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VANESSA PRETTO GUERRA
A PSICOPEDAGOGIA VAl A ESCOLA
CURITIBA
2002
VANESSA PRETIO GUERRA
A PSICOPEDAGOGIA VAl A ESCOLA
I
\ '
Monografia apresentada como requisito aconclusao do Curso de Especializa~ao emPsicopedagogia da Universidade Tuiuti doParana.
Orientadora: ProF Jurandi Serra Freitas
CURITIBA
2002
RESUMO
Este trabalho investiga 0 estudo da Psicopedagogia no ambito educacional,
baseando-se nos principias psicopedag6gicos aplicados a Instituig80 Escolar.
Define as referenciais da Psicopedagogia, caracterizando as dificuldades de
aprendizagens dentro de suas possiveis causas. Conceitua 0 terma
Psicopedagogia, fazendo um historico de sua evoluc;:ao e traganda suas diretrizes.
Apresenta 0 campo de atuac;:ao desta area do conhecimento, identificando suas
contribuic;:6es aplicadas a escola. Explica 0 processo de intervenc;ao
psicopedag6gica educacional, relacionando os protagonistas da aprendizagem:
escola, familia, professor e aluno. Discorre sobre a Psicopedagogia em seu
carater preventivo das dificuldades de aprendizagem. Faz uma breve analise da
Psicopedagogia aplicada aos niveis de ensino da escola, considerando as
caracteristicas vivenciadas em cada fase: educayao infantil, ensino fundamental e
medio. Por fim, apresenta a possibilidade em realizar 0 processo de avaliac;ao e
corre<;8o das dificuldades de aprendizagem na escola, nao s6 tradicionalmente
como e feito em clinicas, com 0 psicopedagogo atuando no cotidiano da
instituiyao, sobretudo contemplando a Psicopedagogia como elemento chave para
o sucesso escolar
iii
SUMARIO
RESUMO ....
cAPiTuLo 1- APRESENTACAO ..
1.1INTRODUCAo ..
1.2 OBJETIVO ..
1.3 JUSTIFICATIVA ..
CAPiTULO 11- REFERENCIAIS DA PSICOPEDAGOGIA ..
......... iii
. 6
. 6.... 7
2.1 APRENDIZAGEM E EDUCACAO
2.2 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ..
2.3 OS FATORES DO PROBLEMA DA APRENDIZAGEM ..
2.4 PSICOPEDAGOGIA: UM BREVE HISTORICO ..
. 8
. 9
............9
. 10
. 11
2.5 CAMPO DE ATUACAo DA PSICOPEDAGOGIA.
CAPiTULO 111- CARACTERIZAC;AO DA PSICOPEDAGOGIA
APLICADA A ESCOlA.. . 19
3.1 INTERVENCAO PSICOPEDAGOGICA NA ESCOLA 19
3.2 IMPORTANCIA DA ANALISE DO FUNCIONAMENTO ESCOLAR 22
. 14
. 17
3.3 RELACAO FAMiLlA-ESCOLA-INTERVENCAo PSICOPEDAGOGICA 25
3.4 0 ESPACO FisICO DO PSICOPEDAGOGO NA INSTITUICAO ESCOLAR..27
3.50 TRABALHO PSICOPEDAGOGICO EM SEU CARATER PREVENTIVO 29
3.6 A PSICOPEDAGOGIA APLICADA NA EDUCACAO INFANTIL.. . 31
3.7 A PSICOPEDAGOGIA APLICADA AO ENSINO FUNDAMENTAL... . 33
3.8 A PSICOPEDAGOGIA APLICADA AO ENSINO MEDIO ..
3.9 DIAGNOSTICO E PROCESSO CORRETOR DAS
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NO AMBIENTE ESCOLAR 35
. 34
3.9.1 Contrato 37
3.9.2 Anamnese.. . 37
3.9.3 Sessao Ludica.. . 38
3.9.4 Avalia9ao das areas: sensorial, motara, cognitiva, intelectual,
emocional e pedag6gica.. . 39
iv
3.9.5 Devolutiva aos pais .42
CONCLUSAO ..
REFERENCIAS ..
ANEXOS ..
. .44
. .46
. .48
CAPiTULO I - APRESENTA«AO
1.1INTRODUCAO
A era do conhecimento em que vivemos, exige pessoas que sejam atuantes na
sociedade, que consigam usar todas as suas habilidades para alcan~r as seus
objetivos Para ista, a saber precisa ser construido desde os primeiros anos. Os
alunos devem ter aces so a urn ens ina de qualidade, contando com 0 auxflio de
professores capacitados.
Alem disso, estamos vivendo em plena era de globaliz8<;ao, ande 0
conhecimento e as descobertas cientificas acontecem numa velocidade
surpreendente. Ao mesmo tempo que 0 conhecimento circula com facilidade par todos
os lados, e preciso filtra-Io, conscientizando nossos alunos ao que de fato e relevante,
fazendo com que todos consigam construi-lo.
Oeste modo, a informayao pura nao basta, e necessaria muito mais. Nessa
perspectiva, a Psicopedagogia e a area do conhecimento que tern par objetivo
caracterizar a aprendizagem humana como urn processo individual, onde a trajetoria
da construyao do conhecimento e valorizada e entendida como parte do resultado
final. A maior preocupa9ao da Psicopedagogia e a sujeito que aprende, e 0 desafio
consiste em desenvolver e trabalhar 0 conhecimento, procurando potencializar as
habilidades do sujeito "aprendente"
Alem disso, a Psicopedagogia e definida como uma area que estuda e !ida com
o processo de aprendizagem e suas dificuldades, englobando dentro de sua
caracteristica interdisciplinar varios campos do conhecimento humano: a Pedagogia, a
Psicologia, a Sociologia, a Biologia, a LingGistica e a Neurologia.
Com base nos diversos estudos realizados no ambito da Psicopedagogia, e
comprovado que a a,ao psicopedag6gica pode desempenhar um papel importante
sobre as problemas de aprendizagem, contribuindo tanto no vinculo do aluno com a
processo de aprendizagem, como tam bern no prazer de aprender e de desenvolver-
se.
A Psicopedagogia pode assumir carater clinico ou escolar. Esta pesquisa esta
voltada para a Psicopedagogia Escolar, onde a objetivo e fazer com que os
ft~~.,..I r',(/,"<:.~-(~t~'" .s~.:.'" .\' ';,. .'"
professores, diretores, e coordenadores educacionais repensem 0 papel ct escola . \..~
frente as dificuldades de aprendizagem da crianc;a e do adolescente. Esta h~or·lI' a\'"
trabalho da Psicopedagogia, a educacional, e uma modalidade preventiva com 0
intuito de estar atenuando ou evitando os problemas de aprendizagem dentro da
escola.
Diante disso, 0 pSicopedagogo na escola, utiliza-s8 de recursos especificos, a
fim de trabalhar com a crian9C3 que passui urn 8stilo de aprender diferente, ressaltando
que as aptid6es intelectuais naG sao as unicos fatores atuantes no sucesso au no
fracasso escolar. Entre Qutras variantes, estao a familia e as fatores afetivQs, que
representam um papel fundamental na aprendizagem.
Oesta forma, a Psicopedagogia S8 torna um campo com conhecimentos
amp los, onde se tem como objeto central de estudo 0 processo de aprendizagem
humana, seus padroes evolutivos normais e patol6gicos, bern como a influencia do
meio (familia, escola e sociedade).
Neste senti do, 0 psicopedagogo institucional e um profissional sensivel e atento
a escola, demonstrando as inumeras possibilidades de construyao do conhecimento e
sobretudo demonstrando que aprender e ser capaz de fazer, e refletir sobre essa
capacidade e transforma-Ia.
1.20BJETIVO
o presente trabalho tem como objetivo geral: 1) Caracterizar as contribui~6es
da Psicopedagogia para a aprendizagem escolar, baseando-se nos principios
psicopedag6gicos aplicados a Instituiyao Escolar. Como objetivos especificos: 1)
Oescrever a importancia da Psicopedagogia na aprendizagem; 2) Relatar os
beneflcios da Psicopedagogia Institucional; 3) Trayar propostas de intervenc,;:ao
psicopedag6gica na escola, fazendo um resgate das dificuldades de aprendizagem
das crianyas de maneira emergencial.
1.3 JUSTIFICATIVA
Atualmente, a maiaria dos educadores encontra dificuldades em lidar com 0
problema da nao-aprendizagem na escola. Existem muitos cases cnde uma criang8
niia can segue acampanhar as calegas parque passui algum tipa de dificuldade, e esta
as vezes, 56 e percebida ap6s urn longo periodo de tempo. Significa dizer que 0
problema paderia ter sido solucionado com a auxflio do psicopedagogo, S8 percebido
a tempo. Com issa, a crianya "perdeu" tempo na escola, sentiu-se incompreendida e
inferior perante os amigos.
SaJienta-se que muitas das dificuldades apresentadas pelos alunos podem ser
solucionadas no proprio ambiente da sala de aula atraves da atitude consciente dos
educadores e do respaldo psicopedag6gico. E necessario que a professor tenha urn
olhar pSicopedagogico no precesso de aprendizagem, buscando compreender como 0
aluno utiliza elementos do seu sistema cognitiv~ e emocional para aprender.
Pretende-s8 com esta pesquisa demostrar as contribui¢es que a
Psicopedagogia pode acrescentar, estande presente no contexte escolar.
o presente trabalha pade ainda calaborar, atraves da proposta da avalia~iia
diagnostica e do processo corretor acontecerem no proprio ambiente escolar, na
criayao de urn grande diferencial para a escola. A melhoria da qualidade da
aprendizagem sera percebida de forma significativa.
CAPiTULO II - REFERENCIAIS DA PSICOPEDAGOGIA
2.1 APRENDIZAGEM E EDUCACAo
o proeesso de aprendizagem aeonteee denlro de um espago de lempo
esperado de acordo com cada nivel intelectuaL Varios estudos tern as segura do que
as hemisferios direito e esquerdo do cerebra acusam cada urn para uma
especializac;:8o. 0 hemisferio direito e 0 responsavel pelos conteudos nao-verbais e 0
hemisferio esquerdo 0 respons8vel pel os conteudos verbais.
uQuando S8 fala em conteudos verbais, significa tode 0 processo de analise,
organiz8c;:ao, seriac;ao, atenc;:ao auditiva, fluencia verbal, regulac;ao dos
comportamentos pela fala, praxias, raciocinio verbal, vocabulario, calcuJo, leitura e
eserita", assinala GUERRA (2002, p. 37). E 0 hemisferio dominante da linguagem e
das fun96es psicoligOisticas.
Ja 0 hemisferio esquerdo, GUERRA (2002, p. 38) explica que "8 responsavel
pelas seguintes fungoes: sinlese, organiz8C;:8o, processo emocional, aten~o visual,
memoria-auditiva nao verbal, percepC;8o do espac;o, reconhecimento visual de objetos
e figurasn Ou seja, processa imagens, experiencias, atividades do dia a dia,
sentimentos interpessoais.
o processamento do conhecimento se da atraves da intera~o dos dois
hemisferios. As func;oes inter-hemisfaricas resultarn nas informac;oes e aprendizagens
humanas.
Param, aprender a ler, escrever e interpretar a uma tarefa diffcil para todas as
crian98s. De acordo com suas caracteristicas proprias, cada urn vai conhecendo seu
ritmo de aprendizagem. Alguns tern mais facilidade, outros dernoram mais tempo.
E na escola que se produz grande parte do conhecimento humano. Afinal,
desde as series iniciais, as crianc;as passam no minimo um tergo do seu dia
descobrindo, aprendendo, discutindo, relembrando e transforrnando. Diante disso, a
escola carrega consigo 0 dever de garantir aos seus alunos todas as condir;:oes
necessarias a urn ens ina de qualidade.
