Post on 16-Oct-2021
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE TRÊS RIOS
BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO
FINANÇAS FAMILIAR: DO ORÇAMENTO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE
FINANCEIRO
Rayane da Conceição Corrêa
Três Rios, RJ 2020
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO TRÊS RIOS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
FINANÇAS FAMILIAR: DO ORÇAMENTO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE
FINANCEIRO
RAYANE DA CONCEIÇÃO CORRÊA
Orientador: Marcio Lima Dusi
Trabalho de Conclusão de Curso submetido como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração no campus Três Rios da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Três Rios, RJ
2020
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Biblioteca Central / Seção de Processamento Técnico
Ficha catalográfica elaborada
Com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
Três Rios, RJ 2020
CORRÊA, Rayane da Conceição, 1994-
C824f Finanças familiar: do orçamento ao planejamento e
controle financeiro / Rayane da Conceição CORRÊA. –
TRES RIOS, 2020.
46 f.: il.
Orientador: Márcio Lima DUSI. Trabalho de
conclusão de curso (Graduação). -- Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro, Administração, 2020.
1. Educação financeira. 2. Planejamento e Orçamento Financeiro. 3. Gestão Financeira Familiar. I. DUSI,
Márcio Lima, 1972-, orient. II Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro. Administração III. Título
O Planejamento Financeiro Pessoal e Familiar tem como objetivo auxiliar a criar uma estratégia precisa para acumulação de bens e valores que irão for-mar o patrimônio de uma pessoa ou de uma família ajudando-as a arquitetar um Projeto de Vida para a conquista de etapas importantes da vida como acumular recursos para a faculdade dos filhos, para a compra de imóveis, para a tão sonhada aposentadoria, para iniciar um negócio próprio ou prote-ger sua família contra eventualidades (NAKATA, 2011).
AGRADECIMENTOS
“Confia ao Senhor as tuas obras, e teus pensamentos serão estabelecidos” -
Provérbios 16:3.
A Deus, em primeiro lugar, que conduz os meus passos e que me dá força e
sabedoria.
A minha mãe Janaina e pai Reginaldo, pela base provida e por todo o incentivo
durante os anos de faculdade.
A minha irmã Lorena e ao meu namorado Antonio, por toda ajuda na realização
deste trabalho.
Ao Prof. Márcio Lima Dusi, pela orientação ao longo da elaboração do meu
trabalho de conclusão de curso.
A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização da minha
pesquisa.
RESUMO
O sistema financeiro começa logo depois da Pré-História com a invenção da moeda no século VII a.C., que por sua vez, possui uma longa trajetória até chegar ao que conhecemos hoje. Atualmente, mais do que saber utilizar o dinheiro, é exigida a ges-tão dos recursos financeiros, uma questão presente no cotidiano das pessoas. Admi-nistrar e planejar a vida financeira familiar torna-se indispensável para o equilíbrio orçamentário, por isso a participação de todos os integrantes do grupo familiar é de extrema relevância para atingir os objetivos. Nesta perspectiva, o presente trabalho compreende as percepções sobre a importância do planejamento e do controle orça-mentário para gerir as receitas e despesas de forma eficaz. Metodologicamente, foi realizada a pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa e a aplicação do questioná-rio para a coleta de dados, respondida pela amostra aleatória de 106 pessoas de grupos familiares diversos de bairros distintos das cidades de Miguel Pereira e Três Rios localizadas no município do estado do Rio de Janeiro. Durante a pesquisa ob-servou-se a relação que as famílias têm com o tema, objetivo do presente trabalho, para conquistar saúde financeira pessoal e familiar. Em seguida, realizou-se a análise e descrição dos resultados através dos gráficos gerados. Conclui-se que a maioria das famílias considera bom o conhecimento sobre como administrar o dinheiro, no entanto, não fazem anotações, controles ou registros sobre os ganhos e gastos, não guardam dinheiro para atingir as metas, não tomam decisões conjuntas em família e gastam como querem individualmente, mas contribuem financeiramente com as des-pesas da família e fazem planos em conjunto.
Palavras-chave: Educação financeira; planejamento e orçamento financeiro; gestão financeira familiar.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Distribuição dos respondentes por faixa etária ........................................ 28
Gráfico 2 - Distribuição dos respondentes por gênero .............................................. 29
Gráfico 3 - Distribuição da amostra por estado civil .................................................. 29
Gráfico 4 - Distribuição da amostra por número de filhos ......................................... 30
Gráfico 5 - Distribuição da amostra por exercer atividade remunerada .................... 30
Gráfico 6 - Distribuição por renda mensal familiar ..................................................... 31
Gráfico 7 - Distribuição por número de residentes na família .................................... 31
Gráfico 8 - Distribuição dos membros da família que trabalham ............................... 32
Gráfico 9 - Distribuição por conhecimento para administrar o dinheiro. .................... 32
Gráfico 10 - Distribuição dos moradores da residência que controlam e anotam os
ganhos e gastos ........................................................................................................ 33
Gráfico 11 - Distribuição da forma mais utilizada para organizar os gastos .............. 34
Gráfico 12 - Distribuição de como os gastos familiares são decididos ...................... 35
Gráfico 13 - Distribuição das contas na residência ................................................... 35
Gráfico 14 - Distribuição sobre o que é feito quando sobra algum dinheiro .............. 36
Gráfico 15 - Distribuição sobre se pensam nos sonhos e objetivos de curto, médio e
longo prazo................................................................................................................ 37
Gráfico 16 - Distribuição sobre o que é indispensável no orçamento ........................ 37
LISTA DE QUADROS
Tabela 1 – Tipos de Despesas .................................................................................. 25
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 10
1.1 Justificativa ...................................................................................................... 11
1.2 Objetivos ......................................................................................................... 13
1.2.1 Objetivo Geral ........................................................................................ 13
1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................ 13
2. METODOLOGIA DA PESQUISA ........................................................................ 14
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................... 16
3.1. A Revolução monetária ................................................................................... 16
3.2. Educação financeira ........................................................................................ 17
3.3. Planejamento Financeiro Pessoal ................................................................... 19
3.4. Planejamento e Orçamento Financeiro Familiar.............................................. 21
3.5. Etapas do Planejamento ................................................................................. 22
3.5.1. Conceitos de Receitas e Despesas ....................................................... 24
3.5.2. Conceitos de Sobras e Dívidas.............................................................. 25
3.6. Administração Financeira de Curto e Longo Prazo ......................................... 26
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................... 28
5. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 38
6. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 40
ANEXO I .................................................................................................................... 43
1. INTRODUÇÃO
Primitivamente não existia a moeda e se exercia o escambo que é a troca de
mercadoria por mercadoria, sem paridade de quantia alguma. Com isso, o sistema
financeiro teve uma longa trajetória até a atualidade.
A criação da moeda metálica que possui um valor único pelo Estado veio dos
lídios (habitantes da atual Turquia) e dos gregos do século VII a.C. As moedas eram
cunhadas em metais raros fracionáveis e homogêneos além de ter um grande valor.
Posteriormente os metais empregados como ouro e prata, foram substituídos por
metais menos raros1.
Todavia, o interesse consistia em preservar as condições essenciais à
sobrevivência humana. Assim, a gestão dos recursos exercida de forma incorreta
sensibiliza a saúde monetária dos indivíduos.
Em período de instabilidade torna-se essencial repensar alguns hábitos, para
mensurar e equilibrar a receita e a despesa. Entender as diretrizes que possibilitam
conhecimento sobre como organizar as finanças e investir os recursos, torna-se
indispensável para alcançar um planejamento eficiente das movimentações
financeiras.
Compreender desde cedo as vantagens do planejamento e do orçamento para
as finanças pessoais ou familiares, propicia inúmeras vantagens na captação e
alocação do capital adquirido, criando resultados financeiros e econômicos,
facilitando a uma gestão financeira eficaz.
