Post on 07-Feb-2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM MÚSICA
ESCOLA DE MÚSICA CURSO DE LICENCIATURA
RANIEL KENNEDY ALVES DA SILVA
AUTOAPRENDIZAGEM MUSICAL: Alternativas de ensino e aprendizagem do aluno de Licenciatura em Música fora do
âmbito da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
NATAL/RN 2013
RANIEL KENNEDY ALVES DA SILVA
AUTOAPRENDIZAGEM MUSICAL: Alternativas de ensino e aprendizagem do aluno de Licenciatura em Música fora do
âmbito da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Monografia apresentada à Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, na área de educação musical
como parte dos requisitos para obtenção do título
de Licenciado em Música.
Orientador: Profº. Dr. Jean Joubert Freitas
Mendes.
NATAL/RN 2013
RANIEL KENNEDY ALVES DA SILVA
AUTOAPRENDIZAGEM MUSICAL: Alternativas de ensino e aprendizagem do aluno de Licenciatura em Música fora do
âmbito da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Monografia apresentada à Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, na área de educação musical
como parte dos requisitos para obtenção do título
de Licenciado em Música.
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________________
PROF. DR. JEAN JOUBERT DE FREITAS MENDES
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN)
(ORIENTADOR)
__________________________________________________________
PROF. MSC. JOÃO PAULO DE ARAÚJO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN)
(1º EXAMINADOR)
________________________________________________________
PROFª DRª. VALÉRIA LÁZARO DE CARVALHO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN)
(2ª EXAMINADORA)
Dedico este trabalho a música por ter contribuído dando
um significado a minha vida, a minha companheira pela
paciência, a meu irmão, a meus filhos e neto, a aos
contestadores, e a todos que contribuíram de forma direta e
indireta tornando para que isso fosse possível.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu orientador o professor Jean Joubert de Freitas Mendes. Por
ter-me direcionado na escolha da minha pesquisa e me assessorar no processo do
desenvolvimento desse presente trabalho.
À Francisco dos Santos Kluwen pelo o apoio na organização do meu trabalho.
À professora Aline de Pinho Dias por te me dado uma direção dentro da sua
disciplina e que me fez compreender alguns aspectos do ser, assim contribuindo na
minha formação como educador musical.
Ao professor João Paulo Araújo pelo o apoio no Estágio Supervisionado.
À Professora Valéria Lázaro de Carvalho que me fez compreender o
significado da educação musical.
Ao professor João Barreto Medeiros de Filho por ter contribuído
significativamente me apoiando no começo dos meus estudos da música.
Aos colegas do Curso de Licenciatura em Música e de outros Cursos pela
amizade e companheirismo.
A Audinêz Barreto pela paciência e dedicação na formatação desse presente
trabalho.
A professora Maristela Carvalho Cruz pela tolerância e seus ensinamentos.
Não é preciso ensinar nada do que o aluno pode encontrar nos livros, pois essas questões ele pode resolver sozinho. É preciso aproveitar o tempo para fazer música, para improvisar, experimentar, discutir e debater. O mais importante é - sempre - o debate; nesse sentido, os problemas que surgem no decorrer do trabalho são mais importantes do que as soluções.
(KOELLREUTTER (1982 apud BRITO, 2001, p. 32)..
RESUMO
A autoaprendizagem musical constitui-se em um fator que contribui no
aprendizado do estudante de música, pois esse estudo do instrumento externo do
âmbito da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte-
EMUFRN busca trazer ferramentas que propicia a obtenção de informações
ampliando os seus conhecimentos dentro do Curso de Licenciatura em Música.
Desse modo o presente trabalho tem como objetivo apresentar um relato de uma
pesquisa através de coletas de dados sobre a autoaprendizagem musical com os
alunos do Curso de Licenciatura de Música da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte. Com isso, essa pesquisa foi elaborada mediante um questionário e
entrevista semiestruturada, que terá como caráter fundamental a descrição
quantitativa sobre aspectos do aprendizado e desenvolvimento do discente que na
sua maioria que busca conciliar os seus estudos acadêmicos com essa prática.
Como também, constatar qualitativamente esse processo de autoaprendizagem
dentro de sua rotina de estudo. Essa pesquisa objetiva a descrição e a observação,
explanando as características gerais do desenvolvimento do aluno dentro da sua
autoaprendizagem. A finalidade desse trabalho é de apresentar a importância dessa
autoaprendizagem na vida acadêmica do aluno Curso contribuindo para a sua
formação musical. Como também, registrar a importância do professor dentro dessa
prática.
Palavra chave: Autoaprendizagem musical. Desenvolvimento musical. Formação
musical.
ABSTRACT
The musical self-study constitutes a factor that contributes to student learning
music, because this study external instrument the scope of the Music School of the
Federal University of Rio Grande do Norte - EMUFRN seeks to bring tools that
provides obtaining information expanding their knowledge within the Bachelor of
Music. Thus this paper aims to present an account of a search through collections of
data about musical self-learning with the students of Bachelor of Music of the Federal
University of Rio Grande do Norte. Thus, this research was developed through a
questionnaire and semi-structured interview, which will have as its fundamental
character description of the quantitative aspects of learning and development of
students who mostly seeking to combine their academic studies with this practice. As
also noted qualitatively this process of self-learning within your study routine. This
research aims at the description and observation, explaining the general
characteristics of student development within its self-learning. The purpose of this
paper is to present the importance of this self-learning in the academic life of the
student course contributing to his musical training. As well, registering the importance
of the teacher within that practice.
Keywords: Self Study musical. Musical development. Musical training.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – A autoaprendizagem musical fora do ambiente escolar 25
Gráfico 2 – Recursos utilizados para a autoaprendizagem. 26
Gráfico 3 – Tempo de estudo de autoaprendizagem 26
Gráfico 4 – Tempo semanal utilizado para a autoaprendizagem 27
Gráfico 5 – A contribuição da autoaprendizagem para o Curso de
Licenciatura em Música 28
Gráfico 6 – Na sua formação como professor esta autoaprendizagem é
essencial? 28
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 10
2 O CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA NO BRASIL. 14
2.1 A PRÁTICA DE INSTRUMENTO HARMÔNICO 16
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 19
4 AUTOAPRENDIZAGEM MUSICAL SOB UM OLHAR REFLEXIVO 21
5 RESULTADOS DA PESQUISA 25
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 35
REFERÊNCIAS 36
APÊNDICE A - Questionário 38
10
1 INTRODUÇÃO
A autoaprendizagem musical é aquela na qual o sujeito exerce plena
autonomia e controle sobre suas práticas educacionais sendo constituída a partir da
reunião de informações oriundas de fontes diversas, que tem relação com os gostos,
valores e experiências pessoais de cada aprendiz. Segundo Couceiro (1998, p. 59):
Há uma pluralidade de sentidos que hoje em dia é atribuído a auto formação, não havendo uma compreensão uniforme deste conceito. O que diferentes correntes teóricas e sociais têm em comum, é a afirmação e o reconhecimento da centralidade do sujeito no seu processo formativo. É o sujeito quem gere, decide se apropria da sua própria formação e das múltiplas aprendizagens que realiza. Nesse sentido, as três expressões (autoaprendizagem, autoinstrução, ou auto formação) se aproximam, sendo que privilegio o uso de autoaprendizagem sobre as demais por considerá-las mais apropriada e pertinente ao tema.
