Varal Fotografico humano

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Varal Fotografico humano

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VARAL

F O T O G R Á F I C OHUMANO

SumárioCOMO CHEGAMOS AQUI

RELAÇÕES E CONEXÃOES

NO QUE MIRAMOS

REFERÊNCIAS

CONSTRUINDO CAMINHOS

Educação Não- Formal

Extensão universitária

Proposta Workshop

16 Bibliografia

Objetivos Proposta

Metodologia

Recursos necessários

Ateliê Audio Visual MIS - Museu da Imagem e do Som Campinas

10 Resultados

Introdução3

6

7

9

Contextualização4

COMO CHEGAMOS AQUIIntrodução

fotografias utilizadas no varal fotográfico humano, produzidas pelos adolescentes

Relato de experiência de estudo de caso que pretende descrever as relações entre ações de educação-não formal colocadas em prática por diferentes profissionais e o processo de dialogo com instituições de origens diferentes (publica em parceria com terceiro setor), através de suas peculiaridades, registrar como o saber se constituiu por meio de contribuições distintas.

A Proposta de apresentação do trabalho desenvolvido dentro programa de protagonismo juvenil, que atente adolescentes de 12 a 17 anos em ONG Grupo Primavera, em parceria com o ateliê áudio Visual do Museu da Imagem e do Som de Campinas.

A ONG, localizada na região periférica da cidade de Campinas, estado de são paulo, Brasil, foi o espaço onde aconteceu as atividades de fotografia e utilizou-se dela como ferramenta para a implementação de subsídios de reflexão, consciência social e auto-estima dos participantes, auxiliando a retomada de valores para o despertar

do exercício de cidadania. Assim o corpo de cada participante foi parte integrante da exposição fotográfica onde a imagem foi moldada a cada olhar alimentada pela cultura local de seu tempo vivido e em forma de varal fotográfico humano devolve-lhe essa mesma cultura em movimento. Desta forma, a ação pretendeu despertar a comunicação entre a própria comunidade, fazendo com que a prática social dentro da ONG tivesse seus limites expandidos pelas ruas do bairro.

Neste processo, recorreu-se à construção do olhar, com objetos afetivos, trazidos por cada aluno além de estéticas corporais e suas possibilidades imaginárias em um projeto experimental acerca da linguagem fotográfica, usando o corpo dos participantes como parte deste formato, que resultou em um grande varal fotográfico humano, repleto de visualidade.

Contextualização

O trabalho aqui apresentado tem as oficinas de fotografia como tema, e o interesse em compreender a construção visual e estética no ensino da linguagem fotográfica com os adolescentes que freqüentam a ONG Grupo Primavera, instituição sediada no Jardim São Marcos, bairro da região norte da cidade que Martins & Rangel (2004:p.16) assim descreve: “A região é caracterizada por vulnerabilidade social e econômica, reforçada pelo processo migratório constante aí existente. A discrepância na renda e a exclusão social são responsáveis pelo alto índice de violência instalado no bairro”. Existe, no entanto, uma série de acordos e convênios entre universidades e organizações não governamentais que vem tentando contribuir para o desenvolvimento da cidadania ativa e de projetos que interfiram positivamente no dia a dia dos moradores. Martins & Rangel também relata um pouco sobre a história da instituição, que possuía o atendimento voltado

fotografias produzidas durante oficinas de fotografia pelos adolescentes partcipantes e utilizadas na exposição do varal fotografico humano nas ruapelas ruas do bairro.

COMO CHEGAMOS AQUI

Contextualização

COMO CHEGAMOS AQUI

exclusivamente a meninas e, posteriormente, pensou na criação de um programa que atendesse público misto (meninos e meninas), alternativa para acolhimento aos adolescentes que não se adequaram ao perfil de outros programas da instituição. O projeto proposto envolvendo a fotografia teve duração prevista de dois anos e aconteceu no contra-turno escolar, contemplando uma turma de adolescentes na faixa etária dos quatorze aos dezessete anos.O foco no público adolescente se deu em razão de demandas vindas da comunidade, como o envolvimento em comportamentos de rebeldia, agressividade e má conduta, muitas vezes resultantes do contexto sócio cultural em que se inserem. Surgiu assim uma nova possibilidade e um espaço educativo e de atendimento onde esse adolescente pudesse encontrar respaldo para a ampliação da inserção social e a construção da autonomia.

fotografias produzidas durante oficinas de fotografia pelos adolescentes partcipantes e utilizadas na exposição do varal fotografico humano nas ruapelas ruas do bairro.

