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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
Propriedades de Argamassas Para Alvenaria Estrutural: Estudo de
Caso e Experimental
Nome do aluno: Gregory Lee Pinheiro
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos como parte dos requisitos para a conclusão da graduação em Engenharia Civil
Orientador: Guilherme Aris Parsekian
São Carlos 2011
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Dedico este trabalho a minha mãe Susana A. V. Pinheiro, meu pai João Batista
Pinheiro, meu irmão João Batista Pinheiro Junior e a minha amada companheira
Luiza Vietri Pereiro.
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Meus sinceros agradecimentos a todos que contribuíram para a realização deste
trabalho. Em especial agradeço ao Prof. Dr. Guilherme Aris Parsekian pela
orientação e pelos conhecimentos compartilhados, ao Prof. Dr. Fernando Menezes
de Almeida Filho pela amizade, atenção e conhecimentos desprendidos.
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Sumario
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 1
2 OBJETIVOS ..................................................................................................... 2
3 JUSTIFICATIVA............................................................................................... 3
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 5
4.1 Argamassa de Cimento Portland ........................................................... 5
4.2 Cimento Portland .................................................................................... 6
4.3 Pasta e Nata de Cimento Portland ......................................................... 6
4.4 Agregado ................................................................................................. 6
4.5 Água de amassamento ........................................................................... 7
4.6 Pega ......................................................................................................... 7
4.7 Trabalhabilidade ...................................................................................... 8
4.8 Retenção de água ................................................................................... 8
4.9 Retração ................................................................................................... 9
4.10 Aderência ................................................................................................. 9
4.11 Resiliência ............................................................................................. 11
4.12 Resistência a compressão ................................................................... 12
4.13 Traço ...................................................................................................... 12
4.14 Aplicações ............................................................................................. 13
4.15 Classificação da argamassa ................................................................ 13
5 ENSAIOS PRESCRITOS POR NORMA ........................................................ 15
5.1 Ambiente de ensaios ............................................................................ 15
5.2 Preparo da mistura e determinação do Índice de consistência ........ 16
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5.3 Determinação da retenção de água ..................................................... 20
5.4 Determinação da densidade de massa e do teor de ar incorporado22
5.5 Determinação da Resistência à tração na flexão e à compressão ... 25
5.5.1 Resistência a tração na flexão............................................................. 28
5.5.2 Resistência a compressão................................................................... 29
5.5.3 Determinação da densidade de massa aparente no estado
endurecido.......................................................................................................32
6 METODOLOGIA ............................................................................................ 34
6.1 Revisão Bibliográfica ............................................................................ 34
6.2 Estudo Experimental ............................................................................ 35
6.3 Estudo Experimental - Apresentação dos resultados ....................... 37
6.3.1 Índice de consistência ......................................................................... 37
6.3.2 Densidade de massa no estado fresco e teor de ar incorporado ........ 37
6.3.3 Resistência a tração na flexão............................................................. 38
6.3.4 Resistência a compressão de corpos de prova de 5x10 cm................ 39
6.3.5 Resistência a compressão de corpos de prova cúbicos ...................... 41
6.3.6 Densidade de massa no estado endurecido........................................ 42
6.4 Estudo Experimental – Análise dos resultados ................................. 43
6.5 Estudo de Caso ..................................................................................... 64
6.5.1 Visita técnica I ..................................................................................... 64
6.5.2 Visita técnica II .................................................................................... 67
6.5.3 Análise dos dados – Estudo de caso ................................................... 69
7 CONCLUSÕES .............................................................................................. 73
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 80
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Índice de Figuras
Figura 1: Resistência a compressão da argamassa em função da quantidade de cimento, cal, areia e água – Método UC ....................................................... 36
Figura 2: Relação entre resistência a compressão CP cúbico e relação água/cimento ....................................................................................................... 43
Figura 3: Relação entre resistência a compressão CP cilíndrico e relação água/cimento ....................................................................................................... 44
Figura 4: Relação entre resistência a tração na flexão e relação água/cimento .............................................................................................................................. 44
Figura 5: Correlação linear entre a resistência a compressão de CP cúbico e resistência a compressão de CP cilíndrico ....................................................... 45
Figura 6: Correlação linear entre a resistência a compressão de CP cúbico e resistência a tração na flexão ............................................................................ 46
Figura 7: Correlação linear entre a resistência a compressão de CP cilíndrico e resistência a tração na flexão ......................................................................... 46
Figura 8: Correlação linear entre a resistência a compressão de CP cúbico e resistência a compressão de CP cilíndrico faixa de 0 a 4 MPa ....................... 47
Figura 9: Correlação linear entre a resistência a compressão de CP cilíndrico e resistência a tração na flexão faixa de 0 a 4 MPa .......................................... 48
Figura 10: Correlação linear entre a resistência a compressão de CP cúbico e resistência a tração na flexão 0 a 4 MPa ........................................................... 48
Figura 11: Correlação linear entre a resistência a compressão de CP cúbico e resistência a compressão de CP cilíndrico faixa de 4 a 15 MPa ..................... 49
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Figura 12: Correlação linear entre a resistência a compressão de CP cilíndrico e resistência a tração na flexão faixa de 4 a 15 MPa ....................... 49
Figura 13: Correlação linear entre a resistência a compressão de CP cúbico e resistência a tração na flexão 4 a 15 MPa ......................................................... 50
Figura 14: Correlação linear entre a resistência a compressão de CP cúbico e resistência a compressão de CP cilíndrico faixa de 15 a 55 MPa ................... 50
Figura 15: Correlação linear entre a resistência a compressão de CP cilíndrico e resistência a tração na flexão faixa de 15 a 55 MPa ..................... 51
Figura 16: Correlação linear entre a resistência a compressão de CP cúbico e resistência a tração na flexão 15 a 55 MPa ....................................................... 51
Figura 17: Relação água/cimento ...................................................................... 52
Figura 18: Resistência a compressão CP cilíndrico ........................................ 53
Figura 19: Resistência a compressão CP cúbico ............................................. 53
Figura 20: Resistência a tração na flexão ......................................................... 54
Figura 21: Raiz da resistência a compressão CP cilíndrico vs resistência a tração na flexão ................................................................................................... 55
Figura 22: Raiz da resistência a compressão CP cúbico vs resistência a tração na flexão ................................................................................................... 55
Figura 23: Resistência a compressão CP cúbico vs Raiz da resistência a tração na flexão ................................................................................................... 56
Figura 24: Resistência a compressão CP cilíndrico vs Raiz da resistência a tração na flexão ................................................................................................... 56
Figura 25:Exemplo 1 de dosagem de argamassa ............................................. 60
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Figura 26: Exemplo 2 de dosagem de argamassa ............................................ 61
Figura 27: Exemplo 3 de dosagem de argamassa ............................................ 62
Figura 28: Exemplo 4 de dosagem de argamassa ............................................ 63
Figura 29: Argamassa dosada em volume Obra 1............................................ 69
Figura 30: Argamassa dosada em volume Obra 2............................................ 69
Figura 31: Areia armazenada ao ar livre – Obra 1............................................. 70
Figura 32: Areia armazenada ao ar livre – Obra 2............................................. 70
Figura 33: Material estocado – Obra 1 ............................................................... 71
Figura 34: Material estocado – Obra 2 ............................................................... 72
Figura 35: Diagrama para dosagem de argamassa .......................................... 77
Índice de Tabelas
Tabela 1: Sugestão de traços (cimento e areia) ............................................... 12
Tabela 2: Sugestão de traços (cimento, cal areia)............................................ 13
Tabela 3: Índice de consistência ........................................................................ 37
Tabela 4: Densidade de massa no estado fresco e teor de ar incorporado ... 38
Tabela 5: Resistência a tração na flexão ........................................................... 39
Tabela 6: Resistência a compressão de corpos de prova de 5x10 cm ........... 40
Tabela 7: Resistência a compressão de corpos de prova cúbico .................. 41
Tabela 8: Densidade de massa no estado endurecido .................................... 42
ix
Tabela 9: Diferenças entre resistências a compressão de CP cúbico e cilíndrico .............................................................................................................. 57
Tabela10: Resumo ............................................................................................... 58
Tabela 11: Exemplo de dosagem ....................................................................... 59
Tabela 12: Diferenças entre resistências a compressão de CP cúbico e cilíndrico (classe usual de 4 a 12 MPa) ............................................................. 74
Tabela 13: Valores de Resistência a compressão dos variados traços do trabalho ................................................................................................................ 75
Tabela 14: Valores de modulo de elasticidade ................................................. 76
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RESUMO
Esse trabalho é um estudo proveniente da necessidade de se contribuir para a geração de dados referentes ao estudo de argamassas. Em especial, procura-se com este estudo fazer uma analise das principais propriedades de argamassas para alvenaria estrutural, tendo como base um estudo de caso, feito por meio da visita e acompanhamento do processo de execução e controle da argamassa em duas obras, e do estudo experimental, feito por meio dos dados obtidos em um trabalho de iniciação científica. Este estudo compara os métodos de execução e controle das argamassas empregadas em obras com o processo realizado em laboratório. A etapa experimental correspondeu à execução de 44 traços de argamassa e a realização dos principais ensaios no estado fresco e endurecido preconizados pela norma técnica nacional vigente. O trabalho mostrou que existe diferença significativa entre a resistência compressão de argamassa em ensaios realizados em corpos-de-prova cilíndricos de 5x10cm , quando comparados a resultados de CPs cúbicos de 4 cm prevista em recente normalização, porem traçou-se uma correlação entres estas. Notou-se que para a faixa usual de resistência de argamassas de 4 a 12 MPa, corpos de prova cilíndricos apresentaram de 22 a 46% menos resistência a compressão do que corpos de prova cúbicos. Para corpos de prova com resistência abaixo da usual de corpos de prova cilíndricos apresentaram de 37 a 49% menos resistência a compressão do que corpos de prova cúbicos, e para resistências acima de 34 MPa, diferentemente das demais, corpos de prova cilíndricos tiveram resistência a compressão superior a corpos de prova cúbicos, variando de 1 a 26%. Foi possível constatar o decréscimo das resistências em função do aumento da relação água/cimento, assim como observado no estudo realizado por Abrams em traços de concreto. Ficou demonstrado que de modo geral as argamassas ensaiadas apresentaram uma resistência a tração equivalente a 19% da resistência a compressão de corpos de prova cúbicos e 17% da resistência de corpo de prova cilíndricos. Foram fornecidos parâmetros de correlacionamento entre resistências e elaborado um diagrama semelhante ao proposto no Método UC, considerando o corpo-de-prova cúbico. Foi possível observar ainda que mesmo com a existência de tecnologias para o controle e execução da argamassa, a realidade da execução deste material em obra ainda é muito distante do recomendado por norma e realizado em pesquisas. Palavras chave: Argamassa; resistência a compressão; métodos de dosagem
xi
ABSTRACT
This is a research which aims to contribute to the data creation about the mortar study. Particularly, it aims to analyze the main structural masonry mortar properties, supported by a practice study, achieved by visit and attendance of two building-mortar executing and controling procedure, and by an experimental study, achieved through the data of the scientific initiative work. The work compares execution and attendance methods between construction site mortar and laboratory mortar. The experimental stage was related at the 44 mortar mix execution and the achievement of main current national code recommended fresh and hardened testing. This work showed the significant difference between the mortar compressive strength testing by using 5x10 cm cilindrical specimens compared to 4 cm cubic specimens, recommended by current code, however, a correlation was traced beween them. It was noted that for the usual mortar strength from 4 up to 12 MPa, cilindrical specimens showed from 22 up to 46 % less compressive strength than cubic ones. For specimens with strength below the usual, cilindrical specimens showed from 37 up to 49% less compressive strength than the cubic ones, and for strength above 34 Mpa, contradictorily, cilindrical specimens showed higher compressive strength than cubic ones, ranging from 1 up to 26%. It was possible to note a strength decrease according to the water/ciment relationship increase, like the one noted by Abrams in his concrete study. It was stablished all and all that the tested mortars showed a tension strength similar to 19% of compressive strength for cubic specimens and 17% of compressive strength for cilindrical specimens. It was provided correlation parameters between strengths and a diagram like the one suggested by UC Method, considering the cubic specimens. It was even possible to note that with the controling and attending mortar execution technology, the building material execution reality is so far from the code recomendations and from that executed in researches as well. Key words: Mortar; compressive strength; dosage methods
1
1 INTRODUÇÃO
Segundo Selmo (1989 apud Parsekian 2010) nos livros de Boltshauer (1963 id. ibid.)
constam, que na Grécia antiga, por volta de 4000 a.C., a argila crua foi empregada em
construções de taipa, cobrindo as estruturas resistentes de madeira. Uma técnica parecida
foi empregada pelos romanos nos séculos VII a VI a.C. Nas construções egípcias, de 1600 a
1100 a.C., a argila em pasta era usada envolvendo a armação estrutural das casas.
Os gregos e romanos preparavam misturas de cal, areia e água, ou adicionavam gesso para
obter o estuque (material para revestimentos internos). Argamassas foram muito usadas
pelos romanos, tanto no assentamento das alvenarias quanto nos revestimentos de seus
edifícios.
Portanto, desde a antiguidade, há mais de 2000 anos, a argamassa vem sendo desenvolvida
e amplamente utilizada para assentamento e revestimento na construção de edificações.
Em geral a alvenaria é reconhecida como durável, esteticamente agradável, de bom
desempenho térmico e acústico. Quando bem projetada, o sistema construtivo em alvenaria
estrutural traz as vantagens de ganho em rapidez, diminuição de desperdícios e custo
competitivo (em outras palavras: Racionalização da Obra).
Apesar de todas essas vantagens e do atual extensivo uso do sistema alvenaria estrutural,
ainda constata-se que poucos parâmetros técnicos e conceitos de projeto de alvenaria
estrutural são disponíveis ao engenheiro estrutural, o que contribui para o pouco
conhecimento geral sobre esse tema. Por esse e outros motivos esse tema foi aderido como
objeto de estudo.
2
2 OBJETIVOS
Esse trabalho é um estudo proveniente da necessidade de se contribuir para a geração de
dados referentes ao estudo de argamassas. Em especial, procura-se com este estudo fazer
uma analise das principais propriedades de argamassas para alvenaria estrutural, tendo
como base um estudo de caso, feito por meio da visita e acompanhamento do processo de
execução e controle da argamassa em pelo menos duas obras expressivas, e do estudo
experimental, feito por meio dos dados obtidos no trabalho de iniciação científica:
“Elaboração de parâmetros para formulação de traços de argamassa a partir de ensaios de
resistência à compressão em moldes cúbicos de 4 cm”, desenvolvido pelo Prof° Dr.
Guilherme Aris Parsekian e pelo aluno Gregory Lee Pinheiro do DECIV, UFSCar, que esta
inserido no programa de pesquisa: “Racionalização de Edificações em Alvenaria
Estrutural”.
O presente trabalho visa analisar os métodos de execução e controle das argamassas
empregadas em obras em comparação ao processo realizado em laboratório, que segue as
prescrições normativas nacionais. Este trabalho pretende ainda, verificar os métodos de
dosagem utilizados em obra, uma vez que existe uma grande carência de trabalhos
nacionais sobre o assunto.
