Post on 22-Nov-2018
GAME OVER Edição 04
1
Formato e apresentação por
VINICIUS GUIMARÃES
Elenco
EDI SANTOS
JOHN ERICK
ROMULO GUILHERME
Direção artística
VITOR ABOU
Direção geral
LUCAS LUCIANO
Produzido por
MEGAPRO SHOW
Autor Convidado
VITOR ABOU Este é um programa de exclusividade do MEGAPRO e protegido por direitos autorais, logo, não pode
ter sua veiculação sem que ela seja solicitada à direção. Todos os direitos reservados aos
componentes da equipe.
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[PRIMEIRO BLOCO]
AS BAILARINAS DANÇANDO, ANIMADAS. O TELÃO SE ABRE E DE LÁ SAI VINICIUS, COM UMA
PERUCA DE CABELOS AZUIS E LONGOS. PLATEIA AGITADA.
SONOPLASTIA ON.
CLAU (RELAXA)
VINICIUS – Hoje eu decidi fazer valer o apelido e vim de Tia Perucas, Brasil!
PLATEIA FAZ ESTRONDO, A MAIORIA GRITANDO PALAVRAS DE CARINHO. VINICIUS
CAMINHA ATÉ O CENTRO DO PALCO.
VINICIUS – Sábado passado estivemos com o Everton e com o Jaime aqui, na terceira
edição do nosso incrível programa. Foi um sucesso! E, pra manter o nível dos meus
convidados, chamei outro grande amigo pra continuar esse belo ciclo que se iniciou
na MEGAPRO. Entra, Vitor Abou!
O TELÃO SE ABRE E VITOR ABOU ENTRA, ACENANDO. PLATEIA APLAUDINDO. VINICIUS E
VITOR SE CUMPRIMENTAM.
VINICIUS — Vitor Abou, um dos meus melhores amigos nesse mundão virtual! É uma
honra tê-lo aqui com a gente. Hoje você vai jogar!
OS DOIS SEGUEM ATÉ O SOFÁ E SE SENTAM.
VITOR — A honra é toda minha, Vini. É uma grande felicidade participar desse
programa que eu ajudei a criar, junto com você. Obrigado pelo convite. Até porque
se não me convidasse ia ser demitido.
VINICIUS — Quero agradecer a você pelo Game Over. Pra quem não sabe, gente, o
Vitinho aqui quem fez rolar o Game Over. Ele quem convidou, correu atrás da
produção, cobrou edição, tudinho. Só estamos brincando e fazendo esse programa
incrível graças à ele e ao restante da equipe linda da emissora.
A PLATEIA APLAUDE. VITOR SORRI.
VITOR — Verdade. A parte mais chata é cobrar as coisas do povo mesmo, ainda mais
certos apresentadores meio enrolões. Você sabe de quem eu tô falando, Vini?
VINICIUS — Vitor, eu percebi uma coisa muito curiosa aqui. Eu, você, o João
Carvalho e o Rennan Lopes sempre estamos juntos, né? Sempre escrevendo algum
projeto em parceria, um sempre colabora nas obras dos outros. Como você define
essa relação de parceria entre a gente? O que dizer sobre os meninos?
VITOR — Sempre juntos mais ou menos, né, porque só João que me conhece
pessoalmente. E também porque o senhorito, Vini, andou um tempo muito sumido.
Como você mesmo disse, é uma relação de parceria e também de muita amizade.
Nós conversamos MUITO, MUITO mesmo. Todo dia a gente troca mensagens sobre
assuntos variados, desde mundo virtual até conteúdos da escola e faculdade. Eu
tenho a dizer sobre João e Rennan que eles são mega especiais pra mim, me fazem
seguir nesse MV, além de me ajudarem muito.
VINICIUS — Como você conheceu cada um deles, pode contar pra gente?
VITOR— O João eu conheci no Belas Histórias. Não lembro exatamente a ocasião,
mas ele me convidou para supervisionar uma série dele, The time is now. A trama,
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certamente, não era das melhores, mas marcou o início da nossa amizade. Depois
daí, João me convidou para reerguer o TVN, que estava afundado. Já Rennanzito
conheci no TVN mesmo, em 2014, quando ele nos enviou a proposta de Ironia do
Destino.
VINICIUS — De onde vem o amor pelas palavras, amigo? O que te motivou - e
continua te motivando a cada dia - a escrever?
VITOR — Ah, pergunta difícil, Vinicius! O amor pelas palavras vem da minha vontade
desde pequeno de ler, de aprender. Acho que tem um pouco de genética nisso
também. (risos) Minhas duas avós trabalharam como professoras de português,
profissão que quero seguir. Já minha motivação é ver que a Literatura se transforma,
se atualiza e que ela é capaz de proporcionar muitas mudanças para as pessoas.
VINICIUS — Você está no Mundo Virtual há muito tempo. É um medalhão,
praticamente. Como você define o período atual e qual foi seu favorito? As pessoas
atualmente reclamam do atual momento e relembram os anos anteriores querendo
que as coisas voltem a ser como antes. Você se inclui nesse grupo?
VITOR — Po, quem me dera ser um medalhão, ainda mais de carne com um bacon
em volta. (risos) Brincadeira. Meu período atual tem sido bem tranquilo. Estou
adorando a Direção de Entretenimento. Também estou envolvido com outros
projetos de escrita também. O tempo do TVN era muito bom, mas era muito
estressante. Eu tinha que postar trama, divulgar, cobras os autores, fazer entrevistas,
gravar vídeos de anjinho (risos) e muito mais. Agora, estou mais calmo. Apesar de
adorar essa calmaria, meu momento favorito foi o recomeço do TVN, em 2014. Foi
um momento de muito aprendizado e trabalho duro. Não me incluo muito não.