Significa dizer que a institui<;ao escolar precisa estar com sua estrutura fisica e
pedag6gica adequada, mas, sobreludo conlar com uma equipe de professores
competentes, que possuam a prazer de ensinar para que possibilitem 0 prazer de
aprender. De acordo com WEISS (1999, p.17), "a possibitidade de absorc;ao dos
conhecimentos pelo aluna dependera de como essas informac;oes Ihe chegaram, de
como foram ensinadas, determinando a qualidade de ensino da escola"
A atividade do professor em sala de aula, com base nos pressupostos
psicopedagogicos da aprendizagem, deve buscar uma pratica dinamica, levando em
considerac;ao a responsabilidade em estimular a desenvolvimento integral dos
educandos. Alem disso, a professor precisa ter em mente de ele nao so produz 0
conhecimento, mas interage com seus alunos numa troca constante de
aprendizagens, habitos e valores. a ate de ensinar fica sempre comprometido com a
constru<;ao do ate de aprender, faz parte de suas condi¢es externas. A rna qualidade
do ensina provoca urn desestimulo na busca do conhecimento.
A escola tam bern deve preocupar-se em acornpanhar a rapidez da evoluc;ao
cientifica e tecnologica do mundo, pOis as crianc;as e adolescentes, direta ou
indiretamente tem acesso a inumeras informa<;oes atraves dos meios de
comunica9ao. WEISS (1999, p. 18) ressalla que "Irisle e a escola que nao acompanha
o mundo de hoje, ignorando aquila que seu aluno ja vivencia fora del a". au seja, a
escola precisa ser urn ambiente de prazer para seus alunos, buscando diferenciais e
inova<;6es, a fim de despertar a curiosidade e a espirito criativo para a aprendizagem.
Faz-se necessaria que a escola e a sala de aula sejam ambientes estimulantes,
que a professor valorize 0 relacionamento entre ele e seus alunos de forma
harmoniosa e consciente e que a interven<;80 pedagogica e psicopedagogica seja urn
carninho reflexivo, investigativo e construtivo. Este processo possibilita que a aluno
avance com seguran<;a nos estagios da constru<;ao do conhecimento na escola.
2.2 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Quando 0 aluno nao consegue acompanhar 0 ritmo academico de seus colegas
de sala de aula, algum problema pode estar acontecendo. as motivos sao diversos, e
II
S8 nao forem diagnosticados e trabalhados, podem transformar-s8 em verdadeiros
obstaculos para uma aprendizagem significativ8.
De acordo com WEISS (1999, p. 22): "A aprendizagem normal da-se de forma
integrada no aluno (aprendente), no seu pensar, sentir, falar e agir. Quando come9am
a aparecer dissocia90es de campo e sabe-S8 que 0 sujeito nao tern danos organicos,
pode-se pensar que estao se instalando dificuldades na aprendizagem"
Mais uma vez, ha de S8 afirmar que algo nao vai bern no pensar, no agir sabre
o mundo. 0 problema precisa ser investigado e diagnosticado para descobrir ande a
raiz esta instalada.
PAIN (1994, p. 28) classifica 0 problema de aprendizagem como um sintoma,
quando explica que Uo nao aprender nao configura urn quadro permanente, mas
ingressa numa constela<';:80 peculiar de comportamentos, nos quais S8 destaca como
sinal de descompens8<.;:aon Urn diagnostico completo sobre 0 sintoma sera 0 primeiro
passo para a descoberta dos fatores da nao aprendizagem, possibilitando urna
abordagem global do sujeito em suas multiplas facetas.
2.3 OS FATORES DO PROBLEMA DA APRENDIZAGEM
De acordo com PAIN (1985, p. 28) os fatores fundamentais que devem ser
considerados no diagnostico de urn problema de aprendizagem sao os org.fmicos, os
especificos, os psicogenos e os ambientais. WEISS (1999, p. 23), por sua vez, os
classifica como organicos, cognitivos, emocionais e pedagogicos, que, de forma
integrada, devem influenciar a aprendizagem do sujeito aprendente.
Dentro do que denomina fatores organicos, PAIN (1985, p. 29) assinala que "a
origem de toda a aprendizagem esta nos esquemas de a980 anatomo·funcional do
organismo", significa dizer que 0 born ou mal estado de saude dos alunos influencia
diretamente na aprendizagem e pode ser a causa da dificuldade no aprender. Enecessaria estabelecer se a alimenta98a esta correta, em quanti dade e qualidade, e
se ha boas condi<;6es de abrigo e conforto para 0 sono. PAIN (1985, p.26) ainda
lembra que:
II
"a investiga<;ao neurologiea se faz necessaria, ja que les6es au desordens corticais primc'lIias,geneticas, neonalais au pos-encefalicas, traumaticas au por autras causas, levam a urnaconduta rfgida estereotipada, confusa, viscosa, patente na educa9ao perceptiv~ motora(hipercinesias, sincinesias) au na compreensao (apraxias, afasias e certas dislexias).
Por sua vez, WEISS (1999, p. 23) acrescenta que "crian9as portadoras de
alterayoes organicas recebem, na majaria das vezes, uma educ8yao diferenciada par
parte da familia, 0 que pode levar a problemas emocionais em diversos niveis",
Alguns transtornos na area da adequa<;ao perceptivo-matara, mesma que haja
suspeitas de que a origem seja orgfmica, mas nao oferecem possibilidade de
caracterizar-se como tal, sao denominados por PAIN (1985, p. 30) de fatores
especificos. Os quais a autora cita que "aparecem especial mente na area da
linguagem, sua articulag80 e sua lecto-escrita" Estas desordens encontram-se
frequentemente ligadas a uma indeterminagao da lateralidade do sujeito. A
dificuldade manifesta-se em impossibilidade de construir imagens daras de fonemas,
silabas e palavras, inaptidao, entre outras.
Em rela9aO aos aspectos cognilivos WEISS (1999, p. 23) explica que "sao
ligados ao desenvolvimento e funcionamento das estruturas cognoscitivas em seus
diferentes dominios, incluindo nesse contexto a memoria e a atengao". Numa viseo
piagetiana, a autora interpreta que 0 desenvolvimento cognitiv~ e urn processo que
se da na intera9ao do organismo com 0 meio.
WEISS (1994, p. 23) cuida ainda dos aspectos emocionais relacionados com a
aprendizagem. Uma dificuldade na rela~o da crian9a com a familia e urn sintoma de
que algo neo vai bern nessa dinamica e pode trazer consequencias no rendimento
escolar. A autora destaca que "problemas decorrentes de causa emocional acarretam
em trocas de tetras, omiss6es, diston;6es na [eitura ou na escrita, ou em nao
conseguir executar opera90es aritmeticas".
No caso dos fatores psi cage nos PAIN (1985, p. 31) faz uma analise freudiana
do problema do disturbio de aprendizagem: Uo processo da inibi9ao e atribuido a urna
dirninuigao da fungao, e 0 sintoma relaciona-se a transforrnayao dessa funyao. Assim,
a aprendizagem como urn todo caracteriza urna fungeo enquanto que 0 neo-aprender
se constitui em urn sintoma resultante de uma alterageo da referida funyao".
AI<;m desses, PAIN (1985, p. 33), cuida dos fatores ambienlais, os quais
WEISS (1999, p. 24), chama de aspectos sociais, mas que possuem um s6
significado: a influencia do ambiente social, no qual 0 aprendente esta in 0 e as . cfpossibilidades reais que ele Ihe proporciona. PAIN (1985, p. 33) diz °N.I ~",
quantidade, a qualidade, a frequemcia e a abundancia dos estimulos constituem 0
campo de aprendizagem habitual do sujeito, onde este campo e composto por
moradia, bairro, escola; a disponibilidade de acesso aos lugares de lazer e esportes,
bern como aos diversos canais de cultura, isto e, radio televisao; e final mente a
abertura profissional ou vocacional que seu meio oferece".
WEISS (1999, p. 24), analisa tambem os problemas ligados a escola e faz uma
critica a institui¢es onde acontece a mistura de crianr;as de cia sse media com grande
diversidade cultural com crianr;as de camadas sociais mais baixas e de pouco acesso
cultural: "a escola que finge aceitar a diversidade cultural constroi nas crianr;as a baixa
auto-estima, 0 sentimento de inferioridade que carregam para outras escolas ditas
mais faceis" A autora ainda explica que ~isto ocorre porque, na realidade, nao fazem
dentro da escola, modificac;6es curriculares e pedagogicas que auxiliem a crianya
men os favorecida a ter uma ascensao no conhecimento e se igualar com as do
primeiro grupo"
Com relal'ao aos aspectos pedag6gicos, relacionados por WEISS (1999, p.
24), a autora assinala que ~sao todas as quest6es relacionadas a metodologia do
ensinon Ou seja, podem ser classificados como tais 0 processo de avaliayao, 0
projeto politico pedagogico, a dosagem de informar;6es e conteudos, a organizayao
geral, as turmas de sala de aula, enfim, tudo que implica no processo-ensino-
aprendizagem.
Em sintese, tad as as fatores relacionados podem causar disturbios de
aprendizagem. Porem, e importante ressaltar que ha soluyao para reverter 0 quadro.
Urn diagnostico preciso e urn processo corretor adequado possibilitara trar;ar
caminhos que busquem a solul'ao do problema de aprendizagem. SCOZ (1994, p. 28)
complementa salientando que "apostar nas capacidades da crianr;a, propondo um tipo
de tratamento que considere mais suas qualidades que seus defeitos, e fundamental"
14
24 PSICOPEDAGOGIA: UM BREVE HISTORICO
Em consonancia com a objetivo desta pesquisa, que e 0 de caracterizar as
contribuic;6es da Psicopedagogia para a aprendizagem escolar, faz-s8 necessario
expor urna breve retrospectiva sobre 0 surgimento desta area do conhecimento, que
cada vez mais conquista noves estudiosos e pesquisadores. Param, antes disso e
preciso conceituar 0 termo Psicopedagogia, seu objeto de estudo e suas diretrizes.
Num primeiro momento a palavra PSicopedagogia pareee urna sobreposic;ao da
Psicologia a Pedagogia, mas tal defrnic;ao nao assume 0 seu real significado. BOSSA
(2000, p.18) assinala que "a Psicopedagogia implica na depend en cia da contribui~ao
teorico-pratica de Qutras areas de estudos para constituir -S8 como tal".
Assim, a Psicopedagogia nutre-se de conhecimentos epecfficos de diversas
outras teorias para analisar seu objeto de estudo. BOSSA (2000, p. 26) elenca as
principais areas envolvidas na pratica psicopedagogica:
Psicanalise: encarrega-se do mundo inconsciente, das representa90es profundas,operantes atraves da dinamica psiquica que se expressa por sintomas e simbolos;Psicologia Social: encarrega-se da constitui9ao dos sujeitos, que responde as rela90esfamiliares, grupais e institucionais e especificas e que contextuam toda a aprendizagem;Epistemologia e Psicologia Genelica: analisam e descrevem 0 processo construtivo doconhecimento pelo sujeito em intera9ao com os oulros e com os objetos;Linguistica: Compreensao da linguagem como um dos meios que caracterizam a lingua e afala como acesso a estrutura9ao simb6lica;Neuropsicologia: compreensao dos mecanismos cerebrais que subjazem aoaprimoramento das atividades mentais, indicando todas as evolu90es ocorridas no planopsiquico.
o objeto de estudo da Psicopedagogia e definido por diversos autores da area.
Para WEISS (1999, p.32) "a Psicopedagogia busca a melhoria das rela~6es com a
aprendizagem, assim como a melhor qualidade na constru~o da propria
aprendizagem de alunos e educadores". Do ponto de vista de BOSSA (2000, p.21) "9
o estudo das caracterfsticas da aprendizagem humana: como se aprende, como essa
aprendizagem varia evolutivamente, como se produzem as alterac;6es na
aprendizagem, como reconhece-Ias, trata-Ias e preveni-Ias". Para SCOZ (1994, p.23),
"a Psicopedagogia estuda 0 processo de aprendizagem e suas dificuldades, e numa
agao profissional deve englobar varios campos do conhecimento, integrando-os e
sintetizando-os". Um ponto comum entre estudiosos da area, e que a Psicopedagogia
estuda os atos de aprender e ensinar, levando sempre as realidades externa e interna
da aprendizagem, analisadas em conjunto.
