Universidade Federal Rural do Rio de...

Post on 01-Mar-2018

217 views 2 download

Transcript of Universidade Federal Rural do Rio de...

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Instituto de Veterinária

Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública

FEBRE MACULOSA

BORRELIOSE DE LYME

ANAPLASMOSE HUMANA

BABESIOSE

Adivaldo Henrique da Fonseca

Prof. Titular de Doenças Parasitárias

[adivaldo@ufrrj.br]

FEBRE MACULOSA BRASILEIRA

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

DISTRIBUIÇÃO

Ordem Familia Gênero Espécie Células alvo

Rickettsiales

Rickettsiaceae

Cowdria C. ruminantium Endotelio vascular e Macrófagos

Coxiella C. Burnetti Endotélio vascular, macrófagos

Ehrlichia

E. bovis

E. canis

E. equi

E. ewingii

E. phagocytophils

E. ovina

E. ondiri

E platis

E. risticii

Monócitos e macrófagos

Monócitos e macrófagos

Granulócitos

Granulócitos

Granulócitos

Monócitos e macrófagos

Granulócitos e monócitos

Plaquetas

Monócitos, células do epitélio intestinal, mastócitos

Neorickettsia N. Elokominica

N. helminthoeca

Monócitos, macrófagos, células linfóides

Monócitos, macrófagos, células linfóides

Rickettsia R. rickettsii Endotélio vascular

Anaplasmataceae

Aegyptianella A. pullorum Hemáceas

Anaplasma A. marginale

A. ovis

Hemáceas

Hemáceas

Eperythrozoon E. ovis

E. suis

Hemáceas

Hemáceas

Haemobartonella

H. Canis

H. cati

Hemáceas

Hemáceas

Adaptado de vários autores

Classe

Ordem

Famílias

Gêneros

Total

Aracnida

Acarina

Ixodidae

Amblyomma

33

Ixodes

6

Rhipicephalus

1

Haemaphysalis

3

Anocentor

1

Boophilus

1

Argasidae

Argas

1

Ornithodorus

6

PRINCIPAIS PATÓGENOS TRASMITIDOS POR CARRAPATOS

Protozooses

Babesioses

Theilerioses

Hepatozooses

Cytauxzooses

Haemobartoneloses

Rhickettsioses

Ehrlichioses – Monocítica e Granulocitica

Febre Maculosa (= Rocky Moutain Spotted Fever)

Anaplasmose

Cowdriose

Viroses Cerca de 100 viroses de importância

Bacteriose Borreliose de Lyme

Transmissão de febre maculosa

Agente etiológico Hospedeiro Local Diagnóstico Referência

Molecular Isolamento

Rickettsia rickettsii A. aureolatum São Paulo, SP sim sim Gomes (1933)

R. rickettsii A. cajennense Belo Horizonte, MG Não Não Moreira e Magalhães, 1935

R. rickettsii A. cajennense Pitangui, MG Não Não Dias et al (1937)

R. rickettsii A. cajennense Araras, SP Não Não Vallejo-Freire (1946)

R. rickettsii A. aureolatum Mogi das Cruzes, SP sim Não Labruna et al. (2004)

R. bellii A. cooperi Pedreiras, SP sim sim Labruna et al. (2004)

R. bellii A. ovale Gov. J. Teixeira, RO sim Não Labruna et al. (2004)

R. bellii A. oblongoguttatum Gov. J. Teixeira, RO sim Não Labruna et al. (2004)

R. bellii A. humerale Monte Negro, RO sim Não Labruna et al. (2004)

R. bellii A. scalpturatum Gov. J. Teixeira, RO sim sim Labruna et al. (2004)

R. bellii A. rotundatum Mon te Negro, RO sim Não Labruna et al. (2004)

R. bellii A. aureolatum Mogi das Cruzes, SP sim Não Pinter (2003)

R. bellii Ixodes loricatus São Paulo, SP sim Não Labruna et al. (2004)

R. amblyommii A. cajennense Gov. J. Teixeira, RO sim sim Labruna et al. (2004)

R. amblyommii A. coelebs Gov. J. Teixeira, RO sim Não Labruna et al. (2004)

R. rhipicephali H. juxtakochi Monte Negro, RO sim Não Labruna et al. (2004)

R. parkeri A. triste Paulicéia, SP sim Não Labruna et al. (2004)

Rickettsia sp (=R. amblyommii) A. longirostre Ariquemes, RO sim Não Labruna et al (2004)