Passou, passou, bola em frente.
VINICIUS — Você é sim um medalhão! (risos) E vem se saindo muito bem na direção
de Entretenimento da MEGAPRO. Você acha que o bom andamento do seu trabalho
se dá ao fato de ser com pessoas que você gosta, pessoas com quem você já tem
uma relação amigável?
VITOR — Isso ajuda muito. Eu tenho uma relação MUITO boa com os demais
diretores e com os membros do nosso Entretenimento. Por isso, fica mais fácil
cobrar alguma coisa, pedir uma ajuda, ter uma conversa mais séria. Já trabalhei com
equipes mais frias e mais afastadas e era bem difícil.
VINICIUS — Sobre novelas, tem alguma em planejamento pro futuro?
VITOR — Novelas mesmo não, mas no ramo da dramaturgia eu tenho uma
minissérie baseada numa história clássica da mitologia que já foi aprovada pela
direção do MEGAPRO e virá em breve, porque agora meu foco é a segunda
temporada de Meia Estrela.
VINICIUS — Na qual eu estou colaborando, felizmente. Está ficando incrível, pessoal!
Abou, vamos encerrar por um momento a conversa sobre o Vitor que o pessoal do
MV conhece e vamos focar na sua vida real. Quem é Vitor Abou no mundo real? O
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que ele faz e gosta de fazer, o que ele faz e não gosta? Os telespectadores querem
saber, amigo!
VITOR — Olha, Vitor Abou no mundo real é bem mais tímido do que aqui. No meu
cotidiano, adoro ficar deitado em frente à televisão, assistindo algum programa
legal, de preferência novela ou reality. Também adoro ler e estar próximo dos meus
amigos. Eu faço faculdade de Letras e isso é algo de que eu tenho gostado bastante,
apesar da pilha de livros e textos para ler. O que eu faço e não gosto? Ah, pegar
ônibus pra ir pra faculdade e lavar louça.
VINICIUS — Detesto ônibus, prefiro ir de bike! (risos) Você tem um livro publicado,
né, amigo? Fale mais sobre isso. Como sua família reage ao seu amor pela escrita?
Tem alguma história inusitada nesse quesito?
VITOR — Tenho sim, Vini. Meu livro surgiu de uma webnovela publicada no Belas
Histórias, Vozes do Além, que acabou virando o livro As vozes do além, meu primeiro
livro publicado. Minha família sempre me apoiou MUITO com tudo isso da escrita,
sério, se não fosse por eles, eu não teria continuado. Eles liam minhas primeiras
obras e tudo mais, comentavam, opinavam, sugeriam, até que, um tempo depois,
começaram a insistir para que eu publicasse um livro. Eu sempre fui muito tímido e
não contava para muitas pessoas a respeito dessa paixão da escrita, por isso, muitos
amigos meus nem sabiam disso tudo e eu sempre quis manter o segredo, daí não
queria publicar o livro. Então, resolvi publicar o livro e, depois de quase um ano,
resolvi ter coragem e assumir isso na minha escolha, já que era algo bom, positivo,
não uma coisa a se esconder. A partir daí, não parei mais, fiz várias palestras e
participações em feiras literárias escolares, além de um evento nacional, a Bienal do
Rio.
VINICIUS — Que chiqueeeee! Estou escrevendo um livro também. Babado. Como foi
na bienal, amigo? Que sonho!
VITOR — Não sabia dessa, Tia Perucas. Precisa me atualizar a respeito de suas
produções. Ah, foi maravilhoso. Sempre tive alguns sonhos, dentre eles, escrever um
livro e participar de uma Bienal. Nunca imaginei que eu conseguiria realizar esses
dois sonhos com 17 anos de idade. Tudo isso, mais uma vez, graças à minha família e
aos meus amigos, que também me incentivaram muito. Um grande amigo meu
inclusive foi à Bienal no dia que eu estava lá, apesar da distância. Enfim, foi um
momento mágico. Senti uma sensação diferente logo que entrei, pela porta de
autores, após fazer o cadastramento e não pagar nada (risos). Me senti importante e
orgulhoso.
VINICIUS — Apoio de quem amamos é extremamente crucial pra que as coisas
possam dar certo. Eu também sou bastante incentivado nesse quesito e não sei o
que faria sem esse apoio. Pois é, pretendo publicar o livro ainda esse ano! (risos)
Mais tarde te atualizo sobre. Mas agora o Brasil inteiro quer saber uma coisa.
Preparado?
VITOR — Não sei o que é, mas bora lá. Não tenho outra opção.
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VINICIUS — Como anda a vida amorosa, meu caro? Conheço tanto sobre você mas
pouquíssimo nesse quesito. Alguém é dono do seu coração? Você tem o coração de
alguém nas mãos? Conta tudo!
VITOR — Ih, Vini, vamos pular esse assunto? Brincadeira. Olha, ninguém é dono do
meu coração nesse momento, nem tenho de alguém nas minhas mãos. Já tive
algumas crushes, mas nada muito sério. Nesse quesito, sigo aquela música ‘’deixa a
vida me levar, vida leva eu’’.
VINICIUS — Na primeira edição o Rennan contou sobre o primeiro beijo dele… Hoje
eu quero saber algo parecido, mas sobre outra primeira vez… (risos) Conta. Já teve
uma versão própria de ‘Cinquenta Tons de Cinza’? Tem alguma história engraçada,
dramática, apaixonante ou de terror pra gente?