A Pesquisa sobre Educação financeira e a Gestão do Orçamento Doméstico,
realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço
de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Banco Central do Brasil
(BCB), ressalta que ainda existe uma quantidade significativa de famílias que não tem
o costume de realizar o planejamento e o orçamento financeiro, que não guardam
dinheiro para atingir suas metas e tomam decisões de compra sem refletir. Essa má
gestão das finanças, muitas vezes, por mais simples que pareçam, é responsável por
desentendimentos que impactam significativamente na qualidade de vida das famílias
(GIARDINO; PEDROSA; WALL, 2019)
1Livro “Casa da Moeda do Brasil: 290 anos de História. 1694/1984” Disponível em https://www.casada-moeda.gov.br/portal/socioambiental/cultural/origem-do-dinheiro.html. Acessado em 09 de agosto de 2020.
11
Percebe-se que é de extrema importância utilizar o orçamento familiar para se
ter conhecimento da real situação em que a família se encontra. Compreender as
vantagens do planejamento financeiro propicia inúmeros benefícios para a tomada de
decisões assertivas, ou seja, de acordo com o fluxo financeiro.
Nessa perspectiva, o presente trabalho procurou observar através do
questionário preenchido pelas famílias, a forma como elas entendem e colocam em
prática a gestão dos recursos financeiros disponíveis e também, se reconhecem a
importância do orçamento e do planejamento financeiro.
1.1 Justificativa
A justificativa está pautada em encontrar alternativas que contribuam para
conquistar a saúde financeira pessoal e familiar, pois isto é um grande desafio para
algumas famílias. Decifrar este problema, então, é mudar hábitos e isso quer dizer
que todos devem colaborar e criar uma boa educação financeira familiar.
A contribuição de todos os membros de um grupo familiar é de extrema
importância para conquistar uma boa saúde financeira. Entender os pontos que
impedem que isto aconteça, vai em direção à necessidade de mudar determinados
costumes, e isto é um grande desafio para algumas famílias.
É possível conscientizar-se de tal importância, afim de não servir apenas para
adquirir bens, mas também para melhorar a qualidade de vida.
Cherobim (2011, p. 3), explica que: “A economia doméstica é uma ciência que
busca a melhoria da qualidade de vida individual e familiar, engloba questões como
saúde, alimentação, habitação, vestuário, economia familiar e direito do consumidor.”
Deste modo, a qualidade de vida depende da percepção do indivíduo, entretanto
sempre relacionada a sua vivencia, seus objetivos e aspirações.
Por este motivo, é fundamental estruturar o planejamento financeiro para a
gestão do orçamento familiar a fim de alcançar o que se deseja.
Frankenberg (1999, p. 32) destaca que:
O Planejamento Financeiro de uma pessoa ou família para a vida inteira não é, de maneira alguma, um conceito rígido e inflexível. Ao contrário, cada um pode estabelecer metas para si próprio. Mas, uma vez que as define, deve sempre mantê-las em sua mente e lutar com determinação para alcançá-las [...] depois de definidas as metas, estas podem sofrer alterações. Faz parte do planejamento, realizar revisões periódicas.
12
Eid Júnior e Garcia (2001, p.8) afirmam que o planejamento financeiro contribui
para viver com seus recursos; identificar prioridades financeiras; utilizar
adequadamente os recursos para cobrir as despesas; cobrir emergências; reduzir o
uso do crédito; reduzir conflitos e incertezas sobre o dinheiro; trazer independência
com controle sobre suas finanças; poupar e investir para atingir seus objetivos.
É necessário dialogar para que todas as ideias cheguem a um consenso. O
Chefe do Departamento de Promoção da Cidadania Financeira do Banco Central,
Luis Mansur (2013), diz que:
Independentemente de quem paga as contas, se não há diálogo, a tendência é que surjam divergências e gastos que vão extrapolar o orçamento. É muito importante manter conversas frequentes para estabelecer alguns pontos, como valor disponível para as despesas da casa, se haverá sobras para gastos extras e, acima de tudo, definir uma quantia que possa servir de reserva para imprevistos e realização de planos da família.
O planejamento do orçamento doméstico não se limita a gastos e despesas
eventuais, que são aquelas despesas previstas, deve ser desenvolvido também,
pensando em situações circunstanciais que possam acontecer no dia a dia, como
desemprego, doença e outros fatores inesperados, por isso há necessidade de
sempre guardar o que sobra no final do mês. Esse desenvolvimento, além de trazer
melhorias financeiras para todos, também vai auxiliar a família a ser mais unida.
Buscou-se com este trabalho de conclusão de curso demonstrar que o
planejamento e o orçamento financeiro contribuem e auxiliam os membros de uma
família no processo de tomada de decisão.
13
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral
O trabalho tem por objetivo geral registrar os hábitos financeiros de famílias
de bairros distintos das cidades de Miguel Pereira e Três Rios localizadas no
município do estado do Rio de Janeiro. E estudar sobre a importância e a efetiva
implantação do orçamento e do planejamento familiar, como ferramenta de suporte à
gestão dos recursos adquiridos e no auxílio à tomada de decisão, contribuindo com o
alcance dos objetivos e metas.
1.2.2 Objetivos Específicos
✓ Registrar o comportamento financeiro das famílias participantes da pesquisa;
✓ Verificar a implantação do planejamento e orçamento financeiro familiar e sua
utilização;
✓ Compreender as diretrizes que norteiam o orçamento doméstico;
✓ Entender e identificar os pontos principais para a elaboração de um orçamento
e como funciona na tomada de decisão.
14
2. METODOLOGIA DA PESQUISA
Metodologicamente, para a realização do estudo serão utilizados dois
instrumentos: a pesquisa bibliográfica, cujo objetivo é levantar conteúdos pertinentes
ao tema pelo método qualitativo e a aplicação da pesquisa para a coleta de dados
não probabilísticos.
Para Oliveira (2002):
A técnica bibliográfica busca encontrar as fontes primárias e secundárias e os materiais científicos e tecnológicos necessários para a realização do trabalho científico ou técnico-científico. Realizada em bibliotecas públicas, faculdades, universidades e, atualmente, nos acervos que fazem parte de catálogo coletivo e das bibliotecas virtuais.
Fonseca (2002, p.33 apud Gerhardt; Silveira, 2009) afirmam que a pesquisa
bibliográfica é feita a partir de referências teóricas já analisadas e publicadas por
meios escritos e eletrônicos.
Quanto aos objetivos, a pesquisa adotada é a explicativa que “preocupa-se em
identificar os fatores que determinam ou contribuem para ocorrência dos fenômenos.
Ou seja, este tipo de pesquisa explica o porquê das coisas através dos resultados
oferecidos” (GERHARDT; SILVEIRA, 2009 p. 36).
Ainda sobre Gerhardt; Silveira (2009), a pesquisa explicativa busca aprofundar
o conhecimento de uma realidade. Esse tipo de pesquisa é mais complexo, pois, além
de registrar, analisar e interpretar fenômenos estudados, ela procura identificar seus
fatores determinantes.
Para as ciências sociais aplicadas, em especial para a Contabilidade, a
pesquisa explicativa é relevante, pois ela, por meio de sua maturidade e
detalhamento, procura responder à questão-problema.
O método de coleta de dados utilizou o questionário, que consiste em “uma
série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a pre-
sença do pesquisador” (Marconi e Lakatos, 2011, p. 111) e é geralmente devolvido
depois de preenchido. O questionário foi composto por 16 questões objetivas, aplica-
das como um pré-teste para 14 famílias e posteriormente, após a validação do ques-
tionário, foi desenvolvido o link no Google Forms.
Segundo, Marconi e Lakatos (2011), as técnicas de coleta de dados são um
conjunto de regras ou processos utilizados por uma ciência, ou seja, corresponde à
15
parte prática da coleta de dados.
Goode e Hatt (1972) ressaltam que o pré-teste, é um ensaio geral, que além
de possibilitar ajustes e detecção de incoerências, pode aumentar a validade do
instrumento. Deste modo, após a validação, utilizou-se o questionário com roteiro
definido composta por 16 questões, respondido e enviado para as famílias através do
link gerado por meio de dispositivo eletrônico.
Heidemann et al. (2010, p. 32) afirma que “levantamentos de opiniões podem
ser facilmente implementados no Google Forms”. Os formulários Google permitem
que o usuário “recolha e organize gratuitamente informações grandes e pequenas”.