Espera-se que o resultado desse estudo contribua como uma fonte de informação para
engenheiros diretamente ligados a projetos estruturais, execução de obras e pesquisadores
do meio. Ao final do trabalho, será apresentada uma analise sobre os dados coletados e
serão verificadas algumas informações e hipóteses publicadas por diversos pesquisadores
estudados.
3
3 JUSTIFICATIVA
Devido à necessidade de maior velocidade das obras, maior confiabilidade, maior
racionalização dos canteiros de obra, o estudo de argamassa vem se tornando cada vez mais
importante.
É muito freqüente encontrar engenheiros civis que realizam projeto ou execução de obras
que não sabem como determinar um traço de argamassa a partir de uma especificação de
resistência compressão. Também é comum notar a falta ou ate mesmo a ausência do
controle da execução e da qualidade da argamassa, divergindo das recomendações
estabelecidas pelas normas técnicas nacionais.
Mais especificamente, este trabalho pode ser justificado e é motivado pelas recentes
alterações na normalização brasileira, onde a forma do corpo-de-prova para ensaio a
compressão foi modificado de cilíndrico para cúbico e, portanto modificando a referencia
das especificações de argamassa. O tema da modificação do formato do corpo de prova,
tem gerado uma grande discussão no meio técnico, por motivos de habito, pré conceito ou
desconhecimento, muitos ainda relutam em aderir as novas prescrições normativas.
Os métodos de dosagem de argamassas, bem como seus requisitos para determinada
aplicação, são feitos de modo experimental, o que demanda muito tempo e tentativas ate se
obter um traço adequado para uma dada necessidade.
Atualmente, pesquisadores, profissionais e estudantes se vêem obrigados a se amparar em
trabalhos internacionais, tais como: TMS – 5301-96 Compressive Stength Testing of
Masonry Mortar, que propôs um trabalho similar ao sugerido no estudo de caso, e fornece
os parâmetros desejados para elaboração de traços de argamassa.
Alguns outros trabalhos nacionais, como Casali (2003), Dafico (2007), Silva et al. (2006),
entre outros trazem estudos sistemáticos sobre resistência a compressão de argamassa. O
levantamento de outras bibliografias e a análise dos resultados apresentados serão
incorporados neste trabalho durante o decorrer do período de pesquisa.
Este trabalho busca fornecer a pesquisadores, profissionais e estudantes da área, maior
autonomia e conhecimento sobre o controle e execução de argamassas para alvenaria
4
estrutural, bem como fornecer os parâmetros para dosagem de argamassas provenientes do
estudo de caso, contribuindo ainda para o programa de “Racionalização de Edificações em
Alvenaria Estrutural”.
5
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1 Argamassa de Cimento Portland
Segundo a ABNT NBR 13281/ 2005 argamassa é uma mistura homogênea de agregados
miúdo(s), aglomerante(s), inorgânico(s) e água contendo ou não aditivos com propriedades
de aderência e endurecimento, podendo ser dosada em obra ou em instalação própria
(argamassa industrializada).
Segundo Patton (1978), as argamassas são misturas aglomerantes destinadas a ligar tijolos,
pedras, blocos ou outras unidades cerâmicas de alvenaria.
A argamassa de assentamento segundo Cavalheiro (1997) tem as importantes funções de
unir as unidades conferindo monoliticidade, distribuir adequadamente os esforços e
promover estanqueidade e durabilidade ao conjunto além de compensar as irregularidades
geométricas dos blocos e absorver deformações de movimentações térmicas, higroscópicas
e recalques distribuindo estas variações volumétricas e diferenciais numa rede de
microfissuras.
Para Fiorito (1994) a denominação de argamassa se da em função do tipo de aglomerante
usado, logo temos argamassa de cal, argamassa de cimento ou argamassa mista de cal e
cimento.
Ainda segundo Fiorito (1994), a função da argamassa determina o tipo de aglomerante. As
argamassas de cimento, por exemplo, são normalmente empregadas em alvenarias de
alicerce (pela resistência exigida), utilizadas para chapisco (resistência a curto prazo),
usadas em condições de impermeabilidade (interior de reservatórios), em pisos (resistência
mecânica). Já as argamassas de cal são normalmente utilizadas em emboço e reboco (por
sua plasticidade e elasticidade).
As argamassas produzidas somente com cimento, agregado miúdo e água são mais
resistentes do que as produzidas com cimento, agregado miúdo e água e cal, porem,
possuem menor trabalhabilidade. Para resolver este problema adiciona-se a cal para torná-la
mais plástica e facilitar o acabamento.
Deve-se esclarecer que pasta de cimento é a mistura de cimento e água, argamassa é a
mistura de agregado miúdo e pasta de cimento, ou seja, a mistura de cimento, areia e água.
6
4.2 Cimento Portland
Cimento Portland são essencialmente materiais pulverulentos constituídos principalmente
por silicatos e aluminatos de cálcio. Os silicatos e aluminatos presentes no cimento, ao
serem hidratados, têm a propriedade de se endurecer, podendo então oferecer elevada
resistência mecânica.
O cimento Portland é o resultado da moagem do clínquer, produto obtido pelo cozimento
até a fusão incipiente (cerca de 30% da fase líquida) de uma mistura de calcário e argila,
ambos convenientemente dosados.
4.3 Pasta e Nata de Cimento Portland
Um cimento quando misturado com uma determinada quantidade de água, forma uma
massa plástica, denominada pasta. A pasta é por definição uma mistura de aglomerante e
água. As pastas são pouco usadas devido ao seu preço elevado e aos efeitos secundários
causados pela retração.
Ao adicionar uma maior quantidade de água na mistura, ou seja, água em excesso, forma a
nata.
4.4 Agregado
Agregado é um material granular, sem forma ou volume definidos, normalmente é inerte,
ou seja, não reage com outros materiais. Como exemplos de agregados podemos citar:
rochas britadas, fragmentos depositados no fundo dos rios e os materiais encontrados em
jazidas. Possui muitas aplicações na engenharia, indo desde bases para calçamentos, até a
utilização como material inerte na confecção de argamassa e concreto.
Os agregados desempenham um importante papel nas argamassas, quer do ponto de vista
econômico, quer do ponto de vista técnico, e exercem um influencia favorável em
determinadas características, como por exemplo: retração, calor de reação, custo , etc.
Segundo Patton (1978), em argamassa de cal, a areia ainda tem a função de facilitar a
passagem do ar para a solidificação do material. Há uma regra empírica que diz que o
volume de areia deve ser o triplo do volume de cimento + cal para se obter a argamassa.
Os agregados podem ser classificados quanto a sua origem, sendo:
7
Agregados naturais: aqueles que já são encontrados na natureza sob a forma de agregados:
as areias e pedregulhos;
Agregados artificiais: aqueles que necessitam ser trabalhados pelo homem, a fim de chegar
ao ponto desejado ao uso: areias e pedras britadas.
Os agregados podem ser obtidos por meio de extração direta, sendo retirados da natureza e
usados sem praticamente nenhum tipo de trabalho sobre este, como exemplo tem-se a areia.
O único tipo de beneficiamento que este tipo de agregado sofre é lavagem e classificação.
Agregado miúdo é aquele formado por partículas que numa amostra, no máximo 15% desta
fica retida na peneira 4,8 mm no ensaio de granulometria. Como exemplos tem-se: areia
natural e pedrisco resultante do britamento de rochas.
4.5 Água de amassamento
A água tem duas funções na argamassa, a hidratação do cimento para endurecimento da
pasta e a lubrificação dos grãos.
A água utilizada na argamassa deve ser uma água de boa qualidade, porém não há a
necessidade do uso de água potável na fabricação de argamassa.
A água para misturar a argamassa deve ser limpa e não deve conter quantidades excessivas
de ácido, álcalis ou material orgânico.
4.6 Pega
O tempo que se passa entre a adição de água, e o início das reações com os compostos do
cimento, chamam-se tempo de início de pega.
O fenômeno da pega do cimento compreende a evolução das propriedades mecânicas da
pasta no inicio do processo de endurecimento, propriedades essencialmente físicas,
conseqüente, entretanto, a um processo químico de hidratação.
Esse fenômeno do início de pega é caracterizado por um aumento considerável da
viscosidade da pasta de cimento e da temperatura.
À situação em que, a pasta de cimento cessa a fase de ser deformável a pequenas cargas, e
torna-se um bloco rígido, chama-se fim de pega.
8
A fase seguinte, que é caracterizada pelo aumento da coesão e da resistência, é chamada de
endurecimento.
Essas fases, e suas respectivas durações são importantes, pois é a partir destes que se torna
possível saber com maior exatidão qual o período disponível para se trabalhar com a pasta
de cimento, e conseqüentemente com a argamassa.
A resistência mecânica dos cimentos é determinada pela ruptura á compressão de corpos-
de-prova realizados com argamassa.
4.7 Trabalhabilidade
Uma das características mais importantes para a argamassa no estado plástico é a
trabalhabilidade, que por sua vez é essencial para garantir as características desejáveis no
estado endurecido e principalmente garantir uma boa aplicação. Uma argamassa é dita
“trabalhável” quando tem boa coesão e boa fluidez, ou seja, desliza facilmente sem grudar
na colher por ocasião da colocação sobre a unidade e permanece plástica pelo tempo
necessário para os ajustes de alinhamento, prumo e nível das unidades. A argamassa deve
se espalhar facilmente e se fixar em superfícies verticais. Ao ser expelida (após o
assentamento do bloco subsequente) não deve respingar nem escorrer, apenas se projetar
horizontalmente, ficando com as laterais abauladas. A trabalhabilidade é resultado da
capacidade das partículas deslizarem entre si, devido a lubrificação da pasta associada a ar.
A maneira de se avaliar a trabalhabilidade é por meio do Índice de Consistência-Padrão
conforme ABNT NBR 13276/2005.
4.8 Retenção de água
Mede a capacidade de retenção de água de uma argamassa. Essa capacidade deve ser
proporcional a taxa de absorção inicial dos blocos.
Quanto maior for a absorção de água de um bloco, maior deverá ser a retenção de água da
argamassa.
A avaliação da retenção de água de uma argamassa deve ser feita conforme ABNT NBR
13277/2005.
9
Argamassas pouco retentivas tendem a enrijecer prematuramente dificultando o
assentamento das unidades, em casos extremos pode ocasionar a insuficiência de água para
a hidratação do cimento. Por outro lado argamassas com alta retenção de água em contato
com unidades de baixa absorção também não promoverão aderência adequada. Para
garantir adequado índice de retenção de água, Cavalheiro (1997) recomenda o uso da cal,
devido a suas propriedades de excelente retentor de água, usando a cal esta água será cedida
aos poucos mantendo assim a plasticidade inicial (trabalhabilidade adequada) e conferindo
resiliência no estado endurecido.
4.9 Retração
Segundo Petrucci (1978), quando a pasta ou argamassa endurece, freqüentemente observa-
se uma maior ou menor diminuição de volume do material. Essa diminuição de volume será
tanto mais elevada quanto maiores forem as porcentagens de água e cal que participam na
mistura.
As argamassas diminuem de volume quando ainda estão no estado plástico e também
depois de endurecidas.
4.10 Aderência
Segundo Alves (1974), para haver aderência entre pasta e os grãos do agregado é
necessário que: os grãos do agregado sejam hidrófilos; existir limpeza dos grãos inertes,
para a aderência entre eles e o aglomerante; existir um perfeito envolvimento dos grãos
pelos filmes de pasta; existir uma aderência entre agregados e aglomerante por meio de
uma relação de afinidade físico-quimica.
A aderência, segundo Cavalheiro (1997), é o fenômeno mecânico que se processa pela ação
do encunhamento (micrométrico) dos componentes da argamassa nos blocos por sucção
destes.
Voss, em 1933 e mais tarde Satlley em 1940 apud Silva (2004) examinaram através da
análise petrográfica a interface do substrato cerâmico e argamassas mistas de cimento cal e
areia. Eles constataram que a aderência era profunda e contínua, e que havia uma fina
camada de material, possivelmente composta de cal, entre o substrato e a argamassa. Essa
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camada adjacente ao substrato foi denominada “camada de aderência” e sua espessura,
segundo os referidos autores variava de acordo com o teor de cal na argamassa. De acordo
com as análises obtidas por estes autores, o movimento de água obtido pela sucção do
substrato conduzia a cal para a sua superfície, formando assim a camada de aderência.
Para Grandet (1973) apud Silva (2004) a aderência entre a pasta de cimento e o substrato
cerâmico é proveniente do intertravamento mecânico da etringita (íons sulfatos, que são
liberados quando a gipsita se dissolve em contato com a água, que são os primeiros a entrar
em solução e devido a absorção do substrato são conduzidos para a interface e formam a
camada de etringita) nos poros da base, uma vez que ela foi o principal produto de
hidratação do cimento cristalizado na base. No entanto segundo estes mesmos estudos, a
camada de etringita não é frequentemente o fator mais importante. Para os substratos
cerâmicos com alta sucção, onde o cimento não foi totalmente hidratado, as rupturas
ocorrem atrás da camada de etringita, dentro da argamassa, próxima a interface. Desta
forma o grau de hidratação do cimento é determinado pela sucção do substrato. Nesse
processo de sucção, parte da água de amassamento da argamassa próximo ao substrato
cerâmico é retirada, não deixando água suficiente para a hidratação da pasta aglomerante,
criando uma região de menor aderência.
De acordo com Lawrence & Cao (1988) apud Silva (2004) a extensão e continuidade da
microestrutura da interface são muito influenciadas pela presença da cal. A estrutura da
pasta mista de cimento e cal é mais densa e contínua do que a estrutura da pasta apenas de
cimento. No entanto as resistências de aderência das argamassas com cal tendem a ser mais
baixas devido a maior demanda de água, ou seja, como a aderência deriva da conjugação da
aderência a tração e a extensão de aderência, é possível obter uma boa aderência entre
substratos e argamassas mistas de cimento e cal (devido a boa extensão de aderência), ainda
que a resistência de aderência seja mais baixa do que quando se utilizam argamassas de
cimento. Argamassas de alto teor de cimento, em geral, apresentam elevada resistência de
aderência, mas possuem baixa extensão de aderência e são também menos duráveis, pois
tem mais tendência a desenvolver fissuras.
Então, nas argamassas mistas, a aderência ocorre principalmente pela penetração e
encunhamento da argamassa no bloco através da formação dos cristais de etringita que
11
cristalizam no início da pega na forma de agulhas e promovem a aderência bloco/
argamassa.
Para a argamassa, as duas propriedades importantes neste fenômeno são a capacidade de
retenção de água (que melhora as condições de hidratação do cimento) e a trabalhabilidade
(que melhora a penetração no bloco). Assim, a argamassa tem que ser simultaneamente
retentiva (para conservar água para hidratação do cimento) e ser capaz de ceder a água em
excesso (que não é usada na hidratação) de forma gradual e contínua para o bloco.
A água cedida penetra nos poros do bloco e após a cristalização da argamassa forma
pequenas cunhas que resultam na aderência. Isso só ocorre quando a retenção da argamassa
é compatível com o índice de absorção do bloco. Se o fluxo de água for interrompido por
sucção exagerada do bloco ou por pouca retentividade da argamassa, prejudica- se a
hidratação do cimento, tornando a argamassa fraca. Fenômeno semelhante ocorre com
blocos de baixa sucção, quando se dificulta a formação de cunhas dentro dos blocos.
