Post on 27-Oct-2019
VI JORNADA DE HISTÓRIA DA CIÊNCIA E ENSINO
Propostas, tendências e construção de interfaces
GUIA DO PARTICIPANTE
28, 29 e 30 de setembro 2017
O EVENTO A Jornada de História da Ciência e Ensino, evento bienal, teve
sua primeira edição em 2007. O evento tem o intuito de
propiciar um amplo espaço de discussão de propostas e troca
de experiências para contribuir na construção de interfaces
entre história da ciência e ensino.
O evento é destinado a professores dos ensinos fundamental,
médio e superior, interessados nas interações entre História da
Ciência e Ensino, bem como a estudantes de Graduação e Pós-
graduação.
Em 2017 a VI Jornada de História da Ciência e Ensino será
realizada na cidade de Juiz de Fora – Minas Gerais, fruto da
parceria entre o Núcleo de Estudos em História da Ciência
(NEHC) da Universidade Federal de Juiz de Fora e o grupo de
História da Ciência da Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo.
Nessa edição o evento contará com sete minicursos e nove
workshops, bem como as apresentações de trabalhos em
comunicações orais, pôsteres e rodas de conversa.
www.ufjf.br/nehc
ORGANIZAÇÃO
Coordenação Geral
Profa. Dra. Ivoni Freitas-Reis (NEHC/DQ-UFJF)
Profa. Dra. Maria Helena Roxo Beltran (PUC-SP)
Prof. Dr. Fumikazu Saito (PUC-SP)
Profa. Dra. Laís dos Santos Pinto Trindade (PUC-SP)
Me. Ingrid Nunes Derossi (NEHC-UFJF)
Comissão Organizadora
Me. Cláudia Sanches de Melo Aliane (GEEDUQ-UFJF)
Me. Dirlene Lima Valadão (GEEDUQ-UFJF)
Prof. Dr. Elói Teixeira César (Centro de Ciências-UFJF)
Erika Fernanda Leite de Melo Lima (GEEDUQ–UFJF)
Me. Fernanda Luiza de Faria (NEHC-UFJF)
Flávia Ribas de Brito (GEEDUQ-UFJF)
Graciane Cristina de Brito (NEHC-UFJF)
Isabella Rodrigues Silva (NEHC-UFJF)
Isabela Vieira da Silva (GEEDUQ-UFJF)
Prof. Dr. Joao Batista Alves dos Reis (NEHC-UNEC)
Me. Jomara Mendes Fernandes (NEHC-UFJF)
Prof. Dr. José Guilherme da Silva Lopes (GEEDUQ/DQ-UFJF)
Leonardo Lessa Pacheco (NEHC-UFJF)
Marcelo Fonseca Pinto (NEHC-UFJF)
Maria Helena Zambelli (NEHC-UFJF)
Mariana de Souza Gonçalves Bahia (NEHC-UFJF)
Me. Sandra de Oliveira Franco Patrocínio (NEHC-UFJF)
Me. Victor Gomes Lima Ferraz (GEEDUQ-UFJF)
Me. Vinicius da Silva Carvalho (NEHC-UFJF)
Comitê Científico
Profa. Dra. Ana Maria Alfonso-Goldfarb
Prof. Dr. Deividi Marcio Marques
Me. Fernanda Luiza de Faria
Prof. Dr. Fumikazu Saito
Prof. Dr. Gilson Leandro Queluz
Me. Ingrid Nunes Derossi
Profa. Dra. Ivoni Freitas-Reis
Prof. Dr. Joao Batista Alves dos Reis
Me. Jomara Mendes Fernandes
Profa. Dra. Lais dos Santos Pinto
Marcelo Fonseca Pinto
Profa. Dra. Márcia Helena Mendes Ferraz
Profa. Dra. Maria Cristina Araujo de Oliveira
Profa. Dra. Maria Helena Roxo Beltran
Profa. Dra. Nadja Paraense dos Santos
Profa. Dra. Natalina Aparecida Laguna Sicca
Prof. Dr. Olival Freire Junior
Prof. Dr. Ourides Santin Filho
Prof. Dr. Paulo Alves Porto
Me. Sandra de Oliveira Franco Patrocínio
6
ORGANIZAÇÃO
APOIO
Sumário Mapa da UFJF ......................................................... 8
Informações Gerais ................................................... 9
Transporte ......................................................... 10
Restaurante Universitário ........................................ 11
Restaurantes ....................................................... 12
Orientações para apresentação de trabalho ..................... 13
Programação Completa ............................................. 14
28/09 – Quinta-feira .............................................. 14
29/09 – Sexta-feira ............................................... 14
30/09 – Sábado .................................................... 15
Minicursos .......................................................... 15
Exposição de painéis ................................................ 17
Roda de Conversa .................................................... 21
Comunicação Oral ................................................... 23
Resumos ............................................................... 25
Minicursos ............................................................. 69
Workshops ............................................................ 78
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
8
Mapa da UFJF
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
9
Informações Gerais A VI Jornada de História da Ciência e Ensino será realizada em três setores da UFJF. No setor E, Faculdade de Engenharia, serão realizados o credenciamento e a Abertura Solene, ambos no Edifício Engenheiro Itamar Franco (E2). No setor D, Instituto de Ciências Exatas – ICE, serão realizados os minicursos, workshops, rodas de conversa e comunicações orais (D1 e D2). No setor A, no Observatório e Planetário – Centro de Ciências, serão realizados a apresentação de painéis e a atividade cultural.
Acesso ao Evento
A participação nas atividades do evento será permitida mediante a
apresentação do crachá de identificação.
Instituto de Ciências Exatas – Mapa de salas
O ICE se divide em blocos. As salas são numeradas de acordo com o
bloco, as salas pares ficam no primeiro andar e as ímpares no
segundo. Assim, a sala 3107, por exemplo, fica no bloco 31, no
segundo andar.
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
10
Transporte Linhas de ônibus urbano
525, 535 (Tarifa: R$2,75)
Horários e itinerário: www.astransp.com.br
Aplicativos:
Cittamobi
Busão JF
Taxi Albatroz: (32) 3215-5418
Teletáxi: (32) 3215-4410
Táxi 24 horas: (32) 3226-1000
Aplicativos:
Easy Taxi
Way Taxi
Telefones úteis
Bombeiros e Resgate: 193
SAMU Urgência/Emergência: 192
Guarda Municipal: 153 / (32) 3690-7137
Polícia Militar: 190
Disque Denúncia: 181
Polícia Civil: (32) 3229-5888 / (32) 3229-5810
Polícia Rodoviária: 191
Hospital de Pronto Socorro(HPS): (32) 3690-8200
Aeroporto da Serrinha: (32) 3233-1089
Aeroporto Regional: (32) 3274-5800
Rodoviária: (32) 3214-5553
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
11
Restaurante Universitário
A Universidade Federal de Juiz de Fora disponibilizou o Restaurante
Universitário (RU) para as suas refeições (café da manhã, almoço e
jantar), no valor de R$ 0,70 o café da manhã e R$ 7,50 o almoço ou
jantar. Para ter acesso ao local, é necessário que:
1. Com o crachá em mãos, você deve ir até a coordenação do RU
que fica ao lado da entrada do restaurante, no segundo andar,
para pegar uma autorização;
2. No caixa do RU, apresente a autorização e o crachá para
comprar o ticket. ATENÇÃO: Se você for utilizar o RU no
sábado é preciso comprar o ticket na sexta-feira, pois o caixa
não funciona aos sábados;
3. Com o ticket, siga para a fila de entrada e bom apetite!
Os horários de funcionamento são:
Desjejum – De 2ª a sábado de 6h30min às 8 horas.
Almoço – De segunda à sábado das 11h às 14 horas.
Jantar – De 2ª a 6ª feira de 17 às 19h30min.
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
12
Restaurantes
Apriori Bar e Restaurante
Rua Dom Viçoso, 216. Alto dos Passos
Bar do Bigode e Xororó
Rua Chanceler Osvaldo Aranha, 43. São Mateus
Bodega do Tropeiro
Rua Delfim Moreira, 244. Centro
Estação Grill
Rua Dom Viçoso, 97. Alto dos Passos
Japa Temaki
Rua Morais e Castro, 300. Shopping Alameda. Alto dos Passos
Mercearia Gastrô
Rua Dom Viçoso, 93. Alto dos Passos
Restaurante Maria Maria
Avenida Engenheiro Valdir Pedro Monachesi, 563. Aeroporto
Restaurante Poleiro do Galo
Rua Manoel Bernardino, 8. São Mateus
Restaurante Saldoce
Avenida Presidente Costa e Silva, 1510. São Pedro.
Sartoni Steakhouse
R. Manoel Bernardino, 25. São Mateus.
Bar E Restaurante Cascatinha
R. Itamar Soares de Oliveira, 284. Cascatinha
Detona Bar e Restaurante
Av. Pres. Costa e Silva, 3589. São Pedro
Restaurante Vieiras
Ladeira Alexandre Leonel, 791. Estrela Sul
Assunta Forneria
Ladeira Alexandre Leonel, 221. Estrela Sul
Picanha Pimenta & Pinga
Av. Eugênio do Nascimento, 310. Aeroporto
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
13
Orientações para apresentação de trabalho
Relatos de Experiência
Os relatos de experiência serão apresentados oralmente em rodas de
conversa, com tempo de 10 minutos para cada relato, num grupo de
8 trabalhos, com discussão de 20 minutos no final das apresentações.
Relatos de Pesquisa
Todos os relatos de pesquisa serão apresentados na forma de painéis.
Dentre estes, nove foram selecionados para apresentação em
comunicação oral, com o tempo de 10 minutos para cada trabalho,
seguida de 5 minutos de discussão.
Painéis
Os painéis devem ter dimensão máxima de 0,9 m de largura x 1,10 m
de altura;
Elementos Gerais do Painel
Título do trabalho, nome e instituição dos autores e um e-mail para
contato, introdução, objetivos, resultados, considerações, dentre
outros. Deve ser priorizado o uso de imagens, mapas, tabelas,
esquemas, de maneira a minimizar o texto, facilitando a
visualização. Para a fixação do pôster recomenda-se o uso de
barbante ou nylon não sendo permitido o uso de materiais
perfurantes nem adesivos, pois estes danificam os stands de fixação.
O material é de inteira responsabilidade dos apresentadores.
Apresentação dos Painéis
Cada autor deverá estar à disposição dos interessados em consultar
seu trabalho pelo período de duas horas (permanecendo junto ao
pôster a maior parte do tempo, podendo circular pelo local).
O autor deverá estar atento ao dia em que apresentará o trabalho,
verificando na programação do evento. É importante que o título do
trabalho no pôster seja o mesmo do título do resumo aprovado, caso
haja alguma alteração, favor informar a comissão com antecedência.
Será verificada a presença do apresentador no local do pôster, pela
Comissão Organizadora e Comissão Científica.
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
14
Programação Completa 28/09 – Quinta-feira
12h00 – 14h00 Recepção/Credenciamento (5124 - Edifício Itamar Franco)
14h00 – 16h00
Abertura solene (Auditório 2 - Edifício Itamar Franco) Prof.ª Dr.ª Maria Helena Roxo Beltran
16h00 – 18h00 Minicursos
18h15 – 20h00
Coffee-break (Centro de Ciências) Exposição de Painéis – Relatos de pesquisa
A partir de 19h00 Atividade Cultural (Centro de Ciências)
29/09 – Sexta-feira 08h00 – 10h00 Minicursos 10h00 – 10h30 Coffee-break (Sala 3107)
10h30 – 12h00
Workshops
01 Sala 3108
Da Radioatividade ao modelo atômico nuclear - Uma proposta didático metodológica Prof. Dr. Deividi Marcio Marques Prof.ª Karen Lúria Pires
02 Sala 3310
Possibilidades para o fazer docente junto ao aprendiz cego em aulas de Química: uma interface com a história da Tabela Periódica Prof.ª Me. Sandra Franco-Patrocínio Prof.ª Me. Jomara Mendes Fernandes Prof.ª Dr.ª Ivoni Freitas-Reis
03 Sala 3311
São Paulo e o impacto das tecnologias na cozinha (séc. XX) Lucia Helena Soares de Lima Prof.ª Dr.ª Márcia Helena Mendes Ferraz
04 Sala 3504
História da Química no Brasil em sala de aula Prof.ª Dr.ª Nadja Paraense
05 Eletro-Metalúrgica Brasileira de Ribeirão
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
15
Sala 3312
Preto Prof. Dr. Pedro Wagner Gonçalves Prof.ª Me. Natalina Aparecida Laguna Sicca Prof. Marcelo Luis de Brino.
