Análise do Capítulo 4
Leia o capítulo quatro do livro de Rute, em chave teológica. Identifique os resultados
e bênçãos eternas da salvação em Cristo, pelo qual deve estar agradecido. Sublinhe com
cores:
Laranja: Noemi e o que se relaciona a ela.
Verde: Rute e os fatos relacionados a ela.
Vermelho: Boaz e os fatos relacionados a ele como parente redentor
Café: Ações relacionadas com a terra, o povo e a propriedade
Negro: a incompreensão dos personagens pelas obras do Senhor
Violeta: as promessas
Roxo: as instruções e admoestações
Amarelo: os fatos que se relacionam com a graça e a bondade de Deus para com elas
Rosa claro: símbolos, exemplos e comparações
Uva: Contrastes e contradições
Azul: profecias messiânicas e suas implicações históricas e espirituais.
Identifique o título tem o capítulo quatro em chave teológica. O título deve refletir o
tema central da redenção. Escreva o versículo chave do tema. Nas margens, escreva suas
observações, comentários e possíveis divisões do capítulo com os subtítulos respectivos
segundo corresponda.
Título do Capítulo: _____________________________________________________
Versículo Chave: ______________________________________________________
“Boaz subiu à porta da cidade e assentou-se ali. Eis que o resgatador de que Boaz
havia falado ia passando; então lhe disse: Ó fulano chega-te aqui e assenta-te e ele se virou
e se assentou. Então Boaz tomou dez homens dos anciãos da cidade e disse: Assentai-vos
aqui e se assentaram.
Disse ao resgatador: Aquela parte da terra que foi de Elimeleque, nosso irmão, Noemi
que voltou da terra de Moabe a tem para vendê-la. Resolvi pois te informar disso e dizer-te:
Compra-a na presença destes que estão assentados aqui, se queres resgatá-la, resgatai-a, se
não declarai-me para que eu o saiba ; pois outro não há senão tu que a resgate, e eu depois
de ti. Respondeu ele: Eu a resgatarei.
Disse porém Boaz: No dia em que tomares a terra da mão de Noemi, também a
tomarás da mão de Rute, a moabita já viúva, para suscitar o nome do falecido, sobre a
herança dele. Então disse o resgatador: Para mim, não a poderei resgatar, para que eu não
prejudique a minha: redime tu o que me cumpra resgatar, porque eu não poderei fazê-lo.
Este era o costume em Israel, quanto a resgates e permutas: o que queria confirmar
qualquer negócio, tirava o calçado e dava a seu parceiro; assim se confirmava negócio em
Israel. Disse pois o resgatador: Compra-a tu. E tirou o calçado.
Então Boaz disse aos anciãos e a todo o povo: Sois hoje testemunhas de que comprei
da mão de Noemi de tudo o que pertencia a Elimeleque, Malom e Quiliom e também tomo
por mulher, Rute que foi esposa de Malom para suscitar o nome deste sobre a sua herança,
para que este nome não seja exterminado dentre seus irmãos e da porta da sua cidade; disto
sois hoje testemunhas. Todo o povo que estava na porta e os anciãos disseram: Somos
testemunhas; o Senhor faça a esta mulher, que entra na tua casa como Raquel e Lia, que
ambas edificaram a casa de Israel; e tu Boaz, há-te valorosamente em Efrata, faze-te nome
afamado em Belém. Seja a tua casa como a casa de Perez que Tamar teve de Judá, pela
prole que o Senhor te der desta jovem.
Assim tomou, Boaz a Rute e ela passou a ser sua mulher, coabitou com ela e o Senhor
lhe concedeu que concebesse e teve um filho. Então as mulheres disseram a Noemi: Seja o
Senhor bendito que não deixou hoje de te dar um resgatador e seja afamado em Israel o
nome deste.
