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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
Faculdade de Ciencias Biol6gicas e da Saude
Curso de Medicina Veterimiria
CUL TIVO DE CAMAROES EM VIVEIROS
iris Manuela Lins Bueno
CuritibaDezembro12004
iRIS MANUELA L1NS BUENO
CUL TIVO DE CAMAROES EM VIVEIROS
Monografla apresentada ao curso de Medicina
Veterinaria da Faculdade de Ciencias BiolOgicas
e da Saude da Universidade Tuiuti do Parana,
como requisito parcial pafil obten;ao do trtulo de
Medico Veterintlrio.
Professor Orientador: Paulo Nocera
Orientador Profissional: Daniela G. S. Maggiori
Currtiba-PR2004
SUMARIO
USTA DE FIGURAS ...
RESUMO ....
ABSTRACT ...
1 INTRODUvAO
2 CICLO DE VIDA
2.1 ESPECIE CUL TIVADA NO BRASIL
iii
iv
1
2
3 COMO E CRIADO 0 CAMARAO ...
3.1 SELE<;AO DO LOCAL. ..
3.2 TIPOS DE SOLO ...
4 CONSTRUVAO DE VIVEIROS .
4.1 METODOS DE CONTRU<;Ao .
4.2 PREPARO DOS VIVEIROS ..
5 ACUMATAVAO DE P6S-LARVAS E POVOAMENTO ...
MANEJO DAACUMATAVAO ...
7 BIOMETRIA ...
DESPESCA OU COLHEITA ...
8.1 MANEJO ...
8.2 MERCADO ..
9 DOENvAS ...
10 DESENVOLVIMENTO DE UM PLANO DE NEG6CIO ...
10.1 COMPONENTES DOS CUSTOS DE IMPLANTA<;AO ...
10.2 COMPONENTES DOS CUSTOS DE PRODU<;AO ...
10.2.1 Cuslos Variaveis ...
10.2.2 Custos Fixos ....
11 CONCLUSAO ...
REFERENCIAS ...
3
3
4
6
9
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - CAMARAo BRANCO DO PAciFICO... 2
FIGURA 2 - FAZENDA EXPERIMENTAL YAKULT/BARRA DO SUL-SC... 16
iii
RESUMO
o cultivQ de camarOes se toma, cada vez mais, uma importante atividade econOmica
e gera9aode empregos.
o conhecimento dos custos de prodw;ao na carcinicultura representa urn auxilio de
grande interesse no esforryo de reduzi-Ios. Sua analise mais detida permite identificar
as itens mais importantes, os que deverao ser prioritariamente trabalhados, as que
perdem importancia e as que tendem a aumentar sua participa9aO no computo geral.
Palavras-Chave: Produ9ao, Camarao, Viveiros, Efluentes, Levantamento
Topogratico.
iv
ABSTRACTS
The cultive of shrimp becomes, more and more, one of the most important economic
activity and job criation.
The Knoledge of production cost in carciniculture represents help of great interests
ond efford to reduce them.A close analisis lets us identify the most important itens,
which has the priority of being joks, the ones that loose its importance and the ones
that gives higher participatio in the general compute.
Palavras-Chave: Production, Shrimp, Aviary aquarium, Tophografic survey.
1 INTRODUc;Ao
A criaC;ao de camarac ern viveiros e uma atividade que nos ultimos anos tern
apresentacto grande expansao mundial, assumindo grande importanciasocioecon6mica em diversos paises (ANUALPEC, 2002)
No Brasil, pela estagna9ao da pesca e pela crescente demanda pelo
camarac, a carcinicultura vern constituindo uma grande alternativa para suprimento
da demanda interna e externa.Ate os anos 90, camarOes e lagostas represenlavam 70% das exporta90es
brasileiras de pescado; em 2001, a carcinicultura e a responsclvel pelo aumento das
exportac;oes brasileiras no item pescados; dentre esses itens, a camarac representa31% e a lagosta, 22% (AGROINDICADOR, 2002).
A produ9ao brasileira de camarao no ana 2001 chegou a 40 mil toneladas.
A carcinicultura brasileira se concentra no Nordeste, devido aos clima e atemperatura da agua que favorecem a atividade.
Em 1990, com 0 cultivo da especie ex6tica Litopenaeus vannamei (camarao-
do-pacifico) nos estados do Nordeste, foi qlle os resultados come9aram a atender as
expectativas de tecnicos e produtores (ANUALPEC, 2002).
Em 1998, a universidade Federal de Santa Catarina - UFSC - e a Epagri
trouxeram para 0 estado a especie vannamei, que se caracteriza pela rusticidade,por alta taxa de sobrevivencia, boa convers~o alimentar e rapido crescimento. Esteconjunto de caracteristicas foi importante na viabiliza9aO das instala90es de
empreendimentos no municipio de Laguna.o cultivo de camarOes se torna cada vez mais, uma importante atividade
economica para a regi~o,gerando empregos e renda, pois a pesca extrativa terndiminuido anD ap6s ano, e 0 cultivo permite uma renda planejada, reduzindo as
incertezas existentes na atividade pesqueira; alem disso, favorece 0 surgimento e 0
crescimento de outras atividades, como industrias de ra'10es, equipamentos,
insumos e processamento de pescado (COSTA, 1999).
2 CICLO DE VIDA
o camarao adulto, reprodutor, vive no mar grosso, agua salgada, cnde
ocorrem a copula e a desov8. As primeiras fases da vida do camarao acontecem no
mar. Quando passa para a fase juvenil, 0 camarao procura lugares rna is protegidos
como lagoas, lagunas e mangues (agua solobra). Nestes ambientes, a agua e mais
quente e ha mais alimento e prote,ao contra seus predadores. Assim que atinge 0
tamanho entre 9 a 12 centimetres, retorna para 0 mar aberto, completando 0 seu
cicio de vida (COSTA, 1999).
2.1 ESPECIE CULTIVADA NO BRASIL
A especie Lifopenaeus vannamei e encontrada desde 0 extrema norte do
Golfo da Calif6rnia are Tumbes no Peru, vive sobre a plataforma continetal, possui
hilbitos bentOnicose habita profundidades de ate 72 metros. Originilrio da Costa do
Pacifico, e encontrado naturalmente na America do Sui, America Central e Mexico,
em temperaturas em torno de 25°C (AGROINDICADOR, 2002).
FIGURA 1 : CAMARAo BRANCO DO PAciFICO
3
3 COMO Eo CRIADO 0 CAMARAO
Para criar camarac eonecessaria a constrw;,;~ode viveiros em terra, Ap6s aconstru9clo, inicia-se a etapa de prepara~o do solo dos viveiros. Nesta etapa,
amostras de solo sa,o coletadas e analisadas para a correc;ao da aeidez. 0 viveiro epreenchido com agua e lerlilizado para incremento da produtividade aquatica. A lase
de povoamento vern em seguida, com p6s-larvas provenientes de laborat6rios
comerciais.
Durante a etapa de cultivo, propriamente dita, deve haver uma preocupayaocom a qualidade da agua. Para sua manuten~o, sao utilizados aeradores
mecanicos e monitoramento constante dos parametres fisico-quimicos da agua.Os animais cultivados sao alimentados diariamente com dietas comerciais (ra9clo)
lornecidas em comedouros do tipo bandeja. Ap6s 120 dias de cultivo, e procedida a
despesca para comercializagao (COSTA, 1999)
3.1 SELE9AO DO LOCAL
Uma lazenda de camarao pode ter varias dimensOes.No Brasil, 75% das
lazendas possuem menos de 10 hectares. (ANUALPEC, 2002)
Para selegao da area, deve-.sebuscar terrenos pianos, proximos de agua com
boa salinidade, de preferencia perto do mar, nurn estuiuiD de rio au la90as costeiras.
Oepois, deve-se verificar se a re9i80 escolhida e apropriada para 0 cultivD,
segundo as 6r9805 de licenciamento. Areas consideradas improprias sao as APP -areas de preservagao permanente: manguezais, Mata Atlantica, dunas, restingas e
areas de entorna de corpos d·agua.Toda atividade econOmica gera trabalho, renda e divisas para 0 Estado. Mas
a extra980 de recursos naturais, seu processamento industrial e 0 descarte dos
residuos gerados nesses processos podem representar riscos aD equilibria dos
diversos sistemas ecol6gicos (ABCC, 2002)
Para obter licenciamento ambiental, liberado pelo 6rg,;0 competente (em
Santa Catarina, a Fundagao do Meio ambiente - Fatma), 0 produtor precisa
4
providenciar varios documentos e estudos ambientais, incluindo 0 projeto tecnico,com informa96es tecnicas, economicas, ambientais e de engenharia, elaborado por
uma equipe especializada.
Segundo a FATMA, "para permitir estas atividades e, ao mesmo tempo, evitar
as riscos aos diversos ecossistemas, a legisla9aO brasileira exige das empresas 0licenciamento ambiental. Em santa Catarina, e a FATMA a responsavel legal por
essa atribuiyao, que preve tres fases distintas em cada empreendimento: Licenc;a
Ambiental Previa - LAP; Licen9a Ambiental de Instala9ao - LAI e Licen9a Ambiental
de Opera~o -LAO"(ABCC, 2002).
3.2 TIPOS DE SOLO
Os tipos de solo ideais sao 0 argil050, argiloso arenoso au areno ar911050.Solos mal drenados nao sao recomendados ao cultivo de camarao
(AGROINDICADOR, 2002).
4 CONTRUQAO DE VIVEIROS
A constrwyao dos viveiros e uma etapa importante e fundamental numa
fazenda de camarOes. Per i550 deve-se antes de consultar urn Mcnico, lembrando
que islo inclui despesas e muito trabalho com movimenta9:!1o de maquinas e terras,
deve ser cuidadosamente planejada. Ah§!m disso, e essencial decidir qual sistema
sera utilizado. Atualmente, 0 sistema semi-intensivo e 0 mais utillzado no Brasil
(COSTA, 1999).
4.1 METODOS DE CONSTRU<;AO
o desenho de uma lazenda, em principio, depende do sistema de produ,ao
que devera ser aplicado. No case do sistema semi-intensivD, par exemplo, os
viveiros ser:'o de 2 a 6 hectares.
o formate e as inciinayaes do terreno vao determinar a disposh:;:!Io dos canais
de abastecimento e de escoamento de agua e 0 tamanho dos viveiros. Antes de
iniciar qualquer desenho, e imprescindivel fazer um levantamento topografico
detalhado. Atualmente sao utilizados nas fazendas viveiros de dife6rentes formas
(viveiros ber9arios e definitivos) para 0 cultivo em duas fases. Assim, 0 desenho da
lazenda deve ter viveiros com dilerentes tamanhos, planejados de acordo com a
topografia e a forma do terreno.