A Psicopedagogia nasceu da necessidade de uma melhor compreensao do
processo de aprendizagem humana e assim estar resolvendo as dificuldades de
aprendizagem. Antigamente, faltava clareza a respeito dos problemas de
aprendizagem. Estas perturbac;6es eram ignoradas e os alunos tinham que conviver
com as dificuldades, ou eram encaminhados para profissionais de diversas areas,
sem uma resoluc;ao eficiente dos problemas.
A preocupac;ao com os problemas de aprendizagem teve sua origem na
Europa, ainda no seculo XIX. BOSSA (2000, p. 38) retrata que "em fins do seculo XIX
foi formada uma equipe medico-pedagogica pelo educador Seguin e pelo medico
psiquiatra Esquirol". A parir dar, a neuropsiquiatria infantil passou a tratar dos
problemas neurol6gicos que afetam a aprendizagem.
Ainda segundo BOSSA (2000, p. 38): "na segunda decada do seculo XX, nos
Estados Unidos e Europa, cresceu 0 numero de escolas particulares e de ensino
individualizado para crianc;as consideradas de aprendizagem lenta". Nesta mesma
epoca, na Franc;a, surgem os primeiros centros de orientac;ao educacional infantil,
com equipes formadas por medicos, psic6logos, educadores e assistentes sociais.
Entre 1920 e 1928, as dificuldades de comportamento, tanto na escola como na
familia, comec;am a ser tratadas com os conhecimentos da Psicanalise, Psicologia e
Pedagogia.
Com a evoluc;ao que se verifica nessa area do conhecimento humane, surgiu
urn esforc;o de articulac;ao entre Medicina, Psicologia, Psicanalise e Pedagogia na
soluc;ao dos problemas de aprendizagem, fato que ccorreu primeiramente no Centro
Psicopedag6gico de Paris, em 1948. Caracteristica que fo; sendo adetada aos poucos
nos demais centros da Europa.
seoz (1994, p. 22) relata que "na decada de 60, a categoria profissional dos
psicopedagogos comeC;a a expandir-se e a organizar-se buscando, inicialmente, as
causas do fracasso escolar, atraves da sondagem de aspectos do desenvolvimento
fisico e psicol6gico do aprendiz"
Na America do Sui, 0 pais precursor da Psicopedagogia foi a Argentina, que
recebeu influencias da Franc;a. A psicopedagogia surgiu na Argentina ha mais de
trinta anos. Buenos Aires foi a primeira cidade argentina a oferecer uma faculdade de
Psicopedagogia. Uma grande contribuiyao de autores argentinos nessa area foi a
sistematizac;ao de corpo te6rico proprio da Psicopedagogia. Os principais autores sao:
Sara Pain, Jorge Visca, Alicia Fernandez, Carmen Alicia Montti entre tantos outros
autores argentinos de renome.
No Brasil, 0 movimento da Psicopedagogia teve inicio na decada de 70, com 0
inicio dos cursos de especializac;ao na Cllnica Medico-Pedagogica de Porto Alegre.
BOSSA (2000, p. 52) ressalta que "0 10 Encontro de Psicopedagogos do Brasil
aconteceu em Sao Paulo, em novembro de 1984".
Nos dias de hoje, para obter 0 titulo de psicopedagogo no Brasil, 6 necessario
fazer a pos-graduac;ao a nivel de especiaHzaC;8o, pois nao ha curso de graduac;ao em
Psicopedagogia. Os cursos de pos-graduac;ao, as quais dao formac;ao teorica e
pratica (com estagios) aos estudantes, enfatizam 0 carater interdisciplinar desta
atuac;ao, exigindo a integrac;ao de profissionais de diversas areas. A formac;ao clinica,
ate alguns anos atras, era buscada fora do pais, na Argentina ou na Franc;a, mas
atualmente encontra-se esta formaC;8o com otimo nivel em varias universidades do
pais.
A Associac;ao Brasileira de Psicopedagogia e 0 orgao de classe que representa
os profissionais e luta por seus direitos, al6m de prornover a continua revisao
metodologica do conhecimento psicopedagogico. Os psicopedagogos podem atuar
em cllnicas, instituic;6es (escolas, ernpresas e hospitais) e em estudos cientificos.
Assim nasceu a PSicopedagogia, cujo termo hoje apresenta-se com urna
caracteristica especial. Esta area do conhecimento foi reconhecida como a area que
estuda elida com a processo de aprendizagem e com as problemas dele decorrentes,
recorrendo aos conhecimentos de varias ciemcias, sem perder de vista 0 ate
educativ~. Essa nova visao oferecida pel a Psicopedagogia vern ganhando espac;o nos
meios educacionais brasileiros e despertando cada vez mais 0 interesse de
profissionais que atuam em educaC;80 e buscam subsidios para sua pratica.
2.5 CAMPO DE ATUA<;:Ao DA PSICOPEDAGOGIA
A atuac;ao do psicopedagogo nao S8 refere apenas 80 espac;:o fisteD onde ele
va; atuar, mas especial mente ao modo dele pensar a Psicopedagogia e ao
conhecimento que ele tern da area, ou seja, de sua atitude pSicopedagogica
Par S8 tratar de uma atividade relacionada a aprendizagem humana, sao varios
as campos de atuayao do psicopedagogo: cllnica, escola, instituic;:6es da area da
saude ou mesmo empresas. Alem disso BOSSA (2000, p. 28) acrescenta que "a
abordagem do objeto de estudo pode assurnir as seguintes modalidades: clinica,
preventiva e teorica, urnas articulando-se as Qutras"
A Psicopedagogia Educacional, linha de abordagem des sa pesquisa, oferece
conhecimentos para 0 profissional estar dentro da instituic;ao escolar na prevenc;ao au
atenu8c;:.30 dos problemas de aprendizagem, contribuindo para urna melhoria no
rendimento escolar em gera!.
Na sua funl'ao preventiva, que e a linha de trabalho da Psicopedagogia
Educacional, de acordo com BOSSA (2000, p. 30), cabe ao psicopedagogo:
delectar possiveis perturba~oesno processo de aprendizagem;participar da dinamica das rela~oesda comunidade educativa, a fim de favorecer processosde integra~aoe lroea;promover orienta~6esmetodo16gicas de acordo com as caracteristicas dos individuos egrupos;realizar processos de orienla~ao educacional, vocacional e ocupacional, tanto na fonnaindividual como em grupo.
A Psicopedagogia Escolar deve trabalhar para que a escola acompanhe 0
desenvolvimento da humanidade e se constitua num verdadeiro espa~ de construgi3o
do conhecimento, auxiliando para que todos que participam da escola entendam
"como" e upor que" transforma-Ia num lugar de construgi3o de conhecimento.
Qualquer que seja a area de atuagi30 escolhida pelo psicopedagogo, e preciso
conhecer e praticar os deveres da profissao. 0 C6digo de Etica e Estatuto da
Associag8o Brasileira de Psicopedagogia reza em seu artigo 6° os deveres
fundamentais do psicopedagogo:a) Manter-se atuaJizado quanto aos conhecimentos cientificos e tecnicos que !ratem do
fenomeno da aprendizagem humana.b) Zelar pelo born reladonamento com especialistas de outras areas, man!endo uma atilude
critica, de abertura e respeito em relayao as diferentes vis6es do mundo.
c) Assumir somenle as responsabilidades para as quais eSleja preparado denlro dos limilesda pr,3ticapsicopedag6gica.
d) Colaborar com 0 progresso da Psicopedagogia.e) Difundir seU$ conhecimenlos e preslar serviyos nas agremiayoes de classe sempre que
posslvel.1) Responsabilizar-se pelas avaliayoes feilas, fornecendo ao cliente uma definiyao clara do
seu diagnoslico.g) Preservar a identidade, parecer e/ou diagnostico do cliente nos relatos e discussoes feitos a
titulo de exemplos e discussao de casos.h) Responsabilizar-se por critica feila ao colega na ausencia desles.i) Manter atitude de colaborayao e solidariedade com colegas sem ser conivenle ou
acumpliciar-se, de qualquer forma, com ato illata ou calunia.
I~
CAPiTULO 111- CARACTERIZA9AO DA PSICOPEDAGOGIA APUCADA AESCOLA
3.1 INTERVENCAO PSICOPEDAG6GICA NA ESCOLA
Sabe-se que a Psicopedagogia e uma area do conhecimento interessada em
investigar a relaC;8o da criang8 com 0 conhecimento. Trata das dificuldades de
aprendizagem do sujeito aprendente, consituindo-se a intervenc;ao como fonte de
mobiliza~ao para descobrir as causas do nao aprender. Segundo SOUZA (1996, p.
115) ~interven<;ao e uma expresseo de amplo usa, tanto par parte de professores
como de psicopedagogos, para identificar atividades que se realizam dentro e fora da
escata, indicando processo de mediac;ao que S8 estabelece entre a criant;:a e a
mundo fisieD e social", colocando-se a escola neste contexto,
Assim, interven~ao, eo mesmo que media~ao. Quando se fala em media~ao, e
importante refletir sabre seu significado. Ao pensar sobre isso, surge a canceito de
"colocar-se no meio", e aplicando ao contexto psicopedagogico pode-se dizer que a
crianga esta submetida a varias formas de mediagao. Varias pessoas e situac;6es se
colocam entre 0 mundo fisico e social desde 0 inicio de sua vida. A primeira delas e a
familia, que atraves de seus principios e valores, intervem na construc;ao da
personalidade.
A escola e os professores tambem sao importantes mediad ores, pOis
interp6em-se entre a crianc;a e 0 mundo social com a responsabilidade de desenvolver
sua inteligencia e afetividade. "Seja qual for a metodologia a ser seguida, na escola
ocorre a intervenc;ao, cujo objetivo central e a aprendizagem de conteudos
selecionados como importantes para a vida futura da crianc;a no mundo social a que
ela pertence" SOUZA (1996, p. 114).
Alem disso, 0 trabalho psicopedagogico na escola atua nao 56 para 0 aluno ao
sensibiliza-lo para a construc;ao do conhecimento, levando em consideraC;ao os seus
desejos pr6prios, mas requer tambem uma transformaC;ao interna do professor no
sentido de sensibilizar-se e sensibilizar 0 aJuno para a aprendizagem.
2U
Outre aspecto a ser considerado e que tanto 0 professor como 0
psicopedagogo interferem no desenvolvimento cognitivo da crianya, nele incluindo-se
processos de nao aprendizagem, 0 que especifica a intervenC;aoterapeutica, que
segundo SOUZA (1996, p. 117) "pode introduzir novos elementos para 0 sujeito
pensar, podendo leva-Io a quebra de urn padrao interior de relacionamento com 0
mundo das pessoas e das ideias".
Para SOUZA (1996, p. 123), "as modalidades de intervenc;aopsicopedagogica
acontecem de quatro formas: - estrategias que visam a recuperac;8.ode contelidos
escolares deficitarios; - precedimentos de orientayao de estudos; - atendimentos em
consult6rios; - pesquisas de instrumentos que podem ser utilizados para auxiliar 0
processo de aprendizagem da crianc;a".
As duas primeiras modalidades sao alguns dos assuntos abordados nesta
pesquisa, devido a sua contribuiC;aopsicopedag6gica para a escola. A recuperaC;8ode
contelidos e a organizaC;aodos estudos referem-se a intervenc;oes com 0 intuito de
repassar os contelidos e os habitos da aprendizagem, tendo como hip6tese que,
sanando as deficiencias nestes aspectos, 0 processo da aprendizagem transcorrera
sem nenhum problema. ~Trata-se de preencher lacunas no nivel dos contelidos
escolares, 0 que pode ser muito utiI para a crianc;a, se a razao de seu mau
desempenho for de ordem pedagogica". SOUZA (1996, p. 123).