O processo de investigação dessa presente pesquisa sobre a
autoaprendizagem musical tornou-se possível através do histórico da minha
autoaprendizagem musical e com isso buscou-se averiguar o crescimento dessa
prática com os alunos do Curso de Licenciatura em Música, assim trazendo uma
descrição sobre esse caso, pesquisando e revelando fatores que provocam
questionamentos sobre os aspectos que envolve essa autoaprendizagem.
Assim sendo, essa minha autoaprendizagem musical contribuiu de forma
que possibilitou nortear o meu aprendizado “consciente” e assim, buscando uma
análise com um olhar para essa prática.
A minha autoaprendizagem com violão começou dentro da comunidade
escolar no ano de 1980 através de observação dessa prática com o grupo de cinco
amigos trocando informações musicais sendo alfabetizado (informalmente)
musicalmente com as revistas de música tendo no seu conteúdo o repertório cifrado
(Sistema de acordes) e letras da música. Entretanto, essa prática foi estendida para
o bairro do Alecrim onde eu residia.
Posteriormente no desenvolvimento dessa prática e teve como espelho um
grupo de dez amigos que tinha essa prática de forma comunitária, ou seja, cada um
tinha um aprendizado com o outro independente do nível musical e que a cada
encontro mostrávamos uns aos outros e o que tinha produzido quanto o aprendizado
e assim, essa troca de experiência era o nosso alicerce para o aprendizado da
11
música. Esses encontros eram dados de forma aleatória não tinha um dia e nem
local específico, geralmente era nas calçadas das casas e que ao longo dos anos
esse tipo de local para essa prática foi caindo em desuso.
Desse modo, Gohn (2003, p. 14) cita:
A aquisição de novos conhecimentos musicais faz parte de um processo que envolve, na maior parte dos casos, aspectos de reflexão mental e de habilidade técnicas principalmente quando se trata do aprendizado prático de instrumentos musicais. Os processos de autoaprendizagem podem ter resultados diversos, em que nem sempre o aprendiz desenvolve a capacidade de produzir novos conceito e ideias.
Assim, Gohn (2003, p.14) reforça que: “[....] em muitas situações em que as
habilidades técnicas são abordados, ele apenas reproduz a experiência do outro,
através de exercícios mecânico de repetição continua.”
O fomento dessa autoaprendizagem trouxe outros indivíduos de outras
localidades da cidade que com isso trocávamos informações musicais. O surgimento
desses indivíduos se deu através de convites de amigos do grupo e com isso
agregava mais adeptos dentro dessa prática trazendo uma contribuição significativa
no processo de integração e socialização. No entanto, com o surgimento no grupo
de outros indivíduos com o conhecimento e o nível musical mais elevado, parte do
grupo passou a ter esses indivíduos como referências e de certa forma os
transformando-os em tutores.
A escolha do repertório no grupo era individual e de acordo com o nível
musical de, de cada praticante, ou seja, cada um trazia sua música para mostrar e
dessa forma o individuo estava mostrando a sua evolução no instrumento. No
entanto essa autoaprendizagem acontecia porque na época o acesso às escolas de
músicas era difícil e as vagas eram insuficientes para a demanda. Nesse caso isso
não ocorre na atualidade, pois com varias instituições do ensino da música, que traz
a possibilidade do individuo escolher a escola e o instrumento que pretende
aprender.
Nesse sentido, o objetivo dessa presente pesquisa é investigar o processo
de autoaprendizagem do estudante do curso de Licenciatura em Música da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte que busca entender os códigos da
música “sozinho” baseado em materiais preparados para esta finalidade especifica.
12
Assim, este indivíduo recebe os conteúdos através de uma mediação, oriunda da
internet, e utiliza um método sem a orientação direta de um professor, recebendo as
informações e procurando transforma-las em conhecimento ou em um produto
musical técnico. Esses métodos prometem facilitar a aprendizagem que a principio
são destinadas a um público que necessita dessas informações musicais. Dessa
maneira, Gohn (2003 p. 17) cita:
Percebo enormes possibilidades nos processos de autoaprendizagem da música. As novas mediações tecnológicas podem atuar como ‘professores’ incansáveis para os aprendizes, dando oportunidade de progresso àqueles que não têm um tutor para corrigir seus erros. Os processos de aprendizagem musical frequentemente dependem da repetição continua de exercícios, e a tecnologia pode servir como o ‘espelho’ necessário para que as correções sejam feitas.
No Brasil os documentos históricos nos mostram que há, desde o século
XVII com os Jesuítas, o investimento na formação musical no âmbito escolar.
(Figueiredo, 2011, p. 5). Esse desenvolvimento possibilitou mais tarde o surgimento
dos cursos de formação superior em Música no país. Essa formação está embasada
nos fundamentos na área da educação musical que vem crescendo
exponencialmente. Sobre a área de atuação da Educação Musical, no atual
momento, ela abrange diversos espaços que vão além das escolas especializadas.
Assim sendo, ao longo dos anos a educação musical brasileira vem
apresentando o desenvolvimento significativo como à área de conhecimento
acadêmico-cientifico. Desse modo, abrindo possibilidades de novos cursos de pós-
graduação, em nível de especialização, mestrado e doutorado. Assim, com o
aumento de especialistas, mestres e doutores as pesquisas em educação musical
tem se diversificado levando à ampliação das perspectivas teóricas e metodologias
utilizadas de acordo com os encontros científicos, como também, as publicações
desenvolvidas na área da educação musical.
No entanto, a educação musical no Brasil possibilita ações na proposta de
ensino da música que possa contribuir para o desenvolvimento do aluno, assim
trazendo perspectiva que alicerce a sua formação, como também buscando a sua
integração e socialização. Como afirma Koellreutter (1997 apud BRITO, 2001, p. 14)
“a música tem uma função socializadora, unindo os homens, humanizando-os e
universalizando-os”.
13
O ensino da educação musical permite ao educador musical uma prestação
de serviço à sociedade no que tange o desenvolvimento sócio cultural, com o
objetivo de democratizar e preparar o educando para o seu desenvolvimento
intelectual buscando propiciar ao aluno uma formação ampla e plena. De acordo
com Kater (2012, p. 42), a educação musical tem como objetivo:
[...] atender às necessidades de promoção de conhecimento junto aos alunos, seu desenvolvimento criativo e participativo, não os situando na condição predominante de ‘público’, nem restringindo a ‘música na escola’ a apresentações, à música das aparências, das comemorações visíveis e exteriores.
Por fim, a educação musical no Brasil aponta para uma necessidade de
reflexão sobre o fazer pedagógico dentro da aprendizagem musical, possibilitando o
desenvolvimento de análise constituída buscando trazer, percepções e expressões
possam contribuir na construção de conhecimentos do aluno. Segundo Libâneo,
(1992, p. 16-17):
A prática educativa é um fenômeno social e universal, sendo uma atividade humana necessária à existência e funcionamento de todas as sociedades. Cada sociedade precisa cuidar da formação dos indivíduos, auxiliar no desenvolvimento de suas capacidades físicas e espirituais, prepara-los para a participação ativa e transformadora nas várias instâncias da vida social. Não há sociedade sem prática educativa nem prática educativa sem sociedade. A prática educativa não é apenas uma exigência da vida em sociedade, mas também o processo de prover os indivíduos dos conhecimentos e experiências culturais que os tornam aptos a atuar no meio social e a transforma-lo em função de necessidade econômica, sociais e politicas da coletividade.