Para a drenagem completa dos viveiros de cultivo a fazenda deve ser
construida numa cota altimetrica superior ao nivel medio da mare.
A terraplanagem e a correta aloca,ao da comporta de drenagem durante 0
processo de construyao dos viveiros sera importante para a drenagem total dos
viveiros, necessaria ao processo de despesca e posterior preparat;ao do solo dos
viveiros para 0 pr6ximo cultivo.
o abastecimento de agua para os viveiros de cultivo e eletuado atraves de
bombeamento (ABCC, 2002).
A esta,1io de bombeamento provera a agua para os canais de abastecimento
ou aduyao e, por gravidade, segue para os viveiros de cultivo.
6
o projeto de uma fazenda deve incluir canais de recircula9ao e tanques de
sedimentac;:ao para reaproveitamento da agua e tratamento dos efluentes.
Para 0 contrale e filtrac;:a.oda entrada de comportas de abastecimento e
drenagem com utiliza~ao de telas (COSTA, 1999).
4.2 PREPARO DOS VIVEIROS
Para uma boa preparac;:ao de urn cultivD, e necessaria urn perfeito
escoamento da agua e a retirada dos camarOes do cultivo anterior. 0 usa de Oxido
de Calcio (cal virgem - 200 kg/ha) e uma pratica comum para eliminar predadores
que ainda podem ter restado em P098S farmadas nas partes mais baixas do fundo
do viveiro. Posteriormente, e recomendada uma parada sanitaria com a exposiyao
ao sol por, pelo menos, uma semana, favorecendo a sua reestruturac;:ao.
Ap6s a secagem do viveiro e realizado a revolvimento do solo com 0 auxilio
de rotativa para a incorpora~o do calcinio e corre~o de ph.
Antes de iniciar 0 abastecimenta devem ser realizados a limpeza das
camportas e todos os reparos necessarios e verificadas as condi.yOes dos taludes e
das comportas.
a primeiro abastecimento de agua sera feito, preferencialmente, com
salinidades altas (acima de 15%) no caso da regiao sui, uma vez que as p6s-larvas
t~m maior facilidade de adapta~o com salinidades mais altas. Ainda com 0
enchimento parcial do viveiro e realizada a fertilizaf;ao dos tanques. A adubaf;ao
deve ser aplicada de acordo com as caracteristicas da agua e do solo de cada
viveiro.
Os tecnicos das fazendas passarno a conhecer as respostas dos viveiros.
Normalmente, sao aplicados Nitratos elou ureia para 0 incremento do nitrog~nio e
Superfosfato triplo para 0 incremento do F6sforo, na primeira aplica~ao. A cada
semana, havera uma complementa~o de acorda com a resposta da produtividade
primaria, medida pela transparencia da agua (COSTA, 1999).
A estrategia de aduba~ao tern como objetivo 0 incremento da produtividade
natural, especialmente das algas diatomaceas que irao refor~ar a qualidade da
cadeia alimentar no viveiro. Na pratica, a produtividade e controlada atraves de
7
microscopia, seguida da medi9llo da transparencia da agua (usando 0 disco de
Secchi) que deve estar entre 25 a 40 cm para ser olima. Normalmente, com 20 dias
de prepara91iouma cadeia alimentar ja esta bem estabelecida.
A medi91ioda transparencia da agua e simples: e mergulhado lentamente 0
disco de Secchi na agua ate ele deixar de ser visivel. Desde entiio, e verificado nas
marcas leitas na corda a que prolundidade loi ocorrida (COSTA, 1999).
5 ACLIMATA9AO DE peS-LARVAS E POVOAMENTO
A coloca.yao das p6s-larvas nos viveiros deve obedecer uma serie de criterios
que VaG determinar altas taxas de sobreviv~ncia e 0 conseqUente sucesso do
cultivo.
As p6s-larvas com 31 dias ou pL 20 devem ser aclimatadas para a salinidade
exata do viveiro de engorda. Este procedimento tern inicio ainda no laboratorio, onde
existem mel hares condityOes tecnicas para a sua execuC;ao; Deve-se dar maior
aten~ao para a aclimata,80 de p6s-larvas mais jovens que PL12 para salinidades
inferiores a 15% .
Antes do poYoamento, ainda na larvicultura, e realizado urn teste de estresse
que pade dar uma ideia da qualidade das p6s-larvas para poderem suportar todo a
manejo da dessalinizayaos, despesca, transporte e aclimatagso no proprio viveiro de
cultivD, este teste de estresse. normalmente, e feito com cheque salino.
Chegando nas fazendas, inicia-se 0 processo de aclimata,80 ao pH, enecessario que se respeite 0 intervalo de uma hara para cada unidade de diferenc;ade pH entre a agua do viveiro e a agua dos tanques de aclimata,80 das p6s-larvas.
Para temperatura, e necessario que se faya urn intervalo de 15 minutos para cad a
grau. Estes procedimentos de adaptayao ao novo ambiente devem ser feitos
gradativamente, para evitar a mortalidade das p6s-larvas. Alem disso, durante todo 0
processo, as p6s-larvas devem ser bem alimentadas (COSTA, 1999)
MANEJO DA ALiMENTACAO
A manuten<;ao da transferencia da agua, atraves do fitoplancton trar,; como
resultado grande variedade de alimentos naturais como as polichaetas, anfipodas e
copepodos. Sao utilizados nos sistemas semi-intensivos, alimentos balanceados
peletizados que devem permanecer, pelo men os 1 hora sem se dissolver na caJuna
d"agua. Os alimentos balanceados, contem altos teores de proteinas, gorduras,
minerais e vitaminas, ahE~m de Qutros nutrientes e precisam atender as requisitos
nutricionais. Por esse motivQ sao sempre caros e constituem 0 principal item do
custo de produ9aO.
o objetivo do manejo alimentar e fornecer um alimento de alta qualidade na
quantia certa, sem ocasionar sub ou superalimenta9aO.As altera90es no apetite dos camarOes, devido as mudan9as ciimaticas, que
alteram 0 consumo (temperatura, principalmente) pod em ser facilmente detectadas
com 0 manejo alimentar efetuado com bandejas. 0 manejo da alimentayao atraves
de bandejas, minimiza 0 desperdicio de rac;:io, melhorando os indices de conversao
alimentar e a saude do ambiente de cultivo.
As bandejas sao dispostos nos diferentes pontos do viveiro, numa rela9ao de
20 a 40 unidades por hectare.
As quantidades sao determinadas pelo consumo, verificaso a cada
alimenta<;ao que e realizada duas a tres vezes ao dia (ABCC, 2002).
A falta de uma dieta equilibrada adequada para as especies nativas, continua
sendo e, devera ser por algum tempo, 0 maior empecilho para 0 crescimento e 0
sucesso desta atividade no sui do Brasil (AGOINDICADOR, 2002).
10
7 BIOMETRIA
o cresci menta do camarno e acompanhado atraves de biometrias. No inicio,
ate 45 dias, 0 parametro mais utilizado e 0 comprimento ern centimetros. Assim que
as camar6ezinhos possam ser pesados, este parnmetro passa a ser a principal fator
de avaliac;:ao do crescimento.
o ganho de peso em gramas, par semana, da uma ideia precisa do
andamento do cultivo. Urn ganho de 1,0 grama par semana e considerado muito
born. E 6timo quando 0 camarao cresce de 1,0 a 1,5 gramas par semana. Quando a
ganho de peso semanal for inferior a 0,5, entao uma serie de providencias
precisarao ser tamadas, como aumentar a renovacyao, fertilizar a agua, verificar a
alimenta,ao, etc. Inclusive, dependendo do estagio do cultivo, pode ser necessaria
despescar viveiro, total au parcialmente. Ressalva-se as condic;oes de baixa
temperatura, quando ocorre uma diminui9aO da taxa de cresci menta (COSTA, 1999).
11
8 DESPESCA OU COLHEITA
8.1 MANEJO
Os camarOes s:to despescados de acordo com 0 mercado, normal mente com
10 a 16 gramas. A despesca e sempre realizada a tardinha ou a noite quando os
camarOes estc'3o se movimentando no viveiro e as temperaturas sao mais amenas
(COSTA,1999).
o viveiro e rebaixado com antecedencia e a coleta e feita na comporta com a
passagem da agua que esta saindo do viveiro. Os camarces coletados nas redes de
espera, sao imersos, em seguida, a agua gelada em torna de 3 a 5°C, par alguns
minutos. 0 camarac marre imediatamente, paralisando tode seu sistema enzimatico,
favorecendo a conservayAo e 0 aspecto do camarac para 0 mercado. Em seguida,
sao colocados em caixas plasticas com gelo para transporte. Os camarOes sao
transportados frescos ate 0 mercado consumidor au podem ser industrializados
8.2 MERCADO
Os camaroes de cultivo apresentam boa qualidade para serem beneficiados
na industria, agregando valor ao produto ou para serem vendidos congelados.
A maior parte (90%) do camarno produzido no Brasil e exportado para Europa
e Estados Unidos. 0 mercado americana tern preferencia por anima is sem cabega,
ja 0 mercado europeu prefere com cabega. E importante destacar que 0 animal
perde 40% do seu peso ap6s a relirada da cabeya ou cefalot6rax. No Brasil,
entretanto, 0 mercado tern grande prefen!mcia par camaroes frescos, conservados
apenas em gelo, 0 que e uma grande vantagem para as produtores da regiao sui,
mais pr6ximos dos grandes centros de consumos(ANUALPEC, 2002)
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9 DOENCAS
As enferrnidades representam urn risco potencial a queda de prodU9aOnas
fazendas de cultivo. Sao diversos as exemplos de paises que tiveram queda
significativa na sua produc;:ao devido ao surgimento de enfermidactes, como par
exemplo TaHandia e equador. Dentre as agentes patogi!micos mais preocupantes,
destacam·se as bacte-rias, as virus e as riquetzias. Entre estes, as virus sao as mais
preocupantes, porque podem ocasionar grande perda de produ9ao.
Ha uma inter-relayao importante entre 0 manejo da qualidade da agua e da
alimentac;ao e a patogeno. Animais desnutridos e nurn ambiente com baixa
qualidade de agua sao mais vulneraveis a doen9as.