Ele será o restaurador da tua vida e consolador de tua velhice, pois tua nora que te
ama, o deu à luz e ela te é melhor do que sete filhos. Noemi tomou o menino e o pôs no
regaço e entrou a cuidar dele. As vizinhas lhe deram nome, dizendo: A Noemi nasceu um
filho e chamaram Obede. Este é o pai de Jessé, pai de Davi..
São estas gerações de Perez: Perez gerou a Hezrom, Hezrom gerou a Rão, Rão gerou
a Aminadabe, Aminadabe gerou a Naasson, Naasson gerou a Salmom, Salmom gerou a
Boaz, Boaz gerou a Obede, Obede gerou a Jessé e Jessé gerou a Davi”.
Parte 2
Questionário para estudo indutivo do Capítulo quatro.
1. Que relação encontra entre os nomes ao começo e ao final da narração?
2. Como se dá a solução dos problemas traçados no início do estudo?
3. Que importância tem os nomes nesta história?
4. Qual a importância da terra nesta história?
5. Qual a importância dos filhos para uma família?
6. Que importância tem para uma família os aspectos legais?
7. Que princípios missionários podem ser identificados nesta história?
8. Quais são as chaves para ver a graça de Deus?
9. Quais as promessas messiânicas se apresentam no capítulo?
10. Qual a importância tem as viúvas, estrangeiros, pobres, anciãos, crianças na
igreja?
11. Que elementos pedagógicos se apreciam para o ministério?
12. Quais os contrastes e semelhanças lhe chamaram mais a atenção?
13. Que importância tem as mulheres para a igreja?
14. Qual é a função dos homens e das mulheres na igreja?
15. Como podemos aplicar o Rute em nossos dias?
“O Senhor te guiará continuamente fartará tua alma, em lugares áridos, fortificará teus
ossos e serás como um jardim regado, como um manancial, cujas águas nunca faltam e os
teus filhos edificarão as antigas ruínas; levantarás os fundamentos de muitas gerações e
serás chamado de reparador de brechas e restaurador de veredas para que o país se torne
habitável” (Is. 58: 11-12)
CONCLUSÃO
Depois de corrermos por todo o livro de Rute, chegamos ao seu final, este tempo tem
sido enriquecedor, na medida que nos tem permitido aprofundar nos aspectos bíblicos
relacionado a este curto mas com grande significado livro da Bíblia. Sua análise na
perspectiva teológica nos tem permitido esclarecer conceitos e estabelecer paralelos e
fortalecer nossa responsabilidade no ministério.
O estudo deste livro é de grande contribuição para identificar elementos básicos para
o ministério com viúvas, estrangeiras, mulheres, imigrantes, imigrantes, desprezados,
anciãos, entre outros. A compreensão destes grupos sociais e fenômenos contextuais têm
nos levado a uma reflexão sobre sua realidade e meditar nas dinâmicas da vida cristã, para
incluí-las em nossa agenda de trabalho e ministério eclesial.
A afirmação de valores, princípios bíblicos e formas de ministério, nos sensibilizam
até o serviço abnegado para eles e a apropriação dos recursos legais para o seu
desenvolvimento e bem estar. Através desta visão teológica podemos aprofundar na forma
como Deus se apresenta em cada momento da história da humanidade. Seu caráter de ação
e providência são altamente significativas no decorrer dos capítulos do livro de Rute.
Por meio da perspectiva ministerial, nos facilita a compreensão do agir do Senhor a
favor de seu povo. A fidelidade tem sido estudada em detalhe para reconhecer a justiça e o
amor de Deus a favor de seus filhos, aos quais ele dá o seu abrigo sem nenhum
merecimento de sua parte. Os fenômenos sociais tem sido vistos como correntes do cuidado
do Senhor para os seus. Desta forma, o seu agir está dentro da realidade e contexto.
Entender e confiar na vontade de Deus não é fácil, mas ele nos tem desafiado a
compreender as nossas próprias realidades como cristãos e também nos impulsiona a ajudar
a quem tem enfrentado situações semelhantes a essas mulheres da história.
