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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA E
GESTÃO DO CONHECIMENTO
Alexandre Takeshi Ueno
A CONCEPÇÃO DE UM MODELO DE EMPREENDEDORISMO
INOVADOR BASEADO EM CONHECIMENTO: UM ESTUDO
DE CASO DO PROGRAMA SINAPSE DA INOVAÇÃO
Florianópolis
2011
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Alexandre Takeshi Ueno
A CONCEPÇÃO DE UM MODELO DE EMPREENDEDORISMO
INOVADOR BASEADO EM CONHECIMENTO: UM ESTUDO
DE CASO DO PROGRAMA SINAPSE DA INOVAÇÃO
Dissertação submetida ao Programa de Pós-graduação em Engenharia e
Gestão do Conhecimento da Universidade Federal de Santa
Catarina para a obtenção do Grau de
Mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento.
Orientador: Prof. Neri dos Santos, Dr. Coorientadora: Profª. Andréa Valéria
Steil, Dra.
Florianópolis
2011
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Catalogação na fonte elaborada pela biblioteca da Universidade Federal de Santa Catarina
U22c
Ueno, Alexandre Takeshi.
A concepção de um modelo de empreendedorismo inovador baseado em conhecimento: o estudo de caso do Programa Sinapse
da Inovação/Alexandre Takeshi Ueno; Orientador: Neri dos
Santos – Florianópolis, 2011. 220f.: il., graf., tab., 21cm.
Inclui referências.
Trabalho de conclusão de curso (dissertação) – Universidade
Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-graduação em
Engenharia e Gestão do Conhecimento, Florianópolis, 2011. 1. Gestão do Conhecimento. 2. Organizações Intensivas em
Conhecimento. 3. Empreendedorismo Inovador. I. Santos, Neri dos. II. Título.
CDU 378.1
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Alexandre Takeshi Ueno
A CONCEPÇÃO DE UM MODELO DE EMPREENDEDORISMO
INOVADOR BASEADO EM CONHECIMENTO: UM ESTUDO
DE CASO DO PROGRAMA SINAPSE DA INOVAÇÃO
Esta Dissertação foi julgada adequada para obtenção do Título de
―Mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento‖, e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina.
Florianópolis, 31 de maio de 2011.
________________________ Prof. Paulo Maurício Selig, Dr
Coordenador do Curso
Banca Examinadora:
________________________ Prof. Roberto Carlos dos Santos Pacheco, Dr.
Universidade Federal de Santa Catarina
________________________
Prof. Gregório Vavarkis, Dr. Universidade Federal de Santa Catarina
________________________ Prof. Antônio Rogério de Souza, Dr
Universidade Federal de Santa Catarina
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AGRADECIMENTOS
O resultado desta dissertação deve-se a um conjunto de pessoas de algumas organizações que possibilitaram tornar realidade esta atividade de pesquisa.
Os agradecimentos vão para o Prof. Neri dos Santos que como orientador, ajudou desde a escolha do tema de pesquisa definitivo, além de motivar na continuidade dos estudos e inspirar na criação de uma
nova visão de futuro. A Profa. Andrea Steil que como Co-orientadora, estimulou o
aprendizado sob a ótica metodológica do trabalho e também na sua percepção humana do esforço dedicado a este estudo.
Aos Profs. Gregório Vavarkis, Roberto Pacheco e Antonio
Rogério de Souza, que aceitaram participar como membros da banca, e junto com os orientadores, contribuíram decisivamente para o enriquecimento deste trabalho.
Aos amigos do EGC, em especial a Viviane Sartori, Patrícia de Sá Freire, Elizandra, Diego, Jane, Airton e Michele que me apoiaram e
incentivaram nos estudos. Os agradecimentos também se estendem ao Prof. Carlos
Alberto Schneider e ao Leandro que como dirigentes compreendem a
importância do conhecimento e possibilitaram concluir esta dissertação. Aos amigos da CERTI, em especial ao Marcos, Felipe, José e
Césare que não mediram esforços em contribuir com as informações do
Programa sinapse da inovação. As Bibliotecárias Heloísa e Cíntia pela revisão desta dissertação e orientação das formas textuais que foram de grande valor e aprendizado.
Por fim, os agradecimentos vão para quem dedico esta dissertação, a família, minha mãe Elza, meu pai Ueno e ao meu irmão
Fábio, pelo apoio e incentivo em todas as minhas decisões e ações e a Andreia pelo companheirismo, paciência e amor nesta caminhada.
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Dedico esta dissertação a minha família sempre presente e apoiadora, e
a amada Andreia por mostrar que tudo pode ser diferente se acreditarmos.
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RESUMO
Este trabalho concebe um modelo de empreendedorismo inovador
baseado em conhecimento, verificado através de um estudo de caso do Programa Sinapse da Inovação. O propósito surge de uma pesquisa exploratória inicial, caracterizando o contexto mundial discutido neste
tema de pesquisa. Este contexto é visualizado por meio de teorias que descrevem o empreendedorismo na visão de um processo inovador e na criação de novos negócios (ROCHA; BIRKINSHAW, 2007), a gestão
do conhecimento na visão da criação do conhecimento pelas organizações (NONAKA,1991, 1994) e nas organizações intensivas em
conhecimento na visão baseada em conhecimento (NONAKA, 1994; NELSON; WINTER,1982). A partir destas bases conceituais, é organizada uma estrutura metodológica de pesquisa, baseado na
pirâmide metodológica de Schreiber (2001). Nesta visão, é realizada uma revisão de literatura, resultando num conjunto de evidências que orientam a aplicação prática, gerando um esboço do modelo conceitual
inicial. Este modelo inicial e suas evidências são verificadas sob a ótica da gestão do conhecimento por um conjunto de especialistas, utilizando
a técnica Delphi de avaliação. Baseado nesta verificação, é proposto pelo método hipotético-dedutivo, o modelo de empreendedorismo inovador baseado em conhecimento, seguido da verificação da hipótese
inicial de pesquisa. Este modelo então é verificado no estudo de caso do Programa Sinapse da Inovação, por meio de uma estratégia analítica sugerida por Yin (1994) que busca relações causais entre um conjunto
de evidências teóricas e empíricas que permitem verificar o modelo proposto. A pesquisa resulta na identificação dos fenômenos que governam o empreendedorismo inovador, a realidade das organizações
intensivas em conhecimento e a proposição do modelo do empreendedorismo inovador baseado em conhecimento para aplicações
futuras. Palavras-chave: Gestão do Conhecimento. Organizações Intensivas em
Conhecimento. Empreendedorismo Inovador.
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ABSTRACT
This work aims to develop a knowledge- based innovative
entrepreneurship model, verified through a case study of the Synapse of Innovation Program. The purpose arises from an initial exploratory research, characterizing the global context discussed in this research
topic. This context is viewed through theories that describe the entrepreneurial vision of an innovative and creating new business (ROCHA; BIRKINSHAW, 2007), knowledge management in the view of
knowledge creation by the organizations (NONAKA,1991, 1994) and knowledge-intensive organizations in the knowledge-based view
(NONAKA, 1994; NELSON; WINTER,1982). From these conceptual basis, is organized methodological framework of research based on methodological pyramid of Schreiber (2001). In this view, is performed
a literature review, resulting in a body of evidence that guide the practical implementation, resulting in an initial conceptual model. This initial model and its findings are verified from the perspective of
knowledge management by a team of experts using the Delphi technique for evaluation. Based on this determination, is proposed by the
hypothetical-deductive model of innovative entrepreneurship based on knowledge, followed by verification of the initial research hypothesis. This model is then verified in the case study program synapse
innovation, through an analytical strategy suggested by Yin (1994) which seeks causal relationships that allow to verify the proposed model. The research results in the identification of phenomena that
govern the innovative entrepreneurship, the reality of organizations and knowledge-intensive model of innovative entrepreneurship based on knowledge, proposed for future applications.
Keywords: Knowledge Management. Knowledge-intensive
Organizations. Innovative Entrepreneurship.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Modelo conceitual de reconhecimento da
oportunidade................................................................................. 46 Figura 2: Mapa do empreendedorismo relacionando a conceituação, disciplinas, níveis de análise e processo
empreendedor............................................................................... 48 Figura 3: Espiral do conhecimento............................................... 58 Figura 4: Trajetória do fluxo de conhecimento na empresa......... 61
Figura 5: Pirâmide metodológica................................................. 72 Figura 6: Conceitos de compreensão da natureza e organização
da ciência social............................................................................ 73 Figura 7: Etapas do método hipotético-dedutivo segundo Popper........................................................................................... 79
Figura 8: Método da revisão sistemática...................................... 82 Figura 9: Estrutura metodológica................................................. 90 Figura 10: Mapa e escopo da literatura........................................ 93
Figura 11: Estratégia de busca...................................................... 99 Figura 12: Fluxo do processo de seleção de estudos.................... 103
Figura 13: Volume dos artigos selecionados................................ 111 Figura 14: Volume dos artigos publicados................................... 113 Figura 15: Volume de publicação anual....................................... 114
Figura 16: Esboço do modelo conceitual..................................... 120 Figura 17: Esboço do modelo de relações.................................... 121 Figura 18: Fluxo básico do método Delphi.................................. 122
Figura 19: Fluxo de empreendedorismo inovador baseado em conhecimento............................................................................... 131 Figura 20: Método do estudo de caso...................................... 136
Figura 21: Modelo de aceleração de empreendimentos.............. 142 Figura 22: Processo de empreendedorismo inovador................. 143
Figura 23: Etapas do Programa Sinapse edição 2009.................. 144 Figura 24: Tela ilustrativa do portal Sinapse da Inovação........... 146 Figura 25: Resultados do Programa Sinapse edição 2009.......... 147
Figura 26: Tabulação final das empresas..................................... 150 Figura 27: Aplicação do método analítico.................................... 155
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Temas abordados pelo empreendedorismo inovador.. 38
Quadro 2: Temas abordados pela literatura no contexto da Gestão do Conhecimento.............................................................. 39 Quadro 3: Temas abordados pela literatura no contexto das
organizações intensivas em conhecimento.................................. 40 Quadro 4: Empreendedorismo – concepção e abordagem teórica........................................................................................... 43
Quadro 5: Fluxo e uso das teorias de gestão do conhecimento.... 54 Quadro 6: Organização das metáforas segundo a
fundamentação teórica.................................................................. 75 Quadro 7: OKA - elementos e dimensões do conhecimento........ 85 Quadro 8: Checklist de avaliação da qualidade dos estudos........ 105
Quadro 9: Escala de avaliação da qualidade dos estudos............. 106 Quadro 10: Formulário de extração de dados............................... 108 Quadro 11: Primeiros artigos........................................................ 118
Quadro 12: Definição das questões a serem aplicadas................. 124 Quadro 13: Plano de prova-fenômeno processo de inovação....... 132
Quadro 14: Plano de prova-fenômeno dos novos negócios ou organizações................................................................................. 133 Quadro 15: Indicadores dos níveis de maturidade........................ 141
Quadro 16: Evidências de verificação do modelo........................ 156
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Resultados da busca exploratória................................. 37
Tabela 2: Busca pro revisões sistemáticas.................................... 92 Tabela 3: Seleção das bases de dados........................................... 99 Tabela 4: Levantamento da literatura........................................... 100
Tabela 5: Estudo da qualidade dos artigos................................... 110 Tabela 6: Volume de publicações................................................. 112 Tabela 7: Principais anos de publicação....................................... 115
Tabela 8: Principais autores.......................................................... 116 Tabela 9: Composição da amostra................................................ 123
Tabela 10: Resultado método Delphi........................................... 127 Tabela 11: Estatística dos resultados............................................ 146 Tabela 12: Tabulação dos resultados........................................... 148
Tabela 13: Resumo das fontes de dados...................................... 151
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................... 23
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA DE PESQUISA......... 23 1.2 QUESTÃO DE PESQUISA................................................... 26
1.2.1 Hipótese.............................................................................. 28 1.3 OBJETIVOS........................................................................... 29
1.3.1 Objetivo geral.................................................................... 29
1.3.2 Objetivos específicos.......................................................... 29 1.4 JUSTIFICATIVA................................................................... 29 1.5 ESCOPO DO TRABALHO E ADERÊNCIA AO OBJETO
DA PESQUISA............................................................................ 32 1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO........................................... 32
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................... 35 2.1 REVISÃO DA LITERATURA.............................................. 35
2.1.2 Pesquisa exploratória........................................................ 35
2.2 EMPREENDEDORISMO INOVADOR............................... 42 2.3 GESTÃO DO CONHECIMENTO......................................... 54
2.3.1 Teoria da criação do conhecimento................................. 57
2.3.2 Fluxo do conhecimento....................................................... 60 2.3.3 Modelos dinâmicos de conhecimento................................. 62
2.4 ORGANIZAÇÃO INTENSIVAS EM CONHECIMENTO.. 64
2.4.1 Teoria da visão baseada em conhecimento..................... 66
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS......................... 71
3.1 PIRÂMIDE METODOLÓGICA............................................ 71
3.1.2 A visão de mundo............................................................... 73
3.1.3 As teorias............................................................................ 76
3.1.4 Os métodos......................................................................... 79
3.1.5 A ferramenta...................................................................... 83
3.1.6 As aplicações...................................................................... 86
3.2 A ESTRUTURA METODOLÓGICA................................... 88
4 CONCEPÇÃO DE MODELO................................................ 91
4.1 RESULTADOS DA REVISÃO DE LITEATURA............... 91
4.1.1 Fase 0 – Identificação da necessidade de revisão............ 91
4.1.2 Fase 1 – Mapeamento e escopo da literatura.................. 92
4.1.3 Fase 2 – Questões da revisão............................................. 97
4.1.4 Fase 3 – Identificação da pesquisa................................... 98
4.1.5 Fase 4 – Seleção de estudos.............................................. 101
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4.1.6 Fase 5 – Avaliação da qualidade dos estudos.................. 104
4.1.7 Fase 6 – Extração de dados............................................... 107
4.1.8 Fase 7 – Síntese dos dados................................................. 109
4.1.9 Fase 8 – Relato e recomendações..................................... 109
4.1.9.1 Contexto e objetivos......................................................... 109 4.1.9.2 Composição das obras..................................................... 110 4.1.9.3 Volume de publicações..................................................... 111
4.1.9.4 Volume de artigos publicados.......................................... 112 4.1.9.5 Principais anos de publicação......................................... 113 4.1.9.6 Principais autores............................................................ 115
4.1.9.7 Primeiros artigos............................................................. 117
4.1.10 Fase 9 – Gerando evidência para a prática................... 118
4.2 AVALIAÇÃO DOS ESPECIALISTAS................................. 121
4.2.1 Painel de especialistas........................................................ 122
4.2.2 Questionário....................................................................... 123
4.2.3 Rodadas de aplicação........................................................ 127
4.2.4 Resultados.......................................................................... 127 4.3 PROPOSIÇÃO DO MODELO.............................................. 129
4.3.1 Verificação da hipótese..................................................... 131
4.3.2 Teste de falseamento da hipótese..................................... 134
5 ESTUDO DE CASO................................................................ 135 5.1 MÉTODO DO ESTUDO DE CASO....................................... 135
5.1.1 Etapas do método................................................................ 136
5.2 O PROGRAMA SINAPSE DA INOVAÇÃO........................ 138
5.2.1 Objetivos do programa...................................................... 139
5.2.2 Base metodológica............................................................... 139
5.2.3 Operação 2009..................................................................... 143
5.2.4 Resultados........................................................................... 146 5.3 ANÁLISE E RESULTADOS.................................................. 147
5.3.1 Coleta dos dados................................................................. 147 5.3.1.1 Princípio da multiplicidade de provas.............................. 147
5.3.1.2 Princípio da formação de base de dados.......................... 151 5.3.1.3 Princípio da cadeia de evidências..................................... 152
5.3.2 Análise e interpretação dos dados..................................... 154
5.3.2.1 Categoria Indivíduos e oportunidades.............................. 157 5.3.2.2 Categoria Processo de Inovação....................................... 157 5.3.2.3 Categoria Novos negócios ou empresas............................ 157
5.3.2.4 Categoria Ciclo de conhecimento (SECI)......................... 158 5.3.2.5 Categoria Empresas intensivas em conhecimento............ 158
5.3.2.6 Categoria Empreendedor.................................................. 159
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6 CONCLUSÕES E RECOMNEDAÇÕES.............................. 160 6.1.RECOMENDAÇÕES ............................................................ 163
REFERÊNCIAS........................................................................... 164
Apêndice A - Lista dos artigos incluídos na revisão................. 194
Apêndice B - Quadro de evidências.................................................... 206
Apêndice C - Questionário de Avaliação Delphi....................... 214
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1 INTRODUÇÃO
Este capítulo apresenta o contexto do tema pesquisa, segundo
estudos recentes e amplos que estruturam uma visão inicial sobre o empreendedorismo inovador e suas aplicações, permitindo caracterizar o problema que dá origem a esta pesquisa. O capítulo descreve ainda o
propósito deste estudo, a visão interdisciplinar da proposta e a estrutura de desenvolvimento do trabalho.
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA DE PESQUISA
O panorama mundial do empreendedorismo aponta que países americanos e do oeste europeu estão posicionados na chamada economia impulsionada pela inovação, enquanto os países latino-
americanos, caribenhos e do leste europeu posicionam-se na chamada economia impulsionada pela eficiência segundo o Global Entrepreneurship Monitor Report
1 (GEM) (KELLEY; BOSMA;
AMORÓS, 2011). Enquanto a economia impulsionada pela eficiência é
caracterizada pelo desenvolvimento, industrialização e o aumento da economia de escala, predominando grandes organizações intensivas em capital, a economia impulsionada pela inovação é caracterizada pelos
negócios que são mais intensivos em conhecimento, destacando o crescimento do setor de serviços (KELLEY; BOSMA; AMORÓS, 2011).
Na economia impulsionada pela inovação, portanto, as organizações estão cada vez mais envolvidas e experimentando uma variedade de melhorias associadas à P&D e intensificando as atividades
de conhecimento, indicando que as instituições geradoras de conhecimento estão crescendo fortemente nesta economia (KELLEY;
BOSMA; AMORÓS, 2011). A relação entre inovação, conhecimento e gestão do
conhecimento é abordada na literatura através da mudança de formas de
trabalho (EDGAR et al., 2002; SHIN; LEE, 2010), métricas para a inovação (ADAMS; BESSANT; PHELPS, 2006), aprendizado organizacional (DASGUPTA; GUPTA, 2009), modelos de inovação
organizacional (CROSSAN; APAYDIN, 2010), comunidades de prática
1 GEM Global Report é um estudo anual sobre empreendedorismo, realizado
mundialmente pela escola de empreendedorismo da Babson College, utilizando survey como instrumento de pesquisa nas organizações.
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(HILDRETH, 2004) e relevância para os negócios (GURTEEN, 1998).
Esta evidência de relação é reforçada pelo GII - Global Innovation Index 2009-10 report
2 (2010, p. 09), que define a inovação
como a ―aplicação do conhecimento em uma nova forma, inicialmente para benefícios econômicos‖. O GII (2010, p. 25) reforça ainda que um dos resultados gerados pela inovação se refere aos resultados científicos
que abrangem variáveis como o ―número de patentes, o número de publicações científicas, crescimento do emprego, produtividade, taxas de empreendedorismo e trabalhadores em setores intensivos em
conhecimento‖. O GII (2010) ainda aponta que este resultado da inovação está
associado diretamente a três fatores que podem ser traduzidos como indicadores essenciais para métrica destes resultados. O primeiro fator é a criação do conhecimento, medido pelas patentes, publicações, local de
pesquisa especializada e capacidade de inovação, o segundo fator é a aplicação do conhecimento, medido pela produtividade, valor adicionado na indústria, sofisticação do processo produtivo e força de
trabalho nos serviços intensivos em conhecimento e, finalmente o terceiro fator é a exportação e emprego, medido pelo volume de alta
tecnologia exportado, ao empreendedorismo e a taxa de novos negócios. Esta realidade que associa a relação entre inovação e
empreendedorismo, pode ser observada também na literatura por
diversos autores (SHANE; VENKATARAMAN, 2000; HAGEDOORN, 1996; KURZ, 2008; WENNEKERS; THURIK, 1999; BROWN, 2007; DEJARDIN, 2010; ALVAREZ, BARNEY, YOUNG, 2010; LASSEN,
1999; DI GREGORIO, 2005; LANDSTROM, 2008; FALTIN, 1999; 1998; KURATKO; HORNSBY, 2006; HILDRETH; KIMBLE, 2004) ao citar que estes termos são historicamente debatidos e estão intimamente
inter-relacionados (SCHUMPETER, 1934). É neste contexto interdisciplinar que o conhecimento o
empreendedorismo e a inovação são abordados, e segundo Brunn (2005, p. 168) ―a geração de novos conhecimentos nas chamadas economias baseadas em conhecimento, tem tomado lugar quando as metas de
pesquisa básica e pesquisa aplicada se encontram‖. Diante deste fato, a necessidade atual das organizações foca a
permanente busca de oportunidades e ideias que estimulem a dinâmica
competitiva, materializando o termo Empreendedorismo Corporativo
2 GII Global Innovation Index 2009-10 Report é uma pesquisa realizada pelo
INSEAD com o propósito de avaliar o nível de inovação mundial e seu papel na economia do conhecimento.
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junto às organizações (CANINA; PALACIOS; DEVECE; 2010;
ALVAREZ; BARNEY; YOUNG, 2010; ANTONCIC; ZORN, 2004; RAMACHANDRAN; DEVARAJAN; RAY, 2006; ÁLVAREZ;
MERINO, 2010; SHORT et al. 2009). A aplicação deste conceito é tratada pela literatura como
Empreendedorismo Inovador, que descreve a geração e o
desenvolvimento de ideias, incorporando atividades econômicas, sociais e artísticas num contexto coerente de criatividade, especialmente em ambientes de mudança e incertezas, criando novas oportunidades
(FALTIN, 2008, 1999; KARLSSON, 2008). O empreendedorismo inovador surge então como tema recente,
discutido e experimentado desde a formação de políticas públicas (CUKIER, 2006; CAREY, 2006), na pesquisa acadêmica (REINIKAINEN; FALLAST, 2006; FILION, 2008, 1998), na formação
de competências empreendedoras (FALTIN, 1999; FILION, 1998), e nos estudos de caso (INTERNATIONAL TRADE CENTRE, 2009; ISLATEC, 2008; MILIUS; SARKIENE, 2008; AHMED, 2008).
A literatura ainda aponta que há uma interação positiva entre o empreendedorismo inovador e o crescimento econômico, destacando o
importante papel das universidades na criação do conhecimento (CARLSSON et al., 2009), o talento dos indivíduos que desenvolvem atividades empreendedoras (DEJARDIN, 2000), o uso do conhecimento
no desenvolvimento de novos produtos, processos e serviços (KOLLMANN; STÖCKMANN, 2007), a cultura empreendedora principalmente nos momentos de recessão (DORNELAS et al., 2007), a
criação sistemática de valor por meio da prática (PRAAG; VERSLOOT, 2007) e a intensificação das iniciativas mundiais neste tema (CUKIER, 2006).
Este crescimento resulta nas organizações, a transformação de seus negócios tradicionais em negócios baseados em conhecimento
(GORMAN; MCCARTHY, 2005), através de uma rápida mudança em sua estrutura, estratégias de negócio, formas de gestão e relacionamento (ROSSETTI et al., 2008).
Tais mudanças atribuem características organizacionais que fortalecem a prática do empreendedorismo inovador, tanto para criar novos processos de incubação empresarial (HACKETT; DILTS, 2004;
PHIPPLE; PETERSON, 2009) como para criar novas empresas (DAVIDSSON; WIKLUND, 2001). O tema enfrenta ainda dificuldades
idênticas a qualquer empresa nascente (KAWAGOE, 2000), além das críticas da escola empreendedora clássica ao avaliar a relação sobrevivência versus crescimento (SANTARELLI; VIVARELLI, 2006).
26
1.2 QUESTÃO DE PESQUISA
Esta visão da inovação sobre o empreendedorismo pode ser
atribuída a um conjunto de fatores. O primeiro destes fatores compreende aspectos comportamentais, caracterizados pelas diferenças entre as gerações de empreendedores, muitas vezes confundida com seu
envelhecimento, educação ou experiência de trabalho. O que ocorre é que as gerações são introduzidas no mundo do trabalho em diferentes tempos e, portanto, o significado do trabalho é diferente para cada
geração (FILION et al., 2010). O segundo fator é o modo de criar negócios, introduzindo a
inovação na consolidação do conceito empreendedorismo, com o propósito de buscar a criação de coisas novas e diferentes. Este modo de estudo do empreendedorismo pouco se relaciona com a visão tradicional
do empreendedor como organizador da empresa, criando uma diferença importante com o empreendedor inovador (FILION et al., 2008).
O terceiro fator é o esforço crescente no desenvolvimento de
ambientes propícios a inovação, seja nas instituições de ciência e tecnologia, no governo e principalmente nas organizações de economias
emergentes que atuam como palco dessa transformação (LI; KOZHIKODE, 2008; QUINTANA-GÁRCIA; BENAVIDES-VELASCO, 2008).
A literatura também aponta, que estes fatores relacionados a pessoas ou comportamento, ao negócio ou a inovação e ao ambiente organizacional, também estão presentes nas organizações intensivas em
conhecimento (STARBUCK, 1992; BLACKLER, 2005; KARREMAN et al., 2002; CHOO, 2006; GREY; STURDY, 2006) e representam suas principais fontes de vantagem competitiva (RAMSTAD, 2008).
Contudo, o empreendedorismo inovador nestas organizações, é de natureza predominantemente empírica, gerando conflitos permanentes
entre o ―saber‖ como parte da experiência e o ―conhecimento‖ como parte dos ativos econômicos (CHOI; LEE, 2003; HOLSAPPLE; JOSHI, 2002; SCARBROUGH, 1999; REINIKAINEN; FALLAST, 2005).
Lee et al. (2010) aponta que a lacuna em promover a inovação com base no conhecimento está em identificar, na essência, os elementos chave do sistema de negócio e das características
empreendedoras da organização. É neste contexto que surgem estratégias emergentes, criando novas formas de desenvolver o negócio
e de rever conceitos (FILION et al., 2010). Esta tendência pode ser observada no cenário mundial, através
de dois amplos estudos sobre o tema. O primeiro estudo do International
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Trade Centre (2009), aponta o empreendedorismo inovador como um
tema nascente em 18 economias em desenvolvimento, tomando como base o conhecimento e a criatividade. O segundo estudo do Islatec
(2010), apresenta a expansão da cultura do empreendedorismo inovador em oito países da União Europeia, destacando-se a transferência do conhecimento e de métodos para prática empreendedora no surgimento
de empresas de tecnologia. As iniciativas também atingem o Brasil numa abordagem ampla
conhecida como ambientes de inovação, que Labiak et al. (2009)
redefinem como ambientes de empreendedorismo inovador ao tratar o fluxo de conhecimento existente ou propícios nestes ambientes como
base para as políticas públicas. Labiak et al. (2009, p. 26) caracteriza que estes ambientes
citando: ―ambientes são formados pelas pré-incubadoras, incubadoras de empresas, parques científico e
tecnológico, cidade intensiva em conhecimento,
pólos de competitividade e sistema regional de
inovação, que possuem características comuns de interação entre universidades, centros de pesquisa e
empresas inovadoras na criação de novos negócios‖.
Schlemm & Duclós (apud Parolin & Volpato, 2008) apontam
em seu estudo, que um aspecto determinante para a alta taxa de mortalidade das empresas nascentes, é a falta de uma gestão estratégica do conhecimento capaz de oferecer alternativas de decisão para o
desenvolvimento destas empresas. Desta forma, embora a prática do empreendedorismo inovador
esteja estabelecida e ainda exista consenso do conhecimento como fator
de competitividade, a maioria das pesquisas de gestão do conhecimento neste tema, apontam para a investigação dos fatores processo,
desempenho e facilitadores de forma isolada e numa estrutura dispersa (ASSUDANI, 2009; LEE; CHOI, 2003; HOLSAPPLE; SIGN, 2001).
Este fato é também observado por diversos autores que
buscaram através de estudos, em sua maioria empíricos, a proposição de modelos fragmentados que buscam explicar as interações entre os potenciais empreendedores (REINIKAINEN; FALLAST, 2005), a
indústria e o desenvolvimento econômico (CAREY, 2010), as políticas públicas (CUCKIER, 2006), os aspectos de criatividade (NESTA,
2007), desenvolvimento de negócios (GOPAL; SHETTY, 2006; MARCH; YAGÜE, 1997), boas práticas (LEHRER, NELL; GÄRBER, 2009), estratégias e capacidades de inovação (LIU; MANOLOVA;
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EDELMAN, 2010; XIA; ROPER, 2008) e a pesquisa e desenvolvimento
(JAN; CHEN, 2006; RADOSEVIC, 2003; WATANABE; KISHIOKA; NAGAMATSU, 2004).
Outros autores abordam os modelos no contexto de um quadro de referência que buscam explicar aspectos como o comportamento do empreendedor individual e o empreendedorismo corporativo
(SCIASCIA et al, 2006), o processo de gestão da inovação neste contexto (LIU; WHITE, 2001; MICHALSKI, 2004), modelos de negócios inovadores (MALHOTRA, 2000) e a formação de
empreendimentos a partir de universidades (EUN, LEE; WU, 2006; GOMES, PLONSKI, SALERNO apud PAROLIN & VOLPATO, 2008).
Liu; Manolova e Edelman (2010) também abordam que grande parte dos estudos no contexto do empreendedorismo inovador está relacionada a um contexto já pesquisado baseados em recursos ou ativos
tangíveis. Já os recursos intangíveis como o conhecimento podem desempenhar um importante papel e até o momento, permanecem pouco explorado na orientação empreendedora.
É neste contexto de um conjunto de inciativas e carência de uma abordagem sistêmica do empreendedorismo inovador baseado em
conhecimento, que surge então o problema de pesquisa: Como conceber um modelo de empreendedorismo inovador em
organizações intensivas em conhecimento?
1.2.1 Hipótese
Para Lakatos & Marconi (2010, p. 140) a ―resposta suposta, provável e provisória‖ desta questão é um ―enunciado de relações entre
fatos e fenômenos‖ de caráter explicativo ou preditivo, compatível com o conhecimento científico e passível de verificação empírica.
Gil (2010, p. 41) corrobora com esta visão, ao apontar que além
de sugerir a explicação dos fatos, as hipóteses ―conduzem a verificação empírica que é o propósito da pesquisa científica‖.
A hipótese formulada neste estudo, busca então antecipar a ―comprovação da realidade‖, propondo uma ―resposta para o problema‖ (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 144). Sua elaboração utiliza como
fonte a ―observação‖, ―comparação com outros estudos‖ (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 159) e experiência pessoal (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 161) e é assim enunciada:
Com base nas concepções do empreendedorismo como um processo de inovação e como criador de organizações (ROCHA;
BIRKINSHAW, 2007), na teoria de criação de conhecimento na
29
empresa (NONAKA, 1991) e na visão baseada no conhecimento
(NONAKA, 1991; 1994; NELSON; WINTER, 1982) é possível identificar os constructos que concebem o modelo de
empreendedorismo inovador para as organizações intensivas em conhecimento.
1.3 OBJETIVOS
Nesta seção apresenta-se os objetivos (geral e específicos)
delineados para a pesquisa em questão..
1.3.1 Objetivo Geral
Conceber um modelo de empreendedorismo inovador em
organizações intensivas em conhecimento.
1.3.2 Objetivos Específicos
a) Identificar os postulados que governam o fenômeno
empreendedorismo inovador; b) Conhecer a realidade das empresas em que o modelo
será verificado; c) Conceber o modelo de empreendedorismo inovador
com base em conhecimento;
d) Verificar o modelo proposto utilizando o estudo de caso do Programa Sinapse da Inovação.
1.4 JUSTIFICATIVA
Este estudo investiga a concepção de um modelo de empreendedorismo inovador baseado em conhecimento, pois como tema nascente nas organizações, é raro encontrar estudos com esta
abordagem. As organizações em que o conhecimento é efetivo, pela
incorporação dos processos de gestão do conhecimento no contexto organizacional (SMITS; MOOR, 2004), diferenciam-se das demais organizações por apresentar o ―conhecimento como ativo mais
significante‖ que o capital e o trabalho (RYLANDER; PEPPARD, 2005, p. 04), caracterizando-se pelo alto nível de qualificação dos seus trabalhadores (STARBUCK, 1992; ALVESSON, 2000).
30
Nestas organizações, em que novos conhecimentos são criados
e disseminados amplamente e, rapidamente incorporados sob forma de novas tecnologias e produtos, Nonaka (1991, p. 96) afirma que estas
―atividades, intensivas em conhecimento, caracterizam uma organização em que seu negócio é a contínua inovação‖. Esta capacidade de inovar das organizações, segundo Trott & Hoecht (apud HANDBOOK OF
RESEARCH ON KNOWLEDGE-INTENSIVE ORGANIZATIONS, 2009, p. 58) é ―altamente dependente do conhecimento acumulado construído em anos de experiência‖. A visão também é compartilhada
por Gurteen (1998, p. 06) ao mencionar que criatividade e inovação são ―partes de um processo em que o conhecimento é transformado em valor
para o negócio‖, apontando que a ―criatividade está focada na geração de ideias e a inovação propõe colocá-las em ação‖.
A fonte das ideias é para Nonaka (1994, p. 15), é resultado de
um ―diálogo permanente entre os conhecimentos explícito e tácito que direcionam a criação de novas ideias e conceitos‖.
O problema das ideias apontado por Gurteen (1998, p. 10) é que
são mal preparadas e contraditórias em sua fase inicial, necessitando serem tratadas para ―atender a uma oportunidade‖. Desta forma, a
oportunidade é considerada um conceito essencial para a prática empreendedora, e por suas características de transiência, dificuldade de detectar ou criar, é alvo de inúmeros estudos (SHORT et al., 2009).
A ―descoberta destas oportunidades e a mobilização de recursos como o conhecimento‖ compreendem sob a ―ótica do empreendedorismo inovador‖, um importante papel para promover a
inovação (FREEL; JONG, 2009, p. 875). É neste contexto que a literatura aborda o tema, sob forma de
recomendações, importância e necessidade, porém ainda carente de um
artefato que propõe uma abordagem sistêmica do assunto, apontando que este estudo é relevante para o tema proposto.
Outro aspecto que a literatura apresenta é a carência de um conceito do empreendedorismo inovador baseado em conhecimento. A abordagem refere-se às disciplinas de inovação e empreendedorismo
tratando-as de forma isolada, embora seja comum encontrar citações apontando a relevância entre ambas. Este contexto é reforçado na revisão sistemática realizada por Crossan e Apaydin (2009, p. 24) ao
identificar que ―apenas 10% de um grupo de 13.000 papers sobre o empreendedor, referia-se a inovação‖.
Os estudos neste contexto reforçam modelos de empreendedorismo corporativo, que tratam da implantação do empreendedorismo transcultural (ENGELEN; HEINEMAN; BRETTEL
31
et al., 2008), da geração de receita operacional (WOLCOTT; LIPPITZ,
2007), desenvolvimento de competências (HAYTON; KELLEY, 2006), dinâmicas organizacionais (FURST, 2005), comportamento
empreendedor (KURATKO; HORNSBT, 2006) e processos empreendedores originados pela oportunidade (DREISLER, 2007).
O desenvolvimento deste tema nas organizações caminha, por
um lado, buscando melhorias incrementais em seus processos, produtos e serviços. Por outro lado, incentivam cada vez mais a expansão de atividades empresariais e o surgimento de novos negócios e
empreendimentos pela exploração das ideias e oportunidades (HAYTON; KELLEY, 2006).
A investigação proposta nesta pesquisa busca sua originalidade ao caracterizar o conceito de empreendedorismo inovador baseado em conhecimento, identificando o contexto em que o termo é utilizado.
Como um conceito emergente, o tema representa uma realidade existente e concreta, em muitos momentos conflitantes e até antagônicos em suas disciplinas de origem.
Desta forma, a dificuldade em tratar o tema requer uma abordagem em que o método de pesquisa é suscetível de fazer com que
duas ou mais disciplinas interajam entre si (SOMMERMAN, 2005, p. 30), e que segundo COIMBRA, ―interdisciplinar consiste num tema, objeto ou abordagem em que duas ou mais disciplinas estabelecem
vínculos entre si para se obter um conhecimento mais abrangente, unificado e diversificado‖.
Esta abordagem interdisciplinar, busca pela compreensão deste
fenômeno e a revisão do status quo, propondo uma forma de mudá-lo ao conceber e implantar um modelo e avaliá-lo segundo um estudo de caso, partindo de uma visão funcionalista da realidade, conforme o quadro de
análise de Morgan (1980) e Burrel e Morgan (1979). A pesquisa busca então, formar um corpo de conhecimento
relativo ao projeto de um artefato (modelo) e o planejamento da sua realização (concepção) a luz do conhecimento científico (BUNGE, 1985 apud CUPANI, 2006), caracterizando-a de natureza Tecnológica.
Espera-se com este estudo, criar contribuições teóricas para as teorias do empreendedorismo como um processo de inovação e do empreendedorismo como criador de novos negócios e empresas, através
do modelo do empreendedorismo inovador baseado em conhecimento, além das contribuições práticas obtidas pela sua validação segundo um
estudo de caso.
32
1.5 ESCOPO DO TRABALHO E ADERÊNCIA AO OBJETO DA
PESQUISA
A realização desta pesquisa propõe uma abordagem sistêmica focada na concepção de um modelo de empreendedorismo inovador, para as organizações intensivas em conhecimento. Este modelo é
avaliado nas empresas que participaram do Programa Sinapse da Inovação que será alvo do estudo de caso, permitindo avaliar a proposta com os resultados empíricos já obtidos.
A verificação do modelo é de natureza teórica, utilizando o método do estudo de caso e apoiado na técnica Delphi junto a
especialistas para avaliar os impactos da conceituação de uma situação em relação a outras, influenciando a construção de uma nova realidade (SCHEELE, 2007). Desta forma, observa-se que estudo requer uma
visão mais distinta, ao integrar objetivos, procedimentos e atividades visando à troca, o diálogo, o conhecimento conexo e não mais compartimentalizado das disciplinas (CARDOSO et al., 2008).
O problema de pesquisa envolve o estudo dos temas empreendedorismo, gestão do conhecimento e organizações intensivas
em conhecimento interagindo entre si, caracterizando vínculos que buscam obter um conhecimento mais abrangente, unificado e diversificado, provocando intercâmbios reais, recíprocos e de
enriquecimento mútuo na concepção do modelo (SOMMERMAN, 2008). Neste sentido, o ―desenvolvimento do artefato baseado nestas disciplinas, possibilita gerar novos conhecimentos‖ aliados as
necessidades intelectuais, motivacionais e emocionais que conduzem as pessoas a ação, caracterizando a interdisciplinaridade desta proposta (BRUN, 2005 p.169).
Na visão interdisciplinar desta dissertação o conhecimento é o principal fator de pesquisa e desenvolvimento de um artefato, tomando
como base teórico-metodológica, originada nas disciplinas que envolvem os temas de pesquisa abordados. Entende-se então, que o corpo de conhecimentos gerados a partir desta proposta, ao utilizar e
integrar os conceitos, métodos e técnicas das disciplinas neste processo de pesquisa, caracteriza a aderência do objeto de pesquisa ao programa de Engenharia e Gestão do Conhecimento.
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO
Após o capítulo introdutório, este trabalho inicia com o
Capítulo 2 que descreve a fundamentação teórica sobre o
33
empreendedorismo inovador no contexto da gestão do conhecimento e
seu comportamento junto às organizações intensivas em conhecimento. O capítulo é referenciado segundo uma revisão exploratória em
cada um dos temas abordados, buscando identificar os principais tópicos atualmente citados pela literatura. Estes tópicos são organizados em categorias e descritos conforme suas características, apresentando além
da situação atual, as principais tendências no tema. Nesta etapa da pesquisa, a revisão exploratória de literatura é
conduzida com a máxima amplitude de fontes de busca, tanto em fontes
primárias como secundárias. Esta abordagem inicial é recomendada para se ―obter uma visão mais ampla sobre o tema, as discussões, críticas e as
lacunas de conhecimento existentes, permitindo organizar o tema para novas pesquisas‖ (KHAN et al., 2001, p. 06).
Com base neste mapeamento, são fundamentadas as teorias que
governam os fenômenos segundo os temas apresentados, caracterizando as abordagens teóricas dos autores, reforçando a motivação desta pesquisa.
A investigação é conduzida por meio de procedimentos metodológicos descritos no Capítulo 3, seguindo a pirâmide
metodológica de Schreiber et al. (2002). A pirâmide inicia pela visão de mundo funcionalista da realidade descrito por Morgan (1980), seguido das teorias de gestão do conhecimento, empreendedorismo inovador e
organizações intensivas em conhecimento. Utiliza como método científico o hipotético–dedutivo, a busca sistemática de literatura e a ferramenta Delphi para a concepção do modelo de empreendedorismo
inovador baseado em conhecimento. A metodologia prevê a verificação do modelo pelo método do estudo de caso aplicado no Programa Sinapse da Inovação, edição 2009 e 2010.