A introduyao de enfermidades ex6ticas em regiOes produtoras se da atraves
do transporte de animais vivos (p6s-larvas ou adultos), camaroes infectados de
regiOes contaminadas au adquiridos pela industria para beneficiamento. Desta
forma, deve·se ter criterios muitos serios nos protocolos de introduyao de especies
em regiOesprodutoras (AGROINDICADOR, 2002)
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10 DESENVOLVIMENTO DE UM PLANO DE NEGOCIO
Quanto mais se conhecer as custos de produyao do camarao, mais facil sera
reduzi-Ios. Sua analise devera identificar as itens mais relevantes, as que deverao
ser prioritariamente trabalhados, os de menor importancia e os que tendem a
aumentar sua participagM no c6mputo geral (ANUALPEC. 2002).
Os custos de produc;ao sao estimativas baseadas nas estruturas de custo
toatl adotadas no metoda convencional. Compoem-se de todos as itens que entram
direta ou indiretamente na engorda do camara.o. Teoricamente, seus componentes
sao classificados em custos de implantayao, custos fixos e custos variaveis.
Representam urn referencial, como se todas as etapas do processo de
engorda fossem efetuadas no periodo, compreendendo todos as itens, desde a
implantagao da fazenda ate a despesca do camarno (ANUALPEC, 2002).
10.1 COMPONENTES DOS CUSTOS DE IMPLANTA<;:Ao:
Valor da Terra: Corresponde ao prec;o de mercado da terra de varzea
sistematizada praticado na regiao de Laguna.
Gastos iniciais: Sao os 9astos com a elaboraC;ao do projeto, a levantamento
topogratico e as licengas.
,. Maquinas e equipamentos: Valores correspondentes a aquisigao de um
microtrator com carreta, utilizado para transporte interno, equipamentos utilizados
para aeratyao, alimentac;ao, despesca e coleta e analise de amostras.
Infra-estrutura: Gastos efetuados na aquisigao e construgao do galpao de
armazenagem e estadia, da estac;ao de bombeamento, das comportas, cercas,
impermeabilizac;ao dos viveiros, redes e instalaC;Oes eh~tricas.
14
,. Servi~os para irnplanta930 des viveiros: Correspondem ao valor ga5to
com a contrata(fao de servi90s para a construc;ao de canais, taludes e outras areas
da fazenda.
10.2 COMPONENTES DOS CUSTOS DE PRODU~AO
10.2.1 Custos VariilVeis (CV)
sao todos os custos que variam em propon;;:ao a quantidade produzida em urn
cicio produtivo (quando nao existe produ,ao. 0 custo variavel e zero). Sao
compostos pelos seguintes itens (ANUALPEC, 2002)
Insumos: Valor dos bens utilizados (despendidos) durante 0 cicio de engorda, por
unidade de area (hestane).
Mao-de-obra: Valor da mao-de-obra contratada (diaria do trabalhador rural),
expressa em dia-homem para cada atividade realizada no cicio.
Servi90s mecanicos: Valor gasto com aluguel de trator para servi90s na
propriedade (valor da hora-trator), levantando rnensalmente nas diversas regiOes do
estado, e valores calculados mensalmente conforme custo de mecanizayao agricola
calculado pelo Instituto Cepa/SC.
Outras Oespesas: Valores destin ados a despesas nao contempladas em Qutros
itens, como materias de escrit6rio, ferramentas e outras despesas do administrador.
Oestina-se a outras despesas 1% dos gastos com insumos, mao-de-obra e serviyos
mecanicos.
Custos financeiros: s~o os encargos financeiros incidentes sobre 0 capital
circulante (custo variavel). 0 tempo de utilizayao efetiva do recurso e determinado
pelo cicio da produ,ao (tempo que vai desde a prepara9aO dos viveiros ate a
comercializayao da prodU9aO). A taxa de juros para 0 credito rural e estipulada de
acordo com as norm as do Banco Central. A corre9ao monetaria nao e considerada,
pois 0 custo e calculado como se todas as eta pas da produ.yao ocorressem no meso
15
Despesas de comercializa930: sao os gastos com a Previd~ncia Social,
calculados pela aplica9ao da taxa estipulada pelo Instituto Nacional do Seguro
Social- INSS - sobre 0 valor da Produ9aocomercializada.
10.2.2 Custos Fixos (CF)
sao todos os custos que incorrem sobre a propriedade, independentemente de
haver au nao produC;ao, compostos pelos seguintes itens:
Manuteny30 de benfeitorias: Oespesas com a manutenc;ao das instalac;Oes
diretamente relacionadas com a prodU9aO.0 valor estipulado para estas despesas ede 1% do valor dos ga5t05 na imptantac;ao dos viveiros e infra-estrutura da fazenda.
Oepreciay30: Valor de reserva contabil destinado a reposiC;ao dos bens de long a
durabilidade, inutilizados pelo desgaste lisico ou por inovayOes tecnol6gicas. Sao
depreciados m;;quinas e equipamentos utilizados ao longo do cicio produtivo e a
infra-estrutura do viveiro, de acordo com a vida util do bern. Para 0 calculo deste
valor utiliza-se a seguinte formula:
Impostos e taxas: Valor correspondente ao ITR - Imposto Territorial Rural -,
aplicado sobre 0 valor da terra (total de hectares da lazenda). 0 valor da terra de
v;;rzea sistematizada e lornecido pelo Instituto Cepa/SC no levantamento mensaI
realizado na regiao Sui do Estado.
Remunerat;tao do capital fixe: Este valor corresponde ao retorno financeiro do
capital investido na implantac;ao da infra-estrutura, maquinas e equipamentos.
Optou-se par remunerar este capital a uma taxa de 6% aa ana (taxa usada na
poupanya). A correyao monetaria nao e utilizada porque, para 0 calculo do custo de
produyao, considera-se uma taxa de remunera9ao desse capital de 3% ao ano. Aqui
tambem a COrre9aOmonetaria nao e utilizada.
16
Maa-de-obra fixa: Correspondente as despesas com salarios de urn auxiliar de
administrat;:8oe a contabilidade do empreendimento, remunerados nos pad roes de
mercado da regiao.
Remunera<;ao da terra: Com base no conceito do custo de oportunidade e
considerando que a terra e um capital imobilizado, de pouca liquidez no mercado,
consideramos uma taxa de remunera<;ao desse capital de 3% ao ano. Aqui tambem
a corre,80 e monetaria.
Com rela91io aos custos de implanta,M, 0 valor da terra depende da sua
localiza9~o.Terras pr6ximas a regiOes turisticas sao mais valorizadas. Da mesmaforma, em p610sde cultivo jil existentes a tendl!ncia de pre,o e de alta.
Na construC(8o,a parte mais onerosa e representada pela movimentac;ao de
terras - realizada par escavadeiras, tratores-esteira, etc.Quanta aos custos de prodw;80, a ordem segue de mais para menes - ra9aO,
pes-larvas, eletricidade e m1io-de-abra. Destaque especial deve ser dado a rayao,
que representa hoje, de 50 a 60% das custas de produ,1io (AGROINDICADOR,
2002).
FIGURA 2 - FAZENDA EXPERIMENTAL YAKULT/BARRA DO SUL -
JOINVILLEISC.
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11 CONCLUSAO
Este ramo de atividade tern urn investimento inicial relativamente alto, a
come9ar pelo pre90 da terra que e elevado. Algumas areas antes destinadas II
pecuaria extensiva, hoje disputadas pela carcinicultura, tiveram uma valorizagao
superior a 2.000% nos ultimos anos. A preparagao da infra-estrutura e a aquisi9aO
de equipamentos tambem requerem altos investimentos.
Todos estes 9a5t05 sao compensados com uma boa rentabilidade financeira
quando comparamos com as de Qutros rames do agroneg6cio.
Porem, as fazendas de camarao devem ser planejadas para urn sistema de
prodUl;:to menes agressivo ande a sustentabilidade, tanto do meio ambiente, quanta
da propria produc;ao seja definitiva. 0 desenvolvimenlo desordenado do cullivo de
camaroes pode promover a degradac;ao de areas de manguezais, salinizagao de
areas de agricullura e a populagao org~nica de estuarios.
18
REFERENCIAS
AGROINDICADOR: indieadores para a agrieultura eatarinense. Florianopolis:
Instituto Cepa/SC, v. 3, n. I, 2002.
ANUALPEC. sao Paulo: FNP Consultoria & Comereio, 2002.
COSTA, Sergio W.; Andreatta, Edemar R.: Grumann, Astor. Programa de
desenvolvimento do cultivo de camar6es marinhos em Santa Catarina.
Florianopolis: Epagri, 1999. Hp.
Rocha, Itamar de P. I"terasses contrariados estiio motivando campanha contra
o crescimento do camarao cultivado no Brasil. JoAo Pessoa: ABCC, 2002.
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
Faculdade de Ciencias Biologicas e da Saude
Curso de Medicina Veterinaria
TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO(T.C.C.)
iris Manuela Lins Bueno
CuritibaDezembroJ2004
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
Faculdade de Ciencias Biologicas e da Saude
Curso de Medicina Veterinaria
TRABALHO DE CONCLUsAo DE CURSO(T.C.C.)
CuritibaDezembro/2004
ReitorProf" Luiz Guilherme Rangel Santos
Pro-Reitor AdministrativoSr. Carlos Eduardo Rangel Santos
Pro-Reitora AcademicaProf" Carmen Luiza da Silva
Pro-Reitar de PlanejamentaSr. Afonso Celso Rangel dos Santos
Pro-Reitara de Pos-Gradua~aa, Pesquisa e ExtensaaProf" Elizabeth Tereza Brunini Sbardelini
Secreta rio GeralProf" Joao Henrique Ribas de Lima
Diretar da Faculdade de Ciencias Bialogicas e da SaudeProf" Joao Henrique Faryniuk
Coordenador do Curso de Medicina VeterinariaProf" italo Minardi
Coordenador de Estagio Curricular do Curso de Medicina VeterinariaProf" Sergio Jose Meireles Bronze
Metadalogia CientificaProf' Lucimeris Ruaro Schuta
CAMPUS TORRESAv. Comendador Franco, 1860 - Jardim BotanicoCEP 80.215-090 - Curitiba - PRFane: (41) 331-7600
APRESENTAC;;Ao
Este Trabalho de Conclusao de Curso (T.C.C.) apresentado ao Curso de
Medicina Veterinaria da Faculdade de Ciancias Biol6gicas e da Saude da
Universidade Tuiuti do Parana, como requisito parcial para a obten<;:ao do titulo de
Medico Veterinario e composto de urn Relatorio de Estigio, no qual sao descritas
as atividades realizadas dllrante a periodo de 16/08 a 10/10/2004. periodo este em
que estive no Laborat6rio de Camaroes Marinhos da Universidade Federal de Santa
Catarina, localizada no municipio de Florian6polis, cumprindo estagio curricular etambem de uma Monografia que versa sobre 0 tema: "CultivQ de CamarOes
Marinhos em Viveiros~
iii
AGRADECIMENTOS
Agrade90 a Deus por ter me dado a oportunidade de estar concluindo mais
uma etapa de minha vida.