VITOR — Olha, essas coisas a gente deixa pra outro momento, né, Tia Perucas. O
horário não permite. Mas não nunca nada estilo Cinquenta tons não. Envolvendo
essa temática amorosa, tenho uma história sim. Quando eu era bem pequeno, tinha
uns 6, 7 anos, tinha uma menina da minha escola chamada Maria Luísa. Ela era bem
feinha, gente, e achava que era minha namorada. Eu tinha medo, porque ela era
bem doidinha. A mãe dela mesmo me tratava como genro. Eu, no auge da minha
infância, nem sabia direito o que era namorar. Um tempo depois, me mudei de
cidade e ela me deu um presentinho muito fofo que guardo até hoje. Aí, ano
passado, vendo esse presente, decidi procurá-la no Facebook e vi que ela tá muito
mudada, tá linda. Fico querendo voltar no tempo. Vou mandar a foto do presente. Se
você estiver lendo isso, Malu (apelido dela), me chama. (risos)
IMAGEM NO TELÃO:
(imagem de arquivo)
VINICIUS — Gente, ele se esquiva do assunto! (risos) Que história incrível! Achei
lindo, verdade. Migo, você sabe que durante a vida nós fazemos amizades e
inimizades. Tem algo em específico sobre isso pra gente?
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VITOR — Inimizades eu tenho pouquíssimas, talvez tenha mais aqui no MV mesmo.
Amizades eu tenho várias fora daqui também. Tenho uma história específica sobre
esse assunto.
VINICIUS — Conta, conta, conta!
VITOR — Tinha um menino, no 7° ano, que eu não ia nem um pouco com a cara dele.
A gente não conversava muito, mas eu achava ele extremamente metido e exótico,
até porque ele era bem estranho: usava mesóclise (exemplo: ‘’far-se-á’’ ao invés de
‘’se fará’’), que, apesar de correto na norma, ninguém usa mais; usava óculos sem
lente e outras esquisitices. Daí, no 8° ano, num belo dia, já mais próximos, ele me
atazanou, me encheu o saco, me chamando de representante (de turma) de merda.
Eu, muito responsável, não aguentei aquela ofensa, já que sempre cumpri com
minhas obrigações nessa função e meti um tapa na cara dele. Fomos pro inspetor,
que pediu um abraço. Depois disso, viramos melhores amigos, e somos até hoje.
VINICIUS — Gente… O menino por acaso era filho do Temer? Fora Temer. Também
já virei amigo de inimigos de infância. São as melhores amizades: Você já conheceu o
melhor e o pior lado da pessoa. Enfim, mudando um pouco de assunto: Nosso
mundo atual passa por uma onda de ódio e intolerância. Qual recado você daria pra
humanidade nesse momento?
VITOR — Então, esse é um tema muito delicado. O ódio e a intolerância, ao contrário
do que muitos pensam, não é mimimi nem exagero, é respeito. Temos que lutar pela
justiça, pela lei a todos, inclusive àqueles que cometem esses crimes de intolerância.
Isso é MUITO grave mesmo. Não é problematização, é a realidade. Meu recado para
a humanidade é mais carinho, mais compreensão e respeito. Para isso, luto muito
pela educação, pois ainda acredito nela. #SouDeLicenciaturaSIM
VINICIUS — Você é hetero. Hetero de Taubaté ou convicto? (risos) Já recebeu
cantada de homens? Como lida com isso?
VITOR — Convicto. Só recebi aqui no MV, por pessoas que prefiro esquecer. Um
doente, que, felizmente, saiu do MV, disse que se masturbava com as minhas fotos
no News do MV. Fiquei muito constrangido, de verdade.
VINICIUS — Vish, muita treta! Polêmica, inclusive. O pessoal ficaria chocado ao
conhecer essa história. Pessoa perturbada, né? Não sabe que assédio sexual é crime.
Felizmente caiu no esquecimento.
PLATEIA APLAUDE. CLOSE EM VINICIUS, SÉRIO.
VINICIUS — Vamos para um assunto light, amigo?
VITOR — Vamos falar de coisa boa.
VINICIUS — Qual seu gênero literário favorito? Qual gênero mais ama escrever?
VITOR — Ah, eu amo vários gêneros. A poesia é o que eu menos tenho contato. Não
gosto muito de escrever não. Meus favoritos são narrativo (literário) e dramático
(roteiro). Não consigo escolher um deles. Sério. Amo o literário assim como amo
roteirizar. Desde que não seja poema, tô escrevendo qualquer coisa.
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VINICIUS — Foi maravilhoso entrevistar você, amigo! Nosso prestigiado diretor e que
hoje está do lado oposto ao que sempre está. Hoje você está nos holofotes, hehe!
Adorei a entrevista. Pronto pra jogar com a gente mais tarde?
VITOR — Prontíssimo. Amei a entrevista. Você pisa, Tia Perucas. Me chama que eu
vou. Tô doido pra saber o que os meninos vão aproveitar desse textos. Sejam
cuidados, rapazes. Nada de exagero e extrapolação do meu texto.
VINICIUS — Ele é cauteloso, ele! Até o segundo bloco, pessoal de casa! Vitor, escolhe
a música do break de hoje! Até mais, pessoaaaaal!
VITOR — Vou escolher PESADÃO, hino da Iza e do Marcelo Falcão. Até daqui a
pouco.
SONOPLASTIA ON.
Pesadão (IZA feat. MARCELO FALCÃO)
VINICIUS SE LEVANTA E COMEÇA A DANÇAR COM AS BAILARINAS. A PLATEIA AGITADA.
