Post on 14-Apr-2017
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
Prof. Donizete Batista
Variação e Mudança Linguística• Dentro de nossas fronteiras falamos
português;• Ao nosso lado, fala-se espanhol; • Muitas tribos utilizam como forma de
comunicação uma língua bem diferente do português;
Variação e Mudança Linguística
A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes
O uso de uma língua varia de:• região para região• classe social para classe social, etc.
Variação e Mudança LinguísticaExistem dois tipos de variedades lingüísticas• Dialetais: variedades que ocorrem em função
das pessoas que utilizam a língua, ou seja, os emissores
• Registro: variedades que ocorrem em função do uso que se faz da língua, as quais dependem do receptor, da mensagem e da situação
Variação e Mudança Linguística• Ao contrário da norma-padrão, a língua para a
sociolinguistas é heterogênea; • A língua é uma atividade social, um trabalho
coletivo empreendido por todos os seus falantes;
• A verdadeira língua não se encontra registrada em dicionários e muito menos em gramáticas normativas;
• A mudança, a variação é que “são o estado natural” das línguas;
• As línguas são faladas por seres humanos, inseridos em uma dada cultura, em uma dada sociedade, localizados em um determinado momento da história;
• As línguas acompanham essas transformações;
• “O verdadeiro problema é considerar que existe uma língua perfeita, correta, bem-acabada e fixada em bases sólidas, e que todas as inúmeras manifestações orais e escritas que se distanciam dessa língua ideal são como ervas daninhas que precisam ser arrancadas do jardim para que flores continuem lindas e coloridas.”
Marcos Bagno
• A Sociolinguística estuda a relação da heterogeneidade social com a língua.
Norma-padrão
Domínios sociais• UM DOMÍNIO SOCIAL É UM ESPAÇO FÍSICO ONDE AS
PESSOAS INTERAGEM ASSUMINDO CERTOS PAPEIS SOCIAIS
• Domínio social doméstico, privado – relações imediatas
• Domínio social público – relações mediatas, hierarquização das relações sociais são mais evidentes
• Variação fonético-fonológica– a pronúncia de PORTA no português brasileiro
• Variação morfológica– As formas PEGAJOSO e PEGUENTO
• Variação sintática– Não quero / Quero não
• Variação semântica– O vocábulo VEXAME
• Variação lexical – Mijo, xixi, urina
• Variação estilístico-pragmática– Queiram se sentar por favor!– Vamo sentano aí galera.
Fatores extralinguísticos • Origem geográfica• Status socioeconômico • Grau de escolarização• Idade• Sexo• Mercado de trabalho• Redes sociais
Variação Estilística• Tanto na modalidade escrita quanto falada; • Há uma série de fatores implicados;
Mínimo
monitoramento
Máx
imo
mon
itora
men
to
Classificação das variedades• Variação diatópica – lugares diferentes; • Variação diastrática – classes sociais; • Variação diamésica – diferenças entre
modalidades; • Variação diafásica – grau de monitoramento; • Variação diacrônica – história de cada língua.
Dialeto Socioleto Cronoleto Idioleto modo característicos de falar de uma determinada região/local
Compartilham as mesmas características socioculturais
Modo de falar de uma determinada classe social
O modo próprio, particular que cada um dos falantes desempenha sua fala.
Nem tudo varia• A pronúncia da consoante /f/;• O artigo definido, o uso do pronome obliquo
ANA ME SUSTENTOU DURANTE MUITO TEMPO e nunca ouve-se ANA ME DURANTE MUITO TEMPO SUSTENTOU;
• O verbo gostar; • Regras categóricas e regras variáveis
Variação e mudança linguística• Língua da região mineira
Variação e mudança linguística• Língua da região sulista
Variação e mudança linguística• Língua da região nordestina
Variação Regional• Diferença lexical/semânticas
• Fala de um cantor de “rap”
• Texto médico
Variação Dialetal• Variação Etária: diferenças linguísticas
observadas em função da faixa etária
Variação de Registro• Grau de Formalismo– Varia de acordo com os interlocutores e as
situações sociais• O grau de formalismo se manifesta em
diferentes níveis de construção do enunciado:Por exemplo: o vocabulário
Razoões desvairadas, que alguuns fallavam sobre o casamento delRei Dom Fernamdo
Quamdo foi sabudo pello reino, como elRei reçebera de praça
Dona Lionor por sua molher, e lhe beijarom a maão todos por Rainha, foi
o poboo de tal feito mui maravilhado, muito mais que da primeira; por
que ante desto nom enbargando que o alguuns sospeitassem, por o
gramde e honrroso geito que viiam a elRei teer com ella, nom eram maravilha o que elRei fezera, e que ja a outros acomteçera semelhavel
Fernão Lopes Crônica de D. Fernando, 1434
Vernáculo• Vernáculo – o estilo em que se presta o mínimo
de atenção ao monitoramento da fala;• Fonte mais segura para investigação linguística; • Por meio do vernáculo podemos identificar
quais as regras gramaticais que realmente pertencem ao português brasileiro contemporâneo, aquelas que são mais usualmente empregadas em suas interações cotidianas.
• Nesta segunda variante, temos o emprego do pronome reto ele como objeto direto, regra que é muito comum no nosso português oral. Geralmente só empregamos os pronomes oblíquos átonos na linguagem escrita, ou falada, em estilos muito monitorados.
• Diz para ela vir amanhã, vou deixar ele arrumado e aí ela leva ele direto para escola.
• Diga-lhe que venha amanhã, pois vou deixá-lo arrumado para que assim possa levá-lo direto à escola.
• Assim, as variedades faladas pelos grupos de maior poder político e econômico passam a ser vistas como variedades mais bonitas e até mais corretas. Mas essas variedades, que ganham prestígio porque são faladas por grupos de maior poder, nada têm de intrinsecamente superior às demais. O prestígio que adquirem é mero resultado de fatores políticos e econômicos
+rural + urbano+ oral + letrado- monitorado + monitorado
Variedades prestigiadas
Variedades estigmatizadas
Estig
ma s
ocial
Prestígio social