Este capítulo apresenta as razões do paradigma utilizado, contextualizando os temas Gestão do conhecimento segundo a teoria da
criação de valor nas empresas descrita por Nonaka, Toyama e Hirata (2008), o Empreendedorismo inovador segundo a teoria do empreendedorismo como um processos de inovação e como criador de
negócios ou organizações descritos por Rocha & Birkshaw (2007) e, finalmente as organizações intensivas em conhecimento, segundo a visão baseada em conhecimento e dos sistemas de inovação (NONAKA,
1991; 1994; OCDE, 2006; NELSON; WINTER, 1982). O método hipotético-dedutivo parte da hipótese, estruturando as
conjecturas a serem verificadas. É organizado pela busca sistemática de literatura que propõe uma pesquisa planejada e com métodos explícitos.
34
A ferramenta Delphi é referenciada por um questionário,
orientado pelas dimensões sugeridas pelo método Organizational Knowledge Assessment (OKA), do Banco mundial (FONSECA;
FRESNEDA, 2010) a ser aplicado na concepção do modelo. O emprego da técnica utiliza a combinação do Delphi
tradicional, utilizando um questionário de pesquisa e do Delphi
conference que permite avaliar em tempo real os resultados dos grupos. O capítulo 4 apresenta os resultados obtidos por meio dos
procedimentos metodológicos, tanto na forma quantitativa quanto na
qualitativa, atendendo os objetivos específicos estabelecidos nesta pesquisa. Será ainda apresentada, a interpretação destes resultados
seguindo a metodologia, com o propósito de formar a base de conhecimento necessária para concepção do modelo. Ao final do capítulo é proposto o modelo de Empreendedorismo inovador baseado
em conhecimento, os constructos e sua dinâmica junto às organizações intensivas em conhecimento.
O modelo então concebido é inserido no contexto do estudo de
caso do Programa Sinapse da Inovação como discutido no Capítulo 5, que apresenta as ações, o método empírico utilizado e os resultados
obtidos. O estudo de caso é conduzido segundo a referência de Petigrew (1997) ao apontar os propósitos analíticos deste método. Neste contexto, o ―estudo de caso busca incialmente identificar os padrões de processo e
compará-lo ao caso em estudo, definindo mecanismos que reproduzem estes padrões observados‖ (PETTIGREW, 1997, p. 339) com o propósito de estabelecer uma base inicial para a ―generalização
científica‖. Desta forma, a verificação do modelo proposto, pode ser vista pela ótica destes autores, como um resultado significativo por avaliar o impacto da concepção de uma situação sobre outras e a
influência das diversas construções da realidade pelos especialistas (LINSTONE; TUROFF, 2002).
Os protocolos de pesquisa e os instrumentos de pesquisa são também apresentados e disponibilizados para evidência da verificação.
Por fim, no Capítulo 6 são apresentadas as considerações finais
que retratam os aspectos encontrados para a realização desta pesquisa, segundo o feedback sugerido na pirâmide metodológica de Schreiber et al. (2000) em todas as suas camadas, as contribuições teóricas e
empíricas observadas na pesquisa, e as necessidades de revisão e recomendações futuras.
A parte final da dissertação apresenta a bibliografia utilizada nesta pesquisa, seguida pelos anexos que contém os instrumentos utilizados e os resultados tabulados.
35
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
As bases teóricas da pesquisa são apresentadas neste capítulo,
com o propósito de identificar as abordagens tratadas na literatura sobre o empreendedorismo inovador a gestão de conhecimento e as organizações intensivas em conhecimento.
A discussão apresentada neste capítulo permite identificar diversos temas tratados pela literatura sobre o empreendedorismo inovador, como um tema de pesquisa interdisciplinar e contemporâneo.
Este conjunto de temas orienta as teorias que caracterizam estes fenômenos, fundamentando a abordagem proposta nesta dissertação.
2.1 REVISÃO DA LITERATURA
A revisão de literatura inicial desta pesquisa é apresentada na forma exploratória utilizando apenas a busca sistemática de literatura, com o propósito de identificar outros estudos baseados em revisões
sistemáticas. Esta estratégia busca identificar estudos completos e organizados sob uma visão estruturada e contextualizada com análises e
interpretações relevantes para o esta pesquisa.
2.1.2 Pesquisa exploratória
A pesquisa conduzida nesta dissertação parte de um conjunto de
bibliografias identificadas na literatura, com o propósito de obter maior familiaridade com o problema identificado no tema de pesquisa.
Segundo Gil (2010) a pesquisa do tipo exploratória visa além de
explicitar o problema, suportar a construção das hipóteses como passo inicial de toda pesquisa. Desta forma, foi utilizado o procedimento da pesquisa bibliográfica utilizando como fonte os materiais publicados em
periódicos especializados, focando principalmente os artigos. Este procedimento utiliza inicialmente as bases eletrônicas
multidisciplinares do Periódico Capes3, que é considerado segundo o
Portal da Capes, ―um modelo de consórcio de bibliotecas único no mundo‖ para prover acesso às produções científicas pelas instituições de
pesquisa.
3 Periódico Capes - é uma biblioteca virtual que reúne e disponibiliza a
instituições de ensino e pesquisa no Brasil, por meio da democratização do
acesso online à informação científica internacional de alto nível. http://www.periodicos.capes.gov.br, acessado em 08/05/2010.
36
De forma complementar, foram coletados outros materiais
relacionado ao tema de maneira não estruturada, incluindo documentos sugeridos, artigos disponibilizados, documentos internos, troca de
informação com os especialistas do Programa Sinapse da Inovação e empreendedores.
A pesquisa foi então organizada utilizando o sistema de busca
avançada do Periódico Capes, junto às bases multidisciplinares pelas características dos temas abordados.
As palavras chave utilizadas na busca, compuseram para os
temas abordados, a seguintes estratégias:
Empreendedorismo Inovador: Resultados combinados para "Todos os campos=("innovative
entrepreneurship") E Todos os campos=("systematic review") OU Todos os campos=("literature review") OU Todos os campos=(meta*)"
Gestão do conhecimento: Resultados combinados para "Todos os campos=("knowledge
management") E Todos os campos=("systematic review") OU Todos os campos=("literature review") OU Todos os campos=(meta*)"
Organizações intensivas em conhecimento: Resultados combinados para "Todos os campos=(knowledge
intensive organization) E Todos os campos=("systematic review") OU
Todos os campos=("literature review") OU Todos os campos=(meta*)" Os resultados da busca são então organizados conforme a tabela
1:
37
Tabela 1: Resultados da busca exploratória.
Áreas da Pesquisa Gestão do
Conhecimento
Organizações
Intensivas em
Conhecimento
Empreendedorismo
Inovador
Periódico Capes
a) Estudos Recuperados 267 232 236
b) Estudos Relevantes 23 31 20
Fontes aleatórias
a) Estudos Recuperados 312 219 249
b) Estudos selecionados 74 35 108
Total de Estudos 97 66 128
Fonte: Adaptado pelo autor de Periódico Capes, disponível em:
http://www.periodicos.capes.gov.br/ , acessado em 18/05/2001 e fontes aleatórias.
A pesquisa resultou em um total de 291 estudos que foram utilizados nesta pesquisa exploratória inicial, como forma de ―proporcionar uma visão geral, do tipo aproximativo‖ sobre os temas
abordados, ―especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado‖ (GIL, 2010, p. 27).
Tais estudos foram avaliados e organizados em grupos que
caracterizam os temas abordados na literatura encontrada, criando um compêndio de fatos que segundo Marconi e Lakatos (2010), precisam
estar classificados segundo princípios ou teorias para produzir a ciência. A relação entre os fatos e teorias e vice versa, sob a ótica da
ciência, acontece à medida que uma ―observação empiricamente
verificada‖ (fato) relacionado a outros fatos e sua ordenação refere-se a uma teoria (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 99).
Desta forma, são apresentados nos quadros 1, 2 e 3, os
resultados da pesquisa exploratória enquanto fatos, seguido nos subcapítulos, a relação com as teorias de cada tema estudado.
38
Empreendedorismo Inovador
Temas Autores
Processo criativo para formação
de novos negócios e geração da
inovação
Hackett e Dills (2004); Whipple e Peterson (2009);
Hayward et al. (2009); Montuori (2005); Turcan et
al. (2009); Allan e Madden (2002); Rossetti et al.
(2008); Reinikainen e Fallast (2006) ; Gorman e
Mccarthy (2005); Sim e Duffy (2004); Kawagoe
(2000); Davidsson e Wiklund (2001); Santarelli e
Vivarelli (2007).
Modelos de empreendedorismo fortalecendo a criação e a relação
entre empreendimentos internos e
externos a organização
Engelen, Heinemann e Brettel (2008); Hayton e
Kelley (2006); Brizek (2003); Kuratko e Hornsby
(2006); Furst (2005); Tseng (2010); Pozzebon;
Pinsonneault (2003); Wolcott e Lippitz (2007);
Dreisler (2007); Milius e Sarkiene (2008);
Dimitratos et al. (2010); Opora Russia (2006).
Relação de instituições
empreendedoras com ciência,
academia e indústria, região e país.
Eliasson e Henrekson (2004); Soogard (2007);
Verheul et al. (2002); Praag e Versloot (2007);
Dejardin (2000); Dornelas, Postigo e Setuain
(2005); Carlsson et al. (2009); Landström (2005);
Quéré (2003); Cukier (2006); Bercovitz e
Feldmann (2005); Hsu, Roberts e Eesley (2006);
Oliveira et al. (2006); Filion et al. (2008);
Anprotec (2009).
Busca competitiva de oportunidades e
internacionalização de negócios
Canina, Palacios e Devece (2010); Alvarez, Barney e Young (2010); Antoncic e Zorn (2004);
Ramachandran, Devarajan e Ray (2006); Álvarez e
Merino (2010); Short et al. (2009).
Empreendedorismo como
estratégia de inovação e
crescimento
Lee (2006); Scheepers, Hough e Bloom (2008);
Kollmann e Stöckmann (2007); Kelley et al.
(2002); Michalski (2004); Lassen (2007); Kraus
(2009); Bowen, Rostami e Steel (2009);
Hagedoorn (1996); Lee (2009); Baumol (2007);
Ibrahim, Fallah e Reilly (2008); Bignetti (2002);
Lu e Chen (2010); Gopal e Shetty (2007); Anokhin
et al. (2009); Kuratko (2010); International Trade
Centre (2009); Audretsch et al. (2007); Dew;
Sarasvathy (2007); Carey (2006); Knudson et al.
(2004); ACS (2010); Jabeen (2010).
Empreendedorismo criando meios
de fortalecer a estratégia organizacional
Barringer e Bluedorn (1999); Sciascia et al.
(2006); Kariv, Filion e Borges (2010); Liu,
Manolova e Edelman (2009); Matthews, Schenkel
e Hechavarria (2009); Pies, Beckmann e Hielscher
(2009).
39
Mecanismo de investimento via
Capital de risco Hill (2005); Santos, Marinho e Mac-Allister
(2009); Petty e Gruber (2009); Linde e Prasad
(2000).
Estrutura de pesquisa para o
empreendedorismo e inovação
Cooper (2003); Landstrom (2008); Gazeta
Mercantil (2009); Sharma e Chrisman (1999);
Parolin e Volpato (2008); Veciana (1999); Aldrich
e Martinez (2001).
Educação e o comportamento empreendedor nas ações
Vu (2008); Bouchard (2002); Ucbasaran et al.
(2009); Douglas et al. (2010); Hyytinen;
Ilmakunnas (2006); March e Yague (1997); Bönte,
Falck e Heblich (2007); Weber (2008); Gellner e
Werner (2006); Dutta, Li e Merenda (2009); Faltin
(1999); Zheng e Kelley (2009); Nandram e
Samsom (2006); Esade MBA Business Review
(2004); National Endowment for Science
Technology and the Arts (2007).
Empreendedorismo como
mecanismo de políticas públicas
Pfirrmann (2007); Buck, Middleton e Walker
(2004); Nijkamp (2003); Mcmillan e Woodruff (2002).
Empreendedorismo no
crescimento econômico
Terjesen, ACS e Audretsch (2010); Baez e
Abolafia (2002); Hagedoorn (1996); Carlsson,
ACS, Audretsch e Braunerhjelm (2009); Faltin (2001); Carey (2006); Bosma e Levie (2009).
Quadro 1: Temas abordados pelo empreendedorismo inovador. Fonte: Elaborado pelo autor com base na revisão de literatura.
Gestão do Conhecimento
Temas Autores
Modelos aplicados de Gestão do
Conhecimento nas organizações
Cho e Egan (2009); Maheshwari (2006); Meier,
(2010); Orzano et al. (2008); Pee e Kankanhalli,
(2009); Ortiz-Laverde, Baragano e Domínguez
(2003); Meyer; Sugiyama (2007); Guizzardi,
(2006); Santos (2005); Hashmi, Zrimec e
Lajovic (2009).
Ambientes de Gestão do
Conhecimento
Jensen e Webster (2009); Apostolou, Abecker e
Mentzas (2007); Nonaka e Krogh (2009);
Nonaka e Konno (1998)
Estratégias de Gestão do Conhecimento para mudanças
organizacionais
Shoham e Perry (2008); Keelan (2003);
Graebe (2005); Ekionea (2008); Saito, Umemoto e Ikeda (2007); Haggie e Kingston
(1999); Peszynski, Cooper e Molla (2009);
Akhter (2003); Gottschalk (2005); Dubois e
Wilkerson (2008).
40
Cases e boas práticas de Gestão do
Conhecimento
Gabby et al. (2003); Lee (2002); Cox (2006);
Misra (2007); Santos (2001); Jennex (2005);
Castillo e Abraham (2008); Ash et al. (2010);
Armario, Horrillo e Robles (2009); Asian
Productivity Organization (2004; 2007; 2008).
GC e inovação criando mudanças para organização
Chapman et al. (2002); Shin e Lee (2010); Adams, Bessant e Phelps (2006); Dasgupta e
Gupta (2009); Crossan e Apaydin (2010);
European Commission Directorate-General for
Enterprise (2004); Hildreth (2004); Gurteen
(1998).
Evidências de Gestão do
Conhecimento na competitividade empresarial
Sandars e Heller (2004); Armstrong et al.
(2007); Bergeron (2003); Nazareno (2006);
Dalkir (2005); Dobbins et al. (2010).
Processos e sistemas de Gestão do
Conhecimento para as organizações
Mengis e Eppler (2008); Hatala e Lutta (2009);
Thorpe et al. (2005); Haug (2010); Rashman,
Withers e Hartley (2009); Contandriopoulos et
al. (2010); Nonaka (1994); Stenmark (2002);
Christensen e Bukh (2009); Accorsi e Costa
(2008); Nissen (2006); Volmink et al. (2004);
Kazi (2007).
Técnicas e ferramentas de Gestão do Conhecimento nas atividades
internas
Witherell et al. (2009); Cabral et al. (2009);
Levett e Guenov (2000); Apostolou e Mentzas
(2003); Bhatt (2001); Kankanhalli e Tan (2005);
Sharp (2006); Rao (2005); Asian Productivity
Organization (2005); Sabrii (2007).
Papel da Gestão do Conhecimento no contexto organizacional
Alvares e Batista (2007); Biggiero (2007); Uren
et al. (2005); Spender e Scherer (2007);
Baskerville e Dulipovici (2006); Rowley (2006);
Jennex (2007); Leidner, Alavi e Kayworth
(2006); Stankosky (2005); Gherardi (2006);
Wallace, Fleet e Downs (2010); Patil et al.
(2010); Bocquet e mothe (2010); Boden et al.,
(2009); Melick et al. (2004); Ilic (2010).
Gestão do Conhecimento como ferramentas de negócio
Wiig (1999); Handzic, Lagumdzija e Celjo
(2008); Leask et al. (2008); Asian Productivity
Organization (2010); Cen-European Committee
for Standardization (2004); Ghani (2009); Asian
Productivity Organization (2007).
Quadro 2: Temas abordados pela literatura no contexto da Gestão do Conhecimento.
Fonte: Elaborado pelo autor com base na revisão de literatura.
Organizações Intensivas em conhecimento
Temas Autores
Processos de conhecimento nas
organizações
Zhang e Xie (2006); Costanzo et al. (2009);
Koong (2010); Mäki (2008); Nonaka, Toyama e
Hirata (2008).
41
Modelos de infraestrutura do
conhecimento
Dummer (2010); Gil e Modrego (2009);
Mandreol e Martoglia (2010); Piccoli, Ahmad e
Ives (2000); Burkhard (2005); Kerins e
Richards (2008); Kane, Ragsdell e Oppenheim
(2006); Nakamori, Wierzbicki e Zhu (2010);
Apostolou, Karapiperis e Stojanovic (2008);
Ramstad (2008).
Ambientes para agregação de valor conhecimento na organização
Oliveira e Fortunato (2008); Cohen (2008);
Hemert e Nijkamp (2008); Moje (2008);
Agapova (2010); Dobrinsky (2009); Moos e
Azevedo (2009); Gold, Seuring e Beske (2009);
Rossetti et al. (2008); Asian Development Bank
(2008); Skerlavaj, Dimovski e Desouza (2010);
Makani e Marche (2010); Federação dos
Municípios Canadianos (2006); OECD (2003);
Jetter et al. (2006); Ogiwara et al. (2010);
Easterbay-Smith e Lyles (2006).
Conhecimento como base para inovação e competitividade
Shin e Lee (2010); Fleuren, Wiefferink e
Paulussen (2004); Gurteen (1998); Kozminski e
Kociatkiewicz (2009); Rodriguez, Dahlman e
Salmi (2008); Harorimana (2010); Choo
(1996); OECD (2006).
Processos e técnicas de criação,
compartilhamento e uso do
conhecimento
Lin (2005); Lai e Liu (2007); Vorakulpipat e
Rezgui (2009); Kirchner, Razmerita e Sudzina
(2009); Zhang, Li e Shi (2005); Deng (2007);
Menkhoff et al. (2006); Soini (2008).
Contexto e relevância da Gestão do Conhecimento nas organizações
Carlucci e Schiuma (2004); Sudoh (2006);
Wildridge et al. (2004); Praag e Versloot
(2007); Smits e Moor (2004); Silva e Ferreira
(2009); Gonzalez, Martins e Toledo (2009);
Dobrai e Farkas (2009); Mäki (2008).
Estratégias de Gestão do
Conhecimento nas organizações Daley et al. (2010); Xia (2010); Renshaw e
Krishnaswamy (2009); Foss (2005).
Estudos de caso nas organizações de conhecimento
Franzoni (2006); Grey e Sturdy (2009);
Ogiwara (2009); Talisayon (2008); Grey e
Sturdy (2006).
Papel dos trabalhadores do
conhecimento nas organizações
Fuller e Unwin (2010); Tovstiga (1999);
Alvesson (1999); Jorgensen, Becker e Mathews
(2009); Boland, Tenkasi e Maheshwari (1994).
Relação das organizações de conhecimento com o ambiente
Mcgrath (2010); Zack e Michael (2003); Vuori
(2005); Starbuck (1992); Rylander (2005).
Quadro 3: Temas abordados pela literatura no contexto das organizações
intensivas em conhecimento. Fonte: Elaborado pelo autor com base na revisão de literatura.
42
2.2 EMPREENDEDORISMO INOVADOR
O empreendedorismo como área de pesquisa é um campo
recente de estudo, com cerca de duas décadas e meia e com desafios de grande importância através da economia do conhecimento (LANDSTRÖM, 2008). A relevância destas mudanças para Landström
(2008, p. 301) pode ser atribuída à medida que ―recursos intangíveis como o conhecimento, a expertise e o capital social‖ são a base de desenvolvimento dessa sociedade.
Nesta economia, a inovação desempenha um papel fundamental na criação e uso do conhecimento tornando-se um direcionador do
crescimento econômico (LANDSTRÖM, 2008, p. 302). Landström (2008, p. 305) caracteriza estas décadas em três
fases de desenvolvimento, a ―fase emergente‖, a ―fase de crescimento‖ e
a ―fase de domínio‖. Na fase emergente, ou década de 80, as pesquisas sobre o empreendedorismo são caracterizadas por um ―forte vínculo com a sociedade‖, o ―individualismo‖ é predominante e os ―pioneiros‖
no tema surgem com uma ―abordagem pragmática‖, ―direcionados a exploração e a orientação prática‖. Na ―fase de crescimento‖, ou década
de 90, as pesquisas apresentam ―forte vínculo com o tema‖ de estudo, a ―infraestrutura social predomina‖ e os estudos passam a ser mais ―fragmentados‖ com uma perspectiva mais ―direcionada ao empirismo‖
e ―orientado a formação de políticas‖, numa abordagem mais ―multidisciplinar‖. Já na última década, ou ―fase de domínio‖, as pesquisas apresentam ―forte relação com o domínio‖ de estudo,
predominando o ―desenvolvimento cognitivo‖, a ―segmentação e o surgimento de círculos de pesquisa‖ direcionados por ―teorias e orientação baseada no conhecimento‖, numa ―abordagem tradicional da
ciência‖ que busca ―explorar o conhecimento‖. Estas características atuais são enfatizadas por Alvarez e
Merino (2010, p. 02), ao apontar que a área de ―estudo do empreendedorismo ainda busca por uma teoria moderna sobre o empreendedorismo e que as teorias originadas nas pesquisas continuam
apresentando uma falta de consenso sobre o que constitui uma nova teoria‖ e ―geralmente não são aceitas‖.
Segundo Alvarez e Merino (2010), o empreendedorismo está
relacionado a fenômenos empreendedores que retratam a natureza das oportunidades, a natureza dos indivíduos e a natureza da tomada de
decisão. Estes fenômenos são também apontados por Shane e
Venkataraman (2000) ao enfatizarem que não existe um conjunto único
43
de fenômenos que restringem o domínio conceitual do
empreendedorismo, mas de configurações, como por exemplo, pequenos negócios ou novas empresas.
A esses fenômenos são associados diversas teorias como pode ser observado por Rocha e Birkinshaw (2007) ao apontar o empreendedorismo como concepções sobre o empreendedor como
indivíduo, processo de inovação, criação de novos negócios, empreendedorismo corporativo, pequenos negócios, estratégia de entrada e como processo de novas criações, representando as várias
faces do empreendedorismo que justificam seu estudo por diversas disciplinas. No estudo, os autores organizaram um roteiro que apresenta
a relação entre as concepções do empreendedorismo e as abordagens teóricas relacionadas e apresentadas no quadro 4.
Concepção Disciplinas/Teorias
Empreendedor Econômica (CANTILLON, 1931; KNIGHT, 1921); Psicologia (MCLELLAND, 1961)
Inovação Econômica (SCHUMPETER, 1934), Economia
Evolucionária (NELSON; WHITE, 1982)
Criação de negócio ou
organização
Sociologia (GARTNER, 1989; REYNOLDS;
WHITE, 1997), Ecologia da população (HANNAN; FREEMAN, 1977, 1989)
Empreendedorismo
Corporativo ou Intra-empreendedorismo
Estratégia (BURGELMAN, 1983; DRUCKER,
1985; STEVENSON; JARILLO, 1990)
Empresas de pequeno e médio porte
Econômica (BROCK; EVANS, 1989) Economia de pequenos negócios.
Entrada
Economia Industrial (GEROSKI, 1995),
Economia evolucionária (WINTER, 1984), Ecologia da população (HANNAN; FREEMAN,
1977, 1989)
Destruição criativa Economia, Ecologia da população (HANNAN; FREEMAN, 1977, 1989)
Quadro 4: Empreendedorismo – concepção e abordagem teórica.
Fonte: Traduzido de Rocha e Birkinshaw (2007, p. 212).
As concepções descritas por Rocha e Birkinshaw (2007)
relacionam várias dimensões de estudo na área do empreendedorismo
que compreendem desde o indivíduo até as organizações. A visão é também compartilhada e ampliada por Davidsson e
Wiklund (2009, p. 132) ao resumirem os trabalhos de Shane e sua
contribuição ao apresentar os ―principais aspectos ou componentes do
44
fenômeno empreendedorismo - indivíduo, a oportunidade, o contexto
organizacional, o ambiente e o processo empreendedor, gerando resultados diversos‖.
Estas dimensões de abordagem, nem sempre são descritas de forma explícita nas pesquisas sobre o empreendedorismo. Neste caso, muitos autores tendem a adotar como pressupostos de suas pesquisas, a
―relação com a natureza da oportunidade e a natureza do empreendedor‖ (ALVAREZ; MERINO, 2010, p. 03).
Ambas as relações são tradicionalmente fundamentadas pelas
teorias do empreendedorismo sob duas abordagens, a primeira sob a forma de sistemas econômicos relacionando a dependência econômica
com as oportunidades prospectadas e a segunda forma, sob a perspectiva do indivíduo em relacionar as ações dos empreendedores (MCMULLEN; SHEPHERD, 2006, p. 132). Os referidos autores
apontam a complementariedade desses pressupostos e Alvarez; Barney e Young (2010, p. 26) corroboram ao afirmar que as ―oportunidades são fenômenos subjetivos para leis invariáveis da natureza‖, e que a ―tarefa
do empreendedor individual é descobrir estas leis‖. Este processo de ―busca e descoberta‖ tem seu caminho
desenhado pela literatura clássica do empreendedorismo (PARK, 2005, p. 739). Para que estes fenômenos existam, Eckhardt e Shane (2003, p.337) afirmam que ―as pessoas não devem concordar com o valor dos
recursos existentes, mas acreditar que esses recursos, utilizados segundo um modelo particular de significado-fim, podem gerar resultados maiores daqueles explorados na forma tradicional‖
Esta abordagem mais completa do estudo do empreendedorismo é descrito por Gartner (1985 apud PARK, 2005) ao propor o estudo deste tema pela interação dos fatores que vão além do empreendedor e
da organização, mas também com os fatores de ambiente e o processo atual de criação de empresas.
Para Cha e Bae (2010, p.31) o processo empreendedor da criação de um novo negócio ou empresa inicia quando uma ―oportunidade é descoberta ou criada pelos empreendedores‖. O
―empreendedorismo neste conceito é um processo inovativo‖, pois segundo os autores, os empreendedores ―criam soluções que consistem de novos produtos e serviços‖ (CHA; BAE, 2010, p. 32).
Desta forma, o empreendedorismo concebido como um processo de inovação bem como o empreendedorismo concebido como
a criação de novas empresas, remete ao quadro 1 proposto por Rocha e Birkinshaw (2007) e que constitui a fundamentação do empreendedorismo inovador proposto neste trabalho.
45
Ambas as concepções são originadas na descoberta da
oportunidade, tema que por si é amplamente estudado na literatura do empreendedorismo, tanto sob a ―perspectiva construcionista quanto pela
perspectiva evolucionária‖, descrita por Alvarez; Barney e Young (2010, p. 27).
Segundo Alvarez; Barney e Young (2010, p. 27), a perspectiva
construcionista de ―formação da oportunidade assume o indivíduo interpretando o fenômeno‖, o conjunto de ―dados ou recursos, dando-lhes um significado que difere de outras interpretações‖, ―criando
realidades que moldam suas ações‖. Na perspectiva evolucionária, os ―indivíduos começam a agir
segundo uma variação cega e através de uma abordagem de tentativas e erros‖, as ―ações são selecionadas ou refutadas baseadas no ambiente ou cultura que incorpora esta variação‖ (ALVAREZ; BARNEY; YOUNG
2010, p. 28). A contribuição das perspectivas reflete a descoberta da
oportunidade que pode ser vista como um ―processo de combinação
interativa dos componentes: pessoas, tecnologia e ambiente que resulta numa inovação de mercado‖ (PARK, 2005, p. 740).
O autor ainda descreve que estes componentes são representados pelo empreendedor (pessoa), a tecnologia e o conhecimento e experiência da empresa (ambiente), ―gerando como
resultado da interação destes elementos, novos produtos inovadores‖ (PARK, 2005, p. 740). A figura 1 representa esta visão.
46
Figura 1: Modelo conceitual de reconhecimento da oportunidade.
Fonte: Park (2005, p. 747).
Neste modelo Park (2005, p. 741-742) descreve o
empreendedor com um papel fundamental na criação de novos
empreendimentos, ao descrever que em ―mercados ainda pouco explorados, a visão do empreendedor é um dos fatores‖, dentre a ―motivação, senso de alerta e a experiência‖, que impacta diretamente
no ―sucesso de mercado dos novos empreendimentos‖. O segundo elemento do modelo é o conhecimento e a
experiência, que segundo a perspectiva empreendedora são descritos como ―fatores que provêm a capacidade de explorar novas oportunidades de mercado, pela transformação de ideias em
empreendimentos rentáveis‖ (PARK, 2005, p. 743). O autor ainda enfatiza que o conhecimento como recurso da empresa é um processo interativo de conhecimentos de várias fontes (PARK, 2005, p. 744).
Neste modelo, o aspecto mais relevante do conhecimento é a ―capacidade deste ativo em promover a inovação e criar novos mercados‖. Esta capacidade de ―aprender, adaptar, sobreviver e crescer
é observado à medida que surgem organizações que detém o conhecimento como diferencial competitivo, experiência gerencial e
infraestrutura organizacional, a exemplo empresas como a Microsoft, Apple e Intel‖ (PARK, 2005, p. 746)
47
Esta visão também é corroborada por Santos, Marinho e Mac-
Allister (2009) ao citarem que nessas empresas, os ativos de conhecimento elevam cada vez mais o seu valor, citando:
Hoje em dia, empresas baseadas no conhecimento
valem muito mais que seus ativos podem representar. Algumas empresas valem de três a
quatro vezes mais. Este gap entre os ativos da
empresa e seu valor real só pode ser explicado pelos ativos intelectuais. [...] conhecimento
armazenado e o potencial de seus funcionários.
(SANTOS, MARINHO; MAC-ALLISTER 2009, p. 112).
Finalmente, o último elemento do modelo é a tecnologia que
precisa ser compreendida tanto em sua origem como na forma em que é selecionada, desenvolvida e alinhada com a oportunidade de mercado
(PARK, 2005, p. 744). A proposta de Park (2005) ao modelar o processo de
reconhecimento da oportunidade como forma de criar a inovação, pode
ser vista empiricamente pelo estudo de Stovall (2009) que avaliou a inovação empreendedora de empresas com estratégias similares.
Stovall (2009, p. 48) investiga a estratégia de desenvolvimento
de produtos nestas empresas, por meio de um processo que ―inicia na geração de ideias e do plano de desenvolvimento do conceito, até seu
desenvolvimento e comercialização‖. O resultado da pesquisa aponta que a ―taxa de sucesso das empresas com um processo de desenvolvimento de produtos desta natureza‖ é superior as empresas
essencialmente empreendedoras (STOVALL, 2009, p. 52). Desta forma, a apresentação do processo empreendedor pode
ser organizado segundo o framework proposto por Rocha e Birkinshaw
(2007, p. 213), apresentado na figura 2, que integra os ―diferentes fenômenos implícitos nos trabalhos teóricos e empíricos do empreendedorismo‖, sob diferentes perspectivas que contribuem para a
―clareza epistemológica‖ (construção de teorias), metodológica (teste de teorias) e níveis de política (implementação)‖.
48
Figura 2: Mapa do empreendedorismo relacionando a conceituação, disciplinas,
níveis de análise e processo empreendedor.
Fonte: Traduzido e adaptado de Rocha e Birkinshaw (2007, p. 214).
Segundo Rocha e Birkinshaw (2007, p. 211), esta variedade de
concepções e suas disciplinas relacionadas, remete a uma visão interdisciplinar do empreendedorismo, para se obter um ―senso comum
de atributos que relacionam os diversos fenômenos empreendedores‖. Esta visão pode ser percebida no framework proposto pelos
autores, ao relacionar as concepções do empreendedorismo,
(apresentadas ao centro da figura em blocos azuis), as disciplinas ou teorias (apresentas pelas elipses externas) em diferentes níveis de análise (apresentado pela seta nível) e sua posição nas etapas do processo
empreendedor (apresentado pela seta processo). Estas concepções do empreendedorismo envolvem a descoberta, estudo e a utilização da
oportunidade pelos empreendedores num determinado contexto, resultando na inovação (apresentado na linha tracejada em azul que parte da inovação).
A criação de empresas pelos empreendedores está relacionada a pequenos negócios (apresentado como MPE) ou seu fechamento, já a
49
combinação deste evento com a entrada de novos negócios na indústria,
cria a chamada, agitação, representado pela destruição criativa tratada por Shumpeter (1934). Por fim, Rocha e Birkinshaw (2007, p. 215)
descrevem que a ―grande minoria experimenta altas taxas de crescimento ou abrem o capital – IPO, com a ajuda de capitalistas de risco‖.
Na concepção do empreendedorismo como o indivíduo, o autor apresenta o empreendedor como fenômeno básico e unidade de análise das abordagens econômica, psicológica e estratégica do
empreendedorismo, representando a raiz do processo empreendedor. Esta visão é enfatizada por outros autores (MCMULLEN;
SHEPHERD, 2006, ALVAREZ; BARNEY; YOUNG, 2010; DAVIDSSON; WIKLUND, 2009; ECKHARDT; SHANE, 2003) ao apontarem o empreendedor com um importante papel na criação da
oportunidade. Rocha e Birkinshaw (2007) apresentam uma discussão sobre a
teoria econômica relacionada ao empreendedor através de três escolas
clássicas estudas. A primeira escola, a Alemã, representada por Schumpeter, enfatiza o empreendedorismo como inovação; a escola
Asutríaca, representada por Kirzner, que enfatiza o papel do empreendedor em restaurar o equilíbrio através da percepção e uso das oportunidades rentáveis; e, a escola neoclássica ou de Chicago,
representada por Knight e Shultz, que defendem um papel menor do empreendedor numa relação direta entre expectativas de práticas futuras de preço com as receitas esperadas.
Sob a ótica da teoria econômica, Rocha e Birkinshaw (2007, p. 218) descrevem o empreendedor como a ―personificação de uma função específica para equilibrar o mercado através da percepção e uso das
oportunidades‖. Segundo o autor, o foco dos economistas sobre o empreendedor e seu papel, é um caminho promissor no estabelecimento
de modelos, assim como no avanço do campo do empreendedorismo , implicando na introdução de variáveis como capital social e o pensamento de grupo, na análise do processo empreendedor e seus
resultados. A literatura ainda descreve outros estudos sobre o
empreendedor individual enfatizando o comportamento empreendedor, a
geração de ideias pelos indivíduos e a oportunidade como tema central. Os estudos que tratam do comportamento empreendedor para a
criação de novos negócios abrangem temas que envolvem o empreendedor desenvolvendo um negócio a partir de uma empresa (VU, 2008; DOUGLAS et al., 2010; ESADE MBA BUSINESS REVIEW,
50
2004), aspectos comportamentais como motivação, liderança e
autonomia (BOUCHARD, 2002), ao otimismo (UCBASARAN; et al., 2009), ao perfil do empreendedor e suas ações motivadoras
(HYYTINEN; ILMAKUNNAS, 2006; MARCH; YAGUE, 1997; NANDRAM; SAMSOM, 2006; BÖNTE; FALCK; HEBLICH, 2007) e as competências necessárias para a aprendizagem do empreendedorismo
(FALTIN, 1999; ZHENG; KELLEY, 2009; NESTA, 2007). Já os estudos que tratam da geração de ideias e opções
alternativas de trabalho, descrevem o empreendedor individual segundo
aspectos de internacionalização de suas atividades que tem se tornado uma característica que desperta a atenção de líderes, governos e
academia (TERJESEN; AUDRETSCH, 2010). Outro aspecto estudado é a modelagem comportamental de indivíduos por meio da teoria do bom senso, junto a organizações burocráticas (BAEZ; ABOLAFIA; 2002).
A discussão sobre o empreendedor individual avança para as teorias econômicas. Como apontado por Hagedoorn (1996) ao revisar as obras de Schumpeter, apontando que não há uma simples dicotomia
entre o antigo – o empreendedor como a personificação da inovação, e o novo – o empreendedor como direcionador da inovação nas empresas,
mas que o entendimento da dinâmica da inovação precisa ser revista sob a ótica teórica.
A revisão teórica sob uma perspectiva histórica pode ser
observada no estudo de Carlsson et al. (2009) que relacionou o crescimento econômico à criação do conhecimento e o empreendedorismo. Nesta revisão, os autores apontam o papel das
universidades e centros de pesquisa na orientação prática para geração de atividades econômicas e novos empreendimentos.
Carey (2006) reforça esta visão do empreendedor, criando uma
distinção entre o empreendedor replicador que cria seu negócio para reforçar a economia atual e o empreendedor inovador, que conferem
uma nova saúde a economia pela introdução de novos serviços e produtos.
Sob a ótica da geração e desenvolvimento de ideias, Faltin
(2001) sugere a formação de uma cultura do empreendedorismo inovador, alinhado com os valores da sociedade para o aumento das oportunidades e sua chance de sucesso no mercado.
O estudo da oportunidade como tema central da concepção do empreendedorismo como indivíduo, é tratado por Canina, Palacius e
Devee (2010) por meio da teoria de rede como forma de expandir o nível de pesquisa do indivíduo para a organização.
51
Outros autores como Alvarez, Barney e Young (2010) e Short
et al. (2009) apontam o tema oportunidade como a grande pergunta ainda a ser respondida. Enfatizam também que o campo do
empreendedorismo trata cada vez mais de um conjunto de teorias que abordam o conceito da oportunidade e seus desafios para as organizações.
Esta relação entre o indivíduo e a oportunidade, foi inicialmente criticada por Shane e Venkataraman (2000, p. 217) ao descrever que o empreendedorismo tornou-se um ―amplo rótulo em que uma miscelânea
de pesquisas se insere‖. Os autores apontam que o problema de abordagem, consiste em
compreender o ―empreendedorismo envolvendo o nexus de dois fenômenos: a presença da oportunidade lucrativa e da presença dos
empresários‖ (SHANE; VENKATARAMAN, 2000, p. 218). A visão
de Shane e Venkataraman (2000, p. 220) considera outros elementos que descrevem a ―qualidade e a variação‖ das oportunidades e o papel dos indivíduos no processo de descoberta, estudo e utilização dessas
oportunidades e ―não apenas sob a ótica econômica, mas também sob a ótica social e cognitiva do ser humano‖.
A aplicação deste framework, resultou na teoria do nexus
oportunidade-indivíduo que mais tarde Sarason et al. (2006) complementam sob a perspectiva da visão estruturada baseada na teoria,
possibilitando criar novas ideias na abordagem tradicional do empreendedorismo. Sarason et al. (2006, p. 289), a proposição desta abordagem estruturada é tornar o ―nexus oportunidade-indivíduo, tema
central no campo de domínio‖, uma vez que a abordagem permite a ―co-evolução entre o empreendedor e o sistema social, enfatizando um tema único de pesquisa e não mais abordagens independentes‖.
A teoria da estruturação do processo empreendedor é proposto por Sarason et al. (2006, p. 292) como um ―mecanismo de co-criação que envolve interações recursivas entre empreendedor e oportunidade
num ciclo de interdependência estrutura/agente‖. Nesta teoria, os ―empreendedores com conhecimento são empoderados para atuarem
sobre as oportunidades, e para refletirem sobre as ações que conduzem ao reforço, modificação e criação de novas oportunidades‖.
Embora a teoria estruturante complemente a teoria do nexus
oportunidade indivíduo, tanto Sarason, Dean e Dillard (2006) quanto Shane e Venkataraman (2000) corroboram ao enfatizarem que o papel do empreendedor é apoiar a criação de oportunidades, que são
reconhecidas pelo sucesso na criação de novos empreendimentos ou organizações.
52
A perspectiva organizacional da oportunidade foi observada
empiricamente por Antoncic e Zorn (2004) ao identificarem ações de estímulo à detecção das oportunidades pelos indivíduos, influenciando
positivamente as atividades empreendedoras internas. A expansão das atividades empreendedoras, é apresentado de
forma contraditória por Ramachandran, Devarajan e Ray (2006) ao
destacarem que a medida que a organização entra na fase de crescimento, as habilidades para identificar e explorar as oportunidades de forma inovadora decrescem. Isto pode ser explicado, pois, segundo o
autor, nas organizações maduras, as atividades de identificação das oportunidades para estímulo a inovação, encontram barreiras naturais no
desenho dessas organizações. Esta visão pode ser empiricamente constatada no estudo de
Alvarez e Merino (2010). Os referidos autores identificam que numa
organização em fase de internacionalização, os indivíduos tendem a desprender menor esforço e tempo para identificação da oportunidade, influenciando diretamente a capacidade de decisão.
