Usp 0611

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Cidades Rebeldes Occupy O medo ao pequeno número A internet e as Ruas

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Internet: máquina de guerra e ferramenta de resistência

• Arpanet (1969) – militares investem na ferramenta para comandar e coordenar uma eminente guerra termonuclear, aproximando e unindo os aliados

• Universidades – utilizam para produzir grandes projetos em rede, gerando uma rede colaborativa

• Ciberativistas – ações coletivas para criar uma rede planetária de informação alternativa

Copyright x Copyleft

• Cultura capitalista do acúmulo, do controle, da propriedade– 1993: Information Superhighways– “Capturar as virtualidades será controlar os fluxos da própria

vida”– Jihad e McMundo

• Cultura do compartilhamento, da parceria, do conhecimento livre– Cibercomunismo– Economia da doação, da dádiva– Não concorrencial

Midialivrista de massa e ciberativista

• Hackers da narrativa: lutam contra o monopólio do poder da comunicação nas mãos de poucos– Articulam mídias comunitárias e populares

• Hackers de códigos: ciberativistas. – Contracultura da cultura hacker– Trabalham por paixão– Rejeitam hierarquia e controle

Capital Social e Engajamento nas redes

• Fernback e Thompson (1995): comunidades geradas pela CMC seriam comunidades de interesse. Promovem fragmentação cultural e política.

• Putnam (1996): tecnologias da informação promovem o isolamento individual e o desengajamento político, corroendo a vida ativa das sociedades democráticas.

• Malini e Autoun (2013): o ciberespaço é capaz de construir a participação atual em ações comuns na vida de seus participantes e na vida cívica da sociedade civil mundial

Mobilizações arquitetadas em rede

• Movimento Zapatista (México, 1994)

• Batalha de Seattle (EUA, 1999)- Centro de Mídia Independente

• Occupy Wall Street (EUA, 2011)

• Jornadas de junho (Brasil, 2013)–Mídia NINJA

Tipos de rede

• Rede topológica de “estrela”

Tipos de rede

• Rede topológica “todos os canais” ou matriz completa

Rede de guerra em rede

Conceitos criados por Arquilla e Ronfeldt para explicar o modo de luta e conflito na sociedade contemporânea, a partir da revolução tecnológica:

– Netwar - guerra em rede

– Cyberwar – guerra do controle

– Infowar – guerra da informação

(Arquilla e Ronfeldt, 1993)

Rede de guerra em rede• Níveis

– Tecnológico: padrão dos fluxos de informação e comunicação e pelas tecnologias de suporte deles

– Social: quão bem e de que modos os membros são pessoalmente conhecidos e conectados uns com os outros

– Organizacional: mistura grupos de superfície difusos com grupos subterrâneos coesos. Se utiliza de pontes e parcerias. Prioriza flexibilidade e agilidade nas ações

– Narrativo: exprimem o nível de identidade e pertencimento e também a causa e os objetivos

– Doutrinário: partilha de princípios e práticas para compartilhar “uma só mente”, faz possível um movimento sem líder ou com vários líderes

(Arquilla e Ronfeldt, 1996)

Jornalismo participativo na rede e blogs

• No início: modelo do “tudo é meu”

• Nova mídia: formas independentes através do modelo aberto ou híbrido

• Blogs: todos viraram produtores, reprodutores ou reinterpretadores de notícias (às vezes os comentários são mais importantes que o próprio post)

Biopoder

• Teorizado por Foucault como forma de governar, não somente o corpo da população, mas todo o seu meio ambiente, a sua comunicação, os seus conhecimentos e seus afetos, através da geração incessante de riscos. Cria redes de captura do comum.

– Ferramenta: Mídias irradiadas de massa

Biopolítica

• Reivindicam uma economia da cooperação que mantenha os bens comuns dentro de um direito e de um espaço público. É orgânica, prioriza o trabalho vivo (imaterial). A questão deixa de ser a eliminação do que nos ameaça para se tornar a construção ou invenção do que nos interessa.

– Ferramenta: Mídias distribuídas de multidão

JUNHO DE 2013

DUAS SEMANAS DE REBELIÃO URBANA QUE MUDARÃO A HISTÓRIA POLÍTICA BRASILEIRA?