A minha familia que me deu apoio quando precisei, durante todos estes anos
de faculdade, em especial aos meus pais Carlos Bueno e Maria Jose.
Ao meu namorado, Jefferson, que sempre esteve ao meu lado durante 0
periodo de faculdade e estagio.
Ao meu orientador e amigo Paulo Nocera, 0 meu multo obrigada.
Aos professores que me passaram seus conhecimentos, alem de terem S8
tornado grandes amigos.
E a todos aqueles que de alguma forma contribuiram para a realizaC;ao de
mais uma etapa de minha vida.
iv
iris Manuela Lins Bueno
RELATORIO DE ESTAGIO CURRICULAR
Relat6rio de Estagio Curricular apresentado ao Curso deMedicina Veterinaria dOl Faculdade de Ci~ncias Biol6gicase da Satide da Universidade Tuiuti do Parana, comorequisite parcial para obtencao do titulo de MedicoVeterinario.
Professor Orientador: Dr. Paulo Nocera
Orientador Profissional: Dra. Daniela G. S. Maggioni
CuritioaDezembro/2004
SUMARIO
LlSTA DE FIGURAS . iv
LlSTA DE TABELA .
RESUMO ...
INTRODU~AO
2 DESCRI~Ao DO LOCAL DO ESTAGIO............ ..•
vi
3 SETORES DO LCM ..
4 CULTIVO DE MICROALGAS .
2
3
4
64.1 ROTINAS DIARIAS NO SETOR DE MICROALGAS ..
4.2 ESTRUTURA DO LABORAT6RI0 DE CULTIVO DE ALGAS
4.3 PRODU~Ao NO CUL TIVO MASSIVO ..
4.4 MEIOS DE CUL TURA..
4.5 OPERA~AO DAAUTOCLAVE ..
4.6 SOLUc;:Ao DE NUTRIENTES PARA 0 CUL TIVO MASSIVO ..
4.6.1 Soluc;ao Principal..
10
10
12
13
13
134.6.2 Soluc;:aode Silicato .
4.6.3 Soluc;:aode Cloreto Ferrico 13
4.7 AVAlIAC;:AO DO CRESCIMENTO ALGAL.. 14
4.7.1 Procedimentos para contagem.. 14
4.8 CALCULO DE BOMBEAMENTO PARA 0 SETOR DE LARVICULTURA.. 15
4.8.1 Calculo do volume de cultura a ser bombeado.. 15
5 MATURA~Ao.. 16
5.1 ROTINA DIARIA DO SETOR DE MATURAc;:Ao.. 16
5.2 ABLAc;:Ao DAS F~MEAS.. 17
5.2.1 Separac;:ao de machos e femeas em gaiolas.. 17
5.2.2 Incisao e retirada do pedunculo ocular unilateral das f~meas.. 17
5.2.3 Devoluc;:M das f~meas para 0 tanque.. 17
5.3 ALiMENTAC;:AO.. 18
5.4 CALCULO INICIAL DO ARRO<;:OAMENTO DE CAMAROES ..
5.4.1 Dieta ..
5.4.2 Exemplo de calculo ..
5.5 FORMULA<;:AO DA RA<;:AO ..
5.5.1 Quantidade de ra9~0 ..
5.5.2 Modo de Preparo ....
6 LARVICULTURA ..
6.1 ROTINA DIARIA DA LARVICULTURA........ .
6.2 HORARIOS DE ALiMENTA<;:AO NA LARVICUL TURA ...
6.3 ART~MIAS ..
6.4 ESTADIOS DE VIDA DA ART~MIA ..
6.5 MANEJO PARA OBTEN<;:AO DE ART~MIA .............................•..
6.6 CONTROLE SANITARIO 27
6.7 UTILlZA<;:AO DE PROBI6TICO ...............•........ 28
6.7.1 Dosagem recomendada de probi6tico.. 28
6.7.2 Cuidados durante a hidrata,,~o.. 29
7 BERCARIOS........ 30
7.1 ROTINA DIARIA DO BER<;:ARIO.. 31
7.1.1 Alimenta,,~o com ra~o de 2 em 2 horas.. 31
7.2 FERTILlZAc;:AO DOS BER<;:ARIOS. 32
8 CONCLUsAo.. 33
9 REFERENCIAS ..
iii
19
19
19
19
19
20
21
23
24
25
25
26
34
LlSTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - SALA DE CUL TIVO INTERMEDIARIO ..
FIGURA 2 - CEPARIO.. 8
FIGURA 3 - SALA DE CUL TIVO MASSIVO... 9
FIGURA 4 - NAuPLIOS 18
FIGURA 5 - RAC;Ao INDO PARA ESTUFA 20
FIGURA 6 - PROTOZOEA . 2122
22
242530
FIGURA 7 - MISSIS ..
FIGURA 8 - POS-LARVA ...
FIGURA 9 - CONTAGEM DO RESIDUAL DE ALGAS ...
FIGURA 10 - TANOUE DE ART~MIA EM FASE DE ECLOSAO .
FIGURA 11 - TANOUES PREPARADOS PARA DESPESCA ...
iv
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 - PRODU~AO NO CUL TIVO MASSIVO... 10
QUADRO 2-S0LU~AO DE NITRATO.... 11QUADRO 3 - SOLU~AO DE FOSFATO.. 11QUADRO 4 - SOLU~AO DE SILICATO... . 11QUADRO 5 - SOLU~AO DE TRIS.. 11QUADRO 6 - SOLU~AO DE TRA~OS DE METAlS 12
QUADRO 7 -SOLU~AO PRINCIPAL... 13
QUADRO 8 - SOLu~AO DE CLORETO Ft:RRICO... 13
QUADRO 9 - PREPARA~Ao DO MEIO DE CULTURA... 13
QUADRO 10 - ALiMENTA~AO DOS REPRODUTORES... 18
QUADRO 11 - ALiMENTA~AO DAS paS-LARVAS NA LARVICULTURA... 24
QUADRO 12 - PROBlaTICO PREVENTIVO... 28
QUADRO 13 -PROBlaTICO REMEDIADOR.. 28
QUADRO 14 - ALiMENTA~AO DE PL·S DO BER~ARIO 30
RESUMO
o estagia curricular de que trata 0 presente relat6rio, foi desenvolvido em urnlaboratorio de Camaroes Marinhos, que fornece pas-larvas de camarae aosprodutores, contribuindo para 0 desenvolvimento do cultivo de camaroes marinhosatraves do fomento, da gera«';:8o e da transfer~ncia de conhecimento tecnol6gico,visando a melhoria da qualidade de vida.Ainda tern a participac;:ao no ProgramaEstadual para 0 Desenvolvimento do Cultivo de Camaraes Marinhos, contando aindacom a participa9'io da EPAGRI, Ministerio da Agricultura, CIDASC, FATMA, IBAMA,IPHAN, CASAN, Associa9'io de Prodlltores e Prefeituras. 0 LCM no ambito doPrograma Estadual, alem das a<;Oesde pesquisa, planejamento, treinamento depessoal em todos os nlveis e formula9'io de projetos, ficou responsavel pelaproduC;80 de pas-larvas na primeira fase de desenvolvimento da industria. 0crescimento da atividade no estado propiciou urn campo favortlvel para a cria<;ao denovas laboratorios de reprodutyBo pela iniciativa privada. Com tudo, tive aoportunidade de realizar 0 estagio no primeiro laborat6rio de prodw;a.o a receber 0
Certificado ISSO 14001, tendo total seguran<;ade que 0 que aprendi e operado deforma ambientalmente correta.
Palavras-chave: abla<;ao,diatomacea, aclimata9'io,
vi
INTRODU<;:AO
o estagio curricular foi realizado no laboratorio de CamarOes Marinhos daUniversidade Federal de Santa Catarina.
o estagio teve a durayao de 320 horas (8 horasf dial e foi supervisionado pela
Medica Veteriniuia, chefe do setor de matura~ao, Ora. Daniela Gonyalves Soares
Maggioni, e orientado pelo prof.° Dr. Paulo Nocera, professor da Universidade Tuiuti
do Parana.
o objetivo foi realizar tarefas sob orientayao da medica veterinaria
responsavel, como forma de coloear em priMicaos conhecimentos obtidos durante 0
curs~ de gradua(f8o realizado na Universidade.
o sistema de trabalho que foi observado consiste em seta res de urn
laboratario produ9ao de camaraes marinhos, (microalgas, matura9i!o, larvicultura e
berc;ario), com a missao de contribuir para 0 desenvolvimento do cultivo atraves do
fomento, da gerayao e da transfer~ncia de conhecimento tecnolagico.
2 LOCAL DE ESTAGIO
o Laborat6rio de CamarOes Marinhos (LCM) da Universidade Federal de
Santa Catarina, situa-se na rua Beco dos Coroas, (fundos), na Barra da Lagoa -
Florianepolis - Santa Catarina - Brasil.
Idealizado para promover 0 desenvolvimento do cultivo de camarOes
marinhos na regiao sui do Brasil, a construt;;aO do LMC iniciou em novembro de 1983
tendo sido inaugurado em 5 de janeiro de 1985. Em 1984 a UFSC iniciou as
pesquisas com reproduc;:!Io e cultivo das especies nativas. Durante 17 anos dedicou-
se ao desenvolvimento de tecnoiogia para reproduyao e cultivo das especies nativas
P. schimitti e P. paulansis, que, apesar dos 6timos resultados na reprodu9l!0, em
escala camerdal nao foram competitivos nas fazendas de produC;ao. Durante esseperiocto, grande parte do potencial do laborat6rio foi usada para programas socia is,
atraves de repovoamento de Lagos Costeiras (entre os anos de 1991 a 1997).