A intensidade com que a literatura aborda a oportunidade no contexto da concepção do empreendedorismo como indivíduo, pode ser
observada no framework de Rocha e Birkinshaw (2007) como a primeira etapa do processo empreendedor que o autor denomina de concepção/geração de ideias conforme a figura 2.
Na etapa seguinte, descrita como ―modo de organização‖, a concepção do empreendedorismo como processo de inovação caracteriza a inovação como fenômeno central da abordagem econômica
do empreendedorismo (ROCHA; BIRKINSHAW, 2007, p. 221). Um dos pioneiros que contribuíram nesta visão, segundo Rocha e Birkinshaw (2007), foi Schumpeter que teorizou a inovação sob a ótica
do desenvolvimento econômico. Shcumpeter descreveu que o empreendedor inovador descobre e explora as oportunidades, criando
combinações, que para Wennekers e Thurik (1999) são denominadas empresas.
Wennekers e Thurik (1999, p. 34) apresentam que há um amplo
conjunto de ―perspectivas econômicas sobre o empreendedorismo, tanto quanto o número de variáveis e conceitos que conectam o tema ao crescimento econômico‖.
A revisão crítica de Moricochi e Gonçalvez (1994, p. 30) demonstra a teoria de desenvolvimento econômico de Schumpeter, que
descreve que a ―compreensão da inovação se dá pela introdução de um novo bem ou método, a abertura de um novo mercado, a descoberta de uma nova fonte de matéria prima e a reorganização da indústria‖.
53
Nesse aspecto, à medida que as novas técnicas e sistemas
produtivos são demandados, os inovadores buscam cada vez mais no sistema de crédito um meio de financiar as inovações, criando o
rompimento do equilíbrio estacionário inicialmente teorizado por Schumpeter (MORICOCHI; GONÇALVEZ, 1994, p. 31).
Esta posição da inovação em alterar o estado de equilíbrio e
criar um movimento econômico, corrobora a visão de Wennekers e Thurik (1999) que propõe o posicionamento da inovação e a competição como conectores intermediários entre o empreendedorismo e o
crescimento econômico. As diversas revisões e críticas sobre as teorias econômicas são
citadas por Prim (2009, p. 48). O referido autor aponta que ―além das implicações econômicas e políticas, a inovação ocorre principalmente dentro das organizações numa perspectiva evolucionária‖ descrita pelos
teóricos Nelson e Winter (2000) que abordam a organização como criadora de suas próprias inovações com base nas rotinas organizacionais.
Nesta perspectiva, o pensamento da visão evolucionária traz uma nova forma de compreender a importância do conhecimento neste
contexto. Uma vez que os ―economistas incorporam a ideia da produção em massa e da economia em escala, a abordagem evolucionária confere uma nova dinâmica econômica‖ ao considerar o papel do conhecimento
em gerar atividades inovadoras (LANDSTROM, 2008, p. 307). A importância do conhecimento é também enfatizada por
Eckhardt e Shane (2003, p. 342) ao compreenderem que ―novos
conhecimentos criam novas oportunidades para os empreendedores inovarem‖.
Segundo Eckhardt e Shane (2003), a incorporação do
conhecimento ao empreendedorismo influencia fortemente a definição de seus termos, conceitos, modelos e métodos uma vez que o
empreendedorismo como área de pesquisa, é sensível as mudanças sociais e ainda não há uma identidade própria definida.
É neste contexto das teorias, que o empreendedorismo inovador
é fundamentado neste trabalho, ressaltando a oportunidade e o indivíduo como idealizadores de novas organizações, negócios e a própria inovação, provenientes do conhecimento.
54
2.3 GESTÃO DE CONHECIMENTO
A gestão do conhecimento como área de pesquisa, já descreve
um ―conjunto de teorias organizadas a partir de campos de estudos distintos que lhe conferem legitimidade e reconhecimento como campo científico‖ (BASKERVILLE; DULIPOVICI, 2006, p. 84).
Ao conjunto destas teorias, os autores propõem um quadro que organiza os propósitos da gestão do conhecimento, as teorias fundamentais, as teorias derivadas e as teorias chaves aplicadas à gestão
do conhecimento como descreve o quadro 5.
Quadro 5: Fluxo e uso das teorias de gestão do conhecimento. Propósito
aplicado
em
Gestão do
Conhecim
ento
Fundament
ação teórica
Teorias chaves
desenhadas a
partir desta
fundamentação
Teorias chaves de
Gestão do
Conhecimento
desenvolvidas
Exemplos de teorias
como aplicadas em
Gestão do
Conhecimento
Racionaliz
ação
Economia da
informação
Capital intectual,
Propriedade
intelectual
Economia do
conhecimento, Rede e
clusters de
conhecimento, ativos
do conhecimento,
Spillovers do
conhecimento, gestão
de continuidade
Tordoir (1995),
Inkpe & Tsang
(2005), Teece
(2000), Foray
(2004), Beazley et al
(2002)
Gestão
estratégica
Competências
Chave,
Capacidades
dinâmicas
Dumbsizing, alianças
de conhecimento,
estratégia de
conhecimento,
marketplace de
conhecimento,
capacidade de
conhecimento
Conner & Prahalad
(1996), Eisenber
(1997), Inkpen &
Dinur (1998),
Conner&Prahalad
(1996), Kafentzis et
al. (2004),
Baskerville& Pries-
Heje (1999)
Definição
de
processo
Cultura
Organizacio
nal
Valores culturais,
poder, controle e
confiança
Cultura do
conhecimento
Graham&Pizzo
(1996), De long &
Fahey (2000)
Estrutura
organizacion
al
Organizações
orientado a metas
Organizações do
conhecimento
Starbuck (1997),
Dyer & Nobeoka
(2000)
Comportame
nto
organizacion
al
Criatividade
organizacional,
inovação,
aprendizado
organizacional,
memória
organizacional
Criação do
conhecimento,
codificação do
conhecimento,
transferência e uso do
conhecimento
Nonaka &
Taqueuchi (1995),
Nonaka & toyama
(2003), Wiig (1995),
Hansen et al. (1999),
Markus (2001)
55
Inteligência
artificial
Sistemas baseado
em
conhecimento,
mineração de
dados.
Infraestrutura do
conhecimento,
arquitetura do
conhecimento,
descoberta do
conhecimento
Davenport et al.
(1998), O´Leary
(1998b), Zhuge
(2002), Fayyad et al.
(1996), Shaw et al.
(2001)
Avaliação
Gestão da
qualidade
Gestão de risco,
benchmarking
Capital de
conhecimento,
framework qualitativo
Glazer (1998),
Jordan&Jones
(1997),
King&Zeithaml(200
3)
Métrica de
desempenho
organizacion
al
Métrica de
desempenho
financeiro
Índices de
desempenho
Ahn&Chang (2004),
Chang Lee et al
(2005)
Fonte: Traduzido e adaptado pelo autor de Baskerville e Dulipovici, (2006, p.
87).
Segundo Baskerville e Dulipovici (2006, p. 86), a construção das teorias de gestão do conhecimento pode ser observada sob uma abordagem exploratória da literatura, identificando o ―propósito de
aplicação das teorias existentes no contexto da gestão do conhecimento e, a partir daí, a evolução para novas teorias‖.
Os propósitos de aplicação na gestão do conhecimento são
definidos pelos autores por meio da Racionalização, Definição de processo e Avaliação que iniciam o fluxo de desenvolvimento das
teorias. No propósito de Racionalização, as teorias fundamentais
identificadas pelos autores partem da economia da informação e da
gestão estratégica como base de criação para as teorias sobre o capital intelectual, a propriedade intelectual, as competências essenciais e as capacidades dinâmicas. Estas teorias fundamentam as teorias chaves da
gestão do conhecimento, apontada pelos autores como a economia do conhecimento, rede de conhecimento, ativos do conhecimento, spillover do conhecimento e gestão da continuidade.
Já no propósito de Definição do processo, os autores apontam que as teorias fundamentais são formadas por dois grupos, o
organizacional que trata da cultura, comportamento e estrutura, e outro grupo de sistemas que tratam da Inteligência artificial.
No grupo das teorias sobre a organização, essas teorias
fundamentais originam novas teorias sobre os valores culturais, poder, metas organizacionais, criatividade, inovação, aprendizado e memória organizacional. Já no grupo da teoria da inteligência artificial, esta
56
origina a teoria dos sistemas baseados em conhecimento e na mineração
de dados. A aplicação destas teorias para a gestão do conhecimento dá
origem as teorias da cultura do conhecimento, organizações do conhecimento e dos processos de criação, codificação, transferência e uso do conhecimento. E no aspecto de sistemas, originam as teorias
sobre infraestrutura do conhecimento, arquitetura e descoberta do conhecimento.
Por fim, os autores apontam que no propósito de Avaliação, as
teorias fundamentais compreendem a gestão da qualidade e as métricas de desempenho organizacional, originando as teorias de gestão de risco,
benchmarking e métricas de desempenho financeiro. A aplicação destas teorias para a gestão do conhecimento dá origem aos índices de desempenho explorados pela literatura.
É neste contexto de importância do conhecimento que Baskerville e Dulipovici (2006, p. 90) descrevem a gestão do conhecimento como um processo que integra pelo menos quatro teorias,
a seguir citadas: A primeira teoria aplicada à organização na
formação de uma cultura do conhecimento. A
segunda teoria no desenvolvimento de estruturas organizacionais. A terceira teoria baseada no
comportamento organizacional como fonte das
teorias de inovação, aprendizagem e memória
relacionadas à criação e codificação do conhecimento. A quarta teoria baseada em sistemas
que provêm apoio de infraestrutura.
(BASKERVILLE; DULIPOVICI, 2006, p. 90) O quadro proposto por Baskerville e Dulipovici (2006), corrobora
com Landström (2008) à medida que aponta a teoria da criação,
codificação, transferência e uso do conhecimento, desenvolvida a partir da teoria fundamental do comportamento organizacional ao considerar o processo de inovação.
Eckhardt e Shane (2003) enfatizam ainda a capacidade de inovação pelos empreendedores, ao apontar o conhecimento no papel de
criação de novas oportunidades. Desta forma, a criação do conhecimento constitui a teoria de
base que fundamenta a gestão do conhecimento descrita neste trabalho,
relacionando o empreendedor, a oportunidade, a organização e a inovação na investigação dos constructos que definem o modelo de empreendedorismo inovador baseado em conhecimento.
57
2.3.1 Teoria da criação do conhecimento
A teoria clássica da empresa criadora do conhecimento proposto
por Nonaka (1991) aponta um conjunto de atividades de criação e disseminação do conhecimento através da organização, que é incorporado em novos produtos e tecnologias que mantém o negócio em
contínua inovação. A criação do novo conhecimento é percebida como a recriação
da empresa sob um processo permanente de renovação pessoal e
organizacional. O empreendedor é visto, neste contexto, como o trabalhador do conhecimento que possui o comportamento necessário
para este processo de transformação. Neste processo, a criação do conhecimento na empresa está relacionada com os ideais dos indivíduos e que isto diz respeito a ideias (NONAKA, 1991).
Neste contexto de mudanças, Nonaka (1994) propõe o paradigma da criação do conhecimento ao sugerir que a visão tradicional do processamento de informações para solução de problemas
considera a organização sob uma visão estática. O paradigma sugere que a dinâmica das organizações pode ser representado pelas suas
características de inovação, que é compreendida segundo um processo em que a organização cria e define seus problemas e desenvolve novos conhecimentos para resolvê-los (NONAKA, 1994).
Este processo é conceitualmente definido por Nonaka (1994, p. 15), como um ―diálogo contínuo entre conhecimento tácito e explícito que orienta a criação de novas ideias e conceitos‖.
A distinção entre estes dois tipos de conhecimento pode ser observada por Nonaka (1994, p. 16) sob uma ótica prática ao definir que ―o conhecimento tácito envolve elementos cognitivos e técnicos [...]
enquanto o conhecimento explícito é discreto ou digital‖. Os elementos cognitivos do conhecimento tácito dizem respeito
às perspectivas em que os indivíduos percebem e constróem a sua visão de mundo, enquanto os elementos técnicos envolvem a experiência e habilidades aplicadas num contexto específico (NONAKA, 1994).
A conversão desses conhecimentos, segundo Nonaka (1994, p. 17) acontece em duas dimensões: ―a epistemológica que atribui ao indivíduo a criação do conhecimento e a ontológica que trata da
interação entre os conhecimentos e sua evolução‖. Nesta dimensão, a interação social provê um fórum permanente de criação do
conhecimento e o desenvolvimento de novas ideias. Classicamente, a proposição deste processo de conversão do
conhecimento dá forma à ―espiral de criação do conhecimento
58
organizacional‖, apresentando quatro fenômenos da conversão do
conhecimento: a socialização (tácito para o tácito), externalização (tácito para o explícito), combinação (explícito para o explícito), e a
internalização (explícito para o tácito), como proposto por Nonaka (1994, p. 20) representado na figura 3.
Figura 3: Espiral do conhecimento.
Fonte: Nonaka (1994, p. 20).
A literatura apresenta uma ampla discussão em que a espiral do
conhecimento é a principal fundamentação. As abordagens contemplam desde sistemas como a intranet utilizada na externalização do conhecimento tácito (STENMARK, 2002), no uso e aquisição do
conhecimento pelas pequenas e médias empresas, estimulando o empreendedorismo e a exploração das oportunidades (THORPE et al., 2005), no aproveitamento da dinâmica de conversão do conhecimento
para a geração do fluxo de conhecimento organizacional (NISSEN, 2006) e nos métodos de cocriação e compartilhamento do conhecimento
para aplicação prática (KAZI; WOHLFART; WOLF, 2007). Outras abordagens práticas também são tratadas por autores
como Mengis e Eppler (2008) ao explorarem as regras de gestão para
conversação face a face na perspectiva do conhecimento, e de Accorsi e Costa (2008) ao apresentarem o conceito Peer-to-Peer de compartilhamento utilizado na computação, como forma colaborativa de
criação do conhecimento para estimular o ambiente ba.
59
A abordagem avança para a investigação da gestão do
conhecimento aplicado na criação e compartilhamento do conhecimento em projetos (CHRISTENSEN; BURH, 2009), o aprendizado
organizacional no setor público (RASHMAN; WITHERS; HARTLEY, 2009) e o compartilhamento da informação nas redes sociais, partindo do indivíduo para os grupos e organizações (HATALA, 2009).
De forma mais recente a abordagem busca explorar o processo de conversão do conhecimento nas organizações inseridas no contexto político (CONTANDRIOPOULOS et al., 2010), e até mesmo
questionando o uso do termo conhecimento tácito, quando visto sob uma aplicação específica na configuração de produtos (HAUG, 2010).
Nonaka e Krogh (2009) reforçam a controvérsia existente nos últimos 15 anos de literatura sobre o papel do conhecimento tácito na teoria da criação do conhecimento organizacional. As contribuições da
pesquisa neste campo revelam que a compreensão da teoria requer duas premissas: ―os conhecimentos tácito e explícito são conceitualmente distintos ao longo do continuum e que a conversão do conhecimento
explica a interação entre o conhecimento tácito e explícito‖. (NONAKA; KROGH, 2009, p. 636, grifo do autor). Com base nestas
premissas, Nonaka e Krogh (2009) sistematizam e argumentam os principais pontos de controvérsia através de aspectos que fundamentam seu estudo.
O primeiro aspecto está na compreensão da verdade na teoria, que ―corresponde ao pragmatismo epistemológico e resulta de processos em que as pessoas justificam suas crenças na organização‖ (NONAKA;
KROGH, 2009, p. 640), permitindo que a teoria adote um conceito mais amplo do conhecimento, incluindo o conhecimento tácito e explícito.
O segundo e o terceiro aspecto dizem respeito ao
―conhecimento tácito e explícito serem distintos ao longo do continuum, apontando que estes podem ser acolhidos pela teoria‖ (NONAKA;
KROGH, 2009, p. 641) e terem valor para a ciência da organização. O quarto, quinto e sexto aspecto dizem respeito à clarificação
da conversão do conhecimento, à medida que se observa a distinção
entre o conhecimento tácito e explícito, empiricamente evidenciados na ciência da organização. Contudo, em se tratando do conhecimento tácito e sua relação com a prática social do conhecimento organizacional,
ainda há um desafio para teoria da criação do conhecimento à medida que a conversão do conhecimento exerce um papel crítico para explicar
a teoria. Isto é evidenciado ao se questionar os resultados da conversão do conhecimento relacionados à prática social, considerando um campo recente e carente de novos estudos (NONAKA; KROGH, 2009).
60
2.3.2 Fluxo do conhecimento
A noção de fluxo proposto por Nonaka (1994) através da espiral
do conhecimento é complementado por Nissen e Levitt (2002), ao inserir a dimensão do ciclo de vida do conhecimento com o propósito de descrever como o conhecimento flui numa organização.
A dinâmica deste modelo associa ao ciclo de conversão do conhecimento de Nonaka (1994) também conhecido como Socialização, Externalização, Combinação e Internalização (SECI), mais ―seis fases
que descrevem o fluxo contínuo do conhecimento na organização: 1) criação, 2) organização, 3) formalização, 4) distribuição, 5) aplicação, e
6) evolução‖ (NISSEN; LEVITT, 2002, p. 07). A fase de criação é representada pelo conhecimento gerado na
organização iniciando o ciclo de vida, relacionado à aquisição e captura
do conhecimento. A segunda fase é relacionada à organização, ao mapeamento e a agregação do conhecimento como no caso dos repositórios. A terceira fase refere-se aos mecanismos de explicitação do
conhecimento em termos de armazenamento e codificação. A quarta fase foca a distribuição do conhecimento pela organização em termos de
transferência e acesso. As últimas duas fases referem-se à melhoria e evolução do conhecimento refletindo o aprendizado da organização (NISSEN; LEVITT, 2002).
A terceira dimensão pode ser observada na figura 4, através do eixo ciclo de vida (CVGC) que contém as seis fases descritas e sua relação com o modelo SECI. Neste modelo, Nissen e Levitt (2002)
sugerem a presença de dois vetores (K, V) que representam a criação e evolução do conhecimento respectivamente.
61
Figura 4: Trajetória do fluxo de conhecimento na empresa.
Fonte: Traduzido e adaptado de Nissen e Levitt (2002, p. 09).
A ênfase na dinâmica do fluxo de conhecimento como tratado por Nonaka (1991; 1994) e Nissen e Levitt (2002) é complementado por Nonaka, Toyama e Hirata (2008, p. 26) ao enfatizar que idealmente o
conhecimento criado na espiral ―aumenta em quantidade e qualidade à medida que é transferido do indivíduo para o grupo e do grupo para a organização‖. Portanto, é necessário que capacitadores mantenham o
ciclo de conversão permanentemente. Conforme Nonaka, Toyama e Hirata (2008, p. 26) propõem,
esses capacitadores estão associados com a ―relação da organização com as pessoas, entre pessoas e destas com o ambiente [...] em permanente síntese da abstração com a experiência atual‖.
Desta forma, a interação dinâmica com o ambiente quando organicamente combinam e sintetizam estes fatores para a criação do conhecimento, pode atualizar a gestão baseada no conhecimento
(NONAKA, TOYAMA, HIRATA, 2008).
62
2.3.3 Modelos dinâmicos de conhecimento
O modelo SECI de conversão do conhecimento, proposto por
Nonaka (1994) ao representar a dinâmica de criação do conhecimento na organização, é considerado no contexto de outros elementos que compõem o modelo de processo da empresa baseada no conhecimento
(NONAKA, TOYAMA, HIRATA, 2008). Estes elementos conforme apresentado por Nonaka, Toyama e
Hirata (2008), compreendem a visão do conhecimento e os objetivos,
pelo qual o SECI é orientado, o espaço ba que contextualiza o SECI, os ativos de conhecimento que representam as entradas e saídas do SECI e
o ambiente que representa o ecossistema de conhecimento. A visão do conhecimento descreve o quadro ideal futuro a ser
alcançado, criando um significado para o passado e o presente. Os
objetivos são os mecanismos concretos como os conceitos, ações e metas que orientam o processo de criação do conhecimento, relacionando com o processo de diálogo (síntese de pensamento) e
prática (síntese de ação). O espaço ba é definido como ―contexto compartilhado e em movimento em que o conhecimento é
compartilhado e criado [...], é o fundamento da atividade de criação do conhecimento‖. (NONAKA; TOYAMA; HIRATA, 2008, p. 34).
Os ativos de conhecimento representam tanto a saída do
processo de criação do conhecimento quanto a entrada na criação de novos conhecimentos, compartilhados no ecossistema da empresa que constituem os trabalhadores do conhecimento, clientes e fornecedores,
contribuindo para a geração do valor corporativo. Neste ecossistema, o conhecimento está incorporado nos diversos atores, e como um organismo vivo, estabelece relações entre as diversas fontes de
conhecimento transcendendo os limites da empresa na criação de novos conhecimentos (NONAKA, TOYAMA e HIRATA, 2008).
À medida que novos conhecimentos são criados, as pessoas buscam continuamente compreender o que está acontecendo ao seu redor, neste sentido Choo (2006) complementa Nonaka (1991, 1994)
observando que ―as organizações precisam ter habilidades em transformar o conhecimento tácito em explícito para promoverem a inovação‖ (CHOO, 2006, p. 335).
A visão de Choo (2006) em construir uma realidade com significado é materializado no modelo Sensemaking, que busca
compreender o papel das pessoas nas organizações em construir e explorar estas realidades orientadas para a ação. ―A chave para a inovação consiste em liberar o conhecimento tácito dos membros da
63
organização‖. (CHOO, 2006, p. 338). Desta forma, com os sinais do
ambiente, a organização pode mobilizar o conhecimento e a expertise de seus membros e promover continuamente o aprendizado e a inovação
(CHOO, 2006). Outros modelos de Gestão do conhecimento também apontam
como parte de seu processo, a criação do conhecimento, corroborando
ao modelo primórdio de Nonaka (1991; 1994). Este grupo de modelos pode ser observado por Rastogi (2000),
que atribui a criação do conhecimento através da pesquisa e
desenvolvimento, experimentação, lições aprendidas, pensamento criativo e inovação.
Já o modelo de Heisig (2001) descreve a criação do conhecimento como uma habilidade em compartilhar informações e criar conexões entre ideias num processo de aprendizagem e
comunicação. Para McElroy (2002) a criação do conhecimento é vista como um processo de produção e entendida como sinônimo da organização que aprende. Wiig (1993) ainda destaca que o papel da
criação, acumulação, desenvolvimento e uso do conhecimento exercem papel importante para a ação da empresa. A criação do conhecimento
em sua visão pode ainda acontecer através de projetos de pesquisa e desenvolvimento e ações individuais bem como pela importação de novos conhecimentos através de transferência tecnológica, ou
intercâmbio de pessoas entre departamentos. Por fim, o conhecimento para Wiig (1993) pode também ser criado pela observação do mundo real, através de visitas e observações sobre a mudança nos processos.
Embora a discussão dos modelos e teorias tenham uma característica mais tática e operacional, relacionado às atividades de criação, captura, desenvolvimento e uso, a gestão do conhecimento
exerce um papel fundamental nas empresas em prover apoio em sua performance com ações sustentadas e de sucesso (WIIG, 1997). Dentre
estas funções, Wiig (1997) aponta a promoção da criação do conhecimento e inovação praticada por todos baseado no aprendizado organizacional como forma de prover competitividade. Outro aspecto
enfatizado é a ―criação, governança e acompanhamento futuro e de longo prazo das atividades baseadas em conhecimento e suas estratégias‖. (WIIG, 1997, p. 403).
64
2.4 ORGANIZAÇÕES INTENSIVAS EM CONHECIMENTO
O estudo das organizações intensivas em conhecimento tem
apresentado na literatura um amplo campo de pesquisa que inclui atores não acadêmicos, decorrente da sua natureza complexa e do conjunto de disciplinas que o tema aborda (JENNINGS; JENNINGS;
GREENWOOD, 2009). Devido a esta abrangência, o entendimento sobre as organizações intensivas em conhecimento, pode ser analisado a partir de duas dimensões de abordagem do tema: a visão
tecno/econômica e a visão social/ética (JENNINGS, JENNINGS E GRENWOOD, 2009).
Muito do entendimento dessas visões está na ―concepção da organização de forma geral‖. Enquanto a perspectiva social/ética abrange aspectos como ―funcionalista, social-funcionalista, psicologia
social ou modelos político-econômicos‖, a perspectiva tecno/econômica abrange aspectos como ―equipamentos, ferramentas, linhas de montagem [...], tecnologia da informação, paper, e redes [...]‖
(JENNINGS; JENNINGS; GRENWOOD, 2009, p. 05). Embora estas distintas visões apontem as preferências de estudo
pelos autores, há também diversos termos que se relacionam ao tema como Knowledge-creating company (NONAKA, 1994), Knowing organization (CHOO, 1996), Knowledge-intensive firm (STARBUCK,
1992; ALVESSON, 1993; BOLAND; TENKASI, MAHESHWARI, 1994; GRANT, 1996; SPENDER, 1996; NICKERSON; ZENGER, 2004; RYLANDER; PEPPARD, 2005; JORGENSEN; BECKER;
MATHEWS, 2009), Knoweldge-intensive organization (SMITS; MOOR, 2004; ZHANG; LI; SHI, 2005; APOSTOLOU; KARAPIPERIS; STOJANOVIC; 2008; MÄKI, 2008; JENNINGS;
JENNINGS; GREENWOOD, 2009; KETTUNEN, 2009), Knowledge-based organization (ZACK, 2003) e mais recente o termo Knowledge-
intensive service (VUORI, 2005; OECD, 2006). Nestes diversos termos abordados na literatura, percebe-se que
o conhecimento é foco em todas as abordagens e que, segundo Jennings,
Jennings e Greenwood (2009) e Nonaka (1994), a essência do conhecimento consiste em produzi-lo segundo a interação tácito/explícito na organização.
Neste ciclo de evolução do conhecimento do indivíduo para a organização, autores como Zhang, Li e Shi (2005) consideram que a
essência do conhecimento na organização está na transferência, compartilhamento e utilização do conhecimento produzido.
65
A transferência do conhecimento é também referenciada por
Sveiby (2001, p. 348) ao sugerir que a relação entre as estruturas externas e internas da organização e sua competência individual permite
descrever ―nove modos de transferir o conhecimento, que criam valor para a organização. [...] melhorando a capacidade de ação das pessoas, tanto internamente quanto externamente a organização‖.
Esta perspectiva é empiricamente verificada por Mäki (2008, p. 816) ao identificar que ―valor é adicionado ao conhecimento pela sua pesquisa e utilização‖, favorecendo a criação e manutenção do fluxo de
conhecimento. Um dos valores criado por este fluxo é apontado por Kettunen
(2009), como a capacidade das organizações intensivas em conhecimento proverem suporte às inovações como meio de atender as estratégias organizacionais e criar vantagem competitiva.
A visão da criação de valor pelo conhecimento é também corroborado por Alvesson (1993, p. 998), porém, alertando que ―conhecimento contém uma valor simbólico tão forte que pode
facilmente criar preconceitos quando discutidos [...]‖. O volume da literatura é relatado no estudo empírico de
Rylander e Peppard (2005, p. 4), ao apresentar que o conceito de intensidade do conhecimento ―começa a ser amplamente utilizado e constitui uma categoria de estudo das organizações no contexto da
pesquisa acadêmica‖. Percebe-se, desta forma, que uma organização intensiva em
conhecimento, para se distinguir das outras organizações, requer
maiores estudos à medida que o significado de ―intensivo em conhecimento‖ envolve o ―conhecimento humano, prática reflexiva, e interação homem/tecnologia que são características centrais de todas as
organizações‖ (JENNINGS; JENNINGS; GREENWOOD, 2009, p. 6). Esta percepção é também sugerida por Zack (2003, p. 67) ao
alertar que há uma incompreensão nas abordagens das organizações baseadas em conhecimento, decorrente que a ―maioria das organizações, é, por definição, baseada em conhecimento‖.
Todavia, em contraposição à generalização de Jennings, Jennings e Grenwood (2009), Starbuck (1992) aponta a intensividade do conhecimento, fazendo analogia aos economistas ao analisar a
organização como uma firma. Desta forma, a visão do processo numa firma intensiva em
capital aponta como inputs de produção — devido à disponibilidade de recursos, o capital como fator de maior importância.
66
Analogamente numa firma intensiva em conhecimento, o fator
conhecimento predomina em maior grau de importância à medida que a força de trabalho está comprometida principalmente com trabalhos de
natureza intelectual (STARBUCK, 1992). A discussão da visão baseada em conhecimento é oriunda da
visão baseada em recursos (SVEIBY, 2001; CURADO, 2006; FOSS,
2005) que atribui ao ―recurso individual, sua unidade de análise quando compreendido como fonte de vantagem competitiva‖. (FOSS, 2005, p. 63).
Foss (2005) ainda reforça que na perspectiva da firma como um conjunto de recursos heterogêneos na visão baseada em recursos, sua
emergência como teoria dominante de estratégia-conteúdo, não abordam o empreendedorismo e a inovação neste contexto, considerando o equilíbrio sua base de fundamentação.
2.4.1 Teoria da Visão baseada em conhecimento
A visão baseada em conhecimento parte da visão baseada em recursos, ao ―reconhecer as mudanças econômicas fundamentais geradas
pelo conhecimento acumulado e disponibilizado nas duas últimas décadas‖, tornando-se um ativo gerador de vantagens não apenas competitivas, mas sustentáveis (CURADO, 2006).
Segundo Curado (2006, p. 06), esse reconhecimento se dá pelas capacidades complementares que a visão baseada em conhecimento traz ao ―reconfigurar, redirecionar, transformar, dar forma e integrar o
conhecimento central, a recursos externos, estratégias e outros ativos‖. Com base nessas capacidades que, ao serem combinadas,
apresentam características únicas, as organizações absorvem novos
conhecimentos externos combinando-os com os conhecimentos internos, criando novos conhecimentos (CURADO, 2006; NONAKA, 1991;
1994; SVEIBY, 2001) aplicados a solução de problemas, (NICKERSON; ZENGER, 2004) que são recombinados com os conhecimentos pré-existentes e exclusivos (CURADO, 2006).
Esse processo permanente de evolução das organizações, em que o conhecimento é um fator chave, toma como base a teoria econômica evolucionária de Nelson e Winter (1982; 2005), que ao
contrário da visão ortodoxa baseadas em regras de decisão, propõe uma evolução do comportamento da firma através de rotinas internas que se
adéquam ao ambiente externo (mercado), permitindo à organização adquirir um novo comportamento.
67
Esta visão é justificada por Nelson e Winter (1982) ao descrever
que as rotinas são termos que classificam os comportamentos previsíveis de negócios para formação de estratégias que tratam problemas não
convencionais nas empresas. Desta forma, a mudança e adaptação são tratadas pela teoria evolucionária, ao reconhecer que ―nem todos os comportamentos de negócios seguem padrões regulares e previsíveis‖ e
que, portanto, influenciam as decisões (NELSON; WINTER, 1982, p. 15).
Tais mudanças de rotina induzidas pelas decisões são definidas
por Nelson e Winter (1982, p. 128) como ―inovações‖, embora comumente ―tratado como ideias opostas, rotina e inovação possuem um
estreito relacionamento (conhecimento)‖, à medida que as experiências acumuladas nas rotinas criam então as mudanças de comportamento ou inovações.
Neste contexto de conhecimento e comportamento, Grant (1996, p. 109) propõe a teoria da firma como ―concepções e modelos de negócios empresariais que explicam e preveem sua estrutura e
comportamento‖. A firma é conceituada neste contexto, como uma ―instituição que produz bens e serviços, pois elas criam condições para
que os indivíduos possam integrar seus conhecimentos especializados‖. (GRANT, 1996, p. 111). Esta interpretação da firma é corroborada por Choo (1996) ao descrever que as rotinas conferem significado aos
eventos, apontando para as pessoas da organização, o ―contexto de ação organizacional, incluindo o processo de decisão e a construção do conhecimento‖ (CHOO, 1996, p. 337).
Grant (1996) e Choo (1996) tomam como base os princípios de conversão do conhecimento proposto por Nonaka (1994), ao reforçar a dinâmica de interação entre os conhecimentos tácito e explícito.
Spender (1996) complementa esta visão, apontando que o gerenciamento do conhecimento é a base da teoria da firma, porém
distintas da visão baseada em recursos (SVEIBY, 2001; CURADO, 2006; FOSS, 2005) e da visão evolucionária (NELSON; WINTER, 1982), propondo a abordagem de um sistema dinâmico de atividades
baseadas no conhecimento. Partindo deste entendimento, a teoria do conhecimento da firma
proposto por Spender (1996, p.54) é capaz de ―sustentar o meio termo
entre ideias de criatividade empreendedora e as mudanças sociais e tecnológicas determinadas externamente‖.
Percebe-se neste processo de mudança e criação, que a abordagem de sistemas, sobre a teoria da firma corrobora com o pensamento de Von Bertalanffly (1950; 1975), ao descrever que a teoria
68
geral dos sistemas, trata de teorias conceituais que criam meios de
aplicação na realidade empírica e que estes sistemas, interagem com o meio em que se inserem.
Nesta visão de sistemas abordados por Spender (1996) e Von Bertalanffly (1950; 1975) e da inovação abordada por Nelson e Winter (1982), a literatura apresenta o conceito de ―sistemas de inovação‖
descrito por Cristensen, Schibany e Vinding (2000, p. 02) que aborda a colaboração entre firmas em sua essência, descrevendo:
O conceito de um "sistema de inovação", que têm
sido amplamente utilizado na literatura sobre inovação na última década, é, portanto,
profundamente enraizado na crença de que a
inovação é um processo interativo onde os agentes e organizações comunicam, cooperam e
estabelecem relacionamentos de longo prazo. O
conceito de sistema de inovação tem sido utilizado tanto em um sentido amplo e sentido
restrito, este último principalmente denotando a infra-estrutura de conhecimento e instituições
diretamente relevantes para as inovações, e a
antiga, englobando também o funcionamento de um conjunto mais amplo de instituições da
economia, bem como instituições informais.
Sobre esses critérios de colaboração e inovação, Christensen,
Shibany e Vinding (2000) apontam, através de resultados empíricos, que
há uma relação direta entre o tamanho da firma e a inovação em produto. Nos seis países pesquisados, os autores observam que as grandes firmas tendem a serem mais inovadoras no desenvolvimento de
seus produtos, a medida que seus colaboradores criam relações interpessoais que favorecem crescentes parcerias externas e portanto a colaboração.
Na opinião de Rossetti et al. (2008), ao ampliar a visão sobre a organização, pode-se perceber que são necessários novas formas de
gestão, estruturas, estratégias e relacionamento que criem mudanças nas organizações, ―conduzindo a novas teorias e práticas de gestão do conhecimento‖ (ROSSETTI et al., 2008, p. 62).
O desafio das organizações, neste contexto, pode ser observado no estudo da OCDE (2006), que aponta a influência do conhecimento na inovação, através de processos colaborativos de atendimento a
demandas e oportunidades de mercado. Neste sentido, a mobilização das
69
habilidades da organização vai além de suas capacidades internas,
envolvendo habilidades variadas, desde as técnicas até as comportamentais.
Esse caráter multidimensional da inovação requer um processo colaborativo permanente que resulta na geração de novas ideias, conhecimentos e aprendizado numa abordagem que é resultante da
interseção de várias disciplinas (OCDE, 2006). Esta visão concorda com a análise sistemática de Crossan e Apaydin (2009), ao propor um modelo multidimensional da inovação organizacional, que permite
avaliar a capacidade de inovação e resultados da firma. Neste modelo, Crossan e Apaydin (2009) apresentam duas dimensões da inovação
identificadas na literatura; a dimensão processo e a dimensão resultado. A dimensão processo busca responder o como, utilizando como uma de suas fontes internas a ideação (natureza tácita) e orientado segundo a
disponibilidade de conhecimentos e recursos. Já na dimensão resultado, embora ainda não definida, busca responder ao ―o que‖ gerando inovações como uma nova firma (natureza explícita).
A perspectiva criada pela multidimensionalidade da inovação (CROSSAN; APAYDIN, 2009) e de ser influenciada pelo conhecimento
(OECD, 2006), fortalece a visão de Zack (2003, p. 67) empiricamente pesquisada, ao apontar que para uma organização ser intensiva em conhecimento deve considerar quatro características ―resumidas como
processo, lugar, propósito e perspectiva‖. O processo refere-se ao uso do conhecimento existente
adquirido pela experiência passada e da colaboração que permite criar
novos conhecimentos e aprendizados. O lugar se relaciona com os limites da organização; à medida que as interações entre as pessoas ocorrem e os conhecimentos são produzidos, os limites apresentam-se
cada vez mais difusos. O propósito está relacionado com a estratégia de conhecimento, considerado como recurso chave dessas organizações
para criar a agilidade e flexibilidade como medida de desempenho. Por fim, a perspectiva refere-se ao ponto de vista do conhecimento, que utiliza o conhecimento e o aprendizado como critério para potencial
ação (ZACK, 2003). A intensidade de conhecimento com que as organizações vêm
lidando, pode ser apontada na pesquisa teórico empírica de Dobrai e
Farkas (2009), pelo surgimento de setores intensivos em conhecimento como o setor de serviços.
A contribuição neste campo de pesquisa é referenciado por Manhães (2010) ao propor um método de design de serviços, considerando que conhecimentos podem ser criados a partir da rede de
70
valores e propor novos serviços. Neste setor, os serviços intensivos em
conhecimento são considerados como fontes de conhecimento para outras organizações que requerem conhecimentos não disponíveis para
realização de seu negócio (DOBRAI; FARKAS, 2009).
71
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este capítulo apresenta a metodologia utilizada na pesquisa,
orientado pela pirâmide metodológica de Schreiber et al. (2000). A abordagem adotada para fins desta dissertação busca uma
visão estruturada que orienta a pesquisa para a concepção do modelo de
empreendedorismo inovador baseado em conhecimento. A estruturação, tal qual a prática de desenvolvimento de um
software, é apresentada em camadas conforme proposto por Schreiber et
al. (2000) e adaptado para este trabalho. No decorrer do capítulo é discutida a contribuição metodológica
de cada etapa, propondo ao final, uma estrutura de execução da pesquisa.
3.1 A PIRÂMIDE METODOLÓGICA
A proposta metodológica de Schreiber et al. (2000) é formulada
para o desenvolvimento de sistemas de conhecimento4, que
analogamente representam as mesmas características observadas no
tema abordado por esta dissertação. Tais características lidam com a complexidade do tema e o
desafio apresentado na proposta, ao se identificar diversas visões de
mundo sobre o empreendedorismo inovador, uma variedade de teorias formuladas, a amplitude de métodos desenvolvidos, as ferramentas derivadas e um amplo conjunto de aplicações, como se pode observar no
capítulo 2. Neste cenário, o esforço em buscar a unificação destes
conceitos, teorias e métodos numa abordagem orientada para a
concepção de um modelo de empreendedorismo inovador baseado em conhecimento resultou na escolha da pirâmide metodológica como
modelo de orientação desta pesquisa. A necessidade de uma nova abordagem metodológica, abordada
na área de engenharia de software pela introdução do conhecimento no
desenvolvimento de sistemas, permitiu desenhar a ―pirâmide metodológica, que é composta de cinco camadas, em que cada camada consecutiva é construída sobre a camada anterior‖ (SCHREIBER et al.,
2000, p. 14), e pode ser observada na figura 5.
4 Sistema de conhecimento é um software que contém um volume significante
de conhecimento em forma declarativa explícita (SPEEL et al., 2002).
72
Figura 5: Pirâmide metodológica.
Fonte: Traduzido e adaptado pelo autor de Schreiber et al. (2000, p. 14).
Estas camadas são estruturadas, segundo Schreiber et al. (2000) e Speel (2002), a partir da camada de base ou visão de mundo, que
caracteriza a abordagem ou ―slogans‖ da engenharia do conhecimento e demais atividades relacionadas a engenharia de software. A camada da teoria dá forma à visão de mundo através de conceitos e modelos de
abordagem que são caracterizados pelos métodos na forma de processos, ciclos de vida e técnicas de identificação. Os métodos são, então, implementados na camada de ferramentas, que descreve os ambientes de
implementação, para então serem experimentados na camada de uso ou aplicação através dos estudos de caso. Nesta última camada desenha-se
o fluxo de feedback para as camadas anteriores. Percebe-se na construção do método, que a camada de base da
pirâmide exerce um papel importante que é enfatizado por Speel (2002,
p. 02) ao descrever que ―a pedra fundamental da metodologia é sua visão de mundo‖.
Esta percepção é complementada por Schreiber et al. (2000, p.
15), ao descrever que ―uma vez que a visão de mundo muda, os fundamentos caem sob uma abordagem, e o momento é oportuno para uma mudança de paradigma‖.
Desta forma, a abordagem metodológica proposta nesta dissertação busca contribuir na organização dos elementos dispersos na
pirâmide e na apresentação de uma nova abordagem sobre o tema Empreendedorismo Inovador, decorrente das mudanças globais como observado no capítulo introdutório.