12h00 – 14h00 Almoço
14h00 – 16h00 Rodas de Conversa - Relato de Experiência (Sala 3110)
16h00 – 16h30 Coffee-break (Sala 3107) 16h30 – 19h00 Comunicação Oral – Relatos de Pesquisa (Sala 3104)
30/09 – Sábado 08h00 – 10h00 Minicursos 10h00 – 10h30 Coffee-break (Sala 3107)
10h30 – 12h00
Workshops
06 Sala 3104
As Teorias de Scheele, Priestley e Lavoisier em atividade prática – confrontando teorias Prof. Dr. Ourides Santin Filho
07 Sala 3106
Doutrina e natureza de uma narrativa histórica acerca da eletroquímica na Royal Institution da primeira metade do século XIX Prof. Dr. João B. A. dos Reis Prof. Marcelo Fonseca Pinto
08 Sala 3108
Impressão fotográfica do século XIX – cianotipia – uma ferramenta para o ensino de ciências. Prof.ª Dr.ª Bárbara Almeida Prof.ª Érika Leite
09 Sala 3110
Como montar uma aula interdisciplinar: Da matemática à natureza passando por Lusíadas. Prof. Me. Júlio César Graves Prof.ª Lais Rangel Tsujimoto Prof.ª Dr.ª Zuleika Stefânia Sabino Roque
12h00 – 14h00 Almoço 14h00 Assembleia de encerramento (Sala S401)
Minicursos MC 01 Ciência, Tecnologia e Trabalho na Pedagogia
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
16
1º dia (Sala 3312) 2º dia (Sala 3312) 3º dia (Sala 3316)
Libertária: Experiências Utópicas Prof. Dr. Gilson Leandro Queluz
MC 02 1º dia (Sala 3311) 2º dia (Sala 3311) 3º dia (Sala 3314)
Conhecimentos sobre a natureza e as artes expressos em imagens: representações de plantas e animais nas origens da ciência moderna Prof.ª Dr.ª Maria Helena Roxo Beltran Prof.ª Me. Fabiana Dias Klautau Prof.ª Me. Mariana Bianchini Malerba
MC 03 1º dia (Sala 3110) 2º dia (Sala 3110) 3º dia (Sala 3110)
Tópicos de História da Química: modificações das ideias de matéria entre os séculos XVIII e XX Prof.ª Dr.ª Ana Maria Alfonso–Goldfarb Prof.ª Dr.ª Márcia H. M. Ferraz Prof.ª Dr.ª Andrea Bortolotto Prof.ª Dr.ª Me. Andreia Medolago de Medeiros Prof. Dr. Cesar de Barros Lobato
MC 04 1º dia (Sala 3314) 2º dia (Sala 3310) 3º dia (Sala 3318)
Três capítulos de História da Medicina centrados em imagens Prof.ª Dr.ª Vera Cecília Machline
MC 05 1º dia (Sala 3316) 2º dia (Sala 3108) 3º dia (Sala 3108)
Controvérsias experimentais ou teóricas? Prof. Dr. Fumikazu Saito Prof.ª Me. Eliade Amanda Alves Prof. Me. Modesto Pantaleo Junior
MC 06 1º dia (Sala 3504) 2º dia (Sala 3504) 3º dia (Sala 3104)
Divulgação da ciência no século XIX Prof.ª Dr.ª Ivoni Freitas-Reis Prof.ª Me. Ingrid Derossi Prof. Marcelo Fonseca Pinto
MC 07 1º dia (Sala S309) 2º dia (Sala 3106) 3º dia (Sala 3106)
Mulheres nas Ciência da Matéria, na Matemática e na Computação Prof.ª Dr.ª Lais S.P. Trindade Prof.ª Roseli Moura Prof.ª Me. Rozenilda Luz Oliveira de Matos Prof. Dr. Ourides Santin
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
17
Exposição de painéis
P01
Influência de uma abordagem histórica dos artigos de Gay Lussac e Avogadro para a formação inicial de professores de Química. Adriana Bispo dos Santos Kisfaludy Wellington Pereira de Queirós
P02 Primo Levi – Uma Vida a descobrir Ana Lúcia Gama
P03
Monumentos Históricos: Um lugar para o pensamento matemático Edson Júnio dos Santos Eduardo Barrére
P04
Encontro Caravana da Ciência: Incentivo a prática de Iniciação Científica no Ensino Médio como meio de Ensino e Aprendizagem de Ciências e Divulgação Científica Elias de Barros Santos Zuleika Stefânia Sabino Roque
P05
As publicações sobre a Ciência brasileira retratada nos dez primeiros números da revista Brasileira de História da Ciência (1985-1995) Ingrid Nunes Derossi Ivoni Freitas-Reis
P06
O experimento demonstrativo de Oliver Lodge no ensino do eletromagnetismo no ensino médio Gilberto de Oliveira Paulino Wilson de Souza Melo
P07
O Efeito Faraday e a matéria João B. A. dos Reis Fernando Rodrigues Silva Wellington Silva Vieira
P08
A lanterna de Faraday: relações conceituais em um cenário semiótico João B. A. dos Reis Maria Loiza Izidóro de Assis Milheny Silva de Paiva
P09 O Experimentador Humphry Davy e o Óxido Nitroso Marcelo Fonseca Pinto Ivoni Freitas-Reis
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
18
P10
Analise da abordagem da Teoria do Flogisto nos livros didáticos Gabriel Cristiano Walz Anelise Grünfeld de Luca
P11
Integrando História da Ciência e o lúdico: As experiências de Henri, o pupilo de Lavoisier Victor Gomes Lima Ferraz Fernanda Luiza de Faria Ingrid Nunes Derossi Maria Helena Zambelli Flavia Ribas de Brito Ivoni Freitas-Reis
P12
A Sociedade Brasileira de Química e a Ciência de Materiais: intersecções para o desenvolvimento da tecnologia nacional Natalia Maria Salla
P13 Identidade de Gênero e segregação vertical de docentes no Instituto de Química da UFRJ Ricardo Soares
P14
Revisitando os Caminhos de Marie Curie no interior de Minas Gerais Ana Luiza Santos Fagundes Costa Stephany Prado Spatz
P15
A representatividade da mulher surda para o avanço da ciência no século XX: Henrietta Leavitt (1868-1921) Vinícius da Silva Carvalho Ingrid Nunes Derossi Ivoni Freitas-Reis.
P16 A História da Química como ferramenta para ensino de cinética química Vitor dos Santos Ferreira
P17
Proposta de ensino de química inorgânica em um contexto histórico utilizando a cianotipia Bárbara Lúcia de Almeida Erika Fernanda Leite de Melo Lima Júlia Dutra
P18
Proposta de ensino de teoria de Werner na formação inicial de licenciatura em química através da história da ciência. Bárbara Lúcia de Almeida Erika Fernanda Leite de Melo Lima
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
19
P19
Uma abordagem histórica como motivadora para introdução dos estudos de eletroquímica Priscilla Rodrigues Priscyla da Cruz Machado
P20
As Ciências da Natureza em manuais didáticos de filosofia Margarethe Steinberger-Elias Francisco das Chagas Pereira
P21
O legado de Mario Kaplún para o Ensino de Ciências Exatas Margarethe Steinberger-Elias Marcelo Cunha
P22
A criação de um site para discussão da História da Ciência para alunos do ensino médio. Maria Helena Zambelli Ivoni Freitas-Reis
P23
História da Astronomia em produções do mestrado profissional em Ensino de Física Fabiana Gozze Soares Michele Silva Oliveira Agenor Pina da Silva Newton Figueiredo Filho
P24 Cosmologia e tradição Karipuna na História da Ciência brasileira: um estudo sobre o ritual do turé. Jussara de Pinho Barreiros
P25
A HISTÓRIA DAS CIÊNCIAS COLABORANDO NO ESTUDO DA
ESTRUTURA ATÔMICA E DOS MODELOS ATÔMICOS NO
ENSINO MÉDIO Marcelo Delena Trancoso Nadja Paraense dos Santos
P26
Louis Braille (1809-1852): A criação de um código de leitura para cegos e o seu emprego no ensino de química atual Sandra Franco-Patrocínio Jomara Mendes Fernandes Ivoni Freitas-Reis
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
20
P27
O químico e físico inglês Willian Crookes (1832-1919) e os raios catódicos: uma adaptação tátil do tubo para o ensino de modelos atômicos para aprendizes cegos Jomara Mendes Fernandes Sandra Franco-Patrocínio Ivoni Freitas-Reis
P28
Canela Sassafrás protagonizou o pioneirismo científico na região do Alto Vale do Itajaí - SC Sandra Aparecida dos Santos Everton Bedin Gabriel Victor Venâncio Ramlov Felipe Augusto dos Santos Bruno Rech Anya Rafaela dos Santos Joziani Küster Anelise Grünfeld de Luca
P29 As cartas de Roentgen - A análise das correspondências e a compreensão do contexto histórico Decio Hermes Cestari Junior
P30 Narrativas Históricas no Ensino de Ciências: Uma atividade investigativa para os anos iniciais Jose Crispim Macedo Rocha Junior
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
21
Roda de Conversa Sala 5124
14h00 - 14h10
A tabela periódica a partir dos elementos que compõem uma pilha: abordagem histórica e suas consequências para o meio ambiente Gisele X. M.Celante Francielli R. Dalgobo Jeane F. de Paula Renan M. Pereira Vinicius G. Celante
14h10 - 14h20
Hipátia de Alexandria - Presença Da Mulher No Alvorecer Das Ciências Patrícia da Silva Batista Maria José da Silva de Oliveira Quirino Ana Lúcia Rodrigues Gama Russo Carlos José Galvão Corrêa
14h20 - 14h30
Episódio histórico de Louis Pasteur: Uma proposta para o ensino de Química, Física e Biologia Anelise Grünfeld de Luca Iara Maitê Campestrini Sandra Aparecida dos Santos Graziele Moreira Machado Gabriel Cristiano Walz Gabriela Hoffmann Luciano Jéssica Caroline Albano
14h30 - 14h40
História das embalagens: Contribuições da Ciência para a conservação dos alimentos Márcia Maria Pinto Coelho Andreia Francisco Afonso Berenice Trogo
14h40 - 14h50
A Ciência nos perfumes: atribuindo significados a Química Orgânica através da história da temática Márcia Maria Pinto Coelho Marlon Duarte Moreira Andreia Francisco Afonso
14h50 - 15h00
Parque de Ciência e Tecnologia: A replicabilidade de conceitos científicos a partir de experimentos de baixo custo Zuleika Stefânia Sabino Roque Ana Carolina Lorena
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
22
15h00 - 15h10
Uma proposta interdisciplinar para o Ensino de Ciências Naturais no Ensino Fundamental: O século Xviii e a grande evolução da Química Lis Peixoto Rocha
15h10 - 15h20
A Revolta da Vacina x Vacinação contra Febre Amarela: O resgate da história da ciência por meio da leitura jornalística e percepção dos alunos da EJA Maria José da Silva de Oliveira Quirino Patrícia da Silva Batista
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
23
Comunicação Oral Sala 5124
16h30 - 16h45
História da Astronomia em produções do mestrado profissional em Ensino de Física Fabiana Gozze Soares Michele Silva Oliveira Agenor Pina da Silva Newton Figueiredo Filho
16h45 - 17h00
Cosmologia e tradição Karipuna na História da Ciência brasileira: um estudo sobre o ritual do turé. Jussara de Pinho Barreiros
17h00 - 17h15
A HISTÓRIA DAS CIÊNCIAS COLABORANDO NO ESTUDO DA
ESTRUTURA ATÔMICA E DOS MODELOS ATÔMICOS NO
ENSINO MÉDIO Marcelo Delena Trancoso Nadja Paraense dos Santos
17h15 - 17h30
Louis Braille (1809-1852): A criação de um código de leitura para cegos e o seu emprego no ensino de química atual Sandra Franco-Patrocínio Jomara Mendes Fernandes Ivoni Freitas-Reis
17h30 - 17h45
O químico e físico inglês Willian Crookes (1832-1919) e os raios catódicos: uma adaptação tátil do tubo para o ensino de modelos atômicos para aprendizes cegos Jomara Mendes Fernandes Sandra Franco-Patrocínio Ivoni Freitas-Reis
17h45 - 18h00
Canela Sassafrás protagonizou o pioneirismo científico na região do Alto Vale do Itajaí - SC Sandra Aparecida dos Santos Everton Bedin Gabriel Victor Venâncio Ramlov Felipe Augusto dos Santos Bruno Rech Anya Rafaela dos Santos Joziani Küster Anelise Grünfeld de Luca
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
24
18h00 - 18h15
As cartas de Roentgen - A análise das correspondências e a compreensão do contexto histórico Decio Hermes Cestari Junior
18h15 - 18h30
O legado de Mario Kaplún para o Ensino de Ciências Exatas Margarethe Steinberger-Elias Marcelo Cunha
18h30 - 18h45
Narrativas Históricas no Ensino de Ciências: Uma atividade investigativa para os anos iniciais Jose Crispim Macedo Rocha Junior
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
25
Resumos
Relatos de Pesquisa - Pôster
Influência de uma abordagem histórica dos artigos de
Gay Lussac e Avogadro para a formação inicial de
professores de Química.
Adriana Bispo dos Santos Kisfaludy
Wellington Pereira de Queirós
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Relacionar e utilizar a história da ciência no ensino é uma
dificuldade para docentes da escola básica, pois de acordo com
literatura, isso acontece, entre outros problemas, devido a
aproximação da história da ciência não ser efetiva na formação de
professores e na educação básica. Quando ocorre é de forma
reduzida e simplista, como alguns autores apontam: os conteúdos
científicos sem contextualização histórica, disseminação de uma
ciência puramente empirista-indutivista. Além disso, há uma
carência de recursos didáticos fundamentados na História e Filosofia
da Ciência que dê condições para o entendimento dos conceitos
científicos e de como a ciência foi construída ao longo da história da
humanidade. Diante de tais constatações é que abordaremos no
presente estudo o processo histórico de construção da teoria dos
gases e sua relação com a constante de Avogadro. Para tanto, na
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
26
realização dessa pesquisa são utilizados artigos originais dos
cientistas Gay Lussac e Amadeo Avogadro, encontrados no livro
“Molécules Atomes et Notations Chimiques” de 1913. A partir desse
estudo histórico a pesquisa visa na perspectiva do modelo formativo
reflexivo produzir uma sequência didática com textos históricos para
subsidiar a formação inicial de professores de química.
Palavras Chaves: História da Ciência, Professor Reflexivo, Gay Lussac
e Avogadro
Primo Levi – Uma Vida a descobrir
Ana Lúcia Gama
Instituto Federal do Rio de Janeiro
Primo Levi, químico italiano, participou da resistência italiana, e,
judeu, foi capturado e levado a Auschwitz. Ao fim da 2ª guerra,
retomou suas atividades na indústria, e iniciou a de escritor. Em suas
memórias do Holocausto, a Química, seus elementos, e as
habilidades necessárias nas suas práticas servem de fios
construtores. Se a História da Ciência se constitui como uma área de
interface (MATTHEWS, 1995; VIDAL e PORTO, 2011; BELTRAN, 2013,
SAITO, 2013) ela é interdisciplinar e, o livro Tabela Periódica, como
leitura contextualizada do período, mescla elementos históricos e
científicos que permearam a construção do conhecimento. Por meio
da leitura, a Química deixa de ser apenas ciência e se torna vivência.
A Química, a matéria e suas transformações se tornam uma lente de
mundo. Ainda em andamento, a leitura do livro está sendo conduzida
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
27
com alunos do 3º ano do Ensino Médio. O objetivo é compreender a
possibilidade de empregar sua leitura na formação de alunos do
ensino médio.
Palavras chave: História da Ciência; História da Química; Formação
de Professores; Ensino de Química; Primo Levi.