Assim, pode-se dizer que o mecanismo de aderência começa no estado plástico e se
completa no endurecido. A aderência ótima é obtida com a máxima quantidade de água
compatível com a consistência desejada, mesmo com a redução da resistência à compressão
da argamassa.
Outros fatores que influem na aderência são a % de aglomerantes, a taxa de absorção
inicial, textura, umidade relativa do ambiente, umidade do bloco e temperatura.
4.11 Resiliência
A resiliência (elasticidade) de uma junta de argamassa é a capacidade da argamassa
endurecida de deformar-se sem romper macroscopicamente. Esta propriedade está
relacionada com o módulo de deformação longitudinal da argamassa (Ea),
Quanto menor for o módulo de deformação, maior será a resiliência e menor será a
resistência à compressão da argamassa, ou seja, argamassas com maiores relações
cal/cimento possuem maiores resiliências e menores resistências.
12
4.12 Resistência a compressão
As normas BSI-5628 (BSI,1992) e ASTM C-270 (ASTM,1997), prescrevem a resistência a
compressão é a principal característica mecânica das argamassas de assentamento para
alvenaria estrutural.
Segundo Panarese, Kosmatka e Randal (1976) a resistência à compressão da argamassa
depende do tipo e da quantidade de cimento usado em seu preparo.
Ainda segundo esses autores, a resistência aumenta com um aumento na quantidade de
cimento e diminui com um aumento na entrada de ar.
4.13 Traço
Segundo Fiorito (1994), Entende-se por traço de uma argamassa a indicação das proporções
dos seus componentes.
Uma das maneiras de se fornecer o traço, é o traço em peso, que nos da maior segurança
quanto à dosagem da argamassa, conseqüentemente maior qualidade. Porem, isso é
impraticável em um canteiro de obra. Para facilitar os traços de argamassa são normalmente
indicados em volume. Assim, uma argamassa de cimento e areia com traço 1:3, significa
que em seu preparo para um volume de cimento serão necessários três volumes de areia. É
imprescindível que se forneça informações sobre o teor de umidade da areia, devido ao
fenômeno do inchamento da areia.
Alves (1974), sugere alguns traços de argamassa e seus usos: Tabela 1: Sugestão de traços (cimento e areia)
Sugestão de Traço (cimento, areia lavada)
Sugestão de Uso
A2 1:3
Assentamento de blocos de concreto, ladrilhos
de mármore, capeamento, etc,
A3 1:4
Alvenaria de pedra, assentamento de
mármore, etc
13
Patton (1978), sugere alguns traços de argamassa e seus usos:
Tabela 2: Sugestão de traços (cimento, cal areia)
Sugestão de Traço (cimento, cal e areia
lavada)
Sugestão de Uso
1:3:1/4
Argamassa destinada a fins gerais (alvenarias
abaixo do nível to térreo ou em contato com a
terra)
1:0,5:4,5 Argamassa para fins gerais (indicada para
resistir a forças laterais)
1:1:6 Argamassa para alvenarias expostas
1:2:9 Argamassas para paredes que suportam carga de
ate 7 kg/cm2
4.14 Aplicações
Segundo Alves (1974), a principal aplicação das argamassas são: assentamento de tijolos,
blocos, pastilhas, azulejos, ladrilhos e etc.
As argamassas servem ainda para revestimento de paredes e tetos (emboço e reboco) e em
reparos de peças de concreto.
Argamassa “especiais” (dosagens e componentes diferenciados) são utilizadas para realizar
injeções a fim de se obter estanqueamento em determinadas obras.
4.15 Classificação da argamassa
As argamassas podem ser classificadas:
14
Segundo ao seu emprego: argamassa para rejuntamento nas alvenarias; argamassa para
revestimento; argamassa para pisos; argamassa para injeções; argamassa refrataria.
Segundo o tipo de aglomerante: argamassas aéreas (cal aérea, gesso, etc); argamassas
hidráulicas (cal hidráulica e cimento); mistas (argamassas com um aglomerante aéreo e um
hidráulico).
É importante salientar que argamassas hidráulicas são aquelas que resistem a ação da água
e resistem satisfatoriamente quando imersas na água, e que as argamassas hidráulicas mais
comuns são as preparadas com cimento Portland.
Segundo ao numero de elementos ativos: simples (quando possui apenas ume elemento
ativo); e composta (quando possui mais de um elemento ativo).
Segundo a dosagem: pobres ou magras (quando o volume de aglomerante é insuficiente
para encher os vazios do agregado); cheias (quando os vazios do agregado são totalmente
preenchidos pela pasta); ricas ou gordas (quando houver excesso de pasta).
Segundo sua consistência: secas; plásticas e fluidas.
A escolha de um determinado tipo de argamassa esta condicionada as exigências da obra.
15
5 ENSAIOS PRESCRITOS POR NORMA
Segunda a ABNT NBR 13281, que trata dos requisitos exigíveis para a argamassa
destinada a assentamento e revestimento de paredes e tetos, independentemente do local de
preparo e/ou tipo da argamassa, ou seja, preparada em obra ou em central, industrializada
ou dosada.
A ABNT NBR 13281, indica quais ensaios devem ser feitos e fornece os valores aceitáveis
para a argamassa.
A seguir serão citados e comentados os procedimentos de cada um dos ensaios exigidos
pela ABNT NBR 13281.
5.1 Ambiente de ensaios
Todos os ensaios deste trabalho que necessitavam de um ambiente controlado foram
realizados na câmara climatizada do Laboratório de Sistemas Estruturais (LSE) DECIV-
UFSCar. Este local trata-se de um ambiente capaz de manter constantes temperatura e
umidade relativa do ar conforme a Figura 1.
16
Figura 1: Câmara climatizada do Laboratório de Sistemas Estruturais da UFSCar
Para os ensaios, conforme prescrição das normas técnicas, a câmara climatizada foi
estabilizada a uma temperatura de (23 ± 2)°C e umidade relativa do ar de (60 ± 5)%, e
todos os equipamentos utilizados foram dispostos no ambiente controlado com uma
antecedência de 12 horas.
5.2 Preparo da mistura e determinação do Índice de consistência
Segundo Cincotto et al. (1995) consistência é a propriedade que uma argamassa tem a
resistir a deformação. Silva (2006) classificou as argamassas em secas (os vazios entre
grãos são preenchidos pela pasta de cimento), plásticas (é formada uma fina película entre
os grãos lubrificando-os) e fluidas (onde os grãos ficam imersos na pasta). Ainda segundo
este pesquisador, a consistência esta relacionada à quantidade de água, sendo influenciada
pelos fatores água/cimento, cimento/areia e granulometria da areia.
17
De modo geral, argamassas que possuem uma consistência de plástica a fluida, podem
apresentar exsudação, afetando a trabalhabilidade e conseqüentemente exigindo freqüentes
homogeneizações (Selmo, 1989).
A trabalhabilidade de uma argamassa esta intimamente relacionada com a sua consistência
(Sabbatini, 1984).
Consistência ou índice de consistência de uma argamassa a base de cimento Portland no
estado fresco, pode ainda ser entendido como a sua tendência ao escorregamento.
Para a determinação do índice de consistência das argamassas desse trabalho, foi utilizada
a norma NBR 13276 (2005) Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e
tetos – Preparo da mistura e determinação do índice de consistência.
O ensaio foi realizado na câmara climatizada do Laboratório de Sistemas Estruturais (LSE)
DECIV-UFSCar, conforme descrito no item 4.1 deste relatório.
A massa inicial de argamassa utilizada para o ensaio foi de aproximadamente 2,5 Kg. O
procedimento de preparo iniciou-se com a pesagem dos materiais, usando uma balança com
resolução de 0,1g conforme a Figura 2. Com os materiais pesados, a água foi colocada na
cuba do misturador mecânico, em seguida, em um período de aproximadamente 30
segundo, acrescentou-se a areia, a cal hidratada e o cimento Portland conforme a Figura 3.
O misturador foi ligado em velocidade baixa por um período de 90 segundos.
18
Figura 2: Pesagem dos materiais
Figura 3: Misturador mecânico
A mistura foi deixada em repouso, por um período de 15 minutos. A mistura foi pesada
novamente e foi feito, se necessário, o acréscimo de água para corrigir possíveis perdas por
evaporação.
Após esse período de descanso, foi realizada uma breve homogeneização manual da
argamassa, para então iniciar o ensaio de determinação do índice de consistência.
19
Antes de iniciar o ensaio, procedeu-se a umidificação do tampo da mesa de consistência e
do molde tronco cônico com um pano úmido conforme Figura 4.
Figura 4: Mesa de adensamento, molde troco cônico e soquete metálico
O molde tronco cônico foi posicionado no centro do tampo, e preenchido de argamassa em
três camadas sucessivas.
As camadas foram adensadas por golpes desferidos com um soquete. Em cada uma das
camadas, foram aplicados 15, 10 e 5 golpes respectivamente, distribuindo uniformemente a
argamassa. O excesso de argamassa foi rasado com uma régua metálica conforme a Figura
5.
Figura 5: Preenchimento do molde tronco cônico com argamassa
20
O molde tronco cônico foi retirado, sobrando somente a mistura no centro do tampo
conforme a Figura 6. A manivela foi acionada, de modo a gerar trinta quedas em um
período de trinta segundos.
Foram tiradas com o uso de um paquímetro de precisão de 1mm, três medidas do diâmetro
do material espalhado. Essas medidas foram feitas em três posições proporcionalmente
distribuídas conforme a Figura 6.
Figura 6: Retirada do molde e obtenção das medidas do índice de consistência
O índice de consistência da argamassa corresponde a media das três medidas de diâmetro
obtidas, expressa em milímetros e arredondada ao inteiro mais próximo.
5.3 Determinação da retenção de água
Segundo Maciel, Barros e Sabbatini (1998), retenção de água pode ser definida como a
capacidade que a argamassa tem de reter a água de amassamento contra a sucção da base ou
contra a evaporação. A retenção permite que as reações de endurecimento da argamassa se
tornem mais gradativa, promovendo a adequada hidratação do cimento e conseqüente
ganho de resistência.
Para a determinação da retenção de água, foi utilizada a norma NBR 13277 (1995)
Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação da
retenção de água.
A massa inicial de argamassa utilizada para o ensaio foi de aproximadamente 2,5 Kg. O
procedimento de preparo iniciou-se com a pesagem dos materiais, usando uma balança com
resolução de 0,1g. Com os materiais pesados, a água foi colocada na cuba do misturador
21
mecânico, em seguida, em um período de aproximadamente 30 segundos, acrescentou-se a
areia, a cal hidratada e o cimento Portland. O misturador foi ligado em velocidade baixa por
um período de 90 segundos.
A mistura foi deixada em repouso, por um período de 15 minutos. A mistura foi pesada
novamente e foi feito, se necessário, o acréscimo de água para corrigir possíveis perdas por
evaporação.
Após esse período de descanso, foi realizada uma breve homogeneização manual da
argamassa, para então iniciar o ensaio de determinação da retenção de água.
O molde metálico foi limpo, seco e pesado em uma balança com resolução de 0,1 grama, e
sua massa foi chamada de Mm.
Foram separados e pesados 12 discos de papel filtro de media filtração e com 110
milímetros de diâmetro, essa massa foi chamada de Mse.
Os moldes metálicos foram cheios de argamassa, utilizando uma espátula, ate que se
formou um pequeno excesso, que foi rasado e alisado com uma régua metálica em
movimento de vai e vem.
As bordas do molde foram limpas, o molde foi novamente pesado e esta massa chamada de
Mma.
Sobre a superfície da argamassa, colocou-se duas telas de gaze de tecido de algodão, tio
cirúrgica, de 110 milímetros de aresta, o conjunto de 12 filtros de papel, a placa metálica
rígida, e de modo centralizado foi posicionado sobre esta placa o peso de 2 quilos, e
imediatamente acionou-se o cronômetro.
Passados dois minutos, o peso e a placa rígida foram retirados, e o conjunto de papeis filtro
foram pesados em uma balança de 0,01 grama de resolução, chamando esta massa de Mf.
A retenção de água e dada pela expressão:
22
[%]
Sendo:
AF= fator agua/cimento;
5.4 Determinação da densidade de massa e do teor de ar incorporado
O teor de ar incorporado ou somente ar incorporado de uma argamassa, corresponde aos
vazios formados pela entrada de ar no interior desta.
Segundo Maciel, Barros e Sabbatini (1998), densidade de massa é a relação entre a massa
da argamassa e o seu volume.
Para a determinação da densidade de massa e do teor de ar incorporado da argamassa, foi
utilizada a norma NBR 13278 (2005) Argamassa para assentamento e revestimento de
paredes e tetos – Determinação da densidade de massa e do teor de ar incorporado.
O ensaio foi realizado na câmara climatizada do Laboratório de Sistemas Estruturais (LSE)
DECIV-UFSCar, conforme descrito no item 4.1 deste relatório.
A massa inicial de argamassa utilizada para o ensaio foi de aproximadamente 2,5 Kg. O
procedimento de preparo iniciou-se com a pesagem dos materiais, usando uma balança com
resolução de 0,1g. Com os materiais pesados, a água foi colocada na cuba do misturador
mecânico, em seguida, em um período de aproximadamente 30 segundos, acrescentou-se a
areia, a cal hidratada e o cimento Portland. O misturador foi ligado em velocidade baixa por
um período de 90 segundos.
A mistura foi deixada em repouso, por um período de 15 minutos, então pesada novamente
e foi feito, se necessário, o acréscimo de água para corrigir possíveis perdas por
evaporação.
Após esse período de descanso, foi realizada uma breve homogeneização manual da
argamassa, para então iniciar o processo de moldagem dos corpos de prova prismáticos.
23
Durante o período de descanso da argamassa, realizou-se a calibração do recipiente
cilíndrico de aço inoxidável utilizado. O recipiente vazio, e a placa de vidro de 3
milímetros, foram pesados juntos em uma balança com resolução de 0,1 grama. Esta massa
foi anotada e chamada de mv. Tomada a massa, encheu-se o recipiente com água destilada,
que já havia sido colocada em repouso na câmara climatizada.
O recipiente foi rasado com a placa de vidro, garantindo que bolhas de ar não
permanecessem sob a placa de vidro e que todo o volume fosse completado conforme a
Figura 7. O conjunto foi pesado novamente, sendo essa massa chamada de ma.
Figura 7: Seqüência de calibração do recipiente metálico
Com esses valores em mãos, calculou-se o volume Vr.
Vr = ma - mv.
Vr = 2511 - 1240.
Vr = 1271.
24
Após a calibração do recipiente e preparo da argamassa, esta foi introduzida e maneira
suave no recipiente cilíndrico, em três camadas igualmente distribuídas. Em cada camada,
foram desferidos 20 golpes com uma espátula niveladora, ao longo do perímetro da
argamassa. Na primeira camada, a espátula não deveria tocar com força o fundo do
recipiente, e nas demais camadas, a espátula deveria penetrar toda a camada e chegar a
antecessora conforme a Figura 8.
Figura 8: Colocação da argamassa no recipiente metálico
Com a recipiente cheio de argamassa, efetuou-se três quedas seguidas do recipiente de
uma altura de aproximadamente 3 centímetros. O excesso de argamassa foi retirado com
uma espátula, rasando o topo do recipiente em movimentos contínuos de vai e vem
conforme a Figura 9.