As respostas são armazenadas em planilhas (Google Sheets) e podem ser
visualizadas em gráficos ou mesmo de forma bruta na planilha. Existem diferentes
estilos de perguntas e métodos de entrada para as respostas, e ainda quebras de
seções, possibilidade de envio de arquivos, exibição de imagens ou vídeos e outras
características.
A coleta de dados em sua aplicabilidade em todo momento preservou o
anonimato das famílias, não identificando o componente familiar nominalmente.
Finalizado o processo de aplicação dos questionários, as respostas foram
inseridas em planilha eletrônica para tratamento de dados, interpretação e análise
dos resultados a partir dos gráficos gerados.
16
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1. A Revolução monetária
Desde os primórdios da humanidade, a sistematização do conjunto de bens,
mesmo que exercida de maneira rústica, priorizava a satisfação e a proteção contra
imprevistos, desempenhando a gestão do patrimônio, ou seja, com o intuito de cuidar
de modo adequado dos recursos financeiros, preservava-se o controle dos custos a
fim de alcançar os objetivos.
Com o advento da tecnologia ocorreram mudanças significativas em diversos
âmbitos da sociedade. O dinheiro, por sua vez, ampliou sua dimensão, não se
restringe apenas às questões de sobrevivência como antigamente, mas se conecta a
capacidade de satisfazer desejos únicos e coletivos relacionados a diversas
possibilidades de consumo que a rede oferece.
Na opinião de Pereira (2001, p. 46), “o dinheiro é virtual porque hoje o virtual é
uma realidade humana, ou pelo menos um valor do cotidiano. A rede eletrônica
permite que o dinheiro fique mais personalizado, mesmo tornando mais impessoais
os elos entre consumidores e comerciantes.”
Andres (2010), explica que no século XXI, o dinheiro se movimenta de forma
rápida, estando em diversos lugares, buscando mais rentabilidade e formas de
redução do risco. “O dinheiro dispõe algumas funções, como por exemplo: meio de
troca, reserva de valor e unidade de conta”. São funções que não possuem
terminalidade.
Nesta perspectiva Andres (2010), completa dizendo que:
Esse símbolo monetário, como existe hoje, vem do século XIX quando o Estado passa a emitir a moeda como monopólio, poder que antes se reconhecia a banqueiros, senhores feudais, ourives, monarcas, etc. O Estado moderno é o poder soberano que regula a emissão da moeda. O dinheiro passa a representar uma das facetas mais importantes do poder do Estado, pois, através do controle do fluxo monetário, toda a economia do país pode ser regulada, políticas econômicas são fixadas, interferindo diretamente na vida dos cidadãos.
A gestão dos recursos exercida de forma incorreta, como a não utilização do
dinheiro para suprir as necessidades básicas, sensibiliza a saúde monetária dos
indivíduos. Além disso, as pessoas têm sonhos que dependem de recursos
17
financeiros para serem atingidos, e para se aproximar desses objetivos é
fundamental planejar a vida financeira.
Segundo Farinhas (2005, p. 42), “todos precisam de limites, e tudo que perde
o limite fica desgovernado”, isto não significa encontrar a maneira mais rápida de
acumular riqueza, mas trilhar um caminho que proporcione um padrão de vida
estabilizada e preparada para acontecimentos circunstanciais.
A qualidade de vida está relativamente ligada à saúde financeira, capaz de
influenciar direta ou indiretamente, refletindo no desempenho das obrigações e
necessidades do dia a dia. “O planejamento financeiro é mais do que nunca,
fundamental para uma vida equilibrada e agradável” (EID JÚNIOR; GARCIA, 2001).
É comum encontrar pessoas insatisfeitas com a má administração dos
recursos financeiros existentes, e melhorá-los se torna um desafio com a falta de
instrução. “O princípio da educação financeira é saber como ganhar, gastar, poupar
e investir seu dinheiro para melhorar a sua qualidade de vida” (SILVA, 2013).
O quanto antes as pessoas perceberem que a elaboração do orçamento
financeiro, seja pessoal, familiar ou empresarial, independente da renda, ajudará a
acompanhar as oscilações que acontecem durante cada mês e tornarão positivos os
resultados. A título de exemplo, a criação do hábito de fazer anotações manuais, em
planilhas ou aplicativos incentiva a prática do controle do orçamento.
3.2. Educação financeira
A Estratégia Nacional de Educação financeira (ENEF) e a Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), definem Educação financeira
como:
O processo no qual os indivíduos melhoram a sua compreensão em relação ao dinheiro e produtos com informação, formação e orientação. Nesse sentido, geram-se os valores e as competências necessárias para se tornarem mais conscientes das oportunidades e riscos envolvidos. Para
assim poderem fazer escolhas bem informadas (OCDE, 2005).
O conhecimento sobre Educação financeira proporciona competências que
ajudam a fazer escolhas sábias relacionadas ao dinheiro. Domingos (2008) diz que o
“modo como administramos nossos recursos ao longo da nossa vida é determinado
pelos ensinamentos que recebemos”.
18
A Educação financeira fundamenta-se nos princípios e hábitos que o indivíduo
aprende ao longo da vida e coloca em desenvolvimento para ser administrado, seu
capital financeiro.
Domingos (2012, p.15) define Educação financeira como:
A ciência humana que busca a autonomia financeira fundamentada por uma metodologia baseada no comportamento, objetivando a construção de um modelo mental que promova a sustentabilidade, crie hábitos saudáveis e proporcione o equilíbrio entre o ser, o fazer e o ter, com escolhas conscientes para a realização de sonhos.
Embora exista uma diversidade de ferramentas sobre orientação financeira, as
pessoas não usufruem dessas informações. Um estudo realizado pela Confederação
Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL, 2019) revela que embora 82,4% das pessoas
afirmem conversar sobre orçamento com os moradores da residência: 43,7% o fazem
regularmente, 22,9% conversam, mas apenas quando a situação financeira não está
favorável, enquanto 15,8% preferem conversar antes de ter um problema. Apenas
17,6% admitem não falar a respeito do orçamento familiar. O estudo diz que esta falta
de comunicação se dá por acreditarem não ser necessário ou porque preferem evitar
possíveis desentendimentos.
Assuntos pertinentes ao gerenciamento financeiro estão presentes no
cotidiano, independentemente da classe social. Muitas famílias, não fazem o
orçamento, não juntam dinheiro para emergências ou para atingir objetivos, compram
impulsivamente itens desnecessários, e isso leva a um desequilíbrio financeiro.
Segundo Andres (2010), boa parte dos indivíduos possui a ideia confusa em
relação ao dinheiro, pois pensam que ganhar mais dinheiro soluciona seus problemas,
talvez solucione, mas a forma como ele é entendido e gerido interfere nessas
questões.
Almeida (2019) afirma que pessoas conscientes da importância de lidar com o
dinheiro tendem a ter uma vida financeira saudável de forma mais duradoura.
Saber cuidar do dinheiro é mais do que manter o saldo bancário positivo. O dinheiro é o responsável por fazer a ponte entre as ambições do presente e as conquistas do futuro. Educar-se financeiramente, possibilita que, dentre tantas opções, o indivíduo escolha a melhor dentro da sua realidade financeira.
19
Outros autores, como Souza e Torralvo (2004) afirmam que a Educação
financeira é pouco explorada no Brasil, a literatura de finanças pessoais é muito
restrita, e a maioria das pessoas possui a crença de que planejamento financeiro é
algo que apenas as empresas devem possuir.
Cerbasi (2004, p. 86), salienta sobre esta importância:
Não é fantástico? Um pouco de disciplina dos pais em relação ao dinheiro pode garantir com tranquilidade a faculdade dos filhos. E dá para ir mais longe: se os pais fornecerem uma boa educação financeira aos filhos e se estes conseguirem estudar sem usar a poupança, estará garantida também a aposentadoria deles, afora o que puderem construir com a própria renda. Uma vida sem preocupações financeiras! Quer herança maior que está?
Segundo Kiyosaki, Lechter (2000, p.60) “o dinheiro sem a inteligência financeira
é dinheiro que desaparece depressa”. Conhecer sobre as limitações financeiras é uma
estratégia favorável ao sucesso financeiro.