14
2 O CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA NO BRASIL
A Licenciatura na área de Música representa a única possibilidade de
profissionalização superior do professor de Música no Brasil, tendo como principal
loco de formação a Universidade. No entanto, ainda são escassos os dados
sistematizados sobre os aspectos que caracterizam a identidade das Licenciaturas
na área de Música.
O curso de Licenciatura em Música no Brasil tem como objetivo a formação
de professores de música, que busca refletir e a investigar através do ensino e a
transmissão da cultura musical. O discente do curso terá a oportunidade e
possibilidade de se licenciar nas dimensões pedagógicas, artísticas e tecnológicas
para atuar em atividades da Educação Musical como educador musical, crítico
musical, oficinas culturais ou ainda qualquer outro trabalho que utilize a música
como ferramenta para o desenvolvimento do individuo como pessoa e com isso,
fazendo a sua integração e socialização. Musicalizar é dar ao indivíduo ferramentas
básicas para a compreensão e a utilização da linguagem musical. Segundo Queiroz
e Marinho (2009, p. 61):
Tal fato se deve, sobretudo, ao reconhecimento da necessidade e da importância de propostas consistentes de educação musical nas escolas. Propostas que, definidas de acordo com as diferentes realidades educacionais do Brasil, permitam estabelecer, de maneira abrangente, um cenário musical educativo coerente, consistente e contextualizado com o que se almeja para a formação plena do individuo.
O projeto político pedagógico do Curso de Licenciatura em Música da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte foi apresentado em agosto de 2004
com base nas recomendações e sugestões das novas Diretrizes Curriculares
estabelecidas pelo Ministério da Educação.
Assim sendo, o Curso de Licenciatura em Música abarca toda natureza
formulada dentro do seu currículo que com isso, busca nortear o ensino da
educação musical no concebe o ensino e aprendizagem em música, com esse
significado, Segundo Brasil (2004, p. 9):
O Curso de Licenciatura em Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte se propôs não propriamente a romper pura e
15
simplesmente com o modelo tradicional no que se refere à riqueza da tradição musical, mas sim com a mecânica prescritiva dos conteúdos pré-moldados, sejam eles de cunho tradicional europeu, sejam eles de natureza regional ou local.
No que tange as competências pretendidas para o perfil do Licenciado em
Música e com o olhar no desenvolvimento humano nas dimensões artísticas,
culturais, sociais, científicas e tecnológicas, vem sendo evidenciado com destaque o
desenvolvimento de competências artísticas pedagógicas, científicas e profissionais,
abarcando o pensamento reflexivo. Com referência as competências citadas são
entendidas como a capacidade de mobilizar articular e colocar em ação, valores que
representam os conhecimentos e habilidades necessários para o desempenho de
atividades requeridas pela natureza do trabalho pedagógico na educação musical.
Assim sendo, o Curso de Licenciatura em Música apresenta as seguintes
modalidades de bolsas: Iniciação Científica da própria Universidade; Iniciação
Científica de agências de fomento e Extensão.
O Curso de Licenciatura em Música na sua estrutura curricular, através da
linguagem estruturação musical, busca trazer mecanismos que possibilitam auxiliar a
prática dos instrumentos harmônicos, com isso contribuindo na formação da
educação musical do individuo no processo de construção de conhecimento dentro
do processo de ensino e aprendizagem na educação musical. Assim sendo, o curso
de licenciatura no que tange a prática do instrumento harmônico e linguagem
estruturação musical traz o embasamento técnico e teórico e a compreensão da
educação musical como uma linguagem e forma de conhecimento.
Nessa perspectiva, do ensino e aprendizagem, segundo Freire (1996, p. 25-
26 apud BRASIL, 2004, p.9) cita:
[ ...] Ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos, nem formar é ação pela qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado. Não há docência sem discencia, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender... Ensinar inexiste sem aprender e vice-versa e foi aprendendo socialmente que, historicamente, homens e mulheres descobriram que era possível ensinar... E perceberam que era possível – e depois preciso – trabalhar maneiras, caminhos, métodos de ensinar.
16
O Curso de Licenciatura em Música, desse modo, parte do pressuposto que
no processo do ensino e aprendizagem no que tange sua integração, bem como no
cotidiano e na tradição do conhecimento musical dos discentes, possibilita abrir
espaços para o surgimento de um contexto sociocultural mais expressivo e integral.
Em pesquisa realizada por Kleber (2000 apud BRASIL, 2004, p.10) diz que:
“’no que tange à formação do educador musical, as questões relacionadas à cultura
estão localizadas no âmago da prática pedagógica’”. Com surgimento dessa prática
é que os licenciados necessitam de uma formação que lhes possibilite condições
para identificar os problemas pedagógicos e musicais nas distintas situações de
atuação, assim buscando trazer soluções que provoquem transformações no próprio
contexto. Dessa maneira, Libâneo (1992, p. 24) cita que:
A pedagogia é um campo de conhecimento que investiga a natureza das finalidades da educação numa determinada sociedade, bem como os meios apropriados para a formação dos indivíduos, tendo em prepara-los para as tarefas da vida social. Uma vez que a prática educativa é o processo pelo qual são assimilados conhecimentos e experiências acumulados pela prática social da humanidade, cabe à pedagogia assegurá-lo orientando-o para finalidades sociais e politicas, e criando um conjunto de condições metodológicas e organizativas para viabiliza-lo.
2.1 A PRÁTICA DE INSTRUMENTO HARMÔNICO
O curso de Licenciatura em Música da Universidade do Rio grande do Norte
dentro dos seus componentes curriculares oferece disciplinas, que contribuem para
o desenvolvimento do discente, tais como: prática de instrumento harmônico com
opção em violão ou piano, I, II, III, IV, cada instrumento harmônico com quatro
semestres de aula, Como também, consta nos seus componentes curriculares a
prática de flauta doce I, II com dois semestres e o canto coral I. Essas disciplinas
contempla o fazer musical em grupos.
As disciplinas oferecidas na prática de instrumentos harmônicos buscam
trazer o aprendizado do instrumento embasado no estudo da técnica do instrumento
e o repertório, como também, a literatura do instrumento e suas possibilidades em
prática de grupo. Portanto, o curso de licenciatura em música também oferta
disciplinas que alicerça a base teórica de música e reforça o aprendizado do
discente. Desse modo, são disciplinas como: Harmonia Funcional, Linguagem
17
Estruturação Musical, I, II, III, IV, Organização de Bandinha Rítmica, que contribui
ampliando os conhecimentos do discente e assim posteriormente poderá utiliza-lo
para diferentes fins, tais como: registro de canções e/ou arranjos e em composições
de sua autoria.
Assim sendo, o Curso de Licenciatura em Música proporciona o ensino dos
instrumentos Harmônicos e melódicos, tem como modalidades representativas no
ensino e aprendizagem do canto coral, flauta doce, piano e violão oferecendo uma
formação de repertório que envolve a música da cultura europeia e da cultura
popular brasileira envolvendo todos os aspectos da educação musical com o foco no
instrumento. Desse modo, Brasil (2004, p. 9) diz que:
Não é a pura substituição de um modelo prescritivo por outro que pode conduzir a uma formação que contemple em alguma extensão a diversidade da cultura musical, mas sim a integração nos processos educacionais da própria dinâmica das diferentes manifestações musicais a que todos os seres humanos são expostos. É preciso que no processo de construção do conhecimento se realize a relação entre o nosso patrimônio cultural local, regional ou nacional e o patrimônio cultural da tradição musical, sob a pena de se efetuar um empobrecimento cultural ainda maior do que o vigente nas sociedades massificadas.