OU

EM DUAS SEMANAS O BRASIL QUE DIZIAM QUE HAVIA DADO CERTO, QUE DERRUBOU A INFLAÇÃO, INCLUIU OS EXCLUÍDOS, ESTA

ACABANDO COM A POBREZA EXTREMA E É UM EXEMPLO INTERNACIONAL – FOI SUBSTITUÍDO POR OUTRO PAIS, EM QUE O

TRANSPORTE POPULAR, A EDUCAÇÃO E A SAÚDE PÚBLICAS SÃO UM DESASTRE E CUJA CLASSE POLÍTICA É UMA VERGONHA, SEM FALAR NA

CORRUPÇÃO.

QUAL DAS DUAS VERSÕES ESTARÁ CERTA?

Conforme relata Ermínia Maricato, no livro "Cidades Rebeldes" (2013, p.20) “a vida nas cidades brasileiras pirou muito a partir dos últimos anos da década passada. Considerando que a herança histórica já não era leve.

A piora de mobilidade seja geral - isto é, atinge a todos- é das camadas de renda mais baixa que ele vai colocar o maior preço em imobilidade. O tempo médio das viagens em São Paulo era de 2 horas e 42 minutos em 2007. Para um terço da população, esse tempo é de mais de 3 horas, ou seja, uma parte da vida se passa nos transportes, seja ele um carro de luxo ou num ônibus ou trem superlotado - o que é mais comum.

Ou seja, na cidade de São Paulo no período de pico, andar a pé e mais rápido, já que a velocidade média dos automóveis é de 7,5 km por hora

Jorge Luiz Souto Maior, no livro "Cidades Rebeldes" (2013, p. 83), afirma: As mobilizações pelo país, com toda a sua complexidade, não deixam dúvida quanto a um ponto comum: a população quer mais serviços públicos e de qualidade. Querem a atuação de um Estado sócio, pautada pelo imperativo de uma ordem jurídica que seja apta a resolver a nossa grave questão social, notadamente a desigualdade social.

Ainda no livro em tela, teremos a contribuição do autor Leonardo Sakamoto (p. 95), que garante:

“Há um déficit de democracia participativa que precisa ser resolvido. Só votar e esperar quatro anos não adianta mais. Uma reforma política que se concentre em ferramentas de participação popular pode ser a saída”.

O IMPACTO NO DISCURSO DOS LIDERES PARTIDÁRIOS DEPOIS DAS MANIFESTAÇÕES DE JUNHO DE 2013

Na cultura brasileira dito está que o som das ruas é o maior inimigo da classe política. Isto posto, é intuito deste projeto a investigação e pesquisa pontuais para levantar e conhecer o resultado das manifestações iniciadas em junho/2013, que ganharam as ruas do País - nos Partidos Políticos do Brasil, especialmente, no PT - Partido dos Trabalhadores e no PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira, com o objetivo de analisar o reflexo das manifestações nos discursos dos presidentes partidários.

Pela primeira vez, nas últimas três décadas, o som das ruas foi “gritante”, barulhento e nervoso. O eco das ruas, produzido pelas manifestações de junho de 2013, chegou aos gabinetes dos políticos da situação e da oposição deste País. A classe política, e boa parte da sociedade, não sabiam o que estava acontecendo. Como compreender um movimento que surgiu pequeno - com o objetivo de conseguir a redução da tarifa de ônibus - e que em poucos dias transformou-se em um turbilhão com as mais diferentes reivindicações. A mobilização da juventude brasileira, nesse curto espaço, deixou vários setores da nossa sociedade perplexos. A pauta não era mais apenas a redução de 20 centavos nas tarifas, mas transporte digno, saúde de qualidade, habitação, educação, lazer, manifestos contra a corrupção e a favor da liberdade e tantos outros temas que surgiram nos cartazes que desfilaram pelas ruas desta Nação.Os políticos, neste caso os presidentes de partidos, correram em busca da construção de um discurso aceitável e consistente, mas surgiu uma situação diferenciada: como participar, se os políticos estavam sendo rejeitados pelos manifestantes?

Movimento sem líder, o uso da internet como ferramenta de mobilização, Black Blocs, ganho ou perda do capital social, e os grandes veículos de comunicação sem respaldo.

PV –

PARTIDO VERDE - 23 DE JULHO DE 2013.