Para o educador financeiro do SPC Brasil e do portal Meu Bolso Feliz, José
Vignoli, o diálogo é fundamental para chegar a um consenso que evite problemas no
grupo familiar.
Independente de quem paga as contas, da divisão de gastos ou da renda dos membros, o importante é manter conversas frequentes sobre as despesas da casa e estabelecer combinados claros para todos: quanto nós poderemos gastar com lazer e entretenimento, por exemplo? Que valor poupar a cada mês para constituir uma reserva financeira? Quais são nossas prioridades presentes e futuras? Essas são decisões que as pessoas precisam tomar, não apenas para evitar dificuldades financeiras, mas para não desgastar os relacionamentos e criar situações ainda mais difíceis na família.
3.3. Planejamento Financeiro Pessoal
A realização de um planejamento amplia as chances de alcançar o objetivo. “O
planejamento para obter os melhores resultados deve ser flexível, permitindo
estratégias alternativas para substituir os planos existentes quando os
desdobramentos econômicos e financeiros divergem dos padrões esperados”
(GROPPELLI; NIKBAKHT, 2002, p. 20).
O propósito do planejamento pode ser definido como o desenvolvimento de processos, técnicas e atitudes administrativas, as quais proporcionam uma situação viável de avaliar as implicações futuras de decisões presentes em função de objetivos empresariais que facilitarão a tomada de decisão no futuro, de modo mais rápido, coerente, eficiente e eficaz. (OLIVEIRA, 2004,
20
p. 36).
O Banco Central (2013) em sua pesquisa diz que o planejamento financeiro
oferece oportunidade para avaliar a vida financeira e definir prioridades que possam
influenciá-las, ajudando a conhecer a realidade financeira, escolher os projetos, fazer
o planejamento financeiro, definir as prioridades, identificar e entender seus hábitos
de consumo, organizar sua vida financeira e patrimonial, administrar imprevistos e
consumir de forma contínua (não travar o consumo).
Freire (2005) destaca o autoconhecimento e a explicação de ações prioritárias
como vantagens do planejamento estratégico pessoal. Isto é, o planejamento objetiva
um grupo de áreas de forma com que o futuro seja constituído de forma diferente,
sendo visto como um dos métodos que possuem mais chances para se alcançar o
objetivo, pois dele se determina antecipadamente os propósitos a serem atingidos. “O
modelo financeiro de uma pessoa consiste numa combinação dos seus pensamentos,
dos seus sentimentos e das suas ações em questões de dinheiro” (EKER, 2006, p.
26).
Para Cerbasi (2005), o planejamento financeiro pessoal é o entendimento do
que gastar hoje sem comprometer o padrão de vida no futuro, visualizando as
necessidades mais relevantes.
Sousa e Torralvo (2004) relatam que a partir do momento em que esse
planejamento é seguido de maneira sistemática, é provável que decisões de impacto
sejam menos constantes e que o consumidor seja menos influenciado por fatores
externos.
Cherobim (2011) argumenta que a elaboração do planejamento financeiro
pessoal requer reunir informações necessárias sobre a realidade financeira, da
identificação das necessidades, bem como a priorização delas, e quantificação dos
recursos disponíveis para realizá-las.
Orçamento pode ser visto como uma ferramenta de planejamento financeiro pessoal que contribui para a realização de sonhos e projetos. Para que se tenha um bom planejamento, é necessário saber aonde se quer chegar; é necessário internalizar a visão de futuro trazida pela perspectiva de realização do projeto e estabelecer metas claras e objetivas, as quais geralmente precisam de recursos financeiros para que sejam alcançadas ou para que ajudem atingir objetivos maiores. (BANCO CENTRAL DO BRASIL – Caderno de Educação financeira, Gestão de Finanças Pessoais. Brasília: BCB, 2013, p.19).
21
Cerbassi (2004, p. 65), enfatiza que “alguns itens são extremamente
importantes para um planejamento bem-sucedido: controlar os gastos, estabelecer
metas, ter disciplina com os investimentos, mudanças repentinas com a renda e obter
a total administração do que se conquistou ao longo da vida”.
3.4. Planejamento e Orçamento Financeiro Familiar
A economia doméstica é formada por um agregado de bens, ou seja, patrimônio
dos indivíduos que possuem uma renda fixa ou variável no núcleo familiar.
Ewald (2003, p.12) diz que: “Todos os membros da família responsáveis por
gastos e despesas precisarão estar comprometidos com o projeto de estrutura do
orçamento doméstico e dispostos a colaborar para funcionar...”
A pesquisa publicada pelo Banco Central (2013), diz que: Para envolver a
família, é importante levar em consideração que as pessoas são diferentes umas das
outras e costumam apresentar comportamentos financeiros distintos, e isso é normal,
pois o essencial é entender que os ganhos e gastos individuais formam o familiar.
Na avaliação de Luquete Assef (2006, p. 14-15):
Sem orçamento, você simplesmente não sabe para onde vai o seu dinheiro. Orçamento é algo simples que vale muito, mas é impressionante como são poucas as pessoas que o levam a sério. Para planejá-lo, não é preciso um computador último tipo, um software de ponta, nem nada parecido. Com um lápis e papel você pode fazer seu orçamento, que, resumidamente, é definir quanto ganha e quanto gasta.
Orçar significa avaliar, calcular e computar. Por isso, fazer o orçamento
familiar não é apenas anotar as despesas, envolve planejar, priorizar e controlar o
fluxo de caixa.
O planejamento do orçamento familiar proporciona vantagens para as
famílias, como controle dos gastos, probabilidade de investimento, possibilidade de
exame prévio e minucioso antes da tomada de decisões importantes, entre outras.
Porém há quem o critique e consequentemente cria resistência ao mesmo, muitas
vezes pelo baixo grau de conhecimento sobre o assunto, alegando falta de tempo
para sua execução, exigência de organização constante e possíveis frustrações
quanto ao estimado/realizado (BAPTISTA et al., 2012).
Elaborar o orçamento exige planejamento, identificação das prioridades e o
traçado dos objetivos. Para tanto, deve haver diálogo e reflexão sobre os valores
22
compartilhados pela família, um diálogo franco entre os membros familiares sobre os
anseios e desejos financeiros.
O controle, segundo Frezatti (2009, p. 51), é uma maneira de assegurar que o
planejado será feito conforme o tempo. “O planejamento só se consuma se for
monitorado, acompanhado e controlado. Significa que, além de se identificar as
variações, ações corretivas ou de manutenção/disseminação devem ser planejadas e
executadas.”
Peixe, Lehnhard e Harres (2000, p. 73), afirmam que:
No controle orçamentário familiar, as receitas são oriundas da atividade laboral dos seus componentes, além de outras eventuais ou de natureza de retorno de capitais investidos, e as despesas referem-se às necessidades básicas e acessórias da família.
Claudino, Nunes, Oliveira e Campos (2009, p. 2) enfatizam o porquê da
relevância de se manter um controle.
O crescimento econômico aliado a instabilidade inflacionária experimentada nos últimos anos, incita uma grande reflexão acerca da maneira de lidar com dinheiro. Os brasileiros que antes eram obrigados a consumir tudo que ganhavam para não perderem a capacidade de compra, reduzida constantemente devido à alta inflação, tiveram de mudar seus hábitos de gestão do dinheiro, pois se experimentou nos últimos anos um considerável aumento da oferta de crédito, juntamente com o consumo.
É preciso refletir e definir as prioridades e as necessidades para planejar os
gastos, considerando a renda disponível. É uma forma inteligente de gerenciar o
dinheiro e economizar.
Para isso, é imprescindível que todas as receitas (rendas) e despesas (gastos)
ou investimentos, estejam anotadas e organizadas, para se ter monitoramento da
situação financeira pessoal e familiar.
3.5. Etapas do Planejamento
Segundo Cerbasi (2004, p. 73):
O primeiro passo para a independência financeira é gastar menos do que se ganha, controlando o orçamento doméstico. A seguir, traçar um plano que defina quando poupar por mês, e durante quanto tempo, para chegar à renda que vocês pretendem ter na aposentadoria. Se, além disso, conseguirem fazer sobrar mais do que precisam para cumprir as metas do plano, no final
23
do mês haverá dinheiro sobrando na conta.