Monumentos Históricos: Um Lugar para o Pensamento
Matemático
Edson Júnio dos Santos Eduardo Barrére
Universidade Federal de Juiz de Fora
Este artigo é um recorte da dissertação de mestrado que pretende
elaborar uma plataforma digital para que estudantes do ensino
médio realizarem interpretações visuais das obras de artes com o
suporte da matemática em monumentos históricos em Outro Preto-
MG, especificamente no teto da igreja de São Francisco de Assis. O
intuito é oferecer aos alunos uma ferramenta contendo informações
matemáticas implícitas ou explícitas do monumento e do teto da
igreja subsidiado pela técnica da perspectiva. Discutiremos uma
proposta de trabalho para práticas didáticas dentro e fora da sala de
aula.
Palavras chaves: Arte, educação matemática, visualização,
perspectiva, Geometria
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
28
Encontro Caravana da Ciência: Incentivo a prática de
Iniciação Científica no Ensino Médio como meio de
Ensino e Aprendizagem de Ciências e Divulgação
Científica
Elias de Barros Santos
Zuleika Stefânia Sabino Roque
Universidade Federal de São Paulo - São José dos Campos – SP.
O Instituto de Ciência e Tecnologia da UNIFESP iniciou suas
atividades em 2007 na cidade de São José dos Campos, que é um dos
pólos de ciência e tecnologia do estado de São Paulo. Embora não
sejam oferecidos cursos de licenciatura, esforços de integração entre
Educação Superior e Educação Básica, com escopo em alfabetização
e divulgação científica têm sido uma preocupação do Instituto, uma
evidência nesse sentido é o Programa de Extensão denominado
Caravana da Ciência, que desenvolveu em 2016 quatro projetos
concomitantemente, sendo um deles responsável por tornar a
Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) motivação
para atrair alunos da Educação Básica para a Universidade por
meio da organização de um evento denominado Encontro Caravana
da Ciência (EnCaCi). O objetivo do evento é promover um momento
de interação entre as escolas e a universidade, no qual os alunos, sob
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
29
a orientação dos seus professores desenvolvem um trabalho norteado
pelo tema da SNCT para ser apresentado durante o evento. O EnCaCi
reforça a necessidade da adoção de metodologias ativas de
aprendizagem bem como da validação da produção dos alunos,
contribuindo para sua alfabetização científica e inserção como
protagonistas no contexto histórico da ciência. A segunda edição do
EnCaCi acontecerá em outubro de 2017.
Palavras-chave: EnCaCi, Iniciação Científica, Alfabetização,
Divulgação Científica.
As publicações sobre a Ciência brasileira retratada nos
dez primeiros números da revista Brasileira de História
da Ciência (1985-1995)
Ingrid Nunes Derossi
Ivoni Freitas-Reis
Universidade Federal de Juiz de Fora
Este trabalho discute as características dos escritos sobre a História
da Ciência brasileira publicados nos primeiros anos da revista que
pertence à Sociedade Brasileira de História da Ciência. Apresenta
uma análise feita dos artigos disponíveis online e uma categorização
de acordo com a ocorrência das temáticas recorrentes nesses onze
números de revista no período de 1985 a 1995. Os resultados
apontam para o predomínio inicial da História da Ciência da Saúde e
da Industrialização, caminhando para artigos com uma preocupação
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
30
maior com a História da Ciência Social e a sua incorporação no
ensino.
Palavras-chave: História da Ciência, SBHC, Estado da Arte
O Experimento demonstrativo de Oliver Lodge no
Ensino do Eletromagnetismo no Ensino Médio.
Gilberto de Oliveira Paulino
Wilson de Souza Melo
Universidade Federal de Juiz de Fora
Apresentaremos neste trabalho uma proposta de sequência didática
que se utiliza de experimentos e demonstrações históricas na
introdução de conceitos do eletromagnetismo no ensino médio. Mais
especificamente o experimento demonstrativo de Oliver Lodge, que
projetou um sistema efetivo de recepção das ondas eletromagnéticas
cuja principal inovação foi o emprego do coeso no lugar da antena de
Hertz. Trata-se de uma proposta ainda não implementada
concretamente. Sua aplicação ocorrera no decorrer da pesquisa em
curso. Este trabalho é parte inicial da dissertação em construção no
Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física (MNPEF), do Polo
da Universidade Federal de Juiz de Fora, em conjunto com o
Instituto Federal do Sudeste Mineiro – MG. Acreditamos que o
experimento demonstrativo que aqui propomos tem a importância
necessária para se enquadrar na designação de um experimento
histórico. No encontro anual em 14 de agosto de 1894, da Associação
Britânica para o Avanço da Ciência na Universidade de Oxford, Lodge
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
31
apresentou, após fazer grandes avanços no dispositivo de Hertz, seu
aparelho que consistia em acionar uma campainha a distância. A
partir deste contexto histórico, interessa-nos apresentar uma
sequência didática que aponte uma possibilidade de enfoque
histórico-filosófico nas aulas de eletromagnetismo no ensino médio.
Palavras-chave: História da Ciência; Ensino; Física; Experimentos Históricos; Eletromagnetismo.
O Efeito Faraday e a matéria
João B. A. dos Reis
Fernando Rodrigues Silva Wellington Silva Vieira
Centro Universitário de Caratinga
Este trabalho relata aspectos da metodologia experimental de
Michael Faraday, entre 1845 e 1850, no tocante ao estudo do
magnetismo e a luz. Priorizou-se, um relato historiográfico dos
pressupostos teóricos referentes à discussão e análise dos textos do
Faraday’s Diary (2008) e comentadores relativos ao monitoramento
de substâncias magnéticas usadas como "sensores" nas linhas de força
física, as quais reproduziam configurações específicas relativas às
interações entre a luz e a matéria, em limalhas de ferro, o Efeito
Faraday. Objetivou-se divulgar a temática, devido à escassez de
citações no ensino do magnetismo em um contexto teórico mais
abrangente sobre essas raízes conceituais, sendo elas as bases para a
elaboração de textos em parceria com alunos dos cursos de
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
32
Engenharia do Centro Universitário de Caratinga, no Projeto
Ciências, nas disciplinas de Física Geral e Química Geral. Os
resultados foram veiculados em um seminário no final do semestre
relacionando o contorno histórico e a aplicabilidade dos estudos do
magnetismo em Faraday visando contribuir com abordagens
interdisciplinares no Ensino.
Palavras-chave: Divulgação Científica, Interdisciplinaridade, Ensino
de Física. História da Ciência e Ensino.
A lanterna de Faraday: Relações conceituais em um
cenário semiótico
João B. A. dos Reis
Maria Loiza Izidóro de Assis Milheny Silva de Paiva
Centro Universitário de Caratinga
Evoca-se neste relato de pesquisa as relações conceituais referentes
ao princípio da indução eletromagnética, aludindo-se a Michael
Faraday (1791-1867) na Londres de 1831. Traçando trilhas entre a
História da Ciência e Ensino e abordagens semióticas, na disciplina
de Física Geral Experimental III, nos cursos de Engenharia do Centro
Universitário de Caratinga. Conceitualmente as variações do fluxo
magnético em relação a um circuito originam correntes elétricas,
ímãs e solenoides movendo-se relativamente entre si. Associando-as
à linguagem sígnica do cinema, buscou-se a ressignificação
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
33
conceitual das correntes induzidas, vislumbrando-as em um aparato
epistêmico: a lanterna de indução ou lanterna de Faraday.
Metodologicamente, orientou-se na aplicabilidade utilitarista
explicitada na trama inicial do Inferno da saga do escritor Dan
Brown, sendo proposto que os alunos assistissem ao filme e/ou
lessem o livro e evidenciassem paralelos entre ciência e artes
cênicas. Obteve-se, inicialmente, nesse projeto de pesquisa, atenção
e interesse entregues ao tema indução através de diversos caminhos
e abordagens retiradas do filme e da leitura dos textos em História
da Ciência e Ensino.
Palavras-chave: Semiose, História da Ciência e Ensino, Indução
eletromagnética.
O Experimentador Humphry Davy e o Óxido Nitroso
Marcelo Fonseca Pinto
Ivoni Freitas-Reis
Universidade Federal de Juiz de Fora Este trabalho busca divulgar os estudos com o óxido nitroso,
realizados por Humphry Davy (1778-1829) quando era membro do
Medical Pneumatic Institution em Bristol no ano de 1799. Sintetizado
pela primeira vez em meados de 1772 por Joseph Priestley (1733-
1804), o óxido nitroso era conhecido por causar efeitos no sistema
nervoso, ficando popularmente conhecido como o “gás do riso” em
diversas regiões da Inglaterra no início do século XIX. Apresenta-se
neste trabalho, além do processo de produção que Davy utilizou, que
consistia em uma simples reação de decomposição por aquecimento
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
34
do nitrato de amônio, assim como alguns experimentos que
relatavam os efeitos produzidos pela inalação do gás, que foram
efetuados posteriormente e se tornaram importantes para uma
futura utilização do N2O como substância anestésica. Davy realizou
os mais diversos ensaios, que foram compilados na obra Researches,
Chemical and Philosophical; Chiefly Concerning Nitrous Oxide, Or
Dephlogisticated Nitrous Air, And Its Respiration, uma das
referências utilizadas por esse estudo. Abordaremos também, os
testes realizados em humanos, pelo próprio Davy inclusive, além de
outros animais. Esses testes foram de certa forma, conclusivos para
sua posterior utilização como composto anestésico devido aos
resultados obtidos nesses experimentos.
Palavras chave: Humphry Davy, Óxido Nitroso, Experimentação.
Análise da abordagem da Teoria do Flogisto nos livros
didáticos
Gabriel Cristiano Walz
Anelise Grünfeld de Luca
Instituto Federal Catarinense - Campus Araquari O presente trabalho investiga a forma como é apresentada,
historicamente, a Teoria do Flogisto (TF) em seis livros didáticos
(LD): Mortimer e Machado (2013); Fonseca (2013); Peruzzo e Canto
(2012); Usberco e Salvador (2011); Ciscato, Pereira e Chemello
(2015); Santos e Mól (2013). A escolha dos LD deu-se por serem os
mais utilizados em escolas de educação básica da região norte
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
35
catarinense. Os textos analisados compreendem os capítulos
referentes a Reações Químicas e Lei da Conservação da Massa.
Procedeu-se a análise utilizando os critérios de Mota e Cleophas
(2015); verificamos que Mortimer e Machado (2013) explicitam que
Lavoisier contribuiu para superar a TF. Fonseca (2013) apresenta as
explicações de Lavoisier para a combustão afirmando que a TF foi
invalidada por ele. Ambos os livros enfatizam uma História da
Ciência linear e progressista. Peruzzo e Canto (2012); Usberco e
Salvador (2011); Ciscato, Pereira e Chemello (2015) não mencionam
a TF. Considerando a importância do LD no planejamento e na
execução das aulas, é imprescindível que a abordagem da história da
ciência esteja presente tendo em vista a epistemologia,
historiografia e ciência, tecnologia e sociedade. Isso sinaliza a
relevância da abordagem da TF na formação inicial dos professores
de química.
Palavras-chave: Análise, Livro Didático, Teoria do Flogisto, História
da Ciência
Integrando História da Ciência e o lúdico:
As experiências de Henri, o pupilo de Lavoisier
Victor Gomes Lima Ferraz Fernanda Luiza de Faria
Ingrid Nunes Derossi Maria Helena Zambelli Flavia Ribas de Brito
Tales Lopes Silva Arthur Gonze Machado
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
36
Francesco Lemos do Prado Merenda Ivoni Freitas-Reis
Universidade Federal de Juiz de Fora
A História da Ciência (HC) está cada vez mais presente nas discussões
que abarcam o Ensino de Ciências como uma abordagem significativa
para a compreensão da natureza da ciência. Todavia, são escassas
as estratégias que envolvem o Ensino de Ciência e a HC. Neste
estudo apresentamos uma proposta de inserção da HC a partir de um
jogo pedagógico virtual que retrata a história de Lavoisier e o tema
conservação da matéria, combinando o lúdico à aprendizagem. O
jogo foi validado em uma turma da disciplina História da Química,
oferecida para graduandos de bacharelado e licenciatura em
Química, visando investigar a aceitação e compreensão de alguns
alunos, focando em questões conceituais e históricas envolvidas no
jogo. A pesquisa contou com 13 sujeitos e os dados foram coletados
a partir de questionários. Os resultados mostraram que a maioria
dos alunos gostou do jogo, reconheceu a importância da HC na
abordagem dos saberes químicos e contribuiu para a compreensão
dos conhecimentos químicos, ademais, os alunos apontaram
melhorias para a estratégia. O jogo foi finalizado e será em breve
aplicado no ensino médio para outra validação.
Palavras-Chave: Jogo didático virtual, História da Ciência, Ensino de
Química.
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
37
A Sociedade Brasileira de Química e a Ciência de
Materiais: intersecções para o desenvolvimento da
tecnologia nacional
Natalia Maria Salla
Escola municipal Presidente João Pinheiro
Em 1937 o Brasil foi sede do III Congresso Sul-Americano de Química,
organizado pela Sociedade Brasileira de Química (SBQ). O importante
evento científico, realizado em um período de franco
desenvolvimento do setor industrial do país, congregou o encontro de
vários pesquisadores e profissionais. A Associação Química do Brasil
(ABQ), criada pouco tempo depois, assim como outras organizações
oriundas da SBQ, continuaram contribuindo para a produção de
conhecimento na área. Ainda na década de 30, os institutos de
pesquisas tecnológicas – ligados, sobretudo aos laboratórios
universitários naquele momento – existentes nas cidades com maior
presença industrial consolidaram sua atuação na pesquisa e na
produção em ciência de materiais. O trabalho a ser apresentado
discorre sobre as principais características da produção científica e
tecnológica desses institutos na área de desenvolvimento da ciência
de materiais e, sobretudo a circulação desses saberes promovida
pelas publicações e eventos da SBQ e ABQ nos anos de 1930 e 1940 –
nos quais vários dos pesquisadores associados aos institutos
tecnológicos divulgaram os resultados de suas pesquisas em cerâmica
e metais, assim contribuindo para fomentar o desenvolvimento
industrial brasileiro nesses setores.
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
38
Palavras-chave: SBQ, história da química, século XX
Identidade de Gênero e segregação vertical de
docentes no Instituto de Química da UFRJ.
Ricardo Soares
Faculdade Unyleya
A representação desproporcional da mulher em Ciência & Tecnologia
(C&T) não é um tema novo na história da ciência e têm sido
amplamente abordado nas últimas décadas (SOARES, 2001; FOX,
2015). Contudo, as causas para o problema de desigualdade de
gênero em ciência, em especial na academia, são complexas e com
múltiplas abordagens possíveis, quer sejam de ordem sociocultural,
econômica ou cognitiva (SOARES, 2001; FOX, 2015). Este estudo tem
como objetivo geral analisar a estratificação laboral e segregação
por gênero dos docentes no Instituto de Química da UFRJ (IQ-UFRJ).