A atuação principal do livro é de Deus, sua onipotência começa e termina a obra,
cada momento, cada passo está sendo dirigido e estabelecido por sua soberania. Desta
forma, podemos concluir que a soberania e o poder de Deus não se contradizem. E
meditamos nos desafios, resultados e compromissos da responsabilidade do homem, nesse
sentido, para muitos, os protagonistas da história são Noemi e Rute, o que podemos dizer
que ela, junto a Boaz estão sendo capacitados para exercer responsabilidade, até nos levar a
bons resultados ao final da carta.
O estudo do livro de Rute tem elementos simbólicos e Cristológicos muito
significativos. Uma das razoes que faz com que seus personagens confiem no Senhor
apesar das circunstâncias de adversidade que estão vivendo é a segurança da redenção.
Desta forma, tomamos elementos simbólicos para estabelecer dinâmicas de dependência
espiritual e princípios de confiança que sempre é boa e agradável vontade de Deus, mesmo
que não a entendamos.
Consideramos a importância de viver a vida cristã com visão escatológica, isto é,
esperando o momento pleno de todas as coisas e descansando na perfeita graça que se
cumprirá em Jesus Cristo. Assim como o povo de Belém proclama profeticamente a
redenção definitiva e o reino da descendência do filho de Boaz e Rute, os crentes estão
convencidos que em Jesus, o Filho de Deus, há salvação definitiva e segura, sua vinda é
esperada. Neste sentido, o estudo bíblico nos tem sido de grande ajuda. Partimos da criação,
passamos pela queda, a redenção e esperamos a glorificação. Esta esperança nos alenta e
sustenta.
A realização dos trabalhos, análise indutiva, questionário e o desenvolvimento dos
registros de observação têm contribuído para que chegamos a uma maior compreensão da
temática do livro. Unido a este caso, uma permanente contextualização com a realidade do
momento e sua aplicação a nossa vida e as práticas ministeriais, nos permite articular uma
maior confiança na soberania de Deus, seu controle providente e sua total redenção para
seus filhos. E nos desafia a sermos responsáveis no exercício que nos é delegado como
portadores da mensagem do reino ao sermos redimidos por sua graça.
BIBLIOGRAFIA (PAG. 192)
Bíblias
Bíblia da América (Madri, Casa da Bíblia, 1994).
Bíblia do Peregrino (Bilbao: EGA – Mensageiro, 1993)
A Bíblia al Dia (EEUU: Sociedade Bíblica Internacional, 1979)
A Bíblia de Estudo: Deus fala hoje (EEUU: Sociedade Bíblica Unidas, 1998)
A Santa Bíblia, versão Reina Valera (Bogotá: Sociedade Bíblica Colombiana, 1995)
A Santa Bíblia, versão Reina Valera Revisada (USA: Sociedade Bíblica Unidas,
1998)
Nova Bíblia espanhola (versão antiga)
Dicionários
Barton, Bruce. Biblia del Diario Vivir. Nashville, TN: Editorial Caribe, 2000. Biblia electrónica de estudio de teología y Biblia.
Batchelor, Mary, ¡Abramos la Biblia! Miami, FL: Sociedades Bíblicas Unidas, 1999. Libro de consulta para conocer aspectos relacionados con el estudio de las Escrituras.
Chevalier, Jean y Gheerbrant, Alaín. Diccionario de los símbolos. Barcelona: Herder, 1993. En sus 1107 páginas presenta una clara explicación de los símbolos empleados en la Biblia.
Douglas, J. D., Nuevo Diccionario Bíblico Certeza. Barcelona, Buenos Aires, La Paz, Quito: Ediciones Certeza, 2000. En sus 1423 páginas se presenta un estudio exhaustivo de términos, temas, lugares, bosquejos, mapas, diagramas y explicaciones de la Biblia.
