Post on 09-Nov-2018
Violência contra a
Mulher
ATSM/SESAU-TO
Gênero
Se refere ao conjunto de relações,
atributos, papéis, crenças e atitudes
que definem ser homem ou ser
mulher em cada sociedade.
Gênero é construção
histórica e cultural
SEXO
Diferenças
dadas
biologicamente
GÊNERO
Diferenças
construídas
culturalmente
Religião
• Santa
• Pecadora
"Quero, do mesmo modo, que as mulheres se
ataviem com traje decoroso, com modéstia e
sobriedade, não com tranças, ou com ouro, ou
pérolas, ou vestidos custosos, mas como
convém às mulheres que fazem profissão de
servir a Deus com boas obras. A mulher
aprenda em silêncio com toda a submissão.
Pois não permito que a mulher ensine, nem
tenha domínio sobre o homem, mas que esteja
em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão,
depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a
mulher, sendo enganada, caiu em
transgressão; salvar-se-á, todavia, dando à luz
filhos, se permanecer com sobriedade na fé, no
amor e na santificação.”
(Tim. 2:8-15)
Século XVII
Características biológicas
das mulheres determinariam
seus atributos psicológicos
„tipicamente femininos‟, como
a imaginação, inconstância,
leviandade, tendência a
enganar e a possuir uma
„moleza de caráter‟ e do
físico.
BELLINI, Ligia. Concepções do corpo feminino no
Renascimento, 2003)
Século XVIII
• Mulher = lar = família = maternidade
• Redução do corpo ao útero
• Corpos perfeitos = maternos
Aurélio Buarque de Holanda
conceito de
mulher
s.f. do latim mulier
“ser frágil,
dependente,
mentiroso, fútil,
superficial, ou
interesseiro
Aurélio Buarque de Holanda
conceito de
mulher
s.f. do latim muliere
1. O ser humano do
sexo feminino...5.
dotada das chamadas
qualidades e
sentimentos femininos
(carinho,
compreensão,
dedicação ao lar e à
família, intuição)...
Gênero
Forma de significação de
poder
“Qualquer ato ou conduta
baseada no gênero que
cause morte, dano ou
sofrimento físico, sexual
ou psicológico à mulher,
tanto na esfera pública
quanto privada”
Violência de Gênero
(Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a
Viol. Contra a Mulher – Convenção de Belém do Pará, 1994)
Lei Maria da Penha
11.340/06
Margarida A. Barbosa
FORMAS DE
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
VIOLÊNCIA FÍSICA
Qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal
Margarida A. Barbosa
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA
Qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante:
- Ameaças - Manipulação
- Constrangimentos - Isolamento
- Humilhação - Perseguição
- Vigilância constante - Exploração
-Chantagem
- Insulto
- limitação do direito de ir e vir
Violência Patrimonial
Qualquer conduta que configure retenção,
subtração, destruição parcial ou total de
seus objetos, instrumentos de trabalho,
documentos pessoais, bens, valores e
direitos a recursos econômicos, incluindo
ao destinado a satisfazer suas
necessidades
VIOLÊNCIA SEXUAL
Qualquer conduta que constranja a presenciar ou manter ou participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer meio contraceptivo ou que a force ao matrimônio, `a gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos
Margarida A. Barbosa
Violência Institucional
É aquela praticada nas instituições prestadoras
de serviços públicos como hospitais, postos de
saúde, escolas, delegacias, judiciário.
Mitos sobre a violência doméstica
A violência doméstica ocorre
muito esporadicamente
A cada 15
segundos
uma mulher
é agredida
A violência doméstica é um problema
exclusivamente familiar: roupa suja se lava
em casa
Problema social - segurança - saúde pública.
A violência só acontece entre as famílias de
baixa renda e pouca instrução
Não faz quaisquer distinções de classe
econômica/racial ou cultural porque depende
dos estereótipos de gênero.
A violência só acontece nas famílias
problemáticas
as famílias afetadas pela violência aparentam
funcionalidade; não há uma só pesquisa
comprovando que tais famílias difiram de
outras.
Os agressores não sabem controlar suas
emoções
No caso da violência doméstica há uma clara
situação em que o agressor aproveita-se de uma
„relação de poder‟ que ele imagina possuir em
casa, sobre a mulher e os filhos.
Se a situação fosse realmente tão grave, as
vítimas abandonariam logo seus agressores
A maior parte dos femicídios ocorre na fase em
que a mulher está tentando abandonar a relação e
apartar-se do agressor.
É fácil identificar o tipo de mulher que apanha
É muito comum que o agressor obrigue a vítima
não só ao silêncio, mas como a externar felicidade
e tranquilidade.