Alem destas tarefas, como parte da equipe educacional, 0 psicopedagogo
ainda pode, segundo BOSSA (2000, p. 68) ao tratar da atuac;ao psicopedagogica
institucional, regimentada pela Associac;aoBrasileira de Psicopedagogia:
1. promover 0 levantamento, a compreensao e a amil1se das praticas escolares e suasrela(}oescom a aprendizagem;
2. 0 apoio psicopedag6gico a lodos os trabalhos realizados na escola:3. a ressignifica(}8o da unidade ensino/aprendizagem, a partir das rela¢es que 0 sujeitoestabelece entre 0 objeto de conhecimento e suas possibilidades de conhecer, observar erenetir, a partir das informar;:oesque jil possui.4. a prevengao de fracassos na aprendizagem e a melhoria na qualidade do desempenhoescolar.
Este trabalho pode ser desenvolvido em diferentes niveis, propiciando aos
educadores conhecimento para:
1. a reconstruyao de seus proprios modelos de aprendizagem, de modo que, ao seperceberem tambem como "aprendizes~,revejam seus moderos de ensinantes;
«.-'to- ~" Jv$ 1-~;:)S)!;~~;:::·~7!1:
a identificaNc;aodas difer~ntes etapas d~ desenvolvimento evolutivo dos 1"ll~ose a ~
3. ~od~~~~~t~~~~~ ~~: ~e~:s~v~~~e~~~~~~~~og~~~r6PriOambiente escolar e do q~l . !iii-'a ser encaminhado para profissionais fora da escola;
4. a percepyao de como se processou a evoluc;ao dos conhecimenlos na hist6ria dahumanidade, para compreender melhor 0 processo de construyao de conhecimentos dosalunos;
5. as intervenc;oespara a melhoria da quaJidadedo ambiente escolar;6. a compreensao da competencia tecnica e do compromisso politico presentes em todas as
dimensoes do sujeito.
Dutro aspecta a ser considerado e a possibilidade em estender a atendimenta
psicopedagogica, que normalmente e realizado em consult6rios, para a propria escala
em casas que necessitem de um tratamento corretor. Em casas rna is urgentes au que
demandem de urn maiar tempo para a tratamenta, deve contar com a auxilia da
Psicapedagagia clfnica. 0 encaminhamenta para a clinica deve sempre ser feita com
muito criteria, sempre levando em conta as necessidades especificas da crian<;a.
Algumas das larefas para a alua9fjo do psicopedagogo denlro da escola podem
ser:
a) falar, auvir e propar mudan9as, as quais achar necessarias;
b) elabora98.0 e organiza98.a de cursos sabre a pracesso ensino-
aprendizagem;
c) promover encontros entre grupos de discussao (equipe pedagogical sabre
as atividades internas da escola;
d) oficinas com atividades praticas para professores, pais e alunos;
e) paleslras;
f) atendimento a pais na escola;
g) atendimento individual e/ou grupal a alunos;
h) analise do projeto pedagogico da escola, verificando se a pratica da escala
corresponde com a teoria.
Para atingir seu objetivo, 0 psicopedagogo deve, no trabalho de intervenc;ao na
escola, utilizar-se de seus conhecimentas, de etica profissional e de muita criatividade,
contribuindo para 0 sucesso dos educandos e da instituiC;8.o escola como urn todo.
3.2 IMPORTANCIA DA ANALISE DO FUNCIONAMENTO ESCOLAR
Conforme vislo, 0 Irabalho psicopedag6gico pode e deve ser pensado a partir
da instituil'ao escolar Para BOSSA (2000, p. 90), "a escola cumpre uma importante
fun.y8o social: a de socializar as conhecimentos disponiveis, promover a
desenvolvimento cognitivo e a constru<;EIo de regras de conduta, dentro de urn projeto
social mais amplo. A escola e responsavel par grande parte da aprendizagem do ser
humano",
De acordo com este pensamento, cada escola formula seus objetivos e tray8
suas trilhas especificas para alcan<;c3-los. Portanto, quem quer que S8 proponha a
trabalhar em uma escola precisa informar-s8 sabre as objetivos da mesma, para que
possa atuar com eficacia. Ista e muito relevante para 0 profissional que ira
desempenhar na escola a func;ao de articulador entre 0 ensine e aprendizagem de
todos os elementos nessa instituiy80, provocando mudanyas e contribuindo para 0
processo individual e coletivo.
Ressalta-se que 0 psicopedagogo pode ser um pedagogo, mas tambem pode
ser urn psic610go, urn fonoaudi6logo, enfirn um profissional que nem sempre esta
inserido no ambiente escolar. Entao, e imprescindfvel ambientar-se com a proposta da
escola e com 0 processo de ensino aprendizagem da institui9ao.
A escola tern uma organizagao formal e uma organizagao informal. 0
conhecimento e a observal'ao da organizal'ao formal possibilita ao psicopedagogo a
analise da organizagao informal, pois nessa estao envolvidos os relacionamentos ~nao
visiveis" de uma escola. A estrutura administrativa, ou organizayao formal econstituida de elementos sujeitos a influencia da administragao e intencionalmente
dispostos de forma a conduzir a consecuc;ao dos objetivos da escola. Na estrutura
formal, podemos apontar quatro grandes areas, a saber: corpo discente,
programaC;:80, recursos materia is e pessoal escolar.
o corpo discente define a natureza do estabelecimento: escola de educaC;:8o
infantil, escola para alunos especiais, escola de ensino fundamental e assim por
diante. 0 aluno deve ser considerado como urn ser concreto que sintetiza, em si,
inumeras relac;:oes sociais e, sendo assim, deve ser compreendido na medida em que
se toma como referenda a situac;ao real em que vive. Dentro de uma escola, a corpo
discente deve ser avaliado e classificado de acordo com 0 seu progresso, em series
didaticas, sendo que dentro de cada serie, os alunos sao agrupados em classes ou
turmas. Cabe ao psicopedagogo acompanhar a avaliacyao,0 progresso alcangado e a
adaptagao do aluno na serie ou turma que se encontra.
A programae;ao de uma escola consiste na previsao das atividades a serem
realizadas e das inter-rela<;oesa serem mantidas para que os objetivos possam ser
alcan<;ados.Portanto, a programa<;80e funyao dos objetivos. As suas diretrizes estao
contidas na legisla<;ao,geral e escolar, e no regimento da escola.
Constam da programa<;80:0 mecanisme administrativo, 0 plano didatico e os
pianos de trabalho. Eo importante que 0 psicopedagogo faya uma analise sobre a
programayao da escola para poder subsidiar sua atuayao.
o mecanisme administratlvo e representado pelo conjunto de org80s e
posi<;oes existentes na escala, as quais estao dispostos de acordo com certa
hierarquia, sao interdependentes, comunicam-se entre si de acordo com normas
preestabelecidas e desempenham funyoes definidas. A representayao grafica do
mecanisme administrativo da-se 0 nome de organograma. 0 psicopedagogo podera
iniciar seu diagnostico escolar pela analise do mesmo, ou seja, estudando as suas
rela<;oese fazendo suas conexoes com as outras areas da programay8o. Em outras
palavras, fazendo uma analise se cada profissional da escola esla desempenhando
adequadamente a sua fun<;aoe 0 que poderia ser melhorado.
o plano didatico e composto de curriculos e programas e estabelece as
atividades-fim da escola. Os curriculos e programas sao, em geral, organizados de
acordo com uma seriac;ao, que acompanha 0 desenvolvimento dos alunos em seus
varios aspectos (fisico, cognitivo,intelectual, emocional). Algumas escolas apresentam
um excelente curriculo e otimos programas, mas pecam na divulgac;ao do conteudo,
ou seja, como ensinar. Oesta forma, a analise do psicopedagogo deve estar voltada
para recursos que possam amenizar as inseguranyas dos professores na transmissao
do conhecimento, como tambem para oferecer a esses, tecnicas e estrategias mais
adequadas a aprendizagem.
Os pianos de trabalho representam 0 mecanismo administrativo e 0 plano
didatico postos em ayao, ou seja, consistem no resultado do planejamento do trabalho
esco[ar, tendo em vista as possibilidades do mecanismo administrativo e as metas
24
estabelecidas no plano didatico. Os pianos de trabalho podem ser a longo, medio ou
curto prazo. Podem ainda referir-se aD trabalho global da escola, ou de certos setores,
au ate mesma ao trabalho de um s6 professor. Cabe aD psicopedagogo observar S8
as pianos de trabalhos estao adequados a faixa eta ria dos alunos e S8 atendem as
suas exigencias cognitivas, podendo sugerir tecnicas e estrategias adequadas e mais
modernas.
Os Recursos Materiais compreendem 0 aspecto fisico da programac;ao
escolar, tais como: predia, instalac;oes internas, mobiliarios, equipamentos didaticos,
materiais permanentes e de consumo, verbas entre Qutros. Os recursos materiais sao
fum;ao da programac;ao. Com uma analise sabre as recursos materiais, 0
psicopedagogo podera avaliar 0 potencial e as possibilidades de sua atuaC;:3o, frente
as necessidades da escola, como tambem paden:§. utilizar toda sua criatividade para
ampliar esses recursos, no caso de escolas com recursos insuficientes.
a Pessoal escolar pode ser classificado em quatro grupos: administrac;:ao
(diretor, auxiliares de direC;:8o); corpo docente (professores); Pessoal tecnico
(orientador educacional, orientador pedag6gico, psicopedagogo, bibliotecario e
outros); Pessoal de servic;os auxiliares (secretario, escriturarios, inspetores de alunos,
serventes, e outros). 0 pessoal escolar deve fazer parte de uma equipe para
planejamentos e execug80 de projetos, visando a melhoria da escala.
De acordo com a estrutura da escola, acima especificada, pode-se concluir que
a atuag80 do psicopedagogo dentro da instituic;80 escolar inicia-se por uma analise
sobre varios aspectos da organizaC;8o escolar. Alem de ser primordial urn trabalho em
equipe, junto com professores, alunos e pessoal administrativo, procurando dentro
deste contexto melhorar 0 relacionamento entre si e entre grupos, tendo como meta amelhoria das condic;oes de aprendizagem individual e grupal.
Ha muitas fungoes dentro de uma escola, onde se fundem, nem sempre
havendo uma distingao nitida entre elas, principal mente entre 0 diretor, coordenador
pedag6gico, orientador educacional, psicopedagogo, psic610go educacional e
professores. Desta forma aparece a necessidade de articulac;ao entre estes
profissionais para a configurag8o de um trabalho que atenda a necessidade de todos.
Para que ocarra essa articulaC;8o, e necessario que sejam bern esclarecidas as
caracteristicas de cada fung80 dentro da instituic;80 escolar. 0 psicopedagogo tern a
necessidade de conhecer, pelo menos teoricamente, 0 que seria a fun980 de cada
profissional dentro da escola, para poder planejar seu trabalho.
Em sintese, uma escola e funcional quando conta com forte alianc;a entre a
comunidade, 0 corpo docente e administrativo, as quais trabalham as seus conflitos
atraves da colabora98o e dialogo. Esses elementos sao flexiveis em sua maneira de
lidar com as conflitos, utilizando-se do conhecimento de varias tecnicas e metodos
adequados. As decisoes sao tomadas em conjunto e a participayao dos alunos e
solicitada, mas sem ser igualitaria. Cada membro do sistema escolar tern seu papel e
funty80 determinada. 0 psicopedagogo observa e diagnostica 0 sistema escolar e
entao cria condi90es favor<;veispara a resolU9aOdos problemas que surgem, fazendo
com que 0 ensinar e 0 aprender se torn em comprometidos.
Assim, somente 0 conhecimento da estrutura total (estrutura formal e informal)
pode dar ao psicopedagogo a possibilidade de compreender melhor a escola. Por esta
razao, 0 psicopedagogo tern urn papel importante no contexto escolar, sua funty80 nao
deve resumir-se em acampanhamenta de casas de dificuldades de aprendizagem,
mas principal mente apoiar e orientar professares e sabretudo deve servir de ponte de
comunica9aO entre todos os envolvidos no contexto escolar.