Foram avaliadas algumas variáveis independentes que refletiram a
maturidade acadêmica e ranks entre cientistas/professores dos
gêneros masculino e feminino do IQ-UFRJ. Os ranks refletiram a
posição organizacional, e os maiores ranks não foram
necessariamente obtidos àqueles que possuem maior mérito
profissional, independente do gênero, assim como observado por Fox
(2015) nos Estados Unidos.
Palavra-chave: Mulher, história da ciência, docentes
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
39
Revisitando os Caminhos de Marie Curie no interior de
Minas gerais
Ana Luiza Santos Fagundes Costa
Stephany Prado Spatz
Universidade Federal de Juiz de Fora Na década de 20, Marie Curie (1867-1934) vivenciava o auge da sua
carreira como cientista, bastante conhecida em todo o mundo e
detentora de dois prêmios Nobel em Ciências, a cientista teve
excelente receptividade ao visitar o Brasil em 1926, que nesse
período possuía um grande interesse pela ciência, sendo então
convidada pelo Instituto Franco Brasileiro de Alta Cultura para ser a
principal oradora de uma série de conferências sobre radioatividade
na Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro,
quando suas palestras obtiveram grande destaque na época. A
comitiva de cientistas da qual Marie Curie fazia parte chegou a Belo
Horizonte em 26 de Agosto de 1926 para conhecer o Instituto do
Rádio que fora construído em 1922 com a finalidade de se estudar o
elemento rádio e os Raios-X. O instituto foi de grande importância na
pesquisa e desenvolvimento dos conhecimentos da área de
radiologia, contribuindo dessa forma, para a medicina brasileira. O
presente trabalho aborda, através de pesquisas e levantamentos de
arquivos históricos, a trajetória de Marie Curie em terras brasileiras,
especialmente em sua rota no interior de Minas Gerais, visto que
quase não existem divulgações sobre seu percurso e sobre os
objetivos dessas viagens.
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
40
Palavras Chave: Caminhos de Minas, Radiologia, Química no Brasil.
A representatividade da mulher surda para o avanço da
ciência no século XX: Henrietta Leavitt (1868-1921)
Vinícius da Silva Carvalho
Ingrid Nunes Derossi Ivoni Freitas-Reis
Universidade Federal de Juiz de Fora
Este trabalho busca apresentar as contribuições da astrônoma surda
Henrietta Swan Leviatt (1868-1921). Através de dados biográficos,
buscou-se abordar a vida dessa personalidade e suas contribuições para
a astronomia. Henrietta concluiu a graduação em 1892 e foi contratada
pelo astrônomo Edward Pickering (1846-1919), do Observatório de
Harvard, nos Estados Unidos, para exercer a função de calculadora, que
em geral, eram realizadas por mulheres. O cargo continha como uma
das atribuições trabalhar no catálogo fotográfico do Observatório,
medindo os brilhos de estrelas, onde foi possível detectar dentre as
estrelas variáveis da Via Láctea, um tipo específico, denominado
“varáveis cefeidas”. A descoberta foi possível devido à criação de
Henrietta, uma escala, capaz de medir distâncias até então
inimagináveis. Esta escala de medidas foi capaz de ampliar o campo da
astronomia inaugurando uma nova área, a astronomia extragaláctica.
Assim como as mulheres, o surdo está oculto nas decisões importantes
de assuntos relacionados à sociedade. Neste sentido, a ausência de
representatividade, tanto para os sujeitos do gênero feminino, como
para os sujeitos surdos, desestimula os pares na sociedade pelo
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
41
interesse na ciência, reforçando uma cultura privilegiadamente
machista e ouvintista.
Palavras-chave: Mulher, surdos, história da ciência
A história da química como ferramenta para ensino de
cinética química
Vitor dos Santos Ferreira
Universidade do Estado de Minas Gerais – Campus Ubá
O melhor entendimento dos conceitos químicos e o interesse pela
disciplina são alguns dos desafios que envolvem o ensino de química.
O uso do contexto histórico no ensino pode ser útil, pois promove a
melhor compreensão dos conceitos, pode neutralizar o cientificismo
que a disciplina carrega e trazer os problemas e soluções que os
cientistas enfrentaram. Nesse trabalho foram realizadas três
pesquisas com o intuito de avaliar o que graduandos do 8º período do
curso de licenciatura em Química, professores de Química do Ensino
Médio e estudantes de uma turma do 2º ano do Ensino Médio de uma
escola pública em Ubá-MG pensam sobre o uso da História da
Química como ferramenta didática para o ensino. Com os estudantes
do 2º ano, além do questionário foi aplicada uma aula prática com
contexto histórico sobre Cinética Química. A análise dos resultados
revelou as concepções favoráveis que graduandos e professores
possuem sobre a História da Química, apesar dos professores não se
sentirem preparados para usá-la. Os estudantes participantes da
pesquisa demonstraram entender melhor os conceitos que envolvem
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
42
a cinética química e segundo eles, o contexto histórico que envolve a
prática deixou a aula mais interessante.
Palavras-chaves: Ensino de Química, Ensino Médio, História da
Ciência.
Proposta de ensino de química inorgânica em um
contexto histórico utilizando a cianotipia
Bárbara Lúcia de Almeida
Erika Fernanda Leite de Melo Lima Júlia Dutra
Universidade Federal de Juiz de Fora
Segundo Marques (2010) a História da Ciência é um importante
recurso didático que contextualiza alguns conceitos tanto para
alunos quanto para professores do Ensino Médio (MARQUES, 2010).
Um dos grandes desafios na formação inicial do professor de química
é fazer com que os licenciandos experimentem a importância
histórica do conhecimento científico e como eles podem transformar
este saber dentro da sua atuação profissional. Uma forma de se fazer
isso poderia ser durante as aulas práticas de química através da
escolha de experimentos que relacionem os saberes de química com
a história da ciência. Neste trabalho apresentamos uma proposta de
ensino em que se utiliza como recurso didático a cianotipia, uma
técnica de fotografia experimental do século XIX, em que
impressões de imagens são realizadas utilizando-se compostos de
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
43
coordenação contendo o íon ferro. Nestas aulas geralmente os
compostos sintetizados tem um fim em si mesmo: apenas apresentar
técnicas de síntese de compostos de coordenação. Ao trabalhar com
a cianotipia o composto pode ser sintetizado em aulas práticas de
química inorgânica de forma a trabalhar o conteúdo de química, com
informações a respeito dos eventos sociais e científicos que cercam o
surgimento da fotografia.
Palavras Chave: Química inorgânica, cianotipia, História de Ciência,
Formação inicial
Proposta de ensino de teoria de Werner na formação
inicial de licenciatura em química através da história
da ciência.
Bárbara Lúcia de Almeida
Erika Fernanda Leite de Melo Lima
Universidade Federal de Juiz de Fora
O professor de química pode ajudar os estudantes do nível médio a
aprender química encorajando-os a entender os caminhos que os
cientistas trilhavam na busca por um modelo ou uma teoria. Apesar
dos Parâmetros Nacionais Curriculares (PCN’s) apontarem neste
caminho, pesquisas revelam que professores de química não tem
muita familiaridade com o conteúdo de História de ciência e como
trabalhar este saber em suas aulas. Cachapuz e Paixao (2002, apud
OLSSON et. al, 2015) alegam que muitos professores veem a ciência
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
44
de forma conteudista, dando ênfase a terminologia e não a relação
dos princípios científicos com as questões humanas, históricas e
sociais. A disciplina de química inorgânica, normalmente aborda o
conteúdo da Teoria de Werner, como uma introdução histórica aos
complexos metálicos. Esta teoria pode ser uma ótima forma de
ilustrar o contexto histórico cientifico da pesquisa em química do
século XIX (OLSSON et. al., 2015). Apresentamos uma proposta de
ensino em que integrando a história da química e o conteúdo
teórico-prático de química de coordenação pode auxiliar na
formação do licenciando sobre como descobertas científicas do
passado foram importantes, enfatizando que são necessários anos
de tentativas e de experimentação para entender como um
fenômeno ocorre e propor uma teoria.
Palavras Chave: Química inorgânica, Teoria de Werner, História de
Ciência, Formação inicial
Uma abordagem histórica como motivadora para
introdução dos estudos de eletroquímica
Priscilla Rodrigues Priscyla da Cruz Machado.
Universidade Federal de Juiz de Fora
O conteúdo de Química no Ensino Médio é considerado de difícil
compreensão, sendo importante o docente, apresentar uma
metodologia diferenciada. Durante a disciplina de História da
Química, no qual apresentamos um seminário sobre pilhas, com foco
no contexto histórico, abordamos o estabelecimento dos conceitos
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
45
de energia elétrica presentes nas pesquisas dos estudiosos italianos
Luigi Galvani (1737-1798) e Alessandro Volta (1745-1827). O embate
conceitual ocorrido entre esses pesquisadores e seus seguidores
suscitou no grupo o interesse em elaborar uma proposta didático
pedagógica, a ser aplicada em uma turma de segundo ano do Ensino
Médio, na qual pudéssemos apresentar a pilha desenvolvida pelo
químico e meteorologista inglês John Frederic Daniell (1790-1845),
que ficou conhecida como pilha ou célula de Daniell. Nossa proposta,
utilizando materiais de fácil aquisição: como o vinagre, sal de
cozinha, moedas de cobre, papel alumínio, papel filtro, dentre
outros, tinha o objetivo de explicar a eletricidade com origem nos
metais, assim como defendia Alessandro Volta.
Palavras Chave: História da Eletricidade, Ensino de Química, Pilha de
Daniell.
As ciências da natureza em manuais didáticos de
filosofia
Margarethe Steinberger-Elias Francisco das Chagas Pereira
Universidade Federal do ABC
Este trabalho faz parte de um projeto mais amplo sobre a linguagem
e a comunicação nos manuais didáticos de ciências. Aqui o objetivo é
apresentar resultado preliminar de um estudo sobre paráfrases
utilizadas em manuais de ensino de Filosofia recomendados
oficialmente para o ensino médio na rede pública brasileira.
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
46
Paráfrases são formas variadas de formular explicações, definições e
exemplificações. O foco do trabalho são os conceitos de “natureza”
e de “ciências da natureza” no âmbito de uma história do
pensamento filosófico sobre as ciências. Foram selecionados trechos
de cinco manuais didáticos que abordam estes conceitos, de modo a
caracterizar o papel das paráfrases como recurso facilitador da
compreensão textual. A metodologia adotada revelou que o uso dos
termos “natureza” e “ciências da natureza” envolve não só processos
parafrásticos (modos de expressão variados de produzir o sentido dos
termos estudados), mas também processos polissêmicos (múltiplos
sentidos para um mesmo termo). O trabalho discute estes primeiros
resultados e suas implicações no sentido de facilitar ou dificultar as
atividades de leitura no ensino de ciências.
Palavras chaves: História da Ciência e Ensino; comunicação e
linguagem; manuais didáticos; ciências da natureza
A criação de um site para discussão da História da
Ciência para alunos do ensino médio.
Maria Helena Zambelli Ivoni Freitas-Reis
Universidade Federal de Juiz de Fora
A história da ciência é uma estratégia de ensino que pode ser
utilizada em sala de aula não somente para mostrar os alunos a
evolução da mesma, mas também para auxiliá-los em uma visão mais
crítica sobre a ciência. Existem poucos espaços de discussão sobre a
HC e ensino, diante disto foi criado um site onde alguns textos sobre
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
47
a origem da química no Brasil foram postados a fim de divulgar o
nosso trabalho. O site inicialmente foi apenas para divulgar textos
sobre uma das pesquisas do grupo, porém atualmente estamos
ampliando para contemplar todo o grupo de pesquisa. Nele se
encontram dados históricos de dois pioneiros da química no Brasil,
José Bonifácio de Andrada que foi lente na universidade de Coimbra
e muito importante na descoberta de diversos minerais e João da
Silveira Caldeira, que foi responsável pela criação do laboratório do
Museu Nacional do Rio de Janeiro. Também se encontram nossas
linhas de pesquisa, nossos trabalhos, dados sobre o grupo que
contém alunos de doutorado, mestrado, graduação e professores da
educação básica. A criação do site foi importante para divulgação do
grupo e por isso planejamos continuar a postar mais textos sobre
figuras importantes da química no Brasil.
Palavras Chave: José Bonifácio, João Caldeira, internet, química no
Brasil.
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
48
Comunicação Oral
História da astronomia em produções do mestrado
profissional em ensino de física
Fabiana Gozze Soares, Michele Silva Oliveira Agenor
Pina da Silva, Newton Figueiredo Filho
Universidade Federal de Itajubá
Universidade Federal do ABC
O Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física (MNPEF) surgiu
em 2013 com o intuito de desenvolver práticas e estratégias de
ensino, bem como, melhorar a qualificação de professores atuantes
na área de ensino de física. O presente trabalho tem por objetivo
apontar quais trabalhos foram desenvolvidos utilizando a História da
Ciência (HC) como estratégia de ensino no período de 2014 a 2016 a
partir de um estudo bibliográfico em Ensino de Astronomia (EA). Para
levantamento dos trabalhos utilizamos o portal de dissertações do
MNPEF. Após análise das produções, pôde-se verificar que a
utilização da HC está aquém do que determina os documentos
oficiais.
Palavras-Chave: Astronomia, História da Ciência, Ensino
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
49
Cosmologia e tradição karipuna na história da ciência
brasileira: um estudo sobre o ritual do turé.
Jussara de Pinho Barreiros
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Propomos neste relato de pesquisa em andamento, a concepção de
uma visão mítico-cósmica dentro da História da Ciência e da
Etnografia que envolve elementos da natureza de vivência cultural
da sociedade tradicional indígena, como substrato do ritual do Turé1
festa de agradecimento às pessoas invisíveis que vivem em Outro
Mundo, chamadas Karuãna, pelas curas que elas propiciaram por
meio das práticas xamânicas do pajé. Este grupo étnico Karipuna
está localizado na Terra Indígena Uaçá e são moradores da aldeia
Santa Isabel, no município do Oiapoque, no Estado do Amapá. O
objetivo deste estudo é investigar a concepção de mundos visível e
invisível dos sobrenaturais para descrever aspectos sociais e culturais
de sua cosmologia indígena. Os métodos utilizados serão as pesquisas
no levantamento de fontes secundárias impressas, história oral,
construção documental, por meio, das narrativas orais e a
observação participante in lócus na aldeia. A análise de fontes
primárias dos relatos de viagens publicados e abordagens
historiográficas desde o período colonial até final do século XIX com
ênfase aos trabalhos descritos de André Thével (1516-1590); Jean de
Léry (1536-1613) e Hans Staden (1525-1579); José Carlos Sebe Bom
Meihy (História Oral); Radcliffe-Brow (1881-1950); Lévi-Strauss (1908-
2009) na Antropologia cultural e social.