CORTA/
[FIM DO PRIMEIRO BLOCO]
[SEGUNDO BLOCO]
VINICIUS, VITOR, JOHN E EDI NO PALCO. AS BAILARINAS DANÇAM.
VINICIUS — Estamos de volta amados e amadas do Brasil! Bem, hoje temos um
integrante a menos conosco no palco. Infelizmente o participante Rômulo Guilherme
não produziu o texto da semana a tempo e nem ofereceu justificativa, pelo menos
não até o presente momento, da gravação. Esperamos que ele retorne para a
próxima edição, o menino manda bem.
A PLATEIA APLAUDE.
VINICIUS — Mas o show não pode parar. Nossos amigos escritores, Edi e John,
fizeram seus trabalhos mesmo assim. Bora ver o que eles tem pra gente?
TODOS APREENSIVOS. PLATEIA APLAUDE. CLOSE NO TELÃO.
Corta para/
[TEXTO 01]
ASSÉDIO SEXUAL, UM ASSUNTO MUITO SÉRIO!
(Texto escrito por: John Erick)
Anos atrás, eu me senti muito espantado com uma atitude de uma certa pessoa. Fui
abrir uma das minhas redes sociais e me deparei com uma mensagem de alguém que eu
nunca tinha visto, nem ouvido falar. Era um homem. Ele começou puxando assunto, ou
como eu gosto de falar papo primitivo – oi, tudo bem? O que faz de bom?- , depois foi
falando da vida pessoal , que não estava muito bem por causa da recente separação e
precisava se consolar. Eu deixei pra lá e fui pesquisar quem essa pessoa era e acabei
descobrindo que ela era do MV e fiquei em choque, fui ler uma novela que ele acabará de
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escrever e notei que ela falava muito sobre obsessão. Então, desliguei o celular e deitei-me
na cama, pensando naquilo que tinha acontecido comigo, ainda sem acreditar.
Eu hetero convicto nunca tinha passado por uma situação como essa, fiquei me
perguntando seu eu tinha aparência de gay ou algo do tipo, mas nesse mesmo período eu
estava namorando. Só tive uma conclusão: que aquele cara era um perturbado. Decidi
manter essa história em sigilo, não contei para minha família e muito menos pra minha
namorada.
Estava com muito medo de pegar no meu celular e receber mais alguma mensagem
daquela pessoa crazy. Mas me mantive corajoso e peguei me celular, com receio de coisa
pior acontecer e não é que aconteceu. O homem me disse que se masturbava vendo as
minhas fotos. Esse foi o ápice pra mim pensar muitas coisas, até mesmo em suicídio. Vocês
que estão lendo e que são heterossexuais machistas devem estar falando “se fosse eu já
mandava esse veado ir tomar no cú e caçar a turma dele, porque eu sou macho”, mas
comigo foi diferente. Uma mistura de pensamentos invadiu meus pensamentos. Muitas
coisas se passaram pela minha cabeça. Foi então que eu disse para o cara que não estava
interessado nas bobagens que ele estava falando e não queria nunca mais falar com ele.
Mas ficou insistindo e eu acabei o bloqueando. Depois desse desavindo acontecimento a tal
personalidade desapareceu literalmente do MV. Mas se eu a encontrasse atualmente o
falaria muitas coisas, que o talvez mudaria seus pensamentos.
E tudo que esse cara estava fazendo comigo era assédio sexual, um crime que dá cadeia.
Eu não denunciei , a primeira vez que falei abertamente sobre esse assunto foi na recente
entrevista, mas todos nós temos a oportunidade e a coragem de fazer isso e aqui fica a
minha dica. Beijos e abraços.
Corta para/
[TEXTO 02]
COISAS DE MENINO
(Texto escrito por: Edi Santos)
Certamente você já se deparou com situações inusitadas em sua vida, seja uma chuva que
vem de surpresa e te encharca todo, ou um banho com água de uma poça, provocado por
um carro na rua, ou até mesmo um choque de leve na tomada de casa. Situações estranhas
e que pode acontecer a qualquer pessoa, mas na vida de Vitor Abou as situações foram bem
mais embaraçosas, visto que aconteceram quando ainda era meninote, estudando o ensino
fundamental em uma escola de Niterói, no Rio de Janeiro.
Vitor sempre foi um garoto tímido quando comparado aos outros meninos e meninas de sua
idade, mas essa timidez não se aplicava quando o assunto era Malu. Essa era uma grande
amiga, a quem este jovem franzino tinha uma afinidade que logo se confundia com algo
mais, na cabeça de seus colegas.
Amante das palavras, Vitor passava horas e horas lendo seus livros, em especial “Os
Meninos da Rua Paulo” uma novela juvenil escrita pelo jornalista e escritor húngaro Ferenc
Molnár. Quem adorava as mesmas histórias que Vitor, era sua amiga Malu, e isso fazia com
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que eles passassem bastante tempo juntos. E bastava os colegas de turma ver os dois
juntos, lá vinha a zombação:
- Tá namorando! Tá namorando!
Gritavam ovacionados os moleques zombeteiros. Aquilo irritava Vitor de uma forma
descomunal. Por que uma menina e um menino não poderiam ser simplesmente bons
amigos? Tudo era motivo de malícia na cabeça dos outros.
As coisas se complicaram quando Malu resolveu dar um presente ao amigo: Um cartão
assinado com uma dedicatória. Algo bem simples, mas entregue de coração. Pronto! A
zoação foi inevitável. Cansado de tanta babaquice, Vitor ousou cruzar a linha da ignorância.