Por isso, podemos afirmar, segundo Pires (2000 apud BRASIL, 2004, p.
9):
Que a produção do conhecimento musical precisa contemplar a multidirecionalidade, a interdisciplinaridade, a hipertextualidade. Isso, no entanto, não deve ser uma mera instrumentalização do indivíduo, mas sim um modo de fomentar sua atuação criativa frente às diversas situações novas que continuamente se apresentam na relação essencial e irredutível de ensino e aprendizado.
O Curso de Licenciatura em Música da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte torna flexível a ação dos conhecimentos na medida em que a cultura
musical revela novas invasões, seja de ordem técnica ou musical explorando as
potencialidades de cada aluno de forma que penetre ao aceitar um currículo
personalizado e, por conseguinte, em um aspecto individualizado. Os componentes
curriculares estão organizados e distribuídos em Áreas de Conhecimento e se inter-
relacionam tanto por sua presença comum em problemas práticos e profissionais
18
quanto nos conteúdos curriculares. O Curso de Licenciatura em Música funciona no
turno noturno com eventuais disciplinas oferecidas no turno matutino.
No Brasil, a ausência de uma cultura de educação musical regular nas
escolas é um fato, uma realidade que força os interessados a aprender música por
vias alternativas. Nesse caso, a maioria das formas de autoaprendizagem participa
de sistemas não formais ou informais de estudo de música existentes fora dos
estudos formais que ocorrem em escolas e instituições. Desse modo, o sistema
educativo informal é aquele que ocorre na socialização cotidiana, nas famílias e
outros espaços de convivência. Dessa forma, a informalidade nessa
autoaprendizagem musical, não é codificada em sistemas curriculares oficializados.
19
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Os processos de autoaprendizagem com a proposta quantitativa e qualitativa
dentro da presente pesquisa compõem uma análise reflexiva sobre os aspectos que
representam a autoaprendizagem musical e buscam reforçar os números coletados
dentro dessa pesquisa mostrando as possibilidades no que representa a
autoaprendizagem musical com os alunos do Curso de Licenciatura em Música da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
A análise avaliou quantitativamente a forma que essa autoaprendizagem é
aceita e desenvolvida e buscou compreender qualitativamente os dados com a
intenção de reforçar esse processo do auto aprendiz através de um olhar critico,
desse modo contribuindo para o fomento de discussões sobre aspectos que
norteiam essa prática. A princípio foi aplicado um questionário para trinta e oito
alunos. Esse questionário foi um instrumento produzido para coletar as informações
composta por um número pequeno ou grande de questões objetivas e sem a
presença do entrevistador, tendo como o objetivo de fornecer resultados, porém,
ressalvando aos alunos, que as perguntas seriam respondidas a partir do momento
que eles ingressaram no curso, ou seja, se eles fazem essa autoaprendizagem
paralelamente ao curso. O objetivo do questionário (APÊNDICE A) é trazer
informações com a mostra através de gráficos mostrando a porcentagem de cada
questão e com isso dando números reais para essa pesquisa. Como também, por
meio de entrevistas semiestruturadas que possibilita a flexibilidade da entrevista com
a utilização de adaptações durante a entrevista. Desse modo o entrevistador pode
inserir novas perguntas e ainda reformular questões e inverter a ordem das questões
pré-estabelecidas.
No entanto, o questionário e as entrevistas semiestruturadas fornecem
dados significativos sobre a autoaprendizagem dos discentes do Curso de
Licenciatura em Música, com isso buscando suas razões e implicações, trazendo
informações expressivas para o Curso de Licenciatura em Música da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte. Como também, refere-se ao reconhecimento e
avaliação dos dados, das intenções e dos objetivos da mesma. Segundo Marconi e
Lakatos (2010, p. 140), “toda pesquisa deve ter um objetivo determinado para saber
o que vai procurar e o que se pretende alcançar”. Como afirma Ander-Egg (1978
20
apud MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 140-141) deve partir “’de um objetivo limitado e
claramente definido, sejam estudos formulativos, descritivos ou de verificação de
hipóteses’”.
Porém, através das respostas assinaladas pelos alunos, foram abordadas
as seguintes questões: você pratica a autoaprendizagem musical fora da Escola de
Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte? Porque você acha que
essa prática ocorre? Segundo Cervo (1978 apud MARCONI; LAKATOS, 2010, p.
141), os objetivos podem definir “a natureza do trabalho, o tipo de problema a ser
selecionado, o material a coletar”. Podem ser intrínsecos e extrínsecos, teóricos ou
práticos, gerais ou específicos, a curto ou em longo prazo. Respondem ás
perguntas: Por quê? Para quê? E para quem?
Com isso, a natureza dos resultados dessa pesquisa forneceu informações
significativas no que tange a autoaprendizagem musical e aponta alguns fatores que
em um futuro próximo venha contribuir com ideias que proporcione ao aluno do
Curso de Licenciatura em Música, agregando os conhecimentos da sua
autoaprendizagem, assim contribuindo para a sua formação. Para manter o
anonimato dos respondentes, foram utilizadas as letras do alfabeto e no processo de
análise dos dados fizemos uso de transcrição das entrevistas mantendo a narrativa
literal. Deste modo foram mantidos os ‘problemas gramaticais’ ou de pontuação para
que o texto ficasse o mais próximo do que foi expresso pelos alunos.
21
4 A AUTOAPRENDIZAGEM MUSICAL SOB UM OLHAR REFLEXIVO
Alguns estudos da área de Educação Musical no Brasil têm se dedicado à
observação de práticas de aprendizagem musicais fora do ambiente escolar. O
processo de autoaprendizagem pressupõe que, fora do ambiente escolar, das
instituições de ensino e aprendizagem, muitos jovens, com o desejo de aprender a
tocar um instrumento por conta própria, estabelece e cria valores e significados
advindos, dentre outros, do próprio interesse e do ambiente em que vivem
influenciados por uma série de fatores. Segundo Couceiro (1998, p. 59):
Há uma pluralidade de sentidos que hoje em dia é atribuído a auto formação, não havendo uma compreensão uniforme deste conceito. O que diferentes correntes teóricas e sociais têm em comum, é a afirmação e o reconhecimento da centralidade do sujeito no seu processo formativo. É o sujeito quem gere, decide se apropria da sua própria formação e das múltiplas aprendizagens que realiza. Nesse sentido, as três expressões (autoaprendizagem, autoinstrução, ou auto formação) se aproximam, sendo que privilegio o uso da autoaprendizagem sobre as demais por considerá-las mais apropriada e pertinente ao tema.
Assim sendo, a maioria das formas de autoaprendizagem participam de
sistemas não formais ou informais de estudo de música, existentes fora dos estudos
formais que ocorrem em escolas e instituições. Sistema educativo: o informal (a
autoaprendizagem), aquele que ocorre na socialização cotidiana, no ambiente
familiar e religioso, nos clubes e outros espaços de convivência.
Desse modo, os processos de autoaprendizagem musical ocorrem na sua
origem a partir de uma ideia em que a música não se aprende na escola e força o
aprendiz a procurar meios alternativos. Nesse sentido, a autoaprendizagem
(informal) na educação musical também cumpre um papel formativo que resulta na
transmissão de informações, já que a música está presente na maioria das situações
da vida cotidiana e que a mídia contribui nesse processo influenciando o auto
aprendiz, assim, a educação musical informal fornece uma base para que o aprendiz
possa aplicar em sistema não formal (conservatórios e professores particulares).