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
50
Palavras-Chave: História da Ciência, Cosmologia Indígena, Etnia Karipuna, Pajé, Ritual.
A História Das Ciências Colaborando No Estudo Da
Estrutura Atômica E Dos Modelos Atômicos No Ensino
Médio
Marcelo Delena Trancoso Nadja Paraense dos Santos
Colégio Brigadeiro Newton Braga
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Esse trabalho foi apresentado ao curso de Mestrado Profissional em
Ensino de Química, da UFRJ e mostra a importância do emprego da
história da ciência no Ensino Médio, como instrumento facilitador da
aprendizagem e as dificuldades dos professores que desejam
trabalhar esse tema, devido à carência de material didático nessa
área. Para isso foram utilizadas pesquisas de diversos autores e
analisados livros do Programa Nacional do Livro Didático do Ensino
Médio, que geralmente apresentam uma história distorcida e muito
simplificada. Como contribuição para a problemática da abordagem
histórica, foi elaborado um caderno temático intitulado: “Uma Breve
História do Átomo e seus Modelos”, que apresenta informações sobre
a vida pessoal, o trabalho e acontecimentos socioeconômicos,
políticos, religiosos e outros que influenciaram nas pesquisas sobre a
Estrutura Atômica e Modelos Atômicos, realizadas por Dalton,
Goldstein, Thomson, Rutherford, Bohr e Chadwick. Em suas 75
páginas, o caderno contem várias imagens, citações cruzadas e
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
51
menciona os primeiros atomistas; pesquisas sobre eletricidade e
magnetismo; fatos e personalidades históricas e diversos outros
pesquisadores que igualmente contribuíram nas pesquisas atômicas.
Depois de concluído, a viabilidade do caderno foi testada junto a
professores e alunos, que atestaram positivamente quanto à
utilidade do material para o ensino de química.
Palavras-chave: História da Ciência, Ensino Médio, Livros Didáticos.
Louis Braille (1809-1852): A criação de um código de
leitura para cegos e o seu emprego no ensino de
química atual
Sandra Franco-Patrocínio Jomara Mendes Fernandes
Ivoni Freitas-Reis
Universidade Federal de Juiz de Fora
Louis Braille (1809-1852) ainda na adolescência ingressou no Instituto
Real dos Jovens Cegos em Paris - criada em 1784, tendo sido a
primeira escola destinada às pessoas com cegueira. Nesse centro de
estudos, ensinava-se a ler através da impressão forte de textos em
papel, que permitia dar relevo às letras. Buscando desenvolver um
método que facilitasse a leitura dos cegos, Braille criou um código,
que levou o seu nome - o código Braille, utilizado até os dias atuais.
No Brasil, em 1854, o Imperador D. Pedro II (1825-1891) fundou a
primeira instituição voltada a alunos cegos, o Imperial Instituto de
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
52
Meninos Cegos, denominado atualmente de Instituto Benjamin
Constant, que seguiu os mesmos preceitos do Instituto francês.
Posteriormente, foram criadas outras instituições em diferentes
estados brasileiros. Para que a aprendizagem dos conceitos químicos
não ficasse limitada às pessoas que enxergam, surgiu a necessidade
de buscar dentro do código Braille formas de caracterizar o
conhecimento químico. Nesse sentido, o Ministério da Educação criou
o manual Grafia Química Braille para uso no Brasil (2002). Portanto,
temos como objetivo nesse trabalho, mostrar o percurso trilhado
para a consolidação do código Braille desde sua criação até a
atualidade no Brasil, principalmente no ensino de química.
Palavras-chave: Louis Braille; Código Braille; Ensino de Química
O químico e físico inglês Willian Crookes (1832-1919) e
os raios catódicos: uma adaptação tátil do tubo para o
ensino de modelos atômicos para aprendizes cegos
Jomara Mendes Fernandes Sandra Franco-Patrocínio
Ivoni Freitas-Reis
Universidade Federal de Juiz de Fora
O estudo das descargas elétricas através dos gases rarefeitos era
objeto de interesse dos mais importantes cientistas do século XIX.
Nessa época ansiava-se por conhecer a natureza dos raios
emergentes: se ondulatória ou se particulada. Nesse contexto, em
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
53
1879, o químico e físico Willian Crookes (1832-1919) produziu, por
intermédio de uma bomba de vácuo, um tubo com pressões muito
menores que as já obtidas no interior do tubo antes confeccionado
por Heinrich Geissler (1814-1879). Essa nova condição experimental
proporcionou a Crookes meios de afirmar ser o raio - que mais tarde
Joseph John Thomson (1856-1940) denominou elétron - de natureza
particulada. Diante do exposto acima, acreditamos na importância
do emprego das ilustrações para a discussão do processo de
proposição de modelos atômicos no processo de construção do
conhecimento. Percebemos a relevância de termos um material tátil
que contribuísse com a aprendizagem do estudante cego, sendo
primordial criar meios eficientes de alcançar também esse estudante
através de materiais táteis, que permitam a construção mental de
determinadas informações. Pensando nisso, o presente trabalho
busca retratar uma experiência de adaptação tátil do tubo de
Crookes que foi elaborada e utilizada em aulas da história dos
modelos atômicos com um aprendiz cego.
Palavras-chave: Tubo de Crookes; Inclusão; Deficiência Visual;
Adaptação Tátil.
Canela Sassafrás protagonizou o pioneirismo científico
na região do Alto Vale do Itajaí - SC
Sandra Aparecida dos Santos Everton Bedin
Gabriel Victor Venâncio Ramlov Felipe Augusto dos Santos
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
54
Bruno Rech Anya Rafaela dos Santos
Joziani Küster Anelise Grünfeld de Luca
Universidade do Alto Vale do Itajaí
Universidade Federal de Santa Catarina
Universidade Regional de Blumenau
Instituto Federal Catarinense - Campus Araquari
A Ocotea odorífera, popular canela sassafrás, protagonizou o
pioneirismo científico na região do Alto Vale do Itajaí – SC, uma vez
que passou a ser utilizada na fabricação de produtos farmacêuticos,
através da extração de seu óleo. Exuberante e frequente na flora da
região, tornou-se objeto de estudo no doutorado de Guilherme
Gemballa, primeiro farmacêutico brasileiro a obter o referido título.
Guilherme Gemballa (1914 - 1970), alemão, chegou ao Brasil com 8
anos de idade, dirigindo-se a SC, onde cresceu idealizando e
realizando projetos sociais e científicos. Suas pesquisas contribuíram
para que a Ocotea odorífera ficasse conhecida mundialmente, assim
como outros exemplares vegetais nativos da região, identificando
uma nova espécie, nomeada Mitranthes gemballae. O grupo de
Iniciação Científica, realizou entrevistas semiestruturadas com
agentes que participaram desse episódio histórico, assim como
analisaram documentos de fonte primária, incluindo registros
científicos e publicitários. O tratamento dos dados permitiram a
elaboração dos três eixos estruturantes da História da Ciência, a
historiografia, o contexto e a epistemologia respectivos ao episódio
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
55
pesquisado. A pesquisa por meio da nova historiografia da ciência
permitiu a aproximação de fatos ocorridos no passado, considerando
seu contexto histórico, na intenção de interpretá-lo, e também de
elaborar materiais de divulgação científica e didáticos.
Palavras-chave: História da Ciência, Canela sassafrás, Guilherme
Gemballa, Pioneirismo científico, Episódio histórico.
As cartas de Roentgen
A análise das correspondências e a compreensão do
contexto histórico
Decio Hermes Cestari Junior
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Este trabalho foi produzido no âmbito do Projeto: História da ciência
e ensino: abordagens interdisciplinares no Ensino Superior
(diagnóstico, formação continuada e especializada de professores) do
Programa Observatório da Educação – OBEDUC, (CAPES/INEP),
processo número 23038.002603/2013-47. A análise de
correspondências de cientistas, homens de ciência ou pesquisadores
na elaboração de trabalhos em História da Ciência é uma prática
comum. Feita de forma criteriosa, auxilia na compreensão do
contexto histórico no qual está inserido o objeto de nossas pesquisas
e os personagens que dele fazem parte. Esses documentos podem ser
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
56
úteis na preparação de sequências didáticas e, também de forma
criteriosa, podem ser utilizados por professores em sala de aula.
Após a publicação da descoberta dos raios X diversas cartas foram
trocadas entre Wilhelm Conrad Roentgen e amigos pessoais,
familiares e outros cientistas. Através da análise dessas
correspondências, como documentos da época, compreendemos em
parte a rede de relações que permeava o meio científico do final do
século XIX e início do século XX. Encontramos também importantes
evidências das polêmicas envolvendo a disputa pela primazia da
descoberta e os debates que envolveram importantes personagens do
período e se estenderam até o final da Segunda Guerra Mundial.
Palavras-chave: Roentgen; Raios X; Ensino; Cartas
O legado de Mario Kaplún para o ensino de ciências
exatas
Margarethe Steinberger-Elias
Marcelo Cunha
Universidade Federal do ABC
O professor, jornalista e radialista argentino Mario Kaplún (1923-
1998) trouxe uma mudança epistemológica decisiva para a história da
ciência ao introduzir a idéia de que todo educador é também um
comunicador e vice-versa, se houver democracia. Para Kaplún, todo
“educomunicador” deve, portanto, dominar a pedagogia da
comunicação, ou seja, um modo de comunicação educativa cujo foco
deixe de ser a transmissão da informação e concentre-se nos
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
57
interlocutores e no contexto sócio-histórico que possibilita sua
interação. Kaplún entendeu que a natureza da informação se define
também mediante seu compartilhamento. Este trabalho relata uma
pesquisa em andamento sobre a recepção e o lugar de Kaplún na
historiografia da ciência e no ensino de história da ciência.
Resultados preliminares apontam que a consolidação das idéias deste
pensador na área das ciências da comunicação na América Latina não
encontra similar junto a autores que pensam o ensino em áreas das
ciências exatas.
Palavras chaves: História da Ciência e Ensino; estudo bibliométrico;
educomunicação; Mario Kaplún; América Latina
Narrativas Históricas no Ensino de Ciências: Uma
atividade investigativa para os anos iniciais
Jose Crispim Macedo Rocha Junior
Universidade estadual de santa cruz
A relevância em torno da discussão sobre o Ensino de Ciências é
notável atualmente, principalmente quando o assunto é a inserção
de elementos históricos e filosóficos da Ciência no contexto de sala
de aula. A História e Filosofia da Ciência (HFC) apresenta diversas
vertentes e é advogada por centenas de pesquisadores. Assim, este
presente trabalho investigará como o uso de Narrativas Históricas
inseridas em atividades investigativas podem contribuir para o ensino
e aprendizagem de alunos dos anos inicias do Ensino Fundamental. A
coleta de dados será feita por meio videogravação e diário; e as
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
58
informações obtidas serão avaliadas utilizando a metodologia de
Análise Textual Discursiva (ATD). Embora ainda não tenha sido
concretizado o trabalho em sala de aula, a perspectiva é de que a
execução da atividade se aproxime das ideias conclusivas de Briccia
e Carvalho (2011), ambas utilizaram elementos históricos da ciência
no contexto real de sala de aula no Ensino Médio e perceberam a
viabilidade de se ensinar Ciências a partir dessa abordagem. A
finalização desta atividade poderá contribuir para incentivar o uso
de elementos de HFC no contexto de sala de aula, uma vez que,
muitos trabalhos possuem teor teórico e pouco se tem na prática
escolar.
Palavras Chave: HFC; Narrativas Históricas; atividades
investigativas.
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
59
Relato de Experiência – Roda de Conversa
A tabela periódica a partir dos elementos que
compõem uma pilha: abordagem histórica e suas
consequências para o meio ambiente
Gisele X.M.Celante
Francielli R. Dalgobo
Jeane F. de Paula
Renan M. Pereira
Vinicius G. Celante
Secretaria de Estado da Educação - ES
Instituto Federal do Espírito Santo - Campus Aracruz
O objetivo desse trabalho foi realizar um aula, para alunos do 1º ano
do ensino médio, contextualizando o ensino dos elementos da tabela
periódica que estão contidos em pilhas comuns ou baterias de seus
celulares, um estudo sobre os metais que as constituem abordando a
origem, quem realizou os primeiros estudos e as consequências para
o ambiente quando descartados de maneira incorreta, os aspectos
sociais da época do surgimento da primeira pilha, quem estava
envolvido, quais os pressupostos científicos e filosóficos. A
abordagem também foi realizada mostrando ao aluno como foi
importante os estudos realizados para que os elementos que
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
60
compõem uma pilha ou bateria - desde os metais pesados Cadmio,
Chumbo, Mercúrio e de elementos como o Zinco, Carbono em forma
de Grafite, Mn, K, Ni, Li, suas características químicas,
aplicabilidade na indústria e ao mesmo tempo fez-se uma abordagem
dos perigos que esses elementos apresentam para o homem quando
pilhas ou baterias são descartadas indevidamente no ambiente,
fazendo uma ambientação social da criação da pilha e como são os
aspectos sociais de hoje. Um trabalho como esse é importante, pois
trás para o aluno uma visão de como era a sociedade científica e
como a sociedade trata o assunto hoje, levando ao aluno uma aula
dinâmica e enriquecendo seu conteúdo conceitual, onde oportuniza
aos estudantes o processo de análise. Através de textos, slides,
documentários as aulas foram ministradas com colaboração com
alunos dos IFES, Campus Aracruz.
Palavra chave: Ensino de química, Tabela Periódica, História da
eletroquímica.