O programa começou Carla Piranda, secretária nacional do partido, que falou dos últimos acontecimentos, porém, muito rapidamente. “Ouço e vejo, com ouvidos e olhos bem abertos o que as ruas estão dizendo.” - “É bom exercitar a democracia, mas com cuidado, para que o ódio não substitua o amor”

Depois desta frase, o partido apresenta nacionalmente os membros do partido. Só aos 8 minutos e 24 segundos que aparece o presidente nacional, José Luiz Penna, para afirma que o país ficou perplexo, principalmente os dirigentes e administradores públicos.

“NINGUÉM ENTENDEU ESSE CALDO TÃO DIVERSO”

“ RECADO DADO, RECADO ENTENDIDO”.

Ele finaliza afirmando que o Brasil demorou muito para conquistar a democracia e é necessário organização.

http://www.youtube.com/watch?v=Gd0N31QmfH0

PMDB -

PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO - 10/08/2013

DEMOCRACIA – É a palavra da vez no programa do partido. Democracia é uma canção popular, assim começa os atores, sim atores, pois só no final do programa que temos a participação dos 4 maiores representantes do partido.

São: Michel Temer, vice-presidente, Renan Calheiros, presidente do Senado;

Henrique Alves, presidente da Câmara e Valdir Raupp, presidente interino do PMDB.

São os atores que contam a trajetória do PMDB, deste da Marcha dos 100 contra a ditadura, em 1968, até os dias atuais, sempre frisando que: “todo vez que o Brasileiro sai às ruas, o Brasil sai ganhando”.

Depois de ressaltar que ninguém pode ignorar a voz das ruas, eles, quase como um passe de mágica assume a paternidade e enumera todos os programas criados pelo PT e os projetos aprovados no Congresso Nacional..

Nos minutos finais, Michel temer uso o discurso dirigido ao Papa Francisco, para garantir que a paz entre governantes e governados pode evidenciar a presença de Deus.

• http://www.youtube.com/watch?v=Hu1dnuPlYXM

PSDB –

PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA– 10/09/2013

“UMA CONVERSA COM OS BRASILEIROS”, “ QUEM FAZ O BRASIL É VOCÊ”

Foi nesta linha que o senador Aécio Neves, presidente do Partido conduzir quase todo o programa.

Obras paradas, falta de apoio para os produtores de grãos, falta de infra-estrutura e combate a inflação

– o governo tem que focar, em primeiro lugar, cuidar da economia, tem que garantir tolerância ZERO com a inflação –

consumiram 90% de todo o programa. O tema manifestações surgiu aos 45 minutos do segundo tempo com a pergunta, ou melhor, com a fala de uma jovem que diz que participou das manifestações. Coube ao

senador perguntar “o que te levou para a rua”, dando ele a resposta que todas as manifestações não foram para um partido ou um governante, sim para todos NÓS que fazemos política.

http://www.youtube.com/watch?v=Z8UJaUd4RO4

PSB

PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO – 01/10/2013 -

“Quem entendeu o que aconteceu nas ruas no Brasil, em junho, não tem nenhuma dificuldade de entender o que está acontecendo aqui hoje”.

Foi com essa frase, só essa, que o partido falou das manifestações ocorridas em junho. Pois, o programa foi dedicado a união do PSB com a REDE, encabeçado pela ex senadora Marina Silva.

Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente Nacional do Partido, quem conduziu o programa.

http://www.youtube.com/watch?v=1zS1tIO9Wvo

Segundo o presidente estadual e secretário Nacional do PSC, as manifestações de junho foram muito importantes para se pensar na política do futuro.

“Ou nós afinamos um discurso com a população e discutimos direto com a população ou podem aparecer vários partidos que as pessoas vão continuar insatisfeitas.”

PT -PARTIDO DOS TRABALHADORES - programado para amanhã - 07/11/ 2013

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CONCLUÍMOS QUE:

OS PARTIDOS, AINDA, NÃO TEM UM DISCURSO UNIFORME PARA ENFRENTAR AS MANIFESTAÇÕES QUE ESTÃO ACONTECENDO.

OS BLACK BLOCS ESTÃO TIRANDO A POPULAÇÃO “OS MANIFESTANTES” DA RUA.

OBRIGADO.

CONCLUSÃO

Ocupar

Protestos pelo mundo 2011-2013

A globalização do desencanto• Finanças globais (Wall Street): “Privatização dos lucros,

socialização dos prejuízos”• Aparente liberdade: “Tudo na sociedade de consumo é

uma questão de escolha, exceto a compulsão da escolha” (Bauman) / “escolhas são predeterminadas” (Safatle)

• Como desenvolver a narrativa de identidade em uma sociedade fragmentária e episódica? (Sennett)

• Crise política: Partido de Wall Street (David Harvey), o bipartidarismo global (Tariq Ali) e a Troika

• “A ´democracia’ é exercida contra o bem-estar” (Boaventura)

Um novo espírito ronda...