O Banco Central (2013) fornece as etapas que podem ajudar a gerir a vida
financeira pessoal ou familiar, são elas:
• 1ª etapa: Planejamento
O processo de planejamento consiste em analisar a rotina, estimar o quanto a
família possui de rendimentos (receita) e conhecer as despesas. Nesta etapa, é
preciso identificar todas as receitas e despesas fixas e variáveis, a fim de ter uma
percepção de quais são os rendimentos e gastos da família e também para compará-
los com os resultados dos meses seguintes.
As receitas fixas são as que não variam ou variam pouco, como o valor do
salário, da aposentadoria ou de rendimentos de aluguel e as receitas variáveis são as
cujos valores variam de um mês para o outro, como os ganhos de comissões por
vendas ou os ganhos com aulas particulares.
As despesas fixas são as que não variam ou variam pouco, como o aluguel, o
condomínio ou a prestação de um financiamento.
As despesas variáveis são aquelas que os valores variam de um mês para o
outro, como a conta de luz ou de água, que diferenciam conforme o consumo. Inclui-
se também, os compromissos sazonais como: impostos, seguros ou matrículas
escolares.
Segundo Schenini e Bonavita (2004) são as despesas do dia a dia, utilizadas
para suprir as necessidades básicas de sobrevivência e conforto que tomam boa
parte dos proventos com o trabalho.
Nesta etapa, é recomendável reservar uma quantia para as situações
inesperadas, como gastos com médicos, problemas no imóvel, por exemplo, sendo
também um auxílio no caso de demissão e outros contratempos.
• 2ª etapa: Registro
Após identificar as receitas e os gastos, separar uma parte da renda para
cobri-los e reservar uma quantia para as situações inesperadas, é preciso registrar.
Existem diversas formas de registrar as informações sobre receita e despesa,
como: caderno, planilha eletrônica, ou mais recentemente, aplicativo de celular.
Schenini e Bonavita (2004) citado por Andres (2010) relatam que o ideal é
24
começar pelos itens mais importantes, de maior peso em seu orçamento e que
provavelmente também serão os mais fáceis de registrar.
• 3ª etapa: Agrupamento
Separar as anotações agrupadas de acordo com a sua particularidade como
por exemplo: despesa com alimentação, com habitação, com transporte e com lazer,
facilita na verificação das mesmas e até auxilia nos ajustes e cortes que possam ser
feitos.
• 4ª etapa: Avaliação
Por fim, será possível verificar como as finanças se comportam ao longo do
mês e algumas reflexões devem ser feitas como:
Foi gasto menos, o mesmo ou mais do que foi recebido?
Quais são os sonhos e metas financeiras? Serão de curto ou longo prazo? São
compatíveis com o orçamento? Os recursos financeiros são separados para realizá-
los? É possível reduzir gastos desnecessários? É possível aumentar as receitas?
Seguindo este passo a passo fornecido pelo Banco Central (2013), será
possível mensurar de forma mais organizada o que se possui, proporcionando uma
facilitação ao tomar decisões assertivas.
3.5.1. Conceitos de Receitas e Despesas
No ambiente familiar consideram-se como receita todas as entradas, ou seja,
salários recebidos, gratificações, bonificações, auxílios e outros benefícios, como o
14º salário, comissões e participação nos lucros. Pode-se também afirmar que receita
é a soma de todos os valores que se obtém em um estipulado espaço de tempo,
como por exemplo: juros, rendimentos de investimentos, aluguéis ou dividendo de
ações, salário líquido ou rendimentos fixos de fontes variadas como aposentadoria
ou pensão alimentícia.
Despesas (gastos) são dispêndios mensais, recorrentes, necessários para a
sobrevivência, que são aqueles que podem ser cometidos para satisfazer as
necessidades de consumo, por exemplo: despesas regulares são as que abrangem
água, luz, aluguel, telefone, já as extraordinárias podem ocorrer de forma aleatória
como lanche, cartão de crédito e multa. Conforme a tabela 1, as despesas (gastos)
25
podem ser divididas em três tipos:
Quadro 1 - Tipos de Despesas
DESPESAS FIXAS DESPESAS VARIAVEIS DESPESAS ARBITRÁRIAS
As contas têm o mesmo montante todos os meses. Geralmente são despesas com valores pré-fixa-dos, ou seja, não sofrem altera-ções frequentes e das quais não se pode desfazer-se. Como por exemplo: o aluguel, o condomí-nio, a mensalidade do colégio dos filhos, a faculdade, entre outros.
As contas que se paga todo mês e que podem ter valores diferen-tes são os gastos variáveis. Eles variam conforme o uso e con-sumo. Fazem parte dos gastos variáveis: a energia elétrica, o te-lefone, cartão de crédito, entre outros.
São as despesas eventuais, ou seja, aqueles gastos que não se precisa fazer mensalmente, mas são feitos, conhecidos como vilão do orçamento. Como por exem-plo: roupa, restaurante, cinema, teatro, TV por assinatura e inter-net são alguns exemplos.
Fonte: Elaborado pela autora (Adaptado de Andres, 2017)
As despesas fixas tendem a aumentar conforme o período, pois seus valores
não dependem do comportamento das pessoas para reduzi-los. Os aumentos são
geralmente calculados com base na variação da economia do país. Com relação às
despesas variáveis, é importante reunir a família e propor que todos colaborem para
reduzir os valores mensais. Quanto aos gastos arbitrários, muitas vezes é necessário
repensar o que vale a pena abrir mão e preferir lazeres e entretenimentos alternativos
ou gratuitos.
3.5.2. Conceitos de Sobras e Dívidas
Ao começar os registros do orçamento familiar, as observações seguintes são
relacionadas às sobras ou dívidas. Quando cada uma dessas situações acontece, as
decisões precisam ser revistas ou corrigidas. No caso das sobras, entende-se que é
o saldo positivo ao final das deduções das despesas sobre as receitas, ao contrário
disto, há o saldo negativo ou devedor, gerando dívidas, que é a incapacidade de
honrar com os pagamentos devidos.
Quando há sobra em relação a renda adquirida, a família pode criar a reserva
de emergência e posteriormente, investir dentro da propensão ao risco e
necessidades de curto, médio e longo prazos e continuar gerando renda, o que valida
a saúde financeira a partir da eficácia do orçamento familiar.
Andres (2010), diz que:
26
Investimento implica em multiplicar dinheiro em um período de tempo, considerando a incerteza de rentabilidade, também conhecida como risco. Antes de decidir qual investimento escolher é importante conhecer alguns conceitos como o de liquidez: grau de facilidade em transformar o investimento em dinheiro no seu bolso novamente e rentabilidade: quanto receberá pela aplicação depois de descontados os impostos e a inflação no período.
Quando o saldo fica negativo, no entanto, é preciso repensar as despesas e
gastos e realizar as correções necessárias.
Silva Neto (2008) citado por Andres (2010) classifica as dívidas em duas
modalidades:
As formais e informais. As dívidas informais não incidem juros por atrasos e nem ações judiciais diretas, por serem em geral de pequeno valor. Já as dívidas formais são formalizadas por meio de contratos, pagos com cheques ou notas promissórias, podendo ser negociadas diretamente com o credor ou por meio jurídico.
A dívida é benéfica quando encaixada no orçamento familiar com
antecedência, provendo que será capaz de quita-la. O Banco Central (2013), enfatiza
que é essencial reconhecermos que é comum deixarmos muitas coisas para
pagamento futuro durante o mês, porém é necessário controlar os prazos para que
não haja um acumulo de contas.
Livrar-se das dívidas e conquistar o equilíbrio financeiro exige tempo,
paciência, disciplina e sacrifício, mas o importante é saber que o planejamento está
sendo seguido e novos hábitos de consumo estão sendo aprendidos.
3.6. Administração Financeira de Curto e Longo Prazo
Baseado em pensar nas tarefas e como organizá-las para se converter em
objetivos realizados com sucesso, o planejamento financeiro pode ser desenvolvido a
curto e longo prazo, frente às variações orçamentárias que podem ocorrer ao longo
do tempo.