Hipátia de alexandria
a presença da mulher no alvorecer das ciências
Patrícia da Silva Batista
Maria José da Silva de Oliveira Quirino
Ana Lúcia Rodrigues Gama Russo
Carlos José Galvão Corrêa
Secretaria de Estado da Educação do Rio de Janeiro
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
61
A inserção da História da Ciência nas práticas de ensino de Ciências é
relevante, e propicia a diversificação das aulas. Diante da ausência
da abordagem histórica, em alguns livros didáticos e de alguns
precursores de teorias científicas que os alunos desconhecem,
percebeu-se a necessidade de contar parte desta história então
desconhecida. A proposta aqui descrita parte da exibição de um
filme para os alunos do 2º ano do Ensino Médio, sobre a vida de
Hipátia de Alexandria. Após a exibição, foi aplicado um questionário,
onde a análise das respostas sugeriu que os alunos puderam
demonstrar um novo entendimento sobre como a teoria do
movimento elíptico do planeta Terra foi de fato elaborada. Deste
modo, podemos proporcionar aos alunos um novo olhar sobre a
construção do conhecimento científico ao longo da história chegando
até os dias atuais.
Palavras-chave: História da Ciência; Ensino de Ciências; Mulheres nas
Ciências.
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
62
Episódio histórico de Louis Pasteur: Uma proposta para
o ensino de Química, Física e Biologia
Anelise Grünfeld de Luca Iara Maitê Campestrini
Sandra Aparecida dos Santos Graziele Moreira Machado
Gabriel Cristiano Walz Gabriela Hoffmann Luciano
Jéssica Caroline Albano
Instituto Federal Catarinense - Campus Araquari
Instituto Federal de Santa Catarina - Campus Jaraguá
do Sul/Rau
Universidade do Alto Vale do Itajaí
A História da Ciência na interface com o ensino contribui para que a
aprendizagem dos conceitos tratados pela ciência aconteça de forma
significativa e contextualizada, permitindo a compreensão de sua
natureza. Nessa perspectiva, o episódio histórico de Louis Pasteur
(LP), tratando de sua vida e obra, foi transformado em uma
sequência didática (SD) voltada aos estudantes do Ensino Médio (EM)
e licenciandos de Química. Acredita-se que a apresentação e a
discussão desse episódio histórico favorecerão a apropriação dos
conceitos científicos inerentes aos conteúdos abordados no EM;
envolvendo o estudo da isomeria óptica, da fermentação e dos
micro-organismos. A SD proposta constitui-se das seguintes etapas:
aplicação de um questionário virtual, apresentação de um vídeo
sobre a vida e obra de LP, leitura de livro específico, abordagem do
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
63
conceito de isomeria óptica e polarização, realização de um
experimento comprovando o desvio da luz polarizada por moléculas
quirais, abordagem dos aspectos fisiológicos destas moléculas no
organismo, da estrutura e metabolismo dos micro-organismos, e
relações ecológicas estabelecidas. O desenvolvimento desta proposta
evidenciou o diálogo entre as áreas envolvidas e contribuiu para o
entendimento do percurso histórico dos estudos sobre LP, destacados
no vídeo, nos textos e no experimento, propiciando a apropriação
dos conceitos.
Palavras-chave: História da Ciência, Ensino, Sequência didática,
Episódio histórico.
História das embalagens: contribuições da ciência para
a conservação dos alimentos
Márcia Maria Pinto Coelho
Andreia Francisco Afonso
Berenice Trogo
Escola Estadual Duarte de Abreu.
Universidade Federal de Juiz de Fora.
A transformação das embalagens de alimentos, ao longo dos tempos,
está vinculada às mudanças alimentares da sociedade. Daí a criação
de diferentes tipos, utilizando materiais variados. Para mostrar aos
alunos a relação entre o desenvolvimento científico e as embalagens,
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
64
desenvolvemos uma intervenção, a partir da temática “Embalagens
de alimentos”, em uma turma da Educação de Jovens e Adultos, de
uma escola estadual de Juiz de Fora. Iniciamos com um pré-teste,
para investigarmos a concepção dos discentes sobre a relação das
embalagens com as necessidades alimentares através da História. Na
sequência, explicamos que as embalagens foram modificadas através
de composições químicas diversas, que as tornaram mais resistentes
a fatores externos. Em seguida, distribuímos algumas embalagens de
alimentos para os grupos e, pedimos que observassem os rótulos,
registrando as informações. Após, solicitamos a representação de
uma embalagem fictícia, através de desenhos, para um alimento que
pudesse ser comercializado na escola. Além disso, cada grupo
deveria fazer uma breve descrição do material utilizado, a fim de
associar as contribuições da Ciência nesse setor. Através deste
trabalho, os alunos puderam perceber que os avanços da Ciência, nos
possibilitaram conservar os alimentos por mais tempo, uma vez que,
para cada tipo, existe uma embalagem apropriada.
Palavras-chave: Embalagens – História da Ciência – Química.
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
65
A ciência nos perfumes: atribuindo significados a
química orgânica através da história da temática
Márcia Maria Pinto Coelho
Marlon Duarte Moreira
Andreia Francisco Afonso
Escola Estadual Duarte de Abreu.
Universidade Federal de Juiz de Fora.
O aprendizado de Química Orgânica, geralmente, está associado à
memorização de fórmulas e nomes das diferentes estruturas. Assim,
muitos discentes não conseguem reconhecer as substâncias orgânicas
que estão no seu cotidiano. Para auxiliar nessa percepção,
elaboramos uma intervenção com a temática “Perfume”, no terceiro
ano do Ensino Médio, de uma escola estadual de Juiz de Fora.
Iniciamos, explicando a origem da palavra “Perfume”, e como novos
aromas foram descobertos, a partir da queima de materiais
orgânicos. Discutimos as diversas utilidades das fragrâncias
produzidas, como por exemplo, servir de oferenda a deuses
cultuados por alguns povos e como os aromas foram sendo
incorporados aos costumes da sociedade. Na segunda etapa,
apresentamos trechos do filme “Perfume – a história de um
assassino” para mostrar o desenvolvimento da ciência, em relação às
técnicas de extração dos óleos essenciais em diferentes épocas da
História. Para finalizar, disponibilizamos amostras (água, álcool, óleo
de girassol, vinagre, essência de cravo e perfume de patchouli) para
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
66
que os alunos registrassem a fragrância percebida. Através dessa
atividade, expomos as fórmulas estruturais das moléculas de cada
amostra, associando-as aos grupos funcionais, e descrevemos como
as células olfativas captam as essas moléculas de odor - substâncias
orgânicas voláteis-, formando a memória olfativa.
Palavras-chave: Perfumes – História da Ciência – Química Orgânica.
Parque de Ciência e Tecnologia:
A replicabilidade de conceitos científicos a partir de
experimentos de baixo custo
Zuleika Stefânia Sabino Roque
Ana Carolina Lorena
Universidade Federal de São Paulo
O presente trabalho visa apresentar uma experiência realizada no
Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) da Universidade Federal de
São Paulo (UNIFESP, localizada em São José dos Campos, articulando
uma Unidade Curricular do curso do Bacharelado Interdisciplinar em
Ciência e Tecnologia e dois Programas de Extensão com o escopo em
divulgação científica. A partir da UC denominada Ciência,
Tecnologia, Sociedade e Ambiente, foi trabalhado o tópico
alfabetização científica e, por meio dele, os alunos desenvolveram
experimentos de baixo custo a fim de tornar as aulas de ciências da
Educação Básica mais interativas. Os protótipos desses experimentos
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
67
foram apresentados pelos próprios alunos/desenvolvedores a
estudantes dos ensinos fundamental e médio no evento “Portas
Abertas ICT”, como parte das atividades de dois programas de
extensão: Caravana da Ciência e Parque de Ciência e Tecnologia do
ICT. Esse evento, além da divulgação dos conceitos científicos, tem
como objetivo apresentar os cursos ofertados no instituto à
comunidade, assim como as condições de ingresso e de permanência
na Universidade. Os experimentos desenvolvidos foram doados e
fazem parte do acervo disponível para divulgação científica dentro
dos projetos de extensão mencionados. A alfabetização científica foi
o conceito e ponto de coesão entre todos os envolvidos.
Palavras-Chave: Alfabetização Científica, CTS, Parque, Museu, C&T
A Revolta da Vacina x Vacinação contra Febre Amarela:
O resgate da história da ciência por meio da leitura
jornalística e percepção dos alunos da EJA
Maria José da Silva de Oliveira Quirino Patrícia da Silva Batista
Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro
Nos livros didáticos atuais, utilizados nas escolas públicas,
percebe-se que é pequena a presença de textos que trabalhem a
história da ciência ou os processos históricos que levaram a
descobertas científicas importantes para a sociedade. Diante do
atual cenário de busca pela vacina contra febre amarela nos postos
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
68
de saúde, dada à iminência de uma epidemia da doença, surgiu a
ideia de se comparar a revolta da vacina ocorrida em 1904 e essa
corrida aos postos de saúde no ano de 2017. Este resgate da história
se torna pertinente e interessante para que os alunos percebam que
nem sempre foi assim que a população se comportou (correndo atrás
da vacina). Para apresentar aos alunos o contexto histórico e a
Revolta da Vacina foram utilizados dois textos jornalísticos.
Comparou-se a primeira campanha de imunização ocorrida no Rio de
Janeiro a cerca de 100 anos atrás e o presente cenário em busca das
vacinas. Os alunos são de uma escola pública de Educação de Jovens
e Adultos.
Palavras-Chave: História da Ciência, Texto Jornalístico, alunos da
EJA.
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
69
Minicursos
Tópicos de História da Química: modificações das ideias
de matéria entre os séculos XVIII e XX
Ana Maria Alfonso–Goldfarb, Márcia H. M. Ferraz, Andrea Bortolotto, Andreia Medolago de Medeiros, Cesar de Barros Lobato
Este minicurso pretende expor as modificações das ideias de matéria
em 3 momentos históricos distintos, levando em consideração as
perspectivas de abordagem de cada época. O primeiro situa-se em
meados do século XVIII, levando em consideração as discussões sobre
aspectos do reino mineral e dos trabalhos com metais, abordando
diferentes perspectivas: química, metalúrgica, mineralógica e
mineira. Serão enfatizados os estudos sobre o reconhecimento dos
minérios e seus componentes metálicos e, ainda, formas de separá-
los e de classificá-los, visando facilitar o trabalho tanto dos mineiros
quanto dos metalurgistas. Já o segundo tem seu foco no século
seguinte, com a elaboração da teoria atômica de Dalton e o debates
sobre a composição da matéria daí advindos. Nesse caso, pretende-
se apresentar aspectos do trabalho de Dalton relevantes para sua
teoria e ideias sobre a composição da matéria decorrentes de sua
formulação teórica. Tais ideias foram debatidas exaustivamente até
que um acordo sobre o que seria a molécula pudesse ser alcançado
entre os estudiosos da matéria. Enquanto o terceiro momento diz
respeito ao século XX, com os estudos sobre novas possibilidades de
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
70
reações, que deram origem a novas áreas. Aqui, terá destaque a
fotobioquímica na ausência de luz partir do trabalho de G. Cilento,
professor italiano que se estabeleceu no Brasil e desenvolveu
importantes trabalhos na área, formando pesquisadores e instituindo
grupos de pesquisa.
Controvérsias experimentais ou teóricas?
Fumikazu Saito (PUCSP), Eliade Amanda Alves (PUCSP),
Modesto Pantaleo Junio (PUCSP)
Este minicurso tem por objetivo apresentar dois casos encontrados
na história da ciência em que os resultados experimentais
problematizam a noção de evidência experimental compartilhada por
grande parte dos professores de física. No primeiro encontro,
abordaremos sobre as experiências de Blaise Pascal relativas ao
vazio, tendo por foco a relação entre a experiência e o fenômeno ao
qual ela se reporta. No segundo, apresentaremos o experimento da
radiação do frio, realizado por Benjamin Thompson (Conde
Rumford), abordando a relação entre a teoria e o experimento.
Encerraremos o minicurso, tecendo algumas considerações de ordem
teórica, que devem ser observadas pelos professores, sobre o papel
dos experimentos históricos na articulação entre história da ciência e
ensino.
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
71
Ciência, Tecnologia e Trabalho na Pedagogia
Libertária: Experiências Utópicas
Gilson Leandro Queluz (UTFPR)
Este minicurso pretende discutir a pedagogia libertária em suas
relações com a ciência, a tecnologia e o trabalho no início do século
XX. Neste contexto, a Escola Moderna de caráter libertário,
organizada por Francisco Ferrer em 1901, enfatizaria o estudo das
ciências naturais, a partir de práticas experimentais dos alunos em
laboratórios ou em contato direto com a natureza, como uma das
bases fundamentais para que o futuro progresso científico e
tecnológico fosse permeado por noções de solidariedade e igualdade
social. Ferrer também enfatizava que os livro didáticos existentes,
escritos geralmente para fins dogmáticos confessionais, ou para a
doutrinação nacionalista e a obediência cega ao estado, eram
baseados em valores autoritários e verdades pré-estabelecidas,
sendo necessariamente insuficientes para a educação no contexto da
pedagogia moderna. Neste sentido, identificava a necessidade de
constituição de uma biblioteca para o ensino racional. Procuraremos
compreender, a partir de obras componentes desta Biblioteca como
as novelas Leon Martin (1905) de Charles Malato, Tierra Libre (1908)
de Jean Grave, Sembrando Flores (1906) de Federico Urales
(pseudônimo de Juan Montseny), o diálogo dos princípios da
educação anarquista com os conhecimentos científicos e técnicos
enraizados no mundo do trabalho, e a potencial abertura de
perspectivas utópicas de emancipação social.