Com 0 intuito de viabilizar a atividade de carcinicultura em Santa Catarina, no
segundo semestre de 1998, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a
Empresa de Pesquisa Agropecuaria e Extenslio Rural de Estado de Santa Catarina
(EPAGRI) foram responsaveis pela introdu9l\o da especie Litopanaeus vannamei
nas fazendas existentes no Estado. Em razao do excelente desempenho nas
fazendas de cultivo, a introdu9ao da especie Litopenaeus. vannamei exigiu do LMC
a amplia9l\o da produ9lio, com capacidade instalada para produzir 60 milhOes de
p6s-larvas por meso
Atualmente a responsabilidade e a tecnologia de produ9l\o de pes-larvas
estao sendo repassadas para 0 setor produtivo e as prioridades do LMC ser::io
direcionadas para a Produ9M, pesquisa, treinamento, planejamento e extenslio.
o estagio foi desenvolvido no periodo de 16 de agosto a 10 de outubro do
ana de 2004, num total de 320 horas, supervisionado pela Medica Veterinaria Ora.
Daniela G. Soares Maggioni.
3 SETORES DO LCM
As atividades desenvolvidas no peri ado do estagio foram realizadas nos
seguintes setores:
Microalgas
Matura9ao
Larvicultura
Ber9ario
4
4 CUL TIVO DE MICROALGAS
As microalgas sao componentes essen cia is na dieta das larvas dos camarOes
Litopenaells vanname; cultivados no Laboratorio de Camaroes Marinhos. Estas nao
somente sao importantes como fonte de alimenta, mas tambem podem auxiliar na
manuten9ao da qualidade da agua do cultivo.
Nutricionalmente, as microalgas sao fontes de macronutrientes (proteinas,
lipideos, carboidratos), vitaminas e elementos-trac;:o. sao ainda ricas em pigmentos,
como astaxantina, clorofila e ficocianina, que sao importantes para peixes e
camarOes.
As microalgas marinhas constituem a principal fonle de alimento para as
larvas de camarOes em suas primeiras eta pas de vida. 0 exito de urn laborat6rio
comercial de prodU9aO de pas-larvas depende da obten9aO e da prodU9aO em larga
escala de especies algas que satisfayam as requerimentos nutricionais desses
animais.
A escolha de determinada especie algal esta baseada principalillente nos
seguintes pontos:
Valor nutricional (tal11anho celular, composi91io bioquimica, digestibilidade)
adequada pra a especie cultivada;
Nas facilidades que permitem 0 seu cultivo em larga escala;
No LCM, as especies alga is cultivadas. hoje. sao:
Chaetoceros mulleri - e urna diatomacea rnarinha, esta e a especie mais
cultivada no laborat6rio supracitado, devido as suas facilidades de cultivo
em qualquer escala de produ9ao e sobre condi90es diversas.
Tha/assiosira fluviati/is - tambem e urna diatomacea marinha, esta
microalga apresenta elevadas concentraC;Oes celulares de carboidratos,
lipidios e proteinas, apresentando urn alto valor nutricional para as larvas
de camarao. Porem 0 cultivo intensivo e em grande escala torna -S8
problematico, por isso ela e menos usada do que a rnicroalga do genero
Chaetoceros.
De uma maneira geral, 0 laborat6rio de cultivo de microalgas do LCM, busca
alcanyar a maior densidade celular no menor tempo passive I e com baixQs custos de
produ9ao.
o tipo de cultivo de microalgas realizado no laborat6rio e 0 cultivo batch ou
estacionsuio, usado para Chaetoceros sp e Thalassiosira sp. Este consiste
basicamente na transferencia das culturas, antes destas atingirem a fase
estacionaria do cresci mento, para volumes crescentes de agua enriqueclda com
nutrientes.
FIGURA 1 - SALA DE CUL TIVO INTERMEDIARIO
6
4.1 ROTINAS DIARIAS DO SETOR DE MICROALGAS:
,. Faz-se a desinfecC;ao da vidraria e preparamos 0 meio da cultura.
- Atividade realizada 2 vezes por dia.
, Faz-se a repicagem das cepas e inicio da produc;:ao.
- Atividade realizada todos os dias, preferencialmente pela manha.
,. Prepar~ da agua para cultivo intermediario .
.,. Inoculayao cultivo intermediario
- Atividade realizada as 14:00h .
.,. Prepara9ao dos tanques de Produ9i!0 Massiva
A partir das 15:00h as tanques que serno utilizados no dia seguinte devem
ser enchidos com agua salgada e SOlul'ao de Cloro ( 1L de cloro + 4 L
de agua doce);
Na manhi! seguinte as 8:00h. Neutralizar 0 Cloro;
Verificar a elimina9ao do Cloro com kit especifico;
Adicionar solU90es de Nutrientes
Ligar sistema de distribuic;:ao de agua salgada deixando escorrer a agua
recem chegada.
, Inocula9ao do tanque de produ9ao massiva
Atividade realizada pela manha, 0 mais ceda passive I;
Fazer 0 Bombeamento das culturas para 05 tanques de produ~o
massiva;
Antes de iniciar 0 bombeamento, lavar a tubulayao utilizando 100 litros de
agua salgada com 100 ml da solu9i!0 de Cloro. Aguardar 10 minutos e
enxaguar com 200 litros de agua salgada. Este procedimento deve ser
realizado diariamente naqueta sala que sera utilizada;
Ap6s bombeamento lavar tubulal'Oes utilizando 100 litros de agua salgada
com 100 ml da Soluyao de Claro e nao enxaguar, deixando ate 0 dia
seguinte.
Aguardar crescimento das culturas por 3 dias.
,. Qualidade da cultura
Observar 0 aspecto geral das culturas:
Transparencia (nao devem estar esbranquic;adas)
Aust§ncia de odor
Aus~nciade grumos de celulas
Aus~nciade protozoarios (amebas)
;. Se a cultura nao estiver em boas condi¢es ela deve ser descartada
, Em boas condic;:oes: - Cultura Interna
;. As culturas externas de boa qualidade sao encaminhadas aos berc;:arios.
conforme a demanda;
, Contagem das microalgas
Retirar aproxirnadamente 50 ml da cultura microalgal pr6ximo da aeraC;ao;
Contar em Ca.mara de Neubauer;
Anotar densidade celular das culturas e pedido da Larvicultura;
Passar 0 restante das culturas para os tanques da Sala A-Externa,
anotando nos formularios.
Anotar densidade celular das culturas e pedido de larvicultura;
Bombeamento para Larvicultura
Antes de iniciar 0 bombeamento, lavar tubulac;i:io utilizando 200 litros de
agua salgada com 200ml da soluC;i:io de cloro e nao enxaguar deixando
ate 0 dia seguinte .
., Limpeza e desinfecC;ao dos tanques de produC;ao massiva
Limpar os tanques imediatamente apos 0 esvaziamento, deixando-os
prontos para serem utilizados;
Limpar e esterilizamos sistema de distribui9~0de agua;
Esvaziar lixeiras as segundas e Sexta-feira.
8
4.2 ESTRUTURA DO LABORAT6RI0 DE CUL TIVO DE MICROALGAS.
o laboral6rio e consliluido por um Cepario. consliluido por uma sala pequena
com paredes pintadas de cor clara. Nas paredes, estao dispostas prateleiras, a fim
de acomodar os frascos e luminarias (Iampadas fluorescenles), disposlas
paralelamente, a tim de iluminar as frascos de cultura. A temperatura e mantida
constante com a ajuda de urn ar-condicionado. Neste setor, todo material utilizandodeve ser previamente esterilizado e circulac;ao restrita as pessoas que manipulam asculturas.
No cepario sao mantidas as cepas de diversas especies em cultivo unialgal
em tubas de ensaio. As cepas utilizadas para 0 cultivo em maior e5eala saosubmelidas diariamenle, a uma diluigao ale 10-8 de um lubo para 0 oulro, relirando-
se 1ml de cad a tubo iniciando-se pela cepa mae. Esle melodo e ulilizado para
manter as culturas sempre em fase exponenclal de crescimento. Diariamente sao
feitas as repicagens, ou seja, cultivos em volumes crescentes de 300m], 600ml e
1.21.
FIGURA 2: CEPARIO
As culturas com volumes de 1,2L sao transferidas 48 horas depois para 0
setor de produ«i!o intermediario (cultivos de microalgas em sacos plasticos de 100L),
mantido sob as mesmas condil'Oes do cepario (temperatura, iluminal'ao, aera«i!o
constante). Estas culturas em sacos plasticos servirao de in6culo pra os tanques de
prodw;:ao em larga escala. Antes de receber as algas, as sacos plasticos sao
esterilizados com 100ml de cloro (24 horas antes de ser inoculado) e 24 horas
depois coloca-se 100ml de tiossulfato para neutralizar 0 cloro. Ap6s a neutralizal'ao
dos sacos, estes sao fertilizados (65ml de nitrato, 65ml de fosfato e 100ml de
silicato) para depois receberem a cultura algal completando 0 volume com agua do
mar filtrada. Ap6s 48 horas depois da inoculal'ao de um saco, este ja pode ser
transferido par bombas para as salas com tanques de cultivo em larga escala.
o LCM, conta com Tres salas (A,S e C) cobertas para 0 cultivo de microalgas
em larga escala e mais 6 tanques nao cobertos (externos). Nesses tanques sao
feitas fertilizal'Oes diarias para promover 0 "'xito do crescimento e reprodu«i!o algal.
Os fertilizantes sao: solul'ao principal de ureia e fosfato de s6dio monobasico, cioreto
de ferro e silicato (apenas para diatomaceas). As devidas quantidades dependem do
volume do tanque.
FIGURA 3 - SALA DE CULTIVO MASSIVO
10
4.3 PRODU<;AONO CULTIVO MASSIVO
QUADRO 1: PRODU<;AONO CULTIVO MASSIVO
Sala de Sala A Sala B Sala C Sala E
Producao
Especie
'CCA 6 Iq de 2.500L 5 Iq de 4.000L Tq de 4.000L
2 sacos/tq) (3 sacos/lq) (3 sacos/tq)
Iq de 5.000L [16 sacos] [16 sacos]
(3 sacos)
[16 sacos]
"TFL 1 Iq de 2.500L 2 Iq de 4.000L 2 Iq de 4.000 L
(2 sacoS/lq) (3 sacosllq) (3 sacos/lq)
1 Iq de 5.000L [6 sacos] [6 sacos]
(4 sacos/lq)
[6 sacos]
N.o Sacos 22 22 22
N.'Tq - 9 Iqs - 27,5 T 71qs=28T 7 Iqs - 28 T
volume
•C/laetoceros mullen
•.•.Thalassiosira fluviatilis
Ap6s as culluras atingirem a densidade eelular propria para a alimenla9'lo das
larvas de camarao, sao bombeadas para 0 selor de larvicuitura.