3.3 RELAC;;AOFAMiuA-ESCOLA-INTERVENC;;Ao PSICOPEDAGOGICA
A familia tambem est'; envolvida com 0 processo de interven9ao
psicopedag6gica. Afinal, tanto a escola como a familia busca 0 desenvolvimento
integral das crian9as e dos jovens. "No trabalho psicopedag6gico junto a escola, deve-
se levar em conta os seus protagonistas: professor e aluno. Porem, estes nao estao
sozinhos: participam tambem, a familia e outros membros da comunidade que
interferem no processo de aprendizagem - aquetes que decidem sabre as
necessidades e prioridades escolares" (BOSSA, 2000, p. 91).
Significa lembrar que 0 aluno traz consigo uma hist6ria de vida dentro do seu
grupo familiar. WEISS (1999, p. 26), nas palavras de Vigotsky, ressalta que "a
aprendizagem da crian98 come9a muito antes da aprendizagem escoJar e esta nunca
parte do zero. Toda a aprendizagem tem uma pre-hist6ria"
26
No contexto escolar, muitas vezes ha uma cobrang:8 exacerbada por parte da
familia na educac;ao dos seus filhos, impondo-se exclusivamente a escola a missao de
educar, quando asta 56 tern uma finalidade con creta quando familia e escola
trabalham juntas, falando a masma Ilnguagem de valores e principios.
Nos dias de hoje, especificamente, com a meio profissional rna is competitivD,
deixa-se cada vez mais a educ89ao somente a cargo da escola. A escola sozinha nao
consegue cumprir todas as fun¢es socializadoras. oesta forma, a boa relag:ao entre
asses dais sistemas e de fundamental importancia para evitar problemas. Deve existir
muita integrar;ao e sinergia.
No casa das dificuldades de aprendizagem, a expectativa dos pais e 0
envolvimento na vida dos filhos fazem com que exista uma certa dificuldade em
aceitar 0 problema de aprendizagem. E dificil para os pais entenderem que uma
crian9a esperta, inteligente, viva; ou quieta, docil, afetuosa possa ter problemas.
Apontar tais dificuldades requer habilidades para que nem a crianga e nem a familia
sintam-se rotuladas ou discriminadas.
Quando 0 aluno nao vai bern na escola, surgem os reflexos em casa, da
mesma forma em que situagoes de ordem familiar podem contribuir para a fracasso
escolar. Como can sequencia aparecem sintomas de inferioridade e incapacidade,
sintomas estes que atuam diretamente na auto-estima, gerando problemas de
adaptagao e relacionamento com a famIlia, escola e colegas.
Analisando a envolvimento da Psicopedagogia nesse processo, pode-se
afirmar que os psicopedagogos podem contribuir, de maneira positiva para a
estabelecimento de canais de comunicagao entre a familia e a escola. Quando ocerre,
essas rela90es sao conduzidas de respeito mutua e articulam-se em torno de algumas
metas au objetivos concernentes a ambos os sistemas. Paralelarnente, as pais
respeitam a tarefa educacional da escola.
Urn aspecto que se deve prestar atengao, consiste no diagnostico
psicopedagogico ser cauteloso, sobretudo em termos de nao estigmatizar ° aluno,
criando barreiras ainda maiores a sua superagao. Quer seja pela dificuldade de
aceitagao da famIlia, ou pelo sentimento de culpa que pode ser criado pela crianga ou
pela propria familia. Nestes termos, qualquer diagnostico deve ser amplo, visando
todos os pontos fortes da crian9<3 ou do adolescente, suas habilidad
capacidade de cooperar.
Com iSso, e importante deixar claro para os pais que a produ980 da crian<ya e 0
resultado da inter-rela98o de toda a rede que constitui 0 contexte da sua vida. E que
as dificuldades podem e devem ser superadas quando escola e familia trabalham
juntas, utilizando todos os esfor90s e dando 0 apoio necessario para a melhoria do
aprendizado do aluno.
Salienta-se ainda que e de suma importancia a escola, ao realizar a
contrata~o do servi90 pSicopedagogico, divulgar aos pais e a comunidade que conta
com 0 trabalho psicopedagogico e esclarecer as fun96es deste novo profissional, que
na verdade vem agregar valor a institui9ao. Isto pode ser feito na reuniao de inicio de
ano, onde 0 proprio psicopedagogo fa9a a apresenta9ao de seu trabalho, em
palestras, e par que nao atraves da estrutura de marketing da escola (folders, pagina
da internet, entre outros). Cabe a cada escola programar esta divulga98o, ja que esta
e uma ferramenta a mais que a escola pas sui no processo de ensino-aprendizagem.
3.4 0 ESPAt;;O FisICO DO PSICOPEDAGOGO NA INSTITUIt;;Ao ESCOLAR
Quando 0 psicopedagogo passa a fazer parte do quadro de trabalho da escola,
e essencial contar com um espa90 Fisico para a montagem do seu "consultorio
escolar". Salientando nova mente, que a abordagem desta pesquisa e que 0
psicopedago atue somente na area da Piscopedagogia. Ou seja, nao assumira 0
papel de orientador, supervisor ou professor (pois alguns profissionais da area da
educa980 fazem a especializac;ao com 0 objetivo de complementar conhecimentos e
auxiliar no desempenho de sua tarefa educativa, 0 que tambem e otimo para a
institui9aO). Significa dizer que este estudo e voltado para as vantagens da escala
possuir um psicopedagogo atuanda exclusivamente na Psicapedagogia.
Ja que a propasta consiste em criar um sistema nao 56 preventivo das
dificuldades, mas tambem corretivo, 0 espa90 fisico se faz necessaria. Param, nao
precisa ser uma sal a gigante ou luxuosa. WEISS (1999, p.146) levanta algumas
quest6es basicas para a estrutura98a de urn consultorio de Psicopedagogia:
Espayo suficiente para diversidade de atividades;Claridade, simplicidade, conforto, aconchego, beleza;Possibilidade de boa arrumayao para 0 material de uso; funcionalidade;Possibilidade de manter ° sigilo quanto aos produtos feitos e aos aspectos daindividualidade de cad a um.
Vale ressaltar que este ambiente nao devera ser uma replica de sala de visitas,
com m6veis e decorayao carissima. Precisa sim, ser urn lugar atrativo, alegre e
agradavel, para que se possa trilhar, de forma prazerosa, diferentes caminhos do
aprender.
Quanto ao mobiliario e objetos de usc, WEISS (1999, p.147) identifica a
necessidade de "uma mesa de tamanho regular", a qual poderia ser num tamanho
maior, pois como se trata de um ambiente escolar, permite a possibilidade de
atendimentos em grupo., "quadro de giz ou quadro branco com canetas", dentre os
quais sugere-se tambem giz e canetas coloridas., "armarios ou locais fechados para
diferentes usos", pois como serao utilizadas pastas de trabalho, 0 sigilo do tratamento
deve ser preservado. Alem disso, nos armarios serao guard ados livros, revistas,
jogos, materiais de consumo (papeis, lapis de cor, giz de cera, massa de modelar) e
material de sucata para usa durante as sess6es. Qutros objetos de bastante utilidade
lembrados pela autora sao "reI6gio, calendario e computador", este ultimo somente se
a escola puder disponibilizar, pois seu usa seria voltado ao trabalho com softwares,
podendo ser substituido por jogos e outro tipo de atividades. Acrescenta-se tam bern
almofadas, pois e um recurso bastante interessante em atividades ou jogos que
podem ser trabalhados no chao.
Alem desse material basico, pode haver 0 enriquecimento com outros objetos,
que nao precisam, necessaria mente, custar cara, depende da criatividade do
psicopedagogo.
Nas palavras de WEISS (1999, p.149) "e interessante que a sala de trabalho
possua dois ambientes: um para trabalho dos pacientes, e outro que facilite a
entrevista com pais e adolescentes, como urn cantinho com sofa ou poltronas
confortaveis" Novamente, levando este pensamento para a realidade escolar, s6 deve
acontecer quando a escola dispuser de espa90 para tal.
Atividades extra-sala tambem poderao acontecer, principal mente no aspecto da
psicomotricidade. Como a escola ja possui esta estrutura, e uma vantagem para 0
trabalho psicopedagogico na escola
3.50 TRABALHO PSICOPEDAGOGICO EM SEU CARATER PREVENTIVO
Considera-se que 0 Psicopedagogo, ao integrar a equipe de educadores
(dire9ao, orientac;ao, supervisao, professores), deve procurar acompanhar a tendencia
de, como urn dos elementos da equipe, impulsionar 0 trabalho cooperativo de
professores e demais profissionais da escola, com eficiencia e coerencia.
Num primeiro est8gio, sua func;ao assume caracterfsticas preventivas das
dificuldades de aprendizagem, pais nao e apenas quando a escola fracassa em
garantir a acesso ao conhecimento ou quando um aluno nao apresenta um
rendimento escolar satisfatorio que a Psicopedagogia e necessaria. Como ja diz
aquele velho ditado: "prevenir e sempre a melhor remedio".
A primeira a9ao preventiva pode ser a participa920 na elabora980 (ou
adequa~ao) do projeto pedagogico da escola. Afinal, nele estao contidas todas as
diretrizes pedagogicas, as objetivos, as encaminhamentos metodologicos, enfim, esta
explicitado onde a escola quer chegar; como faz para alcan9ar seus prop6sitos equal
perfil de alunos esta formando. Cabe ao psicopedagogo realizar uma analise profunda
do projeto pedagogico, verificando se suas finalidades e aplicabilidade est80
coerentes com a pedagogia e com a realidade da institui9ao.
A partir disso, 0 ps;copedagogo deve constatar como os conhecimentos estao
sendo repassados; atuar no senti do da colabora9ao da pratica pedag6gica. "Grande
parte da aprendizagem ocorre dentro da institui980 escolar, na rela980 com 0
professor, com 0 conteudo e com a grupo social como um todo" (BOSSA, 2000, p.91).
Significa pensar e analisar a escola do ponto de vista de quem ensina.
o clima entre psicopedagogo e educadores deve ser a mais sinergetico
possivel. Jamais 0 psicopedagogo podera assumir uma postura de superioridade, de
detentor do conhecimento. Sabe-se que 0 trabalho em conjunto so funciona se a
equipe estiver unida nos seus ideais. Para iSso, e preciso estar aberto a aprender, e
sempre atuar numa linguagem aberta, franca e pautada na troca de experiencias.
Na analise da pratica pedag6gica, a psicopedagogo va; prec;sar,
indiscutivelmente, da colaboraC;:8o dos professores. A partir de uma serle de aspectos
onde as proprios professores (com a apoio do psicopedagogo) terao de analisar,
surgirao as hip6teses do que esta funcionando bem e do que pode ser aprimorado.
Algumas das caracterfsticas fundamentais de observac;:ao em sala de aula sao:
o desempenho geral da turma;
As produc;:oes realizadas em classe, ou seja, todas as atividades realizadas
em sala de aula pelos alunos, que ficarn arquivadas na escola;
As li90es de casa;
o desempenho nas avaliac;:6es orais e escritas.
Discrepancias significativas de desempenho nas diferentes situac;:6es vern a ser
de grande utilidade para se levantar um diagnostico, ja que podem contribuir
diretamente para ° levantamento de hip6teses a respeito das causas das dificuldades
de aprendizagem.
De acordo com a pensamento de FINI (1996, p.73) "a partir da observa9ao do
desempenho dos alunos em sal a de aula e na analise em sua produc;:ao, e possivel
verificar se apenas um ou dois alunos apresentam dificuldades em relayao a urn
conteudo especifico, ou apresentam dificuldades em relac;:ao a conjuntos de varios
conteudos" 0 professor deve estar atento para avaliar sua propria atuac;:ao e buscar
subsidios com 0 psicopedagogo.