Veja mais as atividades no site:www.wix.com/pattaropattarotatigm/protagonismo-juvenil

RELAÇÕES E CONEXÕESEducação Não- Formal

Tentou-se estabelecer dentro de um projeto de educação-não formal, quanto a questões relacionadas a utilização da tecnologia digital, aliada a fotografia, muito presente no cotidiano de adolescentes, como tentativa de fortalecer a construção de uma identidade social e possibilitar ações de reflexão sobre a realidade dos participantes.

A idéia da construção conjunta das imagens para permitir abertura em diferentes sentidos e para isso acontecer refletimos sobre as possibilidades da educação-não formal e os diálogos entre os participantes. Nas palavras de Garcia (2005: p.40), ao dizer sobre as possibilidades e relações estabelecidas neste processo: “a educação não-formal pode abrir essa possibilidade e esse espaço nas suas relações educacionais, percebendo e aceitando como próprio diálogo, sendo que neste é mais importante ouvir a idéia do outro do que defender a própria, porque é também através das contribuições do outro que pode haver a recriação. Neste processo, nessa relação, efetiva-se a criação do pensamento”

fotografias produzidas durante oficinas de fotografia pelos adolescentes partcipantes

Veja diário elaborado pelos alunos:

https://sites.google.com/site/protagonismogp/

https://sites.google.com/site/protagonismogp/

RELAÇÕES E CONEXÕES

A fotografia possibilita construir uma história do olhar e isto implica dizer, também, que a fotografia está diretamente ligada a uma produção cultural, não apenas como uma imagem técnica, mas como uma elaboração realizada por quem constrói a imagem. Kossoy (2000:34) afirma que "o dado do real, registrado fotograficamente, corresponde a um produto documental elaborado cultural, técnica e esteticamente, portanto ideologicamente: registro/criação." Quem registra a imagem não é, então, um operador da câmera fotográfica como inicialmente nos deparamos com as crenças dos alunos, mas é alguém que interpreta e registra uma dada realidade de acordo com suas próprias referências.Dando continuidade a relação entre educação não-formal e ensino superior através da Extensão Universitária, aconteceu a documentação do processo e dos resultados. Através da prática, criação e produção se entrelaçaram idéias convergentes que reconhecem novos modos de apropriação dos códigos áudio-visual e fotográfico.

Cartazes da campanha publicitária de doação de maquinas digitais produzidos pela extensão universitária.

Extensão universitária

RELAÇÕES E CONEXÕES

Cartaz da campanha publicitária de doação de maquinas digitais produzidos pela extensão universitária.

Extensão universitária

A prática cultural conjunta como forma de socialização resulta em processos de identificação e pertencimento, compreendida como método de aprendizagem e interação.Com essa interação, os participantes da documentação são convidados a ter consciência sobre a organização do pensamento muito mais do que o acesso ao equipamento e aprender o manuseio através da troca entre os mesmos.Após a documentação, no dia do varal fotográfico humano, aconteceu a construção coletiva de um texto áudio-visual trazido à tona a partir de conversas entre o grupo, com base na exibição do material produzido.Criou-se um espaço para reflexão de idéias, tanto convergentes quanto divergente, do que se queria contar no vídeo produzido, através de várias autorias e identidades, mantendo o espírito de construção coletiva que norteou o projeto, resultando em vídeo-documentário sobre a ação coletiva varal fotográfico humano.Identificando algumas necessidades materiais para o trabalho de registro fotográfico, como no momento não havia máquinas fotográficas disponíveis, apenas celulares com câmeras dos próprios participantes adolescentes, alguns desses sugeriram a realização de uma campanha de doação de máquinas digitais, assim os alunos da extensão universitária elaboraram, cartazes para campanha publicitária para arrecadação de equipamentos através de doações.