73
3.1.2 A visão de mundo
Observa-se no estudo do empreendedorismo inovador, que um
conjunto de publicações de natureza tanto teórica quanto empírica toma forma à medida que a inovação, conhecimento e empreendedorismo são cada vez mais presentes e inter-relacionados nas organizações como
visto na contextualização do tema de pesquisa. Nesta realidade, pode-se perceber um paradigma que é definido
como uma ―visão de mundo que se refere a um conjunto de crenças
relacionadas ou suposições básicas, ou uma postura sobre a natureza e a organização do mundo‖. (KHUN, 2007, p. 156). Para Morgan (1980, p.
606) a visão do paradigma no sentido teórico é descrito como ―uma visão implícita ou explícita da realidade‖.
Tais visões são organizadas segundo uma estrutura apresentada
por Burrel e Morgan (1979), em níveis descritos como os Paradigmas que representam formas alternativas de estudo da realidade, as Metáforas que dão base para as pesquisas e, as Atividades de solução de
quebra-cabeças que operacionalizam as metáforas e concentram as pesquisas e discussões das ciências sociais, como ilustrado na figura 6. Figura 6: Conceitos de compreensão da natureza e organização da ciência
social.
Fonte: Traduzido pelo autor de Burrel e Morgan (1979); Morgan (1980).
74
Segundo Morgan (1980), toda realidade pode ser constituída
por mais de uma metáfora para se compreender a natureza do paradigma. Esta forma de compreensão simbólica, ou metafórica,
representa um ―processo de comparação, substituição e interação para construção de um novo significado‖ (MORGAN, 1980, p. 610).
Na contextualização apresentada no capítulo introdutório desta
dissertação, percebe-se por analogia, que a literatura apresenta um conjunto de estudos organizados em três grupos fundamentais. No primeiro grupo de estudos, o enfoque é sobre as ―estruturas e
tecnologias na definição das características organizacionais‖, no segundo grupo o enfoque é sobre a ―relação entre a organização e o
meio ambiente e como sobrevivem‖ e no terceiro grupo pode-se identificar o enfoque na ―competição e seleção das organizações ao invés da adaptação ao ambiente‖ (MORGAN, 1980, p. 614-616).
Tais metáforas podem ser simbolizadas na visão de Morgan (1980), segundo os grupos percebidos, definindo-se para o primeiro grupo a metáfora da máquina que constitui uma estrutura formada por
diversos elementos inter-relacionados. No segundo grupo a metáfora do organismo, que apoia a ideia de sistemas conectados que compartilham
o mesmo objetivo e foco. O terceiro grupo pela metáfora da ecologia populacional que enfatiza a ideia dos sistemas adaptáveis.
A analogia dessas três metáforas ―criam significados de visões
da organização e seu funcionamento‖, podendo ser utilizadas de forma funcionalista ao criar diferentes abordagens, tentando ―captar e articular aspectos de uma realidade‖ para um paradigma comum. (MORGAN,
1980, p. 616). Com base nessas metáforas, Morgan (1980, p. 607) faz
referência ao nível Atividades de solução de quebra-cabeças,
observando que é ―possível neste nível, identificar muitos tipos de pesquisa que procuram operacionalizar as implicações detalhadas da
metáfora‖. O capítulo introdutório faz menção à contextualização do
empreendedorismo inovador, citando estudos recentes sobre o tema,
contribuindo para a formação da visão de mundo abordada nesta dissertação.
Desta forma, percebe-se que há um conjunto de estudos que
caracterizam de forma simplificada, a natureza de cada uma das três metáforas e são organizados com base nos temas apresentados pelos
quadros 1, 2 e 3 do capítulo 2 que descrevem as visões sobre o empreendedorismo inovador, a gestão do conhecimento neste contexto e as organizações intensivas em conhecimento, ilustrado no quadro 6.
75
Quadro 6: Organização das metáforas segundo a fundamentação teórica.
Máquina Metáforas
Organismo
Ecologia
Populacional T
emas
Processo criativo para
formação de novos negócios e
geração da inovação
Modelos de empreendedorismo
fortalecendo a criação e a relação
entre empreendimentos internos e
externos a organização
Busca competitiva
de oportunidades e
internacionalização
de negócios
Modelos aplicados de Gestão
do Conhecimento nas
organizações
Relação de instituições
empreendedoras com ciência,
academia e indústria, região e país.
Evidências de
Gestão do
Conhecimento na
competitividade
empresarial
Processos de conhecimento
nas organizações
Contexto e relevância da Gestão
do Conhecimento nas organizações
Ambientes de gestão do
conhecimento
Estudos de caso nas organizações
de conhecimento
Modelos de infraestrutura do
conhecimento
Relação das organizações de
conhecimento com o ambiente
Ambientes para agregação de
valor conhecimento na
organização
Estratégias de Gestão do
Conhecimento nas organizações
Empreendedorismo como
estratégia de inovação e
crescimento
Papel da Gestão do Conhecimento
no contexto organizacional
Processos e técnicas de
criação, compartilhamento e
uso do conhecimento
Papel dos trabalhadores do
conhecimento nas organizações
Gestão do Conhecimento
como ferramentas de negócio
Estratégias de Gestão do
Conhecimento para mudanças
organizacionais
Estrutura de pesquisa para o
empreendedorismo e inovação
Cases e boas práticas de Gestão do
Conhecimento
Empreendedorismo no
crescimento econômico
Conhecimento como base para
inovação e competitividade
Técnicas e ferramentas de
Gestão do Conhecimento nas
atividades internas
Gestão do Conhecimento e
inovação criando mudanças para
organização
Processos e sistemas de
Gestão do Conhecimento para
as organizações.
Empreendedorismo criando meios
de fortalecer a estratégia
organizacional
Educação e o comportamento
empreendedor nas ações
Empreendedorismo como
mecanismo de políticas públicas
Fonte: Elaborado pelo autor baseado em Morgan 1980.
76
Percebe-se neste quadro que os estudos concentram-se na metáfora do organismo, explorando a relação da organização com o
ambiente numa abordagem concreta e objetiva como apontado pelos estudos de caso e boas práticas, com o propósito de criar novos conhecimentos empíricos orientados à aplicação prática.
Desta forma, a pesquisa proposta nesta dissertação parte destes entendimentos sobre paradigma que segundo Morgan (1980), pode ser explicado pela visão de mundo funcionalista da realidade. Neste
paradigma, ―pressupõe-se que a sociedade tem existência concreta e real e um caráter sistêmico orientado a produzir um estado de coisas
ordenado e regulado‖. (MORGAN, 1980, p. 608). Neste processo de pesquisa, segundo Morgan (1980), o
pesquisador se utiliza do rigor e do método científico, afastando-se da
cena estudada, criando uma abordagem objetiva sem julgamento de valor, mas com o propósito de se obter um conhecimento empírico útil.
Esse caráter objetivo é apresentado por Burrel e Morgan (1979,
p. 17) na visão funcionalista, que se caracteriza por buscar explicações ―racionais sobre os assuntos sociais [...] pragmático em orientação,
frequentemente orientado para o problema e envolvido em prover soluções práticas‖.
Com esta abordagem, a pesquisa desenvolvida nesta visão de
mundo, busca formar um corpo de conhecimento relativo ao projeto de um artefato (modelo) e o planejamento da sua realização, operação, ajuste, manutenção e monitoração, a luz do conhecimento científico
(BUNGE, 1985 apud CUPANI, 2006), caracterizando-a de natureza Tecnológica.
3.1.3 As teorias
A abordagem dos temas Empreendedorismo inovador, Gestão do conhecimento e Organizações intensivas em conhecimento, foi discutida através dos fatos apresentados pela contextualização do tema e
nas teorias apresentadas na fundamentação teórica desta dissertação. Esta relação entre teorias e fatos é vista por Marconi e Lakatos
(2010) como intrínsecas e que constituem um conjunto de princípios,
conceitos e regras dentre outros, que se organizam formando um instrumento científico que contribui para o desenvolvimento da ciência.
O papel da teoria em relação aos fatos é descrito por Marconi e Lakatos (2010, p. 100-103) como um conjunto de características assim apresentados:
77
Orienta os objetos da ciência delimitando as amplitudes
dos fatos a serem estudados, focando os fenômenos mais importantes contidos.
Oferece um sistema de conceitos para conceituação e
classificação de fatos empiricamente verificados, sistematizando e explicando os fenômenos em estudo.
Resume o conhecimento sobre o que já se conhece do objeto estudado através das generalizações empíricas e
das inter-relações de afirmações comprovadas.
Prevê fatos com base em outros fatos e relações já existentes, estabelecendo uniformidade geral que
ultrapassa as observações imediatas.
Indica lacunas de conhecimento à medida que o resumo dos fatos aponta fatos ainda não observados ou relações
ainda insatisfatoriamente explicadas. Desta forma, as teorias utilizadas como referência para abordar
os temas de estudo desta dissertação, são assim apresentadas:
Tema Empreendedorismo inovador – Teorias do empreendedorismo como um processo de inovação, e do empreendedorismo como criador de novos negócios
segundo Rocha e Birskinshaw (2007), e a teoria do nexus oportunidade-indivíduo (SHANE, 2003; SARASON; DEAN, DILLARD, 2006).
Tema Gestão do conhecimento – Teoria da criação de conhecimento da firma proposto por Nonaka (1991), observando as proposições de Baskerville e Dulipovici (2006) ao descrever que a gestão do conhecimento
reúne teorias sobre a formação de uma cultura organizacional, desenvolvimento de estruturas
organizacionais, comportamento organizacional e infraestrutura de apoio.
Tema Organização Intensiva em conhecimento – Teoria do conhecimento da Firma (NONAKA, 1991;
SPENDER, 1996;) Teoria da economia Evolucionária (NELSON; WINTER, 1982), Visão baseada em
conhecimento (SVEIBY, 2001; 2003; CURADO, 2006; NICKERSON; ZENGER, 2004).
Neste conjunto de teorias são abordadas através de fatos
predominantemente empíricos descritos na contextualização do tema, ao apresentar os estudos do Global Entrepreneurship Monitor Report
78
(GEM) (KELLEY; BOSMA; AMORÓS, 2011), do Global Innovation
Index 2009-10 Report (GII) e da literatura discutida no capítulo introdutório desta dissertação.
Neste contexto, o papel dos fatos em relação à teoria é descrito por Marconi e Lakatos (2010, p. 104-107) por um conjunto de características assim apresentadas:
Inicia a teoria à medida que um conjunto de fatos observados e descritos pode gerar enunciados e teorias importantes para a ciência.
Reformula e rejeita teorias que não abrangem novos fatos principalmente pela continuidade das atividades de pesquisa.
Redefine e esclarece teorias, pois se novos fatos
focarem e afirmarem em pormenores o que a teoria afirma em termos gerais, isto leva a redefinição da teoria.
Clarifica os conceitos contidos nas teorias à medida que os fatos descobertos e analisados pela pesquisa buscam esclarecer os conceitos contidos nas teorias.
Além destas considerações, Marconi e Lakatos (2010) introduzem o conceito de hipótese na definição da teoria, complementando as definições que envolvem a explicação de fenômeno
num amplo grau de abstração da teoria e sua busca na identificação das relações entre os fatos de forma sistemática, tornando-os previsíveis.
Desta forma, as características explicativas e preditivas da
teoria podem ser definidas como ―um conjunto de hipóteses indutivas e dedutivas, um sistema em que algumas hipótese válidas (deduzíveis)
estão comprovadas e, quase nenhuma está não comprovada‖. (MARCONI; LAKATOS, 2010).
Para Gil (2010) as teorias possuem importância fundamental na
investigação científica, fornecendo um sistema de conceitos e definições que ajudam na construção da hipótese, exercendo um papel metodológico na pesquisa.
79
3.1.4 Os métodos
O processo de pesquisa descrito por Hughes (1980) busca
descobrir algo sobre o mundo que para serem consideradas descobertas, requerem a aplicação de um método que possa produzir conhecimento.
A relevância dos métodos como meio de produção do
conhecimento, pode ser observada por Wallace (1971, apud HUGHES, 1980) ao descrever que os métodos científicos propõem preceitos passíveis de concordância, anulando a visão individual do pesquisador.
O uso de um método adequado permite que o conhecimento gerado e cientificamente válido, crie novas visões de mundo (HUGHES, 1980).
Conforme Gil (2010, p. 08) propõe, os métodos científicos podem ser entendidos como um ―conjunto de procedimentos intelectuais e teóricos adotados para se atingir o conhecimento‖. A visão é também
compartilhada por Marconi e Lakatos (2010, p. 45) ao analisar diferentes conceitos sobre métodos, apontando características incorporadas que o descrevem como ―regras de êxito‖, ―caminhos
seguro e econômico para atingir o objetivo‖, ―conjunto de procedimentos ordenados e racionais de um conhecimento válido‖ e um
meio de ―facilitar a apresentação de problemas científicos e a comprovação de hipóteses‖. Desta forma, Gil (2010) busca organizar os métodos abordados em literatura, para proporcionar as bases
metodológicas da investigação. Neste grupo, os métodos científicos são classificados e
relacionados com suas correntes filosóficas, definidos como o dedutivo
(racionalismo), indutivo (empirismo), hipotético-dedutivo (neopositivismo), dialético (materialismo dialético) e fenomenológico (fenômeno) (GIL, 2010). Dentre os métodos citados, selecionou-se o
método hipotético- dedutivo como guia desta investigação, pois segundo Marconi e Lakatos (2010, p. 72), este método ―defende o aparecimento
em primeiro lugar, do problema e da conjectura, que serão testados pela observação e experimentação‖. A discussão deste método é abordada por Marconi e Lakatos (2010) e Gil (2010) baseando-se nos estudos de
Popper e representado nas etapas descritas na figura 7.
Figura 7: Etapas do método hipotético-dedutivo segundo Popper.
Fonte: Traduzido pelo autor de Marconi e Lakatos (2010, p. 74).
80
Segundo Popper (1975 apud Marconi e Lakatos, 2010) e Gil (2010) o problema surge de conflitos entre expectativas e teorias
existentes e quando não há conhecimentos suficientes para explicar um fenômeno. A solução proposta se dá na forma de conjecturas que são testadas buscando falsear a hipótese.
Neste método, Gil (2010) descreve que a tentativa de falseamento se dá por evidências empíricas e se a hipótese não é falseada, tem-se então a corroboração não definitiva da hipótese até que
um novo fato a invalide. Para Marconi e Lakatos (2010, p. 77) as tentativas de falseamento consistem em ―tornar falsas as consequências
deduzidas ou derivadas das hipóteses, mediante o modus tollens‖. O modus tollens ou ―negação do consequente‖ é uma forma de
argumento dedutivo denominado de argumentos condicionais válidos,
composta pela premissa de uma condicional e outra premissa que nega o consequente desta condicional (MARCONI; LAKATOS, 2010). A regra descrita por Marconi e Lakatos (2010) aponta para a lógica: Se p,
então q. Ora, não – q. Então, não – p. Essa estrutura pode ser exemplificada utilizando o seguinte exemplo:
Se a água ferver, então a temperatura alcança
1000.
Ora, a temperatura não alcançou 1000.
Então a água não ferverá (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 66).
A pesquisa proposta nesta dissertação, parte da carência que se observa na literatura sobre um modelo de empreendedorismo inovador baseado em conhecimento, e propõe com base na observação, uma
hipótese orientada nas teorias da gestão do conhecimento, do empreendedorismo inovador e das organizações intensivas em conhecimento.
Decorrente da natureza aplicada desta pesquisa, que segundo Silva e Menezes (2001) busca criar conhecimentos para aplicação
prática, as tentativas de falseamento da hipótese acontecem segundo os levantamentos obtidos na abordagem quantitativa e qualitativa do problema.
Enquanto a pesquisa quantitativa busca expressar em números as informações passíveis de classificação e análise, a pesquisa de qualitativa busca interpretar os fenômenos e atribuir um significado a
eles (SILVA; MENEZES, 2001).
81
As abordagens quantitativa e qualitativa são também
caracterizadas de forma distinta por Marconi e Lakatos (2010, p. 269), ao reforçar que no método quantitativo são ―utilizados amostras amplas
e com informações numéricas‖ com tratamento estatístico, e no método qualitativo as ―amostras são reduzidas‖ distinguindo-se pela ―forma de coleta e análise dos dados‖.
Estas características estão presentes no método da revisão sistemática de literatura e amplamente difundida na medicina, com o propósito de verificar onde os efeitos na saúde são consistentes e onde
podem variar, segundo os estudos da Cochrane handbook (CLARKE, 2001; HIGGINS, 2008) e CDR Report (KHAN et al., 2001).
A revisão sistemática da literatura na medicina é utilizada para ―prover informações sobre a efetividade das intervenções, através da identificação, avaliação e síntese de um volume ingerenciável de
pesquisas‖ (KAHN et al., 2001, p. 03). Neste contexto, a revisão sistemática busca reunir toda a
―evidência empírica que se enquadra nos critérios de elegibilidade pré-
especificados, para responder uma pergunta de investigação específica‖ e através da explicitação do método, reduzir o viés da pesquisa para
assegurar resultados mais confiáveis (HIGGINS, 2008). A realização da revisão sistemática de literatura, pode ainda ser
utilizada em conjunto com a meta-análise segundo Khan et al. (2001),
Higgins (2008) e Clarke (2001) ao descreverem que a meta análise corresponde a técnicas estatísticas que integram os diversos estudos obtidos como resultados da mesma questão.
A execução do método, segundo esta visão, é adaptada para fins desta dissertação, sob a abordagem da busca sistemática de literatura, pois considera-se tanto a carência de um método específico de revisão
sistemática da literatura para a área de gestão do conhecimento, como pelas inadequações da aplicação, quando visto sob a ótica da saúde.
Assim, foi utilizado nesta dissertação, o método da revisão de literatura, segundo o procedimento da busca sistemática como aplicado por Brow (2007) que adaptou o método original de Khan et al (2001) para a
revisão das teorias econômicas do empreendedorismo. A busca sistemática segue o modelo da NHS Centre for Reviews
and Dissemination (2001), que estrutura o modelo de condução do
método em três estágios: o de planejamento da revisão, o da condução da revisão e disseminação dos resultados, como demonstra a figura 8.
82
Figura 8: Método da revisão sistemática.
Fonte: Traduzido pelo autor de CDR Report Number 2 (2001) e adaptado de
Brow (2007).
Cada estágio do método é formado segundo Khan et al. (2001), por um conjunto de fases que descrevem as atividades a serem executadas, inicialmente proposto de forma consecutiva mas que pode
variar durante a revisão. O estágio I ― Planejamento da revisão, inicia com a avaliação
da necessidade da revisão (fase 0), com o propósito de avaliar se já não
existem revisões realizadas e outras pesquisas que dupliquem o esforço sobre a mesma questão. A fase do mapeamento e escopo da literatura
(fase 1) permite identificar aquilo que é sabido e as lacunas ainda
83
existentes sobre o tema de estudo auxiliando na formulação das questões
de revisão. A formulação destas questões (fase 2) auxilia a definir o protocolo pelo qual o estudo identificará, avaliará e reunirá evidências
(GLANVILLE; SOWDEN, 2001; KHAN; POPAY; KLEIJNEN; 2001; KHAN et al., 2001; BROWN, 2007).
O estágio II – Condução da revisão, inicia com base no
protocolo de revisão, identificando os estudos relevantes a serem utilizados na pesquisa, a forma de coleta e documentação do processo de busca (fase 3). Na seleção dos estudos (fase 4) é avaliado o potencial
dos estudos relevantes a serem acessados pela relevância da questão de revisão, utilizando-se de critérios, palavras chave, restrições e outras
referências. Os estudos selecionados são então avaliados segundo a qualidade (fase 5) quanto ao viés, efetividade e validade interna e externa ao tema de pesquisa. Decorrente da seleção dos estudos, os
dados são extraídos (fase 6) segundo as características e resultados destes estudos, por meio de métodos e ferramentas específicas. Os dados extraídos são então sintetizados (fase 7) segundo abordagens
qualitativas da evidência complementado por análises quantitativas. (GLANVILLE, 2001; KHAN; KLEIJNEN, 2001; KHAN et al., 2001)
O estágio III – Relato e disseminação, descreve de forma suscinta os resultados encontrados (fase 8), seus métodos, análises e implicações para a revisão , focando a disseminação do estudo na forma
de estratégias de implementação prática (fase 9) a luz das evidências contidas na revisão (KHAN; POPAY; KLEIJNEN, 2001; WILSON et al., 2001).
Percebe-se ainda que com a proposição do método da revisão da literatura, segundo buscas sistemáticas, os resultados gerados além de buscar respostas aos objetivos específicos descritos nesta dissertação,
contribuem ainda na identificação dos constructos que caracterizam o empreendedorismo inovador baseado em conhecimento, criando bases
para geração de evidências aplicado no teste de falseamento da hipótese como referenciado no método hipotético-dedutivo.
3.1.5 A ferramenta
A abordagem da técnica Delphi foi realizada com o propósito
de se obter o modelo final do empreendedorismo inovador baseado em conhecimento, tomando como base o modelo inicial obtido pelas
observações dos fenômenos empreendedorismo inovador, gestão do conhecimento e organizações intensivas em conhecimento como discutido nos capítulos introdutório e de fundamentação.
84
A escolha desta técnica como ferramenta metodológica, deve-se
as características apontadas por Linstone e Turoff (2002) ao descrever que o processo Delphi busca um consenso entre um grupo de
especialistas, através de um questionário desenhado para se acordar sobre questões de natureza complexa, como percebido neste estudo.
O exercício Delphi pode ser realizado segundo duas formas: a
primeira denominada Conventional Delphi, utilizando um monitor que aplica um questionário ao grupo e com base nas respostas geradas, o monitor resume e constroi um novo questionário a ser aplicado. A
segunda forma denominada Real-tune Delphi ou Delphi Conference substitui o monitor por recursos computacionais de comunicação,
eliminando o tempo de execução das rodadas (LINSTONE; TUROFF, 2002).
Os critérios de aplicação da técnica seguem as recomendações
de Linstone e Turoff (2002) e considera quatro fases citadas a seguir: A primeira fase compreendida pela exploração do
tema em discussão, em que cada indivíduo
contribui com informação adicional a questão. A segunda fase envolve o processo de buscar um
entendimento de como o grupo observa a questão
[...], e se há um significante desacordo, que é explorado na terceira fase para trazer as razões
subjacentes para evoluí-las. A última fase, uma evolução final ocorre quando toda a informação
previamente obtida é inicialmente analisada e
aprimorada com o retorno das considerações (LINSTONE; TUROFF, 2002, p. 05).
O questionário de apoio na aplicação da técnica Delphi, segue a
observação de Gil (2010) ao descrever que o instrumento traduz os objetivos da pesquisa em questões específicas, cujos resultados testam a hipótese elaborada no planejamento da pesquisa.
Sua construção considera aspectos como a ―constatação de sua eficácia para verificação dos objetivos, determinação da forma e do conteúdo das questões, quantidade e ordenação das questões, construção
das alternativas, apresentação do questionário e pré-teste do questionário‖. (GIL, 2010, p. 121).
A referência utilizada na construção deste que questionário toma como base a metodologia de avaliação do conhecimento organizacional (OKA), desenvolvida e aplicada pelo Banco mundial
85
para introduzir a gestão do conhecimento nos países (FONSECA;
FRESNEDA, 2010). O método OKA utiliza três elementos: Pessoas, Processos e
Sistemas que organizam entre si 14 dimensões do conhecimento, que ao serem avaliados, traduzem a maturidade da organização para a gestão do conhecimento (FONSECA; FRESNEDA, 2010), representado no
quadro 7.
Quadro 7: OKA - Elementos e dimensões do conhecimento.
Pessoa
Cultura e incentivos
as atitudes culturais implícitas e explícitas, as
crenças e incentivos que existem dentro da
organização para formar, criar e apoiar o uso dos
ativos intelectuais (incluindo conhecimento) para
alcançar as suas metas
Identificação e criação do
conhecimento
a capacidade da organização e seus stakeholders
para identificar e criar conhecimento (e outros
ativos intelectuais), especialmente, aqueles que
contribuem para a organização atingir suas metas
Compartilhamento do
conhecimento
a capacidade da organização e seus stakeholders
para compartilhar ativos intelectuais que permitam
à organização alcançar suas metas
Comunidades de prática e times do conhecimento
identificar a existência, a natureza e o envolvimento de pessoas na empresa que possam,
efetivamente influenciar na solução de problemas
e permitir que a organização alcance suas metas
Conhecimento e aprendizado a existência e capacidade da organização para
construir capital humano por meio de treinamento
ou outras atividades dirigidas para o
aprimoramento do conhecimento;
Processo
Liderança e Estratégia
a adoção e execução da gestão do conhecimento
como um princípio gerencial pelos líderes da
organização;
Fluxo do conhecimento
como o conhecimento e outros ativos intelectuais fluem na organização. Inclui a captura, o
armazenamento e a disseminação.
Operacionalização do
conhecimento
a capacidade da organização para integrar e aplicar
o conhecimento nos seus negócios e processos
operacionais (incluindo o desenvolvimento de
novos produtos, marketing, e outros). Esse é,
essencialmente, o feedback da aplicação do
conhecimento nos negócios, e consequentemente, os resultados para a organização
86
Alinhamento
o grau em que os objetivos do Programa de Gestão
do Conhecimento e seus resultados satisfazem ou
realizam objetivos e metas da organização.
Métricas e monitoração a capacidade da organização em medir a si mesma
levando em consideração o gerenciamento dos
ativos intelectuais, bem como monitorar e
identificar melhores práticas, informações
externas, e aprendizado que possam melhorar e gerar valor para a organização.
Sistemas
Infraestrutura de tecnologia de GC
a existência e capacidade da infra-estrutura tecnológica que permitam a gestão do
conhecimento e o compartilhamento de melhores
práticas.
Infraestrutura de acesso ao
conhecimento
a capacidade e infra-estrutura existente que
permitam que os stakeholders acessem e
compartilhem os ativos intelectuais da organização
nos seus sistemas, ou com outras pessoas
Gestão de conteúdo tipos de ferramentas a organização produz ou executa para gerenciar o conteúdo e a informação
Infraestrutura do ambiental
de GC
A natureza, desenho, e capacidade do programa de
GC estar dentro da empresa envolvendo pessoas,
unidades, grupos etc.
Fonte: Traduzido e adaptado por Fonseca e Fresneda (2010).
O questionário elaborado com base nesta referência envolve ainda as considerações apresentadas nas teorias do empreendedorismo e das características das atividades intensivas em conhecimento, criando
uma versão adaptada que atende a premissa de Gil (2010). O instrumento é apresentado no Apêndice C – Questionário de Avaliação
Delphi.
3.1.6 As aplicações
A estrutura da pirâmide metodológica de Schreiber et al.
(2001), converge para esta última camada que propõe o uso através de
estudos de caso, de toda a pesquisa desenvolvida e do modelo proposto. O método do estudo de caso utilizado nesta dissertação tem
como propósito ―permitir obter um conhecimento amplo e detalhado de
um objeto‖ (GIL, 2010, p. 58), neste caso considerando o fenômeno
87
empreendedorismo inovador e o Programa Sinapse da Inovação5.
Esta visão é corroborada por Yin (2005 apud GIL, 2010) ao apontar que o estudo de caso é um estudo empírico, utilizado dentre
outros propósitos, para explorar as situações reais em que os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos.
Dada a natureza interdisciplinar do tema de pesquisa, a
realização do estudo de caso toma como premissa os resultados do estágio III da revisão de literatura – Relato e disseminação, ao enfatizar na fase 9 – Geração de evidências para a prática, que a disseminação
deve ir além da distribuição de resultados como peça de informação, mas oferecer uma estratégia de implementação prática destes resultados
como sugerido por Wilson et al. (2001). O caráter do processo de pesquisa estratégica, para Pettigrew
(1992), é organizado em pressupostos que orientam as pesquisas tanto
teóricas quanto empíricas, que simplificadamente descrevem que o processo de estudo acontece em níveis de análise, há necessidade de uma interconexão temporal, consideração do papel na explanação do
contexto e ação, criação de uma visão holística complementar a visão linear e uma conexão com o local de explicação dos resultados.
Neste contexto, a visão estratégica do estudo de caso é reforçada por Pettigrew e Whipp (1991) ao proporem uma abordagem integrada em três dimensões: o Contexto que trata dos ambientes
internos e externos em que a estratégia é desdobrada, o Processo que caracteriza a implementação e a gestão da mudança e o Conteúdo que trata dos objetivos, propósitos e metas da estratégia.
O contexto interno refere-se a fatores incorporados na organização como estrutura, cultura, poder e características políticas. No contexto externo a organização são exemplificados os setores da
indústria, economia, política e social. Os processos dão forma aos padrões observados, e são vistos como uma permanente busca dos
mecanismos mais adequados e, o conteúdo que discorre sobre o problema e os temas de pesquisa, os dados disponíveis e a natureza dos pesquisadores envolvidos (PETTIGREW, 1997).
Este modelo processual de análise é descrito por Pettigrew (1997) como um mecanismo no qual os indivíduos e as organizações desenvolvem e implementam atividades estratégicas.
Desta forma, o estudo de caso torna-se um instrumento analítico
5 Programa Sinapse da Inovação é um programa orientado para transformação
de ideias inovadoras, a partir de universidades e centros de pesquisa, em empreendimentos com alto potencial de inovação (SOUZA et al., 2009; 2010)
88
que busca padrões de processo, forma e características, comparando um
caso a outro caso. Busca outros mecanismos que formatam os processos observados e como os orientam, além de que o processo de indução e
dedução no reconhecimento de padrões é próximo (PETTIGREW, 1997).
Embora as etapas de desenvolvimento do estudo de caso ainda
não sejam consenso entre os pesquisadores, segundo Yin (2001), elas podem ser organizadas de uma forma ampla e passam a orientar o estudo de caso desta dissertação como segue:
Formulação do problema; descrita na contextualização do tema no capítulo introdutório: Como conceber um
modelo de empreendedorismo inovador para as organizações intensivas em conhecimento?
Definição da unidade-caso; Será realizado apenas no
Programa Sinapse da Inovação edição 2009 e 2010, pelas características peculiares que envolvem o mecanismo e proximidade do pesquisador.
Elaboração do protocolo; tomado como referência o próprio procedimento metodológico desta pesquisa.
Coleta de dados; Utiliza como base o relatório de apresentação dos resultados do Programa Sinapse da
Inovação, através de dados estatísticos elaborados a partir de cada representante.
Análise dos dados; Predominantemente qualitativa,
através de evidências comparativas em quadros de análise.
Elaboração do relatório; considerado no capítulo de recomendações finais desta dissertação, incorporando
as observações colhidas na análise dos dados.
Ao final, o estudo de caso permite criar ainda um conjunto adicional de informações empíricas que reforçam a verificação do modelo proposto pelo teste complementar da hipótese, e os resultados
são apresentados.
3.2 A ESTRUTURA METODOLÓGICA
O estudo de caso aplicado na verificação do modelo, por meio
do Programa Sinapse da Inovação (SOUZA et al., 2009) e a ferramenta
89
Delphi (LINSTONE; TUROFF, 2002), apoiada no questionário baseado
no método OKA do Banco mundial (FONSECA; FRESNEDA, 2010), permite propor através dos métodos hipotético-dedutivo (MARCONI;
LAKATOS, 2010) e da busca sistemática de literatura (CLARKE, 2001; HIGGINS, 2008; KHAN et al., 2001), um modelo de empreendedorismo inovador baseado em conhecimento.
Este modelo é suportado por um conjunto de teorias sobre o empreendedorismo inovador (ROCHA, BIRKINSHAW, 2007; ECKHARDT; SHANE (2003); SARASON; DEAN; DILLARD, 2006),
a gestão de conhecimento (NONAKA, 1991; 1994; BASKERVILLE; DULIPOVICI, 2006; LANDSTRÖM, 2008; NISSEN; LEVITT, 2002;
NONAKA, TOYAMA, HIRATA, 2008) e as organizações intensivas em conhecimento (ZACK, 2003; NELSON; WINTER, 1982; STARBUCK, 1992; CHOO, 2006; SPENDER, 1996; ALVESSON,
2004; SVEIBY, 2001, 2003; CURADO, 2006; NICKERSON; ZENGER, 2004) que corroboram com o paradigma atual do tema de pesquisa.
O reflexo para a pirâmide metodológica de Schreiber et al (2000) é a estruturação das principais referências utilizadas nesta
dissertação, segundo uma organização pragmática de abordagem da pesquisa.
A estrutura metodológica pode então ser observada segundo as
referências destes autores, ilustrada na figura 9.
90
Figura 9: Estrutura metodológica.
Fonte: Adaptado de Schreiber (2002).
A estrutura metodológica utilizada na condução desta
dissertação, é complementada pelo feedback que resume as
considerações finais em cada camada da pirâmide metodológica, e recomendações futuras para evolução desta pesquisa.
91
4 CONCEPÇÃO DO MODELO
O capítulo apresenta os resultados obtidos com a aplicação dos
métodos e ferramentas, que se apoiam na visão de mundo e nos princípios teóricos segundo a pirâmide metodológica de Schreiber et al (2000).
São apresentados, na discussão, os resultados das avaliações quantitativas obtidos na revisão de literatura, bem como uma interpretação destes resultados numa abordagem qualitativa.
Os resultados são avaliados segundo os princípios teóricos observados na fundamentação, para então serem verificados pelos
especialistas envolvidos diretamente no Programa Sinapse da Inovação, buscando um consenso nestes pressupostos.
Ao final, é proposto o modelo de empreendedorismo inovador
baseado em conhecimento, respondendo o objetivo C da proposta.
4.1 RESULTADOS DA REVISÃO DE LITERATURA
A aplicação da revisão de literatura nesta dissertação, segue as
nove fases propostas pela NHS Centre for Reviews and Dissemination (2001), segundo a adaptação realizada para esta pesquisa e a seguir apresentada.
4.1.1 Fase 0 – Identificação da necessidade de revisão
A busca pela necessidade de revisão é apontada por Brown (2007), como uma etapa prévia a revisão de literatura para se determinar
o que exatamente foi feito ou os estudos que mais se aproximam do tema de pesquisa.
Glanville e Sowden (2001) complementam esta descrição,
enfatizando a necessidade para se otimizar a pesquisa e evitar esforços duplicados.
Desta forma, utiliza-se a base de periódico Capes como fonte de pesquisa inicial, por reunir bases multidisciplinares características do objeto de estudo e da área de pesquisa.
Realizou-se inicialmente a busca sistemática da literatura na identificação de outras revisões sistemáticas exatas ou similares, através dos termos e operadores que compõe o caminho: ―innovative
entrepreneurship‖ E "knowledge management" E "knowledge intensive organization" E "systematic review" OU "systematic analysis". Todos
os termos utilizam aspas para corresponder ao termo exato de busca.
92
Utilizou-se como procedimento operacional, a ―Metabusca‖ do
periódico Capes, associado a ―Busca avançada‖, ―Bases indicadas‖ e a área de conhecimento ―Multidisciplinar‖, gerando um conjunto de
periódicos que foram avaliados segundo o seu título e abstract, resultando na tabela 2:
Tabela 2: Busca por revisões sistemáticas.
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Estudos
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Cambridge Journals
Online 28 0 Textos completos
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Nature (NPG) 12 0 Textos completos
Oxford Journals (Oxford
University Press) 30 0 Textos completos
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Science (AAAS) 0 0 Textos completos
ScienceDirect (Elsevier) 30 0 Textos completos
SpringerLink
(MetaPress) 30 0 Textos completos
Wiley Online Library 30 0 Textos completos
Fonte: Elaborado pelo autor em 18/11/2010 e atualizado em 09/05/2011 a partir de Metabusca do Periódico Capes.
Observa-se na tabela 2 que, a análise da literatura disponível apresenta ausência de estudos no tema de pesquisa, justificando-se a necessidade de uma revisão da literatura (GLANVILLE; SOWDEN,
2001).
4.1.2 Fase 1 – Mapeamento e escopo da literatura
A pesquisa exploratória conduzida na fundamentação teórica desta dissertação identificou um conjunto de 291 estudos que foram analisados e agrupados em 31 temas nas abordagens do
empreendedorismo inovador, da gestão do conhecimento e das
93
organizações intensivas em conhecimento.
Pode-se observar que os grupos apresentados nos quadros 1,2 e 3, do capítulo 2, apresentam estudos cujos temas podem ser encontrados
em uma ou mais áreas de pesquisa, porém não se identificam estudos convergentes as três áreas simultaneamente como observado no mapa apresentado na figura 10: Figura 10: Mapa e escopo da literatura.
Fonte: Elaborado pelo autor, com base nos quadros 1, 2 e 3.
Esta abordagem aponta que o mapeamento da literatura identifica os temas dominantes numa área de pesquisa e sua
sobreposição, gerenciando a heterogeneidade do conhecimento nessas áreas de estudo (BROWN, 2007).
Na primeira sobreposição das áreas do Empreendedorismo inovador e da Gestão do conhecimento, identificam-se três temas em
94
comum que reúnem estudos sobre os modelos de empreendedorismo, os
processos e sistemas e as políticas públicas. O tema modelos de empreendedorismo busca fortalecer a
relação das organizações entre seus elementos internos e externos. Pode-se observar neste enfoque, estudos sobre o empreendedorismo transcultural (ENGELEN; HEINEMANN; BRETTEL, 2008;
DIMITRATOS et al., 2010; OPORA RUSSIA, 2006) , atividades como inovação em produto, processo, desenvolvimento de empreendimentos, dinâmicas organizacionais e modelos de negócio (HAYTON; KELLEY,
2006; BRIZEK, 2003; KURATKO; HORNSBY, 2006; FURST, 2005), modelos híbridos de métricas em GC (TSENG, 2010), a utilização de
teorias na condução dos estudos empíricos (POZZEBON; PINSONNEAULT, 2003), o comportamento das organizações inovadoras e o crescimento das pequena e médias empresas
(WOLCOTT; LIPPITZ, 2007; DREISLER, 2007; MILIUS; SARKIENE, 2008).
Em termos de processos e sistemas, predominam os estudos
sobre os processos de criação e compartilhamento do conhecimento e suas teorias (CONTANDRIOPOULOS et al., 2010; CHRISTENSEN,;
BUKH, 2009; ACCORSI; COSTA, 2008; NISSEN,2006; VOLMINK et al., 2004; KAZI, 2007; HATALA; LUTTA, 2009; THORPE et al., 2005; MENGIS; EPPLER, 2008; NONAKA, 1994), sistemas de
configuração de produto (HAUG, 2010), aprendizagem organizacional (RASHMAN; WITHERS; HARTLEY, 2009) e sistemas intranet (STENMARK, 2002).
O tema políticas públicas é visto sob a ótica da criação de políticas públicas a partir de mecanismos como o empreendedorismo e a gestão do conhecimento, apresentando-se estudos sobre seu papel no
desenvolvimento da democracia e novas políticas de apoio (PFIRRMANN, 2007; BUCK; MIDDLETON; WALKER, 2004), novos
ambientes urbanos de inovação (NIJKAMP, 2003) e a criação de novos negócios em economias emergentes (MCMILLAN; WOODRUFF, 2002).
Na segunda sobreposição das áreas de pesquisa da Gestão do conhecimento e das Organizações intensivas em conhecimento, identificam-se temas relacionados a mudanças organizacionais, contexto
e relevância para as organizações, modelos aplicados, ambientes de agregação de valor, inovação e competitividade, e trabalhadores do
conhecimento. No tema mudanças organizacionais encontrou-se estudos que
apoiam a estratégia de Gestão do Conhecimento como principal fator de
95
mudança nas organizações (GRAEBE, 2005; EKIONEA, 2008; SAITO;
UMEMOTO; IKEDA, 2007; HAGGIE; KINGSTON, 1999; PESZYNSKI; COOPER; MOLLA, 2009; GOTTSCHALK, 2005;
DUBOIS; WILKERSON, 2008), outros estudos apontam a relação entre a GC e a gestão organizacional (SHOHAM; PERRY, 2008; AKHTER, 2003) e identificou-se um estudo associando a Gestão do Conhecimento
com tendências de negócios (KEELAN, 2003). Na literatura sobre o contexto e relevância para as organizações,
identificou-se estudos sobre os processos de Gestão do Conhecimento
nas organizações e sua efetividade (MÄKI, 2008; SMITS; MOOR, 2004; CARLUCCI; SCHIUMA, 2004; WILDRIDGE et al., 2004;
DOBRAI; FARKAS, 2009;), redes de conhecimento (SUDOH, 2006, GONZALEZ; MARTINS; TOLEDO, 2009) e discussões sobre o valor do empreendedorismo (PRAAG; VERSLOOT, 2007) e a teoria da
firma (SILVA; FERREIRA, 2009). No tema modelos aplicados, os estudos abordam a preocupação
dos autores na aplicação dos modelos de Gestão do Conhecimento em
áreas cognitivas focando o ser humano (GUIZZARDI, 2006) e sua capacidade de ação e aprendizado (CHO; EGAN, 2009). Identificou-se
ainda, estudos que tratam dos processos e métodos de gestão do conhecimento organizacional (ORZANO et al, 2008; SANTOS,2005; HASHMI; ZRIMEC; LAJOVIC, 2009; ORTIZ-LAVERDE;
BARAGANO; DOMÍNGUEZ, 2003), a modelagem do conhecimento como ativo (MAHESHWARI, 2006; MEYER; SUGIYAMA, 2007), modelos para parcerias (MEIER, 2010) e modelos de maturidade da
Gestão do Conhecimento focando processos, pessoas e tecnologias (PEE; KANKANHALLI, 2009).