Figura 9: Altura de queda do recipiente e arrasamento do excesso de argamasa
25
Terminado esse processo, e eliminado qualquer tipo de material aderido a parede
externa do recipiente, este foi pesado e sua massa foi chamada de mc.
Com esses valores em mãos, foi possível calcular a densidade de massa, no estado
fresco, com a seguinte expressão:
[Kg/m³]
Para o calculo do teor de ar incorporado, usou-se a expressão:
Sendo:
Onde:
mi = massa seca de cada componente, mais a massa da água;
= massa especifica de cada componentes
5.5 Determinação da Resistência à tração na flexão e à compressão
A resistência de uma argamassa é um valor de ensaio laboratorial que tem uma importância
muito grande em obras, pois é um parâmetro de segurança e confiabilidade de uma
argamassa.
Os ensaios deste trabalho serão feitos com corpos de prova prismáticos de 4x4x16 cm e
cilíndricos de 5x10 cm. Sendo que os primeiros foram submetidos a ensaio de resistência a
tração por flexão resistência a compressão e os segundos a ensaios de resistência a
compressão.
Para a determinação da resistência a tração na flexão e a compressão das argamassas desse
trabalho foi utilizada a norma NBR 13279 (2005) Argamassa para assentamento e
26
revestimento de paredes e tetos – Determinação da resistência a tração na flexão e a
compressão.
O ensaio foi realizado na câmara climatizada do Laboratório de Sistemas Estruturais (LSE)
DECIV-UFSCar, conforme descrito no item 4.1 deste relatório.
A massa inicial de argamassa utilizada para o ensaio foi de aproximadamente 2,5 Kg. O
procedimento de preparo iniciou-se com a pesagem dos materiais, usando uma balança com
resolução de 0,1g. Com os materiais pesados, a água foi colocada na cuba do misturador
mecânico, em seguida, em um período de aproximadamente 30 segundos, acrescentou-se a
areia, a cal hidratada e o cimento Portland. O misturador foi ligado em velocidade baixa por
um período de 90 segundos.
A mistura foi deixada em repouso, por um período de 15 minutos. A mistura foi pesada
novamente e foi feito, se necessário, o acréscimo de água para corrigir possíveis perdas por
evaporação.
Após esse período de descanso, foi realizada uma breve homogeneização manual da
argamassa, para então iniciar o processo de moldagem dos corpos de prova prismáticos.
Com a argamassa já preparada, foi aplicada uma fina camada de desmoldante nos moldes
prismáticos, e estes foram posicionados sobre a mesa de adensamento. A argamassa foi
então introduzida nos compartimentos do molde em duas camadas. Cada uma foi nivelada,
e adensada com 30 quedas. Ao final do adensamento, o excesso de argamassa foi retirado
com uma régua metálica conforme a Figura 10.
27
Figura 10: Seqüência de moldagem de corpos de prova prismáticos 4x4x16
Os corpos de prova permaneceram no molde por um período de 48 horas, após esse período
foram retirados do molde e deixados na câmara climatizada por um período de 26 dias, ate
que atingisse a resistência requerida conforme a Figura 11.
Figura 11: Corpos de prova prismáticos sendo curados em câmara climatizada
Para os corpos de prova cilíndricos, após executar a mistura mecânica dos componentes, os
corpos de prova cilíndricos de 5x10 cm foram moldados. Antes de iniciar a colocação da
argamassa nos moldes, foi aplicada uma camada de desmoldante. A moldagem dos corpos
de prova foi feita imediatamente após o amassamento. A argamassa foi colocada em quatro
camadas com o auxilio de uma espátula, sendo que em cada camada foram desferidos 30
golpes uniformemente distribuídos com um soquete metálico. Ao terminar o preenchimento
do molde, foi feito o arrasamento do corpo de prova, com uma régua metálica, em
movimentos de vai e vem conforme a Figura 12.
28
Figura 12: Seqüência de moldagem e cura de corpos de prova cilíndricos de 5x10 cm
Terminada a moldagem dos corpos de prova, estes foram submetidos a um período inicial
de cura de 24 horas. Ao fim deste período, os corpos de prova foram desmoldados e
submetidos à cura imersa por 27 dias.
5.5.1 Resistência a tração na flexão Os ensaios de resistência a tração foram realizados em uma maquina universal de ensaio
DL 60000 com capacidade para 600 KN EMIC recém adquirida pelo LSE.
Inicialmente o corpo de prova prismático foi posicionado no dispositivo de ensaio. Uma
carga de 50 N/s foi aplicada ao corpo de prova ate sua ruptura conforme a Figura 13. Os
29
dados carregamento e tempo de ensaio foram coletados por um programa de computador,
que gerou um gráfico carregamento versus tempo.
Figura 13: Seqüência do ensaio de resistência tração na flexão
5.5.2 Resistência a compressão Após realizar os ensaios de resistência a tração na flexão, com as duas metades de corpo de
prova remanescente de cada corpo de prova prismático de 4x4x16cm, realizou-se o ensaio
de resistência a compressão.
O novo corpo de prova foi posicionado no dispositivo de ensaio, e uma carga de 50 N/s foi
aplicada, ate sua ruptura conforme a Figura 14.
30
Figura 14: Seqüência do ensaio de resistência a compressão
Passados os 28 dias, os corpos de prova foram ensaiados em uma maquina universal de
ensaio DL 60000 com capacidade para 600 KN EMIC recém adquirida pelo LSE. Para
estes ensaios foram utilizados discos de neoprene para faceador elastomérico. O dispositivo
foi devidamente posicionado e ensaiado a uma velocidade de transmissão de carga de
compressão de 0,05 MPa/s conforme a Figura 15.
31
Figura 15: Seqüência de ensaio de corpo de prova cilíndrico de 5x10 cm
Para a determinação do módulo de elasticidade foram utilizados extensometros com
precisão de quatro casas decimais, ligados a maquina universal de ensaio do LSE.
O intuito dos extensometros foi o de medir o deslocamento decorrente do carregamento,
e conseqüentemente se obter a deformação do corpo de prova. Ao se obter a deformação de
casa CP, bem como calculada cada tensão a partir do carregamento aplicado a este, foi
possível traçar a curva tensão VS deformação e extrair o valor do modulo de elasticidade a
partir da inclinação da reta.
Os ensaios de módulo elástico foram realizados em corpos de prova cilíndricos. É
importante ressaltar que para cada um dos traços executados, quatro CPs cilíndricos foram
moldados onde três destes foram ensaiados a módulo elástico, tendo em vista que o ensaio
visa trabalhar na fase elástica de deformação, fixado em 30% do valor da ruptura da
amostra. Portanto, foi necessária a ruptura de pelo menos um CP de cada traço para se
determinar a faixa limite de trabalho.
O ensaio iniciou com a colocação do extensometro no corpo de prova e carregamento
ate o valor de 30% da carga de ruptura. Após esse valor, o ensaio foi interrompido e o
extensometro retirado. Sem o extensometro, o ensaio prosseguiu ate a ruptura do CP
conforme a Figura 16.
32
Figura 16: Ensaio de módulo de elasticidade
5.5.3 Determinação da densidade de massa aparente no estado
endurecido Para a determinação da densidade de massa aparente n estado endurecido das argamassas
desse trabalho, foi utilizada a norma NBR 13280 (2005) Argamassa para assentamento e
revestimento de paredes e tetos – Determinação da densidade de massa aparente no estado
endurecido.
O ensaio foi realizado na câmara climatizada do Laboratório de Sistemas Estruturais (LSE)
DECIV-UFSCar, conforme descrito no item 4.1 deste relatório.
A massa inicial de argamassa utilizada para o ensaio foi de aproximadamente 2,5 Kg. O
procedimento de preparo iniciou-se com a pesagem dos materiais, usando uma balança com
resolução de 0,1g. Com os materiais pesados, a água foi colocada na cuba do misturador
mecânico, em seguida, em um período de aproximadamente 30 segundos, acrescentou-se a
33
areia, a cal hidratada e o cimento Portland. O misturador foi ligado em velocidade baixa por
um período de 90 segundos.
A mistura foi deixada em repouso, por um período de 15 minutos. A mistura foi pesada
novamente e foi feito, se necessário, o acréscimo de água para corrigir possíveis perdas por
evaporação.
Após esse período de descanso, foi realizada uma breve homogeneização manual da
argamassa, para então iniciar o processo de moldagem dos corpos de prova prismáticos.
Com a argamassa já preparada, foi aplicada uma fina camada de desmoldante nos moldes
prismáticos, e estes foram posicionados sobre a mesa de adensamento. A argamassa foi
então introduzida nos compartimentos do molde em duas camadas. Cada uma foi nivelada,
e adensada com 30 quedas. Ao final do adensamento, o excesso de argamassa foi retirado
com uma régua metálica.
Os corpos de prova permaneceram no molde por um período de 48 horas, após esse período
foram retirados do molde e deixados na câmara climatizada por um período de 26 dias, ate
que atingisse a resistência requerida.
Após a cura em câmara climatizada por um período de 28 dias, realizou-se o ensaio para
determinação de massa aparente no estado endurecido.
Com o auxilio de um paquímetro, mediu-se a altura, largura e comprimento de cada corpo
de prova em dois locais, fornecendo a medida em centímetro e com arredondamento para o
décimo mais próximo conforme a Figura 17.
Figura 17: Seqüência do ensaio de densidade de massa
Determinou-se a massa de cada corpo de prova com uma balança com resolução de 0,1
grama.
O volume do corpo de prova foi calculado com a expressão:
34
Com o volume calculado, e com a massa medida, calculou-se então a densidade de massa
aparente no estado endurecido por meio da expressão:
[Kg/m³]
6 METODOLOGIA
A fim de se atingir os objetivos propostos pelo estudo, foi iniciada e será concluída ao final
do trabalho uma intensa revisão bibliográfica, visando levantar dados e conhecimentos
necessários para se fazer uma avaliação critica do tema, reforçando a real importância e
necessidade do trabalho. As atividades de coleta de dados em laboratório já foram
finalizadas, estes dados foram extraídos do trabalho e iniciação cientifica “Elaboração de
parâmetros para formulação de traços de argamassa a partir de ensaios de resistência a
compressão em moldes cúbicos de 4 cm” desenvolvido pelo aluno Gregory Lee Pinheiro
sob a orientação do Prof Dr. Guilherme Aris Parsekian e financiado pelo CNPq. A
atividade a ser desenvolvida será a visita a obras com o intuito de se analisar os
procedimentos de recebimento, armazenamento, execução e controle das argamassas em
obra. Sendo este trabalho dividido Estudo Experimental (dados do trabalho de iniciação
cientifica) e Estudo de Caso (visitas a obras). Por fim, propõe-se uma elaborada analise dos
dados obtidos, tendo como meta fornecer informações sobre a atual situação do tema nos
principais centros de pesquisa e execução de obras.
6.1 Revisão Bibliográfica
A Revisão bibliográfica será realizada visando levantar dados e conhecimentos necessários
para se fazer uma avaliação critica do tema, reforçando a real importância e necessidade do
trabalho.
A revisão bibliográfica será feita por meio da pesquisa de trabalhos nacionais e
internacionais sobre o assunto, bem como o estudo de normas técnicas nacionais.
35
6.2 Estudo Experimental
Devido à necessidade de maior velocidade das obras, maior confiabilidade, maior
racionalização dos canteiros de obra, o estudo de argamassa vem se tornando cada vez mais
importante.
Os métodos de para dosagem de argamassas, bem como seus requisitos para determinada
aplicação, são feitos de modo experimental, o que demanda muito tempo e tentativas ate se
obter um traço adequado para uma dada necessidade.
O presente trabalho propõe, baseado no Método UC, de University of Colorado, parâmetros
para dosagem de argamassa, baseados na resistência a compressão.
Na ausência de trabalhos nacionais sobre o assunto, pesquisadores, profissionais e
estudantes se vêem obrigados a se amparar em trabalhos internacionais, tais como: TMS –
5301-96 Compressive Stength Testing of Masonry Mortar, que propôs um trabalho similar
ao sugerido e fornece os parâmetros desejados conforme Figura 1. O diagrama mostrado na
Figura é parte de metodologia norte-americana para dosagem de argamassa conhecida
como Método UC, anteriormente citado.
No trabalho desenvolvido nos EUA, foram ensaiados cerca de 40 traços distintos de
argamassa, variando a quantidade de cimento, cal, areia e água, para chegar do diagrama
proposto.
36
Figura 18: Resistência a compressão da argamassa em função da quantidade de cimento, cal, areia e
água – Método UC
Alguns outros trabalhos nacionais, como Casali (2003), Dafico (2007), Silva et al. (2006),
entre outros trazem estudos sistemáticos sobre resistência a compressão de argamassa. O
levantamento de outras bibliografias e a análise dos resultados apresentados serão
incorporados neste trabalho durante o decorrer do período de pesquisa.
Este trabalho visou (baseando-se no Método UC, de University of Colorado), desenvolver
parâmetros para dosagem de argamassa, amparados na resistência a compressão. Para tanto
foram realizados por volta de 1000 (um mil) ensaios em argamassa e em seus constituintes,
tais como os ensaios de densidade de massa, quantidade de ar incorporado, densidade de
massa no estado endurecido, índice de consistência, resistência a compressão de corpos de
prova cilíndricos de 5x10 centímetros, resistência a compressão de corpos de prova cúbicos
de 4x4 centímetros, modulo de elasticidade (usando de corpos de prova cilíndricos de 5x10
centímetros), resistência a tração na flexão de corpos de prova prismáticos de 4x4x16
centímetros, granulometria da areia, massa especifica da areia, massa especifica aparente da
areia, inchamento da areia.
37
6.3 Estudo Experimental - Apresentação dos resultados
Neste item serão apresentados os resultados obtidos nos ensaios realizados no trabalho de
iniciação cientifica “Elaboração de parâmetros para formulação de traços de argamassa a
partir de ensaios de resistência a compressão em moldes cúbicos de 4 cm” realizados por
Gregory Lee Pinheiro, sob orientação do Prof. Dr. Guilherme Aris Parsekian, e financiado
pelo CNPq.
6.3.1 Índice de consistência A Tabela 3 fornece os valores do índice de consistência para cada um dos traços
executados e ensaiados conforme descrito em 5.2. Tabela 3: Índice de consistência
6.3.2 Densidade de massa no estado fresco e teor de ar incorporado
38
A Tabela 4 fornece os valores da densidade de massa no estado fresco e do teor de ar
incorporado para cada um dos traços executados e ensaiados conforme descrito em 5.4.
Tabela 4: Densidade de massa no estado fresco e teor de ar incorporado
6.3.3 Resistência a tração na flexão A Tabela 5 fornece os valores da resistência a tração na flexão para cada um dos traços
executados e ensaiados conforme descrito em 5.5.1.
