Visões, práticas e prioridades da educação ambiental nas escolas da fronteira entre Brasil e...

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Visões, práticas e prioridades Visões, práticas e prioridades da educação ambiental nas da educação ambiental nas escolas da fronteira entre escolas da fronteira entre

Brasil e ParaguaiBrasil e Paraguai

Yara Medeiros dos SantosYara Medeiros dos Santos

Mestrado em Geografia Mestrado em Geografia UFMS - 2007UFMS - 2007

Palestra apresentada em Porto Murtinho em outubro de 2007 pela autora, jornalista Palestra apresentada em Porto Murtinho em outubro de 2007 pela autora, jornalista Yara Medeiros dos Santos, como atividade do projeto Pé na ÁguaYara Medeiros dos Santos, como atividade do projeto Pé na Água

Visões, práticas e prioridades da educação Visões, práticas e prioridades da educação ambiental nas escolas da fronteira entre ambiental nas escolas da fronteira entre

Brasil e ParaguaiBrasil e Paraguai

- Resultados de Pesquisa - Mestrado em Geografia da Resultados de Pesquisa - Mestrado em Geografia da UFMS realizado sob orientação da Profª Drª Ângela Maria UFMS realizado sob orientação da Profª Drª Ângela Maria

ZanonZanon

OBJETIVO• Analisar os efeitos

da constituição e inserção das redes de movimentos ambientalistas na educação ambiental das escolas dos territórios da fronteira entre os municípios de Porto Murtinho, no Brasil e Carmelo Peralta e Isla Margarita, no Paraguai, baseada nos discursos dos professores de ensino fundamental.

Objetivos específicos• Identificar as redes de movimentos

ambientalistas que atuam nas escolas de Porto Murtinho, Carmelo Peralta e Isla Margarita, por meio de entidades ou pessoas.

• Verificar com os professores das escolas quais ações e práticas pedagógicas de educação ambiental são deflagradas pelas redes de movimentos ambientalistas.

• Identificar como se manifestam as ações e práticas de educação ambiental próprias das escolas.

Metodologia• Pesquisa de campo: 28 entrevistas com

professores do Ensino Fundamental• Cinco escolas brasileiras (Porto Murtinho) e três

paraguaias (Carmelo Peralta e Ilha Margarita)• Roteiro semi estruturado para entrevistas:

Dados quantitativos: idade, renda, formação e meios de comunicação

• Dados qualitativos: visões de educação ambiental e suas prioridades e práticas, parcerias e envolvimento com movimentos ambientalistas.

Movimento ambientalista

• conjunto de organizações e indivíduos da sociedade civil como organizações não-governamentais, instituições, fundações, sindicatos e redes sem fins lucrativos que se mobilizam por princípios ambientais.

• Uma rede é composta de pontos interligados de forma horizontal, isto é, um conjunto de nós e linhas organizado de forma não-hierárquica.

Pirâmide Rede

Por que a fronteira?

• Movimentos ambientalistas articulam-se além das fronteiras. Delimitam sua atuação conforme os sistemas naturais: enfatizando a natureza sem fronteiras

• A fronteira entre países sugere um espaço de troca, características singulares e o trabalho conjunto pelo ambiente que compartilham.

Fronteiras• Raffestin, 1993 - “O espaço

é a prisão original. O território a prisão que os homens constroem para si”

• Machado, 1998 - A fronteira contém o limite e avança de um lado a outro dos territórios nacionais pelas relações sociais, ambientais e econômicas.

Bacia pantaneira: natureza sem

fronteiras

Escolas• Pesquisa atingiu 100%

do Ensino Fundamental no Brasil e Paraguai

• Escolas bem conservadas no Brasil

• No Paraguai: falta infra-estrutura

• O espaço da escola é bem cuidado quando há trabalho de educação ambiental

Análises de dados

Escolas• Em Porto Murtinho: atividades conjuntas

coordenadas pela Secretaria Municipal de Educação: datas comemorativas, de forma pontual como: Dia da Água e Semana do Meio Ambiente.

• Envolvimento dos diretores é essencial para existência de ações de educação ambiental.