No tema ambientes de agregação de valor, identificou-se uma
diversidade de estudos que enfatizam o ambiente de conhecimento focado a prática e sua dinâmica (OLIVEIRA; FORTUNATO, 2008;
COHEN, 2008; MOJE, 2008; MOOS; AZEVEDO, 2009;), os fatores de sucesso nesses ambientes, incluindo recursos (HEMERT; NIJKAMP, 2008; AGAPOVA, 2010; DOBRINSKY, 2009; GOLD; SEURING;
BESKE, 2009;), a visão da organização baseada em conhecimento (ROSSETTI et al., 2008; ASIAN DEVELOPMENT BANK, 2008;), redes e tipologias de organizações (ŠKERLAVAJ; DIMOVSKI;
DESOUZA, 2010; MAKANI; MARCHE, 2010;) e estudos que são guias práticos de GC (Federação dos Municípios Canadianos, 2006;
OECD, 2003; JETTER et al., 2006; OGIWARA et al., 2010; EASTERBAY-SMITH; LYLES, 2006).
96
No tema inovação e competitividade, identificou-se
basicamente dois conjuntos de estudos, o primeiro tratando dos tipos de inovações relacionadas a atividades intensivas em conhecimento (SHIN;
LEE, 2010; OECD, 2006) e o segundo apontando o conhecimento como base para inovação (FLEUREN; WIEFFERINK; PAULUSSEN, 2004; GURTEEN, 1998; KOZMINSKI; KOCIATKIEWICZ, 2009;
RODRIGUEZ; DAHLMAN; SALMI, 2008; HARORIMANA, 2010; CHOO, 1996;).
Por fim, o tema trabalhadores do conhecimento, enfatiza o
papel desempenhado por esse perfil nas organizações intensivas em conhecimento, abordando-se a formação desses profissionais (FULLER;
UNWIN, 2010; BOLAND; TENKASI; MAHESHWARI, 1994) e sua importância no contexto organizacional (TOVSTIGA, 1999; ALVESSON, 1999; JORGENSEN; BECKER; MATHEWS, 2009;).
Na terceira sobreposição das áreas Organizações intensivas em conhecimento e do Empreendedorismo inovador, identificam-se temas associados ao crescimento econômico, processos de conhecimento e
estrutura de pesquisa nas organizações, processos e técnicas de GC e os estudos de caso.
O crescimento econômico apresenta uma visão do empreendedorismo através da criação do conhecimento (HAGEDOORN, 1996), da geração e desenvolvimento de ideias
(CARLSSON et al., 2009;FALTIN, 2001) e do seu papel nas organizações globais (TERJESEN; ACS; AUDRETSCH, 2010; BAEZ; ABOLAFIA, 2002; CAREY, 2006; BOSMA; LEVIE, 2009).
No tema processos de conhecimento, os estudos apresentam discussões sobre processos colaborativos (ZHANG; XIE, 2006;), pesquisa e planejamento para uso do conhecimento (COSTANZO et al.,
2009; KOONG, 2010; MÄKI, 2008;) e gestão do fluxo de conhecimento (NONAKA; TOYAMA; HIRATA, 2008).
A estrutura de pesquisa nas organizações é também tratada nos estudos, apontando o empreendedorismo como um novo campo acadêmico que cria bases para inovação fora dos centros acadêmicos
(COOPER, 2003; LANDSTROM, 2008; Gazeta Mercantil, 2009), a busca por uma terminologia e identidade do empreendedorismo inovador (SHARMA; CHRISMAN, 1999; PAROLIN; VOLPATO,
2008), o aumento das atividades empreendedoras do conhecimento (ALDRICH; MARTINEZ, 2001) e a pesquisa do fenômeno de criação
de empresas (VECIANA, 1999;). Nos processos e técnicas de Gestão do Conhecimento
identificou-se estudos sobre as etapas da gestão do conhecimento,
97
enfatizando a criação do conhecimento por combinação (MENKHOFF
et al., 2006;) e as formas de compartilhamento do conhecimento (LAI; LIU, 2007; KIRCHNER; RAZMERITA; SUDZINA, 2009; ZHANG;
LI; SHI, 2005; DENG, 2007; SOINI, 2008). Outras abordagens sobre as técnicas aplicadas aos processos de Gestão do Conhecimento também foram identificadas (LIN, 2005; VORAKULPIPAT; REZGUI, 2009;).
Finalmente no tema estudo de caso, obteve-se um conjunto de obras que tratam da aplicação do estudo de caso em organizações (OGIWARA, 2009; TALISAYON, 2008; GREY; STURDY, 2006,
2009) e aplicações específicas no estudo do processo de transferência de tecnologia (FRANZONI, 2006).
Percebe-se que as três sobreposições apresentam temas e estudos que para o propósito desta dissertação, entende-se como ainda fragmentados e carentes de uma abordagem sistêmica no tema
investigado.
4.1.3 Fase 2 – Questões da revisão
A visão do mapeamento e escopo de literatura complementa a
contextualização do tema, reforçando e justificando a questão anteriormente proposta, e que serve como referência para a revisão da
literatura. Este processo é essencial segundo o NHS CRD Report N
o4, 2
th
Edition (2001), pois especifica e explicita a natureza do problema,
descritos claramente através da formulação da pergunta. Apresenta-se a necessidade da pesquisa detalhada, para
corroborar com a precisão da questão proposta que conduzirá a pesquisa
(KHAN; POPAY; KLEIJNEN, 2001). Desta forma, a questão da revisão enunciada no capítulo
introdutório, é corroborada neste protocolo que orienta a revisão da
literautra como segue:
Como conceber um modelo de empreendedorismo inovador em organizações intensivas em conhecimento?
Esta questão pode ainda ser entendida através de sub-questões mais específicas provendo significado para informação segundo o CDR´s guidance for undertaking reviews in health care (2009) e que
representam os propósitos específicos que orientam a investigação, assim enunciadas:
98
Objetivo a: Quais os fenômenos que governam o
fenômeno empreendedorismo inovador? (Capítulo 2)
Objetivo b: Como é a realidade das empresas em que o modelo será verificado? (Capítulo 5)
Objetivo c: Como conceber o modelo de empreendedorismo inovador com base em conhecimento? (Capítulo 4)
Objetivo d: Como verificar o modelo proposto utilizando
o estudo de caso do Programa Sinapse da Inovação? (Capítulo 5)
4.1.4 Fase 3 – Identificação da Pesquisa
A identificação da literatura, busca formar uma lista de estudos relevantes para responder a questão de pesquisa (BROWN, 2007), utilizando-se uma estratégia de busca que é essencial para a revisão, e
que permite relacionar a validade dos estudos a esta forma de busca. (NHS CRD Report N
o4, 2
th Edition, 2001).
A estratégia de busca é definida segundo a questão de pesquisa,
identificando-se como unidade de análise, as organizações intensivas em conhecimento e como variável da pesquisa, a concepção do modelo de
empreendedorismo inovador. Tanto o empreendedorismo inovador quanto as organizações
intensivas em conhecimento são estudados à luz da gestão do
conhecimento, pois se considera que a concepção do modelo toma o conhecimento como premissa de pesquisa nesta abordagem interdisciplinar.
O processo de construção desta estratégia deve-se às orientações de Glanville (2001, p. 04) ao apontar que esta etapa é ―[...]
interativa, realizada através de uma série de avaliações de buscas, discussões dos resultados de busca com o time de revisão, e a consulta de especialistas da área [...]‖.
Como resultado deste processo, identificou-se a ordem dos termos de busca que apresentam ser o mais sensitivo
6 para a
identificação dos estudos relevantes (GLANVILLE, 2001). Neste caso,
o termo Empreendedorismo inovador adquire um caráter mais amplo, e que representa o tema em que será proposto o modelo. O termo Gestão
6 Sensibilidade é a porção de artigos relevantes identificados por uma estratégia
expressa como percentual de todos os artigos relevantes sobre um tópico (GLANVILLE, 2001).
99
do conhecimento pelo qual o método será baseado representa a essência
para a aplicação nas Organizações intensivas em conhecimento. A estratégia de busca elaborada para condução desta busca
sistemática é representada conforme a figura 11.
Figura 11: Estratégia de busca.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2011.
Baseado nesta estratégia realizou-se a busca da literatura no portal de periódico da CAPES, com o propósito de selecionar as principais fontes de pesquisa a serem utilizadas nesta revisão.
As palavras chaves utilizadas foram definidas e os operadores de busca foram incluídos, estruturando o caminho: ―innovative entrepreneurship‖ E "knowledge management" E "knowledge intensive
organization", resultando na tabela 3.
Tabela 3: Seleção das bases de dados.
Base de Dados Busca por Estudos Recuperados
Wiley Online Library
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30
ScienceDirect 30
Highwire Press 30
SpringerLink 30
Cambridge Journals 30
Oxford Journals 25
Nature (NPG) 12
Fonte: Base de Periódico Capes, busca realizada em 18/11/2010 e atualizada em 13/05/2011.
A prática da revisão de literatura aponta que ―o ideal para a
maioria das revisões sistemáticas é incluir todas as evidências relevantes
100
disponíveis‖ (CDR´s guidance for undertaking reviews in health care,
2009, p. 12). Desta forma, procedeu-se a busca dos estudos relevantes nas
sete bases apontadas pelo periódico Capes, devido as suas particularidades operacionais, utilizando a mesma estratégia de busca e palavras chave.
Os resultados podem ser observados na tabela 4:
Tabela 4: Levantamento da literatura.
Base de Dados Busca por Estudos
Recuperados
Wiley Online
Library
innovative entrepreneurship in All Fields AND
knowledge management in All Fields AND
knowledge intensive organizations in All Fields 1378
ScienceDirect ALL(innovative entrepreneurship) and knowledge
management and knowledge intensive organizations 1588
Highwire Press (innovative entrepreneurship) (knowledge
management) (knowledge intensive organizations ) 844
SpringerLink innovative entrepreneurship AND knowledge
management AND knowledge intensive
organizations' with no filters 1189
Cambridge
Journals
innovative entrepreneurship AND knowledge
management AND knowledge intensive
organizations ) 1273
Oxford
Journals
My search criteria: innovative entrepreneurship (any
words in title) knowledge management (any words
in title or abstract) knowledge intensive (any words
anywhere in article)
24
Nature (NPG) innovative entrepreneurship AND knowledge
management AND knowledge intensive
organizations 12
FONTE: Elaborado pelo autor a partir de Wiley Online Library (http://onlinelibrary.wiley.com), Science Direct (http://www.sciencedirect.com),
Highwire Press (http://highwire.stanford.edu), SpringerLink (http://www.springerlink.com), Cambridge Journals
(http://journals.cambridge.org); Oxford Journals
(http://services.oxfordjournals.org), Nature (NPG) (http://www.nature.com).
Identificou-se um total de 6.308 estudos nas sete bases investigadas, e corroborando Glanville (2001) ao apontar que as bases eletrônicas não devem ser a única fonte de pesquisa, considerou-se nesse
processo, a pesquisa exploratória realizada nos capítulos 1 e 2, resultando um total de 6.599 ―estudos potencialmente relevantes‖ (NHS CRD Report N
o4, 2
th Edition, 2001).
101
4.1.5 Fase 4 – Seleção de estudos
A seleção dos estudos potenciais que respondem as questões da
revisão pode ser vista como um processo que utiliza critérios pré-determinados com o propósito de reduzir os vieses ou opiniões do
pesquisador, ao incluir ou excluir os estudos na revisão (NHS CRD Report N
o4, 2
th Edition, 2001).
Para a seleção dos estudos nas bases de dados, é recomendado
que a decisão seja inicialmente baseada no título e nos abstracts, para que se evite o excesso de inclusão neste momento. Neste sentido, considera-se ainda a inclusão de estudos que aparentam satisfazer os
critérios, ou cuja avaliação do título e abstract não seja conclusiva, e requeiram uma avaliação detalhada para a decisão (CDR´s guidance for
undertaking reviews in health care, 2009). Desta forma, utilizou-se os seguintes critérios de inclusão:
Critério 1 - Palavras chaves no título ou no abstract: considera-se todos os estudos com pelo menos 1 das
palavras chaves no título e/ou nos abstracts.
Critério 2 - Publicações tipo artigo: considera-se todos os estudos classificados como artigo, publicados em
journals e magazines.
Critério 3 - Pesquisa do tipo qualitativa, quantitativa ou empírica: considera-se todos os artigos de natureza quali
e/ou quantitativa e para o estudo empírico, verifica-se os resultados comparativos apresentados.
Critério 4 - Artigos relacionando o empreendedorismo inovador nas organizações intensivas em conhecimento:
considera-se todos os artigos com as palavras chave ―innovative entrepreneurship E Knowledge
management‖ ou ―innovative entrepreneurship E ―knowledge intensive organization‖ identificados no corpo de texto do artigo.
Critério 5 - Artigos na Língua Inglesa: considera-se todos os artigos com corpo de texto em inglês.
Critério 6 - Exclusão de artigos duplicados: considera-se todos os artigos com o mesmo corpo de texto.
O início do processo organiza os potenciais estudos em quadros de análise, contendo o título e o abstract (quando disponível), a partir dos estudos potencialmente relevantes identificados nas bases de dados
eletrônicas.
102
Tais estudos são verificados com base no critério 1 – palavras
chaves no título ou abstract, utilizando-se do procedimento de busca: search: ―innovative entrepreneurship OU ―Knowledge management‖
OU ―knowledge intensive organization‖ entre aspas para identificação exata do termo.
Neste grupo, separou-se aqueles estudos sem maiores
informações relevantes para posterior verificação, resultando no conjunto de estudos com texto completo recuperados e acessados para elegibilidade.
A este conjunto foram acrescentados estudos apontados pelos especialistas do Programa Sinapse da Inovação, que será alvo do estudo
de caso no próximo capítulo, bem como os estudos identificados na pesquisa exploratória dos capítulos 1 e 2 desta dissertação.
Aplicou-se a avaliação do critério 2 - Publicações tipo artigo,
excluindo-se todos os estudos tipo ―não artigos‖ e aqueles artigos sem o texto completo para verificação. A aplicação do critério 3 - Pesquisa do tipo qualitativa, quantitativa ou empírica, excluiu todos os estudos
unicamente conceituais, bem como todos aqueles de discussão secundária. Deste grupo resultante, aplicou-se o critério 4 - Artigos
relacionando o empreendedorismo inovador nas organizações intensivas em conhecimento, excluindo-se todos os artigos em que os temas são tratados de forma isolada.
A avaliação dos estudos resultantes segundo o critério 5 - Artigos na Língua Inglesa identificou os artigos com título e/ou abstracts na língua inglesa, porém com texto em língua de origem
finlandesa, suéca e árabe, russa e chinesa e desta forma foram excluídas da análise não se considerando os seus resumos na verificação. Isto se deve a ―dificuldade de tradução ou interpretação‖ e embora possa inferir
viés na seleção, a maioria dos estudos estrangeiros incluídos na verificação, contribui somente na precisão de estatísticas tornando a
exclusão com pouco efeito para esta pesquisa (NHS CRD Report No4, 2
th
Edition, 2001, p. 03). O processo finaliza com a verificação pelo critério 6 - Exclusão
de artigos duplicados, para identificação dos artigos únicos no conjunto de todas as publicações, desconsiderando-se as reedições dos mesmos artigos. Segundo o CDR´s guidance for undertaking reviews in health
care (2009, p. 25) as revisões apontam uma taxa de publicações duplicadas entre 1,4% a 28% e nesta pesquisa, considera-se dentro desta
faixa. Os resultados são estruturados conforme o fluxo de seleção ilustrado na figura 12:
103
Figura 12: Fluxo do processo de seleção de estudos.
Fonte: Adaptado pelo autor de CDR´s guidance for undertaking reviews in health care (2009, p. 26).
Estudos potencialmente
relevantes identificados e
rastreados nas bases
eletrônicas
(n = 6.308)
Excluídos com base nos títulos
e abstracts(n= 4.973)
Inviável obtenção de
informações para avaliação
detalhada
(n= 432)
Textos completos
recuperados e acessados
para elegibilidade
(n = 903)
Excluídos
Estudos identificados
com especialistas(n=863)
(n=5) Não artigos
Estudos identificados
na pesquisa
exploratória
(n= 87)
(n=291) Sem relação entre os temas
(n=527)
Discussão secundária
(n=249)
Língua não inglesa
(n= 74)
Duplicados
(n=08)
Publicações que atendem
os critérios de inclusão
(n=254)
Bases de dados
(n=161)
Exploratória
(n=93)
104
4.1.6 Fase 5 – Avaliação da qualidade dos estudos
A avaliação da qualidade dos estudos é utilizada para ―limitar o
viés na condução da revisão de literatura, obter insight das comparações potenciais, e orientar a interpretação dos achados‖ (COCHRANE
HANDBOOK FOR SYSTEMATIC REVIEWS OF INTERVENTIONS 4.2.6, 2006, p. 79).
Sua utilização nos estágios da revisão cria uma base de
informações e recomendações práticas que definem o grau de inferência nas avaliações conforme o NHS CRD Report N
o4, 2
th Edition (2001).
A condução da avaliação acontece de duas formas; a primeira
utilizando um checklist e a segunda por meio de uma escala numérica que estabelece um ranking para cada estudo conforme orientado pelo
CDR´s guidance for undertaking reviews in health care (2009). O checklist é considerado um meio confiável de avaliar os
estudos, segundo uma estrutura padronizada existente ou a ser criada. Já
o uso das escalas numéricas é criticado na literatura e não recomendadas, segundo o CDR´s guidance for undertaking reviews in health care (2009).
Desta forma, a avaliação da qualidade dos estudos utilizados nesta dissertação, toma como base a construção de um checklist que não
é numericamente pontuado como nas escalas numéricas, ao envolver avaliações com base em ferramentas estatísticas de análise.
A elaboração do instrumento de avaliação da qualidade toma
como base o Critical Reading Checklist adaptado de Kirszner e Mandell (1992) e do Journal of construction Enginnering and Management (1992), Vol 18, p.1-2, extraído da
http://unilearning.uow.edu.au/reading/2b.html, que recomenda este conjunto de questões para qualquer tipo de pesquisa com revisão crítica.
Observa-se que a utilização deste checklist é evidenciada pelo
Critical Reading Initiative da St. Catherine University (http://minerva.stkate.edu/Academic/cri.nsf/pages/tipstools), pela
Liverpool Hope University (http://www.hope.ac.uk/docman/reading/critical-reading-checklist/details-2.html) e pela The Chicago Schoool
(http://ego.thechicagoschool.edu/s/843/index.aspx?sid=843&gid=14&pgid=927), como guia de orientação nas suas atividades de pesquisa.
Este instrumento é utilizado na avaliação dos estudos no critério
3 - Pesquisa do tipo qualitativa, quantitativa ou empírica, e no critério 4 - Artigos relacionando o empreendedorismo inovador nas organizações
105
intensivas em conhecimento, com o propósito de avaliar o título, o
abstract e o corpo do texto em cada artigo. O quadro 8 apresenta o instrumento de avaliação da qualidade
dos estudos aplicados nesta dissertação.
Quadro 8: Checklist de avaliação da qualidade dos estudos.
Objetivos 1. O autor explicita os objetivos no artigo?
2. O autor evidencia a abordagem de estudo?
3.
O autor considera as perspectivas internas e externas do
objeto de estudo?
Relevância da literatura 4. O autor considera outros pontos de vista no artigo?
5. O autor cita outros autores de relevância no tema?
6. O autor aponta evidências para sustentar o estudo?
7. O autor apresenta teorias que fundamentam o estudo?
8. O autor descreve os resultados obtidos no estudo?
9. O autor utiliza razões fundamentadas cientificamente?
10. O autor apresenta fatos de impacto para a sociedade atual?
Força do artigo 11. O autor simplifica ideias complexas?
12. O autor faz generalizações não fundamentadas?
13.
O autor apresenta modelos teóricos, ferramentas ou
proposições no artigo?
14. O autor apresenta limitações, restrições em sua pesquisa?
15. O autor distorce as ideias ou as apresenta fora de contexto?
16. O autor faz críticas aos estudos atuais no tema de pesquisa?
17.
O autor apresenta ilustrações que representam as propostas
do artigo?
18. O autor apresenta um equilíbrio no conteúdo do artigo?
19. O autor faz inferências razoáveis no artigo?
20. O autor apresenta resultados consistentes com os objetivos?
21. O autor apresenta resultados passíveis de verificação?
Teorias e conceitos 22. O autor discute teorias e conceitos no artigo?
23. O autor apresenta as teorias e conceitos?
24.
O autor relaciona as teorias e conceitos com evidências
práticas?
Contribuições 25.
O autor propõe novos modelos, teorias, revisões de
literatura no artigo?
26. O autor propõe novas áreas de pesquisa?
27.
O autor apresenta novos insights que alimentas novos
modos de pensar?
28.
O autor apresenta fundamentação teórica relacionada à
prática?
29.
O autor propõe novas contribuições a partir de outras
contribuições?
Fonte: Adaptado pelo autor a partir de Kirszner e Mandell (1992); Journal of
construction Enginnering and Management (1992).
106
A avaliação dos estudos acontece de forma individual em cada
grupo de análise, utilizando-se de um quadro de pontuação adaptado de Brown (2007, p. 37) que é composto pelos elementos de avaliação e os
níveis de pontuação. Os elementos de avaliação são descritos pela natureza da
literatura, Clareza da teoria, Objetividade da aplicação, contribuição
para os objetivos da pesquisa e a força do artigo. Os níveis de pontuação são organizados em quatro estágios apresentados no quadro 9.
Quadro 9: Escala de avaliação da qualidade dos estudos.
Elementos Níveis
0 -
Ausência 1 - Baixo 2 - Médio 3 - Alto
4 -Não se
aplica
Natureza da
literatura
sem
informação
para esta
avaliação
literatura é
inadequada,
autores pouco
conhecidos
entendimento
básico sobre o
tópico
discutido
apresenta obras
relevantes na
área do
conhecimento
este elemento
não se
aplica ao
artigo
Clareza da
teoria
sem
informação
para esta
avaliação
teorias
difusas, sem
conceito
claro
teorias
conceituadas e
o autor
constroi sobre
elas mas com gaps evidentes
apresenta
teorias claramente
definidas,
explicita as
lacunas entre as
teorias
este
elemento não se
aplica ao
artigo
Objetividade da
aplicação
sem
informação
para esta
avaliação
aplicação
sem
evidência objetiva,
generalizaçõe
s sem
fundamento
apresenta
conexão entre
teoria e aplicação,
porém sem
conceitos
claros
apresenta
resultados
embasados nas
teorias e
conceitos, cria
novas teorias
este
elemento
não se aplica ao
artigo
Contribuiçã
o para os objetivos
da pesquisa
sem
informação para esta
avaliação
baixa
contribuição
no tema, avanços não
reportados
claramente
utiliza ideia de
outros,
conhecimento produzido
como
resultado
apresenta novas
formas de
pensar, preenche gaps
de
conhecimento
este
elemento
não se aplica ao
artigo
Força do
artigo
sem
informação
para esta
avaliação
simplificação
demasiada de
temas
complexos,
avanços não
claros
apresenta
limitações das
teorias e de
outros autores
apresenta um
conjunto com modelos, teorias
e conceitos
relacionados
este
elemento
não se aplica ao
artigo
Fonte: Adaptado pelo autor de Brown (2007).
107
Os resultados obtidos na avaliação da qualidade dos estudos são
detalhados na fase 8 – Relato e recomendações, com base na utilização dos critérios 3 e 4.
4.1.7 Fase 6 – Extração de dados
Esta fase objetiva extrair as informações contendo características e os achados relevantes dos estudos incluídos, utilizando-
se de formulários padronizados de extração que são planejados para serem aplicados durante o processo de revisão, provendo consistência no procedimento (CDR´S GUIDANCE FOR UNDERTAKING
REVIEWS IN HEALTH CARE, 2009; NHS CRD REPORT NO4, 2TH EDITION, 2001).
A construção deste formulário segue a orientação do CDR´s guidance for undertaking reviews in health care (2009, p. 30-31), adaptado para a questão da revisão e ao tema de pesquisa desta
dissertação. O instrumento contém algumas informações gerais de
identificação do estudo em análise, como nome, referências, data,
abstracts e detalhes do artigo. As informações específicas são extraídas segundo os objetivos, população e suas características, metodologias,
teorias, modelos, resultados e pontuação na avaliação da qualidade do estudo (NHS CRD REPORT N.4, 2TH EDITION, 2001).
Ao final são apresentadas as razões pelo qual o estudo foi
incluído e as notas finais. O instrumento elaborado é apresentado a seguir, no quadro 10,
utilizando um dos 254 estudos avaliados para a formação dos
formulários de extração.
108
Quadro 10: Formulário de extração de dados.
Identificador 217
Título AModel of Organisational Knowledge Management Maturity Based on People, Process, and Technology
Autor(es) Pee, L., G.; Kankanhalli, A.
Journal publicado Journal of Information & Knowledge Management, Vol. 8, No.
2 (2009) 79–99
Tema Gestão do Conhecimento
Objetivos Propor um modelo de maturidade de gestão do conhecimento,
baseado em outros modelos.
População O artigo apresenta modelos de gestão do conhecimento, modelos
de maturidade e modelos de capacidades, avaliando a correlação
entre os modelos e os seus níveis de maturidade.
Aspectos chave
Estudo de caso é um método de verificação do modelo. Modelos
de maturidade contribuem na identificação de elementos de GC.
O modelo é uma ferramenta de diagnóstico e pode orientar
pesquisas acadêmicas e práticas em Gestão do conhecimento.
Abstract
As organizações estão investindo cada vez mais em iniciativas
de gestão do conhecimento (KM) para promover o
compartilhamento, aplicação e criação de conhecimentos para a
vantagem competitiva. Para orientar e avaliar o progresso de
iniciativas de GC nas organizações, modelos de processos foram
propostos, mas uma abordagem coerente que tenha sido testado
empiricamente está faltando. Com base na teoria do ciclo de
vida, esse artigo compara e integra os modelos existentes para propor um Modelo de Maturidade Genérico (G-KMMM). G-
KMMM abrange os estágios de definição, gerenciamento e
otimização que são diferenciados em termos de suas
características relacionadas com as pessoas, processos e aspectos
tecnológicos da Gestão do conhecimento. Para facilitar a
validação empírica e aplicação, uma ferramenta de avaliação de
acompanhamento também é desenvolvida. Como uma primeira
validação da proposta do G-KMMM, um estudo de caso de uma organização de sistema de unidade multi-informações de uma
grande universidade pública foi realizada. Os resultados indicam
que o G-KMMM pode ser uma ferramenta de diagnóstico útil
para avaliar e orientar a implementação da gestão do
conhecimento nas organizações
Palavras-Chave Gestão do Conhecimento, modelagem da maturidade, estudo de
caso
Pontuação na
avaliação do estudo
de qualidade
4
Razões da inclusão
Modelos de maturidade estão relacionados à base da pesquisa.
Há relação entre os temas gestão do conhecimento e organizações intensivas em conhecimento. O estudo de caso
relaciona as áreas criando uma aplicação prática.
Fonte: Adaptado pelo autor de CDR´s guidance for undertaking reviews in health care, 2009; NHS CRD Report no4, 2th edition, 2001; Brown (2007).
109
4.1.8 Fase 7 – Síntese dos dados
A fase da síntese é descrita pelo NHS CRD Report No4, 2
th
Edition (2001) como a descrição resumida dos dados extraídos dos estudos, utilizando-se de abordagens não quantitativa seguida da
qualitativa que pode ser complementado de forma quantitativa se apropriado. A abordagem não quantitativa tabula as características de todos os estudos, resumindo os achados que são descritos
qualitativamente. A análise quantitativa é utilizada formalmente com o emprego
de técnicas estatísticas com o propósito de avaliar a distribuição dos
resultados e a combinação dos estudos, criando consistência no significado das conclusões (CDR´S GUIDANCE FOR
UNDERTAKING REVIEWS IN HEALTH CARE, 2009). A abordagem utilizada nesta dissertação avalia os resultados de
forma não quantitativa ao tabular os dados obtidos. Os resultados são
reportados na próxima fase.
4.1.9 Fase 8 – Relato e recomendações
A descrição dos resultados é apresentada nesta fase, adaptando-se as recomendações do NHS CRD Report N
o4, 2
th Edition (2001) com
o propósito de apresentar os resultados parciais da revisão.
4.1.9.1 Contexto e objetivos
O objetivo da revisão conduzida nesta pesquisa procurou
identificar os constructos que orientam a concepção de um modelo de empreendedorismo inovador baseado em conhecimento a ser aplicado nas organizações intensivas em conhecimento.
Inicialmente apresenta-se os resultados da avaliação de qualidade dos artigos demonstrados na tabela 5.
110
Tabela 5: Estudo da qualidade dos artigos
Estudo da qualidade dos artigos
Elementos Média Final
Natureza da literatura 2,0
Clareza da teoria 2,5
Objetividade da aplicação 1,5
Contribuição para os objetivos da pesquisa 2,0
Força do artigo 1,5
Média Geral 1,9
Fonte: Elaborado pelo autor, 2011.
A tabulação dos dados segundo o formulário de extração de dados, avaliando o grau de qualidade do estudo segundo as atribuições de valores; 0-Ausência, 1 - Baixo, 2 – Médio 3 - Alto, 4 - Não se aplica,
em todos os 254 artigos incluídos na revisão. Observa-se que no quadro, que a Clareza das teorias nos artigos
adquiriu maior pontuação (2,5) considerado um nível intermediário entre médio e alto. A Natureza da literatura e a Contribuição para os objetivos da pesquisa (2,0) representam valores considerados médio na
escala de avaliação e a Objetividade de aplicação e a Força do artigo ficam com a pontuação média entre baixo e médio na avaliação.
Desta forma, a aplicação dos critérios de avaliação nos 254
artigos, resulta em uma média (1,9) que se aproxima do grau médio de qualidade dos artigos.
4.1.9.2 Composição das obras
As obras selecionadas para a revisão de litaratura apresentam
uma distribuição compreendida entre os resultados originados na pesquisa exploratória e aqueles originados nas bases de dados como ilustrado no fluxo de seleção dos estudos, conforme demonstra a figura
13.
111
Figura 13: Volume dos artigos selecionados.
Fonte: (http://journals.cambridge.org; http://highwire.stanford.edu;
http://www.oxfordjournals.org/; http://www.sciencedirect.com/;
http://www.springerlink.com/; http://onlinelibrary.wiley.com; http://scholar.google.com.br).
Deste conjunto, identificou-se 93 artigos provenientes da
primeira fonte, seguido pela base Cambridge journals com dois artigos, da base Highware Press com 26 artigos, da base Nature (NPG) sem artigos identificados, da base Oxford Journals com 27 artigos, da
Science Direct com 87 artigos, da SpringlerLink com 14 artigos e da Wiley Online Library com cinco artigos.
A representatividade dos estudos identificados nas bases eletrônicas é de 63% ou 161 artigos do total de 254 artigos selecionados.
A apresentação dos artigos incluídos na revisão é apresentada
no apêndice A – Lista dos artigos incluídos na revisão, desta dissertação.
4.1.9.3 Volume de publicações
Observa-se no conjunto de artigos selecionados, a predominância de estudos no tema empreendedorismo inovador (41,78%), seguido pelo conjunto de estudos que tratam ao mesmo tempo
do empreendedorismo inovador, da gestão do conhecimento e das organizações intensivas em conhecimento (31,86%) e finalmente pelo
112
conjunto de estudos que reúnem ao mesmo tempo o empreendedorismo
inovador e a gestão de conhecimento (26,36%).
Tabela 6: Volume de publicações.
Vo
lum
e d
e
pu
bli
caçõ
es
Exp
lora
tóri
a
Cam
bri
dg
e
Journ
als
Hig
hw
ire
Pre
ss
Nat
ure
Ox
ford
Journ
als
Sci
ence
Dir
ect
Sp
ring
er
Lin
k
Wil
ey
On
line
Lib
rary
To
tal
% T
ota
l
Empreendedorismo Inovador
56 1 3 0 1 31 11 3 106 41,78
Empreendedor
ismo Inovador e Gestão do
Conhecimento
19 1 14 0 12 19 2 0 67 26,36
Empreendedor
ismo Inovador
e Gestão do
Conhecimento e
Organizações
intensivas em
conhecimento
18 0 9 0 14 37 1 2 81 31,86
Fonte: Elaborado pelo autor a partir de (http://journals.cambridge.org;
http://highwire.stanford.edu; http://www.oxfordjournals.org/; http://www.sciencedirect.com/; http://www.springerlink.com/;
http://onlinelibrary.wiley.com; http://scholar.google.com.br).
4.1.9.4 Volume de artigos publicados
Na análise dos estudos, identificou-se o volume de artigos publicados nas duas últimas décadas, compondo os perfis de publicação
segundo os temas investigados e apresentados na figura 14.
113
Figura 14: Volume dos artigos Publicados.
Fonte: (http://journals.cambridge.org; http://highwire.stanford.edu; http://www.oxfordjournals.org/; http://www.sciencedirect.com/;
http://www.springerlink.com/; http://onlinelibrary.wiley.com;
http://scholar.google.com.br).
Em todos os temas observa-se o crescimento do número de publicações, principalmente no período compreendido entre 1998 a
2008. Neste período, destaca-se o incremento de publicações no tema empreendedorismo inovador seguido pelos temas empreendedorismo inovador, gestão do conhecimento e organizações intensivas em
conhecimento simultaneamente. No tema empreendedorismo inovador e gestão do conhecimento
tratado de forma simultânea nos artigos, observa-se um crescimento
menos acentuado no mesmo período. Percebe-se ainda no ano de 2008, um crescimento acentuado
nas publicações em que o tema das organizações intensivas em
conhecimento é explorado, evidenciando neste mesmo ano, uma redução de publicações tratando apenas no tema empreendedorismo
inovador.
4.1.9.5 Principais anos de publicação
Observa-se, pela figura 15, períodos característicos das
últimas duas décadas de publicações sobre os temas de pesquisa como ilustrado na figura 15.
114
Figura 15: Volume de publicação anual.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2011.
O primeiro período compreendido entre 1990 a 1998 apresenta um volume de 12 publicações identificadas. O segundo período de 1999 a 2001 com 24 artigos identificados. O terceiro período entre 2002 a
2005 com 68 publicações e finalmente o quarto período, compreendido entre 2006 a 2010, com a predominância de 150 artigos publicados.
Neste período, destaca-se o ano de 2009 com o maior volume
de publicações das últimas duas décadas, com 37 artigos publicados.
115
A participação do volume de publicações pode ser observada na
tabela 7, destacando-se o quarto período com maior número de publicações que representam juntas, 59,06% de todo o volume de
artigos selecionados para esta pesquisa.
Tabela 7 – Principais anos de publicação.
Ano n. publicações % publicações 1990 1 0,39%
1991 0 0,00%
1992 1 0,39%
1993 1 0,39%
1994 5 1,97%
1995 1 0,39%
1996 1 0,39%
1997 1 0,39%
1998 1 0,39%
1999 8 3,15%
2000 8 3,15%
2001 8 3,15%
2002 16 6,30% 2003 17 6,69%
2004 18 7,09%
2005 17 6,69%
2006 24 9,45%
2007 29 11,42%
2008 32 12,60%
2009 37 14,57%
2010 28 11,02%
Total 254 100,00%
Fonte: Elaborado pelo autor a partir de (http://journals.cambridge.org;
http://highwire.stanford.edu; http://www.oxfordjournals.org/; http://www.sciencedirect.com/; http://www.springerlink.com/;
http://onlinelibrary.wiley.com; http://scholar.google.com.br).
4.1.9.6 Principais autores
Identifica-se no conjunto de artigos selecionados, uma homogeneidade de autores publicando nos temas de pesquisa.
O volume médio de publicações por autor é de dois artigos e representa menos que 1% no conjunto de artigos selecionados.
A organização da tabela 8 é baseada nos autores principais com
mais de 1 publicação no conjunto de estudos e observa-se que os artigos são recentes, concentrando em quase sua totalidade na última década.
116
Desta tabela, identifica-se o primeiro artigo de 1994 do Nonaka
(1994) intitulado A Dynamic Theory of Organizational Knowledge Creation que discute o processo de criação do conhecimento na
organização, por meio da convesrsão entre o conhecimento tácito e explícito. A base fundamental do artigo é a compreensão de que a inovação é também um processo em que os problemas são criados e
definidos na organização que busca desenvolver novos conhecimentos para solucioná-los (NONAKA, 1994).
Dentre os artigos mais recentes, destaca-se o de Hänkanson
(2010), intitulado The firm as an epistemic community: the knowledge-based view revisited que argumenta sobre a firma como uma
organização cognitiva, que depende dos parceiros de troca e dos seus conhecimentos tácitos para governar os processos de conhecimento.
Tabela 8: Principais autores.
Autores Título do artigo Ano Total %
Total
ACS, Z., J.;
AMOROS, J., E.
Entrepreneurship and
competitiveness dynamics in Latin America
2008 2 0,79%
ACS, Z., J. High-Impact Entrepreneurship 2010
ANTONCIC, B.;
ZORN, O.;
The Mediating Role of Corporate
Entrepreneurship in the
Organizational Support-Performance Relationship: An
Empirical Examination
2004
2 0,79%
ANTONCIC, B.;
PRODAN, I.
Alliances, corporate technological
entrepreneurship and firm performance: Testing a model on
manufacturing firms
2007
AUDRETSCH, D. B.;
LEHMANN, E., E.;
WARNING, S.
University spillovers and new firm
location 2005
2 0,79% AUDRETSCH, D. B; DAGNINO, G., B.;
FARACI, R.;
HOSKISSON, R.
New frontiers in entrepreneurship: Strategy, Governance and
Evolution
2007
DOSI, G.;
MALERBA, F.;
TEECE, D.
Twenty years after Nelson and
Winter's An Evolutionary Theory of Economic Change: a preface on
knowledge, the nature of
organizations and the patterns of
organizational changes
2003 2 0,79%
117
DOSI, G.;
MALERBA, F.;
RAMELLO, G., B.;
SILVA, F.
Information, appropriability, and
the generation of innovative
knowledge four decades after
Arrow and Nelson: an introduction
2006
HÄKANSON, L. Creating knowledge: the power
and logic of articulation 2007
2 0,79%
HÁKANSON, L.
The firm as an epistemic
community: the knowledge-based view revisited
2010
LANDSTRÖM, H.; Pioneers in entrepreneurship
research 2005
2 0,79%
LANDSTROM, H.
A missing link in our understanding of the knowledge
economy
2008
LEE, S., M. An enterprise-wide knowledge
management system infrastructure 2002
2 0,79%
LEE, S., M.;
Corporate Entrepreneurship
Characteristics and Organizational
Innovativeness of Large
Enterprises in Thailand
2006
NONAKA, I.
A Dynamic Theory of
Organizational Knowledge
Creation
1994
2 0,79%
NONAKA, I.;
KROGH, G., V.
Tacit Knowledge and Knowledge Conversion: Controversy and
Advancement in Organizational
Knowledge Creation Theory
2009
ZAHRA, S., A.;
VELDE, E., V.;
LARRAÑETA, B.
Knowledge conversion capability and the performance of corporate
and university spin-offs
2007
2 0,79% ZAHRA, S., A.;
GEDAJLOVIC, E.;
NEUBAUM, D., O.;
SHULMAN, J., M.
A typology of social entrepreneurs:
Motives, search processes and
ethical challenges
2009
Fonte: Elaborado pelo autor, 2011.
4.1.9.7 Primeiros artigos
Os primeiros artigos identificados na seleção destacam a discussão sobre a organização como entidade inovadora (VRAKKING,
1990), e da teoria de criação do conhecimento organizacional (NONAKA, 1994).
O artigo de Vrakking (1990) discute a relação entre a teoria e a prática de consultoria na gestão das organizações, por meio da interação entre recursos humanos e tecnologia.
118
No segundo artigo Nonaka (1994) a discussão fundamenta o
modelo de conversão do conhecimento no papel da criação do conhecimento organizacional.
Nas discussões sobre as organizações intensivas em conhecimento apresenta-se os artigos de Starbuck (1992) intitulado Learning by knowledge-intensive firms e de Alvesson (1993) intitulado
Organizations as rhetoric: knowledge-intensive firms and the struggle with ambiguity.