39
Tabela 5: Resistência a tração na flexão
Média CV (%) Média CV (%)1 7,26 8,77 23 3,21 0,002 5,59 18,51 24 3,38 1,573 4,21 3,37 25 2,85 14,064 3,57 10,57 26 2,19 5,285 7,80 9,06 27 7,48 7,376 5,31 13,79 28 1,48 9,457 2,79 13,73 29 3,03 5,468 2,02 6,01 30 2,62 10,679 6,37 7,98 31 2,48 10,3110 5,25 12,13 32 1,41 1,8811 4,53 4,57 33 1,93 2,3812 2,91 6,38 34 1,56 5,8813 2,28 7,07 35 1,48 4,7214 2,08 5,55 36 1,24 9,8015 1,47 10,83 37 0,93 2,8416 5,95 10,41 38 1,38 12,0217 4,42 3,17 39 1,35 7,8718 4,19 1,67 40 1,27 8,3519 1,73 16,00 41 1,13 2,3420 1,21 11,60 42 1,12 6,2821 4,88 5,75 43 0,95 7,3922 4,04 8,19 44 0,69 6,67
NBR 13279 (2005) Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação da
resistência a tração na flexão e a compressão
Traçofta: flexão (Mpa)
Traçofta: flexão (Mpa)
6.3.4 Resistência a compressão de corpos de prova de 5x10 cm
40
A Tabela 6 fornece os valores da resistência a compressão de corpos de prova
cilíndricos de 5x10 cm para cada um dos traços executados e ensaiados conforme descrito
em 5.5.2.
Tabela 6: Resistência a compressão de corpos de prova de 5x10 cm
Traço M édia CV (% ) Traço Mé dia CV (% )1 54,93 1,45 23 11,90 8,262 37,20 5,07 24 10,18 3,383 29,86 2,54 25 9,68 3,084 17,14 5,06 26 6,38 0,805 50,24 2,82 27 4,46 2,006 35,66 2,01 28 2,12 3,857 6,47 2,79 29 8,88 1,608 3,44 2,60 30 7,33 3,319 34,82 0,82 31 6,39 3,0310 30,59 0,36 32 2,52 2,9711 19,48 4,17 33 5,34 1,1312 10,32 4,98 34 3,56 2,7713 4,90 2,33 35 3,51 1,8514 3,27 9,50 36 2,44 2,1615 2,16 3,03 37 1,64 3,1616 32,01 3,03 38 2,79 2,1117 21,12 2,56 39 2,39 6,3518 16,94 1,10 40 2,09 4,6219 2,67 6,22 41 1,80 2,4620 1,65 3,29 42 1,79 1,3721 21,46 2,12 43 1,62 6,9622 16,25 1,29 44 0,75 5,36
fa: compressão cp 5x10 cm (M pa)
fa: compressão cp 5x10 cm (Mpa)
N BR 13279 (2005) Argamassa para assentamento e re ve stimento de pare de s e te tos – D e terminação da
re sis tência a tração na fle xão e a compre ssão
41
6.3.5 Resistência a compressão de corpos de prova cúbicos A Tabela 7 fornece os valores da resistência a compressão de corpos de prova cúbicos
para cada um dos traços executados e ensaiados conforme descrito em 5.5.2.
Tabela 7: Resistência a compressão de corpos de prova cúbico
Média CV (%) Média CV (%)1 7,26 8,77 23 3,21 0,002 5,59 18,51 24 3,38 1,573 4,21 3,37 25 2,85 14,064 3,57 10,57 26 2,19 5,285 7,80 9,06 27 2,07 0,006 5,31 13,79 28 1,48 9,457 2,79 13,73 29 3,03 5,468 2,02 6,01 30 2,62 10,679 6,37 7,98 31 2,48 10,3110 5,25 12,13 32 1,41 1,8811 4,53 4,57 33 1,93 2,3812 2,91 6,38 34 1,56 5,8813 2,28 7,07 35 1,48 4,7214 2,08 5,55 36 1,24 9,8015 1,47 10,83 37 0,93 2,8416 5,95 10,41 38 1,38 12,0217 4,42 3,17 39 1,35 7,8718 4,19 1,67 40 1,27 8,3519 1,73 16,00 41 1,13 2,3420 1,21 11,60 42 1,12 6,2821 4,88 5,75 43 0,95 7,3922 4,04 8,19 44 0,69 6,67
NBR 13279 (2005) Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação da
resistência a tração na flexão e a compressão
Traçofta: flexão (Mpa)
Traçofta: flexão (Mpa)
42
6.3.6 Densidade de massa no estado endurecido A Tabela 8 fornece os valores da densidade de massa no estado endurecido para cada
um dos traços executados e ensaiados conforme descrito em 6.3.6.
Tabela 8: Densidade de massa no estado endurecido
Traço Traço1 kg/m³ 23 kg/m³2 kg/m³ 24 kg/m³3 kg/m³ 25 kg/m³4 kg/m³ 26 kg/m³5 kg/m³ 27 kg/m³6 kg/m³ 28 kg/m³7 kg/m³ 29 kg/m³8 kg/m³ 30 kg/m³9 kg/m³ 31 kg/m³
10 kg/m³ 32 kg/m³11 kg/m³ 33 kg/m³12 kg/m³ 34 kg/m³13 kg/m³ 35 kg/m³14 kg/m³ 36 kg/m³15 kg/m³ 37 kg/m³16 kg/m³ 38 kg/m³17 kg/m³ 39 kg/m³18 kg/m³ 40 kg/m³19 kg/m³ 41 kg/m³20 kg/m³ 42 kg/m³21 kg/m³ 43 kg/m³22 kg/m³ 44 kg/m³
NBR 13280 (2005) Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação da densidade de massa aparente no estada endurecido
Densidade de massa2129,032048,551887,792169,852167,91
1985,39
2049,391784,211699,012172,302029,871961,111903,861726,121688,241571,252059,23
1994,01
1988,151687,921643,462083,682068,74
1959,09
1858,311806,24
1802,521738,161856,481836,441813,751822,23
Densidade de massa
1833,28
1964,831914,801771,081916,241865,001862,48
1972,111950,901901,901804,691702,09
43
6.4 Estudo Experimental – Análise dos resultados
Segundo Petrucci (1981) a expressão da lei que liga a resistência a compressão a
relação A/C (relação água/cimento) varia de acordo com os trabalhos de diferentes
pesquisadores, porem os resultados finais obtidos são muito próximos.
Como exemplo de pesquisador, podemos citar Duff Abrams que ensaiou cerca de
50.000 corpos de prova de concreto no Lewis Institute de Chicago, em 1908, enunciando a
sua lei: “Dentro do campo dos concretos plásticos, a resistência aos esforços mecânicos,
bem como as demais propriedades do concreto endurecido, variam na razão inversa da
relação água/cimento”.
No presente estudo foi possível constatar que a relação também foi valida para os traços
de argamassa executados e ensaiados. As relações entre as resistências (compressão de
corpos de prova cúbicos, compressão de corpos de prova cilíndricos, e tração na flexão) e a
relação A/C forneceram gráficos onde é possível notar o decréscimo das resistências em
função do aumento da relação água/cimento, conforme a Figura 19, Figura 20 e Figura 21.
Figura 19: Relação entre resistência a compressão CP cúbico e relação água/cimento
44
y = 2,5723x-0,406
R² = 0,9759
0,0 0
0,5 0
1,0 0
1,5 0
2,0 0
2,5 0
3,0 0
3,5 0
0,00 1 0,00 20,0 0 30,00 4 0,00 50,0 0 60,0 0
Resistência a compressão CP cilíndrico vs Relação água/cimento
fa cilíndrico vs A/C
Potência (fa cilíndrico vs A/C)
A/C
fa [MPa]
Figura 20: Relação entre resistência a compressão CP cilíndrico e relação água/cimento
y = 2,2814x-0,741
R² = 0,9807
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00
Resistência a tração na flexão vs Relação água/cimento
fta vs A/C
Potência (fta vs A/C)
A/C
fta [MPa]
Figura 21: Relação entre resistência a tração na flexão e relação água/cimento
45
Como é possível notar nos gráficos acima mostrados, a relação proposta por Abrams é
valida também para os traços de argamassa estudados neste trabalho. É possível notar ainda
que para dois ensaios distintos de resistência a compressão, com corpos de prova cúbicos e
corpos de prova cilíndricos, e em ensaios de tração, a relação ainda é valida.
Para os ensaios de resistência a compressão e resistência a tração, constatou-se a
existência de uma correlação linear entre as resistências dos traços ensaiados neste trabalho
conforme.
Os ensaios de resistência a compressão de corpos de prova cilíndricos e corpos de prova
prismáticos e os ensaios de resistência a tração na flexão são descritos em 5.5.1 e 5.5.2,
seus resultados apresentados em 6.3.3 e 6.3.4, a seguir na Figura 22, Figura 23 e Figura 24
são apresentadas as relações lineares.
y = 1,179x - 3,624R² = 0,965
-10
0
10
20
30
40
50
60
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Resistência a compressão CP cúbico vs Resistência a compressão CP cilíndrico
fa cúbico vs fa cilíndrico
Linear (fa cúbico vs fa cilíndrico)
MPa
MPa
Figura 22: Correlação linear entre a resistência a compressão de CP cúbico e resistência a compressão
de CP cilíndrico
46
y = 0,157x + 0,786R² = 0,984
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Resistência a compressão CP cúbico vs Resistência a tração na flexão
fa cúbico vs fta flexão
Linear (fa cúbico vs fta flexão)
MPa
MPa
Figura 23: Correlação linear entre a resistência a compressão de CP cúbico e resistência a tração na
flexão
y = 0,127x + 1,345R² = 0,930
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0 10 20 30 40 50 60
Resistência a compressão CP cilíndrico vs Resistência a tração na flexão
fa cilíndrico vs fta flexão
Linear (fa cilíndrico vs fta flexão)
MPa
MPa
Figura 24: Correlação linear entre a resistência a compressão de CP cilíndrico e resistência a tração na
flexão
47
Para as relações acima mostradas é possível notar que em alguns trechos uma relação
não linear ou uma analise mais “pontual” do trecho se torna indispensável, portanto, a
seguir são feitas analises das relações entre as resistências para três intervalos, sendo estes
separados por uma das resistências em estudo. Os intervalos escolhidos foram baseados nos
de resistência usual de argamassa, ou seja, de 4 a 15 MPa, nos fornecendo assim os
intervalos: 0 a 4 MPa, 4 a 15 MPa e 15 a 55 MPa. A seguir são mostradas a relações de
resistência para os três respectivos intervalos.
Intervalo de 0 a 4,0 MPa:
y = 0,540x + 0,155R² = 0,901
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00
Resistência a compressão CP Cúbico vs Resistência a compressão CP cilíndrico (0 a 4 MPa)
fa cúbico vs fa cilíndrico
Linear (fa cúbico vs fa cilíndrico)
MPa
MPa
Figura 25: Correlação linear entre a resistência a compressão de CP cúbico e resistência a compressão
de CP cilíndrico faixa de 0 a 4 MPa
48
y = 0,245x + 0,367R² = 0,875
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00
Resistência a compressão CP cilíndrico vs Resistência a tração na flexão (0 a 4MPa)
fa cubico vs fta flexão
Linear (fa cubico vs fta flexão)
MPa
MPa
Figura 26: Correlação linear entre a resistência a compressão de CP cilíndrico e resistência a tração na
flexão faixa de 0 a 4 MPa
y = 0,388x + 0,449R² = 0,712
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00
Resistência a compressão CP cilíndrico vs Resistência a tração na flexão (0 a 4MPa)
fa cilíndrico vs fta flexão
Linear (fa cilíndrico vs fta flexão)
MPa
MPa
Figura 27: Correlação linear entre a resistência a compressão de CP cúbico e resistência a tração na
flexão 0 a 4 MPa
49
Intervalo de 4,0 a 15,0 MPa:
y = 0,854x - 1,766R² = 0,932
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
10,00
11,00
12,00
13,00
5,00 7,00 9,00 11,00 13,00 15,00 17,00
Resistência a compressão CP cúbico vs Resistência a compressão CP cilíndrico (4 a 15 MPa)
fa cúbico vs fa cilíndrico
Linear (fa cúbico vs fa cilíndrico)
MPa
MPa
Figura 28: Correlação linear entre a resistência a compressão de CP cúbico e resistência a compressão
de CP cilíndrico faixa de 4 a 15 MPa
y = 0,167x + 1,363R² = 0,750
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
5,00 6,00 7,00 8,00 9,00 10,00 11,00 12,00 13,00
Resistência a compressão CP cilíndrico vs Resistência a tração na flexão (4 a 15 MPa)
fa cilíndrico vs fta flexão
Linear (fa cilíndrico vs fta flexão)
MPa
MPa
Figura 29: Correlação linear entre a resistência a compressão de CP cilíndrico e resistência a tração na
flexão faixa de 4 a 15 MPa
50
y = 0,155x + 0,924R² = 0,827
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
5,00 7,00 9,00 11,00 13,00 15,00 17,00
Resistência a compressão CP cúbico vs Resistência a tração na flexão (4 a 15 MPa)
fa cúbico vs fta flexão
Linear (fa cúbico vs fta flexão)
MPa
MPa
Figura 30: Correlação linear entre a resistência a compressão de CP cúbico e resistência a tração na
flexão 4 a 15 MPa
Intervalo de 15,0 a 55,0 MPa:
y = 1,431x - 10,88R² = 0,924
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 50,00 55,00
Resistência a compressão CP Cúbico vs Resistência a compressão CP cilíndrico (15 a 55 MPa)
fa Cúbico vs fa cilíndrico
Linear (fa Cúbico vs fa cilíndrico)
MPa
MPa
Figura 31: Correlação linear entre a resistência a compressão de CP cúbico e resistência a compressão
de CP cilíndrico faixa de 15 a 55 MPa
51
y = 0,094x + 2,430R² = 0,844
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 50,00 55,00 60,00
Resistência a compressão CP cilíndrico vs Resistência a tração na flexão (15 a 55 MPa)
fa Cilíndrico vs fta flexão
Linear (fa Cilíndrico vs fta flexão)
MPa
MPa
Figura 32: Correlação linear entre a resistência a compressão de CP cilíndrico e resistência a tração na
flexão faixa de 15 a 55 MPa
y = 0,148x + 1,023R² = 0,944
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00
Resistência a compressão CP cúbico vs Resistência a tração na flexão (15 a 55 MPa)
fa Cúbico vs fta flexão
Linear (fa Cúbico vs fta flexão)
MPa
MPa
Figura 33: Correlação linear entre a resistência a compressão de CP cúbico e resistência a tração na
flexão 15 a 55 MPa
52
Ao analisar os dados obtidos nos ensaios é possível notar que de modo geral para as
classes de resistência maiores as relações entre as resistências se tornam mais lineares, com
menor dispersão. Tal dado pode ser atribuído a menor relação A/C destas classes de maior
resistência, conforme é mostrado na Figura 33. a sobreposição destes gráficos confirmam
mais uma vez relação inversamente proporcional entre resistências e fatores A/C, conforme
a Figura 34, Figura 35, Figura 36 e Figura 37.
0
1
1
2
2
3
3
4
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44
Relação água/cimento
A/C
A/C
CP
Figura 34: Relação água/cimento
53
0
10
20
30
40
50
60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44
Resistência a compressão CP cilíndrico
fa cilíndrico
MPa
CP
Figura 35: Resistência a compressão CP cilíndrico
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44
Resistência a compressão CP cúbico
fa cúbico
MPa
CP
Figura 36: Resistência a compressão CP cúbico
54
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44
Resistência a tração na flexão
fta
MPa
CP
Figura 37: Resistência a tração na flexão
Outras relações de resistências proporcionaram boas correlações com um grau de
dispersão satisfatório, como por exemplo, as curvas que relacionam uma resistência a raiz
quadrada de outra resistência, conforme mostrado na Figura 38, Figura 39, Figura 40 e
Figura 41.