• Enquanto política pedagógica, a educação ambiental no Brasil aparece como eixo temático das disciplinas das escolas municipais e nas datas comemorativas do calendário

Análise de dados

• Professores: Artes, Ciências, Educação Física, Geografia, Língua Portuguesa, História e Matemática

• Formação: 39% de pós-graduados

7%

4%

46%

39%

4%

Normal Superior - 2

Superior incompleto - 1

Superior completo - 13

Especialização - 11

Mestrado - 1

Análise de dados• Renda

• Meios de Comunicação23%

21%

13%

12%

6%

3%

22%InternetTelevisão RevistasRádioLivrosTelefone celularJornais

43%

36%

21%0%

De 1 a 3 s.m. - 12

De 3 a 6 s.m. - 10

De 7 a 10 - s.m. - 6

Mais de 10 - 0

Professores e movimentos ambientalistas

Análise de dados

68%

32% Conhece

Não conhece

89%

11%

Já participou

Não participou

17%

83%

Integrantes Não integrantes

11 entidades e redes citadasEntidades Nº de professores*

Rede Aguapé 11

Rede Pantanal 6

Eco-Chaco 6

Vida Pantaneira 3

Ecoa 4

Sobrevivência 3

Amigos de la Tierra 1

Corredor de Biodiversidade 1

Greenpeace 1

Fundação O Boticário 1

WWF 1

Enlaces ambientalistas• Todas os movimentos

citados fazem parte de redes.

• Procuram se fortalecer quando são pequenas;

• e dividir o peso quando são médias

• Melhorar os contatos.• Dificuldade: falta de

recursos.

Visões de educação ambiental

Conscientizar para cuidar, preservar ou conservar o meio ambiente ou a natureza

• “É a educação para viver com um ambiente sem lixo, saudável”.

(professora paraguaia, do 1a ao 3º ano do Fundamental)

• “Estudar o meio e a preservação dos animais. Conscientizar as pessoas para preservarem”. (professora do 3º ao 4º ano do Fundamental)

Visões de educação ambiental

• Conscientizar sobre uso racional dos recursos naturais

• "Eu acho que é você cuidar do meio onde vive, usufruindo dos bens, de uma maneira que vai conservar para as futuras gerações." (professor do 4º ano do Fundamental)

• 'É a consciência que a pessoa precisa ter do uso racional do meio ambiente, no dia-a-dia a gente procura desenvolver isso nos alunos, a questão do lixo, espaço físico. A ocupação racional dos recursos naturais." (professor de História do 6º ao 9º ano)

Visões de educação ambiental

• Percepção:

• “como a gente vê o meio”• “muito amplo” e “envolve o físico e o mental”.• Relatos seguidos pela hipótese de que “educação

ambiental tem que começar em casa”. • Delegam a família a responsabilidade pela educação

ambiental

Práticas de educação ambiental

• Interdisciplinariedade popularizada• Conversam com os alunos• Visão de uso racional: busca de

exemplos concretos do consumo: lixo, água e energia

• Tema gerador em datas comemorativas• Ausência de abordagem do Pantanal

Ambientalistas e a educação ambiental

• Baixo envolvimento (17%)• Pouca mobilização política• Utilização de materiais didáticos e

informações • Capacitações• Fluxos pontuais de informação• Discussão política restrita aos membros

Ambientalistas e a educação ambiental

• Quando existe professor(a) articulador (participante de movimento) ele(a) faz o elo de comunicação na escola por fluxos pontuais

• Ambientalistas comunicam-se entre si, mas estão pouco conectados a educadores

Conclusões

• Influência da mídia promove a tônica da educação ambiental

• Informações de fora da região sufocam as peculiaridades regionais nas visões e práticas: Pantanal e Chaco

• Existe pouco engajamento de professores

• Os movimentos ambientalistas não têm contato constante com educadores

Conclusões

• Necessidade de inserção dos professores nos processos de comunicação dos movimentos ambientalistas de forma mais efetiva

• Discutir o caráter econômico do ambiente.• Promover o intercâmbio entre escolas sobre

a interdependência dos ambientes na fronteira (intercâmbio entre os países só existe por ação de movimentos ambientalistas)

Conclusões

• Produzir material de apoio regional (ambientalistas difundem esses conhecimentos).

• Necessidade dos ambientalistas organizarem o fluxo de comunicação com educadores para fortalecer as redes socioambientais da região, aproveitando a credibilidade conferida aos ambientalistas.

Conclusões

• As redes ambientalistas são ferramentas importantes para a educação ambiental da região e necessitam de fortalecimento.

• Necessidade de envolver o ensino no processo de discussão da melhoria da qualidade de vida da população: hidrovia, esgoto, importância do Pantanal e Chaco, práticas econômicas no município e seus impactos; o olhar deve se voltar para o espaço onde construímos a nossa história.