A autoaprendizagem musical é aquela na qual o sujeito exerce plena
autonomia e controle sobre suas práticas educacionais sendo constituída a partir da
reunião de informações oriundas de fontes diversas, que tem relação com os gostos,
22
valores e experiências pessoais de cada aprendiz. Desse modo, é possível afirmar
que na autoaprendizagem se aprende perguntando, questionando, observando,
reproduzindo e comparando-se a outros de músicos com vasta experiência. Como
afirma Gohn (2003, p. 31):
A autoaprendizagem é possível devido a características inatas e inerentes ao aprendiz. O individuo que decide aprender música sozinha tem total interesse na matéria e relaciona o estudo com as informações presentes em seu cotidiano (informal). Procura elementos na sua vida diária que acrescentem e contribua com o seu processo. Estabelece para si as condições para desenvolver seu potencial – objetivando independência, criatividade e autoconfiança - e combina sentimentos e inteligência para obter resultados.
A autoaprendizagem musical possibilita ao indivíduo centralizar a sua forma
de aprendizado através das informações presentes no seu cotidiano, tais como;
livros, revistas e internet, com isso, o aprendiz avalia as opções disponíveis
buscando contribuir no seu desenvolvimento de sua autocritica e de sua auto
apreciação. Segundo Litto (1997 apud GOHN, 2003 p. 31) afirma que: “a função dos
educadores neste processo é selecionar o que se considera importante e colocar
este material diante do aprendiz que é em ultima analise, o principal responsável
para sua própria educação.”
Nesse contexto, assim como os espaços e horários são flexíveis também
são os conteúdos abordados, pois, na maioria dos encontros com outros músicos ou
via internet, tem-se por base os gostos e ambições musicais que partem do
aprendiz. Assim sendo, os objetivos da autoaprendizagem são construídos no
processo interativo, gerando conhecimento possibilitando uma educação formativa.
Segundo Gohn (2003, p. 32) “’o aprendiz que opta por um programa de
autoaprendizagem tem que enfrentar vários desafios: adquirir um material, organiza-
lo e traçar um plano de estudo, isto é, terá que desenvolver uma pedagogia para sua
aprendizagem’”.
Na perspectiva dessa prática pude perceber dois níveis de
autoaprendizagem que são; as práticas consciente e inconsciente. As práticas de
autoaprendizagem musical inconsciente ocorrem sem nenhuma sensação
particular de que o aprendizado está acontecendo, ou seja, o aprendiz desenvolve
vários conteúdos, porém, não sabe aplica-los, pois, não há orientação no sentido de
23
uma direção. A prática de autoaprendizagem musical consciente ocorre quando o
estudante sabe que está aprendendo ou se esforçando para aprender. Nesse
sentido, o aprendiz consciente possui alguns objetivos dentro da sua percepção,
visando um direcionamento para seus estudos informal que contribua no seu
processo de autoaprendizagem musical. Desse modo, Segundo, Rodgers (1974
apud GOHN (2003, p. 31):
Os seres humanos têm natural potencialidade de aprender A aprendizagem significativa verifica-se quando o estudante percebe que a matéria a estudar se relaciona com os seus próprios objetivos. A aprendizagem auto iniciada que envolve toda pessoa do aprendiz – seus sentimentos tanto quanto sua inteligência – é a mais durável e impregnante. A independência, a criatividade e a autoconfiança são facilitadas quando a autocritica e a auto apreciação são básicas e a avaliação feita por outros tem importância secundária.
Gohn (2003, p. 31) reforça os preceitos de Rodgers quando afirma que:.
Estes preceitos, da autoaprendizagem são possíveis devido a características inatas e inerentes ao aprendiz. O individuo que decide aprender música sozinha tem total interesse na matéria e relaciona o estudo com as informações presentes em seu cotidiano. Procura elementos na sua vida diária que acrescentem e contribua com o seu processo. Estabelece para si as condições para desenvolver seu potencial – objetivando independência, criatividade e autoconfiança - e combina sentimentos e inteligência para obter resultados.
Um aspecto importante na Educação musical recente tem sido a valorização
e o estudo de práticas de aprendizagem musical envolvendo meios extraescolares,
ou seja, a prática que não é vinculada a qualquer instituição de ensino.
De acordo com Libâneo (1996 apud Corrêa, 1999, p. 2) "há uma diversidade
de práticas educativas na sociedade e, em todas elas, desde que se configurem
como intencionais, está presente a ação pedagógica".
A prática informal utilizada pelo estudante paralelo ao seu curso de
licenciatura em música traz uma observação com um olhar de interrogação no qual
essa pesquisa tenta responder a algumas questões atuais como: porque essa
prática do estudo informal fora da Escola de Música? Como qualificar essa prática?
E se essa autoaprendizagem traz implicações e contribuições para o curso de
Licenciatura de Música.
24
Os resultados dessa pesquisa pretendem contribuir para a reflexão do
estudante bem como para os cursos existentes Escola de Música Universidade
Federal do Rio Grande do Norte.
Segundo Tourinho (1996; SOUZA, 1996; BOZZETTO 1999 apud Corrêa,
1999, p. 2): “Alguns estudos da área de Educação Musical no Brasil têm se dedicado
à observação de práticas de aprendizagem musicais fora do ambiente escolar.”
O grande acervo de material sobre música disponível na atualidade nas
diferentes mídias, tais como: revistas, livros, vídeos, internet, busca auxiliar dentro
do processo da autoaprendizagem musical, dessa forma, baseado em materiais
frequentemente preparados para esta finalidade especifica.
Como o objetivo dessa presente pesquisa busca investigar a relação dessa
prática entre os estudantes do Curso de Licenciatura em Música procurando
compreender os processos envolvidos na autoaprendizagem fora do âmbito da
Escola de Música, pretende-se descrever os procedimentos que o estudante utiliza
para aprender o seu instrumento e seus princípios metodológicos utilizados no
processo de autoaprendizagem musical. Segundo Gohn (2003, p.29):
Os indivíduos que procuram avançar para outras etapas educacionais, prosseguindo em carreiras dedicadas às artes mantêm processos de autoaprendizagem. Nos estudos musicais formais em níveis mais avançados, quando há um objetivo de aperfeiçoamento através de cursos de pós-graduação nas universidades, especialmente nas áreas praticas da realização musical, a autoaprendizagem é um elemento importante.
Neste sentido, este trabalho foi concebido principalmente a partir de meus
questionamentos acerca de como seria essa autoaprendizagem musical utilizada
pelos discentes do Curso de Licenciatura em Música e como também o seu tempo
disponível para essa prática. Considerando esses fatores, a presente pesquisa
busca uma compreensão da autoaprendizagem (autoinstrução ou informalidade)
musical. Desse modo, visando o interesse do discente dentro dessa prática paralela
e se a educação musical informal cumpre o seu papel formativo trazendo influências
ou não para o Curso de Licenciatura em Música.
25
5 RESULTADOS DA PESQUISA
O objetivo principal dessa pesquisa é a realização de um estudo sobre a
utilização de algumas ferramentas no processo de autoaprendizagem do aluno do
Curso de licenciatura em música. A partir de recursos e possibilidades existentes
destacaremos elementos que fomentam essa prática traduzindo em elementos
relacionados a estatísticas que contribui mapeando o universo do auto aprendiz.