55
y = 1,011x - 0,163R² = 0,968
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Raiz da Resistência a compressão CP cilíndrico vs Resistência a tração na flexão
raiz de fa cilíndrico vs fta flexão
Linear (raiz de fa cilíndrico vs fta flexão)
MPA
√MPa
Figura 38: Raiz da resistência a compressão CP cilíndrico vs resistência a tração na flexão
y = 1,202x - 1,133R² = 0,972
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0 1 2 3 4 5 6 7
Raiz da Resistência a compressão CP cúbico vs Resistência a tração na flexão
raiz de fa cúbico vs fta flexão
Linear (raiz de fa cúbico vs fta flexão)
MPa
√MPa
Figura 39: Raiz da resistência a compressão CP cúbico vs resistência a tração na flexão
56
y = 0,719x0,344
R² = 0,986
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Resistência a compressão CP cúbico vs Raiz da Resistência a tração na flexão
fa cúbico vs raiz fta flexão
Potência (fa cúbico vs raiz fta flexão)
√MPa
MPa
Figura 40: Resistência a compressão CP cúbico vs Raiz da resistência a tração na flexão
y = 0,928x0,270
R² = 0,970
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
0 10 20 30 40 50 60
Resistência a compressão CP cilíndrico vs Raiz da Resistência a tração na flexão
fa cilíndrico vs raiz fta flexão
Potência (fa cilíndrico vs raiz fta flexão)
MPa
√MPa
Figura 41: Resistência a compressão CP cilíndrico vs Raiz da resistência a tração na flexão
57
Na Tabela 9 são apresentados os valores de resistência a compressão de corpos de prova
cilíndricos e cúbicos, sendo que os valores foram ordenados em ordem crescente de
resistência a compressão de CPs cilíndricos. Também são fornecidas as porcentagem de
resistência a compressão de CPs cilíndricos em comparação a resistência de CPs cúbicos.
Tabela 9: Diferenças entre resistências a compressão de CP cúbico e cilíndrico
44 0,75 1,49 -49,45 31 6,39 9,09 -29,7643 1,62 2,26 -28,12 7 6,47 10,88 -40,5237 1,64 2,82 -41,87 30 7,33 9,61 -23,7320 1,65 3,35 -50,78 29 8,88 12,33 -27,9542 1,79 2,82 -36,77 25 9,68 13,70 -29,3641 1,80 3,15 -42,82 24 10,18 14,53 -29,9440 2,09 3,44 -39,16 12 10,32 13,88 -25,6528 2,12 4,03 -47,46 23 11,90 15,26 -22,0215 2,16 4,43 -51,34 22 16,25 20,02 -18,8339 2,39 3,53 -32,39 18 16,94 19,39 -12,6436 2,44 3,91 -37,45 4 17,14 16,30 5,1532 2,52 4,27 -41,09 11 19,48 22,94 -15,0819 2,67 5,15 -48,09 17 21,12 24,35 -13,2638 2,79 4,47 -37,61 21 21,46 23,80 -9,8314 3,27 6,13 -46,71 3 29,86 25,50 17,108 3,44 6,28 -45,13 10 30,59 30,24 1,1635 3,51 5,91 -40,56 16 32,01 34,23 -6,4934 3,56 5,43 -34,36 9 34,82 34,18 1,8727 4,46 7,48 -40,38 6 35,66 30,13 18,3513 4,90 8,76 -44,06 2 37,20 31,50 18,1033 5,34 7,86 -32,09 5 50,24 42,20 19,0526 6,38 9,59 -33,53 1 54,93 43,32 26,80
Traçofa:
cilíndrico (Mpa)
fa: cúbico (Mpa)
% fa cilin. Traçofa:
cilíndrico (Mpa)
fa: cúbico (Mpa)
% fa cilin.
Na Tabela10 é apresentado um resumo geral do trabalho com os valores obtidos nos
ensaios realizados, bem como cada traço empregado.
58
Tabela10: Resumo
cimento cal areia cimento cal areia Média CV (%) Média CV (%) Média CV (%) Média CV (%)1 1 0,25 2,00 1 9,60 63,00 0,45 54,93 1,45 43,32 3,33 7,26 8,77 29218,67 0,44% 2159,72 2129,032 1 0,50 2,00 1 17,51 62,97 0,58 37,20 5,07 31,50 2,39 5,59 18,51 22617,00 0,94% 2112,51 2048,553 1 1,00 2,00 1 29,85 62,99 0,72 29,86 2,54 25,50 3,18 4,21 3,37 19498,00 1,76% 2061,37 1887,794 1 1,50 2,00 1 38,96 62,98 0,89 17,14 5,06 16,30 5,97 3,57 10,57 12504,67 8,22% 1978,76 2169,855 1 0,25 2,50 1 9,67 68,01 0,50 50,24 2,82 42,20 2,96 7,80 9,06 39787,67 44,46% 2159,72 2167,916 1 0,50 2,50 1 17,49 68,02 0,65 35,66 2,01 30,13 3,09 5,31 13,79 22694,67 0,77% 2140,05 2049,397 1 2,00 2,50 1 45,95 68,01 1,12 6,47 2,79 10,88 2,48 2,79 13,73 9206,63 17,63% 1943,35 1784,218 1 0,25 2,00 1 51,52 68,00 1,38 3,44 2,60 6,28 2,23 2,02 6,01 * * 1860,74 1699,019 1 0,25 3,00 1 9,67 71,89 0,55 34,82 0,82 34,18 2,25 6,37 7,98 36412,67 45,92% 2143,98 2172,30
10 1 0,50 3,00 1 17,55 71,87 0,64 30,59 0,36 30,24 4,08 5,25 12,13 23742,00 1,03% 2124,31 2029,8711 1 1,00 3,00 1 29,87 71,91 0,81 19,48 4,17 22,94 2,91 4,53 4,57 18856,00 2,62% 2100,71 1961,1112 1 1,50 3,00 1 38,97 71,86 0,99 10,32 4,98 13,88 5,83 2,91 6,38 41160,00 24,44% 2029,90 1903,8613 1 2,00 3,00 1 45,98 71,84 1,23 4,90 2,33 8,76 6,22 2,28 7,07 * * 1955,15 1726,1214 1 2,50 3,00 1 51,56 71,88 1,40 3,27 9,50 6,13 4,01 2,08 5,55 * * 1907,95 1688,2415 1 3,00 3,00 1 56,03 71,84 1,66 2,16 3,03 4,43 4,22 1,47 10,83 * * 1845,00 1571,2516 1 0,25 3,50 1 9,60 74,88 0,62 32,01 3,03 34,23 2,60 5,95 10,41 26851,67 1,27% 2155,78 2059,2317 1 0,50 3,50 1 17,47 74,86 0,77 21,12 2,56 24,35 2,62 4,42 3,17 21155,67 1,72% 2108,58 1985,3918 1 0,50 4,00 1 17,50 77,28 0,86 16,94 1,10 19,39 2,70 4,19 1,67 19399,00 2,95% 2128,25 1988,1519 1 2,50 4,00 1 51,53 77,29 1,58 2,67 6,22 5,15 2,68 1,73 16,00 * 1935,48 1687,9220 1 3,00 4,00 1 56,08 77,28 1,82 1,65 3,29 3,35 4,64 1,21 11,60 * 1884,34 1643,4621 1 0,25 4,50 1 9,68 79,31 0,75 21,46 2,12 23,80 3,84 4,88 5,75 * 2132,18 2083,6822 1 0,50 4,50 1 17,51 79,28 0,85 16,25 1,29 20,02 2,50 4,04 8,19 20590,67 1,76% 2116,44 2068,7423 1 0,25 5,00 1 29,93 79,32 0,97 11,90 8,26 15,26 5,41 3,21 0,00 12145,23 52,46% 2124,31 1959,0924 1 0,50 5,00 1 17,53 80,98 1,02 10,18 3,38 14,53 3,34 3,38 1,57 16763,00 1,81% 2128,25 1972,1125 1 1,00 5,00 1 29,77 80,99 1,05 9,68 3,08 13,70 2,08 2,85 14,06 13935,47 25,95% 2092,84 1950,9026 1 1,50 5,00 1 39,02 80,99 1,20 6,38 0,80 9,59 3,40 2,19 5,28 * * 2077,10 1901,9027 1 2,00 5,00 1 45,99 80,99 1,39 4,46 2,00 7,48 2,07 7,48 7,37 * * 2033,83 1804,6928 1 3,00 5,00 1 56,09 80,97 1,78 2,12 3,85 4,03 3,43 1,48 9,45 * * 1943,35 1702,0929 1 0,50 6,00 1 17,53 83,64 1,05 8,88 1,60 12,33 6,45 3,03 5,46 * * 2092,84 1994,0130 1 1,00 6,00 1 29,80 83,55 1,19 7,33 3,31 9,61 4,93 2,62 10,67 12272,67 8,21% 2108,58 1964,8331 1 1,50 6,00 1 39,02 83,63 1,35 6,39 3,03 9,09 3,28 2,48 10,31 8164,30 35,77% 2104,64 1914,8032 1 2,50 6,00 1 51,60 83,64 1,69 2,52 2,97 4,27 3,35 1,41 1,88 * * 2025,96 1771,0833 1 1,00 7,00 1 29,90 85,64 1,34 5,34 1,13 7,86 3,35 1,93 2,38 * * 2084,97 1916,2434 1 1,50 7,50 1 38,93 86,45 1,57 3,56 2,77 5,43 3,67 1,56 5,88 * * 2077,10 1865,0035 1 2,00 7,50 1 46,12 86,53 1,57 3,51 1,85 5,91 2,68 1,48 4,72 * * 2092,84 1862,4836 1 2,50 7,50 1 51,61 86,48 1,85 2,44 2,16 3,91 2,02 1,24 9,80 * * 2037,77 1802,5237 1 3,00 7,50 1 56,03 86,44 2,10 1,64 3,16 2,82 4,30 0,93 2,84 * * 1994,49 1738,1638 1 1,50 9,00 1 39,06 88,48 1,77 2,79 2,11 4,47 4,13 1,38 12,02 * * 2081,04 1856,4839 1 2,00 9,00 1 46,02 88,46 1,98 2,39 6,35 3,53 7,20 1,35 7,87 * * 2057,44 1836,4440 1 2,50 9,00 1 51,45 88,45 2,00 2,09 4,62 3,44 3,26 1,27 8,35 * * 2053,50 1813,7541 1 2,00 10,50 1 45,98 89,96 2,13 1,80 2,46 3,15 4,26 1,13 2,34 * * 2065,30 1822,2342 1 2,50 10,50 1 51,47 89,92 2,32 1,79 1,37 2,82 4,31 1,12 6,28 * * 2069,24 1833,2843 1 2,50 12,00 1 51,62 91,11 2,44 1,62 6,96 2,26 3,19 0,95 7,39 * * 2057,44 1858,3144 1 3,00 12,00 1 55,96 91,06 2,89 0,75 5,36 1,49 6,05 0,69 6,67 * * 2006,29 1806,24
0,72 1,39 322,00 2%0,51 1,98 380,00 1%
0,57 1,75 323,00 2%0,63 1,58 346,00 0%
0,68 1,48 346,00 1%0,61 1,64 327,00 2%
0,58 1,72 374,00 1%0,62 1,60 324,00 2%
0,59 1,68 301,00 1%0,63 1,60 370,00 1%
0,68 1,47 317,00 3%0,66 1,52 335,00 2%
0,70 1,42 398,00 0%0,59 1,70 361,00 1%
0,72 1,39 309,00 4%0,76 1,31 315,00 2%
0,60 1,68 359,00 1%0,53 1,90 384,00 2%
0,71 1,42 319,00 3%0,66 1,50 346,00 1%
0,78 1,28 306,00 1%0,70 1,43 359,00 1%
0,90 1,11 265,00 4%0,81 1,23 301,00 3%
0,52 1,93 385,00 2%0,49 2,03 413,00 2%
0,87 1,15 322,00 3%0,87 1,14 333,00 1%
0,49 2,06 411,00 3%0,94 1,07 220,00 4%
0,56 1,79 375,00 2%0,53 1,88 388,00 2%
0,85 1,18 325,00 1%0,74 1,34 352,00 2%
1,02 0,98 282,00 5%1,01 0,99 294,00 4%
0,59 1,68 336,00 2%0,55 1,82 407,00 3%
1,19 0,84 251,00 4%1,18 0,84 334,00 1%
facúb./facilín.
1,17 0,85 327,00 1%1,05 0,95 344,00 2%
1,27 0,79 269,00 4%1,18 0,85 353,00 2%
TraçoTraço em volume de
materiaisTraço em peso de
materiais A/Cfa: cilíndrico
(Mpa)fa: cúbico (Mpa)
fresco (kg/m³)
endurecido (kg/m³)
fta: flexão (Mpa)
Relações de Resistência Módulo elástico
(Mpa) Índice de
consistência (mm)
Densidade de massaTeor de ar
incorporadofacilín./facúb.
59
Após a realização dos ensaios foi possível traçar um diagrama para se realizar a dosagem
de argamassas.
O diagrama foi traçado com o uso do programa SUFER 8, utilizado para gráficos do tipo
isovalores. Para traçar o gráfico, inicialmente entrou-se com os valores de porcentagem de cal
em peso e porcentagem de areia em peso. Vinculados e esses eixos foram inseridos os valores
de cal em volume e areia em volume, podendo ser feita a leitura em qualquer um dos dois
eixos. Referenciado a esses eixos foram traçadas curvas que associam estes componentes as
resistências a compressão de corpos de prova cúbicos fabricados e ensaiados neste trabalho.
No diagrama é possível entrar com a porcentagem de cal e areia em peso, e obter uma
resistência a compressão em Mega pascal (MPa). Também é possível entrar com a quantidade
de cal e areia em volume e se obter a resistência a compressão em Mega pascal (MPa).