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
72
Divulgação da ciência no século XIX
Ivoni Freitas-Reis, Ingrid Derossi
A divulgação científica estabelece um compromisso de
democratização da Ciência, levando a partir de uma linguagem mais
acessível, informações cientificas e tecnológicas ao público não
acadêmico, o que ocorre por diferentes meios de comunicação de
massa. Esse processo está relacionado à maneira em que o saber
científico é construído e como se propaga na sociedade (SILVA,
2006). O século XIX é considerado um período de grande propulsão
das ciências, neste período, a química se destacava na sociedade,
devido ao grande apelo visual que era apresentado através dos
experimentos executados por estudiosos da época, como Humphry
Davy (1778-1829) e Antoine François de Fourcroy (1755-1809),
Michael Faraday (1791-1867) em auditórios para a aristocracia ou em
feiras itinerantes, que conquistavam pessoas comuns que possuíam o
interesse por essa ciência. Faraday nas suas palestras conhecidas
como “Christmas Lectures”, no auditório da Royal Institution, que
foram criadas em 1825 e existem até os dias atuais, tinham o
objetivo de divulgar a ciência de forma simples e responsável para o
maior número de pessoas possível, incluindo crianças e jovens. Foi
em uma dessas feiras em Darmstadt, sua cidade natal, que Justus
von Liebig (1803-1873), já ambientado com a química que lhe era
apresentada pelo seu pai, Johann Georg Liebig (1775-1850), através
da produção de corantes, vernizes, pigmentos e outros produtos que
fabricava para vender, presenciou a reação entre prata, ácido nítrico
e álcool, que gerava uma substância explosiva, e que despertaria,
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
73
posteriormente, o seu interesse pelo estudo dos fulminatos1. E
posteriormente Liebig utilizaria da divulgação científica para difundir
os seus extratos de carne. Já a estudiosa Jane Marcet (1769-1858),
que em sua obra “Conversation on Chemistry” (1805) utilizou-se de
diálogos entre uma professora e suas alunas, tornar conhecida essa
ciência em uma linguagem mais acessível. Sendo assim, o objetivo
deste minicurso é explorar essas diferentes formas de divulgar a
ciência, argumentar sobre as possíveis contribuições para o seu
desenvolvimento além de promover breves debates sobre a vida dos
três cientistas supracitados: Justus von Liebig (1803-1873), Michael
Faraday (1791-1867) e Jane Marcet (1769-1858).
Mulheres nas Ciência da Matéria, na Matemática e na
Computação
Lais S.P. Trindade, Roseli Moura, Rozenilda Luz Oliveira
de Matos, Ourides Santin
Em que pese as várias iniciativas nacionais e internacionais que têm
como objetivo inclusão e a valorização das mulheres nas áreas de
ciência, matemática e tecnologia e nunca antes tenha sido tão
facilitada sua atuação nos campos anteriormente dominados pelos
homens, pouco ainda se discute, nas salas de aula, tópicos que
abordem as contribuições femininas para a ciência. Isso se dá por
vários motivos. O primeiro deles é que muitos entendem que a
ciência é neutra, até mesmo nas questões de gênero. Além disso, o
trabalho realizado pelas mulheres sempre foi considerado menor,
1Os fulminatos são compostos que possuem o ânion fulminato (ONC−).
Devido à sua instabilidade, são explosivos. (Kurzer, 2000)
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
74
auxiliar e de pouca importância. O resultado dessa perspectiva
reforça para os estudantes a ideia de que a ciência é uma tarefa
masculina. No entanto, uma análise histórica mais profunda mostra
que atividades consideradas irrelevantes em um determinado
período tornaram-se essenciais para a consolidação da ciência e da
tecnologia. Outro motivo é a falta de material disponível aos
professores sobre o assunto, uma vez que pesquisas sobre a
participação das mulheres nessas áreas do conhecimento encontram-
se principalmente em estudos acadêmicos de circulação restrita a
especialistas e os materiais mais difundidos restringem-se a
biografias de algumas poucas cientistas. Assim, este minicurso tem
como objetivo revelar algumas das contribuições femininas e
propiciar reflexões que permeiem não só a questão histórica, mas
também social, cultural da atuação da mulher nas ciências da
matéria e da matemática como relações que extrapolam a pesquisa e
se estabelecem no campo próprio da sociologia, da epistemologia e
da história da ciência.
Conhecimentos sobre a natureza e as artes expressos
em imagens: representações de plantas e animais nas
origens da ciência moderna
Maria Helena Roxo Beltran, Fabiana Dias Klautau, Mariana
Bianchini Malerba
Este minicurso aborda as imagens veiculadas em livros impressos na
primeira modernidade para representar plantas e animais.
Considerando a imagem como determinada tanto pela concepção que
se pretende registrar, quanto pela técnica artística empregue em sua
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
75
confecção, analisaremos interfaces entre ciência e techné
manifestadas em gravuras de herbários e de livros de animais
publicados entre os séculos XVI e XVII.
Na primeira aula serão abordados elementos de história do livro,
focalizando particularmente nas técnicas de produção e reprodução
de imagens adotadas pelos primeiros editores. Nas aulas seguintes
trataremos de imagens de plantas e de animais em livros impressos,
abordando seu papel no registro e comunicação de conhecimento nas
origens da ciência moderna. Serão apontadas também possibilidades
de se construir e aplicar atividades de ensino envolvendo o papel da
classificação na organização dos conhecimentos sobre a natureza, e
sua relevância na configuração da ciência em diferentes épocas e
culturas.
Três capítulos de História da Medicina centrados em
imagens
Vera Cecília Machline (PEPGHC/CESIMA – PUCSP) Este minicurso irá detalhar três capítulos pertencentes à História da
Medicina cujos principais protagonistas são imagens – quando não de
época, ao menos reconstituições posteriores. Pela ordem, os dois
primeiros remontam à assim chamada antiguidade clássica, que se
estende aproximadamente do século VIII antes da Era Comum
(a.E.C.) até o ano de 476. Já o último tem raízes na primeira metade
do século XVI. São eles: 1. Os diagramas anatômicos de Aristóteles;
2. Ilustrações combinando duas visões de Galeno de Pérgamo acerca
dos temperamentos humanos; 3. As primeiras representações visuais
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
76
de Paracelso. Inicialmente, será enfocada a possibilidade de
Aristóteles de Estagira (384-322 a.E.C.) ter sido o primeiro a realizar
desenhos anatômicos na antiguidade greco-latina. Elaborados
metodicamente, tais desenhos comporiam uma coleção de figuras há
muito perdida. Supõe-se que semelhante atlas existiu porque, em
certos escritos aristotélicos remanescentes, há menções a uma obra
contendo ’ανατομαί – termo este que quer dizer “dissecções”,
“anatomias”, ou “diagramas anatômicos”. Um desses escritos é a
História dos animais, que traz descrições verbais de partes e
peculiaridades do reino animal. Tão minuciosas são muitas delas, que
leitores modernos as transformaram em imagens. Assim procedeu
Guilhaume Rondelet (1507-1566), que incluiu em seu Libri de
piscibus marinis alguns desenhos baseados em passagens da História
dos animais. Mais recentemente, D’Arcy Wentworth Thompson (1860-
1948) ilustrou sua tradução da História dos animais, saída do prelo
em 1910, com quatorze desenhos de seu próprio punho. No século
XXI, Armand Marie Leroi acrescentou em seu estudo The Lagoon,
originalmente lançado em 2014, figuras de David
Koutsogiannopoulos. Dentre outras, destacam-se os desenhos de um
embrião e de um adulto do cefalópode siba ou sépia; os retratos das
partes reprodutoras masculinas e femininas de vivíparos quadrúpedes
e bípedes, como bovídeos e seres humanos; e o contorno do coração
e dos principais vasos sanguíneos igualmente característico do último
grupo de animais. O segundo capítulo trata do advento, a partir de
Galeno de Pérgamo (129-c. 216), de duas visões distintas acerca dos
temperamentos humanos. Segundo uma delas, haveria quatro
variedades de compleições; estas, consoante a outra, seriam nove.
Dado que ilustrações tanto antigas quanto recentes dos
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
77
temperamentos humanos geralmente exibem quatro variantes, tem-
se a impressão de que apenas a primeira visão sobreviveu. Porém,
depois que tomamos conhecimento da segunda, fica evidente que a
maioria dessas ilustrações na realidade estão combinando as duas
visões de Galeno. O último capítulo versa sobre as duas tradições
iconográficas detrás das numerosas representações visuais hoje
existentes de Paracelso (c. 1493-1541). Surgidas quando ele ainda
era vivo, essas tradições materializam duas perspectivas
historiográficas muito distintas a respeito desse ainda controverso
pensador quinhentista. Enquanto uma delas mantém que Paracelso
foi um autêntico luminar, a outra sugere que ele seria um excêntrico
impostor. Centrados em imagens, os três capítulos evocam o debate
iniciado no Quatrocentos, suscitado pelo símile latino ut pictura
poiesis (i.e., a poesia é como a pintura). Citado no verso 361 da
Epistola ad Pisones redigida por Horácio (65-8 a.E.C.), esse símile
adquiriu um significado alheio ao ideário horaciano no Renascimento
latino. No entender de Horácio, para justificar a mediocridade de
suas criações, poetas inaptos recorrem às mesmas desculpas
esfarrapadas que pintores inexpressivos. No Quatrocentos, contudo,
a fórmula ut pictura poiesis veio a denotar que a pintura e outras
artes manuais (ou mecânicas) teriam o mesmo status que a arte
liberal da poesia. Essa releitura extemporânea é um dos vários
episódios históricos em que veio à tona a questão da primazia da
palavra ou da imagem no registro de conhecimentos. Desse modo,
lembrar – ainda que brevemente – alguns desses eventos afigura-se
uma boa maneira de iniciar este minicurso.
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
78
Workshops
Da Radioatividade ao Modelo Atômico Nuclear – uma
proposta didático-metodológica
Deividi Marcio Marques, Karen Lúria Pires
Os fenômenos radioativos estão cada vez mais presentes nos meios
de comunicação e é função do professor de Química utilizar novas
estratégias de ensino ao abordar esse tema em sala de aula. No
entanto, para se compreender os conceitos e os conteúdos de
radioatividade faz se necessário o entendimento sobre a estrutura da
matéria, em especial, ao modelo proposto por Rutherford. Nos
currículos de química da Educação Básica, de um modo geral, há um
distanciamento entre os conteúdos de radioatividade e o modelo
atômico nuclear o que induz alunos e professores a pensar que essas
duas ideias não tem conexão e foram pensadas em épocas
diferentes. Neste sentido, este workshop tem como objetivo
apresentar e discutir uma proposta didático-metodológica para o
ensino do modelo atômico nuclear partindo das ideias sobre
radioatividade sob um viés historiográfico. Tal material foi
desenvolvido como uma tentativa de suprir as falhas de aspectos
históricos nos livros didáticos de Química relacionados ao tema, bem
como as pesquisas, as dificuldades, as aplicações e aos perigos que
permeiam os processos radioativos, apresentando o tema de forma
contextualizada. O workshop também propõe discutir alguns
aspectos importantes sobre a incorporação da História da Ciência no
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
79
Ensino de Química assim como a importância do conhecimento
químico em nossa sociedade.
Possibilidades para o fazer docente junto ao aprendiz
cego em aulas de Química: uma interface com a
história da Tabela Periódica
Sandra Franco-Patrocínio, Jomara Mendes Fernandes, Ivoni Freitas-Reis A classificação periódica dos elementos é, sem dúvida, uma das
maiores e mais valiosas generalizações científicas. Desde a sua
concretização, ela tem servido como guia de pesquisas em Química
e, aos poucos, se tornou um valioso instrumento didático no ensino
da Química. Entretanto, se apresenta ainda como um dos conteúdos
que os estudantes demonstram dificuldades de compreensão.
Acreditamos que a abordagem no viés da história da ciência sobre a
construção da tabela periódica atual pode contribuir para que o
estudante construa seu conhecimento sobre a temática.
Em 1829, a Johann W. Döbereiner (1780-1849), professor em Jena,
na Alemanha, observou que ao agrupar certos elementos químicos
com propriedades semelhantes, em sequências de três - que ele
chamou de tríadas ou tríades - ocorriam curiosas relações numéricas
entre os valores de seus pesos atômicos. Várias outras propostas
surgiram até que, em 1869 Dmitri Mendeleev (1834-1907) e Julius
Meyer (1830-1895) - realizando trabalhos independentes -
propuseram a organização com base nas propriedades físicas e
químicas de 63 elementos, que na época eram conhecidos. A tabela
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
80
periódica proposta por Mendeleev passou por modificações ao longo
dos anos. A principal delas, foi a substituição da massa atômica,
como critério para o ordenamento dos elementos, pelo número
atômico. Não obstante, a tabela periódica continua passando por
modificações e aprimoramentos.
A partir de uma tabela periódica tátil, buscaremos explorar questões
que envolvem a Tabela Periódica e sua história com olhos postos no
ensino de química para o sujeito cego, de modo que eles possam
perceber a alocação dos elementos ao longo da história, bem como,
sobre o atual debate da “inadequação” das posições do Hidrogênio e
do Berílio.
Os alunos com deficiência visual necessitam de recursos didáticos e
adaptações curriculares específicos para que possam participar
ativamente do processo de ensino e aprendizagem. Com materiais de
fácil acesso e baixo custo, é possível produzir materiais pedagógicos
que atuem como ferramentas em potencial auxiliando o aluno cego a
apreender conteúdos trabalhados na sala de aula. Assim, visando o
desenvolvimento da aprendizagem num contexto inclusivo,
pretendemos ilustrar uma tabela periódica que fora pensada,
adaptada e construída com o intuito de ser acessível a alunos com
cegueira e baixa visão, bem como podendo ainda ser utilizada por
normovisuais. Mostraremos as etapas de sua construção a fim de que
possa ser também reproduzida pelos sujeitos participantes do
workshop.
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
81
São Paulo e o impacto das tecnologias na cozinha (séc.
XX)
Lucia Helena Soares de Lima, Márcia Helena Mendes
Ferraz
Esse estudo examina as interações entre tecnologia, sociedade e as
transformações que marcaram o espaço doméstico da cozinha, na
cidade de São Paulo, durante a primeira metade do séc. XX. A
análise de periódicos, inquéritos e outros documentos apontam a
adoção de um novo conceito de morar e cozinhar, e a conquista de
novos instrumentos para esse fim, como o resultado do
desenvolvimento da pesquisa na área da saúde, e da política
higienista que vigorou. Apesar do avanço da industrialização e do
crescimento econômico observado, apenas os mais favorecidos
puderam incorporar esses modernos equipamentos em suas cozinhas,
enquanto a falta de condições oferecida pelas políticas públicas
determinou o atraso nos lares da maioria da população.
História da Química no Brasil em sala de aula
Nadja Paraense dos Santos
Este workshop propõe ser uma tentativa de motivar a discussão de
temas de História da Química no Brasil no ensino de conteúdos
específicos, através da apresentação, realização e discussão de
atividades envolvendo a utilização de textos referentes à História da
Química no Brasil. Serão abordados aspectos didáticos e
metodológicos relacionados ao desenvolvimento de conceitos,
habilidades e competências, explorando as contribuições da história
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
82
da ciência no Brasil visando não só a compreensão dos processos de
modernização da sociedade brasileira, como também explorar as
relações estabelecidas entre ciência e cultura, comparando-as com a
de outros países e assim procurar rever as imagens do país: de um
lugar onde não havia produção de ciência antes da criação das
universidades na década de 1930, fadado à imitação e aonde o fluxo
de ideias possuiria mão única, para ver o Brasil como um lugar de
produção de conhecimento e reflexão.