Douglas, J. D. y Tenney, Merril. Diccionario Bíblico Mundo Hispano. Texas, EE. UU.: Editorial Mundo Hispano, 3 Ed. 1998. En sus 788 páginas, se aclaran conceptos, palabras, temas, relacionados con el estudio de temas bíblicos y su interpretación.
Fasausset, Jamienson. Comentario exegético y explicativo de la Biblia. Brown, EE. UU.: Casa Bautista de Publicaciones, Tomo I. 1958. En sus 720 páginas se comenta en detalle aspectos relacionados con los temas Bíblicos y sus respectivas aclaraciones históricas.
Hayford, Jack. General Editor, Biblia Plenitud. Nashville, TN: Editorial Caribe, 2000. Biblia electrónica de ayuda para el conocimiento y claridad de temas bíblicos.
Nelson, Wilton. Nuevo Diccionario Ilustrado de Biblia. Nashville: Editorial Caribe, 2000. diccionario electrónico de estudio de temas y conceptos de la Biblia.
Vila, S., y Escuain, S. Nuevo diccionario bíblico ilustrado. Barcelona, España: Editorial CLIE, 1985. En sus 786 páginas se identifican conceptos, términos, vocablos con claridad y precisión, los cuales son básicos para un estudio más detallado y profundo de la Biblia.
Wilton, Nelson. Editor. Diccionario ilustrado de la Biblia. Miami: Editorial Caribe, 1975. En sus 735 páginas se aclaran conceptos, temas y palabras claves para el estudio bíblico.
Livros
Benítez, Mario y Martínez, Manuel. El educador: Mediador en los procesos de desarrollo y socialización. Quito: CECAFEC, 1995. En sus 111 páginas se presentan elementos básicos para un proceso educativo efectivo y socializador.
Cabezudo, Eduardo. Historia episódica. Rut, Tobías, Judit y Ester. Madrid, España: Ediciones Sígueme, 1992. En sus 320 páginas se analizan estos libros desde una perspectiva narrativa, bíblica y gramatical, útil para el estudio de la Biblia.
Cassirer, Ernst. Antropología filosófica. México: Fondo de Cultura Económica, 4 Ed. 1965. En sus 335 páginas se identifican las bases antropológicas desde la filosofía.
Cook, Guillermo y Foulkes, Ricardo. Comentario Bíblico hisponoamericano. Bogotá: Ed. Caribe, 1990. En sus 372 páginas se comentan pasajes bíblicos a nivel teológico.
Diel, Paul. Los símbolos de la Biblia. México: Fondo de Cultura Económica, 1 ed. esp. 1989. El autor en sus 328 páginas comenta los principales símbolos bíblicos.
Esguerda, Juan. En el silencio de Dios. Salamanca: Ediciones Sígueme, 5 ed. 1983. En sus 334 páginas se estudia el silencio de Jesús y sus implicaciones.
Floristan, Casiano. Teología práctica. Teoría y praxis de la acción pastoral. Salamanca: Ediciones Sígueme, 1993. En sus 757 páginas, el autor estudia en detalle el ejemplo pastoral y pedagógico de Jesús en su ministerio terrenal.
Floristan, Casiano y Tamayo, Juan José. Conceptos fundamentales de pastoral. Madrid: Ed. Cristiandad, 1983. En sus 1052 páginas se estudia en detalle la pastoral de Jesús.
Hegeman, Cornelius. Cómo escribir un curso de MINTS. Miami, EE. UU.: MINTS, 2005._________________ Cristología. Miami, EE. UU.: Fundación IBRC - MINTS, 2005. Un estudio detallado de la Cristología en toda la Biblia.
Marguerat, Daniel y Buirquin, Yvan. Cómo leer los relatos bíblicos. Iniciación al análisis narrativo. Santander, España: Editorial Sal Térrea, 2001. En sus 180 páginas se presentan pautas, principios y claves para analizar los escritos narrativos como el de Rut.