Conforme é mostrado nos exemplos abaixo: Tabela 11: Exemplo de dosagem
cimento cal areia Média CV (%) cimento cal areia Média CV (%)1 1 0,25 2,00 0,45 43,32 3,33 23 1 0,25 5,00 0,97 15,26 5,412 1 0,50 2,00 0,58 31,50 2,39 24 1 0,50 5,00 1,02 14,53 3,343 1 1,00 2,00 0,72 25,50 3,18 25 1 1,00 5,00 1,05 13,70 2,084 1 1,50 2,00 0,89 16,30 5,97 26 1 1,50 5,00 1,20 9,59 3,405 1 0,25 2,50 0,50 42,20 2,96 27 1 2,00 5,00 1,39 7,48 2,076 1 0,50 2,50 0,65 30,13 3,09 28 1 3,00 5,00 1,78 4,03 3,437 1 2,00 2,50 1,12 10,88 2,48 29 1 0,50 6,00 1,05 12,33 6,458 1 0,25 2,00 1,38 6,28 2,23 30 1 1,00 6,00 1,19 9,61 4,939 1 0,25 3,00 0,55 34,18 2,25 31 1 1,50 6,00 1,35 9,09 3,28
10 1 0,50 3,00 0,64 30,24 4,08 32 1 2,50 6,00 1,69 4,27 3,3511 1 1,00 3,00 0,81 22,94 2,91 33 1 1,00 7,00 1,34 7,86 3,3512 1 1,50 3,00 0,99 13,88 5,83 34 1 1,50 7,50 1,57 5,43 3,6713 1 2,00 3,00 1,23 8,76 6,22 35 1 2,00 7,50 1,57 5,91 2,6814 1 2,50 3,00 1,40 6,13 4,01 36 1 2,50 7,50 1,85 3,91 2,0215 1 3,00 3,00 1,66 4,43 4,22 37 1 3,00 7,50 2,10 2,82 4,3016 1 0,25 3,50 0,62 34,23 2,60 38 1 1,50 9,00 1,77 4,47 4,1317 1 0,50 3,50 0,77 24,35 2,62 39 1 2,00 9,00 1,98 3,53 7,2018 1 0,50 4,00 0,86 19,39 2,70 40 1 2,50 9,00 2,00 3,44 3,2619 1 2,50 4,00 1,58 5,15 2,68 41 1 2,00 10,50 2,13 3,15 4,2620 1 3,00 4,00 1,82 3,35 4,64 42 1 2,50 10,50 2,32 2,82 4,3121 1 0,25 4,50 0,75 23,80 3,84 43 1 2,50 12,00 2,44 2,26 3,1922 1 0,50 4,50 0,85 20,02 2,50 44 1 3,00 12,00 2,89 1,49 6,05
TraçoTraço em volume de
materiais A/Cfa: cúbico
(Mpa) TraçoTraço em volume de
materiais A/Cfa: cúbico (Mpa)
`
60
Exemplo 1 (traço 01):
Figura 42:Exemplo 1 de dosagem de argamassa
No exemplo 01 ao entrar na Figura 42 com os dados do traço 01 (1:1/4:2)
[cimento:cal:areia], obtem-se ao encontro das duas retas, a lamela com o valor da resistência a
compressão, que para este exemplo é de aproximadamente 43 MPa. Ao consultar a Tabela 11,
o valor da resistência a compressão de corpos de prova cúbicos para o traço 01, é de 43,32
MPa.
61
Exemplo 2 (traço 15):
Figura 43: Exemplo 2 de dosagem de argamassa
No exemplo 2 ao entrar na Figura 43 com os dados do traço 15 (1:3:3) [cimento:cal:areia],
obtem-se ao encontro das duas retas, a lamela com o valor da resistência a compressão, que
para este exemplo é de aproximadamente 4,8 MPa. Ao consultar a Tabela 11, o valor da
resistência a compressão de corpos de prova cúbicos para o traço 15, é de 4,43 MPa.
62
Exemplo 3 (traço 44):
Figura 44: Exemplo 3 de dosagem de argamassa
No exemplo 3 ao entrar na Figura 44 com os dados do traço 44 (1:3:12)
[cimento:cal:areia], obtem-se ao encontro das duas retas, a lamela com o valor da resistência a
compressão, que para este exemplo é de aproximadamente 1,5 MPa. Ao consultar a Tabela
11, o valor da resistência a compressão de corpos de prova cúbicos para o traço 44, é de 1,49
MPa.
63
Exemplo 4 (traço 25):
Figura 45: Exemplo 4 de dosagem de argamassa
No exemplo 4 ao entrar na Figura 45 com os dados do traço 25 (1:1:5) [cimento:cal:areia],
obtem-se ao encontro das duas retas, a lamela com o valor da resistência a compressão, que
para este exemplo é de aproximadamente 13 MPa. Ao consultar a Tabela 11, o valor da
resistência a compressão de corpos de prova cúbicos para o traço 25, é de 13,70 MPa.
64
6.5 Estudo de Caso
Neste item do trabalho será abordado um estudo de caso que foi realizado em duas obras
localizadas na região central do interior do estado de São Paulo.
O estudo de caso visou fazer uma comparação e verificação dos procedimentos de execução e
controle de argamassas e componentes, entre argamassas e ensaios realizados em ambiente
controlado do Laboratório de Sistemas Estruturais (LSE), do DECIV-UFSCar, seguindo
recomendações das normas técnicas nacionais, e argamassas executadas nas obras visitadas.
O estudo comparativo foi feito por meio de um questionário organizado e desenvolvido pelo
aluno. No item 6.5.1 e 6.5.2, são fornecidos os questionários levados as obras e suas
respectivas respostas.
Vale lembrar que os questionários foram entregues ao responsável pela execução do serviço
em estudo neste trabalho. Este profissional foi estrategicamente escolhido para responder o
questionário, pois se pretende ao final do estudo avaliar seu o conhecimento técnico, pratico e
teórico das técnicas de produção e controle de argamassa.
Este trabalho também busca comparar as divergências de qualidade do produto por meio do
parâmetro resistência a compressão, de uma argamassa executada em obra, com ou sem o seu
devido controle, e de uma argamassa executada em ambiente controlado de um laboratório.
Nas obras visitadas, foi traçado um histórico da argamassa desde sua escolha pelo projetista
ate a realização dos ensaios de controle por um laboratório.
6.5.1 Visita técnica I
Este item é referente a visita técnica 01 e contem o questionário aplicado ao responsável pelo
serviço de execução e controle da argamassa produzida na obra.
Descrição da obra:
Tipo de obra: residencial;
Dimensão da obra: 5 torres, 4 apartamentos por andar, 4 andares mais térreo, total de
20 apartamentos por torre, cada apartamento possui 42,65 m2;
Número de pessoas trabalhando: aproximadamente 90 pessoas, sendo 1 engenheiro, 1
técnico de segurança do trabalho, 4 estagiários, aproximadamente 80 operários
(pedreiro, carpinteiro, encanador, eletricista, operador de maquina, servente,
almoxarife, auxiliar administrativo, dentre outros);
65
Data de inicio e previsão de termino da obra: inicio março de 2011 e termino
dezembro 2011;
Onde a argamassa é empregada na obra: argamassa empregada em assentamento de
blocos e revestimento;
Como a argamassa é empregada na obra: a argamassa é aplicada com o uso de colher
de pedreiro;
Especificações do projeto: O valor de fbk é enviado pelo projetista, com as
recomendações de norma acha-se fa. A empresa disponibiliza uma tabela com as
dosagens da argamassa conforme sua classe de resistência;
Escolha da argamassa:
Que tipo de argamassa é utilizada: a argamassa é dosada e preparada em obra como o
uso de betoneira. A mistura preparada não utiliza a cal, em seu lugar é empregado o
plastificante METREMIX;
Como foi definido o traço da argamassa: o traço é definido por meio de uma tabela
fornecida e padronizada pela construtora;
Quem definiu o traço da argamassa: definido pela projetista e passado para a
construtora por meio de tabela;
Para argamassa misturada em obra como se chegou ao traço: traço tabelado;
Recebimento e estocagem da argamassa:
Onde é armazenada a argamassa ou os materiais: inicialmente todos os materiais
empregados na fabricação da argamassa são estocados em containeres metálicos. O
material que será utilizados imediatamente antes da mistura é armazenado em
“barracos” sobre paletes de madeira;
Como é armazenada a argamassa ou os materiais: nos contêineres são armazenados
diretamente sobre o chão deste, e nos barracos são armazenados sobre paletes de
madeira;
Como e por quem é feito o recebimento dos materiais ou da argamassa: o recebimento
é foi pelo almoxarife;
Existe algum controle de recebimento e armazenagem: o almoxarife faz a verificação
do volume ou área de material recebido, faz a verificação da data de validade
conforme mostrado em sua nota fiscal e verifica as condições gerais do material;
66
Mistura da argamassa:
Como é feita a mistura: betoneira;
Qual instrução técnica a ser seguida para se fazer a mistura da argamassa: no barraco
utilizado como central de preparo de argamassa há tabelas fixadas as paredes para se
seguir a dosagem (traços) da argamassa. As medidas dos materiais é feito por meio de
carrinhos de medida, ou seja, dosada em volume;
Quem faz acompanhamento técnico na mistura da argamassa: os serviços da obra são
divididos por empreiteiros, logo o serviço de preparo de argamassa também feito por
empreiteiros. Há três empreiteiros trabalhando no preparo de argamassa ai mesmo
tempo, sendo que cada um é responsável por uma das três betoneiras existentes;
Controle da argamassa:
Qual é o método de controle da argamassa adotado: utiliza-se norma interna da
construtora;
Quais ensaios de controle são realizados na argamassa: resistência a compressão de
corpo de prova cilíndrico;
Onde são feitos os ensaios: os ensaios são feitos por uma empresa terceirizada,
chamada SIGMATEC LABARATORIO;
Quais equipamentos para extração de corpos de prova e ensaio existe na obra: o
laboratório contratado é responsável por ir ate a obra com seu próprio material para
extração de corpo de prova e extraí-los;
Como é realizada a amostragem em obra da argamassa a ser ensaiada: a cada bloco de
apartamentos, ou seja, a cada 20 apartamentos é feita a coleta de 6 corpos de prova
cilíndricos;
Qual o critério de aceitação ou rejeição de uma argamassa: não há critério de aceitação
ou rejeição da argamassa, apenas se faz o ensaio de resistência a compressão de corpos
de prova cilíndricos para se ter o controle da resistência a compressão;
Relatório de ensaio: o relatório de ensaio contem o traço utilizado, identificação do
bloco de apartamento na qual a amostra foi retirada, o valor da tensão em MPa obtida
no ensaio de resistência a compressão em 7dias e em 28 dias, o desvio Maximo em
porcentagem, a data da extração e do ensaio, a quantidade de corpos de prova
extraídos e ensaiados, e o tipo de cura a qual os corpos de prova foram submetidos.
67
6.5.2 Visita técnica II
Este item é referente a visita técnica 02, e contem o questionário aplicado ao responsável pelo
serviço de execução e controle da argamassa produzida na obra.
Descrição da obra:
Tipo de obra: residencial;
Dimensão da obra: 1 torre, 2 apartamentos por andar, 15 andares, total de 30
apartamentos, cada apartamento possui 68 m2;
Número de pessoas trabalhando: aproximadamente 13 pessoas, sendo 1 engenheiro, 1
mestre de obras, aproximadamente 11 operários (pedreiro, carpinteiro, encanador,
eletricista, servente, dentre outros);
Data de inicio e previsão de termino da obra: não informado;
Onde a argamassa é empregada na obra: argamassa empregada em assentamento de
blocos e revestimento;
Como a argamassa é empregada na obra: a argamassa é aplicada com o uso de colher
de pedreiro;
Especificações do projeto: O valor de fa é enviado pelo projetista. A empresa possui
parceria com uma universidade, esta é responsável por realizar traços e ensaios e
disponibilizar os traços em volume para a construtora. Há uma tabela com as dosagens
da argamassa;
Escolha da argamassa:
Que tipo de argamassa é utilizada: a argamassa é dosada e preparada em obra como o
uso de betoneira. A mistura preparada com cimento CPV ARI, cal e areia;
Como foi definido o traço da argamassa: o traço é definido por meio de uma tabela
fornecida pela universidade na qual a empresa é parceira;
Quem definiu o traço da argamassa: definido pelo projetista e passado para a
universidade responsável pela elaboração do traço;
Para argamassa misturada em obra como se chegou ao traço: uma universidade definiu
o traço;
68
Recebimento e estocagem da argamassa:
Onde é armazenada a argamassa ou os materiais: inicialmente todos os materiais
empregados na fabricação da argamassa exceto a areia são estocados no térreo
cobertos por lonas plásticas. A areia é armazenada ao ar livre;
Como é armazenada a argamassa ou os materiais: a areia é armazenada diretamente
sobre o solo, o cimento e a cal são armazenados sob paletes de madeira;
Como e por quem é feito o recebimento dos materiais ou da argamassa: o recebimento
é foi pelo engenheiro da obra;
Existe algum controle de recebimento e armazenagem: o engenheiro faz a verificação
do volume ou área de material recebido, faz uma verificação visual das condições
gerais do material. A empresa procura manter seus fornecedores por longas datas,
recebendo, portanto um material de maior “confiança”;
Mistura da argamassa:
Como é feita a mistura: betoneira;
Qual instrução técnica a ser seguida para se fazer a mistura da argamassa: no local
utilizado como central de preparo de argamassa há uma tabela fixada para se seguir a
dosagem (traços) da argamassa. As medidas dos materiais são feitas por meio de
baldes , ou seja, dosadas em volume;
Quem faz acompanhamento técnico na mistura da argamassa: apenas uma pessoa é
responsável por preparar a argamassa, evitando desvios;
Controle da argamassa:
Qual é o método de controle da argamassa adotado: controle visual quanto a
consistência;
Quais ensaios de controle são realizados na argamassa: resistência a compressão de
corpo de prova cilíndrico;
Onde são feitos os ensaios: os ensaios são feitos por uma universidade, USP;
Quais equipamentos para extração de corpos de prova e ensaio existe na obra: a
universidade é responsável por ir ate a obra com seu próprio material para extração de
corpo de prova e extraí-los;
Como é realizada a amostragem em obra da argamassa a ser ensaiada: a cada três
andares ou aleatoriamente extrai-se 12 corpos de prova cilíndricos;
69
Qual o critério de aceitação ou rejeição de uma argamassa: não há critério de aceitação
ou rejeição da argamassa, apenas se faz o ensaio de resistência a compressão de corpos
de prova cilíndricos para se ter o controle da resistência a compressão;
Relatório de ensaio: a construtora não pode fornecer um relatório de ensaio, pois estes
ficam em poder da universidade parceira da empresa.
6.5.3 Análise dos dados – Estudo de caso Após a visita as obras, foi possível notar que os métodos de fabricação da argamassa em
canteiro de obra divergem drasticamente das prescrições normativas.
Inicialmente nota-se que a dosagem dos materiais é feita em volume, diferentemente do
recomendado por norma, em massa, conforme visto na Figura 46 e Figura 47.
Figura 46: Argamassa dosada em volume Obra 1
Figura 47: Argamassa dosada em volume Obra 2
70
Os materiais utilizados em volume deveriam ter seu volume real obtido para se fazer a
correção dos vazios inseridos nesse tipo de dosagem.
Nas obras visitadas, a proporção das matérias não foi corrigida. Como é observado na Figura
48 e Figura 49, a areia quando armazenada ao ar livre, esta sujeita a interferências de ações
climáticas. Ao ficar exposta ao meio ambiente sem proteção, a areia pode ter seu volume e
umidade alterados, devido a absorção de água e ao fenômeno do inchamento da areia. Esse
fato deve ser levado em conta, e a cada dosagem de argamassa a umidade da areia deve ser
corrigida.
Figura 48: Areia armazenada ao ar livre – Obra 1
Figura 49: Areia armazenada ao ar livre – Obra 2
71
Outro fator que é possível notar é a falta de controle das características no estado fresco e
endurecido, conforme recomendado por norma. Em ambas as obras, de oito ensaios
recomendados e anteriormente citados neste trabalho, apenas ensaios de controle de
resistência a compressão de corpos de prova cilíndricos são realizados, e nos dois casos não
respeitando a amostragem recomendada. Alem disso, recentemente a norma técnica nacional
em sua nova atualização, recomenda a realização de ensaios de compressão em corpos de
prova prismáticos, e não mais cilíndricos, sendo que em ambas as obras ainda são utilizados
corpos de prova cilíndricos.