Gitman (2004) confirma que “o processo de planejamento financeiro se inicia
com a projeção de planos financeiros no longo prazo, ou estratégicos, que por sua
vez direcionam a formulação de planos e orçamentos operacionais no curto prazo”. A
diferença entre curto e longo prazo é o tempo de duração ao qual é projetado.
Ainda, segundo Gitman (2004) “os planos financeiros no curto prazo são ações
27
planejadas para um período curto (de um a dois anos) acompanhado da previsão de
seus reflexos financeiros”. O planejamento no curto prazo serve de guia para o
conhecimento das ações a serem executadas, como, por exemplo, o pagamento de
mantimento, vestimenta, água, energia elétrica, internet, aluguel e demais contas de
consumo decorrente do dia a dia.
O planejamento de longo prazo tem um espaço de tempo maior para a sua
realização, envolvem planos, como por exemplo, a compra de um imóvel ou a
acumulação de recursos para aposentadoria.
Gitman (2004, P.588), diz que o planejamento de longo prazo:
[...] os planos financeiros de longo prazo são ações projetadas para um futuro distante, acompanhado da previsão de seus reflexos financeiros. Tais planos tendem a cobrir um período de dois a dez anos, sendo comumente encontrados em planos quinquenais que são revistos periodicamente à luz de novas informações significativas.
Portanto, a implementação de modo correto do planejamento de curto e longo
prazo, traz de retorno um rotineiro hábito de programar os objetivos que necessitam
da estruturação das receitas e despesas, auxiliando na tomada de decisão financeira.
28
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS
Foram coletadas 106 respostas do formulário disponibilizado no Google Forms,
por famílias de bairros distintos das cidades de Miguel Pereira e Três Rios localizadas
no município do estado do Rio de Janeiro. Essa amostra foi totalmente considerada
no desenvolvimento da análise.
A pesquisa apresenta cinco perguntas iniciais para identificação do perfil da
amostra. Dos 106 respondentes, 52% estão na faixa etária de 21 a 30 anos, seguidos
pelos respondentes acima de 40 anos (39%). A distribuição da amostra por faixa etária
está representada no gráfico 1. Quanto ao gênero, temos que: 70% da amostra são
mulheres, e 30% são homens conforme o gráfico 2.
Gráfico 1 - Distribuição dos respondentes por faixa etária
Fonte: Elaborado pela autora
2%
52%
8%
39%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%
Até 20 anos
De 21 a 30 anos
De 31 a 40 anos
Acima de 40 anos
29
Gráfico 2 - Distribuição dos respondentes por gênero
Fonte: Elaborado pela autora
O gráfico 3 apresenta a distribuição da amostra por estado civil, apresentando
em sua maioria 44% como casados, 42% solteiros, 8% divorciados, 5% declararam
ter outro tipo de estado civil e apenas 2% dizem ter uma união estável.
Gráfico 3 - Distribuição da amostra por estado civil
Fonte: Elaborado pela autora
Quando perguntados sobre o número de filhos, a amostra apresentou que 60%
possuem filhos e 40% não possuem filhos conforme o gráfico 4.
70%
30%
Feminino
Masculino
42%
44%
2%
8%
5%
0% 10% 20% 30% 40% 50%
Solteiro
Casado
União Estável
Divorciado
Outros
30
Gráfico 4 - Distribuição da amostra por número de filhos
Fonte: Elaborado pela autora
63% da amostra exerce alguma atividade remunerada, sendo eles a maioria e
24% não exercem atividade remunerada, enquanto 13% eventualmente exercem,
conforme gráfico 5.
Gráfico 5 - Distribuição da amostra por exercer atividade remunerada
Fonte: Elaborado pela autora
Após apurado o perfil dos respondentes, a análise identificou as características
pertinentes ao tema. Sobre a renda mensal familiar, 37% da amostra recebem entre
1 e 2 salários, seguidos por 25% que recebem entre 3 e 4 salários e 21% entre 2 e 3
60%
40%
Sim
Não
63%
24%
13%Sim
Não
Eventualmente
31
salários mínimo conforme o gráfico 6 abaixo.
Gráfico 6–Distribuição por renda mensal familiar
Fonte: Elaborado pela autora
O gráfico 7, expõe o número de pessoas que residem no ambiente familiar dos
respondentes, 42% diz morar com 3 pessoas, (25%) 4 pessoas, (20%) 2 pessoas e
14% mais de 5 pessoas.
Gráfico 7 – Distribuição por número de residentes na família
Fonte: Elaborado pela autora
No gráfico 8, 38% dos respondentes, apenas 1 membro da família trabalha,
37% responderam 2 membros, 19% responderam 3, 7% responderam 4% e ninguém
9%
37%
21%
25%
8%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40%
Menos de 1 salário mínimo
Entre 1 e 2 salários mínimo
Entre 2 e 3 salários mínimo
Entre 3 e 4 salários mínimo
Outro
20%
42%
25%
14%
0% 10% 20% 30% 40% 50%
2 pessoas
3 pessoas
4 pessoas
Mais de 5 pessoas
32
respondeu que mais de 5 pessoas membros da família trabalham.
Gráfico 8 - Distribuição dos membros da família que trabalham
Fonte: Elaborado pela autora
Referente ao conhecimento para administrar seu dinheiro, a maioria da amostra
(45%) avaliaram como bom, 31% como regular e 15% avaliaram como ótimo, 5%
como ruim e a apenas 4% como péssimo (gráfico 9). No entanto, quando perguntados
sobre a forma mais utilizada para organizar os gastos (gráfico 11), em 2º lugar (32%)
afirmaram que organizam mentalmente, entende-se com este comparativo que boa
parte dos respondentes se sentem seguros de suas ações.
Gráfico 9 - Distribuição por conhecimento para administrar o dinheiro
Fonte: Elaborado pela autora
38%
37%
19%
7%
0%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40%
1 pessoa
2 pessoas
3 pessoas
4 pessoas
Mais de 5 pessoas
15%
45%
31%
5%4%
Ótimo
Bom
Regular
Ruim
Péssimo
33
Quando perguntados se os moradores da residência costumam controlar e
anotar os ganhos e gastos, 40% responderam que alguns controlam e anotam os
ganhos e gastos, 33% afirmam que controlam e anotam todos os ganhos e gastos
periodicamente juntos, 15% não controlam e não anotam nada e 12 % começam o
mês anotando, mas não concluem conforme demonstrado no gráfico 10. O controle
do orçamento familiar é de extrema importância para ter conhecimento da real
situação em que a família se encontra, e é essencial que este controle seja feito por
todos os membros da residência.
Gráfico 10 - Distribuição sobre controlar e anotar os ganhos e gastos
Fonte: Elaborado pela autora
Referente à forma mais utilizada para organizar os gastos, 42% responderam
que utilizam caderno, 32% não utilizam qualquer recurso, registram apenas
mentalmente, 17% utilizam planilha eletrônica e 9% utilizam aplicativo de celular
conforme o gráfico 11. O percentual elevado de pessoas que registram mentalmente
os gastos demonstra que as ferramentas disponíveis e que se propõem a facilitar a
organização financeira não são aproveitadas. Porém, independentemente, do recurso
a ser utilizado para registrar os gastos, o ponto principal é organizar e começar a fazer
os registros.
0%
10%
20%
30%
40%33%
12%
40%
15%
Controlamos e anotamos todos os ganhos e gastos periodicamente juntos
Começamos o mês anotando, mas não concluímos
Alguns controlam e anotam os ganhos e gastos
Não controlamos e não anotamosnada
34
Gráfico 11 - Distribuição da forma mais utilizada para organizar os gastos
Fonte: Elaborado pela autora
Com relação a como os gastos familiares são decididos, 41% responderam que
não há decisões conjuntas, cada membro da família gasta de acordo com as suas
necessidades, 35% responderam que as decisões sobre os gastos são tomadas em
conjunto, 16% responderam que as possibilidades são discutidas, mas a decisão final
geralmente é tomada por apenas um morador e 8% que não há decisões conjuntas,
as decisões são concentradas em apenas um morador conforme o gráfico 12.