Nesse sentido, as respostas quantitativas se destacam e reforçam a
importância das argumentações dadas as respostas afirmativas e negativas.
Desse modo, temos as respostas afirmativas e negativas de forma
descritiva, como também, as porcentagens apresentado por um gráfico
representando as respostas obtidas no questionário (APÊNDICE A).
Na primeira questão, trinta alunos assinalaram com uma afirmativa, e oito
alunos assinalaram negando. Assim sendo, na primeira questão o Gráfico 01 mostra
os números de 78,95% para a resposta afirmativa e 21,05% para a resposta
negativa. Com esses resultados, os números reforçam a finalidade dessa pesquisa
mostrando o posicionamento do aluno do Curso de Licenciatura em Música,
afirmando que grande parte dos alunos da Licenciatura em Música sente a
necessidade de complementar a sua formação com a autoaprendizagem.
Gráfico 1 – A autoaprendizagem musical fora do ambiente escolar.
Fonte: O autor (2013).
78,95%
21,5%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
SIM NÃO
26
Gráfico 2 – Recursos utilizados para a autoaprendizagem.
Fonte: O autor (2013).
Neste resultado, 53% assinalaram os quatro itens de resposta
disponibilizados, a saber: livro, revista especializada, internet e vídeo-aula. Os outros
47% assinalaram apenas a opção “vídeo-aula”. Os dados demonstram que a maioria
dos alunos utilizam diversas formas para a sua autoaprendizagem, mas a vídeo-aula
é o material referencial para esta prática estando presente em 100% das respostas.
Gráfico 3 – Tempo de estudo de autoaprendizagem
Fonte: O autor (2013).
A questão de número três, vinte e dois alunos assinalou que aprendem o
instrumento informalmente há mais de três anos, porém, oito alunos assinalaram
53%47%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Vídeo, amigos, revistasespecializada e livros
Somente video
30%
0% 0%
70%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Há menos de umano
Há mais um emenos de dois
Há mais dois emenos de três anos
Há mais de trêsanos
27
que aprendem há menos de um ano. Dessa forma, essa questão contém os
números de 30% para “há menos de um ano” e 70% há mais de três anos.
Percebe-se através do maior número da porcentagem um processo de
autoaprendizagem de algo em torno de seis semestres, tempo esse que o aluno
poderia ter utilizado no Curso de Extensão ou Técnico de Música.
Gráfico 4 – Tempo semanal utilizado para a autoaprendizagem
Fonte: O autor (2013).
Na quarta questão, dezessete alunos assinalaram que utilizam entre uma e
três horas semanalmente para a sua autoaprendizagem, e cinco alunos assinalaram
mais de seis horas semanalmente e oito alunos utilizam menos de uma hora
semanalmente. Nessa questão contém os números de 26,66% menos de uma hora,
56,67% entre uma e três horas e 16,67% para mais de seis horas.
Em números gerais essa questão indica que os alunos utilizam um tempo
médio para o estudo do instrumento semanalmente. Assim sendo, mesmo com os
recursos utilizados na autoaprendizagem, os números reforçam o tempo escasso
desses alunos para essa prática.
26,66
56,67%
0%16,67%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Menos uma hora Entre uma e trêshoras
Entre três e seis horas Mais de seis horas
28
Gráfico 5 – A contribuição da autoaprendizagem para o Curso de Licenciatura em Música
Fonte: O autor (2013).
Na questão de número cinco, vinte e nove alunos responderam que sim, e
um aluno respondeu que não.
Nessa questão contém os números de 96% afirmando e 4% negando. Desse
modo, há um número significativo de alunos que afirma a importância da
autoaprendizagem contribuindo no seu desenvolvimento do Curso de Licenciatura
em Música.
Gráfico 6 – Na sua formação como professor esta autoaprendizagem é essencial?
96%
4%0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
SIM NÃO
29
Fonte: O autor (2013).
Na questão de número seis, vinte e nove alunos o que equivale a 96%
responderam afirmando que sim e um aluno respondeu com uma negativa,
remetendo a 4% do universo pesquisado.
O questionário na primeira pergunta, um dos itens cita: “se você assinalou
afirmando, siga para questão de número dois”, porém, dois dos entrevistados que
responderam negando na primeira questão tiveram a percepção de responder
afirmando na sexta questão. Com resposta dos dois alunos pode-se perceber que
mesmo esses alunos não terem passado por uma autoaprendizagem consideram
importante para sua formação como docente.
Através de dados coletados no questionário aplicado para os alunos do
Curso de Licenciatura em Música surgiram novos questionamentos que trouxeram
implicações sobre a temática pesquisada.
Com isso, foram abordados novos questionamentos no sentido de provocar
uma reflexão que possibilitasse uma compreensão no que se refere à Prática da
autoaprendizagem musical. Dessa forma, foi feita uma entrevista semiestruturada
baseada nas respostas do questionário.
Foram selecionadas as seguintes perguntas: por que você faz essa
autoaprendizagem fora do âmbito da Escola de Música da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte? Porque você acha que isso ocorre?
4%
96%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
NÃO SIM
30
Assim sendo, o aluno A respondeu: “Eu acho que o Curso de Licenciatura em
Música só leva para as metodologias educacionais no ensino da música com o ensino de
arranjos de bandinhas rítmicas, e fazer arranjos vocal e instrumental e o foco do curso
quanto instrumento é de piano, flauta doce e violão.” (informação verbal) 1.
O aluno A pratica guitarra informalmente. Na segunda pergunta, ele
respondeu: “Faço essa autoaprendizagem fora porque não tenho nível para fazer as provas
para o curso técnico de música principalmente a prova de teoria musical.” (informação
verbal) 2.
Como também, foi perguntado por que ele não faz o curso de extensão na
Escola de Música?
O aluno respondeu: “Acho que o curso de extensão não atende a minha
pretensão, pois, eu aprendendo a teoria musical associado com a minha prática instrumental
pela internet.” (informação verbal) 3.
Com essas respostas acredito que a sedução da informalidade dentro dessa
prática oferece várias opções para o aluno se sentir confortável no seu aprendizado.
Essa mesma reflexão nos leva a pensar se não seria necessário um novo formato
de curso de ensino superior de música que abarcasse as necessidades dos alunos,
promovendo uma flexibilidade que inclua os mais diversos modos e tempos de
aprendizagem.
O entrevistado B respondeu: “Eu tinha uma necessidade de aprender ou ter o
conhecimento de leitura de partitura e o meu professor de instrumento harmônico me
influenciou a fazer isso.” (informação verbal) ¹.
Na segunda questão, respondeu: “Acho o que ocorre é muito natural essa
procura da autoaprendizagem, porque o curso de extensão deixa você bitolado, muito
embora, mesmo se a Escola de Música ofertasse o curso básico eu permaneceria na
autoaprendizagem (informação verbal) ².
1Informação fornecida pelo aluno A através de entrevista, na EMUFRN, em outubro de 2013. 2Informação fornecida pelo aluno A através de entrevista, na EMUFRN, em outubro de 2013.
3Informação fornecida pelo aluno A através de entrevista, na EMUFRN, em outubro de 2013.
31
Talvez essa segunda resposta seja uma defesa do aluno. No caso, seria
interessante a Escola de Música proporcionar um curso básico de teoria musical
com o foco no solfejo e ditado rítmico e melódico para auxiliar nessa questão, pois
muitos alunos não tem um alicerce básico da teoria.