No primeiro artigo, Starbuck que discute as diversas
interpretações e entendimentos sobre as organizações intensivas em conhecimento, ao apontar que os significados de intensidade estão
relacionados com as definições de conhecimento utilizadas. O segundo artigo discute o papel do trabalho baseado no
conhecimento frente à visão funcional das organizações, destacando as
novas qualidades dos trabalhadores neste perfil de organização. O resumo é apresentado no quadro 11.
Quadro 11: Primeiros artigos.
Título Autor Ano
The innovative organization VRAKKING, W.J. 1990
Learning by knowledge-intensive firms STARBUCK, W.H. 1992
Organizations as rhetoric: knowledge-
intensive firms and the struggle with
ambiguity
ALVESSON, M. 1993
A Dynamic Theory of Organizational
Knowledge Creation NONAKA, I. 1994
Fonte: elaborado pelo autor, 2011.
4.1.10 Fase 9 – Gerando evidência para prática
Nesta fase, a orientação da NHS CRD Report No4, 2
th Edition
(2001) aponta para o processo de disseminação dos achados na revisão e
sua contribuição para a prática. Desta forma, a interpretação dos resultados obtidos na revisão é
apresentada como forma de evidenciar artigos para identificar premissas na geração do modelo.
Estruturou-se um quadro de evidências que apontam as
discussões sobre os temas relacionados ao empreendedorismo inovador baseado em conhecimento. O quadro organiza as evidências
119
identificadas nos artigos da revisão, organizando-os com base na
fundamentação teórica discutida no capítulo 2. Esta organização classifica os artigos segundo as concepções do
empreendedorismo como processo de inovação, criação de novos negócios e da relação indivíduo – oportunidade (ROCHA; BIRKINSHAW, 2007). A segunda classificação é realizada sob a ótica
da teoria da criação do conhecimento na organização (NONAKA, 1994), avaliando basicamente as evidências segundo o modelo SECI. A terceira classificação é apoiada na Visão baseada em conhecimento
(NONAKA, 1994; NELSON; WINTER, 1982) segundo as atividades intensivas em conhecimento e os sistemas de inovação. O quadro
detalhado é apresentado no apêndice B – Quadro de evidências, referenciando os artigos classificados.
Baseado no quadro de evidências e nas relações identificadas no
capítulo de fundamentação propõe-se um esboço preliminar do modelo conceitual em duas etapas.
A primeira etapa refere-se ao modelo conceitual que integra a
visão de Bhatt (2001) e Pee e Kankanhalli (2009) ao apontar a gestão do conhecimento na organização como resultado da interação entre
pessoas, técnicas ou processos e tecnologias. Esta abordagem é complementada por NA Ubon e Kimble
(2002) ao inserir a relevância das estruturas organizacionais neste
contexto pelo uso intensivo de ferramentas de TI, no apoio tanto a criação de novos empreendimentos quanto as empresas organizadas nos sistemas de inovação como ilustrada na figura 16.
A segunda etapa refere às relações estabelecidas no modelo conceitual, com base nas citações e na fundamentação teórica identificadas na literatura e apresentadas na figura 17.
120
Figura 16: Esboço do modelo conceitual.
Fonte: Elaborado pelo autor, baseado nas citações, 2011.
Com base nestas premissas, é realizada a verificação por
especialistas com o propósito de buscar um consenso para a elaboração
do artefato e será discutido na próxima seção.
121
Figura 17: Esboço do modelo de relações.
Fonte: Elaborado pelo autor, baseado nas citações, 2011.
4.2 AVALIAÇÃO DOS ESPECIALISTAS
Segundo o modelo conceitual, são identificados os elementos
iniciais, fundamentados nas teorias que interagem segundo a literatura,
compondo o esboço do mapa inicial de relações. Decorrente das características de um problema complexo, sem
ainda um abordagem similar anteriormente identificada, Linstone e
Turoff (2002, p. 04) sugerem a aplicação do método Delphi que envolve ―julgamentos subjetivos sobre uma base coletiva‖.
O objetivo da metodologia é obter um consenso construído
sobre opiniões de especialistas, utilizando um questionário em rodadas sucessivas até que o consenso seja obtido (LINSTONE; TUROFF,
2002; SACKMAN, 1974; BROWN, 1968). Scheele (2002, apud LISTONE; TUROFF, 2002) descreve a
aplicação do método Delphi como um processo de construção de uma
realidade, segundo as opiniões dos especialistas em cada rodada. A utilização da técnica Delphi é amplamente utilizada na
literatura em aplicações variadas e, no contexto do programa de
Engenharia e Gestão do Conhecimento, Neves (2010), Thiesen (2009) e Santos (2010) empregam a técnica com os objetivos igualmente
variados.
122
A verificação do modelo é aplicada por Neves (2010) ao propor
um modelo de compartilhamento do conhecimento ambiental e na mesma lógica, Thiesen (2009) utiliza a técnica na verificação do método
de construção de cenários prospectivos baseados em gestão do conhecimento.
A utilização da técnica por Santos (2010) é desenhada para
verificar a consistência no modelo proposto e com base em seus resultados, propor o modelo final de gestão para promover a criação e compartilhamento das comunidades de prática.
A forma de aplicação intermediária da técnica Delphi nesta dissertação segue a mesma lógica de aplicação utilizada por Santos
(2010), buscando verificar a consistência do modelo conceitual do empreendedorismo inovadora baseado em conhecimento proposto.
O processo de aplicação do método Delphi segue basicamente
as etapas de definição dos especialistas, formulação do questionário, rodadas de aplicação e encaminhamento dos resultados, como ilustrado na figura 18.
Figura 18: Fluxo básico do método Delphi.
Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em Linstone e Turoff (2002).
4.2.1 Painel de Especialistas
A formação do quadro de especialistas segue as recomendações de Linstone e Turoff (2002, p. 4) ao enfatizar que a ―heterogeneidade dos participantes devem ser preservadas para assegurar a validade dos
resultados‖. O volume mínimo de especialistas recomendado por Linstone e
Turoff (2010) é de 10 (dez) sem limite definido para um volume máximo, pois se considera uma verificação de natureza qualitativa.
Para esta dissertação, o universo da pesquisa é compreendido
em amplas áreas de estudo que envolve o empreendedorismo inovador, a gestão do conhecimento e as organizações intensivas em conhecimento.
Segundo este universo, Gil (2010, p. 89) aponta para a necessidade da amostragem neste tipo de pesquisa, pois é impossível
considerar o universo em sua totalidade.
123
Para efeitos desta pesquisa, a amostragem foi definida pela
composição dos especialistas desenvolvedores do modelo sinapse e os empreendedores contemplados nas rodadas do Programa Sinapse da
Inovação nas edições de 2009 e 2010. A edição 2009 do programa aprovou 61 empreendedores que se
encontram em fase de desenvolvimento, na edição 2010 do programa
foram aprovados mais 50 empreendedores e, finalmente o quadro foi complementado com cinco especialistas do programa ilustrado abaixo. Os perfis dos empreendedores é apresentado no cápítulo5.
Tabela 9: Composição da amostra.
Origem Quantidade
Programa Sinapse da Inovação 2009 61
Programa Sinapse da Inovação 2010 50
Especialistas do Sinapse 5
Total 116
Fonte: Elaborado pelo autor a partir do Relatório Sinapse (2009), e resultados
2010.
4.2.2 Questionário
A elaboração do questionário segue as orientações de Gil (2010), ao propor as questões na forma fechada, em que os respondentes selecionam uma das alternativas apresentadas. A escolha das perguntas
é baseada na premissa inicial desta dissertação, focando a gestão do conhecimento como contexto de investigação.
Com a finalidade de ―prevenir deformações‖ (GIL, 2010, p.128) no questionário, são excluídas perguntas de caráter normativo relativo a questões pessoais e outras de natura religiosa e econômica.
As alternativas propostas no questionário seguem a recomendação de Gil (2010) ao recomendar duas categorias extremas e duas intermediárias. Desta forma, estabelece o seguinte padrão de
pontuação: 4 - Totalmente 3 - Parcialmente
2 – Não concordo 1 – Não sei
Este padrão é considerado no instrumento, uma média que relaciona as informações obtidas na pesquisa com as respostas específicas de cada pergunta.
124
A base de elaboração do questionário aplicado nesta pesquisa
utiliza das dimensões que orientam o método OKA – Organizational Knowledge Assesment (FONSECA; FRESNEDA, 2010), adaptando-se
para o instrumento em questão. Os elementos pessoas, processos e tecnologia são apresentados
método OKA, desdobrando-se em 14 dimensões é utilizado como guia
para a geração das questões de pesquisa.
Quadro 12: Definição das questões a serem aplicadas. Dimensões OKA – Organizational
Knowledge Assessment Questões
Pessoa
Cultura e
incentivos
as atitudes culturais
implícitas e explícitas, as
crenças e incentivos que
existem dentro da
organização para formar,
criar e apoiar o uso dos
ativos intelectuais (incluindo
conhecimento) para alcançar
as suas metas
1 Os empreendedores da organização
(sócios fundadores, colaboradores)
entendem o que é gestão do
conhecimento?
2 Há um entendimento que o
conhecimento é um ativo chave na
organização?
3 A geração de ideias e o seu
desenvolvimento é uma prática
cultural da organização?
Identificação e
criação do
conhecimento
a capacidade da organização
e seus
stakeholders para identificar
e criar conhecimento (e
outros ativos intelectuais),
especialmente, aqueles que
contribuem para a
organização atingir suas
metas
4 A experiência da organização
contribui na criação de novas
oportunidades de negócio?
5 As competências internas dos
gestores e a sua experiência prévia
estimulam os empreendedores a gerar
novos conhecimentos para
atendimento dos objetivos
organizacionais?
Compartilhamento
do conhecimento
a capacidade da organização
e seus stakeholders para
compartilhar ativos
intelectuais que permitam à
organização alcançar suas
metas
6 O desenvolvimento das ideias
depende de trocas de conhecimento
entre os empreendedores internos e os
parceiros externos?
7 O compartilhamento e uso do
conhecimento favorece a inovação
nos produtos(bens ou serviços)?
Comunidades de
prática e times do
conhecimento
identificar a existência, a
natureza e o envolvimento
de pessoas na empresa que
possam, efetivamente
influenciar na solução de
problemas e permitir que a
organização alcance suas
metas
8 Os empreendedores envolvidos no
projeto, constroem soluções
colaborativas que influenciam nos
resultados?
9 Qual a facilidade de um
empreendedor modificar seu processo
de negócio?
Conhecimento e a existência e capacidade da 10 Com qual frequência as pessoas
125
aprendizado organização para construir
capital humano por meio de
treinamento ou outras
atividades dirigidas para o
aprimoramento do
conhecimento;
são estimuladas a exercitar seus
conhecimentos e experiências?
11 Como o aprendizado é estimulado
na organização?
Processo
Liderança e
Estratégia
a adoção e execução da
gestão do conhecimento
como um princípio gerencial
pelos líderes da organização;
12 Como as lideranças utilizam a
gestão do conhecimento nas práticas
organizacionais?
13 Qual o grau de estímulo das
lideranças na incorporação do
processo de criação,
compartilhamento e uso do
conhecimento na rotina diária?
Fluxo do
conhecimento
como o conhecimento e
outros ativos intelectuais
fluem na organização. Inclui
a captura, o armazenamento
e a disseminação.
14 Qual o grau de influência das
políticas internas da organização, no
processo de captura do conhecimento?
15 Qual a efetividade do
armazenamento do conhecimento pela
organização?
16 Qual a efetividade da disseminação
do conhecimento pela organização?
Operacionalização
do conhecimento
a capacidade da organização
para integrar e
aplicar o conhecimento nos
seus negócios e processos
operacionais (incluindo o
desenvolvimento de novos
produtos, marketing, e
outros). Esse é,
essencialmente, o feedback
da aplicação do
conhecimento nos negócios,
e consequentemente, os
resultados para a
organização
17 A estrutura organizacional
existente, permite a integração do
conhecimento aos processos de
negócio (desenvolvimento de
produtos, novos processos, vendas,
etc)?
18 As práticas organizacionais
(políticas, procedimentos, práticas
culturais) mesmo que informais,
favorecem mudanças para
incorporação de um fluxo de
conhecimento?
Alinhamento
o grau em que os objetivos
do Programa de Gestão do
Conhecimento e seus
resultados satisfazem ou
realizam objetivos e metas
da organização.
19 Qual o grau de alinhamento entre
as estratégias e os objetivos da
organização?
20 Qual o grau em que iniciativas ou
programas de Gestão do
Conhecimento refletem o objetivo da
organização?
21 As práticas de gestão do
conhecimento permitem a
organização alavancar novos
recursos?
126
Métricas e
monitoração
a capacidade da organização
em medir a si mesma
levando em consideração o
gerenciamento dos ativos
intelectuais, bem como
monitorar e identificar
melhores práticas,
informações externas, e
aprendizado que possam
melhorar e gerar valor para a
organização.
22 Qual a efetividade das métricas de
produção intelectual (publicações e
patentes) nos produtos (bens e
serviços) em desenvolvimento ou já
desenvolvidos?
23 O monitoramento das práticas, das
informações externas e dos ambientes
competitivos agregam valor para as
ideias em desenvolvimento?
Sistemas
Infraestrutura de
tecnologia de GC
a existência e capacidade da
infra-estrutura tecnológica
que permitam a gestão do
conhecimento e o
compartilhamento de
melhores práticas.
24 Qual a capacidade da infra-
estrutura tecnológica dar suporte nos
processos de gestão da organização?
25 Que tipos de sistemas de TI podem
capturar o conhecimento e disseminá-
lo na organização?
Infraestrutura de
acesso ao
conhecimento
a capacidade e infra-
estrutura existente que
permitam que os
stakeholders acessem e
compartilhem os ativos
intelectuais da organização
nos seus sistemas, ou com
outras pessoas
26 Qual o potencial de uso dos
softwares de navegação para melhorar
a comunicação entre as pessoas?
Gestão de
conteúdo
tipos de ferramentas a
organização produz ou
executa para gerenciar o
conteúdo e a informação
27 Quais os sistemas de gestão do
conteúdo mais utilizados pela sua
organização?
28.Qual o propósito dos conteúdos
mais utilizados na sua organização?
Suporte e gestão
do ambiente de
GC
A natureza, desenho, e
capacidade do programa de
GC estar dentro da empresa
envolvendo pessoas,
unidades, grupos etc.
29 Quais os incentivos abaixo, mais
motivam as pessoas em compartilhar
conhecimento e construir ideias no
seu ambiente organizacional?
30 Qual a relevância de um programa
de Gestão do conhecimento ser
internalizado na sua organização?
Fonte: Adaptado pelo autor de Fonseca e Fresneda (2010, p. 06).
A construção do instrumento aconteceu em conjunto a equipe de especialistas do Sinapse, pré-validando as questões. Utilizou-se para
a aplicação do instrumento, a forma eletrônica do google forms, apresentado no apêndice C – Formulário Delphi e também disponível no
endereço eletrônico: <https://spreadsheets.google.com/viewform?Formk ey=dDlpVDVHSE5RMU8yUWR1anpTYkEzc1E6MQ>., com o objetivo de coletar e tabular os dados de forma automática.
127
4.2.3 Rodadas de Aplicação
Na aplicação do questionário, adotou-se como procedimento
operacional, o encaminhamento do formulário aos 116 participantes, para serem respondidos no período entre 12/05/2011 à 21/05/2011, buscando-se a convergência do método.
4.2.4 Resultados
A compilação dos resultados revelou um total de 39 formulários
respondidos, representando 33,62% do total. Este percentual deve-se ao
tempo de resposta e o retardo da divulgação oficial dos resultados da edição 2010 do programa sinapse.
A amostragem revelou que as respostas obtidas na categoria Totalmente, representam uma parcela significativa (67%) das respostas obtidas em comparação com a categoria Parcialmente (14%), a categoria
Não Concordo (12%) e a categoria Não sei (8%), adotando-se a convergência do método já nesta primeira rodada.
O critério de convergência utilizado nesta pesquisa, é baseado
no consenso de opiniões dos especialistas (LINSTONE; TUROFF, 2002), atribuído a categoria Totalmente.
A tabela 10 ilustra os resultados tabulados. Tabela 10: Resultado método Delphi.
Questões
Tota
lmen
te
Parcia
lmen
te
Não
con
cord
o
Não s
ei
Pes
soa
s
1. Os empreendedores da organização (sócios fundadores,
colaboradores) entendem o que é gestão do conhecimento? 78% 13% 2% 7%
2. Há um entendimento que o conhecimento é o ativo chave
da organização? 93% 5% 2% 0%
3. A geração de ideias e o seu desenvolvimento é uma
prática cultural da organização? 87% 12% 0% 1%
4. A experiência da organização contribui na criação de
novas oportunidades de negócio? 52% 15% 21% 12%
5. As competências internas dos gestores e a sua experiência
prévia estimulam os empreendedores a gerar novos
conhecimentos para atendimento dos objetivos
organizacionais?
61% 12% 22% 5%
6. O desenvolvimento das ideias depende de trocas de
conhecimento entre os empreendedores internos e os
parceiros externos?
91% 8% 1% 0%
128
7. O compartilhamento e uso do conhecimento favorece a
inovação nos produtos(bens ou serviços)? 28% 22% 26% 14%
8. Os empreendedores envolvidos no projeto, constróem
soluções colaborativas que influenciam nos resultados? 31% 23% 25% 21%
9. Qual a facilidade de um empreendedor modificar seu
processo de negócio? 84% 15% 1% 0%
10. Com qual frequência as pessoas são estimuladas a
exercitar seus conhecimentos e experiências? 29% 22% 23% 26%
11. Como o aprendizado é estimulado na organização? 38% 22% 18% 22%
Pro
cess
os
12. Como as lideranças utilizam a gestão do conhecimento
nas práticas organizacionais? 41% 25% 22% 12%
13. Qual o grau de estímulo das lideranças na incorporação
do processo de criação, compartilhamento e uso do
conhecimento na rotina diária?
38% 19% 24% 19%
14. Qual o grau de influência das políticas internas da
organização, no processo de captura do conhecimento? 60% 20% 20% 0%
15. Qual a efetividade do armazenamento do conhecimento
pela organização? 37% 29% 8% 26%
16. Qual a efetividade da disseminação do conhecimento
pela organização? 82% 15% 0% 3%
17. A estrutura organizacional existente permite a integração
do conhecimento aos processos de negócio
(desenvolvimento de produtos, novos processos, vendas,
etc)?
98% 0% 0% 2%
18. As práticas organizacionais (políticas, procedimentos,
práticas culturais) mesmo que informais, favorecem
mudanças para incorporação de um fluxo de conhecimento?
31% 29% 27% 13%
19. Qual o grau de alinhamento entre as estratégias e os
objetivos da organização? 98% 0% 0% 2%
20. Qual o grau em que iniciativas ou programas de Gestão
do Conhecimento refletem o objetivo da organização? 29% 26% 27% 18%
21. As práticas de gestão do conhecimento permitem a
organização alavancar novos recursos? 32% 28% 16% 24%
22. Qual a efetividade das métricas de produção intelectual
(publicações e patentes) nos produtos (bens e serviços) em
desenvolvimento ou já desenvolvidos?
46% 25% 24% 5%
23. O monitoramento das práticas, das informações externas
e dos ambientes competitivos agregam valor para as ideias
em desenvolvimento?
97% 0% 3% 0%
Sis
tem
as
24. Qual a capacidade da infra-estrutura tecnológica dar
suporte nos processos de gestão da organização? 89% 0% 11% 0%
25. Qual a relevância dos repositórios de informações para
uso no desenvolvimento de suas ideias? 93% 0% 7% 0%
26. Qual o potencial de uso dos softwares de navegação para
melhorar a comunicação entre as pessoas?
100
% 0% 0% 0%
27. Quais os sistemas de gestão do conteúdo mais utilizados
pela sua organização?
100
% 0% 0% 0%
28. Qual o propósito dos conteúdos mais utilizados na sua
organização? 93% 0% 7% 0%
129
29. Quais os incentivos abaixo, mais motivam as pessoas em
compartilhar conhecimento e construir ideias no seu
ambiente organizacional?
82% 12% 6% 0%
30. Qual a relevância de um programa de Gestão do
conhecimento ser internalizado na sua organização? 78% 16% 3% 3%
Média Total 67% 14% 12% 8%
Fonte: Elaborado pelo autor a partir do Formulário Delphi.
Observa-se pelo resultado que no elemento Pessoas, destaca-se
o entendimento que o conhecimento é um ativo chave da organização (93%) e que o desenvolvimento de ideias depende de trocas de conhecimento entre os empreendedores internos e os parceiros externos
(91%), seguido pela ênfase na geração de ideias e seu desenvolvimento como uma prática cultural da organização.
No elemento Processos identifica-se a existência de integração do conhecimento aos processos de negócio como no desenvolvimento de produtos, novos processos, vendas, dentre outros (98%) e o
alinhamento de estratégias aos objetivos da organização (98%), seguido da importância de monitorar práticas e informações externas dos ambientes competitivos para agregação de valor das ideias em
desenvolvimento. No elemento Sistemas é preponderante o uso de softwares de
navegação para melhorar a comunicação entre as pessoas (100%) e o uso de sistemas baseados em internet para a gestão de conteúdo (100%), seguido da relevância dos repositórios de informações como fonte de
ideias (93%) e a utilização dos conteúdos para o processo de tomada de decisão nas organizações (93%).
4.3 PROPOSIÇÃO DO MODELO A definição de modelo utilizado nesta dissertação segue o
Euroean Guide to good Pratice in Knowledge Management – Part 5: KM Terminology (2004) que define:
Modelo de Gestão do conhecimento: Descreve a
maioria dos fatores essenciais (ativos, pessoas, processos, ferramentas) influenciando o sucesso
ou o fracasso da iniciativa de gestão do
conhecimento e suas relações interdependentes. Tipicamente, um modelo é construído sobre uma
figura representativa que serve de aide-mémoire
(lista) para implementação da gestão do conhecimento na organização, auxiliando os
130
usuários a posicionar iniciativas individuais de
gestão do conhecimento num contexto mais amplo
(European Guide to good Pratice apud Knowledge Management, part 5: KM Terminology, 2004, p.
11).
Nesta visão, o modelo de empreendedorismo inovador para as
organizações intensivas em conhecimento proposto nesta dissertação, é em essência, um modelo de gestão do conhecimento aplicado para práticas empreendedoras.
Desta forma, com base na verificação do modelo conceitual descrito na subseção anterior e nos resultados obtidos a partir dos
estudos incluídos na revisão, pode-se identificar um conjunto de constructos que complementam a proposição inicial do modelo.
Nesta visão, a investigação reforça o indivíduo como
empreendedor apontando as práticas individuais daquele que organiza e desenvolve um negócio (VU, 2008), seus indicadores (TIJSSEN, 2006) e a convergência entre teorias e indivíduos que competem buscando
oportunidades (CANINA; PALACIOS; DEVECE, 2010). Outro aspecto reforçado diz respeito às ideias ou ao fluxo de
ideias formadas pelo empreendedor, como um determinante da criação do conhecimento (SESHADRI; SHAPIRA, 2003), expandindo-se até mesmo para a área social (SEN, 2006).
Identifica-se ainda o papel dos modelos de negócio como modelos (BADEN-FULLER; MORGAN, 2010) com o propósito de se estudar outros modelos de inovação (SENKER, 1995) a forma como
criam e fortalecem clusters de conhecimento (PINCH et al., 2003). O modelo de negócio suporta ainda a orientação de outros
modelos voltado a uma cultura de empreendedorismo (DODD, 2002) e a
orientação empreendedora (TIJSSEN, 2006), nos processos como a internacionalização (CASILLAS et al., 2008), nos estudos de modelos
corporativos (WOLCOTT; LIPPITZ, 2007) até o desenvolvimento econômico (WONG; HO; SINGH, 2007).
A visão do indivíduo como empreendedor, das ideias e dos
modelos de negócio como modelos, são discutidos no contexto da formação das oportunidades (ALVAREZ; BARNEY; YOUNG, 2010), em que o conhecimento é seu elemento de descoberta (SHANE, 2000)
para o desenvolvimento de novos produtos (PARK, 2005), para a ação empreendedora (DREISLER, 2007) e até mesmo a criação de novas
oportunidades (TANG; KACMAR; BUSENITZ, 2010).
131
Nesta visão do processo proposto por Rocha e Birkinshaw
(2007) ao conceber o empreendedorismo como um processo de inovação (DEBROUX, 2000) e a criação de novos negócios ou
organizações (MCGEE; DOWLING, 1994), é fortalecido a necessidade de um sistema de suporte a estas atividades, como os Angels Investors (LINDE; PRASAD, 2000), venture capitals (KEUSCHNIGG;
NIELSEN, 2003; DUSHNITSKY; LENOX, 2005; WRIGHT et al., 2006; ANTONELLI; TEUBAL, 2008), e os chamados Corporate Venture capital (WEBER; WEBER, 2007).
Tais constructos possibilitaram a revisão do modelo conceitual inicial, relacionando-os no contexto de um modelo de
empreendedorismo inovador baseado em conhecimento, respondendo ao objetivo C desta dissertação, representado pela figura 19.
Figura 19: Modelo do empreendedorismo inovador baseado em conhecimento.
Fonte: Elaborado pelo autor, baseado na pesquisa.
4.3.1 Verificação da Hipótese A proposição do modelo permite observar um conjunto de
variáveis relacionadas e fundamentadas nas discussões presentes nesta dissertação, com o propósito de verificar a hipótese inicial de pesquisa.
O plano de prova para a verificação da hipótese segue o
método de concordância positiva descrito por Marconi e Lakatos (2010, p. 282), ao postular que ―quando dois ou mais casos de determinado
fenômeno têm uma e somente uma condição em comum, essa condição
132
pode ser considerada como a causa (ou o efeito) do fenômeno em
questão‖. Desta forma, a aplicação do método sobre a hipótese inicial, é
analisada sobre a ótica de dois fenômenos; o empreendedorismo como processo de inovação e do empreendedorismo como criação de um novo negócio ou organização.
Cada fenômeno é avaliado segundo variáveis definidas nas situações identificadas no Capítulo 2, Quadro 1 – Temas abordados pelo empreendedorismo inovador, permitindo identificar a causa provável
deste fenômeno como ilustrado nos quadros 13 e 14.
Quadro 13: Plano de prova – fenômeno processo de inovação.
Situação: Busca competitiva de oportunidades e
internacionalização de negócios
Pro
du
z
Empreendedorismo
como processo de
inovação
Variáveis:
Competitividade internacionalização estratégia
Situação: Empreendedorismo como estratégia de inovação
e crescimento
Pro
du
z Empreendedorismo
como processo de
inovação Variáveis: Emprendedorismo crescimento estratégia
Situação: Empreendedorismo criando meios de fortalecer a
estratégia organizacional
Pro
du
z Empreendedorismo
como processo de
inovação Variáveis: Emprendedorismo meios estratégia
Situação: Mecanismo de investimento via Capital de risco
Pro
du
z Empreendedorismo
como processo de
inovação Variáveis:
Mecanismo recurso estratégia
Situação: Estrutura de pesquisa para o empreendedorismo e
inovação
Pro
du
z Empreendedorismo
como processo de
inovação Variáveis:
Estrutura inovação estratégia
Situação: Educação e o comportamento empreendedor nas
ações
Pro
du
z Empreendedorismo
como processo de
inovação
Variáveis:
Meios ações estratégia
Fonte: Adaptado pelo autor de Marconi e Lakatos (2010).
Com base neste método pode se concluir que a causa provável
133
para o fenômeno do empreendedorismo como processo de inovação é a
variável estratégia identificada nas situações apresentadas. O Quadro a seguir apresenta a avaliação do fenômeno novos
negócios ou organizações, de forma idêntica ao apresentado no quadro anterior, buscando identificar as variáveis presentes nas situações apresentadas.
Quadro 14: Plano de prova – fenômeno novos negócios ou organizações.
Situação: Processo criativo para formação de
novos negócios e geração da inovação
Pro
du
z Empreendedorismo como criação de novos
negócios ou
organizações Variáveis:
Processo Criatividade Relação
Situação: Modelos de empreendedorismo
fortalecendo a criação e a relação entre
empreendimentos internos e externos a
organização.
Pro
du
z
Empreendedorismo
como criação de novos negócios ou
organizações
Variáveis:
Modelo Geração Relação
Situação: Relação de instituições
empreendedoras com ciência, academia e
indústria, região e país.
Pro
du
z
Empreendedorismo
como criação de novos negócios ou
organizações Variáveis:
Áreas Instituições Relação
Situação: Empreendedorismo no crescimento
econômico
Pro
du
z
Empreendedorismo
como criação de novos
negócios ou
organizações Variáveis:
Empreendedorismo Crescimento Relação
Fonte: Adaptado pelo autor de Marconi e Lakatos (2010).
Com base neste método pode se identificar que a variável
relação é comum ao fenômeno do empreendedorismo como criação de novos negócios ou organizações apresentando segundo Marconi e Lakatos (2010), a provável causa deste fenômeno.
134
4.3.2 Teste de falseamento da hipótese
Na aplicação do método hipotético-dedutivo, a última etapa
consiste no teste de falseamento da hipótese conforme descrito por Marconi e Lakatos (2010).
A aplicação do modus tolles ou negação do consequente,
previsto nesta pesquisa, objetiva segundo Marconi e Lakatos (2010, p. 77) ―falsear as consequências deduzidas ou derivadas das hipóteses [...] quanto mais falseáveis for uma conjectura, mais científica será [ ! ] essas
conjecturas altamente informativas é que interessam a ciência‖. A aplicação do modus tolles aponta:
a) Se houver oportunidade, então o empreendedorismo
inovador se manifesta na forma de Processo de inovação
Se não há processo de inovação, Então não há oportunidade.
b) Se houver oportunidade, então o empreendedorismo inovador se manifesta na forma de criação de novos
negócios ou organizações. Se não há criação de novos negócios ou organizações, Então não há oportunidade
Observa-se que em ambas as situações, o quadro de evidências
detalhado no apêndice B – Quadro de evidências, referencia os artigos
que apresentam evidências que tornam falsas as conjecturas derivadas da hipótese inicial.
135
5 ESTUDO DE CASO
Este capítulo apresenta o estudo de caso realizado no Programa
Sinapse da Inovação, com o propósito de verificar o modelo teórico apresentado no capítulo anterior.
A abordagem metodológica é detalhada nesta etapa, segundo a
orientação de Pettigrew (1997) e as recomendações de Yin (1994, 2001, 2005) que propõe etapas amplas para realização do estudo de caso como discutido no capítulo 3.
O Programa Sinapse da Inovação é apresentado juntamente com os dados coletados nas empresas contempladas na edição 2009, que
serão utilizados como base de análise, atingindo o objetivo (b) da pesquisa.
Ao final descrevem-se os resultados obtidos com a análise,
contribuindo para a verificação do modelo do empreendedorismo inovador baseado em conhecimento, atendendo o objetivo (d) desta proposta de dissertação.
5.1 MÉTODO DO ESTUDO DE CASO
O estudo de caso segundo Marconi e Lakatos (2010) e Gil
(2010) é uma metodologia qualitativa que permite o estudo aprofundado
de um determinado caso, reunindo informações que descrevem a natureza complexa de um fenômeno.
Para Yin (2005) a utilização do método do estudo de caso é
recomendada quando a forma da questão de pesquisa refere-se ao ―como, porque‖ e não há necessidade de controle sobre eventos temporais, focando os acontecimentos contemporâneos tratados nesta
dissertação. Nesta perspectiva, Cesar (2011) apresenta uma discussão
corroborando com Yin (2005), ao complementar que a seleção do método do estudo de caso é também atribuída a natureza das situações que conferem baixo controle pelo pesquisador, bem como a
incapacidade de aplicação de um estudo experimental devido a complexidade dos fenômenos sociais envolvidos.
Embora a utilização do método seja identificada na literatura
por diversos autores como Leidner, Alavi e Kayworth (2006), Park (2004); Sciascia et al (2006) e Geenhuizen e Soetanto (2006), existem
críticas sobre o método que são resumidas por Gil (2010) como a ―falta de rigor metodológico‖, ―dificuldade de generalização‖ e o ―tempo destinado a pesquisa‖.
136
Contudo, observa-se que a utilização do método do estudo de
caso na literatura, corrobora com a observação de Pye e Pettigrew (2006, p. 583) ao apontar que as ―pesquisas acadêmicas tem
recentemente enfatizado mais os processos e práticas orientados a teorização‖.
Esta visão é também compartilhada por Pettigrew (1997) e
Cesar (2011), apontando que muito das críticas são provenientes do entendimento do estudo de caso como relatos históricos.
Dentre algumas de suas características, Yin (2005) observa que
neste tipo de investigação, o estudo de caso:
enfrenta uma situação tecnicamente única em que haverá muito mais variáveis de interesse do que
pontos de dados [...]. [...] baseia-se em diversas fontes de evidências [...] beneficiando-se do
desenvolvimento prévio de proposições teóricas
[...]. (YIN, 2005, p. 33).
Desta forma, decorrente das características apresentadas pela literatura e a proposição desta pesquisa, define-se o método do estudo de caso como meio de verificação do modelo proposto.
5.1.1 Etapas do método
A aplicação do método de estudo de caso segue as etapas
propostas por Yin (2005, p.72) apresentadas como; ―Definição e
planejamento‖, ―Preparação, coleta e análise‖ e ―Análise e conclusão‖, adaptados para o contexto da pesquisa, conforme a figura 20.
Figura 20: Método do estudo de caso.
Fonte: Traduzido e adaptado pelo autor de Yin (2005).
137
O modelo teórico é referenciado pela proposta do modelo de
empreendedorismo inovador baseado em conhecimento, desenvolvido no capítulo 4 em atendimento ao objetivo (c), resultante do processo de
pesquisa desta dissertação. A utilização do modelo teórico na fase inicial é considerada por
Yin (2001) uma das estratégias para análise de dados a partir de
modelos previamente elaborados, justificando-se este posicionamento em contraposição a perspectiva da generalização em busca de uma nova teoria.
A etapa seguinte descreve a seleção do caso ou unidade caso a ser estudada, indicando a modalidade de uso tipo ―instrumental‖ que
segundo Stake (2000, apud YIN, 2005) caracteriza-se pelo interesse do pesquisador em utilizar o caso como suporte para atingir objetivos estabelecidos, sem interesse profundo no caso em si.
Nesta visão, a definição do número de casos é o próximo passo para avaliar se o estudo é feito em caso único ou múltiplo, definido conforme a área de aplicação (YIN, 2005).
Observa-se segundo as recomendações de Yin (2005), que os casos múltiplos são mais frequentes na área da pesquisa social
decorrentes da busca por generalizações das teorias. Assim, em função das características que o estudo de caso propõe nesta dissertação e o propósito de verificação do modelo, selecionou-se a modalidade de caso
único para fins desta pesquisa. Desta forma, o estudo de caso do Programa Sinapse da
Inovação atende as características propostas por Yin (2005, p.62-63) ao
ser realizado como caso único, considerando-se que o ―caso em estudo é raro‖, com ―poucas situações semelhantes‖, representando o ―caso decisivo ao se testar uma teoria‖ (modelo), apresentar um ―caráter
revelador‖ e finalmente, possibilitar o ―pesquisador observar o fenômeno antes inacessível para a investigação científica‖.
A etapa seguinte do método envolve a elaboração de um protocolo de coleta de dados, que descreve o procedimento, instrumentos e regras, aumentando a confiança na investigação do
estudo de caso (YIN, 1994). Nesta dissertação, considera-se o protocolo de coleta de dados,
o procedimento e o instrumento já utilizado no Programa Sinapse da
Inovação, apresentado em detalhes no Relatório de Suporte a Consolidação de Empresas Nascentes – Operação: SC2009
(SCHNEIDER; SOUZA, 2010). O procedimento utilizado no âmbito da avaliação do programa,
apresentado aqui de forma simplificada é baseado na visita da equipe
138
técnica do programa em todos os 61 empreendimentos contemplados,
utilizando-se de um instrumento de coletas de dados, apresentado no Anexo IX - Questionário de Suporte ao desenvolvimento de produto,
p.159–162 do referido relatório. A interação posterior via ―web ou presenciais‖ permitiu a
tabulação e a consolidação dos dados coletados de cada empresa
contemplada no programa (SCHNEIDER; SOUZA, 2010). Assim, esta pesquisa utiliza esta base como referência para a análise dos dados no estudo de caso.
O relatório aponta no procedimento de coleta de dados, a utilização de fontes internas (empreendedores) e externas (dados do
programa) para avaliar as empresas, respeitando o primeiro princípio da coleta de dados: múltiplas fontes de evidência (YIN, 2001). Este princípio é baseado em ―fontes de múltiplas provas, isto é, provas de
duas ou mais fontes convergindo sobre o mesmo conjunto de factos e descobertas‖. (YIN, 1994, p. 96).
Outro aspecto apresentado no relatório é a metodologia
utilizada que permite coletar os dados segundo um padrão que pode ser tratado por sistemas computacionais. Assim, o procedimento respeita o
segundo princípio da coleta de dados: formação de uma base de dados no decorrer do estudo (YIN, 2001). Este princípio refere-se a ―uma base de dados do estudo de caso, isto é, uma assembleia formal de provas
distintas do relatório final do estudo de caso‖. (YIN, 1994, p. 96). O aspecto final da coleta referido no documento refere-se ao
conjunto de evidências descritas em cada resultado de avaliação das
empresas, respeitando-se o terceiro princípio da coleta de dados: elaboração de uma cadeia de evidências (YIN, 2001)
Este princípio refere-se à formação de ―uma cadeia de provas,
isto é, elos explícitos entre as questões perguntadas, dados recolhidos, e conclusões tiradas‖. (YIN, 1994, p. 97).
O estudo de caso é conduzido na etapa seguinte, utilizando este conjunto de dados previamente coletados pelo Programa Sinapse da Inovação, para identificar as evidências que conduzem a verificação do
modelo. Por fim, é realizada a análise das evidências e as discussões
sobre os resultados obtidos neste estudo de caso.
5.2 O PROGRAMA SINAPSE DA INOVAÇÃO
O programa nasce da oportunidade gerada pelas ideias de
negócio inovadores em criar empreendimentos que fortaleçam a cultura
139
empreendedora local, por meio de um processo que conduz a
transformação do conhecimento em novas soluções ou inovações, a partir das pesquisas realizadas nas instituições científicas e tecnológicas,
como descrito no Relatório final Sinapse; Operação 2009 (SCHNEIDER; SOUZA, 2010).
A apresentação dos dados estatísticos de 2010 não está
disponível e, portanto, não foram incluídas no contexto desta pesquisa.
5.2.1 Objetivos do programa
O desenho do programa busca criar novas empresas ou novas
tecnologias que possam ser utilizadas por empresas existentes, a partir do conhecimento gerado por estudantes, pesquisadores e professores destas instituições como apresentado por Schneider e Souza (2010).
Dentre os objetivos do programa citam-se:
a) Ampliar o surgimento de empreendimentos inovadores e fortalecer a cultura
do empreendedorismo inovador em uma região.
b) Desafiar o potencial de criatividade das Universidades e Centros de Pesquisa, estimulando
a geração de ideias de produtos e processos inovadores.
c) Contribuir para a ampliação da
performance das Incubadoras de Empresas, articulando empreendedores com ideias
inovadoras. d) Estimular o Desenvolvimento Regional,
induzindo a geração de emprego e renda por meio
de novas empresas inovadoras (SCHNEIDER; SOUZA, 2010).
O relatório ainda descreve que o potencial do programa vai além da formação de ideias de produtos inovadores, mas de transformar este potencial em ações para a formação contínua de negócios
inovadores que forme uma cultura de inovação local induzindo a formação de novos perfis profissionais.
5.2.2 Base metodológica
A fundamentação do Programa Sinapse da Inovação é baseada no artigo Modelo de Aceleração do desenvolvimento de Empresas de Base
140
Tecnológica: da Geração da Ideia à Consolidação do Negócio
apresentado por Fiates et al. (2008) que propõe um modelo de desenvolvimento de empresas baseados em estudos de casos de sucesso
das empresas incubadas no Centro Empresarial para Laboração de Tecnologias Avançadas (CELTA).
O modelo discute aspectos que envolvem o processo
empreendedor na ―descoberta da oportunidade‖, nas atividades que conduzem a ―criação e ao desenvolvimento da organização‖, fundamentado pelas ―teorias do desenvolvimento organizacional em
estágios, a teoria da economia industrial, a teoria da ecologia populacional e teorias alternativas‖ (FIATES et al., 2008, p. 55-56)
O resultado é a proposição de um modelo de desenvolvimento que tomam como base a incubação de empresas
7, organizado em
estágios e dimensões que compõe um modelo de maturidade,
suportando ações de planejamento, orientação e consolidação das empresas de base tecnológica segundo Fiates et al. (2008).