RELAÇÕES E CONEXÕES

MIS onde funciona o Ateliê audio visual e o coletivo Moleo.

A fotografia é um modo de questionar a imagem, no Ateliê áudio Visual do Mis, utilizou-se dessa parceria para auxiliar os profissionais na leitura da imagem revelada e, também, uma maneira de rever o passado desses adolescentes atendidos e suas historias. A partir deste enfoque, e considerando que a fotografia possibilita uma forma de registro, que esta pode tornar-se um objeto de investigação e reflexão. Segundo Andrade (2005) a imagem resgatada pelo fotógrafo significa para o antropólogo não só a estética que a compõe, mas a história, a cultura. Os indivíduos passaram somente a ver o que precisam, não se tornaram bons observadores e o uso da máquina fotográfica pode auxiliar sua percepção. Podemos pensar a fotografia como um meio de expressão, podendo fornecer uma visão ampliada das coisas. Para Lévi-Strauss (apud ANDRADE, 2005, p.26), o ato de “[...] perceber o mundo imediato, sintético é um pensar selvagem, não domesticado”. A partir da educação não-formal, onde o processo educativo acontece de forma espontânea, não obrigatória e sem mecanismos de repreensão em caso de não-aprendizado, mantivemos como norte o envolvimento dos participantes, assim sendo, para se tomar posse deste “olhar selvagem”, durante o percurso do projeto utilizaram-se dos sentidos para mergulhar sem cerimônia nem medo na história e na vida de sua presa, ou melhor, do seu objeto, do seu mundo. Tornando-se necessário entrar em contato com seus hábitos, seu jeito, sua linguagem, e decifrar seus símbolos.

Ateliê Audio Visual MIS - Museu da Imagem e do Som Campinas

Veja site do coletivo moleo que ocupa e coordena o ateliê audio-visual do MIS:

http://coletivomoleo.wordpress.com/

Ação Humano pelas ruas do São Marcos.

Varal fotográfico

- Varal fotográfico Humano ( intervenção de rua emformato de exposição de fotografia pelasruas do bairro- atingindo 8 instituições e paralizando sua programação para que os alunos, muitas vezes primos, irmãos pudessem ver a exposição dos adolescentes) - maio/2010

Ação impactou 500 pessoas durante quatro horas.

Veja mais no site:

CONSTRUINDO CAMINHOS

Resultados

www.wix.com/pattaropattarotatigm/protagonismo-juvenil

video documentário

- Vídeo documentário sobre o Varal fotográficoHumano, elaborado pela extensão universitária por alunos do ensinosuperior - agosto/2010

Assista o video documentário:

CONSTRUINDO CAMINHOS

Resultados

http://vimeo.com/14591661

Campanha de doação de Máquinas Digitais

- Campanha de doação de Máquinas Digitais, elaborada por alunos do ensino superior - Junho/2010

Foram arrecadadas 5 máquinas digitais.

CONSTRUINDO CAMINHOS

Resultados

II seminário Internacional de Educação - Entrelugares do corpo e da arte

- Apresentação de trabalho acadêmico no II seminário Internacional de Educação - Entrelugares do corpo e da arte - Faculdade de Educação - Unicamp - Universidade Estadual de Campinasagosto/2010

CONSTRUINDO CAMINHOS

Resultados

Cartaz Exposição fotográfica ONG Primavera - são marcos agosto/2010

- Abertura Exposição fotográfica ONG Primavera - são marcos agosto/2010

CONSTRUINDO CAMINHOS

Resultados

Na correria do nosso dia-a-dia, acabamos não prestando atençãoàs imagens que nos acompanham.São detalhes, mas que muitas vezes,são capazes de nos mostrar quantabeleza e poesia podemos encontrarno caminho para o trabalho, para aescola e também na volta para casa.Venha, você também, olhar paraa nossa comunidade de uma forma diferente!!!