As decisões com relação aos gastos familiares devem ser compartilhadas, pois
para que o orçamento familiar seja considerado eficaz, todos os componentes da
família devem se comprometer em organizar, controlar e monitorar suas finanças
pessoais diariamente.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
17%
9%
42%
32%
Planilha eletrônica Aplicativo de celular Caderno Mentalmente
35
Gráfico 12 - Distribuição de como os gastos familiares são decididos
Fonte: Elaborado pela autora
Quando perguntados sobre como as contas são distribuídas na residência,
41% dos respondentes afirmaram que os moradores que possuem renda contribuem
pagando uma conta ou comprando algo, mas sem um controle muito rígido, 29%
afirmam que não há divisão das contas, apenas um morador arca com todas as
despesas, 19% afirmam que os valores das contas são distribuídos de acordo com os
rendimentos/salário dos moradores que possuem renda e 11% afirmam que os valores
das contas são distribuídos igualmente entre os moradores que possuem renda
conforme o gráfico 13 abaixo.
Gráfico 13 - Distribuição de como as contas são distribuídas na residência
Fonte: Elaborado pela autora
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
41%
8%
35%
16%
Não há decisões conjuntas,cada um gasta de acordo comsua necessidade
Não há decisões conjuntas, asdecisões são concentradas emapenas um morador
As decisões sobre os gastossãotomadas em conjunto
As possibilidades sãodiscutidas, masa decisão finalgeralmente é tomadaporapenas um morador
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
29%
41%
11%
19%
Não há divisão das contas,apenas um morador arca comtodas as despesas
Os moradores que possuemrenda contribuem pagando umaconta ou comprando algo, massem um controle muito rígido
Os valores das contas sãodistribuídos igualmente entre osmoradores que possuem renda
Os valores das contas sãodistribuídos de acordo com osrendimentos/salário dosmoradores que possuem renda
36
As respostas referentes ao que é feito quando sobra algum dinheiro (gráfico
14), 34% das pessoas responderam que cada familiar gasta como quer, 25% que o
dinheiro fica guardado para os gastos do próximo mês, 21% que nunca sobra dinheiro
e 20% que parte do dinheiro é investido na conta da caderneta de poupança da família
e a outra parte em investimentos pessoais.
Gráfico 14 - Distribuição sobre o que é feito quando sobra algum dinheiro
Fonte: Elaborado pela autora
Referente aos sonhos e objetivos de curto, médio e longo prazo, o gráfico 15
demonstra que 61% responderam que pensam nos sonhos e objetivos de curto, médio
e longo prazo, 29% não pensam e 10% às vezes pensam, mas não concluem. As
pessoas têm sonhos, mas é preciso transformá-los em objetivos e metas para serem
alcançados, e isso envolve a necessidade de obter recursos financeiros e planejar a
vida financeira.
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
21%
34%
25%
20%
Nunca sobra dinheiro
Cada um gasta comoquiser
O dinheiro fica guardadopara os gastos do próximomês
Parte do dinheiro éguardado na poupança dafamília e a outra parte napessoal
37
Gráfico 15 - Distribuição sobre se pensam nos sonhos e objetivos de curto, médio e longo prazo
Fonte: Elaborado pela autora
Sobre o que é indispensável no orçamento, o gráfico 16 ilustra que 53% dos
respondentes identificam as despesas, 28% preferem definir um plano financeiro de
longo prazo, 15% verificam o saldo mensal e 4% optam que identificar as receitas é
o crucial na hora de pensar no orçamento.
Gráfico 16 - Distribuição sobre o que é indispensável no orçamento
Fonte: Elaborado pela autora
61%
10%
29% Sim
Não
As vezes, começamos enão concluímos
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
4%
53%
15%
28%
Identificar as receitas
Identificar as despesas
Verificar o saldo mensal
Definir um plano financeirode longo prazo
38
5. CONCLUSÃO
O presente trabalho teve como objetivo geral reconhecer a importância do
planejamento familiar, e como objetivos específicos realizar o planejamento
orçamentário doméstico; contribuir com a gestão financeira familiar; compreender as
diretrizes que norteiam o orçamento doméstico; entender e identificar os pontos
principais para a elaboração de um orçamento e como funcionam na tomada de
decisão; e porque é necessário encontrar alternativas que contribuam para manter a
saúde financeira pessoal e familiar.
Através da pesquisa bibliográfica das palavras-chave do trabalho foi possível
identificar o porquê é importante planejar as finanças familiares, quais as fases do
orçamento familiar e quais as contribuições do planejamento e controle familiar. A
análise dos dados resultou nos registros sobre o comportamento das pessoas e das
famílias diante do conhecimento do tema, suas interferências no controle financeiro
familiar e, consequentemente, na qualidade de vida.
Este estudo descreveu como limitação da pesquisa a relação das famílias
respondentes, deste modo, não é possível estender os resultados obtidos para todas
as famílias ou para outros tipos de organização social.
Em pesquisas futuras, sugere-se ampliar e delimitar a amostra e conciliar
perguntas para que se evite um provável viés de pesquisa. É importante identificar
possíveis fontes de viés ao planejar uma pesquisa amostral. Quando se afirma que há
um possível viés, é possível discutir se os resultados foram superestimados ou
subestimados.
Futuramente também, é possível investigar se as famílias já tiveram acesso a
informações sobre educação financeira ou planejamento familiar e qual espaço
demográfico ocupam.
A análise dos resultados apresentou que 41% das famílias não decidem em
conjunto sobre a distribuição de como os gastos familiares são decididos (gráfico 12),
em 34% dessas famílias, cada um gasta como quiser (gráfico 14), mas mesmo assim,
61% das famílias pensam nos sonhos, objetivos e metas (gráfico 15), ou seja, para
conseguir alcançar os sonhos e objetivos, se torna essencial que se planeje e guarde
de forma consciente o que se ganha, seja em conjunto ou individualmente, ratificando-
se a necessidade da educação financeira.
Conclui-se que a educação financeira é significativa para o desenvolvimento do
39
pensamento econômico, mostrando os benéficos que podem ser adquiridos utilizando
o planejamento e orçamento como ferramenta de apoio na tomada de decisão.
40
6. REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Mariana dos Santos Felix de. Jovens Universitários de Três Rios: Investidores Emergentes. Trabalho Conclusão de Curso (Administração). Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Instituto Três Rios. Três Rios, p. 14. 2019. ANDRES, Danéia Inês. Procedimentos para elaboração do planejamento orçamentário doméstico e do controle de gastos e receitas para uma eficiente gestão financeira familiar. Monografia apresentada como requisito para a obtenção do Grau (Bacharel em Ciências Contábeis). Universidade de Caxias do Sul. Caxias do Sul, p. 67. 2010. BANCO CENTRAL DO BRASIL. Caderno de Educação financeira – Gestão de Finanças Pessoais. Brasília: BCB,2013. 72 p.Disponível em:<https://www.bcb.gov.br/content/cidadaniafinanceira/documentos_cidadania/Cuidando_do_seu_dinheiro_Gestao_de_Financas_Pessoais/caderno_cidadania_financeira.pdf>. Acesso em 12 de agosto de 2020. BAPTISTA, Jose A. et al. A importância da educação financeira nos contextos acadêmico e profissional: um levantamento de dados com alunos universitários. In: Simpósio De Excelência Em Gestão Tecnológica: Gestão, Inovação e Tecnologia para a Sustentabilidade, IX, 2012, Bauru, São Paulo. Anais... Bauru: UNINOVE, 2012. CERBASI, Gustavo. Casais inteligentes enriquecem juntos. 148 ed. São Paulo, SP. Gente. 2004. CERBASI, Gustavo Petrasunas. Dinheiro: Os segredos de que tem. São Paulo: Editora Gente, 2005/2010. CHEROBIM, Ana Paula MussiSzabo; ESPEJO, Márcia Maria dos Santos Bortolocci. Finanças pessoais conhecer para enriquecer! São Paulo: Altas, 2011. CLAUDINO, Lucas Paravizo et al. Educação financeira e endividamento: um estudo de caso com servidores de uma instituição pública. In: Anais do Congresso Brasileiro de Custos-ABC. 2009. D’AQUINO, Cássia. Educação financeira: Como educar seus filhos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. DOMINGOS, Reinaldo. Terapia Financeira realize seus sonhos com Educação financeira, -. São Paulo – Editora DSOP Educação financeira, 2012. DOMINGOS, Reinaldo. Terapia Financeira. São Paulo, Nossa Cultura, 2008 EID JÚNIOR, Willian; GARCIA, Fábio Gallo. Como fazer o orçamento familiar. 3 ed. –São Paulo: Publifolha, 2001.