Partiu para cima de um dos garotos e os dois rolaram no chão. Foi uma confusão terrível. No
final das contas, foram ambos para a sala da diretoria.
Depois daquele dia, Vitor teve que se desculpar com o colega. Conversou com sua mãe
sobre o que se passava na escola, e sobre como os outros viam a sua amizade com Malu.
- Meu filho, se tem uma coisa que você precisa saber dessa vida, é que as pessoas sempre
vão falar o que lhe vem a cabeça. Todo mundo acredita no que quer acreditar, no entanto,
quando nós sabemos a verdade, isso já importa. Não perca seu tempo tentando se explicar
ou forçar os outros a mudarem sua postura com o uso da violência. Isso não resolve nada.
Depois daquela conversa, Vitor aprendeu que sua mãe tinha mesmo razão. Tempo depois, o
seu caminho acabou separando-o de Malu, e jamais voltaram a se encontrar. Mas até hoje,
este, agora jovem escritor, Vitor Abou ainda guarda com carinho a lembrança de sua amiga,
e o presente carinhoso que recebera dela.
Corta para/
RETORNA PARA O ESTÚDIO.
TODOS LADO A LADO NO PALCO.
VINICIUS — Trabalharam muito bem, meninos! Vitor, querido, a palavra está com
você.
ABOU — O texto do John foi muito bem elaborado, mas acho que acabou
exagerando um pouco a abordagem do assunto escolhido, enquanto Edi preferiu por
algo simples e bem encantador. O escolhido é Edi Santos.
EDI ABRAÇA VITOR, EMOCIONADO. PLATEIA APLAUDE. VINICIUS CAMINHA ATÉ O CENTRO
DO PALCO.
VINICIUS — Estamos hoje na quarta edição do Game Over. Temos três competidores
e, até o presente momento, cada um ganhou um ponto nessa disputa. Então a partir
de hoje algumas coisas vão mudar no jogo, que se torna mais ágil e mais constante.
Se até aqui tivemos entrevistas e games, a partir de agora teremos muito mais jogos
– sem deixar de lado, claro, os bons papos aos quais nos acostumamos. Apenas as
provas irão mudar um pouco. Mais isso eu deixo pro segundo bloco do programa de
hoje, galera de casa. Agora vocês ficam com uma pequena entrevista que eu e os
meninos gravamos. E depois o nosso intervalo comercial.
OS MENINOS MANDANDO BEIJO PRAS CÂMERAS. PLATEIA VIBRA.
Corta para/
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ESTÚDIO.
VINICIUS SENTADO NO SEU LUGAR DE SEMPRE. JOHN E EDI SENTADOS NO SOFÁ. NÃO HÁ
PLATEIA.
VINICIUS — O jogo não para! Estamos aqui com eles, os escritores que disputam o
prêmio de vencedor da primeira temporada do Game Over: Edi Santos e John Erick.
Rômulo infelizmente não pode comparecer. Meninos, como vocês acham que estão
indo no jogo?
EDI — Eu estou super animado com esta participação. Confesso que no início tive um
problema por conta de um pequeno “bloqueio mental” na hora de fazer o primeiro
texto, no entanto acabei criando um texto sobre essa situação, amarrando com um
fato da entrevista, e ficou muito bom, em minha opinião. Depois disso, não tive mais
problemas em desenvolver os textos.
JOHN — Acho que estou indo bem, estou me esforçando ao máximo para melhorar
cada vez mais os meus textos e aprendendo também.
VINICIUS — O que o Game Over representa pra esse momento das suas vidas? E o
que acham que representa para o Mundo Virtual, que supostamente carecia de bom
entretenimento?
EDI — Para mim, especialmente, esse game representa a minha reconexão com o
MV. Estava afastado desses trabalhos há um bom tempo, e agora tenho a
oportunidade de voltar a interagir com o púbico. Eu vejo Game Over como um plus
para o MV, pois antes, só víamos web novelas, web séries e fanfic’s, e tudo isso,
apesar de bom, acaba sendo enjoativo. Tudo precisa ser inovado, e o Game Over é
uma dessas inovações que o MV precisava.
JOHN — Representa uma fase de aprendizado na minha. Pro MV representa uma
programa inovador, com ótimos participantes, textos excelentes e humor na hora
certa.
VINICIUS — A crítica foi muito generosa com a gente, pessoal! E o público também.
Tem sido uma recepção muito gostosa. Vocês conseguem sentir esse calor dos
leitores?
EDI — Eu sou uma pessoa que acredita na energia, e por certo, toda vez que eu
produzo um texto, é como se eu já sentisse a recepção daquela ideia por parte dos
leitores. Não tem como você participar de um trabalho fantástico desse, e não
conseguir sentir a acolhida. É algo incrível.
JOHN — Não, até agora ninguém comentou nada sobre a minha participação e dos
meus colegas no programa. Só a vi a crítica do BDZ, que particularmente amei.
VINICIUS — Sobre a participação de cada um de vocês no jogo: Vocês estão
satisfeitos? A partir de agora a disputa vai ficar mais acirrada com novas táticas de
jogo e tudo mais. Estão preparados?
EDI — Como já disse, estou adorando. Hoje me sinto bem capacitado para ir adiante
no jogo, e a cada prova e disputa, eu procuro sempre ir além do que fui no anterior.
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Acredito que tenho grandes chances de vencer a disputa, com respeito aos meus
colegas, é claro. Tudo na esportiva (risos).
JOHN — Sim, estou satisfeito. Prontíssimo.
VINICIUS — Sobre a MEGAPRO: Sentem-se a vontade na casa? Pretendem enviar
alguma obra pra direção da emissora?