: 27/08/201018:00hs:

PARCERIAS:REALIZAÇÃO:

- Abertura Exposição fotográfica Museu da imagem e do som - Esse é o Jardim São Marcos pelo olhar de seus jovens

setembro/2010

CONSTRUINDO CAMINHOS

Resultados Abertura da exposição fotográfica das aprendizes do Grupo Primavera. Até 8 de outubro. O Grupo Primavera apresenta o resultado final da Oficina de Fotografia realizada no primeiro semestre de 2010 dentro do projeto de Protagonismo Juvenil junto aos jovens de sua comunidade. Num trabalho conjunto que envolveu a Entidade, a educadora responsável pelo projeto Paola Sanfelice Zeppini, a artista plástica Carolina Giannini e a fotógrafa Tatiane Pattaro, foi idealizada a Exposição Este é o Jardim São Marcos?! Pelo olhar de seus jovens, que busca mostrar ao público uma percepção mais atenta e cuidadosa dos jovens moradores do Jardim São Marcos sobre suas ruas, suas belezas veladas, pessoas e espaços de interação tão distanciados dos padrões de modernização das grandes metrópoles. O verbo olhar pode ser usualmente entendido como examinar, observar e até mesmo encarar. No entanto, outras noções de olhar, como contemplar, observar, proteger, tomar conta de, podem ser trazidas para a nossa proposta de trabalho com esses jovens. Neste sentido, a fotografia como linguagem escolhida para desenvolver esse projeto, nos dá apoio e ferramentas para construir um novo olhar sobre essa comunidade. Os resultados aqui expostos traduzem uma tentativa dessa construção, que aliando saberes técnicos e estéticos, traz indicativos da trajetória de poéticas pessoais e do empenho coletivo num caminho recheado de ações, mudanças e transformações que incentivam seus participantes a serem protagonistas de sua própria história.

REFERÊNCIASBibliografia ANDRADE, Rosane de. Fotografia e antropologia:

olhares dentro-fora. 2º ed. São Paulo: Estação Liberdade; EDUC, 2005.COSTA, Antônio Carlos Gomes, Protagonismo Juvenil: o que é e como praticá-lo. Artigo disponível na internet:

. GARCIA, Valéria Aroeira. Um sobrevôo: o conceito de educação não-formal, in: Margareth B. Park & Renata S. Fernandes (orgs). Educação não-formal: contextos, percursos, sujeitos. Holambra: Ed. Setembro, 2005, p.40.KOSSOY, Boris. Realidades e ficções na trama fotográfica. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2000.NEIVA JR., E. A Imagem. Rio de Janeiro: Ed. Ática, 1994.MARTINS, J. P. S., RANGEL, H.A. CAMPINAS: No Rumo das Comunidades Saúdaveis. Campinas: IPES EDITORIAL, 2004.OSTROWER, Fayga. Universos da Arte. Rio de Janeiro: Campus, 1987FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 34°ed. São Paulo. Ed. Paz e Terra, 1996.PARK, M. B. Palavras-chave em educação não-formal. Campinas: Setembro, 2007.SIMSON, O. R. de M. V.; PARK, M. B.; FERNANDES, R. S. (orgs.). Educação não formal cenários da criação. São Paulo: Editora da Unicamp, 2001.VIEIRA, E. ; VOLQUIND, L. Oficinas de ensino? O quê? Por quê ? Como? 4 ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002.

http://4pilares.net/text-cont/costa-protagonismo.htm

NO QUE MIRAMOSProposta Workshop

A oficina tem como intenção a construção coletiva da fotografia como meio de expressão e experimentação. Através de varal fotográfico humano montado a partir de fotografias trazidas pelos participantes propomos uma ação que tem como ferramenta principal para potencializar a tomada de consciência participativa do processo narrativo do olhar, estimulando a produção do conhecimento. Assim, tendo como caminho essa visão mais abrangente, ressaltamos a importância à educação, o desenvolvimento da auto-estima e suas peculiaridades, somando fundamentos e reforçando a compreensão do outro, aproximando as diferenças individuais, e em conjunto, vivenciando os problemas e dificuldades diversas.