Mesters, Carlos. Rut. Pan, familia, trabajo. Quito, Ecuador: Verbo Divino, 1992. En 97 páginas se nos presenta una reflexión práctica, clara y a modo de cartilla sobre la vida y el libro de Rut. Con este estudio podemos comprender más la realidad social de la época.
_________________ Rut. Una historia de la Biblia. Bogotá, Colombia: Ediciones San Pablo, 1995. En 110 páginas se nos presenta un estudio socio económico del libro de Rut, con sus respectivas implicaciones para nuestros días.
Navarro, Mercedes. El libro de Rut. En: González Lamadrid, Antonio. Barcelona, España: Editorial Herder, 2000. En 60 páginas se analizan aspectos relacionados al libro de Rut.
_____________ Guía espiritual del Antiguo Testamento. Los libros de Josué, Jueces y Rut. Barcelona, España: Editorial Herder, 1995. En 320 páginas se estudia detalladamente algunos principios básicos para el estudio de los libros históricos del Antiguo Testamento.
Ramírez, José. El libro de Rut. San José, Costa Rica: UBL, 2004. En sus 312 páginas, se analiza el libro de Rut, mediante diversos momentos litúrgicos, reflexivos, exegéticos, aplicativos y de silencio. Es un modulo útil para conocer aspectos básicos del libro.
Restrepo, Luís Carlos. El derecho a la ternura. Bogotá: Arango Editores, 1994. En 191 páginas el autor presenta aspectos relacionados con la ternura humana y su expresión.
Vílchez, José. Narraciones II Rut y Ester. Estella, Navarra, España: Editorial Verbo Divino, 1998. En sus 420 páginas, el autor hace un análisis bíblico teológico de la realidad narrativa del libro de Rut y Ester. Contextualiza la obra y la aplica magistralmente.
Warren, Wiersbe. Seamos dedicados. Cumplamos la voluntad de Dios sin importar el precio. Grand Rapids, Michigan, EE.UU.: Editorial Portavoz, 1993. En 144 páginas el autor, presenta de forma sencilla, amena y clara la enseñanza sobre el libro de Rut y Ester.
Wenin, André. El libro de Rut. Aproximación narrativa. Estella, España: Editorial Verbo Divino, 2000. En 180 páginas se da una aproximación al estudio narrativo del libro de Rut.
Documentos
Confesión de fe de Westminster. 118 Páginas. Presenta las doctrinas claves y aspectos de la vida cristiana de manera sistemática y coherente con todo el Consejo de Dios.
Artigos
Cussiánovich, Alejandro. "Educar desde una pedagogía de la ternura" en Jóvenes y niños trabajadores: sujetos sociales. Protagonismo, estrategia y metodología. Lima: Urpi Ediciones, 1995. En sus 123 páginas aborda la nueva pedagogía de la ternura.
Santillana. "Literatura y teatro" en Enciclopedia técnica de la educación. España: Ediciones Elfo, v. 3 pág. 200-207. 1970. 847 pp. Habla sobre el teatro de mimos.
Tese e materiais inéditos
"Pedagogía de la ternura" taller presentado por el grupo de estudiantes de licenciatura con énfasis en pedagogía durante el Seminario Integrado "Niños y adolescentes trabajadores y de la calle: reto de un nuevo paradigma". San José: SBL, 1996, 22 pp.
Rechberger, Verónica. La corporalidad como eje central de la historia de la salvación. Tesina de Bachillerato en Teología. San José: SBL, 1995. 77 pp. El cuerpo en la salvación y sus desafíos educacionales y pastorales.
Torres, Fernando. "Elíseo, una pedagogía de la ternura” monografía final presentada para el Seminario Integrado "Niños y adolescentes trabajadores y de la calle: reto de un nuevo paradigma". San José: SBL, 1996. 27 pp.