Características

•Estética juvenil•Mídias sociais•Ação direta•Uma rede de redes•Autonomismo x estruturas institucionais•Espontaneísmo x organicidade•Espaços públicos / territorialização ampliada, difusa e descentralizada

Inspirações

•Primavera dos povos (1848)

•Maio de 1968

•Movimentos antiglobalização

•Zapatismo

Algumas palavras de ordem

• “Nós somos os 99%” [EUA]

• Democracia real já [Espanha]

• Educação pública de qualidade [Chile]

• “A única opção é resistir” [Grécia]

• “Não são apenas 0,20 centavos” [SP]

• Resistambul [Turquia]

Crise de representação• Crash de Wall Street expôs a

tensão entre mercado e democracia [Tariq Ali]

• “Não existe esse negócio de sociedade” [Tchatcher, apud Bauman]

• Esvaziamento da política e tecnocracia [Chico de Oliveira]

• A democracia parlamentar se mostra incapaz de por limites no mercado financeiro (Safatle)

• A social-democracia e o socialismo europeus acabaram. [Fiori]

• Democracia representativa liberal foi dominada e vencida pelo capitalismo. [Boaventura]

Crise de representação

Saídas

•Reivindicação de soberania popular [plebiscito na Islândia] (Safatle)

•Composição da esquerda institucional com a radical [Wallerstein]

•A ilusão democrática é nosso maior inimigo hoje, alternativa anticapitalista (Badiou, Zizek)

Comunicação (identidades)

• Uso criativo redes sociais (clipes, memes etc.)

• Ressignificação do espaço público (marcos como praças, avenidas) e dos símbolos

• Rejeição de carros de som

• Repulsa à mídia tradicional

• Ausência de líderes

• Vestimenta própria para a resistir a armas não letais

• Símbolos: faixas em preto e branco, V de Vingança, Black Bloc

Que caminho se faz ao caminhar?

• Experiências da primavera árabe não resultaram em governos mais democráticos

• Grécia e Espanha -> partidos implementam programa de Ajuste fiscal

• Estados Unidos (ascensão do Tea Party)

• Conquistas pontuais (Praça Taksim, 20 centavos)

• Deslocamento do debate, das políticas neoliberais para temas como desigualdade e injustiça

• Fim da tese de que as democracias ocidentais seriam o cume da história

Appadurai procura responder:

• Por que uma década dominada pelo apoio global a mercados abertos, livre fluxo do capital financeiro e ideias liberais de ordem constitucional, boas práticas de governo e a expansão dos direitos humanos, veio a produzir uma pletora de exemplos de limpeza étnica, de um lado, e, de outro, formas extremas de violência política contra populações civis (definição adequada do terrorismo como tática)? (p.14)

• Ideia de um único ethnos nacional;

• Necessidade de definir quem faz parte do ethnos;

• Distinção entre “nós” e “eles”,

• Sentimento de incerteza social;

• Sentimento de angústia da incompletude;

• Conceitos de maioria e minoria;

• Os dois sentimentos juntos desencadeiam intolerância à minoria;

• Tais sentimentos na era da globalização geram violência;

• Influência da globalização na violência interestatal.

Segundo questionamento: Por que a minoria é temida?

• Marcas do fracasso do projeto de estado soberano, da pureza nacional;

• Geram preocupações de direitos e cidadania

• Necessárias, porém malquistas;

• Medo aos fracos, maioria precisa da minoria para exercer seu poder;

• Medo da inversão de papeis, que a minoria seja um dia maioria;

• Quanto menor, mais raiva é despertada. Aparenta fraqueza para ser derrotada e obter estado nacional puro

• Identidade predatória;

O número na teoria social liberal

• Um é indíviduo, zero massifica;

• O medo encontra-se nos grandes números;

[grandes números representados por minoria?]

• Minorias de procedimento e minorias substantivas.

Questionamentos em relação aos protestos, nossas minorias e maiorias.

Obrigada!

• Gabriela Salcedo Figueira

• Jorge Pereira Filho

• Rita Salgado

• Simone Alves de Carvalho

• Wisney Martins de Souza