4.4 MEIOS DE CULTURAS:
Os meios de cultura sao empregados para promover 0 crescimento e a
reprodu9ao de microalgas. 0 meio ulilizado com LMC e 0 semi-definido do Iipo
GUILLARD modificado que consla de agua do mar fillrada enriquecida com
substancias organicas e inorganicas de composi9ao conhecida como nitrato, fosfato,
tris e silicato.
11
QUADRO 2: SOLU<;AO DE NITRATO.
1,0 L 10,0 L
-NaNo, 150,0 9 1.500,0 9 ('I
-FeCI, . 6H,O 5,0 9 80,Og
-EDTA 10,0 9 100,0 9 ,<,- Solul'ao Tral'O de Metais 2,0 ml (de cada solul'ao) 20,Oml
-Agua destilada 1,0 L 10,0 L
(1) - Usar N(trato do balde (saco)
(2) - Usar EDTA do balde (sa co)
QUADRO 3: SOLU<;AO DE FOSFATO.
1,0 L 10,0 L
-NaH,PO, H2O 16,Og 160,0 9 ",
-Citonerium 5000 (na
semana do estagio foi 1 ampola 0,6
utilizada Vitamin a B-12 no
lugar deste)
-Agua destilada 1,0 L 10,0 L
(1) - Usar Fosfato do balde (saco)
QUADRO 4: SOLU<;Ao DE SILICATO
1,0 L 10,0 L
- Silicato de s6dio (H-300) 80,0 9 800,0 9
- Agua destilada 1,0 L 10,0 L
QUADRO 5: SOLU<;AO DE TRIS
-TRIS (Hidroximetil aminometano) 90,0 9
- HCI comercial 60,Oml
- Agua destilada 850,0 ml
12
QUADRO 6: SOLu<;Ao DE TRA<;OS DE METAlS
-ZnCI, . 7H,O 1,6S9
-CoCI,. 6H,O 1,SO9
-(NH.), M070" .4H,O 0,60 9
-CuSo,. SH20 1,47 9
-MnCI.6H,O 1S0,0ml
Manter cada soluyao em geladeira, em frasco escuro ou coberto com papel
aluminio. Estas solu,ces somente sao empregadas para elaborayao da Soluyao de
Nitrato.
Ap6s a preparal(ao do meio, este e colocado em uma autoclave paraesterilizaC;ao durante 30 minutos.
4.S OPERA<;AO DAAUTOCLAVE.
Verificar e completar 0 nivel da agua (devendo cobrir as resistlmcias e nao
encostar no funda dos frascos):
Dispor material (frascos com meio de cultura e pipetas) na Autoclave;
Fechar a tampa e ligar 0 equipamento no aquecimento maximo; sempre
mantendo a valvula de respiro aberta;
Aguardar 0 inicio do gotejamento pela valvula de respiro, fechando a
valvula imediatamente ap6s 0 inicio da saida do vapor;
Aguardamos 0 man6metro alcanyar 12S·C e pressao de 1,3 Kgf/cm'.
Dura9M media de 3 min;
Desligar 0 aparelho e liga-se 0 mesmo novamente.
Aguardar 0 manometro chegar a 100·C e OKgf/cm', somente abrir 0
equipamento uma hora depois;
Abrir 0 registro de saida e drenar totalmente a aQua;Com auxilio de uma esponja, limpar as paredes internas do equipamento;
Enxaguar com agua doce, drenando toda agua suja;
13
4.6 SOLUC;AODE NUTRIENTES PARA CULTIVO MASSIVO
Meio F/2 (GUILLARD) modificado, empregado em culturas com volume entre1.000 e 10.000 litros.
4.6.1 Solu9aOPrincipal
QUADRO 7: SOLUC;Ao PRINCIPAL
Nitrato de S6dio 800,Og(grau teenico ou industrial)
Fosfato de S6dio Monobasico 100,Og(grau teenico ou industrial)
Agua destilada ou de torneira 10,0 L
4.6.2 SolU9aOde Silieato
Silicato de S6dio H-300 (produto comercial fabricado por QUIMIDROL - AS,
com tear de 46% de Na,SiO, segundo fabricante). Diluir em agua doce antes de
adicionar ao Meio de Cultura.
4.6.3 SolU9aOde Cloreto Ferrieo
QUADRO 8: SOLUC;AODE CLORETO F~RRICO
I FeCI, . 5H,O 40,0 9
1,0 L
QUADRO 9 : PREPARAC;Ao DO MEIO DE CULTURA
Solu~oes 1.000L 2.500 L 4.000 L 5.000 L 10000L
Solu~ao principal 1 L 2,5 L 4L 5L 10 L
Solu~ao de Cloreto 40ml 100ml 160ml 200 ml 400ml
Fe:!rrico
Silicato'" 30 ml 75 ml 120ml 150 ml 300 ml
(1)Somente para dlatomaceas
14
4.7 AVALlN;AO DO CRESCIMENTO ALGAL
Diariamente e feita a contagem direta de microalgas para determinar a
densidade eelular e uma inspec;aovisual do estado das eelulas e de uma possivel
contamina<;:ao microbiana da cultura.
Os materiais empregados para essa avalia<;aosao:
microscopia aptico;
camara de Neubauer;
pipeta Pasteur;SoluC;aode Lugo!.
4.7.1 Proeedimentos para eontagem:
Toma-se amostras das culturas;
Para eelulas moveis sao adieionadas duas a tr~s gotas da soluC;aode
Lugol alim de lixa-Ias; quando ha lalta de Lugo!. substitu-se por aleool
etilico;
Montamos a camara aderindo a laminula a Ia.mina;
Homogeinizamos a amostra com a pipeta Pasteur;
Torna-5e urna quantidade pequena da amostra e preenche urn reticula da
camara de cada vez;
Para Chaetoceros, eontam-se todas as celulas que se encontram nos quatroquadrados extremos da camara, num aumento de 400x. Apes terminar a contagem,
divide-se 0 resultado obtido por 4, e obtem-se a eoneentrac;aoda eultura (eel/mil.
Para Tha/assiosira, eontam-se as nove quadrados da camara em urn aumento
de 100 a 200x, pois essas eelulas sao maiores que as eelulas de Chae/oeeros, por
isso nao precisa usar um aumento maior. Depois divide~se 0 resultado obtido par 9,
e obtem-se a coneentrac;aoda eultura (eel/ml)
15
4.8 CALCULO DO BOMBEAMENTO PARA 0 SETOR DE LARVICUL TURA
Oblemos 0 cardapio do selor de larvicullura;
Calculamos bombeamenlo para cada tanque de larvicullura aplicando as
formulas;Anotamos em formula rio pr6prio a distribui9ao par tempo, conforme a
vazao;
Passamos 0 formulMo para 0 funciom\rio responsavel;
4.8.1 Calculo do volume de cultura a ser bombeado.
v, = C'J..V,
C,
Onde:
V, = volume a ser bombeado
C, = densidade eelular da cultura.
V2 = volume final do tanque de Larvicultura
C2 = densidade celular desejada na larvicultura
Calculo do bombeamento para 0 pr6ximo tanque de larvicultura, quando
sabra cultura no tanque de algas.
Onde:
C,=~V,
V, = volume reslanle no lanque de algas
C, = densidade celular da cullura
V, = volume final do lanque de larvicullura
C2 = densidade celular obtida com 0 resta da cultura
16
MATURA<;Ao
Neste setor, ficam as camaroes reprodutores. Estes sao oriundos de viveirosde engorda da Fazenda Experimental Yakult da Universidade Federal de Santa
Catarina. A fazenda supracitada e povoada com p6s-larvas provenientes do LCM.
Os reprodutores sao escolhidos pelo maior tamanho e com melhor aderencia(nao-machucados, marcados ou manchados). Esses sao transferidos para os
tanques do setor de maturagao do laborat6rio. Neste setor ha viveiros de engorda de
reprodutores e viveiros de desova.Na sala de desova ha 6 tanques. Nesta, as f~meas sao identificadas para ser
feita a ablagao do pedunculo ocular para induzir II desova.
5.1 ROTINA DIARIA DO SETOR DE MATURA<;;AO
;. Desinfec9ao inicial das salas e tanques
;. Recepg80, aclimata980 e manuten91io de matrizes
•••Inspegao da qualidade e estagio de matura9ao das fE!meas e machos
•••Abla9ao das femeas
;. InspeC;ao do esta,gio de matura9ao e copula das femeas
, Limpeza dos tanques de matrizes
.•• Prepara91io dos tanques de desova
,. Transfer~nciadas f~measpara as tanques de desova
,. Desova
17
5.2 ABLA<;AO DAS FtMEAS.
5.2.1 SeparaIYao de machos e f~meas em gaiolas
Esse processo e realizado depois de 1 a 2 semanas de aclimata~o das
matrizes. As femeas e os machos sao separados por sexo em duas gaiolas. 0
numero de f~meas em cada tanque da sala 1 e de 40 e na sala 2, de 60. 0 numero
de machos em cada tanque da sala 1 e de 45 e de 70 em cada tanque da sala 2. 0
que equivale a uma densidade de 6,7 camaraes/m2.
5.2.2 Incisao e retirada do pedunculo ocular unilateral das femeas
Para incisao e retirada de urn dos pedunculos oculares, deve ser selecionado
o olho em pior estado de saude (esbranqui~ado, escurecido, cego ou cm lesoes).
Apes a sele~ao do pedunculo ocular, deve ser aplicado uma pomada a base
de xilocaina e aguardar entre 2 a 4 minutos para a a~ao do anestesico. Entao, faz-se
uma leve incisao com uma lamina de bisturi e expremer tode 0 conteudo ocular
escolhido.
Femea mole (sofreu muda recente) nao ablar.
5.2.3 Devolu~ao das femeas para 0 tanque
Ap6s a incisao e retirada de urn dos pedunculos, as femeas sao
imediatamente liberadas no tanque. A lamina utilizada deve ser descartada apes 0
termino do procedimento.
As femeas copuladas sao transferidas para as tanques de desovas sem
aera~ao, a uma temperatura de 30·C. Ap6s a desova as f"'meas sao removidas para
os tanques de reprodutores para separa-Ios de seus ovos, que ficam sob condi~Oes
de aera~o durante 0 periodo de eclosao.