41
EKER, Harv T. Os segredos da mente milionária. 2 ed. Rio de Janeiro, RJ. Sextante,2006. ENEF (Estratégias Nacional de Educação financeira) e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Conceito de Educação financeira no Brasil. Disponível em: https://www.vidaedinheiro.gov.br/educacao-financeira-no-brasil/. Acesso em 25 de setembro de 2020. EWALD, LUÍS CARLOS. Sobrou dinheiro! lições de economia doméstica/Luís Carlos Ewald; [ilustrações de Carlos Alberto Dias da Silva]. –2ª ed. –Rio de Janeiro: Betrand Brasil, 2003. FARINHAS, Altemir Carlos. Cura! Há solução para sua vida financeira. Curitiba: A.C. Farinhas, 2005. FRANKENBERG, L. Seu futuro financeiro. 8. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999 FREIRE, A. Paixão por Empreender: Como colocar suas ideias em prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. FREZATTI, Fábio. Orçamento Empresarial: Planejamento e controle gerencial.5. ed. São Paulo: Atlas, 2009. FONSECA, Wilson Corrêa da. Análise de Conteúdo. In: DUARTE, Jorge; BARROS, Antônio (orgs.). Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação. 2. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2006. GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo (organizadoras). Métodos de Pesquisa. 1ª Ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009. GIARDINO, Andrea; PEDROSA, Luis; WALL, Amanda. Cresce o número de brasileiros que conversam sobre o orçamento familiar em casa, aponta pesquisa CNDL/SPC Brasil e Banco Central. 2019. Disponível em: https://www.spcbrasil.org.br/pesquisas/pesquisa/6153. Acesso em 19 set. 2020. GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. São Paulo: Addison Wesley, 2004. GOODE, Willian J.; HATT, Paul K. Métodos em Pesquisa Social. 4a ed. São Paulo: Nacional, 1972. GROPPELLI, A. A.; NIKBAKHT, Ethan. Administração financeira. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. HEIDEMANN, Leonardo Albuquerque; OLIVEIRA, Ângelo Mozart Medeiros de; VEIT, Eliane Angela. Ferramentas online no ensino de ciências: uma proposta com o Google Docs. Física na escola. São Paulo. v. 11, n. 2, 2010, p. 30-33. KIYOSAKI, Robert T.; LECHTER, Sharon L. Pai rico, pai pobre: o que os ricos ensinam a seus filhos sobre dinheiro. 63. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000.
42
LUQUET, Mara; ASSEF, Andrea. Você tem mais...dinheiro do que imagina: Um guia para suas finanças pessoais. São Paulo: Saraiva, 2006. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. 7. ed. 6.reimpr.São Paulo: Atlas, 2011. NAKATA, Rogério. Serviços de Planejamento Financeiro. Qual a importância de ter seu próprio Planejamento Financeiro Pessoal ou Familiar? Disponível em: <http://www.economiacomportamental.com.br/planejamento_financeiro_pessoal_ou_ familiar.asp>. Acesso em 08/12/2020 OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Planejamento Estratégico: Conceitos, Metodologia e Prática. São Paulo: Atlas, 2004. OLIVEIRA, Sílvio Luiz de. Metodologia científica aplicada ao direito. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. PEIXE, Blênio Cezar Severo; LENHARD, Nelton da Silva; HARRES, Paulo Roberto Contabilidade Familiar: Um enfoque orçamentário. Revista Ciências Empresariais. UNIPAR, Toledo –PR, v.2, jul./dez., 2000. PEREIRA, Maria Isabel; SANTOS, Silvio Aparecido dos. Modelo de gestão: Uma análise conceitual. São Paulo: Pioneira, 2001. SCHENINI, Paulo Henrique; BONAVITA, J. R.Finanças para não-financistas. Rio de Janeiro: SENAC Rio, 2004. SILVA, Marineuza Barbosa Lima. Educação financeira para pessoa física. SEBRAE. Salvador/BA. 2013. 17 p. ; il. Disponível em: https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/3c27b46226d68958621f1f121cdf8f22/$File/4577.pdf. Acesso em 31 out. 2020. SILVA NETO, Antonio Alexandre. Lições sobre dívidas. São Paulo.6 dez. 2008. Disponível em < http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/licoes-sobre-dividas/26751/>. Acesso em 20 de outubro de 2020. SOUSA, Almir Ferreira de; TORRALVO, Caio Fragata. A gestão dos próprios recursos e a importância do planejamento financeiro pessoal. VII Semead, 2004.
43
ANEXO I
FINANÇAS FAMILIARES
1. Qual a sua idade? ( ) Até 20 anos ( ) De 21 a 30 anos ( ) De 31 a40 anos ( ) Acima de 40 anos
2. Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino
3. Estado Civil? ( ) Solteiro ( ) Casado ( ) União Estável ( ) Divorciado ( ) Outros
4. Tem filhos? ( ) Sim ( ) Não
5. Exerce atividade remunerada? ( ) Sim ( ) Não ( ) Eventualmente
6. Qual é a renda mensal da sua família? ( ) Menos de 1 salário mínimo ( ) Entre 1 e 2 salários mínimo ( ) Entre 2 e 3 salários mínimo ( ) Entre 3 e 4 salários mínimo ( ) Outros __
7. Quantas pessoas vivem em sua residência? ( ) 2 pessoas ( ) 3 pessoas ( ) 4 pessoas ( ) Mais de 5 pessoas
8. Quantos membros de sua residência trabalham? ( ) 1 pessoa ( ) 2 pessoas ( ) 3 pessoas ( ) 4 pessoas ( ) Mais de 5 pessoas
44
9. Como considera o seu conhecimento para administrar seu dinheiro? ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim ( ) Péssimo
10. Os moradores da residência costumam controlar e anotar em conjunto os ganhos e gastos?
( ) Controlamos e anotamos os gastos e ganhos periodicamente juntos ( ) Começamos o mês anotando, mas não concluímos ( ) Alguns controlam e anotam os ganhos e gastos individualmente ( ) Não controlamos e não anotamos nada
11. Qual a forma mais utilizada para organizar os gastos? ( ) Mentalmente ( ) Caderno
( ) Planilha eletrônica ( ) Aplicativo de celular
12. Como os gastos familiares são decididos? ( ) Não há decisões conjuntas, cada um gasta de acordo com sua necessidade ( ) Não há decisões conjuntas, as decisões são concentradas em apenas um morador ( ) As decisões sobre os gastos são tomadas em conjunto ( ) As possibilidades são discutidas, mas a decisão final geralmente é tomada por apenas um morador
13. Como as contas são distribuídas na residência? ( ) Não há divisão das contas, apenas um morador arca com todas as despesas
( ) Os moradores que possuem renda contribuem pagando uma conta ou comprando algo, mas sem um controle muito rígido ( ) Os valores das contas são distribuídos igualmente entre os moradores que possuem renda ( ) Os valores das contas são distribuídos de acordo com os rendimentos/salário dos moradores que possuem renda
14. Quando sobra algum dinheiro, o que é feito? ( ) Nunca sobra dinheiro
( ) Cada um gasta como quiser ( ) O dinheiro fica guardado para os gastos do próximo mês ( ) Parte do dinheiro é guardado na poupança da família e a outra parte na pessoal
15. Vocês pensam em seus sonhos e objetivos de curto, médio e longo prazo? ( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes, começamos e não concluímos
16. O que é indispensável no orçamento?
( ) Identificar as receitas ( ) Identificar as despesas