Eletro-Metalurgica Brasileira de Ribeirão Preto Pedro Wagner Gonçalves, Natalina Aparecida Laguna Sicca, Marcelo Luis de Brino A oficina explora materiais didáticos e sua fundamentação apoiada
na teoria de sistemas, escalas de tempo e narrativas interpretativas
do passado, bem como na importância do conhecimento da cidade e
do local. A História da Ciência e da Técnica contribui para recuperar
e reconstruir o contexto das alternativas e opções conflitantes diante
das quais se implantavam as primeiras siderúrgicas do Estado de São
Paulo. Os pioneiros dessa indústria precisaram prospectar e descobrir
jazidas de ferro e calcário, bem como desenvolver o uso do carvão.
As tentativas de industrialização na Primeira República exemplificam
contradições dos projetos das elites brasileiras ao buscar reproduzir
o capital gerado pela economia agroexportadora. A Eletro-
Metalurgica Brasileira de Ribeirão Preto (1921-1931) foi um dos
poucos empreendimentos que empregaram alto-forno elétrico para
produzir aço. Pesquisa colaborativa promovida por professores do
ensino público (de Biologia, Geografia, História, Matemática e
Química) busca valorizar parte esquecida dos eventos ocorridos na
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
83
cidade. Para promover a integração curricular promove o
levantamento das ruinas da siderúrgica, das estações e ramais
ferroviários empregados pela empresa, bem como a mineração de
ferro e calcário situadas em Jacui (Minas Gerais). Dessa forma,
produz materiais curriculares que são desenvolvidos para o ensino
médio e podem ser usados por outros professores. Entre os objetivos
desta proposta encontra-se a valorização dos bens culturais e
naturais da cidade que usualmente se perdem na malha urbana. Ao
difundir tais materiais, conduz ao reconhecimento das possibilidades
de inter-relações e construção curricular pondo no centro do eixo de
conteúdo a História da Ciência e da Técnica e, ao mesmo tempo,
cruzando dados coletados de História Regional, Biologia, Geografia,
Matemática e Química. O tratamento dos assuntos persegue eixos
que partem da escala do tempo histórica e avança para o tempo da
natureza, mostram vínculos e articulações de diferentes campos do
conhecimento por meio da cadeia industrial, sua dependência de
matérias primas naturais e a indissociabilidade entre a história
geológica e os locais de concentração de minérios (ferro e calcário).
A oficina opera com documentos originais da Companhia de Força e
Luz de Ribeirão Preto, com documentos da história da eletrificação,
abastecimento de água e redes de esgoto de cidades do interior
atendidas por essa empresa. Adicionalmente recorre a audiovisuais e
amostras coletadas nos locais que foram palcos dos eventos.
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
84
As Teorias de Scheele, Priestley e Lavoisier em
atividade prática – confrontando teorias
Ourides Santin Filho
Ainda é comum nas escolas a adoção de experimentos considerados
simples para se ensinar o que o senso comum entende como “método
científico”. Um destes “experimentos” clássicos consiste em propor
aos estudantes que façam a observação de uma vela, a princípio
apaga, posteriormente acesa e, finalmente, cobri-la com um béquer
ou copo de vidro, observando seu apagamento. Os estudantes são
então convidados a formular hipóteses sobre o porquê do
apagamento da vela. As respostas típicas (conforme constatado em
turmas de Química Geral Experimental do primeiro ano de cursos de
Licenciatura e Bacharelado em Química) são usualmente baseadas
em conceitos de teorias já conhecidas – a vela é um hidrocarboneto
cuja combustão produz gás carbônico e água; se apaga porque
acabou o oxigênio disponível; gera fuligem por combustão
incompleta, etc. – essas respostas denotam que o experimento, na
forma como se apresenta, tem caráter apenas comprovatório (ainda
que fraco), uma vez que o processo é previamente conhecido pelos
estudantes a partir de suas aulas teóricas, não apresentando então
qualquer caráter investigativo e nem servindo como cenário para
discussões de natureza epistemológica. O objetivo deste workshop é
o de instrumentalizar os professores a utilizar o “experimento da
vela” como proposta de embate entre teorias, mostrando que, do
ponto de vista de suas lógicas internas, as teorias de Scheele,
Priestley e Lavoisier, estudiosos da combustão na segunda metade do
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
85
século XVIII, reuniam os requisitos necessários para explicar o
processo de combustão. As três teorias davam conta do processo
citado de modo satisfatório. O workshop está estruturado no estudo
das teorias adotadas por Scheele (a combustão é dependente do “ar
de fogo”), Priestley (a combustão é dependente do “ar
desflogisticado”), ambas de caráter flogistonista, e por Lavoisier (a
combustão é dependente do “ar vital”, posteriormente “oxigênio”).
Propomos ainda que os professores percebam os pressupostos que
cada pesquisador tinha para justificar suas teorias, os conflitos entre
eles, e as razões, de natureza inclusive sociais, que redundaram na
(lenta) aceitação da teoria de Lavoisier. Pretendemos ainda verificar
que a nova teoria comportava conceitos algo ainda obscuros
(calórico), e que o que se chamou “oxigênio” na época não era o que
entendemos conceitualmente por “oxigênio” hoje, desmontando a
ideia de esse gás tenha tipo uma clara e estabelecida paternidade,
debatendo o que e entende por “descobrir” alguma coisa em ciências
naturais.
Doutrina e natureza de uma narrativa histórica acerca
da eletroquímica na Royal Institution da primeira
metade do século XIX
João B. A. dos Reis, Marcelo Fonseca Pinto
Este workshop visa esquadrinhar a arquitetura e construto conceitual
da eletroquímica, na perspectiva da Histórica da Ciência, nas vozes
dos atores, enfatizando a doutrina e a natureza dos procedimentos
teóricos e experimentais, inicialmente, na Londres de 1801. Na
continuidade, preâmbulos historiográficos entre 1832-1834, Londres,
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
86
Royal Institution of Great Britain (RI) – enfocando os estudos do
tema em Michael Faraday (1791-1867) sobre os quais, objetiva-se
narrar aspectos intrínsecos à consistência e simplificação
experimental no contexto das leis da eletrólise. Buscando alcançar
um cenário adequado para promover a interligação do enfoque
histórico no ensino da ciência, centrado na habilidade empírica
trazendo à lembrança os estudiosos britânicos daquela epóca.
A organização dos diálogos está planejada para que sejam
ministrados em intervalos de 4 (quatro) blocos de 15 (quinze)
minutos cada perfazendo 60 minutos; e, duas etapas de discussão
aberta aos grupos participantes, perfazendo um total de 30 (trinta)
minutos. Inicialmente, no bloco 1, reportam-se os estudos da
eletrólise e instrumental metodológico partindo de Thomas Beddoes
(1760-1808), do “hibridismo” da pilha voltaica aos pressupostos
empíricos de Humphry Davy (1778-1829) incluindo a apresentação da
bateria de Alessandro Volta (1745-1827) em Londres. No bloco 2,
relacionam-se os estudos e conceitos elaborados por Davy e Faraday,
processos químicos e físicos: corrente elétrica (afinidade química e
conversibilidade das “forças químicas” em eletricidade), as reações
químicas e a eletrólise, a decomposição eletroquímica, processos,
relações qualitativas e quantitativas.
Com relação ao bloco 3, remete-se à quantificação das leis que
regem a eletrólise, alusões aos trechos das Séries III a VIII do volume
I, do Experimental Researches in Electricity (Faraday,1839), a partir
do discernimento da identidade das “eletricidades” e a
decomposição química, fusão de sólidos ou síntese de substâncias
oriundas de processos eletromotivos. Explanações teóricas sobre
afinidade química, processo elétrico e mecânico, eletrólitos e o
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
87
aumento em quantidade diretamente proporcional durante a ação
eletrolítica (Faraday, p. 362, § 664). Complementa-se,
correlacionando, o aprimoramento técnico e teórico, ou seja, a
integração eletricidade, matéria e movimento, nos aspectos do
desenvolvimento experimental, da condutividade elétrica e da
confecção de aparatos epistêmicos, nas relações elétricas e
químicas. A mensuração da quantidade absoluta de eletricidade nas
moléculas da matéria, associações do diagrama do círculo voltaico
(círculo eletroquímico) e a resistência dos eletrólitos na
decomposição (Faraday, [1839], p.852-874).
Retrata-se inicialmente, no bloco 4, a síntese de uma linguagem
peculiar de Faraday, discurso e interpretação de uma fase teórico-
experimental – múltiplas linguagens (duas vozes) do experimento,
para o construto de uma arquitetura metodológica direcionada aos
processos educativos sob o olhar sistêmico das interações História da
Ciência e Ensino nas interfaces de natureza historiográfica.
Corporificando processos interativos que se tornem mais efetivos
quanto à compreensão dos fenômenos quantitativos da eletrólise
relacionados às correntes elétricas de indução e interações com a
matéria. Busca-se elucidar, nesse contexto, a compreensão
particular do fenômeno, ilustrados através das “vozes dos
experimentos”, metáfora da construção conceitual dos fenômenos da
eletrólise, entre 1832 e 1834.
Finalizando após algumas ponderações sobre os textos de História da
Ciência e Ensino, em Beltran (2014), eles tratam de um espaço
privilegiado de reflexões sobre as diferentes formas de se elaborar e
utilizar - transformar e transmitir - conhecimentos sobre a natureza,
as técnicas e a sociedade. Bem como, a reconstrução de sinais,
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
88
signos, representações, ideias, teorias e discursos, em Alfonso-
Goldfarb, faz-se necessário, compreender a construção das
interfaces entre pelo menos duas áreas distintas, elas próprias
interdisciplinares.
Impressão fotográfica do século XIX – cianotipia – uma
ferramenta para o ensino de ciências.
Bárbara Almeida, Érika Leite
Este workshop pretende apresentar a cianotipia - um processo
histórico de impressão fotográfica do século XIX – que usa compostos
de ferro ao invés dos tradicionais compostos de prata para produção
da impressão fotográfica. A cianotipia, também conhecida nos dias
de hoje como ¨blue print¨, devido as imagens impressas em tons de
azul, por seu um processo simples e barato, pode ser usada como
potencial ferramenta para o ensino de ciências. Partindo destas
premissas o workshop será desenvolvido com a abordagem dividida
em 3 etapas: histórico, a produção da cianotipia e apresentação do
potencial como ferramenta de ensino. Na primeira etapa será
apresentado um breve histórico, desde 1704 quando o pigmento Azul
da Prússia foi acidentalmente descoberto, passando pelo
desenvolvimento do processo fotográfico realizado por Sir John
Hershel nos anos de 1840. Até chegarmos à atualidade em que Mike
Ware propõe uma ¨Nova Cianotipia¨ com uma mudança nos
reagentes. Na segunda etapa será realizada a produção artesanal de
um cianótipo, permitindo aos participantes vivenciarem a impressão
da imagem no papel. Na terceira e última etapa, serão apresentados
e discutidos diversos aspectos em que se pode usar a cianotipia,
articulando o experimento histórico com o ensino de ciências nos
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
89
dias atuais. Serão apresentados conteúdos e atividades que podem
ser realizadas utilizando a cianotipia para o ensino de ciências desde
o ensino básico, tanto dentro da sala de aula como em laboratórios
ou em espaços não formais, até o ensino superior.
Como montar uma aula interdisciplinar:
Da matemática à natureza passando por Lusiadas.
Júlio César Graves, Lais Rangel Tsujimoto, Zuleika
Stefânia Sabino Roque
O presente trabalho visa compartilhar um exercício interdisciplinar
proposto a professores da rede pública estadual dos municípios de
Monteiro Lobato e de São José dos Campos, ambos no interior de São
Paulo, onde está também instalado o Instituto de Ciência e
Tecnologia da Universidade Federal de São Paulo. A proposta do
workshop surgiu a partir de ações desenvolvidas pelo Programa de
Extensão denominado Caravana da Ciência, mais especificamente do
seu Projeto intitulado Professor 2.0, que tem como objetivo dialogar
com professores da rede pública promovendo debates
interdisciplinares de modo a validar boas práticas de ensino e
aprendizagem desenvolvidas pelos mesmos e ao assim enfatizar a
importância da contextualização de conteúdos e da adoção de
atividades práticas que se apoiem em recursos simples, de baixo
custo, que possam ser produzidos pelos próprios professores e ou
seus alunos.
O workshop proposto é um exercício de preparação de uma aula
contendo três principais tópicos: Contexto, Interdisciplinaridade e
Experimentação. O workshop inicia-se com uma revisão teórica
VI Jornada de História da Ciência e Ensino 28, 29 e 30 de setembro de 2017 Juiz de Fora – MG _____________________________________________________________________________________________________________________________
90
embasando a necessidade dos tópicos anteriores em uma aula. Na
sequência, um experimento interdisciplinar, correlacionando física,
anatomia e biologia será apresentado. Sabendo-se da limitação de
recursos de um professor no contexto do ensino no Brasil, apresenta-
se uma técnica de experimentação sem experimento.
Tratando-se do biênio da matemática, o workshop elucidará as
principais dificuldades do ensino de matemática no ensino médio e
fundamental propondo uma nova ótica para uma aula de equações de
segundo grau, exemplificando a técnica apresentada inicialmente.
Durante o workshop serão construídas correlações dos tópicos com
diversas as áreas do conhecimento, estimulando a
interdisciplinaridade. Uma construção em conjunto será realizada e
como sumarização será apresentada uma correlação temática que
relaciona história, filosofia, literatura, geografia, biologia e física
com equações de segundo grau. Para finalizar o workshop, aplicações
industriais serão apresentadas, atendendo a proposta de
contextualização. O principal público alvo do Workshop são docentes
e discentes dispostos a pensar por uma nova perspectiva a educação
do país.
Os trabalhos já foram publicados na revista História da
Ciência e Ensino: construindo interfaces, v. 16 (2017):
Suplemento (ISSN 2178-2911)
Link:
https://revistas.pucsp.br/index.php/hcensino/issue/vie
w/1822/showToc