EDI — Nossa, é fantástico participar do MEGAPRO. Desde que recebi o convite para
estar aqui, venho trabalhando em um projeto solo, uma web novela, que será o meu
retorno ao MV. E já escolhi a MEGAPRO como emissora deste meu trabalho. É uma
história inédita, bem elaborada, e que com certeza vai cativar o público.
JOHN — Amo a MEGAPRO e os seus dirigentes. Pretendo enviar uma obra ainda
nesse semestre.
VINICIUS — É isso aí, pessoal! Vocês são nossos jogadores. A partir de hoje algumas
coisas vão mudar no jogo. Preparados?
EDI — Preparadíssimo! Vamos que vamos.
JOHN — Come on!!!
CLOSES ALTERNADOS. MOMENTO.
CORTA/
[FIM DO SEGUNDO BLOCO]
[TERCEIRO BLOCO]
ESTÚDIO GAME OVER.
VINICIUS NO CENTRO DO PALCO, VITOR ABOU E EDI SANTOS FRENTE A FRENTE.
VINICIUS — Boa noite, meus queridos jogadores! Como de costume, nossa segunda
prova é uma produção de texto. Preparados?
VITOR — Estamos.
VINICIUS — Vocês terão a missão de escreverem um texto (pode ser roteiro ou não)
baseado nas famosas imagens exibidas a seguir:
CLOSE NO TELÃO. AS IMAGENS VÃO SENDO EXIBIDAS UMA APÓS A OUTRA.
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VINICIUS (v.o.) — ‘Imagem de 1951. Einstein acabara de ser homenageado por seu
aniversário de 72 anos. Diante da perseguição dos fotógrafos e repórteres que
pediam que fizesse uma pose, mostrou a língua para demonstrar seu
descontentamento com o assédio. Embora essa versão tenha sido confirmada pelo
fotógrafo, existem outras teorias e hipóteses menos críveis, por exemplo, um
suposto protesto antibomba atômica. ’
VINICIUS (v.o.) — ‘O Beijo da Times Square. Fotografia imortalizada pela revista
“Life”. Durante o anúncio do fim da guerra contra o Japão, em 14 de agosto de 1945,
o fotógrafo Alfred Eisenstaedt registrou um marinheiro beijando uma jovem mulher
de vestido branco. A mulher foi identificada mais tarde, na década de 1970, como
Edith Shain. A identidade do marinheiro permanece desconhecida e controversa.
Mas está é apenas uma das versões.’
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VINICIUS (v.o.) — ‘Mãe Migrante, 1936. Um ícone da Grande Depressão e uma das
fotos mais famosas dos Estados Unidos. Florence Owens Thompson, 32 anos,
desolada por não ter comida para alimentar os filhos. Jornalistas americanos
passaram décadas tentando localizar a mãe e seus sete filhos. No final dos anos 1970
ela foi encontrada, não prosperara muito. Vivia em um trailer.’
CAM VOLTA PARA OS JOGADORES. TODOS ATENTOS.
VINICIUS — Preparados, meninos? Quero ver o que vocês produziram! (t) O primeiro
texto é do Edi. Põe na tela, edição!
Corta para/
[TEXTO 01]
O AMOR VENCEU
(Escrito por: Edi Santos)
14 de agosto de 1945, mais de dois milhões de pessoas chegavam a Times Square para
ouvirem as últimas notícias sobre o evento catastrófico da Segunda Guerra Mundial.
Entre as pessoas, dois personagens, que seriam para sempre imortalizados como símbolo
daquele grande dia: o marinheiro Kennedy Flambers e enfermeira Margie Robins (nomes
fictícios).
Margie estava acompanhada de sua amiga e colega de trabalho, Lucy Astor, que resolveu
acompanhar a amiga até uma sorveteria, durante o intervalo do trabalho.
- Quanta gente! – disse Margie, observando ao redor.
- As pessoas costumam se reunir neste ponto para ouvir as notícias do New York Times. –
disse Lucy. – Acho que todos esperam o fim da guerra.
- Todos nós esperamos!
De fato, a guerra que se arrastara por praticamente seis anos, já havia arrasado o
continente europeu, e dizimado milhares de vidas, entre civis e militares dos exércitos do
Eixo (Alemanha de Hitler, Itália de Mussolini e o Japão do Imperador Showa) e dos Aliados
(Estados Unidos de Roosevelt, França de Charles de Gaulle, Inglaterra de Churchill e China
do líder chinês Mao Zedong).
As amigas caminhavam entre a multidão, quando pararam para ouvir a voz que vinha do
alto falante do Jornal New York Times: - 14 de agosto de 1945. Nesta data, fica oficialmente
GAME OVER Edição 04
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declarada a rendição incondicional do Império do Japão às forças aliadas, pondo fim a
grande guerra.
Neste instante se ouviram gritos e aplausos, de pessoas eufóricas e emocionadas. Era o fim
de um dos capítulos mais negros da história de humanidade. Acabava a Segunda Guerra
Mundial, e os Estados Unidos eram vitoriosos neste combate.
Margie e Lucy se abraçaram. Assim como várias pessoas. Mas, eis que de repente, surge no
meio da multidão, Kennedy Flambers, trajando seu uniforme de marinheiro, tomando
Margie pelos braços e girando-a para o lado, dando-lhe um beijo na boca. Era um momento
de pura euforia. Um momento que ficaria marcado para sempre na história daquele lugar. O
beijo da Time Square, registrado em fotografia por um dos fotógrafos que ali estava
presente, imortalizando aquele momento em que o amor vencia a guerra.