A violência doméstica vem de problemas com o
álcool, drogas ou doenças mentais
Muitos agressores cometem esse crime sem
apresentar quaisquer desses fatores.
Para acabar com a violência basta proteger as
vítimas e punir os agressores
É necessário medidas de promoção/prevenção,
desconstruir alguns valores culturais,
acompanhamento do agressor, entres outros
aspectos.
O amor romântico, na forma como o
vivenciamos, é uma construção histórico-
cultural que dá origem a essas vivências
emocionais nos relacionamentos afetivos
(Costa, 1998). O limite do amor romântico é
justamente não sobreviver ao confronto
com o real, uma vez que se nutre da
idealização.
É valorizado como condição máxima de
felicidade, que se dirigiria eternamente ao
mesmo “objeto”, independente de ser
correspondido.
Amor Romântico
Não vive
sem o outro
Independente de ser
correspondido
Condição máxima de felicidade
Presente em épocas e culturas
Incontrolável pela
vontade
Surdo à voz da razão
Sentimento universal e
natural
Sem beber ele era carinhoso. Quando ele estava são, ele me procurava para fazer sexo todos os dias. Aí, a
gente tinha uma boa relação, porque eu ainda gostava dele e, às vezes, a gente perdoa, não é? O amor é uma
loucura, é cego. E a gente tinha um relacionamento sexual bom, prazeroso, ele são, eu gostava. (Lourdes, 55
anos, 1o Grau).
Ele bebia muito, ele tinha seus vícios, mais era muito trabalhador. O vicio não empatava ele de ganhar dinheiro.
Hoje, ele tem um patrimônio bom. Se não servir para mim vai servir para os filhos (Amélia, 72 anos, 2o
Grau).
Magnitude do
Problema
PANORAMA GLOBAL
Dados do Banco Interamericano
de Desenvolvimento (BID)
- 25% dias de trabalho perdido pelas
mulheres têm como causa a violência o
que reduz seu ganho entre 3 e 20%
- Filhos/as de mães que sofrem violência
têm três vezes mais chances de adoecer
e 63% dessas crianças repetem a escola,
abandonando estudos por volta dos 9
anos.
• A cada 15 segundos uma mulher é
agredida
• 33% das brasileiras já foram agredidas,
sendo que 57% destas agressões foram
praticadas pelos próprios parceiros.
(F. Perseu-Abramo,em: www.patriciagalvao.org.br, em
Timm, F. 2008;)
Gastos com violência
Fonte: Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)
violência doméstica:
• peso similar à
- Tuberculose
- HIV
- Câncer (diversos)
- Enfermidades
cardiovasculares
• 2007 (PIB):
• 1,9% Brasil
• 5,0% Colômbia
• 4,3% El Salvador
• 1,3% México
• 1,5% Peru
• 0,3% Venezuela
Repercussões da violência sobre a saúde da mulher
Distúrbios do sono, pesadelos, assusta-se
com facilidade
Irritabilidade, agitação, constantes lembranças do
evento traumático
Necessidade compulsiva de falar sobre o evento
ou impossibilidade de falar sobre o evento
Dificuldade de memória e concentração, de
tomar decisões
Chora sem motivo aparente, depressão,
isolamento emocional, falta de interesse em
pessoas e eventos à volta
Dificuldade de planejar o futuro, de
relacionamento sexual
Compulsividade (com comida, cigarro, bebida etc)
Dores não localizadas
O QUE TORNA TÃO DIFÍCIL DEIXAR UMA
RELAÇÃO EM QUE OCORRE VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA?
• O comportamento do homem
violento: o aumento da
violência em cada episódio;
perseguições na rua, no
trabalho, ameaças às crianças
e à família;
• O sentir-se paralisada pelo
trauma físico e psicológico da
violência;
• A falta de opções de moradia,
trabalho;
• Difícil acesso a educação e
informações;
• Ambivalência da mulher diante das promessas de
mudança do companheiro;
• A esperança , o afeto, a lealdade, o apreço pelas
qualidades positivas da relação;
• A falta de apoio da comunidade (culpando a
mulher);
• Pressões familiares e dos filhos;
• Valores religiosos, valores culturais;
Violência Sexual
Margarida A. Barbosa
Margarida A. Barbosa
Estupro Coletivo
Ficção
Brasil Mundo
Marketing
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Desafio – Promover a
Atenção Integral às
mulheres em situação
de violência
“Mais que o corpo, a violência
machuca a alma, destrói os sonhos e
acaba com a dignidade da mulher.”
Marília Gabriela