Rickettia sp A. cooperi Pedreiras, SP Não sim Lemos et al (1996)

Rickettsia sp A. cooperi Não citado Não sim Melles et al. (1999)

Rickettsia sp (=R. parkeri) A. cooperi Pedreiras, SP sim sim Labruna et al. (2004)

Amostras de Rickettsia do grupo da Febre Maculosa, detectadas e/ou isoladas em

carrapatos no Brasil

Adaptado de Labruna 2004 RBPV 13(1):199-202

Agente etiológico Hospedeiro Local Diagnóstico Referência

Molecular Isolamento

COLOMBIA

R. rickettsii A. cajennense Tobia Não Não Patino-Camargo (1941)

COSTA RICA

R. rickettsii H. leporispalustris Jiménez de Pococí Não Não Fuentes et al. (1985)

MÉXICO

R. rickettsii A. cajennense Vera Cruz Não Não Bustamante e Varela (1946)

R. rickettsii Rhipicephalus sanguineus

Simaloa, La laguna,

Torreon

Náo Não Bustamante e Varela (1947)

R. rickettsii R. sanguineus Sonora Não Não Mariotte et al. (1944)

PANAMÁ

R. rickettsis A. cajennsense Caimito Não Não Rodaniche (1953)

URUGUAÍ

R. parkeri A. triste Canelones, Montivideo Sim Não Venzal et al. (2004)

Amostras de Rickettsia do grupo da Febre Maculosa, detectadas e/ou isoladas em

carrapatos na Amárica Latina (exceto Brasil)

FEBRE MACULOSA BRASILEIRA Rio de Janeiro 1980-2003

Ano Casos Confirmados

Casos Suspeitos

e/ou

Compatíveis

Descartados Óbitos Municípios com casos confirmados

1980/81 04 - - 00 Rio de Janeiro

Miguel Pareira

1982/96 Sem dados Sem dados Sem dados Sem dados

Sem dados

1997 01 01 00 00 Barra do Piraí

1998 00 13 02 06 -

1999 00 12 00 02 -

2000 00 03 00 00 -

2001 01 02 01 02 Duque de Caxias

2002 01 08 00 02 Barra do Piraí

2003 02 09 01 01 Barra do Piraí

Nova Iguaçu

TOTAL 09 48 04 13

Municípios com ocorrência da FMB no Rio de Janeiro

• Barra do Piraí

• Duque de Caxias

• Nova Iguaçu

• Miguel Pereira

FEBRE MACULOSA BRASILEIRA

Espírito Santo, 2000-2004

ANO Nº CASOS Nº ÓBITOS % LETALIDADE

2000 2001 2002 2003 2004 2005

2 - -

13 11

2 - - 4 -

100 - -

31 0

TOTAL 26 6 23

Fonte: SES/ES

Municípios com ocorrência da FMB no Espírito Santo

• Pancas

• Colatina

• Nova Venécia

• Barra de São Francisco

FEBRE MACULOSA BRASILEIRA

Santa Catarina, 2003-2004

ANO Nº CASOS Nº ÓBITOS % LETALIDADE

2003 2004 2005

1

10 14

0 0 0

0 0 0

TOTAL 25 0 0

Fonte: SES/SC

Municípios com ocorrência da FMB em Santa Catarina

• Blumenau

• Luis Alves

• Massaranduba

FEBRE MACULOSA BRASILEIRA

São Paulo, 1995-2005

Fonte: CVE/SP

* dados preliminares

Ano Casos Óbitos Let %

1995 04 04 100

1996 06 03 50

1997 02 01 50

1998 13 06 46

1999 02 00 00

2000 16 02 13

2001 15 11 73

2002 09 04 44

2003 30 12 40

2004 34 11 32

2005* 08 04 50

Total 163 69 42%

Municípios com ocorrência da FMB em São Paulo

• DIR XII - Região de Campinas

Fonte:CCZ/SE/SES-M.G.