Segundo as autoras OLIVEIRA e BOSSA (1998, p. 98), em rela9ilo ao
desempenho do aluno em cada disciplina, a partir do ensine fundamental, pode-se
analisar:
Modalidade de aquisicao dos conleudos: como reve conhecimenlos previos, campara,relaciona, classifica, define, conceitua, memoriza;Compreensao de instru¢es orais e escritas: discrepancia entre a oral e a escrito; Ie, masnao interpreta; interpreta parcialmente; nao Ie instrw:;:oes escritas; nao escuta; atribui urnsenlido diferente ao solicitado par dificuldade em descentralizar em relatiao a suas ideias;Compreensao de textos: It§ e compreende, hierarquiza a informatiao, analisa criticarnenteas textos, realiza interferencias, elabora hip6leses explicativas, elabora opinioes;Fundamentayao de raciocinios e procedimentos: utiliza-se de conceitos, aproveita-se deurn exemplo conhecido, invenla urn exemplo, extrai conclusoes, diferencia causas econseqUencias, autornaliza;Resoluyao das tarefas: utiliza-se de procedirnentos e estrategias em raciocinios dedutivos,ernprega ferramentas conhecidas em situati0es novas;
Tipo de erro: conceitual, construtivo, de aplica/fao, relativo a dificuldades na interpreta/fBOda inSlru/fBo,por distra/fBO;Atitude frente ao erro: indaga, corrige. compara, relaciona, elabora hipoteses, inibe·se,oculta·o, descobre-o, precisa que the seja assinalado, consegue reformular suasprodu¢es;Produ/foes escritas: grafismo, ortografia, vocabulano, clareza explicativa, coerencia ecoesao do texto, ordem e organiza/fao dos trabalhos nas diferentes disciplinas;Atitude frente a duvida: pergunta aos professores, colegas, nao questiona.
Cada urn destes aspectos deve ser visto minuciosamente com alunos
apresentem um rendimento geral abaixo do esperado. Na medida em que 0
psicopedagogo avan!Y8 suas hipoteses e possivel realizar entrevistas individuais com
alunos para, desta forma, aprofundar 0 questionamento acerca de algum aspecto
especifico. E complexo estabelecer um parametro geral relativo a quanti dade de
entrevistas a serem efetuadas. Tudo va; depender de cada caso individualmente.
Em disciplinas ou turmas especificas que apresentem niveis globais de
dificuldades de aprendizagem, au ate mesmo de indisciplina, a interven9ao e outra.
Deve ser voltada ao trabalho do professor, atraves de estudos, debates, propondo
novas alternativas para sua pratica pedag6gica. Num segundo momenta a interven9ao
acontece com a turma.
Ainda em relagao ao carater e a fun980 preventiva da Psicopedagogia na
escola, BOSSA (2000, p. 91) ressalta: "dedicando-se a areas relacionadas ao
planejamento educacional e assessoramento pedagogico, a Psicopedagogia
preventiva colabora com as pianos educacionais e sanitarios no ambito das
organiza90es, realizando diagn6stico institucional e propostas operacionais
pertinentes" .
Salienta-se que a preven9ao pode acontecer nos tres niveis de aprendizagem
(educa980 infantil, ensino fundamental e medio), claro, sempre respeitando as
caracteristicas cognitivas dos alunos. A seguir serao descritos os aspectos que
norteiam a pratica psicopedag6gica dentro de cada fase do desenvolvimento.
3.6 A PSICOPEDAGOGIA APLICADA NA EDUCACAo INFANTIL
o objetivo de aplicar a Psicopedagogia na educayao infantil consiste em
desperlar 0 "olhar psicopedag6gico" nos professores, para que estejam ainda mais
atentos a aprendizagem das crianc;as no dia a dia na escola. Esta fase consiste numa
oportunidade valiosa para 0 inicio de estrategias preventivas no meio escolar.
E na educac;ao infantil que as crianc;as desenvolvem muitas competencias ao
nfvel de socializac;ao, cognitiv~ e emocional. Sao as primeiras experiEmcias dos
individuos que influenciarao a sua forma de funcionamento futuro. Nesta fase da vida
das crianc;as, as relac;6es precoces assumem um papel fundamental, ja que
influeneiam a forma como 0 individuo organiza as emoc;6es, as cognic;6es e os
comportamentos em relac;ao a si e aos outros.
ANTUNES (2002, p. 26) lembra, atraves da teoria piagetiana, que nesta lase a
crianc;a esta passando pelo chamado "periodo pre-operatorio - estagio em que a
crianc;a desenvolve um sistema de representac;ao e passa a usar simbolos, tais como
letras ou numeros, palavras e grandezas, para representar lugares, eventos e
pessoas"
o que deve fazer um psicopedagogo para contribuir com a educac;ao infantil de
uma eseola?
ANTUNES (2002, p.71) sugere que: "nessa admiravel lase, que vai dos dois
aos seis anos, 0 pensamento organiza-se, porem, se organizara melhor se ao
metabolismo do cerebra, for possivel proporcionar 0 maximo de estimulos ao
pensamento divergente da crianc;a".
Como sugest6es, 0 psicopedagogo pode realizar as seguintes propostas:
elaborar 0 planejamento pedagogico anual em eonjunto com a equipe,
prevendo os processos progressivos de acompanhamento do pensamento
da crianc;a;
definir objetivos e linhas de orientac;ao curricular;
definir as regras para 0 enquadramento das atividades que acontecem em
cada serie;
apoiar atividades de "animac;ao" pedagogica Uogos e brincadeiras aplicados
aos conteudos);
fornecer subsidios de leitura aos professores e promover discuss6es sobre
as caracteristicas das crianc;as nessa fase;
"analisar e sugerir espac;os diferenciados nos quais a crianc,;:a possa explorar
pensamentos inteligentes atraves de diferentes linguagens, praticando
musica, desenho, a descoberta das palavras em outro idioma, as atividades
que animem 0 seu equilibria, a pontaria, a destreza e que explorem seu
tato, paladar, ollato, percepc;ao de cores e ainda outras linguagens"
(ANTUNES, 2002, p. 72).
incentivar a usa da informatica, iniciando a compreensao e 0 dominio de
suas multiplas ferramentas;
estimular e organizar passeios que propiciem novas experiencias e
descobertas.
Uma atitude que deveria ser adotada por todas as institui96es que possuem
educagao infantil, consiste em, ao termino do Jardim III, aplicar as provas piagetianas
a todos os alunos da turma, a fim de verificar se as crianc;:.as esta.o com a estrutura do
pensamento logico concluida. Assim, e possivel tragar parametros sobre falhas no
processo pedagogico au identificar se a escola esta no caminho certo.
3.7 A PSICOPEDAGOGIA APLICADA AO EN SINO FUNDAMENTAL
A boa base de todo a en sino fundamental e formada nos alicerces de uma
alfabetizagao segura e contextualizada, no desenvolvimento adequado do raciocinio
logico-matematico e na capacidade de analise e sintese elaborada. Com a construgao
adequada desses aspectos nas primeiras series do ensino fundamental, dificilmente
as criangas apresentara.o dificuldades de aprendizagem futuras.
ANTUNES (2002, p. 26) lembra que a escola deve estar atenta para a lase em
que as alunos se encontram nesta idade: "no perfodo operatorio-concreto (dos sete
aos 12 anos), segundo Piaget, a crianga e capaz de resolver problemas logicamente
se enfocados no aqui e agora. Ja no perfodo operatorio-formal (dos doze anos em
diante), a crianga e capaz de pensar em term os abstratos"
Nesta fase, algumas ag6es do psicopedagogo em parceria com a orientagc3o
pedagogica podem ser:
acompanhamento nos planejamentos pedagogicos anuais;
propor contextualizagoes das aprendizagens atraves de projetos (como por
exemplo, criar um tema para cada serie, a qual devera conhecer todos os
seus aspectos na teoria e depois vivencia-Ios na pratica. Exemplos: transito,
lixo, cidadania e meio ambiente);
dar sugest5es de atividades e jogos a respeito do construtivismo aplicado aalfabetiza980, interpret8980 e raciocinio logico.
criar estrategias para combater as problemas de disciplina nas turmas pre-
adolescentes.
3.8 A PSICOPEDAGOGIA APLICADA AO EN SINO MEDIO
o psicopedagogo precisa estar ~antenado" com as caracteristicas desta fase
em que 0 proprio jovem esta buscando meies para se posicionar no mundo.
ANTUNES (2002, p. 26) lembra que, "segundo 0 estagio operat6rio-formal, fase em
que se encontra 0 adolescente, e capaz de lidar com situa90es hipoteticas e pensar a
respeito de suas possibilidades" Par isso mesmo, deve ser estimulado ao maximo.
As principais caracteristicas que 0 psicopedagogo deve apresentar em todas as
fases do ensino, mas com os adolescentes e imprescindivel:
criatividade: no encontro de alternativas de 89aO em sua pratica;
inovac;ao: porque a ensina tradicianal esta ultrapassado e e preciso
reinventa-Io para alcan9ar a interesse dos jovens;
dinamismo: parque as atitudes dinamicas sao aquelas que conquistam e
que chamam a aten9ao dos adolescentes;
ser mediador: saber lidar com as conflitos comportamentais desta fase,
mediar atitudes como jovens-escola-familia-colegas;
ser investigadar: na procura de informa96es, novas praticas pedag6gicas e
novas metodos;
ser observador: ao analisar as caracteristicas psicologicas e sociais dos
adolescentes.
E importante evidenciar que ao termino desta fase a javem deve estar
preparado intelectualmente e psicologicamente para enfrentar uma nova fase, talvez a
mais complexa e ao mesmo tempo mais encantadora de todas: a escolha de sua
profissao e a entrada na universidade. Seria interessante que a escola contasse com
um profissional que oferecesse urn acompanhamento e apoio integral. Pode ser 0
proprio psicopedagogo ou 0 orientador educational.
3.9 DIAGNOSTICO E PROCESSO CORRETOR DAS DIFICULDADES DE
APRENDIZAGEM NO AMBIENTE ESCOLAR
A partir de um diagnostico previo, identificado atraves do trabalho preventivo
(conforme explicitado anteriormente) em sala de aula, 0 processo corretor acontecera
nos mesmos moldes que na clinica psicopedagogica. Agora sim, utilizando 0 espago
(sala de trabalho) psicopedag6gico montado na escola. SOUZA (1996, p. 113) lembra
que uum bom diagnostico e necessario para uma intervengao adequada".
Apos 0 levantamento de que a aluno real mente esta apresentando dificuldades
em sua aprendizagem, a escola oferece uma avaliag80 individual, dentro dos
pressupostos pSicopedagogicos, dos fatores que estao levando a nao-aprendizagem,
no contra-tumo dos estudos. Ressalta-se que a avaliag80 pode ser feita em alunos no
inicio de sua alfabetizagao ate 0 ensino medio.
o primeiro passo e conversar com os pais e verificar a aceitacyao do trabalho
psicopedagogico, devendo ser firmado por contralo. Logo em seguida se faz
necessario um diagnostico completo, atraves da avaliag80 psicopedagogica, a qual
indicara 0 processo corretor mais adequado. RUBINSTEIN (1996, p. 136) lembra:
"pretende-se no diagnostico observar nao so mente as dificuldades, mas 0 potencial de
aprendizagemn•
Com relagao aos honorarios das sess6es da Psicopedagogia clinica na escola,
vai depender da polltica da direc;ao. Porem, sugere-se que pelo menos um valor
simbolico seja cobrado, para que 58 valorize todo 0 acompanhamento individual que
estara sendo feito.