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[TEXTO 02]
AS BARBÁRIES E O HOMEM
(Escrito por: Vitor Abou)
Vivemos em um período de barbárie, de caos? Talvez. Muitas pessoas assassinadas
diariamente, seja por razões ideológicas, raciais, sexuais ou até por motivos mais banais,
como discussões de trânsito. Pessoas humildes, pessoas ricas, pessoas negras, pessoas
brancas... Todos são alvos das barbáries, do preconceito, da violência, da guerra. Quantas
Marielles precisarão morrer para que a violência e a crueldade deem um ‘‘basta’’?
Começo falando da violência urbana, pois é a que mais está relacionada ao nosso
cotidiano, à nossa dura realidade, ao nosso medo, esse sentimento que cultivamos dentro
de nós mesmos. O medo de sair de casa. O medo de usar certa roupa. O medo de ser
baleado enquanto volta ou vai ao trabalho. O medo de andar com objetos de valor. O medo,
o medo, o medo... Mas a violência urbana é apenas um tipo de barbárie. Outro tipo tão
presente, infelizmente, em nossa sociedade, é a guerra, que também está muito relacionada
à violência.
Existem diversos tipos de guerra. Atualmente, no nosso mundo, acompanhamos a
cruel guerra na Síria, que já dura 7 anos, completados essa semana. A guerra transforma os
lugares, destruindo cidades, transforma as relações políticas, transforma os valores. Porém,
principalmente, a guerra transforma as pessoas. A guerra é cruel, é bruta. Ela mata qualquer
um. Milhares de crianças morreram nessa grande guerra na Síria. Covardia? Com certeza.
Irracionalidade? Talvez. Essa não é a questão. A questão é que as guerras destroem famílias,
memórias, sonhos, projetos de vida, VIDAS. Diante de todos esses problemas, nossos
problemas diários parecem tão pequenos. O que uma batida de carro sem feridos em
comparação a essas catástrofes mundiais?
As barbáries mudam o mundo. Em 1936, os Estados Unidos passavam por um
momento muito delicado. Desde 1929, com a crise e a quebra da Bolsa de Valores de Nova
York, o país passava por dificuldades, um período chamado de Grande Depressão. Nesse
período tão catastrófico, uma mulher ficou conhecida justamente pela sua miséria, por não
ter comida para dar aos seus filhos. Florence Owens Thompson, com a mão no rosto e com
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as crianças ao seu redor, expressava muito bem a sua tristeza por não poder alimentar seus
filhos. Esse sentimento extremamente duro e cruel para uma mãe fez com que uma foto
dela popularizasse na época e até hoje, em muitos livros de História. Porém, tudo isso não
acarretou em boas condições a ela, já que suas condições de vida não mudaram muito pelos
anos seguintes de vida.
Outra fotografia muito conhecida em um período de guerra foi o Beijo da Times
Square, de 1945. Após ser anunciado o fim da guerra dos EUA contra o Japão, um
marinheiro foi fotografado beijando uma mulher de vestido branco. Como os rostos não
ficaram tão aparentes, por anos, dezenas de pessoas disseram que eram elas naquela
fotografia, talvez pela tentativa de ganhar algum dinheiro em cima dessa fama. A imagem
simbolizou, naquele momento feliz após o fim da guerra, a esperança, a união e a
possibilidade de mais paz entre os povos humanos. Talvez nós precisemos, atualmente, de
mais momentos como esse. Definitivamente, beijos da Times Square hoje ou seja lá onde
for seriam muito importantes para o progresso humano.
Por fim, cito uma última fotografia. Nessa semana, tivemos o triste falecimento de
Stephen Hawking, um gênio da ciência. Outro nome muito marcante dessa área foi Albert
Einstein, que, em 1951, ficou para a história com sua foto dando a língua. Naquela foto, ele,
de certa forma, protestava contra o assédio dos fotógrafos que insistiam para que ele
tirasse uma foto no dia de seu aniversário. Esse registro não está tão relacionado aos dois
anteriores, mas também se liga a algo bem atual: a falta de limite e a linha tênue entre a
intimidade e o abuso, o exagero.
Enfim, as barbáries e as catástrofes alteram completamente o modo de viver das
pessoas. Culpamos muito as autoridades, afinal, na teoria, elas são as responsáveis pela
resolução dos programas públicos. Mas será que nós, cidadãos, podemos fazer algo para
deixar nosso país mais pacífico, para torná-lo um lugar melhor para as crianças viverem e
não serem assassinadas de forma tão brutal? Sim, podemos fazer muitas coisas. Temos que
cobrar, que mostrar nossa reivindicação e pensar muito também antes de votar. A
humanidade precisa de união, precisa enxergar todos esses problemas.
Corta para/
DE VOLTA AO ESTÚDIO.
VINICIUS — Como sempre cabe a mim decidir qual texto sai vencedor dessa segunda
prova que vale dez pontos. Ambos estão magníficos. Vitor e Edi optaram pelo
literário e, a meu ver, honraram suas escolhas. Mas, na minha humilde opinião, o do
Edi fica com o ponto dessa vez. Seu texto aproxima mais o leitor da imagem
escolhida, enquanto o do Vitor comenta sobre. Ambos foram bons, mas eu escolho
você, Edi!
VITOR — Parabéns, Edi. Vamos agora pro game porque eu não tô aqui pra perder
(risos).