Fontes de Internet
Biblia Electrónica Caribe
Biblioteca de Consulta Microsoft ® Encarta ® 2005
www.arrakis.es
www.ciberiglesia.org
www.ebanazer.hn
www.graciasoberana.com
www.institutoalma.org
www.jafi.org.il
www.keshet.org
www.labiblia.com
www.mcc.org
www.org.ar
www.ufbal.org
GUIA DO ESTUDANTE E DO ORIENTADOR
Bem vindos ao curso do livro de Rute. Durante o estudo, analisaremos as ferramentas
e princípios bíblicos para uma vida cristã centrada em Cristo. Também conheceremos s
implicações bíblicas de uma vida submetida a vontade e soberania de Deus.
MATERIAIS PARA O CURSO
O módulo de Rute, por Ismael Quintero, Fundação IBCR 2005, valor US$ 12
Dispor das seguintes versões bíblicas: RVR 1960, NVI, Deus fala hoje
Um caderno de trabalhos onde descrever as tarefas
Um grupo de estudo de onde participar
Estar inscrito em um dos programas teológicos da Instituição
Cumprir com todos os requisitos acadêmicos
RESPONSABILIDADES DO ESTUDANTE
Assistir às 8 horas de conferência que dão início a matéria e às 8 horas de
aulas em seu grupo de estudo
Ler as oito lições do módulo com seus respectivos anexos, questionários e
tarefas.
Para cada lição o aluno deve desenvolver em seu caderno de tarefas, os
trabalhos respectivos e mostrá-los ao orientador.
Elaborar semanalmente os registros de observação e análise de cada capítulo
segundo indica cada um deles.
Preparar e expor um tema de cada uma das lições em seu grupo de estudo,
durante dez minutos. O tema deve centralizar na soberania e a
responsabilidade do homem.
Preparar e apresentar um trabalho escrito com todas as normas para a
apresentação dos trabalhos de MINTS, sobre a soberania e responsabilidade
do homem na vida diária.. Para ter como base no desenvolvimento desta
tarefa, a leitura do módulo e os conteúdos da conferência sobre o livro de
Rute. Licenciatura: 5 páginas. Mestrado: 8 páginas.
Apresentar um exame final escrito dos conteúdos do curso
Os estudantes de Mestrado devem apresentar um resumo do livro: “Confiando
em Deus, mesmo nos momentos difíceis da vida” para entregar na quarta
classe junto ao trabalho escrito.
AVALIAÇÃO DA MATÉRIA
Assistir às 8 horas de conferência e às 8 horas de aulas (10%), ou assistir a
conferência, comprando em formato DVD ou MP3.
Ler e desenvolver às 8 horas das lições do livro com seus trabalhos e anexos
(20%). Todos os questionários e quadros devem ser desenvolvidos.
Apresentação de tarefas semanais e leituras correspondente (20%). Cada
semana o orientador deverá revisar o cumprimento no desenvolvimento das
tarefas.
Preparação e exposição do tema de uma lição durante dez minutos (10%). O
facilitador solicitará casualmente a cada estudante expor o tema de uma lição.
Análise escrita sobre a soberania e a responsabilidade do homem (20%). Cada
estudante, no começo do curso deve definir o tema e desenvolver em seu
ensaio.
Resumo da leitura sobre o livro adicional (Mestrado) (10%). Os estudantes de
Mestrado, apresentam um resumo de outro livro, o qual fará parte do exame.
Apresentar um exame final escrito dos conteúdos do curso (20%). Na quarta
classe, entregará ao estudante um exame escrito para o desenvolvimento em
25 minutos.
TEMAS SUGERIDOS PARA OS ENSAIOS
A providência de Deus e sua vontade na vida do cristão.
Como entender as perdas e as despedidas no plano de Deus?
Qual é o papel das mulheres, estrangeiros, viúvas, e anciãos na igreja?
Proposta de ministério com desprezados e imigrantes na igreja.
Elementos Cristológicos no livro de Rute e sua esperança para o cristão.
Como viver escatológicamente segundo o livro de Rute?