A entrevistada C diz: “Acho mais fácil aprender na internet, que com isso me
proporciona mais informação no meu estudo de violão.” (Informação verbal) ¹.
Como também, cita que antes de praticar o violão no curso de licenciatura já
utilizava essa prática pela internet. Na segunda pergunta, a entrevistada C diz:
“Os alunos não levam a aula de instrumento no curso de licenciatura a sério, pois
eles não querem ter a responsabilidade de aprender na aula toda semana naquele horário e
ao contrário da internet que está a sua disposição qualquer hora, ou seja, tendo uma
flexibilidade com horário e não reprova por falta.” (Informação verbal) ²
Nessa declaração, a entrevistada afirma a condição de auto aprendiz e
reforça os números das percentagens na questão de número quatro do questionário.
E acha que a flexibilidade nos dias e horários de estudo com o instrumento é mais
um atrativo dessa autoaprendizagem. A criação de algumas disciplinas à distância,
tais como; violão e teoria musical com dias e horários previamente marcados seria
uma alternativa para esse caso, pois, o aluno tendo acesso à internet na sua
residência não se deslocaria até a Escola de Música.
A entrevistada D respondeu assim: “Eu acho que a autoaprendizagem fora da
instituição é mais acessível, ou seja, mais rápido e que na dúvida eu pesquiso só para
ampliar os meus conhecimentos.” (Informação verbal) ¹
Na segunda pergunta, a entrevistada D diz: “Eu busco informações em outra
fonte que é uma maneira mais fácil de conseguir as respostas, pois, na Escola de Música o
tempo dessa prática é limitado.” (Informação verbal) ²
As facilidades de se obter os conteúdos são inúmeras nessa prática pela
internet. Mesmo sem um tutor, o aluno recebe uma série de informações sem ter um
tempo determinado ou cobrado para essa prática. A Escola de Música deveria
adotar uma espécie de ‘Clinic Open’4 (clinica aberta), ou seja, teria um professor
4 A prática do Clinic Open já foi adotada com sucesso em universidades como a Berklee e Faculdade Souza Lima. Em nossa pesquisa não foi possível identificar se esse tipo de prática é mantida. É sabido que na UFRN o
32
para atender o aluno tirando suas dúvidas na teoria musical e na prática instrumental
em horários pré-estabelecidos dentro do curso de licenciatura.
O entrevistado E disse: “Mesmo eu sendo um instrumentista, prefiro praticar
através dos métodos internet e com o auxilio do maestro da banda de música, pois, não
tenho um horário específico, eu pratico o instrumento entre o intervalo de uma atividade e
outra no dia a dia.” (Informação verbal) ¹.
No entanto, o aluno E mencionou:
“O meu instrumento está em segundo plano o que está em primeiro plano é o curso
de licenciatura em música.” (Informação verbal) ².
O entrevistado F respondeu: “Eu procurei a autoaprendizagem por não ter um
tempo disponível para estudar o instrumento (guitarra) no curso técnico na Escola de Música
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no entanto as minhas aulas pela internet
têm os horários mais flexíveis, pois tento conciliar o meu tempo de estudo do instrumento
com o trabalho e o curso de licenciatura em música. E acho que o aprendizado do
instrumento pode ocorrer em casa pela internet e não necessariamente na Escola de
Música.” (Informação verbal) ¹. Nesse caso, a Escola de Música poderia proporcionar
aos alunos do curso um estudo individualizado ou em grupo de acordo o os níveis,
tendo aula com um professor (monitor) de Guitarra no período noturno.
O entrevistado G disse: “Tudo começou porque eu não tinha nível para entrar no
curso técnico, porém, posteriormente consegui entrar no curso técnico de violão em 2013
com ajuda de alguns amigos que fazem o bacharelado em música e pelo meu professor da
disciplina pratica de instrumento harmônico (violão).” (Informação verbal) ¹.
“Eu acho que autoaprendizagem ocorre fora da escola pela flexibilidade dos
horários que a internet proporciona e com isso o aluno tem mais estímulo para o estudo do
instrumento e penso que o aluno instrumentista tem interesse em aprender a parte prática e
não se interessa pela parte teórica.” (Informação verbal) ². Segundo o entrevistado o
auxilio dos colegas foi preponderante para o seu ingresso no Curso Técnico de
Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Dessa forma,
identificamos que a autoaprendizagem ocorre inclusive dentro da própria Escola de
Música.
Regulamento dos Cursos de Graduação indica que o professor disponibilize um tempo para atendimento extra classe, embora isso não seja uma prática.
33
Desse modo, a Escola de Música poderia, como alternativa, inserir
professores (monitores) de violão nos três turnos com dias e horários estabelecidos
e o conteúdo programático de acordo com os níveis dos alunos para auxiliar os
alunos do curso.
O aluno H citou: “Eu fiz a minha autoaprendizagem do estudo de guitarra pela
internet que é algo mais direto, sem arrodeio, tudo dentro do que eu quero aprender.”
(Informação verbal) ¹.
“Eu acho que a procura por uma autoaprendizagem dos alunos do Curso de
Licenciatura em Música ocorre por causa da flexibilidade do horário e com isso prefere a
internet e que para entrar no curso Técnico de Música as vagas são limitadas e precisa ter
um bom nível.” (Informação verbal) ². Outra alternativa nesta situação, seria a criação
um curso preparatório de guitarra, violão e teoria musical para o Curso Técnico de
Música.
Essas respostas coletadas de forma escrita, nesta presente pesquisa,
buscou evidenciar os acessos às novas tecnologias trazendo critérios que reforçam
a utilização dessas ferramentas na autoaprendizagem musical. As entrevistas
demostraram que essas ferramentas principalmente a internet buscaram auxiliar o
aluno no seu desenvolvimento no Curso de Licenciatura em Música.
Através das entrevistas, pode-se perceber que a autoaprendizagem dos
alunos do curso de Licenciatura em Música tem como seu principal foco o
instrumento, tais como: o violão e a guitarra elétrica. Como também, percebe-se a
dificuldade do aprendizado no que tange a teoria musical e que a flexibilidade na
internet com os horários de estudo traz essa comodidade para o auto aprendiz.
Porém, as respostas mostram a importância do aluno em obter o
conhecimento dentro da sua autoaprendizagem, como também, agregar essa prática
ao Curso de Licenciatura em Música dentro das suas disciplinas teóricas que
possibilita auxiliar a prática instrumental no que representa os seus componentes
curriculares.
Nesse modo, Iazzetta e Kon (1998 p. 27-44) citam:
[....] Mais e mais indivíduos têm se interessado em buscar uma aproximação com a música, por meio de uma formação mais livre e acessível do que a oferecida pelos tradicionais conservatórios e
34
escolas de música. Na maior parte das vezes, essas pessoas buscam um primeiro contato com os elementos básicos que permitem algum tipo de interação direta com o material musical. Mesmo que essa interação ocorra apenas num nível superficial ou bastante simplificado o fato de ela permitir que o indivíduo atue diretamente na criação musical. De ouvinte passivo ele passa a atuar como músico, interferindo no processo de criação e performance musical. Nesse caso a ideia da autoaprendizagem é extremamente sedutora, pois num primeiro momento ela atrai para a prática musical pessoa interessadas em música, mas que talvez não tivesse disponibilidade para percorrer o longo caminho da formação tradicional de um músico.