Na abordagem do processo corretor acontecer dentro da escola, ha de S8
ressaltar que a area de formac;ao (graduac;ao) do psicopedagogo influencia
diretamente na possibilidade de sua atuac;ao no tratamento corretor. Significa dizer
que, se 0 psicopedago tem formac;ao em Pedagogia, 8 as dificuldades sao puramente
pedagogicas, podera cuidar sozinho do caso. Porem, se na avaliag80 constar
encaminhamento para a Psicologia, por exemplo, 0 processo corretor devera ser feito
atraves do psicologo. Alem disso, pode acontecer de duas ou mais areas precisarem
ser trabalhadas: como Fonoaudiologia, Fisioterapia, Pedagogia, Psicologia, Terapia
Ocupacional ou Neurologia, dependendo do trabalho de outros profissionais em
conjunto. Se isto acontecer, 0 processo corretor pode ser descentralizado da escola,
nos consultorios destes profissionais. Tudo vai depender da avalia9ao, das areas que
precisam ser trabalhadas.
A avalia9ao pode acontecer de duas formas. A primeira delas e a abordagem
sistemica tradicional, na qual sao levantadas as hipoteses da nao-aprendizagem
atraves de entrevista com os pais, contato com a escola e com professores ja no inicio
da avalia9ao. A outra maneira e atraves da Epistemelogia Convergente, que tem
como precursor 0 argentino Jorge Visca. Esta baseada em conhecimentos que se
convergem (aspecto afetivo, cognitiv~ e intera980 social) com 0 objetivo de fazer a
leitura do sujeito. Nesta ultima linha toda a avalia<;8o e realizada sem conhecer 0
historico do paciente. Apenas no termino da avalia9ao se realiza a entrevista com a
familia e a escola, a tim de confirmar as hipoteses levantadas durante a avalia9ao
sem "contaminar-sen com 0 hist6rico do paciente.
Como 0 objeto desta pesquisa e a institui9ao de ensino, local onde ja se
conhece toda a vida e trajetoria escolar do aluno, opta-se por abordar a linha
sistemica tradicional, que envolve pais e professores desde seu inicio.
A avalia9ao psicopedag6gica certamente acontecera no "consult6rio escolar", ja
que para tal fun9ao 0 psicopedagogo possui todos os subsidios sem precisar do apoio
de outros profissionais para tal, todos os passes de uma avalia9ao tradicional serao
descritos a seguir.
A dura9ao da avalia980 acontece aproximadamente em oito sess6es de uma
hora cada.
3.9.1 Contrato
o contrato da avaliar;80, e aqui S8 pode incluir 0 processo corretor, no sentido
em que trata de todo 0 acompanhamento terapeutico que S8 fizer necessaria, pode
ser mais bern denominado de termo de compromisso.
A finalidade de S8 estabelecer urn contrate par escrito consiste na precauyao
do naD comprometimento e assiduidade as sess6es. Salienta-se que este afieio pode
ser simples, naD precisa conter mais do que uma pagina. Apenas necessita servir
instrumento de acordo com as pais e a psicopedagogo, firmando 0 compromisso
quanta a numero de faltas possiveis, faltas consecutivas, pagamento (quando
houver), atrasos nas sess6es.
3.9.2 Anamnese
Segundo WEISS (1999, p. 61), "a entrevista da anamnese 8 um dos pontos
cruciais de urn born diagnostico. E ela que possibilita a integrac;ao das dimensoes de
passado, presente e futuro do pacienten Atraves dessa entrevista, objetiva-se colher
dados significativos sobre a hist6ria de vida do paciente. Analisando seu conteudo,
obtem-se dados para 0 levantamento de hip6teses sobre a posslvel etiologia do caso.
WEISS (1999, p. 61) ainda ressalta:"8 essencial que a anamnese seja bem conduzida
e registrada"
A anamnese deve ser feita com os pais, somente com a mae au com a pessoa
respons8vel pela crian9a. "Quaisquer que sejam os participantes, a anamnese
constitui um momenta de mobiliza9ao que, de algum modo, deve possibilitar a familia
continuar a busca da cura, movimento que se prolonga por todo 0 diagn6stico e fica
mais refor~ado na devolu~iio" WEISS (1999, p. 70).
A entrevista deve acontecer de forma que 0 relato seja espontaneo, onde as
perguntas do psicopedagogo resgatem desde a momenta da concepc;iio do aluno e
transcorram no sentido de complementa9ao ou aprofundamento.
Para WEISS (1999, p. 66), "na anamnese sao questionados levantamento
sabre: a evoluc;ao gera!; a historia das primeiras aprendizagens; historia familiar;
hist6ria clinica e hist6ria escolar".
A titulo de exemplificac;ao, uma entrevista de anamnese poderia abordar as
seguintes itens:
- Qual a IreqOencia do problema (queixa) e se algo jil loi leito para tentar
soluciona-[o;
- Evoluyao geral e historia das primeiras aprendizagens: concepr;ao; gestac;ao;
tratamentos durante a gravidez; se a gravidez lai planejada; parta (tipo do parto);
desenvolvimento pas-natal; alimentac;:ao (se amamentou, como era a alimentac;:ao na
infancia e alimentaC;:8o atuat); desenvolvimento pSicomotor desde as primeiros an os
de vida; desenvolvimento da linguagem; sono (como era e como e atualmente);
manipula,oes (chupeta, se chupou 0 deda, se roi unhas); atitudes da vida diilria
(conduta dependente ou independente); sexualidade (curiosidade sexual).
Hist6ria familiar: relacionamento no ambiente familiar; pais
casados/separados; relacionamento com os filhos; educagao dos filhos; antecedentes
familiares; sociabilidade do paciente (timidez, agressividade, amizades, cotidiano);
- Hist6ria clinica: antecedentes patol6gicos; vacinas mal formagoes; quedas;
febres; convuls6es; tratamentos realizados;
- Hist6ria escolar: sociabilidade frente aos professores, colegas e a escola;
inicio das dificuldades escolares; envolvimento com tarefas; tempo dedicado aos
estudos em casa.
Apos a entrevista, faz-se um resumo da anamnese, transcrevendo-o para 0
relat6rio da avaliagao como consideragoes historicas.
3.9.3 Sessa a Ludica
Esta e a primeira sessao em cantata individual com 0 aluno (paciente). 0objetiva e criar um vinculo positiv~ de interaC;8o entre paciente e psicopedagogo. A
crianc;a recebe uma serie de materiais: papeis, lapis cola, tesaura, revistas, sucata e
jaguinhas e com eles precisa realizar alguma produgao. "Serao identificados aspectos
do relacionamento cognitiv~ e das rela90es vinculares e significa90es existentes no
aprender".
Nesta sessao, 0 psicopedago interage com 0 paciente e tambem explica os
motivos da avalia9ao psicopedagogica.
3.9.4 Avalia9ao das areas: sensorial, motora, cognitiva, intelectual, emocional e
pedagogica.
Os instrumentos de avalia980 de todas as areas serao escolhidos tomando-se
por base 0 carater investigativ~ do psicopedagogo. Com isso, naD existe uma
padronizac;:ao de recursos para 0 diagn6stico. 0 que se apresenta sao sugestoes de
testes e ferramentas, mas cada um pode escolher os recursos proprios (sempre
denlro da abordagem psicopedagogica). "0 psicopedagogo-invesligador devera ir
fazendo uma ponte entre as diferentes modalidades expressivas do sujeito,
procurando entender 0 sentido das mesmas, as possibilidades e recursos do aprendiz,
quais as melhores condi90es para aprender, alem de observar as suas possiveis
limita,oes" (RUBINSTEIN, 1996, p. 136).
A area sensorial podera ser investigada atraves do exame de audibiliza98o,
onde, atraves de frases e relatos lidos pelo psicopedagogo, sao analisados os
seguintes aspectos:
discrimina9ao fonematica;
memoria de frases, digitos e relatos;
conceitua980;
organiza9aO sintatico-semantica;
avaliar;ao do vocabulario compreensivo.
Convem tambem registrar informa90es qualitativas, como alteragao na memoria
de frases e relatos, respostas divergentes, vocabulario de figuras.
Na avaliagao da area matara, como sugestao pode-se aplicar urn exame motor
pratico, onde atraves de movimentos solicitados pelo psicopedagogo, 0 paciente e
avaliado nos seguintes aspectos:
- coordena~o fina;
coordena<;ao global;
equilibrio dinamica;
equilibrio estatico;
dissociayaa;
lateralidade;
esquema corporal;
orienta<;ao espacial;
orienta<;ao temporal;
ritmo.
Alem disso, WEISS (1999, p. 115) assinala a importancia de outra ferramenta
na avalia<;ao motora: "0 Teste Bender e usada sempre que surgem duvidas sabre
questoes psicomatoras e espaciais nao elucidadas pelos demais instrumentos". 0
teste so pode ser aplicado por psicologos, on de 0 psicopedagogo que nao tem
forma<;ao na area deve salicitar a trabalho de um psicologa.
o objetivo do teste e, atraves da reprodu<;8.o de figuras simples e complexas,
criar hipoteses sabre a associa<;8Io da area matora com as dificuldades de
aprendizagem. Analisa a relayao da estrutura<;ao, formas, organiza<;ao, propor<;oes,
posi<;6es e distancias associadas ao indice de matura<;ao percepto-motora.
Ja a area cognitiva e avaliada atraves do raciodnio logico da crian<;a. As
teorias de Piaget, Vigotsky e Wallon contribuem muito para esta analise. Alem disso, a
afirma<;ao de que todas as crian<;as nascem com capacidade de desenvolver a
raciodnio logico, mas depende da estimula<;ao do ambiente, trouxe grandes avan<;os
para a evolu<;ao humana.
A aplica<;ao das provas piagetianas e essencial para 0 psicopedagogo verificar
em que fase do desenvolvimento (pensamento) a crian<;a se encontra. RUBINSTEIN
(1996, p. 137) complementa dizendo: "as fun<;:6es cognitivas sao entendidas como
atividades mentais que devem ser realizadas para dominar as opera<;6es mentais. 0
bom exerdcio das fun<;oes e pre requisito para que ocorra uma opera<;ao mental".
As provas do diagnostico operatorio sao:
Conserva<;ao de pequenos conjuntos de elementos discretos;
Conserva<;ao das quantidades de liquidos;
Conserva<;:ao da quanti dade de materia;
41
Conservac;ao do comprimento;
Conservac;ao do volume;
Classes - mudanya de criteria (dicotomia);
Quantifica980 da inclusao de classes;
Intersec9ao de classes;
Seria<;iio de bastonetes;
Prova de combina<;iio de fichas duplas para pensamento formal;
Permutac;5es passiveis com urn conjunto determinado de fichas.
"0 usa de testes e provas nao e indispensavel em urn diagnostico
psicopedagogico. Ele representa um recurso a mais a ser explorado" (WEISS, 1999,
p. 103). Portanto, as testes e provas sao selecionados de acordo com a necessidade
dos cases. Podendo 0 psicopedagogo utilizar-s8 de Qutros recursos au utilizar a
contextualizaC;8o (usando a crjatividade) em alguns testes.
Quanta a area intelectual, urn destes recurSDS aos quais a psicopedagogo
pode reccrrer para confirmar suas hipoteses, e atraves da prova chamada WISC
(Escala de Inteligencia Wechsler para Crian<;as), a qual mensura 0 desempenho da
inteligencia.
WEISS (1999, p. 114), descreve 0 seu objetivo:
"0 wise e apresentado sob a fonna de subtestes grupados em Verbais e de Execut;;ao. Cadasublesle prelende avaliar um tipo de funt;;ao e se estrutura em ordem crescente de dificuldade,o que facilita 0 posicionamento das crianc;as examinadas na faixa entre 5 e 15 anos. Osresultados brutos de cada subteste sao transformados em resultados ponderadOs por meio detabelas do grupo de idade em anos emeses do sujeito.
A area emocional pode ser avaliada atraves de tecnicas como a HTPF -
Figura Humana, segundo WEISS (1999, p. 177) "atraves de desenhos dirigidos 0
sujeito projeta suas agress6es, seus conflitos, seus medos, seus esfon;:as, suas ideias
caracteristicas". 0 emocional do paciente tambem pode ser analisada atraves das
atitudes da crian~adurante a avaliac;ao (temperamenta, socializac;ao, atitude frente aa
erro, iniciativa, entre outros). Alem disso, e importante elaborar um questionaria, ou
realizar entrevistas com a professora e com a familia (anamnese e outras que se
fizerem necessarias) a fim de analisar suas condutas na escola e na familia.