Aprendendo a confiar em Deus em meio a provas e tragédias.
O cristão e a soberania de Deus, razão para a sua responsabilidade
Crescendo e confiando em Deus nas diversas circunstâncias
Misericórdia, fidelidade, bênção e providência de Deus para o cristão
ESTRUTURA DO CURSO
CLASSE 1
Lições 1 e 2 do livro: Soberania e providência na vida cotidiana: Rute
Desenvolvimento de Registros de Observação do capítulo um com seus
questionários
Leitura do capítulo um do livro de Rute nas três versões disponíveis
Elaborar questões de discussão sobre a temática das lições respectivas
Exposições de 125% dos estudantes do grupo
CLASSE 2
Lições 3 e 4 do livro: Soberania e providência na vida cotidiana: Rute
Desenvolvimento de Registros de Observação do capítulo um com seus
questionários
Leitura do capítulo um do livro de Rute nas três versões disponíveis
Elaborar questões de discussão sobre a temática das lições respectivas
Exposições de 125% dos estudantes do grupo
CLASSE 3
Lições 5 e 6 do livro: Soberania e providência na vida cotidiana: Rute
Desenvolvimento de Registros de Observação do capítulo um com seus
questionários
Leitura do capítulo um do livro de Rute nas três versões disponíveis
Elaborar questões de discussão sobre a temática das lições respectivas
Exposições de 125% dos estudantes do grupo
CLASSE 4
Lições 7 e 8 do livro: Soberania e providência na vida cotidiana: Rute
Desenvolvimento de Registros de Observação do capítulo um com seus
questionários
Leitura do capítulo um do livro de Rute nas três versões disponíveis
Elaborar questões de discussão sobre a temática das lições respectivas
Exposições de 125% dos estudantes do grupo
Apresentação do exame final e entrega dos trabalhos finais do curso.
ESTRUTURA DA CLASSE
Oração inicial (3 minutos)
Chamada (2 minutos)
Introdução ao tema da classe (20 minutos)
Esclarecer as dúvidas dos estudantes a respeito às leituras e trabalhos (25
minutos)
Revisão de registros de observação e desenvolvimento dos quadros anexos (20
minutos)
Apresentação dos resumos da semana e exposições
Recomendações para a próxima classe
Oração e despedida (10 minutos). Dedicar um bom tempo para dedicar a orar
uns pelos outros.
