Post on 18-Apr-2015
Vitória-Régia da Amazônia
A vitória-régia tem a beleza das grandes descobertas que os europeus fizeram nas matas brasileiras no século XIX. Por alguns segundos, a música e a imagem nos transportam para os rios e mistérios que cercam a fauna tão singular de nossa nação. Além disso, gostaria de dizer que Clarice Lispector tem um conto chamado Amor e nessa obra, a protagonista consegue sofrer uma severa modificação de caráter a partir de uma observação das plantas do Jardim botânico, dentre elas, está uma vitória-régia. O espinho e a delicadeza dessa belíssima planta mostram quão parecida com a nossa condição humana ela é.
Elder Vidal.
A Vitória-régia, também chamada Vitória amazônica, é um lírio, lírio de água, é o maior de
todos os lírios de água.
O nome específico de Victória-régia está dedicado a rainha Victoria da Inglaterra, como foi descrita por botânicos britânicos no século XIX, mudou
posteriormente para Vitória amazônica, alusão ao local de seu descobrimento.
É uma planta nativa da América meridional, incluindo o rio Amazonas. Seu habitat tropical
aquático se extende pelo Brasil, Colômbia, Perú e Guyana; na Guyana é considerada a flor nacional.
A Vitória é caracterizada por folhas circulares que podem chegar a superar os 2 metros de diâmetro que flutuam
sobre a superfície.
Sua flor (a floração ocorre desde o início de março até julho) pode ser branca, lilás, roxa, rosa e até amarela , e expelem uma divina
fragrância noturna adocicado do abricó, chamada pelos europeus de "rosa lacustre", mantém-se aberta até aproximadamente as
nove horas da manhã do dia seguinte.
Arestas perpendiculares de 10 a 20 cm, de cor verde e ligação cruzada pela face superior,
com nervura em espiral avermelhada na face que se encotra em contato com a água.
Ela possui uma grande folha em forma de círculo, que fica sobre a superfície da água, e pode chegar a ter até 2,5
metros de diâmetro e suportar até 40 quilos se forem bem distruibuídos em sua superfície.
A planta é armada por todas partes, exceto na superficie, com espinhos, que as protegem de
predadores.
O suco extraído de suas raízes é utilizado pelos nativos da região do Amazonas como tintura
para cabelo preto.
No segundo dia, o da polinização, a flor é cor de rosa. Assim que as flores se abrem, seu forte odor atrai os besouros polinizadores
(cyclocefalo casteneaea), que a adentram e nelas ficam prisioneiros.
Quando a flor é branca e do sexo femenino, apenas o estigma está maduro e pode
receber pólen.
A segunda noite quando é rosa, é masculina, e as anteras estão maduras e produzem pólen que
servem para fecundar outras flores.
A flor mostra seu esplendor somente por dois dias. Se abre ao entardecer, a flor branca, com forte odor frutal e
mais quente que o ambiente no interior de 5 a 10°C. Este calor e odor atraem os escarabajos polinizadores da
espécie Cylocephata castaneal.
Hoje existe o controle por novas tecnologias (adubação e hormônios)em que é possível
controlar o tamanho dos pratos e com isso é muito usada no paisagismo urbano tanto em grandes lagos e pequenos espelhos d'água.
Cultivadas em cultura pela primeira vez em 1849, em uma estufa construída na Inglaterra.
O primeiro botânico a encontrar uma vitória-régia gigante foi Tadeo Javier Peregrino Haenke, na Bolívia, em 1801. Mais tarde, outros botânicos as encontraram
no Paraguai, Brasil na Guiana Inglesa. As primeiras sementes chegaram em agosto de 1846 em Londres, a partir das quais se obtiveram somente duas plantas no
Royal Jardins Botânicos de Kew, que morreram repentinamente.
As várias tentativas, do jardineiro do Duque de Devonshire, Joseph Paxton, em novembro de 1849
foi o primeiro a conseguir uma réplica do habitat quente e pantanoso do lírio (esforço gigantesco para combater o invierno inglês com a ajuda somente de
fogões de carvão),
Anne Paxton (filha de Joseph Paxton) demostrando a capacidade de uma folha de Vitoria-Régia de soportar seu peso.
O Duque de Devonshire presenteou a Rainha Victoria, através de Paxton, a primeira destas flores, que originalmente tinha
sido nomeada em sua honra.
Abraços.
Célio Normando.