NO QUE MIRAMOSObjetivos Proposta

As oficinas tiveram como objetivos centrais: o despertar do olhar nos adolescentes e sua consciência criativa, noções ligadas à linguagem não-verbal e a sensibilidade estética, a leitura do imaginário e documentação da trajetória visual dos alunos.Estimular uma atitude mais consciente e crítica em relação ao ato fotográfico, livre dos "automatismos" e padronizações estéticas culturalmente impostos, permitindo ampliar sua compreensão sobre os significados, as possibilidades e limitações dos recursos à sua disposição. Construir caminhos de conexão entre a elaboração e a produção da imagem fotográfica, atraindo para uma reflexão sobre seus próprios saberes bem como em relação ao mundo que o cerca.

Por fim realizar uma intervenção de rua onde as fotos são colocadas em suportes de materiais reciclados e com suporte em barbantes utilizando-se o recurso da exposição fotográfica, com formato de varal humano que possa potencializar como fonte facilitadora e catalisadora das atividades desenvolvidas, intermediando então a difusão e disseminação dos conhecimentos abordados.

NO QUE MIRAMOSMetodologia

Utilizar conceitos de educação não-formal e pressupostos da linguagem fotográfica para o desenvolvimento do protagonismo juvenil. Para isso foi utilizada bibliografia que percorreu os campos da pedagogia, antropologia e fotografia.

A metodologia norteou-se pelos princípios de educação não-formal (Simson, Park e Fernandes, 2001), adaptada as condições da instituição. Alguns tiveram a oportunidade de receber a Bolsa Jovem atrelada ao projeto que dava suporte a alguns participantes e outros não tinham acesso a esse beneficio, porém isso não foi um ponto complicador. Outra questão foi a obrigatoriedade da participação de quem recebia a Bolsa, como “moeda de troca”. Talvez a situação ideal fosse que os grupos de educação não-formal se agregassem por interesses comuns e não pela necessidade de troca que resulta em dinheiro. Cremos que as respostas poderiam ser mais proveitosas se a obrigatoriedade da troca fosse extinta o que não ocorreu.O trabalho foi desenvolvido neste cenário. Neste processo, tentamos recorrer ao envolvimento dos sujeitos nas atividades propostas e fizemos um levantamento de temas de interesse dos adolescentes nas diversas de forma que os conhecimentos fossem construídos conjuntamente. Por exemplo: o conceito de fotografia participativa, que vem sendo desenvolvido por diversas entidades, objetivou a promoção da “voz” dos adolescentes com o intuito de promover e divulgar suas idéias e percepções sobre o mundo. A metáfora do “uso da voz” foi usada como meio de comunicação e o poder que a

NO QUE MIRAMOSMetodologia

pessoa tem para expor suas idéias e, assim, dialogar e participar de decisões políticas, sociais, culturais que de alguma maneira afetam sua vida. A proposta inicial das oficinas foi desenvolver um trabalho sustentado por um tripé com a atuação de três profissionais de diferentes áreas: artes plásticas, fotografia e história, que dialogavam e mediavam as atividades com os alunos. As Artes plásticas focaram o desenvolvimento estético, através da utilização de estímulos que possibilitassem aos participantes contatos com diferentes maneiras de expressar suas idéias, para que ampliassem suas capacidades comunicativas e descobrissem suas próprias formas de utilizar os recursos existentes. No dialogo entre as linguagens cada um vai se aprofundando no funcionamento das dinâmicas de composição da imagem a partir de suas próprias necessidades expressivas e, assim, vai criando uma linguagem expressiva própria, vai adquirindo consciência de si mesmo e construindo sua cidadania. A partir dos estímulos para a manifestação e expressão de um mundo interno foi possível construir um mapa potencial de olhares visuais e culturais, constituído de ângulos, cores, formas apontadas pelos participantes como parte do conhecimento sobre arte contemporânea por meio da produção fotográfica do grupo. “A herança que a fotografia recebe da pintura, da gravura e do desenho, além das experiências das vanguardas modernistas que adotam a fotografia como forma de expressão e construção de uma nova realidade. Enfatizamos os aspectos formais: luz, sombra, forma, regra dos terços” (OSTROWER, 1987 ) A História focou primeiramente na história da fotografia, depois sobre a história do bairro, por fim, na contextualização da "produção fotográfica de massa", o material visual produzido por