Apes a eclosao, os nauplios sao coletados por um dreno central sobre 0 qual
incide uma luz. Isto deve -se ao fototropismo dos n;;uplios que sao atraidos pela luz.
Atraves desse metodo e feita uma sele~ao final, uma vez que sao escolhidos apenas
18
os nauplios atraidos pel a luz. Enfim, faz-se a contagem dos nauplios para depoisserem transferidos para 0 setor de larvicultura.
FIGURA 4 : NAuPLIOS
5.3 ALiMENTA<;Ao
A quantidade de alimento varia de acordo com 0 numero e com 0 crescimento
dos reprodutores. 0 alimento e pesado e, posteriormente, Ii dado a lan90 aos
camarOes. A tabela abaixo mostra exemplos do tipo e da quantidade de alimento
fornecido ao longo do dia.
QUADRO 10 ALiMENTA<;AO DOS REPRODUTORES
Hs 23:30h 03:00h 06:45h 10:00h 14:00h 17:30hSala Artemia(g) Ra~ao(g) Ova(g) Marisco(g) Ra~ao(g) Lula(g)
SA 50 Total 50 Total 100 Total 200 Total 60 Total 250 Total
600 600 r.uo 2.400 r-no-13.00
12""""0 0
S. 100 Total 60 Total 150 Total 250 Total 70 Total 300 Total
500 I300 1750 1TsO "350 ~''''PO'
0
Total 1.100 900 1.95 3.650 720 4.50
0 0
5.4 CALCULO INICIAL DE ARRA<;:OAMENTO DE CAMAROES
5.4.1 Dieta
35% Lula e marisco (17:00h)
35% Lula e marisco (03:00h)
10% Artemia (11 :OOh)
10% Ra9aO para reprodutores (14:00h)
10% Ra9aO para reprodutores (23:00h)
5.4.2 Exemplo de calculo:
100 camarOes em um tanque pesando em media 409
arra-;:oarcom 3% da biomassa de camar~o
x = quantidade de materia seca (MS) a ser olerecida entao.
100 x 40 = 4.000 x 3% = 1209 (materia seca)
5.5 FORMULA<;:AO DA RA<;:Ao
5.5.1 Quantidade de ra~o:
6kg de ra9ao farelada Mad-Mac
150ml de lecitina
1OOml de hula
2009 de astaxantina
69 de vitamina C
45g de Ephinol
1159 de gelatina
19
20
5.5.2 Modo de preparo:
Dissolver a gelatina na agua morna e acrescentar a hula, 0 ephinol e a
lecitina. Bater em liqOidificador ate que esteja homogeneo. Acrescentar a vitamina C
e bater novamente.
Dissolver no marisco diluido a astaxantina e a biomassa de Artemia
(previamente diluida em 1L de agua).
Colacar a Mad-Mac em uma bacia e juntar as demais ingredientes. Misturar
manualmente ate que se obtenha uma massa bastante homogenea (semelhante a"massa de pao").
Passar em peletizadora e calocar para secar na estufa (40'C) por no minima 1
hara e 30 minutos (acompanhar a temperatura ambiente, po is pade variar 0 tempo
necessario para secar a rayao) ou ate que os filetes de ra,ao estejam grudandoentre si.
FIGURA 5: RACIIO INDO PARA ESTUFA
6 LARVICUL TURA
21
o processo de larvicultura comeca pelos nauplios, passando pelos tres
estagios de Protozoea, os tres de Misis e as primeiras p6s-larvas ate PLs. Cada cicio
de larvicultura tem uma dura9aO de aproximadamente 20 dias.
A pratica de larvicultura de camaroes marinhos tem demonstrado que a etapalarval dos camaroes requer maior atenr;ao dos cultivadores, sendo a sobreviv~ncia
mais baixa nos primeiros estagios de sua vida. E par i550 que durante as fases de
Protozoea, Misis e primeiras p6s-larvas se oferece aten9aO especial a alimenta9ao,
doeny8s, manejo da agua, assim como a manutengao adequada dos par~metros
fisicos - quimicos do meia.
FIGURA 6: PROTOZOEA
FIGURA 7: MISSIS
FIGURA 8: P6S-LARVA
22
23
6.1 Rotina diaria da larvicultura
.•. Medimos a temperatura de agua dos tanques;
» Contamos das larvas
As larvas dever::io ser contadas diariamente a partir de Protozoea I ate
PL4. Em cad a tanque, contar tres amostras na larvicultura 1 e quatro
amostras na larvicultura 2, retiradas ao longo da linha de aera9ao.
Amostrar com baldinho cheio (minimo 2 litros) na larvicultura1 e com a
jarra cheia (1,4 litros) na larvicultura 2. Usar a pipeta para contar
Protozoeas I e II, concentrando as larvas na telinha propria de cad a
tanque. A partir de Pretozoea III a contagem deve ser feita diretamente no
baldinho ou na jarra do pr6prio tanque. A densidade por litre devera ser
registrada e a popula9aOtambem;
Coletar amostras das larvas e observa-Ias ao microscopio para ver se
avan9aram outre estagio larval, quantas mudaram, se estao limpas
(ap~ndices e cerdas), se nM ha contamina9ao (amebas. Por exemplo), se
nao apresentam deformidades, se est80 com 0 trate digestiv~ cheio;
Oependendo do estagio larval que se encontram, faz--se um cardapio
alimentar para cada estagio, pais a alimenta~aoe as exig~nciasmudam
de acordo com que as larvas evoluam.
>- Verificamos 0 residual das algas
Coletamos aproximadamente 50ml de agua dos tanques e verificar 0
residual pela manha. Nos tanques que estejam com as larvas ern
Protozoea III au menor estagio de desenvolvimento, 0 residual de
microalgas deve-se fazer 0 pedido necessaria para a Seter de
microalgas, respeitando~se a tabela de alimentayaa vigente.
24
FIGURA 9 CONTAGEM DO RESIDUAL DE ALGAS
6.2 HoRARIOS DE AliMENTA9AO NA LARVICULTURA
QUADRO 11: AliMENTA9Ao DAS P6S-LARVAS NA LARVICULTURA
Alimento Horario de alimenta9ao
FitoplAncton -ate Z, - manha e tarde;
-a partir de M, ate PL1Q - uma vez ao dia
(logo ap6s a renova9~0 de agua)
Art~mia Congelada" De 03 em 03 horas (03:00 as 24:00
horas)
Art~mja viva*** Manh~ (10:30 horas), tarde (17:00
horas) e madrugada (01:00 hora)
Dieta seca (ra9ao) De 02 em 02 horas (02:00 as 22:00)
Dieta liquida Apenas 1 vez as 24:00 horas, podendo-
se administrar ate 6 doses diarias, na
lalta de algas ou conforme a
necessidade
Flake 20%M,
30% PI's..Cada copo de Art~mla congelada contem 4 mllhOes de nauphos (dose para dOls
milhOes de larvas a cada 3 horas), correspondendo a uma concentra~o de 0,2'
nauplios/ml quando adicionado em um tanque com 20 mil litros de agua.
25
""'''Antes de adicionar Art~mia viva deve-se verificar e registrar 0 residual,
descontando-a da alimenta9aO que sera administrada no momento.
6.3 ART~MIAS
Tambem conhecido como Mcamarao de salmoura" e internacionalmente com
"Brine Shrimp" a artemia e urn dos organismos-alimento mais utilizados no mundotodo. Como tambem e um crustacea, a artemia e um excelente alimento para a
camarac, qualquer que seja sua fase de vida.
FIGURA 10 - TANQUE DE ART~MIA EM FASE DE ECLOsAo
6.4 ESTAGIOS DE VIDA DA ART~MIA
A artemia apresenta quatro estagios de desenvolvimento: Nauplio,
metanauplio, pre-adulto, adulto e pode viver par mais de 4 meses.
Nauplio: e a larva recem-eciodida. Caracteriza-se par possuir elevadas
quantidades de reservas vitelinas (Iipidios e carboidratos) e par nao apresentar
segmentos no corpo. Assim que eclode, a larva e muito rica em vitelo, apresentando
uma forte colora,8o alaranjada. 0 estagio de nauplio e dividido em dais subestagios:
Nauplio 1 (com dura,8o de cerca de 8 horas), e nauplio 2 (com dura,i!o de 15 a 20
26
horas). A diferen9a entre ambos e que 0 trato digestorio do segundo ja esta
totalmente farmada, enquanto 0 primeiro ainda naD possui boca e anus farmadas,
nao podendo, portanto, alimentar-se.
Metanauplio: Nesse estagio, 0 corpo da larva apresenta-se bastante
segmentado. 0 vitelo ja foi consumido e a larva depende de alimento externo para
sobreviver.
Pre-adulto: 0 corpo apresenta 11 segmentos e as antenas sofrem
modificac;oesque possibilitam identificar 0 sexo do animal. Nos machos, as antenasficam maiores e mais fortes, adaptando-se para abrayar a femea durante a copula.Nas f"'meas, as antenas sao bern menores e adquirem 0 formato de folha.
Entretanto, as animais ainda na.o sao maduros nesse estadio.
Adulto: 0 dimorfismo sexual e facilmente perceptivel e os animais sao
capazes de se reproduzir. Para a c6pula, 0 macho se agarra a femea e ambos
passam a nadar juntos.
6.5 MANEJO PARA OBTENCAO DE ARTEMIAS
o laborat6rio possui uma sala para eclosao dos cistos de artemias, que
servem para alimentar as larvas de camarao.
Esta sala possui containers em formato c~nico, com fundo transparente, com
aera9aOe agua do mar, que sao utilizados como sistemas de eclosao de artemias.
Diariamente, sao 2g de cistos de artemias por litro de agua, e ficam 5 minutos
agindo, com aera~o, no balde. Em seguida sao lavados por 5 minutos com agua
corrente. Esta quantia e de acordo com as exig~ncias da larvicultura. Os containers
devem estar bern iluminados e com a temperatura adequada de forma constante.
Ap6s 18 horas, tempo em que na maioria dos cistos ja eclodiram, deve-se desligar a
aera9ao, e a parte superior do container deve ser coberta para evitar a penetra9aO
da luz. Em alguns minutos, os nauplios eclodidos mig ram para 0 fundo, pois
possuem fototropismo, por isso sao atraidos pela luz que penetra na parte inferior do
container. As cascas dos cistos ficam flutuando na superficie da agua separando,
assim, dos nauplios tornando rnais facil a sua rem09ao. Uma vez realizada a
migra~o, os nauplios sao sifonados para fora do container e recebidos numa bolsa
de naylon confeccionada com tela de 100 micras. Em seguida pega-se uma amostra
27
de 1ml em uma pipeta conta quantos nauplios tem. Repete-se esse passD 3 vezes.