No que se refere a area pedagogica, analisa-se todo a potencial pedag6gico
da crianga, visando esclarecer se esta de acordo com a idade e com a serie e quais
areas devem ser potencializadas.
Como sugestao WEISS (1999, p. 92) identifica as areas que devem ser
investigadas: "a avaliagao do nivel pedagogico se da atraves da alfabetizag8.o, leitura,
escrita e matematica"
3.9.5 Devolutiva aos pais
Apos a conclusao da avaliagao, compete ao psicopedagogo realizar uma
devol uti va formal a familia, fazendo uma sintese do processo, procurando responder
as questoes que se propos pesquisar durante a avaliag8.o.
Alem desta "conversa-devolutiva", 0 psicopedagogo entrega um relatorio por
escrito com todas as eta pas aeima avaliadas e ainda contendo:
o comportamento do aluno durante a avaliac;:ao: significa transcrever
como foi a comprometimento, a envolvimento do paciente com as atividades
propostas e tambem como se deu a vinculag8.o e sociabilidade entre aluno e
psicopedagogo;
Parecer Diagnostico: consiste na interpretag8.o dos resultados da
avaliagao;
Encaminhamentos: sas as areas de encaminhamento para a processo
corretor. Exemplo: Pedagogia, Psicologia, Fonoaudiologia, Neurologia,
Fisioterapia;
Aspectos a serem trabalhados: consiste na identificag8.o, dentro de cada
area, dos aspectos a serem potencializados.
Oependendo do resultado da avaliagao, poderao acontecer duas situagoes: a
primeira delas e que a proprio psicopedagogo possa realizar a processo corretor (se
estiver dentro de sua formagao, como ja foi explicado anteriormente) e acontecera no
ambiente escolar (sala de trabalho psicopedagogica).
Uma segunda possibilidade consiste no processo corretor ser realizado par
profissionais de outras areas, capacitados para a tratamento terapeutico levantado no
parecer diagnostico.
Em sintese de todo 0 trabalho psieopedag6gico na eseola, ressalta-se que a
Psicopedagogia caminha a passos largos na procura de uma identidade,
especifieidade de a9f1o, fundamentos te6rieos e aplicabilidade. Ela e necessaria
porque outras espeeialidades ja nao eonseguem responder aos desafios surgidos no
ambito das eseolas da atualidade. E mais uma necessidade de auxiliar na eonstrUy80
de conheeimentos para um ser humane que comecya a ser visto holisticamente, na sua
totalidade, eom toda a sua maravilhosa e desafiante complexidade.
CONCLusAo
Vivemos em uma spaca em que a hist6ria assume momentos vertiginosamente
acelerados, possibilitando conferto inigualavel e qualidade de vida nunca imaginados.
E neste novo contexte mundial que encontramos a escala, tentando correr
contra 0 tempo, mas enfrentando 0 modernismo e inov8cyoes que chegam sempre
mais r<3pidos. Ai surge a pergunta: que contribui90es 0 psicopedagogo pode trazer
para a escola neste contexto de mudan<;8s que estao acontecendo numa velocidade
tao surpreendente onde pais estao cada vez mais atarefados, procurando posicionar-
S8 profissionalmente neste mundo competitiv~ e dispondo de tao pouco tempo para
acompanhar integralmente 0 crescimento dos seus filhos? A maior delas consiste no
aluno receber urn acompanhamento completo em sua aprendizagem 0
psicopedagogo, inserido no cotidiano escolar, atraves de observagoes e intervengoes
continuas, verifica 0 nivel de aprendizagem em que se encontram os alunos;
proporciona aos professores orientag6es que permitam melhorar os procedimentos de
ensino; elabora mudangas que possibilitem um melhor rendimento escolar; atua
diretamente na "ferida", no que se refere ao processo corretor acontecer dentro da
propria escola; entre tantas outras ag6es que podem ser desenvolvidas com os
conhecimentos psicopedagogicos.
Atraves deste estudo conclui-se que a prevengao das dificuldades deve fazer
parte da rotina escolar. Afinal, a observagao sistematica, a avaliagao contfnua, 0 apoio
pedagogico sao recursos de prevengao de problemas, e com isso, os alunos passam
a receber total apoio no seu processo de aprendizagem.
Todos os recursos que posam ser disponibilizados para auxiliar na construgao
do saber e na forma gao do cidadao integral sao de extrema importancia dentro da
escola. A somat6ria destes recursos e essenciaL E a possibilidade de contar com 0
apoio psicopadagogico institucionalizado dentro das escolas e indispensavel frente aevolugao em todas as ciemcias e meios de comunicagao que ora se vive
E para complementar, qual 0 papel do pedagogo, do supervisor e do orientador
neste contexto? A missao e clara: dotar a sociedade de pessoas fntegras, cidadaos
conscientes, responsaveis, inovadores, formadores de opiniao e transformadores de
um mundo melhor e justa. E como fazer para concretizar a aC;ao de verdadeiros
educadores sabendo que a escola e a grande responsavel pelo individuo na
sociedade?
o caminho nao e fadl, mas e passive!. 0 primeiro passo e estar sempre pronto
para aprender. Assumir a postura de pesquisador, lanc;ar hipoteses, organizar ideias,
ampliar caminhos. Portanto, 0 estudo con stante, a troca de conhecimentos entre
profissionais da area, a uniao da equipe de trabalho na escola sera como um no de
rede, e este no se tornara forte e resistente se todos tiverem consciencia de que esta
resistencia da rede depende do vigor que cada um que a entretece.
Com esta pesquisa pode-se acrescentar ainda que a luz dos principios
psicopedagogicos nas escolas possibilitara uma transformac;ao positiva na pratica
pedag6gica dos educadores, para que estes despertem 0 "olhar psicopedag6gico" em
seus alunos, estando sempre atentos ao processo complexo e aos mesmo tempo
encantador, que e a aprendizagem. Afinal, este corpo de conhecimentos
interdisciplinares surge num momenta em que 0 ser humano precisa ser analisado
integral mente, em todas as suas caracteristicas, competencias 8 habilidades.
Sem duvida, estes sao fortes instrumentos para descobrir a maneira de
reencantar a educaC;ao. Em busca de novas saidas, ainda S8 tern muito a fazer.
Porem, este e a caminho certo. Abrac;ando desafios e cativando com alegria e firmeza
aquele que depende e espera muito da educaC;ao: 0 aluno.
E isto mesma, vai ser no dia a dia, abservando, explarando, dando
oportunidades, criando espac;o para a experiencia, para 0 erro e para 0 acerto que se
descobrira as trilhas corretas para desenvolver a imaginayao, a sensibilidade e todo 0
potencial de descobertas e conhecimentos. Se a tudo isto for somado uma grande
pitada de amor, a tarefa como educadores sera sem duvida, fascinante e renovadora!
E ai sim as palavras de ALVES (2000, p. 03) estarao concretizadas: "ensinar eum exercicio de imortalidade. De alguma forma cantinuaremos a viver naqueles cujos
olhos aprenderam aver 0 mundo pela magia da nassa palavra. 0 professor assim,
nao marre jamais ..."
REFERENCIAS
ANTUNES, Celso. Novas maneiras de ensinar, novas formas de aprender. Porto
Alegre: Artmed, 2002.
ALVES, Rubem. A alegria de ensinar. Campinas: Papirus, 2000.
BOSSA, Nadia. A Psicopedagogia no Brasil: contribuiyoes a partir da pratica.
Porto Alegre: Artes Medicas Sui, 2000.
GUERRA, Leni Bani. A crian~a com dificuldades de aprendizagem:
considerayoes sabre a teoria -modos de fazer. Rio de Janeiro: Enelivros, 2002.
PAIN, Sara. Diagnostico e tratamento dos problemas de aprendizagem. Porto
Alegre: Artes Medicas , 1985.
SCOZ, Beatriz. Psicopedagogia e realidade escolar: a problema escolar da
aprendizagem. Porto Alegre: Artes Medicas Sui, 2000
SOUZA, MTC.C. tnterven~ao psicopedagogica: como e 0 que planejar? In:
SISTO, F.F. OLIVEIRA, G.C., FINI, L.D.T., SOUZA, M.T.C.C. e BRENELLI, RR.
Atuacyao psicopedagogica e aprendizagem escolar. Petro polis: Vozes, 1996.
SOUZA, lara Elizabeth Redwiiz; COSTA, Carmem Rodrigues; RONCAGLlO, Sonia
Maria. Momentos em Psicopedagogia Escotar. Curitiba: Pinha,1995
RUBINSTEIN, Edith. A Especificidade do Diagnostico Psicopedagogico. In:
SISTO, FF. OLIVEIRA, GC, FINI, LDT, SOUZA, MTC.C. e BRENELlI, RR.
Atua,ao psicopedagogica e aprendizagem escolar. Petro polis: Vozes, 1996.
VISCA, J. Psicopedagogia: novas contribui,5es. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
1991.
WEISS, Maria Lucia Leme. Psicopedagogia clinica: uma visao diagn6stica dos
problemas de aprendizagem. Rio de Janeiro: DP&A, 1999.
ANEXO 1
EXEMPLO DE RELATORIO DA AVALIACAo PSICOPEDAGOGICA
NOME DA INSTITUI~Ao ESCOLAR
RELATORIO DE AVALlA~Ao PISCOPEDAGOGICA
1- DADOS DE IDENTIFICACAo
Nome:Data de nascimento:Idade:Filia<;iio:Escolaridade:Data de avalia<;iio:
II - QUEIXA PRINCIPAL:(Problematica apresentada pelos pais em rela<;iio aos alunos).
III - CONSIDERACOES HISTORICAS(Resumo da anamnese) Relata.
IV - COMPORTAMENTO DURANTE A AVALIACAo:(Relato sobre a vincula<;:ao sociabilidade e desempenho durante a avalia<;:ao).
V - SiNTESE DAS AREAS AVALIADAS(Resultado de cada teste - Formais e Informais.)
Area Sensorial - Teste de Audibiliza<;iio- Escala Optometrica Decimal de Snellen.
Area Matora - Exame Motor.
Area Intelectual - WISC
Area Emocional - HTPF - Figura Humana
Area Cognitiva - Provas do Diagnastico Operata rio.
Area Pedagagica - Escrita - (Ditado e escrita espontilnea).- Leitura-- Interpreta,ao de texlo -- Matematica (Opera,oes e Problemas)
Tecnicas projetivas - (Jorge Visca)
VI - PARECER DIAGNOSTICO(Interpreta,ao dos resultados)
VII - ENCAMINHAMENTOS:
VIII - ASPECTOS A SEREM TRABALHADOS:
IX - OBSERVAI;OES COMPLEMENTARES
Colocamo-nos a disposic;ao para qualquer duvida e esclarecimento.
Atenciosamente
Cidade, data.
Instiuigao Escolar Piscopedagogo
ANEXO 2
EXEMPLO DE FICHA PARA 0 CONTROLOE DOS ATENDIMENTOS (PROCESSO
CORRETOR)
FICHA DE CONTROLE DOS ATENDIMENTOS
Nome:Data de Nascimento:Idade:Filiac;ao:Escolaridade:
ATIVIDADES REALIZADASData Data Data DataI I I I
Coordena~ao motora ampla- COfrer- Saltar- TreparEquilibria dinamicoRitmoLateralidadeCoordena~ao motora fina- ColaQeml recortes (pinea- Escrita/leituraRaciocinio Logico MatematicoAdicaoSubtracaoDivisaoMultiplicaCaoProblemasAten~ao/Concentra~ao- Contextualizac;ao de historias! atividades- MemoriaJogos/Brincadeiras- JOQos Matematicos- Quebra-cabeCa-Cara a cara-LinceObserva~oes CondutaAtencao - demonstrou interesseMotivacaoDesinteresse