A cada estágio associam-se cinco dimensões de análise
compreendidas entre o empreendedor, a organização, o produto, o capital e ao mercado.
Cada uma destas dimensões pode ser vista de forma simplificada descritas a seguir.
a) Dimensão Empreendedor – foca no indivíduo as ações
empreendedoras, responsáveis pela criação e exploração de novas oportunidades.
b) Dimensão Organização – visto como resultado do
processo empreendedor e promotora do desenvolvimento local.
c) Dimensão Produto – entendido como elemento central no
desenvolvimento da organização, envolvendo desde sua concepção até a comercialização no mercado.
d) Dimensão Capital – relacionado ao crescimento organizacional e a manutenção das atividades empreendedoras.
7 Incubação de empresas - Processo de apoio ao desenvolvimento de pequenos
empreendimentos ou empresas nascentes e promoção de condições específicas, através do qual empreendedores podem desfrutar de instalações físicas, de
ambiente instrucional e de suporte técnico e gerencial no início e durante as etapas de desenvolvimento do negócio (ANPROTEC; SEBRAE, 2011, p. 59).
141
e) Dimensão Mercado – orienta o desenvolvimento dos
produtos e cria uma dinâmica na organização (FIATES et al., 2008).
Associado as dimensões e estágios, são propostos sete níveis de maturidade que aponta os indicadores simplificadamente apresentado no quadro abaixo.
Quadro 15: Indicadores dos níveis de maturidade.
Fonte: Fiates et al. (2008, p. 58).
A estrutura que organiza e relaciona os estágios, as dimensões e
os níveis de maturidade, pode ser observada na figura 21, ilustrando o modelo de aceleração de empreendimentos de base tecnológica.
Neste modelo, são apresentados 05 dimensões que compreendem o empreendedor, o produto, o capital, o mercado e a gestão que organizam em 07 etapas. As etapas de cada dimensão, estabelecem
níveis de maturidade que orientam os estágios do desenvolvimento Empresarial desde sua fase de ideias (sinapse), passando pelos estágios de planejamento do projeto (pré-incubação), desenvolvimento do
empreendimento (incubação) e a liberação do empreendimento para o mercado (consolidação).
142
Figura 21: Modelo de aceleração de empreendimentos.
Fonte: Fiates et al. (2008, p. 59) .
Tomando como base este modelo, e os objetivos e justificativas
que fundamentam o programa, Schneider e Souza (2010) apresentam o desenho do processo de empreendedorismo inovador, identificando as ações do Programa Sinapse da Inovação ilustrada na figura 22.
143
Figura 22: Processo do empreendedorismo inovador.
Fonte: Programa Sinapse da Inovação, 2011.
5.2.3 Operação 2009
A realização da operação 2009 do programa realizou-se entre os
dias 04/05 de 2010 a 30/12/2010 nas oito Mesorregiões do Estado de Santa Catarina, e é descrita por Schneider e Souza (2010) por meio de ações que organizam o fluxo de operação em três etapas.
A primeira etapa abrange a divulgação do programa e as inscrições oferecidas aos participantes, culminando na primeira seleção de ideias. A segunda etapa dá continuidade ao desenvolvimento destas
ideias através de projetos de empreendimentos, com suporte de capacitação, finalizando com a consolidação do projeto.
Estes projetos são então selecionados segundo um comitê ad-hoc e os projetos eleitos encaminhados em forma de proposta a FINEP/FAPESC.
Tais propostas são então avaliadas na terceira etapa do programa, sendo então selecionadas para receberem apoio financeiro e capacitação intensiva para início de seus empreendimentos, encerrando
do processo. A figura 23 apresenta estas etapas.
144
Figura 23: Etapas do Programa Sinapse edição 2009.
Fonte: Relatório final Sinapse; Operação 2009 (SCHNEIDER; SOUZA, 2010)
O detalhamento de cada uma destas etapas é descrito no Relatório da operação SC 2009, como segue:
Na Etapa 1 - Inscrição e Avaliação de IDEIAS
Inovadoras os candidatos a empreendedores apresentam suas ideias de forma clara,
evidenciando qual o PROBLEMA/OPORTUNIDADE e qual a
SOLUÇÃO proposta, descrevendo ainda qual o
DIFERENCIAL da ideia de negócio. Os critérios de avaliação para a primeira seleção [...] são: grau
de inovação, estágio de maturidade e potencial de mercado do produto/processo.
Conforme descrito posteriormente são também
sugeridas temáticas e oportunidades das mesorregiões, bem como são propostos desafios
pertinentes às características econômicas e sócio-
ambientais das Mesorregiões. O objetivo é que as ideias sejam estimuladas pelos
desafios gerando assim, o desenvolvimento regional. São selecionadas, para a etapa seguinte,
200 Ideias de todo o Estado, de forma que
145
nenhuma mesorregião tivesse mais de 30% das
ideias aprovadas nesta etapa.
Na Etapa 2 - Capacitação dos Empreendedores e
Elaboração do Projeto de Empreendimento as Ideias
selecionadas na primeira etapa devem ser
apresentadas com um maior grau de detalhamento. Esta etapa consta de duas atividades: (i) Capacitação
dos empreendedores em um curso de 24 horas e (ii)
Elaboração do projeto de empreendimento, de acordo
com formulário/metodologia especificamente desenvolvida para o programa (utilizando
ferramentas web interativas – WIKI).
A segunda seleção [...] foi realizada por especialistas
convidados, que atribuem notas segundo critérios que consideram: (i) Grau de Inovação do
produto/processo; (ii) Estágio de desenvolvimento
do produto/processo; (iii) Potencial de Mercado do
produto/processo; (iv) Capacidade da Equipe de implementar o projeto; (v) Viabilidade técnica e
econômica do produto/processo.
Como resultado desta etapa são selecionadas as 100
melhores propostas, que estão aptas a submeter o projeto à FAPESC, conforme critérios contidos em
Chamada Pública lançada pela mesma (Anexo 1).
Na Etapa 3 - Encaminhamento à Pré-incubação dos
Empreendimentos os empreendedores são orientados ao processo de pré-incubação pelas diferentes
incubadoras das mesorregiões, parceiras do
programa. Este processo engloba as seguintes ações: (i) Constituição formal da Empresa ou Contrato de
Transferência de Tecnologia; (ii) Apresentação da
proposta ao Edital FINEP/FAPESC [...] (iii) Seleção
dos 60 melhores projetos para financiamento com até R$ 50.000,00. (SCHNEIDER; SOUZA, 2010, p.10)
Para a gestão da operação o relatório aponta para a formação de comitês regionais de operação para cada mesorregião, segundo uma estrutura Padrinho – Coordenadores.
No aspecto operacional de interação entre os participantes e o programa, Schneider e Souza (2010, p. 13) apresentam um portal de ―interação entre os participantes (proponentes e visitantes) e a
comunicação entre a coordenação do Programa, os comitês regionais (responsáveis por cada uma das Mesorregiões) e os participantes‖.
Uma das telas da ferramenta é ilustrada na figura 24:
146
Figura 24: Tela ilustrativa do portal Sinapse da Inovação.
Fonte: Programa Sinapse da Inovação, 2011.
5.2.4 Resultados
Os resultados obtidos com a operação 2009 segundo o Relatório
Final Sinapse – Operação 2009 (2010) aponta para um conjunto de 1174 ideias cadastradas e mais de 57 mil acessos ao portal.
Estas ideias foram geradas pelos 1632 proponentes cadastrados
que atribuíram 9432 votos a estas ideias na primeira etapa do programa, ilustrado na tabela 11.
Tabela 11: Estatística dos resultados.
Fonte: Relatório final Sinapse; Operação 2009 (SCHNEIDER; SOUZA, 2010).
O resultado final do programa pode ser observado na figura 25, destacando o maior número de ideias aprovadas (18) na mesorregião da
grande Florianópolis.
147
Figura 25: Resultados do Programa Sinapse edição 2009.
Fonte: Relatório final Sinapse; Operação 2009 (SCHNEIDER; SOUZA, 2010).
5.3 ANÁLISE E RESULTADOS
A apresentação dos resultados do estudo de caso segue as
orientações de Yin (1993, 2001) simplificadas por Cesar (2011) ao apontar as fases: a) a base teórica de trabalho e o protocolo de coleta dos dados; b) a realização do estudo de caso; c) análise e interpretação dos
dados segundo o modelo proposto.
5.3.1 Coleta dos dados
Os dados utilizados nesta pesquisa são coletados segundo as
orientações de Yin (1994) segundo os princípios da multiplicidade de provas, formação de uma base de dados para o estudo e a construção de
uma cadeia de evidências que comprove a relação com o modelo proposto.
5.3.1.1 Princípio da multiplicidade de provas
Como citado anteriormente, utilizou-se como primeira fonte de dados, o relatório Suporte a Consolidação de produtos inovadores de
148
Empresas Nascentes – Operação: SC 2009, que reúne os dados
coletados em cada uma das 61 empresas contempladas no Programa Sinapse da Inovação.
Os dados são apresentados neste relatório, segundo um padrão que descreve inicialmente os dados das empresas e da tecnologia, seguida da avaliação segundo o modelo de aceleração de
empreendimentos apresentados na figura 21. Para cada empresa é identificado um perfil gráfico que
evidencia o seu posicionamento segundo os níveis de maturidade,
estágios e dimensões apresentado no modelo. Com o propósito de se trabalhar com uma fonte representativa
para a avaliação no estudo de caso, os dados de cada empresa foram então tabulados segundo os indicadores apresentados na tabela 12, resultando no conjunto representativo das 61 empresas, a seguir
apresentado.
Tabela 12: Tabulação dos resultados.
PENTAGRAMA EMPRESAS SINAPSE OP-SC-2009
Empresas Gestão Mercado Capital Produto Empreendedor
1 3 3 4 4 2
2 3 3 5 4 4
3 4 4 4 5 4
4 3 4 4 5 2
5 3 4 4 4 3
6 3 4 4 4 5
7 4 2 5 4 3
8 3 3 5 1 1
9 4 2 5 4 5
10 3 3 5 4 4
11 3 3 5 4 5
12 4 5 5 4 5
13 3 3 4 4 4
14 3 4 4 5 2
15 2 3 4 3 1
16 1 1 4 3 2
17 3 3 4 5 2
18 4 2 5 3 2
19 4 5 5 5 3
20 4 5 4 5 3
21 3 4 4 5 4
22 4 4 5 5 4
149
23 2 2 4 3 4
24 3 5 5 4 5
25 3 2 4 5 4
26 4 4 4 4 5
27 3 3 4 4 4
28 3 2 4 3 1
29 3 5 5 5 4
30 4 3 4 4 4
31 4 4 4 5 5
32 3 5 5 3 5
33 4 4 4 3 4
34 3 4 4 4 5
35 5 4 5 4 5
36 5 4 5 5 5
37 4 5 4 5 5
38 4 2 5 4 5
39 5 5 5 4 5
40 4 2 4 5 2
41 3 4 4 4 5
42 3 3 4 5 2
43 4 2 5 4 4
44 5 2 5 4 4
45 4 2 4 5 4
46 4 4 5 5 4
47 2 2 4 2 3
48 3 2 4 5 4
49 4 4 4 5 5
50 2 2 4 4 2
51 3 4 4 5 4
52 4 4 4 5 4
53 4 4 4 4 4
54 4 2 5 4 4
55 3 4 5 5 4
56 2 2 4 2 4
57 3 2 4 4 2
58 3 2 4 4 4
59 4 2 5 4 5
60 4 5 5 4 5
61 2 3 4 2 2
MEDIA 3 3 4 4 4
Modelo de Potencial Sinapse Protótipo Inovador
150
Negócio Cliente Alfa
Fonte: Dados tabulados pelo autor de Relatório Suporte à consolidação de Produtos Inovadores de Empresas Nascentes; Operação: SC-2009.
Observa-se que esta tabulação permite obter os indicadores
médios das empresas analisadas, apontando na dimensão Gestão, o indicador Modelo de negócio. Para a dimensão Mercado, o indicador Potencial cliente. Para a dimensão Capital, o indicador ideia de custo.
Para a dimensão Produto, o indicador protótipo alfa e na dimensão empreendedor, o indicador Inovador.
A figura 26 ilustra o resultado da tabulação.
Figura 26: Tabulação final das empresas.
Nota: Elaborado pelo autor, baseado nos dados coletados, 2011.
A segunda fonte de dados utilizada neste estudo de caso é o conjunto de artigos selecionados para a revisão de literatura,
apresentado no apêndice A – Lista dos artigos incluídos na revisão. A terceira fonte de evidências é o resultado de estudo Delphi
151
aplicado para a verificação de consistências do modelo conceitual.
5.3.1.2 Princípio da formação da base dados
A base de dados formada reúne então estas três fontes de dados tabuladas, tanto teoricamente definida, como no caso do quadro de
referências, quanto empiricamente definida, como no caso dos dados das visitas nas empresas e da consulta aos especialistas pelo método Delphi.
A base de dados então pode ser evidenciada de forma
simplificada, segundo os resultados obtidos de cada fonte, conforme ilustra a tabela 13:
Tabela 13: Resumo das fontes de dados.
Primeira Fonte: Tabulação dos dados das empresas
Tabulação dos dados das empresas
Gestão Mercado Capital Produto Empreendedor
MEDIA 3 3 4 4 4
Modelo de
Negócio
Potencial
Cliente Sinapse Protótipo Alfa Inovador
Segunda Fonte: Artigos da Revisão de Literatura
Lista dos artigos incluídos na revisão
ID Título Autor Ano
1 The innovative organization VRAKKING,
W.J. 1990
2 Learning by knowledge-intensive firms STARBUCK,
W.H. 1992
3 Organizations as rhetoric: knowledge-
intensive ALVESSON, M. 1993
... ... ... ... ... ...
254 Waves of Knowledge Management: The
Flow between Explicit and Tacit Knowledge
STEVENS, R., H.;
MILLAGE, J.;
CLARK, S.
2010
Terceira Fonte: Prática Delphi
Estudo Delphi
Questões Totalmente Parcialmente Não concordo Não sei
Pessoas 61% 15% 13% 10%
Processo 57% 18% 14% 10%
Sistemas 91% 4% 5% 0%
Média 67% 14% 12% 8%
Fontes: Elaborado pelo autor a partir de: Primeira fonte: Relatório Suporte à
consolidação de Produtos Inovadores de Empresas Nascentes; Operação: SC-
152
2009; Segunda fonte: apêndice A – Lista dos artigos incluídos na revisão;
terceira fonte: Tabela 6 – Resultado método Delphi.
5.3.1.3 Princípio da cadeia de evidências
Cadeia de evidência 1:
O indicador modelo de negócios identificado na dimensão gestão aponta para um fator essencial as empresas, tanto como resultado
de uma cultura empreendedora como para o desenvolvimento de processos e novos modelos de desenvolvimento (DODD, 2002; TIJSSEN, 2006; CASILLAS et al., 2008; WONG; HO; SINGH, 2007).
Cadeia de evidência 2:
O indicador potencial de cliente visto na dimensão mercado representa para as empresas o primeiro grande desafio na
comercialização do seu produto. As pessoas da organização têm consciência segundo o estudo Delphi, que o desenvolvimento da ideias depende das trocas de conhecimento entre o ambiente interno e externo
à organização (91% favorável). Os processos apresentam alinhamento entre estratégia e objetivos da organização (98% favorável) e o monitoramento de práticas e informações externas do ambiente
competitivo agregam valor para as ideias em desenvolvimento (97%favorável).
A evidência é corroborada na literatura por Free e Jong (2009)
ao discutirem a novidade no mercado e a competência na busca de uma rede de inovação. Para Jaw, Lo e Lin (2009) a orientação de mercado e
o esforço de atualização da inovação são determinantes no desenvolvimento de novos serviços.
Cadeia de evidência 3: O indicador Sinapse (apoio financeiro recebido do programa)
na dimensão Capital, revela a importância do programa no fomento as ideias, apontando segundo o Delhpi, que a estrutura organizacional
existente permite a integração do conhecimento aos processos de negócio (98% favorável). A discussão na literatura avança para outros tipos de apoios como o capital de risco (Venture Capital), destacando as
políticas de ganho pelas empresas nascentes (KEUSCHNIGG; NIELSEN, 2003), o valor criado na empresa pelo investimento de risco
153
e a relação com as taxas de inovação (DUSHNITSKY; LENOX, 2005),
a propriedade intelectual nos investimentos de risco (LUO; KOPUT; POWELL, 2009) e o investimento de risco nas empresas nascentes em
universidades (WRIGHT et al., 2006). Cadeia de evidência 4:
O indicador Protótipo Alfa na dimensão Produto aponta que as
ideias estão se materializando ou haviam sido desenvolvidas nessas
empresas. Segundo o Delphi a geração de ideias e o seu desenvolvimento é uma prática cultural na organização (87% favorável),
e a gestão do conhecimento favorece a inovação nos produtos (bens ou serviços) (28% favorável). A efetividade das métrica de produção intelectual (publicações e patentes) nos produtos em desenvolvimento
ou desenvolvidos é alta (46% favorável) e a estrutura organizacional permite a integração do conhecimento aos processos de negócio (desenvolvimento de produtos, novos processos, vendas) (98%
favorável). A literatura aponta para discussões de políticas de
desenvolvimento de produtos intensivos em conhecimento (BELUSSI, 1999), o reconhecimento da oportunidade e a inovação em produtos em empresas nascentes de tecnologia (PARK, 2004), o desenvolvimento de
produtos cooperados (DOWLING; HELM, 2005), o conhecimento tecnológico para o desempenho da inovação em produto (ZHANG et al, 2008) e o problema do conhecimento tácito no desenvolvimento de
configuradores de produto (HAUG, 2010). Cadeia de evidência 5:
O indicador Inovador na dimensão Empreendedor aponta o
perfil dos empreendedores nas empresas, diferenciando-se do perfil de empresarial tradicional.
O estudo Delphi aponta que o empreendedor tem entendimento
do conhecimento como ativo chave na organização (93% favorável), os empreendedores envolvidos no projeto, constroem soluções colaborativas que influenciam resultados (31% favorável) e o
aprendizado é estimulado por meio de atualização externa (38% favorável). As competências internas dos gestores e sua experiência
prévia estimulam os empreendedores a gerar novos conhecimentos (61% favorável).
154
A literatura evidencia o fato por meio da discussão do papel do
empreendedor na formação das oportunidades estratégicas (ÁLVAREZ; MERINO, 2010), a gestão de teorias entre o indivíduo e a organização
na pesquisa empreendedora (CANINA; PALACIOS; DEVECE, 2010), o papel dos cientistas nas universidades envolvidas em práticas comerciais (JAIN; GEORGE; MALTARICH, 2009) e o
empreendedorismo corporativo individual (VU, 2008).
5.3.2 Análise e interpretação dos dados
Nesta etapa do estudo de caso, Yin (1994) propõe a análise
através da categorização, tabulação ou recombinação de provas orientada a proposições da pesquisa.
O uso de estratégias analíticas gerais é recomendado, decorrente de definições incompletas de técnicas anteriormente trabalhadas, e ainda hoje não há uma forma sistematizada de desenvolvimento da análise
(YIN, 1994). Dentre as estratégias gerais de análise, esta dissertação utiliza a
estratégia descrita por Yin (1994, p.126), de ―Confiar em proposições
teóricas‖ que ―levaram ao estudo de caso‖ que se baseia em identificar evidências de relações causais na proposição da teoria, neste caso
representada pelo modelo proposto. Desta forma, baseado no modelo proposto e nas relações
identificadas verificadas no modelo conceitual, estabeleceu-se um
quadro de análise composto pela cadeia de evidências e o conjunto de categorias que se baseiam no quadro de evidências apresentado no apêndice B – Quadro de evidências, ilustrado na figura 27.
155
Figura 27: Aplicação do método analítico.
Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em Yin (1994).
Esta referência cria bases para construção do instrumento de
análise, identificando as relações causais que conferem qualidade ao trabalho (Yin, 1994) permitindo verificar o modelo proposto.
156
Quadro 16: Evidências de verificação do modelo.
Categorias Cadeias de Evidência
Cadeia de
Evidência
1
Cadeia de
Evidência
2
Cadeia de
Evidência 3
Cadeia de
Evidência
4
Cadeia de
Evidência 5
Modelo de
Negócio Mercado Capital Produto
Empreended
or Indivíduo e
a
oportunida
de
Debroux,
2000 Park, 2004
Faltin, 2001
Processo
de
inovação
Dushnitsky;
lenox, 2005
Ponds;
Oort;Frenk
en, 2009
Haug, 2009
Criador de
novos
negócios
ou
organizaçõ
es
Kawagoe,
2000
Keuschnigg;
Nielsen,
2003
Stam at al,
2006
SECI Senker,
1995
Young; Sapienza;
Baumer,20
03
Weber;
weber, 2007
Atividades
intensivas
em
conhecimento
Vuori,
2005
Muller;
Dolloreux, 2008
Maskell,
2001
Antonelli,
2008
Belussi,
1999
Sistemas
de
inovação
Carayannis; Von
Zedtwitz,
2000
Tsaia et al, 2008
Jaw, Lo; Lin, 2009
Freel; Jong,
2009
Dowling;
Helm, 2005
Avlonitis;
Salavou,
2007
Fontes: Elaborado pelo autor, Apendice – B: Quadro de evidências, citações da pesquisa.
157
5.3.2.1 Categoria Indivíduos e oportunidades
A relação de causas identificadas neste quadro é evidenciado ao
pelas evidências empíricas do indivíduo na formação de oportunidades, concebendo modelos de negócios como apresentado por Debroux (2000) ao discutir o estímulo à renovação da indústria Japonesa no pós-
guerra, estimulando o empreendedorismo interno na criação de novas oportunidades e formação de uma cultura empreendedora.
A visão do indivíduo como criador de uma oportunidade é
explorada ainda por Park (2004) ao descrever o processo de descoberta da oportunidade e seu papel na geração da inovação no mercado. Para
Faltin (2001) a discussão é apresentada na formação de uma cultura empreendedora sugerindo a visão de um empreendedor que cria seu próprio trabalho, de forma criativa e integrada.
5.3.2.2 Categoria Processo de Inovação
O processo de inovação é evidenciado ao se tratar do capital refletido na discussão de Dushnitsky e Lenox, (2005) sobre a criação de
valor da empresa pelo capital de risco, apresentado uma relação entre processo de investimento e o valor gerado na empresa.
O processo de inovação ainda é discutido por Ponds, Oort e
Frenken, (2009) ao descrever a relação universidade-indústria e seu papel na formação de redes de empresas do conhecimento. Outra evidência nesta questão é oferecida por Haug (2009) ao discutir a falsa
ilusão do conhecimento tácito nos configuradores de produtos.
5.3.2.3 Categoria Novos negócios ou empresas
A criação de novos negócios ou empresas é evidenciada ao se
tratar do modelo de negócios que Kawagoe (2000) discute ao apresentar os problemas de desenvolvimento das empresas nascentes japonesas, pela falta de uma política baseada em modelos consistentes de negócio.
Nesta categoria, Keuschnigg e Nielsen (2003) apresentam evidências ao discutir a política de taxas do capital de risco para as empresas nascentes. Stam et al. (2006) evidencia esta relação ao apontar
que empreendedores ambiciosos contribuem mais para a criação de novos negócios e o crescimento da economia que empreendedores
tradicionais.
158
5.3.2.4 Categoria Ciclo de Conhecimento (SECI)
Ao se analisar a categoria do ciclo de conhecimento (SECI),
observa-se que é evidenciado ao se tratar de modelos negócios, discutido por Senke (1995) ao avaliar o papel do conhecimento tácito na inovação em especial no processo de codificação, avaliados na indústria
de biotecnologia. A relação com mercado é também evidenciado empiricamente
nesta categoria por Young, Sapienza e Baumer (2001), ao discutir a
criação de valor do conhecimento numa relação comprador-vendedor e sua flexibilidade interorganizacional.
O capital (cadeia de evidência 3) é também relacionado a esta categoria, apresentado na discussão de Weber e Weber, 2007 ao apresentar o capital social sob um novo conceito – relational fit, e sua
influencia entre empresas de capital de risco e outra empresas inovadoras.
5.3.2.5 Categoria Empresas intensivas em conhecimento
Na categoria empresas intensivas em conhecimento, a relação com o modelo de negócio é evidenciado por Vuori (2005) ao discutir o modelo das organizações de serviço intensivas em conhecimento, sob o
conceito de ecossistemas de negócio. Mueller e Doloreux (2008) corrobram esta visão ao apresentar
uma análise sobre estudos empíricos em serviços intensivos em
negócios do conhecimento. Nesta categoria, o mercado é evidenciado por Maskell (2001)
ao discutir a teoria baseada em conhecimento do aglomerado geográfico
de empresas, como forma de criar conhecimento que melhorem a atratividade econômica destes aglomerados.
A categoria é evidenciada pelo capital ao na relação discutida por Antonelli e Teubal (2008) sobre os direitos de propriedade intensiva em conhecimento a evolução do capitalismo de risco identificado em
economias de transição. Ao se tratar de produto, a categoria é evidenciada por Bellusi
(1999) ao discutir na literatura empírica, as políticas de
desenvolvimento para os sistemas locais de produção.
159
5.3.2.6 Categoria Empreendedor
Na categoria sistemas de inovação, os modelos de negócio são
discutidos por Carayannis e Von Zedtwitz, (2000) ao apresentar as melhores práticas que caracterizam redes de incubadoras reais-virtuais na aceleração do processo empreendedor. De forma semelhante, Tsaia
(2008) discute modelos de co-evolução das incubadoras em Taiwan. A referência sobre o mercado nesta categoria é apresentado por
Jaw, Lo e Lin, (2009) na discussão sobre o esforço de inovação no
desenvolvimento de novos serviços orientados a mercado. E visão complementar, Free e Jong (2009) discutem a necessidade da busca de
competência nas redes de inovação decorrente das novidades de mercado.
O desenvolvimento de produtos nesta categoria é apresentado
por Dowling e Helm (2005) ao estudar empresas empreendedoras e identificar o sucesso no desenvolvimento de produtos cooperados.
Por fim, ao se discutir o empreendedor nesta categoria,
Avlonitis e Salavou, (2007) enfatizam a orientação empreendedora nas pequenas e médias empresas e sua capacidade de inovação e
desempenho.
160
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
A pesquisa proposta nesta dissertação, orientou a concepção de
um modelo de empreendedorismo inovador em organizações intensivas em conhecimento, com base nas concepções do empreendedorismo como um processo de inovação e como criador de organizações
(ROCHA; BIRKINSHAW, 2007), na teoria de criação de conhecimento na empresa (NONAKA, 1991) e na visão baseada no conhecimento (NONAKA, 1991; 1994; NELSON; WINTER, 1982).
Identificou-se que estas concepções do empreendedorismo, governam o fenômeno do empreendedorismo inovador baseando-se nos
estudos do Global Entrepreneurship Monitor Report (GEM) (KELLEY; BOSMA; AMORÓS, 2011) e do Global Innovation Index 2009-10 report (2010). Neste sentido, a pesquisa apontou que a
realidade das empresas avaliadas para verificação do modelo, apontou que os empreendedores possuem familiaridade com os termos gestão do conhecimento, inovação e empreendedorismo. Isto pode ser observado
com o resultado do questionário aplicado junto as empresas obtendo-se 67% das respostas na categoria Totalmente.
Baseados no conhecimento prévio dos empreendedores e na busca sistemática de literatura, foi possível identificar os constructos que compõe o modelo e suas relações, possibilitando propor uma
concepção do modelo de empreendedorismo inovador baseado em conhecimento.
Desta forma, conclui-se neste capítulo, que a dissertação atinge
os objetivos geral e específicos propondo uma resposta a questão de pesquisa, segundo a hipótese construída e enunciada.
No capítulo 2, o mapeamento inicial de literatura possibilitou
formar quadros sobre o empreendedorismo inovador, a gestão do conhecimento e as organizações intensivas em conhecimento, discutidas
com base nas teorias que os fundamentam. Nas teorias que criam as concepções do empreendedorismo
(ROCHA; BIRKINSHAW, 2007) observa-se que a inovação surge no
processo de reconhecimento da oportunidade (Park, 2005), envolvendo o indivíduo no processo de descoberta e da lucratividade da oportunidade (SHANE; VENKATARAMAN, 2000).
Nesta relação entre o empreendedor e a oportunidade, Eckhardt e Shane (2003) apontam o papel do conhecimento na geração da
inovação, discutido nos ciclos de criação e conversão do conhecimento (NONAKA, 1991).
161
A capacidade das organizações em criar, transferir e
compartilhar conhecimentos provendo suporte a inovação, é apontado por Kettunem (2009) como a fonte de criação da vantagem competitiva
dessas organizações. Conclui-se portanto, que a fundamentação teórica apresentada
neste capítulo, permite construir uma visão do empreendedorismo
inovador baseado em conhecimento como forma de promover a inovação e a competitividade das organizações.
No Capítulo 3, foi apresentado os procedimentos metodológicos
segundo a Pirâmide metodológica de Schreiber et al (2000), observando-se que a visão de mundo como base da pirâmide, define um
conjunto de metáforas segundo a fundamentação teórica do capítulo 2, permitindo criar uma visão do paradigma vigente - funcionalista no tema de pesquisa.
A aplicação da revisão exploratória de literatura segundo o procedimento de uma busca sistemática, aponta para a necessidade de procedimentos mais intensos na área de gestão do conhecimento que
permitam estabelecer uma metodologia, que considere uma área interdisciplinar, para aplicação futura de uma revisão sistemática de
literatura. A utilização da técnica Delphi permitiu conhecer melhor a
realidade das empresas e dos especialistas envolvidos na pesquisa,
criando convergência nos resultados da pesquisa. Conclui-se neste capítulo, que os procedimentos adotados nesta
dissertação, criaram um caminho de construção e atendimento dos
objetivos propostos na pesquisa, integrando o contexto do tema abordado no capitulo 1 e a fundamentação teórica elaborada no capítulo 2.
No capítulo 4 pode-se observar nos resultados da revisão, a lacuna encontrada no escopo da literatura, que aborde simultaneamente
os temas empreendedorismo inovador, gestão do conhecimento e organizações intensivas em conhecimento.
Com base nesta lacuna, identificou-se um conjunto de artigos
que possibilitaram a proposição de um esboço conceitual do artefato a ser concebido. Este esboço foi então submetido aos especialistas para uma verificação, que permitiram propor o modelo de empreendedorismo
inovador baseado em conhecimento. O uso do método da revisão de literatura seguindo a orientação
do NHS CRD Report n.4, 2th edition (2001), apresentou relativa dificuldade, pois a metodologia é desenhada para a área médica que possuem características e condições de diagnóstico clínico que se
162
adéquam a este método. Boas práticas de uso desta metodologia
começam a surgir e difundem seus resultados amplamente, apontando uma tendência no uso deste método.
Para fins desta dissertação, o painel de revisão foi concebido pelos especialistas do Programa Sinapse da Inovação e os contemplados no programa.
A recomendação de um segundo pesquisador para interação na seleção dos estudos primários contribui em muito no processo de pesquisa, entretanto para esta dissertação, este fato é considerado como
um fator limitante. Conclui-se neste capítulo, que o modelo proposto pode ser
compreendido como um quadro de referência que cria uma nova abordagem para o tema de pesquisa, gerando alternativas de transformação das oportunidades em novos negócios, processos de
inovação e sistemas de inovação, através da proposição de valor que os modelos de negócio possibilitam gerar.
No capitulo 5 foi utilizado o Programa Sinapse da Inovação
como estudo de caso para o modelo proposto. O programa em si concebido empiricamente e aplicado em todo o estado Catarinense,
apontou o potencial empreendedor local em gerar novos empreendimentos.
O emprego do método do estudo de caso, foi realizado
considerando caso único que resultou em um conjunto de evidências que permitiram identificar relações causais com o quadro de referência.
A concepção do modelo de empreendedorismo inovador
baseado em conhecimento, revela que existem evidências teóricas e empíricas que fundamentam sua proposição e verificação como apresentado neste capítulo.
A aplicação do método do estudo de caso contribui de forma sistêmica na construção de um conjunto de fatos lógicos, segundo a
orientação de Yin (1994, 2001, 2005) identificando relações causais que possibilitam o reconhecimento de padrões (PETTIGREW, 1997).
No estudo de caso apresentado nesta dissertação, os dados
relativos a operação 2010 do Programa Sinapse da Inovação não foram utilizados, decorrente do atraso na divulgação dos resultados oficiais do programa, inviabilizando seu uso.
Verifica-se neste capítulo que o modelo através do método do estudo de caso, apresenta o "como, e o porque" apontados por Yin
(2005) para descrever a natureza complexa de um fenômeno. Finalmente, conclui-se que a pesquisa contribuiu para lacuna
de conhecimento identificada no capítulo 2, entre as áreas do
163
empreendedorismo, da gestão do conhecimento e das organizações
intensivas em conhecimento, por meio da concepção de um modelo de empreendedorismo inovador baseado em conhecimento.
6.1 RECOMENDAÇÕES
A aplicação do modelo proposto junto às organizações
intensivas em conhecimento, permite fortalecer iniciativas como o Programa Sinapse da Inovação no estímulo a formação de uma cultura não somente empreendedora e inovadora, mas baseada no conhecimento
como ativo intrínseco as atividades inovativas. Recomenda-se que a aplicação do modelo seja ainda
aprimorada em novas pesquisas sobre o tema, aprofundando a investigação sobre o reconhecimento de padrões pode meio de outras técnicas.
Sugere-se que novas verificações teóricas e empíricas sejam empreendidas para que possam, em algum momento, sugerir generalizações sobre o tema, contribuindo na construção de uma nova
teoria.
164
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193
APÊNDICES
194
Apêndice A - Lista dos artigos incluídos na revisão
Lista dos artigos incluídos na revisão
ID Título Autor Ano
1 The innovative organization VRAKKING, W.J. 1990
2 Learning by knowledge-intensive firms STARBUCK, W.H. 1992
3 Organizations as rhetoric: knowledge-
intensive ALVESSON, M. 1993
4
Supporting knowledge diversity in
knowledge intensive firms: A new
frontier for informationa System Design
BOLAND, R.,J.; TENKASI, R.,V.;
MAHESHWARI, A., K.; 1994
5 University-related science parks —
‗seedbeds‘ or ‗enclaves‘ of innovation? FELSENSTEIN, D. 1994
6 Information, Knowledge, Vision and
Theories of the Firm FRANSMAN, M. 1994
7
Using R&D cooperative arrangements
to leverage managerial experience: A
study of technology-intensive new
ventures
MCGEE, J., E.; DOWLING, M., J. 1994
8 A Dynamic Theory of Organizational
Knowledge Creation NONAKA, I. 1994
9 Tacit Knowledge and Models of
Innovation SENKER, J. 1995
10 Innovation and Entrepreneur ship:
Schumpeter Revisited HAGEDOORN, J. 1996
11
A recent exploratory insight on the
profile of the innovative entrepreneur:
conclusions from a cross-tabs analysis
MARCH, I.; YAGUE, R., M. 1997
12 Adaptive Entrepreneurship and the
Economic Development of Hong Kong YU, T., F., L. 1998
13
The evolution of the industrial
organisation of the production of
knowledge
ANTONELLI, C. 1999
14
Policies for the development of
knowledge-intensive local production
systems
BELUSSI, F. 1999
15
Policies for the development of
knowledge-intensive local production
systems
BELUSSI, F. 1999
195
16 Competencies for Innovative
Entrepreneurship FALTIN, G. 1999
17 Knowledge Search in International
Cooperative Ventures SHENKAR, O.; LI, J. 1999
18
Profiling the knowledge worker in the
knowledge-intensive organization:
Emerging roles
TOVSTIGA, G. 1999
19 Entrepreneurship as a Scientific
Research Programme VECIANA, J., M.; 1999
20 Linking Entrepreneurship and Economic
Growth WENNEKERS, S.; THURIK, R. 1999
21 Knowledge management in academia: A
proposed framework PICCOLI, G.; AHMAD, R.; IVES, B. 2000
22 Proactive Behavior in Organizations CRANT, J., M. 2000
23 The role of the venture business culture
in the renewal of Japanese industry DEBROUX, P. 2000
24 Business start-ups in japan: problems
and policies KAWAGOE, Y., I., M. 2000
25 Venture Support Systems Project: Angel
Investors LINDE; L.; PRASAD, A. 2000
26 Knowledge, Innovative Activities and
Industrial Evolution MALERBA, F.; ORSENIGO, L. 2000
27
The Structure of Problem-solving
Knowledge and the Structure of
Organizations
MARENGO, L.; DOSI, G.;
LEGRENZI, P.; PASQUALI, C. 2000
28 Prior Knowledge and the Discovery of
Entrepreneurial Opportunities SHANE, S. 2000
29
Levels of Analysis in Entrepreneurship
Research: Current Research Practice and
Suggestions for the Future
DAVIDSSON, P.; WIKLUND, J.; 2001
30
Many are Called, but Few are Chosen:
An Evolutionary Perspective for the
study of Entrepreneurship
ALDRICH, H., E.; MARTINEZ, A., A.; 2001
31
Knowledge management in
organizations: examining the interaction
between technologies, techniques, and
people
BHATT, G., D. 2001
32
Knowledge
Spillovers
and Local
Innovation
Systems: A
Critical
Survey
BRESCHI,
S.;
LISSONI, F.
2001
33 Creating a Culture of Innovative
Entrepreneurship FALTIN, G. 2001
196
34
Explaining innovative efforts of SMEs.
An exploratory survey among SMEs in
the mechanical and electrical
engineering sector in The Netherlands
KEIZER, J., A.; DIJKSTRA, L.;
HALMAN, J., I., M. 2001
35 Home base and knowledge management in international ventures
KUEMMERLE, W. 2001
36 Towards a Knowledge-based Theory of
the Geographical Cluster MASKELL, P. 2001
37
The Assimilation of Knowledge
Platforms in Organizations: An
Empirical Investigation
PURVIS, R., L.; SAMBAMURTHY,
V.; ZMUD, R., W. 2001
38
Mainstreaming corporate
entrepreneurship: leadership at every
level of organizations
ALLAN R. COHEN, A., R; MADDEN,
E., A. 2002
39
Startup size and the mechanisms of
external learning: increasing opportunity
and decreasing ability?
ALMEIDA, P.; DOKKO, G.;
ROSENKOPF, L. 2002
40 O Processo de Inovação em Empresas
Intensivas em Conhecimento BIGNETTI, L., P. 2002
41
Corporate Entrepreneurship: Lessons
from the Field, Blind Spots and
Beyond...
BOUCHARD, V. 2002
42 Local Knowledge : Innovation in the
Networked Age BROWN, J., S.; DUGUID, P. 2002
43
The Reality of the Global, Digital
Workplace: Innovation
in Knowledge Management
EDGAR, W. B.; CHAPMAN, M.;
MOULTON, M. E.; ROGERS, A., E.;
DOBBINS, J., D.;
2002
44 Metaphors and meaning A grounded
cultural model of us entrepreneurship DODD, S., D. 2002
45
Developmental financial institutions as
technology policy instruments:
implications for innovation and
entrepreneurship in emerging economies
GEORGE, G.; PRABHU, G., N. 2002
46 Network-based research in
entrepreneurship A critical review HOANG, H.; ANTONCIC, B. 2002
47
Corporate entrepreneurship through
radical innovation: key organization and
initiative level mechanisms
KELLEY, D.; NECK, H., M.;
O'CONNOR, G., C.; PAULSON, A. 2002
48 An enterprise-wide knowledge
management system infrastructure LEE, S., M. 2002
49
Offshore knowledge incubation: the
"third path" for embedding R&D labs in
foreign systems of innovation
LEHRER, M.; ASAKAWA, K. 2002
197
50 Technological Regimes and Sources of
Entrepreneurship MARSILI, O. 2002
51 The Central Role of Entrepreneurs in
Transition Economies MCMILLAN, J.; WOODRUFF, C. 2002
52
From a corporate venture to an
independent company: a base for a
taxonomy for corporate spin-off firms
PARHANKANGAS, A.; ARENIUS, P. 2002
53
The development of university spin-
offs: early dynamics of technology
transfer and networking
PEREZ, M., P.; SANCHEZ, A., M. 2002
54
Science-industry relationships in france:
entrepreneurship and innovative
institutions
QUÉRÉ, M.; 2003
55 The networked business incubator—
leveraging entrepreneurial agency? BOLLINGTOFT, A.; ULHOI, J., P. 2003
56
Architecting gloCal (global-local), real-
virtual incubator networks (G-RVINs)
as catalysts and accelerators of
entrepreneurship in transitioning and
developing economies: lessons learned
and best practices from current
development and business incubation
practices
CARAYANNIS, E., G.; VON
ZEDTWITZ, M. 2003
57
Twenty years after Nelson and Winter's
An Evolutionary Theory of Economic
Change: a preface on knowledge, the
nature of organizations and the patterns
of organizational changes
DOSI, G.; MALERBA, F.; TEECE, D. 2003
58
Knowledge without Goals? Evaluation
of Knowledge Management
Programmes
HELLSTRÖM, T.; JACOB, M. 2003
59 Start-ups, venture capitalists, and the
capital gains tax KEUSCHNIGG, C.; NIELSEN, S., B. 2003
60 Tax policy, venture capital, and
entrepreneurship KEUSCHNIGG, C.; NIELSEN, S., B. 2003
61 Knowledge Processes: On Overview of
the Principal Models
ORTIZ-LAVERDE, A., M., O.;
BARAGANO, A., F.; DOMÍNGUEZ,
J., M., S.