Depois, faz-se a media das amostras e calcula-se a populac;;ao de art~mias
eclodidas. Para calcular a elici~ncia de eclosao, multiplica-se a media das amostras
pelo volume do balde e divide-se 0 valor obtido pela quantidade de gramas de cistos
que foram colocados para eclodir.
Em seguida, os nauplios de art~mias ja estao prontos para alimentar a
larvicultura.
6.6 CONTROLE SANITARIO
Na larvicultura e inevitavel a presenya de contaminantes, pois as fontes de
contaminac;ao sao diversas e muitas vezes de dificil identificayao, entre as mais
conhecidos se tern as protozoarios, bacterias, fungos e as microalgas cianoficeas.
Tambem existem enlermidades devido a defici~ncia nutricional (Ialta de alimento,
por exemplo), que pode acontecer por um erro de contagem da populaC;aoou baixa
temperatura. Os controles sanitarios realizados na larvicultura do LMC sao:
Filtrac;aoda agua do mar captada com liltro de 1 a 5 micras;
Limpeza de tad a material com claro;
Tratamentos terap~uticos e feito com Treflan, um herbicida agricola usado como
fungicida e Oxitetraciclina como antibiotico ..
Para obter I§;xito na larvicultura sao estabelecidos harario5 para alimentac;ao,
para renova<;aode agua (que e reduzido devido a utilizaC;aode probi6ticos), para
tratamentos terapeuticos, assim como a contagem diaria da populaC;ao.Para isso, a
larvicultura conta com relatorios parciais de cad a tanque de cultivo, com indices de
prodw;Oes men5ais e por cicio que ajudam a identificar urna prodw;ao com ~xito.Par
i550 e importantissirno contar com essas fichas com 0 historico dos tanques todos 05
dias.
28
6.7- UTILIZACAO DO PROBIOTICO
o Probictico e um grupo de bacteria utilizadas para manter a qualidade da
agua e competir com possiveis pat6genos.
6.7.1 Dosagem recomendada de probictico.
QUADRO 12: PROBIOTICO PREVENTIVO
Tempo Produto Quantidade
3 horas apes N,IZ, EPICIN 3W 5ppm
12 horas ap6s Z, EPICIN 3W 5ppm
Apes Z, EPICIN-3W 5ppml1Oppm
Z, EPICIN - HATCHERIES 4ppm
Z,IM, EPICIN - HATCHERIES 4ppm
M,eM, EPICIN - HATCHERIES 6ppm
PL, ate PL, EPICIN - HATCHERIES 8ppm
PL. ate PLIO EPICIN - HATCHERIES 10ppm
Obs. Em caso de troca de agua, usar 10ppm
QUADR013: PROBIOTICO REMEDIADOR
Problema Produto Quantidade Tempo
Apes a troca EPICIN-3W 10ppm Uma vez
d'agua em Z,
Amenia alta . 10ppm
Alta concentra9ao . 20ppm
de Vibrio sp.EPICIN - HACHERIES ou EPICIN - 3W dependendo do estaglo de
desenvolvimento
29
6.7.2 Cuidados durante a hidrata,ao:
Higienizac;ao total dos materiais, lavando-os antes e ap6s 0 manuseio com
detergente Nexobil 5% e desinfetante com 4ml de elora 2,5% por litre de
agua doce (100ppm). Trocar 0 banho de guarda diariamente usando 2ml
de cloro 2,5 por litro de agua doce (50ppm);
Agua de hidratayao isenta de organismos nocivos de cloro;
Aera,ao constante (suticiente) para nao precipitar 0 probi6tico, porem
moderada para evitar que transborde. Casa falte aerayao par mais de 5
minutes, descartamos a soluC;a.o;
Hidratamos em local limpo, arejado, sem a presenc;a do sol e sem muita
oscila,80 de temperatura:
o EPICIN - HATCHERIES devera ser hidratado durante 3 horas e
utilizado a partir de Zoea 3:
Ap6s a hidrata,80, tiltramos a solu,,,o em tela de 100 micras e coloca-Ia 0
mais rapido passivel no tanque de cultivo para nao deixa-Ia sem aerac;ao,
pais sao organismos aer6bicos;
o correto manejo de hidrata9i3oe determinante para 0 born desempenho do
proctuto, portanto e necessaria seguir corretamente as instrw;:oes aeirna que forma
passadas pelo fabricante.
30
7 BERCARIOS
o Ben;ario e uma interfase entre 0 setor de larvicultura e as viveiros de
engorda. Sua maior finalidade e fazer com que as p6s-larvas apresentem uma maior
resistencia as exig~nciasdo ambiente de cultivo.
Neste setor a agua dos tanques nao apresenta temperaturas controladas com
aquecedores eletricos (as aquecedores utilizados s::lo serpentinas onde a agua,
aquecida em caldeiras, percorre transmitindo calor ao meio par condu9a.o), isto se
deve a adaptayao aD meio natural que as larvas estao sendo submetidas. Outra
adapta~ao ao ambiente natural e a dessaliniza~ao da agua dos viveiros, que vao
abaixando de acordo com a salinidade dos viveiros de engorda os quais ir~o povoar
ao sair dos pre-berc;:arios. Este tempo de adapta~o leva no minima 20 dias, tempo 0
qual as p6s-larvas necessitam para adaptar-s8 e tornar-S8 mais resistentes ascondi90es do ambiente natural, aumentando assim as taxas de sobrevivencia ao
final de despesca.
FIGURA 11 - TANQUES PREPARADOS PARA DESPESCA
31
7.1 ROTINA DIARIA DO BER<;;ARIO
7.1.1 Alimentayaa cam rayaa de 2 em 2 haras;
QUADRO 14· ALiMENTA<;;AO DE P6S·LARVAS DO BER<;;ARIO
Diela Tamanho da Quantidade Estagio Quantidadelparticula da mistura Larval PUhora(micras).
A 150 - 250 400/. PL 4 - PL 11 0,025 mg
250·450 40%
Lansy PL 20%IINVEl
B 250 -450 25% PL 12-PL 15 0,025 mg
Ocean Starter 50%J 0
RayaaComercial 25%
MaidaC Ocean Starter 25% PL 15-PL 18 0,025 mg
0
I Ocean Starter 25%1
RayaaComercial 50%
maidaD Rayaa PL 18 em 0,025 mg
comercial 100% diantearanulad.~_
4 alimentayOes30% da diarias nos
Flake Negro consumo diario PL 4 - PL 11 seguinteshararias (8:00;14:00; 20:00;
02:00)
8:00 Flake
10:00 Rayao
12:00 Rayao
14:00Flake
16:00 Rayaa
18:00 Rayaa
20:00 Flake
22:00 Ray1io
24:00 Ray1io
02:00 Flake
04:00 Ray1ia
06:00 Ray1ia
Medimas a temperatura as 8:00 e as 18:00 haras,
Medimos a transparencia da agua dos tanques cam Disco de Secchi as
8:00 e as 18:00 horas;
32
Fornecemos microalgas de acordo com a transparemcia medida de cadatanqu8. Nesta fase, as microalgas selVem apenas para melhorar a
qualidade da agua dos tanques e nao mais como alimento;
Fazemos renova<;ao d'agua de acordo com as necessidades do ambiente
de cultivo.
7.2 FERTILlZA<;;AO DOS BER<;;ARIOS
Enchemos 0 tan que dois dias antes do povoamento, de 20.000L a 25.000L de
agua salgada;
Ligamos aera<;ao:Bombeamos 0 in6culo de microalgas, preferencialmente, pela manha;
400g de Nitrato de S6dio (diluir antes em agua doce)
50g de Fosfato de S6dio (diluir antes em agua doce)
200ml da Solu,ao de Ferro (40g de Cloreto Ferrico em 1L de agua, diluir
antes em agua doce, separadamente)
1501 de Silicato de S6dio (diluir em agua doce, separadamente)
Completamos tanque para 0 volume de opera,ao ap6s 0 povoamento
33
8 CONCLUsiio
Concluo por meio do estagio realizado no LCM, na area de produ~ao, que
meus objetivos como estagiaria fcram alcan9ados, recebendo todo a suporte
necessaria para que fosse realizado, tendo acompanhado no dia-a-dia a rotina de
urn laborat6rio e a luta dos chefes de seta res de todos as funcionarios com as
dificuldades em todos os setores, sendo um trabalho executado 24 horas por dia,
sempre estando a disposi~o do laborat6rio em primeiro lugar, nao tendo feriados e
nem tim de semanas, procurando intensificar a produytto, para abter resultados
satisfat6rios, sendo que parcela destes resultados S9 daD a n6s medicos
veterinarios, tendo como missao do Laborat6rio de Camaroes Marinhos a
contribui~ao para 0 desenvolvimento do cultivo de camarOes marinhos atraves do
fomenta, de geraC;ao e da transfer~nciade conhecimento tecnol6gicQ, visando a
melhoria da qualidade de vida.
34
REFERENCIAS
BARBIERI Jr, Roberto Carlos, OSTRENSKY Neto, Antonio, Camaroes Marinhos -
Reprodu~ao, Matura~ao e Larvicultura. Volume 1, Vi,osa: Aprenda Faci!, 2001.
COSTA, Sergio W.; ANDREATTA, Edemar R,; Grumann, Astor. Programa de
desenvolvimento do cultivo de camaroes Marinhos em Santa Catarina.
Florian6polis: Epagri, 1999. 17p.
EPAGRI/UFSC/CCA. Resultados tecnicos-economicos do cultivo do camarao
litopenaeus vanname; no Estado de Santa Catarina. Florian6polis, s.d.n.p
LCM - Laborat6rio de CamarOes Marinhos. Procedimentos Operacionais - Setor:
Microalgas, UFSC, 2004.
LCM - Laborat6rio de CamarOes Marinhos. Procedimentos Operacionais - Setar:
Matura~ao, UFSC, 2004.
LCM - Laborat6rio de CamarOes Marinhos. Procedimentos Operacionais - Setar:
Larvicultura, UFSC, 2004.
LCM - Laborat6rio de CamarOes Marinhos. Procedimentos Operacionais - Setar:
Ber~ario, UFSC, 2004.