NO QUE MIRAMOSMetodologia

razões mercadológicas. O principal traço de união entre as imagens dos meios de comunicação de massa é que se trata de uma simulação de determinados valores (juventude, erotismo etc.) voltados à indução do consumo. A partir disso, visa-se provocar no espectador não a observação de fatos acontecidos, mas a reafirmação de um discurso visual pré-definido.Uma outra oficina, de redação, instigou os jovens a pensarem propostas de registro para além do uso dos celulares. Disso se origina a campanha de doação de maquinas digitais que são equipamentos mais completos e permitem maiores e melhores explorações imagéticas. Outra proposta de atividade relacionada a memória foi um encontro livre dedicado a brincadeira onde os alunos levaram objetos que de alguma maneira tivessem para eles um significado especial. A proposta foi fotografar estes pelas ruas dos bairros, propiciando uma brincadeira proposta pelos alunos. Esse exercício ajudou a conexão do grupo com o bairro e a reflexão do processo de formação e construção do olhar, tudo isso alimentado por referências que fizessem sentido para cada participante. Tendo agora a proposta de formação de imagens de maneira coletiva, voltamos ao formato inicial das saídas fotográficas, contando também com atividades expressivas em que os adolescentes tinham condições de decidir, de conceber o projeto visual individual discutindo-o em grupo para, assim, elegerem a imagem que mais se aproximasse do

NO QUE MIRAMOSMetodologia

olhar coletivo, refletindo escolhas, interesses, ritmos, gestos e, portanto, formando uma identidade coletiva. A construção coletiva do significado da imagem, tão necessária para a sua compreensão, também culminou em uma ferramenta de expressão que possibilitou a inserção social através da formação de uma leitura crítica da realidade e ofertou aos adolescentes a oportunidade de serem agentes ativos e produtores de história. Uma transformação começou a acontecer dando início a um processo que implicou em (re)conceituar olhares, onde o auxilio mútuo fez com que os horizontes se abrissem, tornando-o mais vasto em termos de possibilidade - se comparado ao modo anterior da saída fotográfica, onde cada adolescente registrava sozinho a maneira como via esse espaço comum ao grupo. As fotografias, demonstram essa (re)construção imagética no imaginário dos adolescentes participantes, pois criaram-se condições para a elaboração de novos sentidos, favorecendo o processo de percepções e (re)conhecimentos. Entendemos que, através da aproximação ao olhar do outro, a estética pode ser um instrumento para a educação do sensível, levando-nos a descobrir formas até então inusitadas de perceber o mundo que nos cerca, por diversos ângulos e aspectos.Além do conhecimento dos aspectos técnicos fotográficos, também se deu a formação do olhar, a criação de espaço de expressão, onde o aprender fazendo supõe, principalmente, o pensar, o sentir, e o intercâmbio de idéias, a problematização, a descoberta e a cooperação (VIEIRA,2002).

NO QUE MIRAMOSRecursos necessários

Sala de aula com cadeiras;Data-show ou monitor de TV c/ aparelho de DVD/CD-R para

reprodução de imagens.Aparelhos audiovisuais digitais de fácil acesso como máquinas fotográficas, celulares com câmeras, mp6 e afins (Material disponibilizado pelos alunos)Laboratório para revelação de fotografias ( 3 para cada participante no formato 13x18)Fotografias ( 2 unidades no formato 10x15)Para varal fotografico:Material reciclado: papelão, retalhos, botões, papeisFita dupla face 20 mm, 3 unidades.BarbantePregadoresColaGiz de ceraSulfite coloridaRevistas velhaJonais usadosRuas Músicosvozes