2003
62
Knowledge management enablers,
processes, and organizational
performance: An integrative view and
empirical examination
LEE, H.; CHOI, B. 2003
63
Valuing Internal vs. External
Knowledge Explaining the Preference
for Outsiders
MENON, T.; PFEFFER, J. 2003
64 Science parks and incubators:
observations, synthesis and future
PHAN, P., H.; SIEGEL, D., S.;
WRIGHT, M. 2003
198
research
65
From 'industrial districts' to 'knowledge
clusters': a model of knowledge
dissemination and competitive
advantage in industrial agglomerations
PINCH, S.; HENRY, N.; JENKINS, M.;
TOLLMAN, S. 2003
66
From 'industrial districts' to 'knowledge
clusters': a model of knowledge
dissemination and competitive
advantage in industrial agglomerations
PINCH, S.; HENRY, N.; JENKINS, M.;
TOLLMAN, S. 2003
67
The flow of ideas and timing of
evaluation as determinants of
knowledge creation
SESHADRI, S.; SHAPIRA, Z. 2003
68
Learning-by-Hiring: When Is Mobility
More Likely to Facilitate Interfirm
Knowledge Transfer?
SONG, J.; ALMEIDA, J.; WU, G. 2003
69
The Affordable Resources strategy and
the Milieux Embeddedness strategy as
alternative approaches to facilitating
innovation in a
knowledge-intensive industry
WILLOUGHBY, K., W. 2003
70
The influence of flexibility in buyer-
seller relationships on the
productivity of knowledge
YOUNG, G.; SAPIENZA, H.;
BAUMER, D. 2003
71 What is a knowledge-based
organization? ZACK, MICHAEL, H. 2003
72 Rethinking the Knowledge-Based
Organization ZACK, MICHAEL, H. 2003
73
The Mediating Role of Corporate
Entrepreneurship in the Organizational
Support-Performance Relationship: An
Empirical Examination
ANTONCIC, B.; ZORN, O.; 2004
74
An exploratory study on the emergence
of management control systems:
formalizing human resources in small
growing firms
DAVILA, T. 2004
75
William J. Baumol: An Entrepreneurial
Economist on the Economics of
Entrepreneurship
ELIASSON, G.; HENREKSON, M.; 2004
76
Corporate Entrepreneurship: An insight
into organizational structures and
behaviors that encourage entrepreneurial
culture
ESADE MBA BUSINESS REVIEW 2004
77 Innovation Management and the
Knowledge-Driven Economy
European Commission Directorate-
general for Enterprise 2004
78 A systematic Review of Business
Incubation research HACKETT, S., M.; DILLS, D., M. 2004
199
79 Knowledge Networks: Innovation
Through Communities of Practice HILDRETH, P., M. 2004
80 Stimulating innovation through
corporate venture bases HUSTED, K.; VINTERGAARD, C. 2004
81 Entrepreneurship and innovation in the
agri-food system
KNUDSON, W.; WYSOCKI, A.;
CHAMPAGNE, J.; PETERSON, H., C. 2004
82
Corporate diversification: identifying
new businesses systematically in the
diversified firm
LICHTENTHALER, E. 2004
83 Knowledge Reuse for Innovation MAJCHRZAK, A.; COOPER, L., P.;
NEECE, O., E. 2004
84
Ecological entrepreneurship: sustainable
development in local communities
through quality food production and
local branding
MARSDEN, T.; SMITH, E. 2004
85
Opportunity recognition and product
innovation in entrepreneurial hi-tech
start-ups: a new perspective and
supporting case study
PARK, J., S. 2004
86 Networking and innovation: a
systematic review of the evidence
PITTAWAY, L.; ROBERTSON, M.;
MUNIR, K.; DENYER, D.; NEELY, A. 2004
87
University start-up formation and
technology licensing with firms that go
public: a resource-based view of
academic entrepreneurship
POWERS, J., B.; MCDOUGALL, P., P. 2004
88
Improving the implementation of
evidence-based pratice: a KM
perspective
SANDARS, J.; HELLER, R.; 2004
89 Knowledge transformers: A link
between learning and creativity SIM, S., K.; DUFFY, A., H., B. 2004
90 Patterns of knowledge flows and MNE
innovative performance YAMIN, M.; OTTO, J. 2004
91 Case Studies in Knowledge
Management JENNEX, M., E. 2005
92 University spillovers and new firm
location
AUDRETSCH, D., B.; LEHMANN, E.,
E.; WARNING, S. 2005
93
Entpreprenerial Universities and
Technology Transfer: A Conceptual
Framework for Understanding
Knowledge-Based Economic
Development
BERCOVITZ, J.; FELDMANN, M. 2005
94 Exploring the role of proximity in SME
knowledge-acquisition DAVENPORT, S. 2005
200
95
Product development success through
cooperation: A study of entrepreneurial
firms
DOWLING, M.; HELM, R. 2005
96 When does corporate venture capital
investment create firm value? DUSHNITSKY, G.; LENOX, M., J. 2005
97
When do incumbents learn from
entrepreneurial ventures? Corporate
venture capital and investing firm
innovation rates
DUSHNITSKY, G.; LENOX, M., J. 2005
98
An exploration of corporate
entrepreneurship: venturing signatures
and their underlying dynamics
FURST, M., R 2005
99
Ethnic Entrepreneurship and Ethnic
Identity: A Case Study among the
Liangshan Yi (Nuosu) in China
HEBERER, T. 2005
100
Knowledge Management Metrics: A
Review and Directions for Future
Research
KANKANHALLI, A.; TAN, B., C., T. 2005
101 Pioneers in entrepreneurship research LANDSTRÖM, H.; 2005
102 Firm networks and firm development:
The role of the relational mix
LECHNER, C.; DOWLING, M.;
WELPE, I. 2005
103
Literature Review As Creative Inquiry :
Reframing Scholarship as a Creative
Process
MONTUORI, A.; 2005
104
What Really is a Knowledge-Intensive
Firm?
- (Re)Framing Research in the
―Knowledge Economy‖
RYLANDER, A 2005
105 Entrepreneurship as a source of path
dependency STABER, U. 2005
106
Using knowledge within small and
medium-sized firms: A systematic
review of the evidence
THORPE, R.; HOLT,R.,
MAcPHERSON, A., PITTAWAY,L.; 2005
107
Knowledge-Intensive Service
Organizations as
Agents in a Business Ecosystem
VUORI, E.,K. 2005
108 Innovation management measurement:
A review
ADAMS, R.; BESSANT, J.,; PHELPS,
R.; 2006
109
The Two Faces of Entrepreneurship,
Part 1: Replicative Entrepreneurs Serve
Growing Population
CAREY, W., P. 2006
110
The Two Faces of Entrepreneurship,
Part 2: Innovative Entrepreneurs Bring
New Wealth to the Economy
CAREY, W., P. 2006
111 The Role of Knowledge in Business
Start-up Activity CLERCQ, D.; ARENIUS, P. 2006
112
Inertia in Japanese Organizations:
Knowledge Management Routines and
Failure to Innovate
COLLINSON, S.; WILSON, D., C. 2006
201
113
Information, appropriability, and the
generation of innovative knowledge four
decades after Arrow and Nelson: an
introduction
DOSI, G.; MALERBA, F.; RAMELLO,
G., B.; SILVA, F. 2006
114
Entrepreneurial Signaling via
Education: A Success Factor in
Innovative Start-Ups
GELLNER, U., B.; WERNER, A.; 2006
115 Bad company? The ambiguity of
personal knowledge networks GRABHER, G.; IBERT, O. 2006
116
Historicising knowledge-intensive
organizations: the case of Bletchley
Park 1939-1945
GREY, C.; STURDY, A. 2006
117 Entrepreneurs from Technology-Based
Universities: Evidence from MIT
HSU, D., H.; ROBERTS, E., B.;
EESLEY, C., E. 2006
118 In Search of New Knowledge: Its
Origins and Destinations KOO, J. 2006
119
Corporate Entrepreneurship
Characteristics and Organizational
Innovativeness of Large Enterprises in
Thailand
LEE, S., M.; 2006
120
Knowledge, learning and small firm
growth: A systematic review of the
evidence
MACPHERSON, A.; HOLT, R. 2006
121
Exploring the knowledge filter: How
entrepreneurship and university-industry
relationships drive economic growth
MUELLER, P. 2006
122 The Spirit of Entrepreneurship: Beyond
Limitations NANDRAM, S., S.; SAMSOM, K., J. 2006
123
Innovative Small and Medium-Sized
Entrepreneurship: Challenges of
Development
OPORA RUSSIA 2006
124 What is the best policy for innovative
entrepreneurship?
PIERGIOVANNI, R.; SANTARELLI,
E. 2006
125
The geography of learning and
knowledge acquisition among Asian
latecomers
POON, J., P., H.; HSU, J., Y.;
JEONGWOOK, S. 2006
126
A platform for innovative
entrepreneurship and European
innovation education, experiences from
PDP, PIP and FLPD
REINIKAINEN, M., T.; FALLAST, M. 2006
127
Re-thinking corporate entrepreneurship
and venturing: a case study in the italian
food industry
SCIASCIA, S.; DE VITA, R.;
ALBERTI, F.; POLI, A. 2006
128 Ashoka's big idea: Transforming the
world through social entrepreneurship SEN, P. 2006
202
129 High-Growth Entrepreneurs, Public
Policies, and Economic Growth
STAM, E.; SUDDLE, K.; HESSELS, J.;
STEL, A., V. 2006
130
Universities and industrially relevant
science: Towards measurement models
and indicators of entrepreneurial
orientation
TIJSSEN, R., J., W. 2006
131 University spin-out companies and
venture capital
WRIGHT, M.; LOCKETT, A.;
CLARYSSE, B.; BINKS, M. 2006
132
Entrepreneurship and Growth: The Need
to Combine Micro and Macro
Perspectives
SOOGARD, V. 2007
133
Alliances, corporate technological
entrepreneurship and firm performance:
Testing a model on manufacturing firms
ANTONCIC, B.; PRODAN, I. 2007
134 New frontiers in entrepreneurship:
Strategy, Governance and Evolution
AUDRETSCH, D.; DAGNINO, G., B.;
FARACI, R.; HOSKISSON, R. 2007
135
Entrepreneurial orientation of SMEs,
product innovativeness, and
performance
AVLONITIS, G., J.; SALAVOU, H., E. 2007
136
Urban competitiveness in the knowledge
economy: Universities as new planning
animateurs
BENNEWORTH, P.; HOSPERS, G.; J. 2007
137 Demography and Innovative
Entrepreneurship
BÖNTE, W.; FALCK, O.; HEBLICH,
S. 2007
138 Accounting for the horizontal
organization: A review essay CHENHALL, R., H. 2007
139
A sharing-driven continuous-learning
approach to knowledge management in
knowledge-intensive small firms
DENG, P., S. 2007
140 Innovations, Stakeholders &
Entrepreneurship DEW, N.; SARASVATHY, S., D. 2007
141
BEPART Case - Aarhus:
Entrepreneurship - From Opportunity to
Action -The Entrepreneurial Process
DREISLER, P. 2007
142
Innovative competence, exploration and
exploitation: The influence of
technological diversification
GARCÍA, C., Q.; VELASCO, C., A., B. 2007
143
The competitive advantage of early and
rapidly internationalising SMEs in the
biotechnology industry: A knowledge-
based view
GASSMANN, O.; KEUPP, M., M. 2007
144 Creating knowledge: the power and
logic of articulation HÄKANSON, L. 2007
145
Hands-On Knowledge Co-Creation and
Sharing: Practical Methods
&Techniques
KAZI, A., S.; WOHLFART, L.;
WOLF, P. 2007
203
146 Corporate entrepreneurship KOLLMANN, T.; STÖCKMANN, C. 2007
147
Corporate Entrepreneurship: An
Empirical Study of the Importance of
Strategic Considerations in the Creation
of Radical Innovation
LASSEN, A., H. 2007
148
Relationships between knowledge
inertia, organizational learning and
organization innovation
LIAO, S.; FEI, W., C.; LIU, C., T. 2007
149
A stage model of knowledge
management: an empirical investigation
of process and effectiveness
LIN, H., F. 2007
150
Technology Entrepreneurs' Human
Capital and Its Effects on Innovation
Radicalness
MARVEL, M., R.; LUMPKIN, G., T. 2007
151 On the way to creativity: Engineers as
intrapreneurs in organizations
MENZEL, H., C.; AALTIO, I.; ULIJN,
J., M. 2007
152 Innovative entrepreneurship in the UK National Endowment for Science
Technology and the Arts 2007
153
Looking beyond resources: Exploring
the importance of entrepreneurship to
firm-level competitive advantage in
technologically
intensive industries
NEWBERT, S.; GOPALAKRISHNAN,
S.; KIRCHHOFF, B., A. 2007
154 What is the value of entrepreneurship?
A review of recent research
PRAAG, C., M., V.; VERSLOOT, P.,
H.; 2007
155 Entrepreneurship turnover and
endogenous returns to ability SAMI, H.; CRIFO, P. 2007
156 Entrepreneurship and the process of
firms' entry, survival and growth SANTARELLI, E.; VIVARELLI, M. 2007
157
Corporate venture capital as a means of
radical innovation: Relational fit, social
capital, and knowledge transfer
WEBER, B.; WEBER, C. 2007
158 The Four Models of Corporate
Entrepreneurship WOLCOTT, R., C.; LIPPITZ, M., J. 2007
159
Towards an ''Entrepreneurial
University'' Model to Support
Knowledge-Based Economic
Development: The Case of the National
University of Singapore
WONG, P., K.; HO, Y., P.; SINGH, A. 2007
160
Knowledge conversion capability and
the performance of corporate and
university spin-offs
ZAHRA, S., A.; VELDE, E., V.;
LARRAÑETA, B. 2007
204
161 Entrepreneurship and competitiveness
dynamics in Latin America ACS, Z., J.; AMOROS, J., E. 2008
162
Longitudinal analysis of
entrepreneurship and competitiveness
dynamics in Latin America
AMOROS, J., E. ; CRISTI, O. 2008
163 Knowledge-intensive property rights
and the evolution of venture capitalism ANTONELLI, C. 2008
164
Pecuniary knowledge externalities: the
convergence of directed technological
change and the emergence of innovation
systems
ANTONELLI, C. 2008
165 On Managing Users' Attention in
Knowledge-Intensive Organizations
APOSTOLOU, D.; KARAPIPERIS, S.;
STOJANOVIC, N. 2008
166
University-industry knowledge and
technology transfer in Switzerland:
What university scientists think about
co-operation with private enterprises
ARVANITIS, S.; KUBLI, U.;
WOERTER, M. 2008
167 Small enterprises, large firms,
productivity growth and wages BAUMOL, W., J. 2008
168
Sources of innovation and industry-
university interaction: Evidence from
Spanish firms
BLASCO, A., S.; CAROD, J., M., A. 2008
169 Creating University Spin-Offs: A
Science-Based Design Perspective
BURG, E., V.; ROMME, A., G., L.;
GILSING, V., A.; REYMEN, I., M., J. 2008
170
An integrative model of the role of
knowledge in the internationalization
process
CASILLAS, MORENO, A., M.;
ACEDJ., C.; O, F., J.; GALLEGOA, M.,
A.; RAMOSA, E.
2008
171 Entrepreneurial aspirations, motivations,
and their drivers
HESSELS, J.; GELDEREN, M., V.;
THURIK, R. 2008
172
Novelty and new firm performance: The
case of employment systems in
knowledge-intensive service
organizations
JENNINGS, J., E.; JENNINGS, P., D.;
GREENWOOD, R. 2008
173
An empirical investigation of
knowledge management and innovative
performance: The case of alliances
JIANG, X.; LI, Y. 2008
174
Entrepreneurial Ventures in Higher
Education : Analysing Organizational
Growth
JONES, O.; MACPHERSON, A.;
WOOLLARD, D. 2008
175
Exploring knowledge management to
organizational performance outcomes in
a transitional economy
KIESSLING, T., S.; RICHEY, R., G.;
MENG, J.; DABIC, M. 2008
205
176 Walls and bridges: knowledge spillover
between 'superdutch' architectural firms KLOOSTERMAN, R., C. 2008
177 Why are some entrepreneurs more
innovative than others? KOELLINGER, P. 2008
178 A missing link in our understanding of
the knowledge economy LANDSTROM, H. 2008
179
Exploring and exploiting knowledge -
Research on knowledge processes in
knowledge-intensive organizations
MÄKI, E. 2008
180
A knowledge management approach to
organizational competitive advantage:
Evidence from the food sector
MASSA, S.; TESTA, S. 2008
181 Entrepreneurship Training for
Innovative Start-Ups: The KTC Case MILIUS, P.; SARKIENE, J. 2008
182 Location, control and innovation in
knowledge-intensive industries MUDAMBI, R. 2008
183 What we should know about
knowledge-intensive business services MULLER, E.; DOLOREUX, D. 2008
184 Corporate venturing and value creation:
A review and proposed framework
NARAYANAN, V., K.; YANG, Y.;
ZAHRAC, S., A. 2008
185
Entrepreneurial Orientation and
Business Performance: An Assessment
of Past Research and Suggestions for the
Future
RAUCH, A.; WIKLUND, J.;
LUMPKIN, G., T.; FRESE, M. 2009
186
Knowledge management as a
mechanism for technological and
organizational change management in
Israeli universities
SHOHAM, S.; PERRY, M.; 2008
187
Managing information and distributing
knowledge in a knowledge-intensive
business environment
SOINI, J. 2008
188 The Entrepreneurship - Development
Nexus STOUGH, R., R. 2008
189
The co-evolution of business incubation
and national innovation systems in
Taiwan
TSAIA, F., S.; HSIEH, L., H., Y.;
FANG, S., C.; LIN, J., L. 2008
190
When is the whole bigger than the sum
of its parts? Bundling knowledge stocks
for innovative sucess
TZABBAR, D.; AHARONSON, B., S.;
AMBURGEY, T., L.; AL-LAHAM, A. 2008
191 Individual Corporate Entrepreneurship VU, J. 2008
206
192
What contributes to the enhanced use of
customer, competition and technology
knowledge for product innovation
performance? A survey of multinational
industrial companies' subsidiaries
operating in China
ZHANG, Scott HOENIG, J., Z.;
BENEDETTO, A., D.; LANCIONI, R.,
A.; PHATAK, A.
2008
193
Knowledge management and innovation
strategy: The challenge for latecomers
in emerging economies
LI, J.; KOZHIKODE, R.; K. 2008
194
The Challenges of Collaborative
Knowledge Creation in Open Innovation
Teams
A.A.M., E., C., J.; BIEMANS, V., H.,
JA.; ONNO, M., M. 2009
195
Designing Integrative Knowledge
Management Systems: Theoretical
Considerations and Practical
Applications
ARDICHVILI, A.; YOON, S. 2009
196
Knowledge creation, entrepreneurship,
and economic growth: a historical
review
CARLSSON, B.; ACS, B., Z., J.;
AUDRETSCH, D., B.;
BRAUNERHJELM, P.
2009
197
Organizing community-based research
knowledge between universities and
communities: lessons learned
CARRASCO, F., I.; ALCALA, P.; R. 2009
198
Knowledge Management in
Perspectives: An Analysis of Project
Management in Two Companies
CHRISTENSEN, K., S.; BUKH, P., N. 2009
199 Factors Critical to Knowledge
Management Success CONLEY, C., A.; ZHENG, W. 2009
200
Innovation in Organizations : A Review
of the Role of Organizational Learning
and Knowledge Management
DASGUPTA, M.; GUPTA, R., K. 2009
201 Market novelty, competence-seeking
and innovation networking FREEL, M.; JONG, J., P., J. 2009
202
Academic spin-offs at different ages: A
case study in search of key obstacles to
growth
GEENHUIZEN, M., V.; SOETANTO,
D., P. 2009
203 Urban economics and entrepreneurship GLAESER, E., L.; ROSENTHAL, S.,
S.; STRANGE, W., C. 2009
204
Historicising knowledge-intensive
organizations: The case of Bletchley
Park
GREY, C.; STURDY, A. 2009
205 Beyond hubris: How highly confident
entrepreneurs rebound to venture again
HAYWARD, M., LA.; FORSTER, W.,
R.; SARASVATHY, S., D.;
FREDRICKSON, B., L.
2009
206
Academics or entrepreneurs?
Investigating role identity modification
of university scientists involved in
commercialization activity
JAIN, S.; GEORGE, G.; MALTARICH,
M. 2009
207
207
The determinants of new service
development: Service characteristics,
market orientation, and actualizing
innovation effort
JAW, C.; LO, J., Y.; LIN, Y., H. 2009
208 Knowledge management: does capture impede creation?
JENSEN, P., H.; WEBSTER, E. 2009
209
Human Resource Management and
Innovation: What are Knowledge-
Intensive Firms Doing?
Jorgensen, F.; Becker, K.; Matthews, J. 2009
210
Does external knowledge sourcing
matter for innovation? Evidence from
the Spanish manufacturing industry
JURADO, J., V.; GRACIA, A., G.;
LUCIO, I., F. 2009
211
The role of innovative global
institutions in linking knowledge and
action
KERKHOFF, L., V.; Szlezak, N., A. 2009
212
Strategic Corporate Entrepreneurship -
A Case Study on the Basis of the
Configuration Approach
KRAUS, S. 2009
213
Intellectual capital or signal? The effects
of scientists on alliance formation in
knowledge-intensive industries
LUO, X., R.; KOPUT, K., W.;
POWELL, W., W. 2009
214
Tacit Knowledge and Knowledge
Conversion: Controversy and
Advancement in Organizational
Knowledge Creation Theory
NONAKA, I.; KROGH, G., V. 2009
215 The crash of the knowledge economy PAGANO, U.; ROSSI, M., R. 2009
216 Sustainability-driven entrepreneurship:
Principles of organization design PARRISH, B., D. 2009
217
A Model of Organizational Knowledge
Management Maturity Based on People,
Process, and Technology
PEE, L., G.; KANKANHALLI, A. 2009
218 The Meaning of Entrepreneurship: A
Modular Concept PENEDER, M. 2009
219 "This deal is dead!" a longitudinal study
of VC decision making PETTY, J., S.; GRUBER, M.; 2009
220
Innovation, spillovers and university-
industry collaboration: an extended
knowledge production function
approach
PONDS, R.; OORT, F., V.; FRENKEN,
K. 2009
221
Drivers of innovativeness and
performance for innovative SMEs in
South Korea: Mediation of learning
orientation
RHEE, J.; PARK, T.; LEE, H. 2009
222 Capital de risco e financiamento ao
empreendedorismo inovador
SANTOS, R., S; MARINHO, F., S;
MAC-ALLISTER, M. 2009
208
223
The Concept of "Opportunity" in
Entrepreneurship Research: Past
Accomplishments and Future
Challenges
SHORT, J., C.; JR, D., J., K.; SHOOK,
C., L.; IRELAND, R., D. 2009
224 Bringing back: the culture of
entrepreneurship WHIPPLE, T.; PETERSON, B., J. 2009
225
A typology of social entrepreneurs:
Motives, search processes and ethical
challenges
ZAHRA, S., A.; GEDAJLOVIC, E.;
NEUBAUM, D., O.; SHULMAN, J., M. 2009
226
Entrepreneurial orientation,
Entrepreneurial learning process and
firm performance: evidence from a
transition economy
ZHENG, X.; KELLEY, D., J. 2009
227 High-Impact Entrepreneurship ACS, Z., J. 2010
228
Debates in Entrepreneurship:
Opportunity Formation and Implications
for the Field of Entrepreneurship
ALVAREZ, S., A.; BARNEY, J., B.;
YOUNG, S., L.; 2010
229
The role of the entrepreneur in
identifying international expansion as a
strategic opportunity
ÁLVAREZ, V., S.; MERINO, T., G. 2010
230 Network practices and entrepreneurial
growth
ANDERSON, A., R.; DODD, S., D.;
JACK, S. 2010
231
Josh Lerner: recipient of the 2010
Global Award for Entrepreneurship
Research
BRAUNERHJELM, P.; PARKER, S.,
C. 2010
232
Investigating the factors that diminish
the barriers to university-industry
collaboration
BRUNEEL, J.; D'ESTE, P.; SALTER,
A. 2010
233
Management theories linking individual
and organizational level analysis in
entrepreneurship research
CANINA, L.; PALACIOS, D.;
DEVECE, C.; 2010
234
The entrepreneurial journey: From
entrepreneurial intent to opportunity
realization
CHA, M., S.; BAE, Z., T. 2010
235
A multi dimensional framework of
organizational Innovation: A systematic
review of the literature
CROSSAN, M., M.; APAYDIN, M.; 2010
236
An integrated approach towards
sustainable entrepreneurship -
Experience from the TEST project in
transitional economies
DE PALMA, R.; DOBES, V. 2010
237 Winning the business case for
knowledge management DESOUZA, K., C. 2010
238 Business Models as Models BADEN-FULLER, C..; MORGAN, M.,
S. 2010
209
239
Strategic Orientations in Management
Literature: Three Approaches to
Understanding the Interaction between
Market, Technology, Entrepreneurial
and Learning Orientations
HAKALA, H. 2010
240 The firm as an epistemic community:
the knowledge-based view revisited HÁKANSON, L. 2010
241
The ilusion of tacit knowledge as the
great problem in the development of
product configurators
HAUG,A. 2010
242
Location decisions of knowledge-based
entrepreneurs: Why some Catalan
KISAs choose to be rural?
LAFUENTE, E.; VAILLANT, Y.;
SERAROLS, C. 2010
243
Co-opetition, distributor's
entrepreneurial orientation and
manufacturer's knowledge acquisition:
Evidence from China
LI, Y.; LIU, Y.; LIU, H. 2010
244 Success factors of knowledge
management in temporary organizations LINDNER, F.; WALD, A. 2010
245
Towards a typology of knowledge-
intensive organizations: Determinant
factors
MAKANI, J.; MARCHE, S. 2010
246
Spatial agglomeration of multinational
enterprises: the role of information
externalities and knowledge spillovers
MARIOTTI, S.; PISCITELLO, L.;
ELIA, S. 2010
247
Thinking Differently about
Knowledge-Intensive Firms:
Insights from Early Medieval Irish
Monasticism
McGrath, P. 2010
248 Alfred Chandler and knowledge
management within the firm MOWERY, D., C. 2010
249
Creating Value in the Modern
Organization: The Role of Leveraging
Technology
PINKHAM, B., C.; PICKEN, J., C.;
DESS, G., G. 2010
250
Patterns and structures of intra-
organizational learning networks within
a knowledge-intensive organization
ŠKERLAVAJ, M.; DIMOVSKI, V.;
DESOUZA, K., C. 2010
251 Creativity, chaos and knowledge
management SMITH, S.; PAQUETTE, S. 2010
252 Entrepreneurial alertness in the pursuit
of new opportunities
TANG, J.; KACMAR, K., M.;
BUSENITZ, L. 2010
253
Innovative path dependence: Making
sense of product and service innovation
in path dependent innovation processes
THRANE, S.; BLAABJERG, S.;
MØLLER, R., H. 2010
210
254
Waves of Knowledge Management: The
Flow between Explicit and Tacit
Knowledge
STEVENS, R., H.; MILLAGE, J.;
CLARK, S. 2010
206
Apêndice B – Quadro de evidências
Quadro de evidências
A concepção do empreendedorismo
segundo Rocha e Birkinshaw
(2007), como concepções do:
Título Autor Ano
Ind
ivíd
uo e
a o
portu
nid
ad
e
High-Impact Entrepreneurship ACS, Z., J. 2010
Debates in Entrepreneurship: Opportunity
Formation and Implications for the Field of
Entrepreneurship
ALVAREZ, S., A.; BARNEY, J., B.;
YOUNG, S., L.; 2010
The role of the entrepreneur in identifying
international expansion as a strategic
opportunity
ÁLVAREZ, V., S.; MERINO, T., G. 2010
Management theories linking individual and
organizational level analysis in
entrepreneurship research
CANINA, L.; PALACIOS, D.; DEVECE, C.; 2010
The entrepreneurial journey: From
entrepreneurial intent to opportunity realization CHA, M., S.; BAE, Z., T. 2010
Entrepreneurial alertness in the pursuit of new
opportunities TANG, J.; KACMAR, K., M.; BUSENITZ, L. 2010
The Concept of "Opportunity" in
Entrepreneurship Research: Past
Accomplishments and Future Challenges
SHORT, J., C.; JR, D., J., K.; SHOOK, C., L.;
IRELAND, R., D. 2009
207
Process
o d
e i
novação
Strategic Orientations in Management
Literature: Three Approaches to Understanding
the Interaction between Market, Technology,
Entrepreneurial and Learning Orientations
HAKALA, H. 2010
Innovative path dependence: Making sense of
product and service innovation in path
dependent innovation processes
THRANE, S.; BLAABJERG, S.; MØLLER,
R., H. 2010
Innovation in Organizations : A Review of the
Role of Organizational Learning and
Knowledge Management
DASGUPTA, M.; GUPTA, R., K.; 2009
Academics or entrepreneurs? Investigating role
identity modification of university scientists
involved in commercialization activity
JAIN, S.; GEORGE, G.; MALTARICH, M. 2009
Entrepreneurial orientation, Entrepreneurial
learning process and firm performance:
evidence from a transition economy
ZHENG, X.; KELLEY, D., J. 2009
Entrepreneurship and competitiveness
dynamics in Latin America ACS, Z., J.; AMOROS, J., E. 2008
A knowledge management approach to
organizational competitive advantage: Evidence
from the food sector
MASSA, S.; TESTA, S. 2008
Knowledge management as a mechanism for
technological and organizational change
management in Israeli universities
SHOHAM, S.; PERRY, M.; 2008
208
A platform for innovative entrepreneurship and
European innovation education, experiences
from PDP, PIP and FLPD
REINIKAINEN, M., T.; FALLAST, M. 2006
A systematic Review of Business Incubation
research HACKETT, S., M.; DILLS, D., M. 2004
Architecting gloCal (global-local), real-virtual
incubator networks (G-RVINs) as catalysts and
accelerators of entrepreneurship in transitioning
and developing economies: lessons learned and
best practices from current development and
business incubation practices
CARAYANNIS, E., G.; VON ZEDTWITZ,
M. 2003
Using R&D cooperative arrangements to
leverage managerial experience: A study of
technology-intensive new ventures
MCGEE, J., E.; DOWLING, M., J. 1994
Cria
dor d
e n
ovos
negócio
s ou
organ
izações
Business Models as Models BADEN-FULLER, C.,.; MORGAN, M., S. 2010
Academic spin-offs at different ages: A case
study in search of key obstacles to growth GEENHUIZEN, M., V.; SOETANTO, D., P. 2009
Innovation, spillovers and university-industry
collaboration: an extended knowledge
production function approach
PONDS, R.; OORT, F., V.; FRENKEN, K. 2009
University-industry knowledge and technology
transfer in Switzerland: What university
scientists think about co-operation with private
enterprises
ARVANITIS, S.; KUBLI, U.; WOERTER,
M. 2008
209
Creating University Spin-Offs: A Science-
Based Design Perspective
BURG, E., V.; ROMME, A., G., L.;
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Ati
vid
ad
es
inte
nsi
vas
em
con
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en
to
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Investigating the factors that diminish the
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The firm as an epistemic community: the
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Thinking Differently about
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McGrath, P. 2010
Patterns and structures of intra-organizational
learning networks within a knowledge-intensive
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Historicising knowledge-intensive
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Does external knowledge sourcing matter for
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Intellectual capital or signal? The effects of
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Tacit Knowledge and Knowledge Conversion:
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NONAKA, I.; KROGH, G., V. 2009
Knowledge-intensive property rights and the
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WONG, P., K.; HO, Y., P.; SINGH, A. 2007
Historicising knowledge-intensive
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213
Sis
tem
as
de i
novação
A multi dimensional framework of
organizational Innovation: A systematic review
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Co-opetition, distributor's entrepreneurial
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Spatial agglomeration of multinational
enterprises: the role of information externalities
and knowledge spillovers
MARIOTTI, S.; PISCITELLO, L.; ELIA, S. 2010
Drivers of innovativeness and performance for
innovative SMEs in South Korea: Mediation of
learning orientation
RHEE, J.; PARK, T.; LEE, H. 2009
Pecuniary knowledge externalities: the
convergence of directed technological change
and the emergence of innovation systems
ANTONELLI, C. 2008
Sources of innovation and industry-university
interaction: Evidence from Spanish firms BLASCO, A., S.; CAROD, J., M., A. 2008
An empirical investigation of knowledge
management and innovative performance: The
case of alliances
JIANG, X.; LI, Y. 2008
From 'industrial districts' to 'knowledge
clusters': a model of knowledge dissemination
and competitive advantage in industrial
agglomerations
PINCH, S.; HENRY, N.; JENKINS, M.;
TOLLMAN, S. 2003
Knowledge Spillovers and Local Innovation
Systems: A Critical Survey BRESCHI, S.; LISSONI, F. 2001
214
Apêndice C – Questionário de Avaliação Delphi
Se tiver problemas para visualizar este formulário, você poderá
preenchê-lo on-line: https://spreadsheets.google.com/viewform?formkey=dDlpVDVHSE5RMU8yUWR1anpTYkEzc1E6MQ
Empreendedorismo Inovador - Questionário de avaliação Este questionário tem como objetivo, avaliar o Programa Sinapse da Inovação tomando como base o seu elemento fundamental: o
conhecimento. O questionário é parte de uma pesquisa no contexto do Empreendedorismo Inovador, das Organizações Intensivas em
Conhecimento e da Gestão do Conhecimento, realizado na forma de um mestrado junto ao Departamento de Engenharia e Gestão do Conhecimento da UFSC. Ele utiliza como base os elementos Pessoas,
Processos e Sistemas organizados segundo o modelo OKA - Organizational Knowledge Assessment, desenvolvido pelo Banco Mundial na avaliação de seus empreendimentos. As respostas são de
natureza anônima, e não há menção nem identificação de nenhuma das empresas e/ou empreendedores na pesquisa. Os resultados (da
compilação e uma cópia da dissertação) serão encaminhados aos empreededores, tão logo colaborem com a pesquisa. As questões são de múltipla escolha e o tempo estimado para resposta é de 20 min. Ao
iniciar a avalição, complete o questionário até sua conclusão para salvar as respostas. **O PRAZO PARA RESPOSTA FOI PRORROGADO E FINALIZA EM 21/05/2011. Desde já agradecemos a participação e
desejamos sucesso nos empreendimentos! 1. Os empreendedores da organização (sócios fundadores,
colaboradores) entendem o que é gestão do conhecimento?
( ) Totalmente
( ) Parcialmente
( ) Não conhecem
( ) Desconhecem totalmente
2. Há um entendimento que o conhecimento é o ativo chave da organização?
( ) Plenamente
( ) Parcialmente
215
( ) Há outros ativos mais importantes
( ) Não sei responder 3. A geração de ideias e o seu desenvolvimento é uma prática cultural da organização?
( ) É prática rotineira
( ) Exporadicamente
( ) Não é prática
( ) Não sei 4. A experiência da organização contribui na criação de novas oportunidades de negócio?
( ) Totalmente
( ) Parcialmente
( ) A organização é nova e possui pouca experiência
( ) Em nada contribui 5. As competências internas dos gestores e a sua experiência prévia estimulam os empreendedores a gerar novos conhecimentos para
atendimento dos objetivos organizacionais?
( ) Plenamente
( ) Parcialmente
( ) Nada contribui
( ) Não sei
6. O desenvolvimento das ideias depende de trocas de conhecimento entre os empreendedores internos e os parceiros externos?
( ) Totalmente
( ) Parcialmente
( ) Nada contribui
( ) Não sei
7. O compartilhamento e uso do conhecimento favorece a inovação nos produtos(bens ou serviços)?
( ) Totalmente
216
( ) Parcialmente
( ) Nada contribui
( ) Não sei 8. Os empreendedores envolvidos no projeto, constróem soluções colaborativas que influenciam nos resultados?
( ) Sempre
( ) As vezes
( ) Nunca
( ) Não sei 9. Qual a facilidade de um empreendedor modificar seu processo de negócio?
( ) Muito Fácil
( ) Fácil
( ) Pouco fácil
( ) Difícil 10. Com qual frequência as pessoas são estimuladas a exercitar seus conhecimentos e experiências?
( ) Sempre, é um processo natural
( ) Quando necesário
( ) As vezes
( ) Nunca 11. Como o aprendizado é estimulado na organização?
( ) Via capacitação externa
( ) Atividades internas de capacitação
( ) Sob demanda
( ) Não há estímulo 12. Como as lideranças utilizam a gestão do conhecimento nas práticas organizacionais?
( ) Estímulo na criação e compartilhamento do conhecimento
217
( ) Apenas no uso e disseminação do conhecimento
( ) Não se utiliza
( ) Nenhuma das alternativas anteriores 13. Qual o grau de estímulo das lideranças na incorporação do processo de criação, compartilhamento e uso do conhecimento na rotina diária?
( ) Alto grau
( ) Médio grau
( ) Baixo grau
( ) Sem estímulo 14. Qual o grau de influência das políticas internas da organização, no processo de captura do conhecimento?
( ) Determinante
( ) Parcialmente determinante
( ) Pouco determinante
( ) Não influencia 15. Qual a efetividade do armazenamento do conhecimento pela organização?
( ) Total
( ) Parcial
( ) Pouco efetivo
( ) Sem efetividade 16. Qual a efetividade da disseminação do conhecimento pela
organização?
( ) Total
( ) Parcial
( ) Pouco efetivo
( ) Sem efetividade 17. A estrutura organizacional existente, permite a integração do
conhecimento aos processos de negócio (desenvolvimento de produtos, novos processos, vendas, etc)?
218
( ) Totalmente
( ) Parcialmente
( ) Pouco
( ) Nenhum 18. As práticas organizacionais (políticas, procedimentos, práticas culturais) mesmo que informais, favorecem mudanças para incorporação
de um fluxo de conhecimento?
( ) Totalmente
( ) Parcialmente
( ) Pouco
( ) Nenhum 19. Qual o grau de alinhamento entre as estratégias e os objetivos da
organização?
( ) Total
( ) Parcial
( ) Pouco
( ) Nenhum 20. Qual o grau em que iniciativas ou programas de Gestão do
Conhecimento refletem o objetivo da organização?
( ) Alto
( ) Médio
( ) Baixo
( ) Nenhum
21. As práticas de gestão do conhecimento permitem a organização alavancar novos recursos?
( ) Totalmente
( ) Parcialmente
( ) Pouco
( ) Nenhum
219
22. Qual a efetividade das métricas de produção intelectual (publicações
e patentes) nos produtos (bens e serviços) em desenvolvimento ou já desenvolvidos?
( ) Efetivo
( ) Pouco efetivo
( ) Não efetivo
( ) Não sei responder 23. O monitoramento das práticas, das informações externas e dos ambientes competitivos agregam valor para as ideias em
desenvolvimento?
( ) Totalmente
( ) Parcialmente
( ) Pouco
( ) Não agrega 24. Qual a capacidade da infra-estrutura tecnológica dar suporte nos
processos de gestão da organização?
( ) Total
( ) Parcial
( ) Pouco
( ) Nenhum
25. Qual a relevância dos repositórios de informações para uso no desenvolvimento de suas ideias?
( ) Alta
( ) Media
( ) Baixa
( ) Nenhuma
26. Qual o potencial de uso dos softwares de navegação para melhorar a comunicação entre as pessoas?
( ) Alto
( ) Médio
( ) Baixo
220
( ) Nenhum
27. Quais os sistemas de gestão do conteúdo mais utilizados pela sua organização?
( ) Sistemas baseado em internet
( ) Sistemas próprios
( ) Não uso
( ) Não sei responder 28. Qual o propósito dos conteúdos mais utilizados na sua organização?
( ) Tomada de decisão
( ) Definição de estratégias
( ) Comunicação
( ) Resolução problemas específicos
29. Quais os incentivos abaixo, mais motivam as pessoas em compartilhar conhecimento e construir ideias no seu ambiente organizacional?
( ) Reconhecimento
( ) Relacionamento
( ) Premiação
( ) Outros 30. Qual a relevância de um programa de Gestão do conhecimento ser
internalizado na sua organização?
( ) Alta
( ) Média
( ) Baixa
( ) Nenhuma [Enviar]
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