NÃO ESQUECER
Na quarta classe você deve entregar seu trabalho final
Os estudantes de Mestrado devem entregar o resumo de leitura de outro livro
lido
Estar em dia com a entrega dos trabalhos
Durante 25 minutos apresentar o exame final escrito
Os estudantes que estudam a distância, deverão enviar todas as tarefas ao
orientador
ANEXOS
AUTOR
1. Quem é?
2. Quais razões têm para afirmar o anterior?
3. O que o autor fala com mais freqüência
4. Por que está escrevendo isso?
5. Quais são as problemáticas mais abordadas pelo autor?
6. Por que são narradas essas problemáticas?
7. Por que escolhe esses lugares para escrever?
DESTINATÁRIOS
1. A quem é dirigido o livro?
2. Quais gêneros literários se empregam o escrito?
3. O que aprendemos acerca dos destinatários?
4. Qual é a relação entre o autor e o destinatário?
5. O que aprendemos da relação do destinatário com o evangelho?
6. A onde se encontram os destinatários?
7. Por que cremos que se escreve desta forma?
NOEMI
1. Quem é Noemi?
2. Que papel desempenha no escrito?
3. Que problemáticas são apontadas?
4. Que relação Noemi tem com Rute?
5. Que relação tem com Boaz?
6. O que é mais importante nela?
7. Que podemos aprender com Noemi?
RUTE
1. Quem é Rute?
2. Qual é o papel desempenhado por Rute na história?
3. Qual a problemática da personagem?
4. Que relação tem com Noemi?
5. Que relação tem com Boaz?
6. O que é mais importante em Rute?
7. O que podemos aprender dessa personagem?
BOAZ
1. Quem é Boaz?
2. Que papel desempenha na história?
3. Quais possibilidades e alternativas tem?
4. Que relação tem com Noemi?
5. Que relação tem Boaz com Rute?
6. O que é mais importante nele?:
7. O que podemos aprender com Boaz?
OUTROS PERSONAGENS
1. Quais são as outras personagens mencionadas na história?
2. Que papéis desempenham na história?
3. O que a narração diz sobre eles?
4. Que relação tem os protagonistas do relato?
5. Que relação tem o evangelho com o sofrimento?
6. Quais problemas são apontados e por que?
7. Que lições podemos aprender de cada um deles?
PALAVRAS CHAVE
1. Quais são as palavras chave da história?
2. Que importância tem essas palavras no texto?
3. Que diz o texto sobre essas palavras?
4. Quem são envolvidos na aplicação destas palavras?
5. Quem sofre alteração sob o efeito desses significados?
6. Quem aborda as soluções no contexto das palavras chaves?
7. O que aprendemos destas palavras chaves?
PROMESSAS
1. Que promessas se apresentam na história?
2. Para quem apontam essas promessas?
3. Qual a finalidade dessas promessas?
4. Quem é que dá essas promessas?
5. Quem se beneficia das promessas?
6. Que requisitos há para o benefício dessas promessas?
7. Por que essas promessas são tão importantes?
RECOMENDAÇÕES
1. Que recomendações se apresentam na história?
2. A que se apontam essas recomendações
3. Que finalidade tem as recomendações?
4. Quem é o que dá essas recomendações?
5. Quem se beneficia dessas recomendações?
6. Que bênçãos há pelo benefício das recomendações?
7. Por que são importantes essas recomendações?
INSTRUÇÕES
1. Quais instruções são apresentadas na história?
2. A quem são dirigidas essas instruções?
3. Quais a s finalidades destas instruções?
4. Quem é que dá essas instruções?
5. Quem se beneficia das instruções?
6. Que bênçãos há pela aplicação das instruções?
7. Por que são importantes essas instruções?
SIMBOLOS
1. Quais símbolos são apresentados na história?
2. A quem são apresentados estes símbolos?
3. Que finalidade tem os símbolos?
4. A quem representam os símbolos?
5. Sobre quem recai a ação dos símbolos?
6. Que implicações e verdades apresentam estes símbolos?
7. Por que são importantes esses símbolos?
LISTA COMBINADA DE PERSONAGENS PROTAGÔNICOS
DIAGRAMA ILUSTRATIVO DO LIVRO
PALAVRAS
CHAVE CON TEXTO
HISTÓRICO
HISTÓRICO
PROPÓSITO
CONTEXTO DE RUTE
LISTA COMBINADA DAS PALAVRAS CHAVE
Capítulo Um Capítulo Dois Capítulo três Capítulo Quatro
LISTA COMBINADA DE INSTRUÇÕES
Capítulo Um Capítulo Dois Capítulo Três Capítulo Quatro
DIAGRAMA DO LIVRO
TÍTULO DO LIVRO
Tema Capítulo I Tema Capítulo II Tema Capítulo III Tema Capítulo IV
PALAVRA CHAVES DO LIVRO
Capítulo I Capítulo II Capítulo III Capítulo IV
PERSONAGENS CHAVES DO LIVRO
Capítulo I Capítulo II Capítulo III Capítulo IV
VERSÍCULOS CHAVES DO LIVRO
Capítulo I Capítulo II Capítulo III Capítulo IV
LISTA COMBINADA DE CONTRASTES
Capítulo Um Capítulo Dois Capítulo Três Capítulo Quatro
LISTA COMBINADA DE SÍMBOLOS
Capítulo Um Capítulo Dois Capítulo Três Capítulo Quatro