Municípios com ocorrência da FMB em Minas Gerais

Vale do Aço, Vale do Mucuri

Vale do Jequitinhonha, Zona da

Mata e Região Metropolitana

FEBRE MACULOSA BRASILEIRA Minas Gerais: 1995-2005

Ano Casos Óbitos Let %

1995 09 02 22

1996 07 01 14

1997 22 01 05

1998 09 01 11

1999 13 00 00

2000 23 11 48

2001 09 01 11

2002 10 01 10

2003 09 01 11

2004 24 09 38

2005* 03 01 33

Total 138 29 21%

Fonte: CCZ/SE/SES/MG

* dados preliminares

A febre maculosa brasileira (FMB) é doença de

notificação compulsória – DNC, regulamentada pela

Portaria nº 1.943/GM de 18 de outubro de 2001:

Art. 1º - “Os casos suspeitos ou confirmados das

doenças, constantes no Anexo I desta Portaria, são

de notificação compulsória às Secretarias Municipais

e Estaduais de Saúde e ao Ministério da Saúde.”

SINDROME FEBRIL Influenza

Rubéola

Dengue Clássico

Febre Amarela ( fase virêmica )

Outras arboviroses

Enteroviroses

Malária

Síndrome da Mononucleose

Febre Tifóide

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

Meningococcemia

Dengue Hemorrágica

Febre Amarela

Arboviroses

Arenaviroses

Hantavírus

Doenças Vias Biliares

Hepatites Virais

Malária Grave por Falciparum

Febre Tifóide

Sepse

Outras Riquetsioses

Febre Purpúrica Brasileira;

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

SÍNDROME FEBRIL (ÍCTERO) HEMORRÁGICA

Number of reported cases of Rocky Mountain spotted fever by state and region, 1994-1998

Febre Maculosa – Brasil www.sucen.sp.gov.br

Febre Maculosa – Brasil www.sucen.sp.gov.br

Quadro clínico

Histórico + Febre + Exantema

“Lobo em pele de cordeiro” - “a grande imitadora”

Doença de notificação OBRIGATÓRIA

REDE DE DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ/RJ

Abrangência: Rio de Janeiro, Goiás e Distrito Federal, Bahia e

Rondônia

FUNDAÇÃO EZEQUIEL DIAS/MG

Abrangência: Minas Gerais e Espírito Santo

INSTITUTO ADOLFO LUTZ/SP

Abrangência: São Paulo, Paraná, Santa Catarina; Mato Grosso do

Sul e Paraná

Sintomático

manifestações renais, cardíacas, respiratórias e neurológicas

Específico

Cloranfenicol e Tetraciclinas

TRATAMENTO:

Borreliose de Lyme e

Lyme simile

Histórico das Borrelioses

Doenças e respectivos agentes

Sistemática

Morfologia

Estratégia de vida

Hospedeiros, reservatórios e

transmissores

Modo de transmissão

Importancia com Zoonoses

Doença Espécies envolvidas Artrópode vetor

Borreliose aviária B. anserina Argas spp

Borreliose bovina B. theileri Boophilus e ?

Febre recurrente epidêmica B. recurrentis Pediculus spp

Febre recurrente endêmica 21 espécies (B. recurrentis ?) Ornithodoros spp

Aborto epizoótico bovino B. coriaceae O. coriaceae

Doença de Lyme B. burgforferi, B. garinii, B. afzelii Ixodes spp.

Doença de Lyme simile B. lonestari, B. barbouri, (B. theileri ?) Amblyomma spp e ?

Doenças, respectivos agentes etiológicos e vetores de Borrelioses em

animais e seres humanos

B. afzelii

B. burgdorferi

B.garinii

BORRELIOSE DE LYME

*

B. valaisiana

B. lusitaniae

???

B. bissetti

B. sinica

B. japonica

B. tanukii

B. turdi

BORRELIOSE DE LYME-like

Lato sensu *

B. andersoni

B. parkeri

B. dutoni

B. hermisii

FEBRE RECORRENTE

B. venezuelensis

B. brasiliensis

B.hispanica

B. dipodilli

B. armenica

B. crocidurae

B.microti

B. duttonii

B. graingeri

B. recurrentis

Espiroquetas filogeneticamente

próximas das espécies que

causam FEBRE RECORRENTE

B. lonestari

B. coreacae

B. anserina

B. theileri

Borrelia recurrentis observada em paciente

americano procedente do Leste Europeu – 1990

Transmissão da Borreliose de Lyme

• Ixodes scapularis

• Ixodes pacificus

• Ixodes ricinus

• Ixodes persulcatus

• Outros Ixodídeos ?