O desenvolvimento musical do aprendiz na sua autoaprendizagem envolve
todos os processos de aprendizagem dentro dessa prática informal. A
autoaprendizagem nos aspectos de utilização de ferramentas propicia uma sedução
no que representa a modalidade “internet” com isso, simplificando o estudo do
instrumento do auto aprendiz.
Porém esses estudos não direcionam o aprendiz, pois nesse processo de
autoaprendizagem não há um professor para corrigi-lo e orienta-lo. Assim sendo, a
importância do professor é fundamental, pois o professor orienta o aprendiz
ajudando a compreender os conteúdos, bem como, entender o seu processo de
desenvolvimento e dessa forma contribuir significativamente na vida do auto
aprendiz. Nesse sentido, o professor está envolvido como organizador do material
que servirá de mediação para auxiliar o aprendiz no seu ensino formal contribuindo
na sua formação.
Desse modo, Brasil (2004, p.11-12) cita:
Um professor atualizado será aquele que busque estar qualificado para entender e conviver com “os novos paradigmas perceptivos, novas relações de tempo e espaço, múltiplos interesses, poderes, modos tecnológicos de comunicação”. É de fundamental importância que o professor de música hoje, esteja preparado e domine conhecimentos que lhe possibilitem desenvolver uma educação musical que integre contemporaneidade e diversidade cultural, que respeite e reconheça o conhecimento e as experiências que os alunos possuem fruto do seu meio sociocultural, de seu cotidiano e que fundamentalmente possa contribuir para ampliar o universo desse conhecimento.
35
36
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho teve como sujeito central de investigação o estudante
do curso de Licenciatura em Música da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, que de modo informal utiliza várias metodologias sem a orientação direta de
um professor.
Foi apresentado nessa pesquisa um olhar sobre o panorama da utilização
dos recursos da autoaprendizagem feita pelos alunos do Curso de Licenciatura em
Música com destaque para a utilização da Internet e vídeos-aula, como recursos que
ao longo dos anos vem se modificando constantemente e com isso ampliando novas
possibilidades dentro da autoaprendizagem.
Essa prática adquirida pelos alunos leva a concluir que a utilização dessas
ferramentas facilitou o desenvolvimento da sua prática musical devido, sobretudo,
aos horários flexíveis e conteúdos direcionados para as principais necessidades,
ampliando a qualidade de sua aprendizagem. Assim sendo, o convívio no cotidiano
com recursos tecnológicos tem propiciado uma evolução musical potencializando o
seu auto aprendizado.
Segundo Gohn (2003, p. 181):
Nasce assim à necessidade de uma ‘educação tecnológica’, ou seja, uma educação para decodificar e sistematizar o uso das tecnologias, de forma a preparar os aprendizes musicais a verem a fusão de diversas tecnologias que permeiam as atividades musicais com naturalidade, como um fato inerente ao ato de aprender ou apreciar a música, e que desenvolva as capacidades e habilidades necessárias para lidar com os aparelhos e metodologias atuais.
Por fim, identificamos que a formação do individuo musicalmente consiste
em uma busca de compreender alguns fatores que se apresentam ao logo do curso
de Licenciatura em Música. Porém, as respostas nas entrevistas mostram a
importância do aluno em obter o conhecimento dentro da sua autoaprendizagem,
como também, agregar essa prática ao Curso de Licenciatura em Música. No
entanto, a sede do aluno pelo aprendizado visa trazer uma perspectiva de
alternativas de horários que possibilite trazer mecanismos que auxilie na sua prática
do instrumento harmônico, e assim possa contribuir na sua formação acadêmica.
37
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Escola de Música. Curso de Licenciatura em Música: projeto de curso. Natal, ago. 2004. Disponível em:<http://www.musica.ufrn.br/em/wp-content/uploads/2011/02/Projeto-Licenciatura-em-M%C3%BAsica.pdf>. Acesso em: 9 out. 2013. BRITO, Teca Alencar de. Koellreutter educador: o humano como objetivo da educação musical. São Paulo: Peirópolis, 2001. CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia cientifica: para uso dos estudantes universitários. 2. ed. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1978. CORRÊA, Marcos Kroning. Violão sem professor: um estudo sobre processos de autoaprendizagem musical com adolescentes. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA, 12., 1999, Salvador. Anais... Salvador, BA: UFBA, 1999. p. 1-9. COUCEIRO, Maria do L. P. Autoformação e transformação das práticas profissionais dos professores. Revista de Educação, Lisboa, v. 7, n. 2, p. 53-61,1998. FIGUEIREDO, Sérgio Luiz Ferreira de. Educação musical escolar: introdução. Educação musical escolar, Rio de Janeiro, ano 21, boletim 8, jun. 2011. (Salto para o futuro). Disponível em:<http://tvbrasil.org.br/fotos/salto/series/16075508-Edu.Musical.pdf>. Acesso em: 5 nov. 2013. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. GADOTTI, Moacir. História das ideias pedagógicas. São Paulo: Ática, 1993. GOHN, Daniel Marconi. Autoaprendizagem musical: alternativas tecnológicas. São Paulo: Annablume/Fapesp, 2003. IAZZETTA, Fernando; KON, Fábio. A música efêmera da internet. [1998]. Disponível em:<http://www.eca.usp.br/iazzetta/papers/anppom98.pdf>. Acesso em: 8 out. 2013. KATER, Carlos. “Por que música da Escola?”: algumas reflexões. JORDÃO, Gisele et al (Coords.). A música na escola. São Paulo: Allucci & Associados Comunicações, 2012. P. 42-45. Disponível em: <http://www.amusicanaescola. com.br/pdf/Carlos_Kater.pdf>. Acesso em: 10 out. 2013. KLEBER, M. “Seminário de Reforma Curricular – Licenciatura em Música” DEART – Natal, 2001. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1992.
38
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. QUEIROZ, Luiz Ricardo Silva; MARINHO, Vanildo Mousinho. Práticas para o ensino da música nas escolas de educação básica. Música na Educação Básica, Porto Alegre, v. 1, n. 1, out. 2009. Disponível em:<http://www.abemeducacaomusical. org.br/Masters/revista_musica_na_escola/revista_musica_educacao_basica.pdf>. Acesso em: 15 out. 2013. TOURINHO, Cristina. A motivação e o desempenho escolar na aula de violão em
grupo: influência do repertório de interesse do aluno. UFBA: Dissertação de
Mestrado.1995.
.
39
APÊNDICE A – Questionário
1-Você aprendeu algum tipo de instrumento na informalidade? SIM ( ) NÃO ( )
Se você assinalou “sim”, siga para a questão n. 2.
2-Essa aprendizagem informal se deu através de:
Vídeo(s) ( ) amigos ( ) revistas especializadas ( ) livros ( ) outros ( ).
Se você assinalou a opção “outros” indique qual(is):
___________________________________________________________________
3-Há quanto você aprende informalmente?
Há menos de um ano ( ) Há mais um e menos de dois anos ( ) Há mais dois e
menos de três anos ( ) Há mais de três anos ( )
4-Quanto tempo (semanalmente) você utiliza (ou) para a sua autoaprendizagem?
Menos uma hora ( ) Entre uma e três horas ( ) entre três e seis horas ( )
Mais de seis horas ( )
5-Você acha que a autoaprendizagem contribui para o seu desenvolvimento na
licenciatura em música?
SIM ( ) NÃO ( )
Se você respondeu “sim” na questão de número 5 responda a questão seguinte:
6-Para a sua formação como professor esta autoaprendizagem é essencial?
SIM ( ) NÃO ( )