VINICIUS — Uma retratação: A prova das imagens foi mal explicada. Edi e Vitor
deveriam escolher uma das imagens para produzirem seus textos, mas eu não
especifiquei isso em minha fala. Dadas às devidas circunstâncias, cada um dos dois
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ganhou cinco pontos (ao invés de o Edi ter ganho dez). O game decide quem sai
vencedor. O placar está empatado!
VITOR— Opa! Nada mal. Parabéns, Edi, e bora pro Game.
VINICIUS — Bora jogar!
VINICIUS — Primeira pergunta: "Te amarei de janeiro a janeiro", trecho de uma
canção, está em desacordo com a norma culta. Ignore a licença poética e corrija-o:
a) Amarei-te de janeiro a janeiro b) Amarei-lhe de janeiro a janeiro
c) Amar-te-ei de janeiro a janeiro
d) Lhe amarei de janeiro a janeiro e) Amar-lhe-ei de janeiro a janeiro
VITOR— Letra C. No futuro, usa-se mesóclise (pronome no meio do verbo).
VINICIUS — Correto. Segunda pergunta: A alternativa que exibe um uso correto da
vírgula é a:
a) Passei a tarde estudando, sobre Síndrome de Estocolmo. b) Conheci-a aos sete, a arcaísta, o vulto alto e magricela. c) Olá mamãe, como foi a viagem? d) A taxidermia, fascinava-a um bocado. e) À noite em São Paulo cidade da garoa, chovia.
VITOR— Letra B!
VINICIUS — Exato. Próxima questão: Escolha a alternativa que não apresenta
eufemismo, tautologia ou anfibologia:
a) Veio me procurar um cavalheiro sobriamente vestido, de chapéu na cabeça e terno devidamente abotoado.
b) A dona aranha subiu pela parede; veio a chuva forte e a derrubou. c) Um rosto salpicado de sardas emergiu dos alvos véus. d) Meu filho, pobre de mim, é um desocupado e se utiliza de remédios sem
prescrição médica. e) Todas as alternativas contam com ao menos um dos itens citados.
VITOR — Vou de C. Nas outras, tem esses fenômenos sim. Na C, acho que não.
VINICIUS — Certo! Valendo três pontos agora. Sobre as fotos que vocês viram na
prova número dois: Em que ano foi tirada a foto ‘Mãe Migrante’? O mais rápido
pontua.
EDI — Eu tô tipo a Glória Pires no Oscar (risos)
VITOR —1936, Vini?
VINICIUS — Pontuou! Mais três pontos: E qual revista imortalizou a fotografia ‘O
Beijo da Times Square’?
VITOR —Life.
EDI — Lige.
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VINICIUS — É Life. Vitor pontuou. O jogo acabou. Vitor acertou todas as questões e é
o vencedor da quarta edição do Game Over! Parabéns, meninos. O jogo foi ótimo.
Vitor, você ganhou e é você quem manda agora. Hoje você não escolhe se deixa ou
não o ponto com o Edi... Hoje você escolhe quem entre os meninos perde um ponto
na disputa! O jogo está empatado: Edi, Rômulo e John conseguiram 1 ponto cada.
Um deles vai ficar sem ponto nenhum. Quem?
VITOR — Ah, gente, que maldade. Vou escolher o John, já que o Edi duelou muito
bem comigo e também escreveu um texto belíssimo com base em minha entrevista.
Sucesso a todos.
VINICIUS — Agora Rômulo e Edi estão na frente do John, que terá as próximas
edições pra reverter isso. Foi ótimo jogar com vocês, meninos! Parabéns aos dois!
VITOR — Adorei participar. Desejo muito sucesso a todos vocês. Abraços, queridos.
Até mais.
EDI — Gostaria de agradecer a todos e dizer que foi uma honra estar aqui com vocês.
Até a próxima.
VINICIUS — E agora o assunto é sério, pessoal, e infelizmente eu darei essa notícia a
vocês. A produção acaba de informar que o escritor Rômulo Guilherme, que se
ausentou de toda essa quarta edição, infelizmente não joga mais com a gente.
Devido a motivos particulares ele optou por não permanecer do programa. A direção
e a equipe do Game Over lamentam essa situação e desejam boa sorte ao escritor,
que possamos disputar novamente em outra ocasião.
VINICIUS VAI ATÉ O CENTRO DO PALCO. PLATEIA EM SILÊNCIO.
VINICIUS — Então o nosso jogo vai sofrer algumas alterações de agora em diante. A
eliminação que vinha sendo planejada para a sétima edição foi tecnicamente
adiantada, e o jogo segue agora com Edi Santos e John Erick batalhando pelo título
de vencedor do Game Over. Porque meus queridos, o jogo nunca acaba!
PLATEIA APLAUDE. VINICIUS, EDI E VITOR ACENAM PARA AS CÂMERAS. AS LUZES SE
APAGAM.
SONOPLASTIA ON.
Bad Romance (LADY GAGA)
FUMAÇA NO PALCO. AS LUZES ACENDEM E VINICIUS APARECE COM UMA PERUCA LONGA E
DE FIOS LOIROS. VÁRIOS DANÇARINOS DESCAMISADOS. ELES PERFORMAM A MÚSICA.
ÚLTIMO CLOSE EM VINICIUS, SENDO LEVANTADO PELOS HOMENS.
VINICIUS — De vez em quando a gente dá pinta, né?
NELE.
CORTA!
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FIM DA QUARTA EDIÇÃO.
Agradecimentos
RÔMULO GUILHERME
‘Não importa quanto a vida possa ser ruim, sempre existe algo que você pode fazer, e triunfar. Enquanto há vida, há esperança. ’
STEPHEN HAWKING
‘Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra aos pobres acabe?’ MARIELLE FRANCO