• Urina de Roedores

Peromyscus leucopus – Hospedeiro natural para Borrelia burgdorferi e Babesia microti

na região nordeste do EUA

Odoicoleus virginianus Reservatório para carrapatos transmissores de

Borrelia burdorferi na região nordeste do EUA

Numero de casos de Borreliose de Lyme Humana notificados nos Estados

Unidos entre os anos de 1982 e 1998

Distribuição da Borreliose de Lyme nos Estado Unidos. Àreas

em vermelho significa alta prevalência

Flagrante de uma manifestação popular na cidade de Boston contra planos de

saúde recusando a dar superte ao tratamento de portadores de Borreliose de

Lyme crônica

Aumento do volume articular em bezerro com sorologia positiva

(ELISA E BLOTTING) para Borrelia burgdorferi.

Claudicação observada em bezerro com sorologia positiva (ELISA E

BLOTTING ) para Borrelia burgdorferi. Animal nativo do estado do

Espírito Santo.

Borreliose de Lyme em Bovinos

• Crônica perda de peso

• distenção bilateral das articulações do carpo

• claudição

•dificuldade de levantar-se sem ajuda

Prevalência e títulos dos soros de 150 cães provenientes da Região

Fisiográfica do Grande Rio, RJ, para anticorpos da classe IgG,

homológos, reagentes contra Borrelia burgdorferi.

Título

Positivos (n)

Prevalência

1:400

20

13,34%

1:800

4

2,66%

1:1600

6

4,00%

Total Positivos

30

20% (30/150)

Total Negativos

0

80% (120/150)

Didelphis sp – Hospedeiro potencial para diferentes gêneros de

carrapatos no Brasil

Ninfas de Amblyomma cajennense parasitando em

Didelphis sp na região do Grande Rio - RJ

Anais Brasileiros de Dermatologia, 2005;80(2):171-178.

www.sbd.com.br

Eritema Migratório Recorrente Eritema Migratório Recorrente

Eritema Migratório Eritema Migratório

Artrite em pacientes com borreliose de Lyme Artrite em pacientes com borreliose de Lyme

www.scielo.br ou www.periodicoscapes.gov.br

TESES DE MESTRADO E DOUTORADO SOBRE BORRELIOSES NO BRASIL FLORIÃO, R. A. Tese de Doutorado. Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1994.

JOPPERT, A.M. Tese de Mestrado. Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, 83 pp. 1995.

BARROS, P.J.L. Tese de Mestrado. Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, 163pp, 1997.

BARROS, P.J.L. Tese de Doutorado. Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, 163pp, 2000.

* ISHIKAWA, M. M Tese de Mestrado. Medicina Veterinária, Parasitologia Veterinária. UFRRJ, 114pp., 1997.

* SOARES, C. S Tese de Mestrado. Medicina Veterinária, Parasitologia Veterinária. UFRRJ, 114pp., 1998.

* BARBOSA, W.G. Tese de Mestrado. Medicina Veterinária.. UFRRJ, 1999

* ISHIKAWA, M. M.. Tese de Doutorado. Medicina Veterinária, Parasitologia Veterinária. 2000.

* OLIVEIRA, A. Tese de Doutorado. Medicina Veterinária, Parasitologia Veterinária. UFRRJ, 114pp., 2002.

* SALLES, R.S. Tese de Doutorado. Medicina Veterinária, Parasitologia Veterinária. UFRRJ, 114pp., 2002.

* COSTA, C.M. Tese de Mestrado. Medicina Veterinária. Parasitologia Veterinária. UFRRJ, 2003

* MADUREIRA, R.C. Tese de Mestrado. Medicina Veterinária. Parasitologia Veterinária. UFRRJ, 2004

* MADUREIRA, R.C. Tese de Doutorado. Medicina Veterinária, Ciências Veterinárias. UFRRJ, em andamento

* CORREA, F.N. Dissertação de Mestrado. Medicina Veterinária, Ciências Veterinárias. UFRRJ, em andamento

* LISBÔA, R.S. Dissertação de Mestrado. Medicina Veterinária, Ciências Veterinárias. UFRRJ, em andamento

* GALO, K. R. Dissertação de Mestrado. Medicina Veterinária, Ciência Animal. UFPA, em andamento

* Orientador: Adivaldo H. Fonseca.

Aves migratórias constituên-se em potentes dispersores

de larvas de carrapatos entre longas distâncias

A partir do ano de 1990 o governo brasileiro, removeu as

barreiras alfandegárias sem implementação das barreiras

sanitárias

Riscos para introdução de patógenos exóticos,

particularmente aqueles transmitidos por artrópodes

Abate oficial, abate clandestino, transporte de bovinos,

pequenos ruminantes, suinos e aves