Nos dois canteiros, a dosagem da argamassa não foi fielmente respeitada, sendo que a
quantidade de água da mistura excedia a recomendada, a fim de se obter uma argamassa mais
trabalhável.
Nos dois casos em estudo, os materiais, exceto a areia, eram armazenados de maneira correta,
sobre paletes de madeira (afastados do solo e assim evitando o contato com umidade
eflorescente) e cobertos por lona plástica ou dentro de container isolado, conforme visto na
Figura 50 e Figura 51.
Figura 50: Material estocado – Obra 1
72
Figura 51: Material estocado – Obra 2
73
7 CONCLUSÕES
Conforme citado nos itens anteriores, são inúmeras as propriedades e características de uma
argamassa, que por sua vez estão diretamente ligadas ao proporcionamento dos materiais
constituintes.
Normalmente para o assentamento e revestimento de alvenarias, são utilizadas argamassas
mistas de cimento, cal e areia, conforme as estudadas neste trabalho. Cada um dos
componentes da argamassa contribui para uma particular característica final.
Como conclusões do estudo experimental, que foi objeto de estudo deste trabalho, podemos
responder as perguntas inicialmente feitas como justificativas para a realização da pesquisa:
1. Existe diferença significativa entre a resistência compressão de argamassa em ensaios
realizados em corpos-de-prova (CP) cilíndricos de 5x10cm que seguem a norma NBR
7215/1996, quando comparados a resultados de CPs cúbicos de 4 cm prevista em
recente normalização?
Conclui-se que há diferença significativa, porem, é possível traçar uma correlação
linear entre as resistências com um grau de precisão considerável conforme se observa
na Figura 28. Deve-se notar que a correlação é uma aproximação e que pode se tornar
mais precisa conforme a classe de resistência. Nota-se na Tabela 12 que as
porcentagens de resistência a compressão de corpos de prova cilíndricos em relação a
resistência a compressão de corpos de prova cúbicos, para a faixa usual de resistência
de argamassas de 4 a 12 MPa, foi de 22 a 46 %, ou seja, corpos de prova cilíndricos
apresentaram de 22 a 46% menos resistência a compressão do que corpos de prova
cúbicos. Vale lembrar que a observação acima citada é valida apenas para a classe
usual (4 a 12 MPa) de resistência a compressão.
74
Tabela 12: Diferenças entre resistências a compressão de CP cúbico e cilíndrico (classe usual de 4 a 12
MPa)
14 3,27 6,13 -46,718 3,44 6,28 -45,1335 3,51 5,91 -40,5634 3,56 5,43 -34,3627 4,46 7,48 -40,3813 4,90 8,76 -44,0633 5,34 7,86 -32,0926 6,38 9,59 -33,5331 6,39 9,09 -29,767 6,47 10,88 -40,5230 7,33 9,61 -23,7329 8,88 12,33 -27,9525 9,68 13,70 -29,3624 10,18 14,53 -29,9412 10,32 13,88 -25,6523 11,90 15,26 -22,02
Traçofa:
cilíndrico (Mpa)
fa: cúbico (Mpa)
% fa cilin.
Para corpos de prova com resistência abaixo da usual a relação foi de 37 a 49 % ou seja,
corpos de prova cilíndricos apresentaram de 37 a 49% menos resistência a compressão do
que corpos de prova cúbicos.
Para resistências acima de 34 MPa, diferentemente das demais, as porcentagens de
resistência a compressão se inverteram, sendo que corpos de prova cilíndricos tiveram
resistência a compressão superior a corpos de prova cúbicos, variando de 1 a 26%, esses
fatos são observados na Tabela 9.
2. Qual a resistência a compressão de variados traços de argamassa, produzidas com
materiais (cimento, cal e areia) da região central do Estado de SP, misturadas com
variadas relações de água/cimento?
Esses valores de resistência a compressão bem como outras propriedades dos 44 traços
distintos são apresentados na Tabela10. A seguir na Tabela 13 são dados os valores de
resistência a compressão de corpos de prova cilíndricos e cúbicos dos variados traços
executados nesta pesquisa.
75
Tabela 13: Valores de Resistência a compressão dos variados traços do trabalho
cimento cal areia Média CV (%) Média CV (%) cimento cal areia Média CV (%) Média CV (%)1 1 0,25 2,00 0,45 54,93 1,45 43,32 3,33 23 1 0,25 5,00 0,97 11,90 8,26 15,26 5,412 1 0,50 2,00 0,58 37,20 5,07 31,50 2,39 24 1 0,50 5,00 1,02 10,18 3,38 14,53 3,343 1 1,00 2,00 0,72 29,86 2,54 25,50 3,18 25 1 1,00 5,00 1,05 9,68 3,08 13,70 2,084 1 1,50 2,00 0,89 17,14 5,06 16,30 5,97 26 1 1,50 5,00 1,20 6,38 0,80 9,59 3,405 1 0,25 2,50 0,50 50,24 2,82 42,20 2,96 27 1 2,00 5,00 1,39 4,46 2,00 7,48 2,076 1 0,50 2,50 0,65 35,66 2,01 30,13 3,09 28 1 3,00 5,00 1,78 2,12 3,85 4,03 3,437 1 2,00 2,50 1,12 6,47 2,79 10,88 2,48 29 1 0,50 6,00 1,05 8,88 1,60 12,33 6,458 1 0,25 2,00 1,38 3,44 2,60 6,28 2,23 30 1 1,00 6,00 1,19 7,33 3,31 9,61 4,939 1 0,25 3,00 0,55 34,82 0,82 34,18 2,25 31 1 1,50 6,00 1,35 6,39 3,03 9,09 3,28
10 1 0,50 3,00 0,64 30,59 0,36 30,24 4,08 32 1 2,50 6,00 1,69 2,52 2,97 4,27 3,3511 1 1,00 3,00 0,81 19,48 4,17 22,94 2,91 33 1 1,00 7,00 1,34 5,34 1,13 7,86 3,3512 1 1,50 3,00 0,99 10,32 4,98 13,88 5,83 34 1 1,50 7,50 1,57 3,56 2,77 5,43 3,6713 1 2,00 3,00 1,23 4,90 2,33 8,76 6,22 35 1 2,00 7,50 1,57 3,51 1,85 5,91 2,6814 1 2,50 3,00 1,40 3,27 9,50 6,13 4,01 36 1 2,50 7,50 1,85 2,44 2,16 3,91 2,0215 1 3,00 3,00 1,66 2,16 3,03 4,43 4,22 37 1 3,00 7,50 2,10 1,64 3,16 2,82 4,3016 1 0,25 3,50 0,62 32,01 3,03 34,23 2,60 38 1 1,50 9,00 1,77 2,79 2,11 4,47 4,1317 1 0,50 3,50 0,77 21,12 2,56 24,35 2,62 39 1 2,00 9,00 1,98 2,39 6,35 3,53 7,2018 1 0,50 4,00 0,86 16,94 1,10 19,39 2,70 40 1 2,50 9,00 2,00 2,09 4,62 3,44 3,2619 1 2,50 4,00 1,58 2,67 6,22 5,15 2,68 41 1 2,00 10,50 2,13 1,80 2,46 3,15 4,2620 1 3,00 4,00 1,82 1,65 3,29 3,35 4,64 42 1 2,50 10,50 2,32 1,79 1,37 2,82 4,3121 1 0,25 4,50 0,75 21,46 2,12 23,80 3,84 43 1 2,50 12,00 2,44 1,62 6,96 2,26 3,1922 1 0,50 4,50 0,85 16,25 1,29 20,02 2,50 44 1 3,00 12,00 2,89 0,75 5,36 1,49 6,05
A/Cfa: cilíndrico
(Mpa)fa: cúbico (Mpa)
TraçoTraço em volume de
materiais A/Cfa: cilíndrico
(Mpa)fa: cúbico
(Mpa) TraçoTraço em volume de
materiais
3. Qual o valor do módulo de deformação de variados traços de argamassa, produzidas
com materiais (cimento, cal e areia) da região central do Estado de SP, misturadas
com variadas relações de água/cimento? É possível propor equação de
correlacionamento entre resistência a compressão e módulo de deformação?
Os valores do módulo de elasticidade dos traços ensaiados são apresentados na Tabela 14.
Vale lembrar que nem todos os traços possuem um valor médio de módulo de elasticidade
devido ao fato de não ter sido possível sua determinação, uma vez que para certos corpos
de prova o valor do deslocamento fixado de 30% em função da carga de ruptura não ser
suficiente para gerar pontos que possam dar origem a uma curva.
Outra observação importante foi a de que as relações entre resistências e modulo de
elasticidade, bem como a raiz quadrada das resistências e módulo de elasticidade não
fornecerem relações convenientes e interessantes, independentemente da classe de
resistência.
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Tabela 14: Valores de modulo de elasticidade
cimento cal areia cimento cal areia1 1 0,25 2,00 0,45 29218,67 23 1 0,25 5,00 0,97 12145,232 1 0,50 2,00 0,58 22617,00 24 1 0,50 5,00 1,02 16763,003 1 1,00 2,00 0,72 19498,00 25 1 1,00 5,00 1,05 13935,474 1 1,50 2,00 0,89 12504,67 26 1 1,50 5,00 1,20 *5 1 0,25 2,50 0,50 39787,67 27 1 2,00 5,00 1,39 *6 1 0,50 2,50 0,65 22694,67 28 1 3,00 5,00 1,78 *7 1 2,00 2,50 1,12 9206,63 29 1 0,50 6,00 1,05 *8 1 0,25 2,00 1,38 * 30 1 1,00 6,00 1,19 12272,679 1 0,25 3,00 0,55 36412,67 31 1 1,50 6,00 1,35 8164,30
10 1 0,50 3,00 0,64 23742,00 32 1 2,50 6,00 1,69 *11 1 1,00 3,00 0,81 18856,00 33 1 1,00 7,00 1,34 *12 1 1,50 3,00 0,99 41160,00 34 1 1,50 7,50 1,57 *13 1 2,00 3,00 1,23 * 35 1 2,00 7,50 1,57 *14 1 2,50 3,00 1,40 * 36 1 2,50 7,50 1,85 *15 1 3,00 3,00 1,66 * 37 1 3,00 7,50 2,10 *16 1 0,25 3,50 0,62 26851,67 38 1 1,50 9,00 1,77 *17 1 0,50 3,50 0,77 21155,67 39 1 2,00 9,00 1,98 *18 1 0,50 4,00 0,86 19399,00 40 1 2,50 9,00 2,00 *19 1 2,50 4,00 1,58 * 41 1 2,00 10,50 2,13 *20 1 3,00 4,00 1,82 * 42 1 2,50 10,50 2,32 *21 1 0,25 4,50 0,75 * 43 1 2,50 12,00 2,44 *22 1 0,50 4,50 0,85 20590,67 44 1 3,00 12,00 2,89 *
TraçoTraço em volume de
materiais A/CMódulo (Mpa)
Módulo (Mpa)
TraçoTraço em volume de
materiais A/C
4. É possível elaborar um diagrama semelhante ao proposto no Método UC,
considerando o corpo-de-prova cúbico?
Conforme é mostrado na Figura 52 e demonstrado anteriormente, é possível elaborar um
diagrama para dosagem de argamassa, similar ao proposto no Método UC.
77
Figura 52: Diagrama para dosagem de argamassa
Conforme citado neste trabalho, segundo Petrucci (1981) a expressão da lei que liga a
resistência a compressão a relação A/C varia de acordo com os trabalhos de diferentes
pesquisadores, porem convergindo a um mesmo resultado final.
Como exemplo de pesquisador foi citado Duff Abrams que ensaiou cerca de 50.000 corpos de
prova de concreto no Lewis Institute de Chicago, em 1908, enunciando a sua lei: “Dentro do
78
campo dos concretos plásticos, a resistência aos esforços mecânicos, bem como as demais
propriedades do concreto endurecido, variam na razão inversa da relação água/cimento”.
No presente estudo é possível constatar que a relação também é valida para os traços de
argamassa executados e ensaiados. As relações entre as resistências (compressão de corpos de
prova cúbicos, compressão de corpos de prova cilíndricos, e tração na flexão) e a relação A/C
forneceram gráficos onde é possível notar o decréscimo das resistências em função do
aumento da relação água/cimento, conforme foi mostrado na Figura 19, Figura 20 e Figura 21.
É possível notar ainda que para dois ensaios distintos de resistência a compressão, com corpos
de prova cúbicos e corpos de prova cilíndricos, e em ensaios de tração, a relação ainda é
valida.
Para os ensaios de resistência a compressão e resistência a tração, constatou-se a existência de
uma correlação linear entre as resistências dos traços ensaiados.
Os ensaios de resistência a compressão de corpos de prova cilíndricos e corpos de prova
prismáticos e os ensaios de resistência a tração na flexão foram descritos em 4.12, seus
resultados e relações lineares apresentados na Figura 35, Figura 36 e na Figura 37. É possível
concluir que de modo geral as argamassas ensaiadas apresentaram uma resistência a tração
equivalente a 19% da resistência a compressão de corpos de prova cúbicos e 17% da
resistência de corpo de prova cilíndricos.
Conforme já mencionado, ao analisar os dados obtidos nos ensaios é possível notar que de
modo geral para as classes de resistência maiores as relações entre as resistências se tornam
mais lineares, com menor dispersão. Tal dado pode ser atribuído a menor relação A/C destas
classes de maior resistência, conforme é mostrado na Figura 33. a sobreposição destes
gráficos confirmam mais uma vez relação inversamente proporcional entre resistências e
fatores A/C, conforme foi mostrado na Figura 34, Figura 35, Figura 36 e Figura 37.
Outras relações de resistências proporcionaram boas correlações com um grau de dispersão
satisfatório, como por exemplo, as curvas que relacionam uma resistência a raiz quadrada de
outra resistência, conforme mostrado na Figura 38, Figura 39, Figura 40 e Figura 41.
Conforme é possível observar, mesmo com a existência de tecnologias para o controle e
execução da argamassa, a realidade da execução deste material em obra ainda é muito distante
do recomendado por norma e realizado em pesquisas.
Como resultado dessa falta de controle e rigor na fabricação da argamassa tem-se que as obras
são menos confiáveis, econômicas e seguras do que potencialmente poderiam ser. A exemplo
dessa falta de controle, um traço utilizado em uma das obras visitadas era de 1:0,5:3
(cimento:cal:areia). Segundo o diagrama de dosagem proposta no estudo de caso deste
79
trabalho, ao entrar com essas variáveis, espera-se a obtenção de uma argamassa com
resistência a compressão de aproximadamente 22 MPa, aos 28 dias de idade. Nesta obra em
estudo, foi relatado pelo responsável técnico, que o ensaio de resistência a compressão
demonstrou valores de resistência a compressão de 16 MPa. Uma possível causa para essa
divergência de resultados é a falta de controle precisa da proporção dos materiais, bem como
do excesso de água utilizado para se justificar uma maior trabalhabilidade.
Este trabalho alem de fornecer dados para o meio técnico, serve ainda de alerta para a
importância do controle e execução de argamassa segundo orientação normativas.
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