Universidade Estadual de Londrina · 2013-12-23 · a reduções dos índices de acidentes de...

Post on 28-Jan-2019

213 views 0 download

Transcript of Universidade Estadual de Londrina · 2013-12-23 · a reduções dos índices de acidentes de...

Universidade

Estadual de Londrina

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE

CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

ASSOCIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE E DOR MUSCULOESQUELÉTICA EM UM PROGRAMA DE

EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO EM SERVIDORES DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

Silas Seolin Dias

LONDRINA – PARANÁ

2011

2

ASSOCIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE E DOR MUSCULOESQUELÉTICA EM UM PROGRAMA DE

EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO EM SERVIDORES DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

Trabalho apresentado como requisito parcial para a Conclusão do Curso de Bacharelado em Educação Física do Centro de Educação Física e Esporte da Universidade Estadual de Londrina.

COMISSÃO EXAMINADORA

______________________________________

Prof. Dr. Abdallah Achour Júnior Universidade Estadual de Londrina

______________________________________ Prof. Ms. Carlos Alberto Veiga Bruniera

Universidade Estadual de Londrina

______________________________________ Prof. Ms. Evanil Antônio Guarido

Universidade Estadual de Londrina

Londrina, ____ de____________ de 2011

i

DIAS, Silas Seolin. Associação da flexibilidade e dor musculoesquelética em um programa de exercícios de alongamento em servidores da Universidade Estadual de Londrina. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2011.

RESUMO

O intuito desta pesquisa foi de verificar se exercícios de alongamento influenciam

positivamente a flexibilidade e a dor musculoesquelética, e qual a associação entre

os dois fatores em um programa de Ginástica Laboral. É um estudo experimental,

com participação de quarenta e oito (48) funcionários do Hospital Universitário da

Universidade Estadual de Londrina, divididos em duas categorias: grupo

experimental (submetido a 16 sessões de exercícios de alongamento) e o grupo

controle. Foi avaliada a flexibilidade da coluna cervical e da coluna lombar com o

aparelho flexímetro e aplicado um inventário de dor musculoesquelética. Com a

obtenção dos dados foram analisados e aplicados testes estatísticos como ANOVA

two–way 2x2 para modificações da flexibilidade, Mauchly para medidas repetidas,

Greenhouse Geisser para esfericidade dos dados, post hoc de Bonferrini, correlação

de Spearman para possíveis relações entre flexibilidade e dor, teste do Qui-

quadrado para o efeito do treinamento sobre a proporção dos locais de dor. O nível

de significância adotado foi de 5% e o software para analise dos dados foi o PAWS

statistics 18 for Windows. Os resultados apontaram contribuição significativa para

um aumento da flexibilidade na extensão da coluna cervical e, em relação à dor

musculoesquelética com as alterações na flexibilidade, quando feita associação, não

apresentou diminuição.

Palavras-chave: Exercícios de alongamento; flexibilidade; dor musculoesquelética.

ii

DIAS, Silas Seolin. Association of flexibility and musculoskeletal pain in a program of stretching exercises on servers of the Londrina State University. Conclusion of Course Work. Bachelor Course of Physical Education. Center for Physical Education and Sport. Londrina State University, 2011.

ABSTRACT

The intention of this research was to see if stretching exercises has a positive

influence on pain and flexibility musculoskeletal and what is the correlation between

the two factors in a Labor Gymnastics program. The study wil be experimental, with

the participation of forty eight (48) worker of the University Hospital of Londrina State

University, divided into two categories: experimental group (underwent 16 sessions

of stretching exercises) and the control group. Wie evaluated the flexibility of the

cervical spine and lumbar spine whit the fleximeter and applied an inventory of

musculoskeletal pain. After obtaining, the information were considered and applied

statistical tests as ANOVA two-way 2x2 to changes in flexibility, Mauchly for

repeated measures, Greenhouse Geisser to informations sphericity, post hoc

Bonferrini, Spearman correlation for possible relations between flexibility and the

pain, chi-square test for the effect of training on the proportion of local pain. The

level of significance was 5% and the software used for the informations analysis was

the PAWS statistics 18 for Windows. The results indicated a significant contribution

to increasing the flexibility of the cervical spine in extension and, in relation to

musculoskeletal pain with changes in flexibility, the association when done, showed

no decrease.

Keywords: Stretching exercises, flexibility, musculoskeletal pain.

iii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Alterações na flexibilidade de extensão da coluna cervical

entre os grupos nos diferentes momentos................................

25

iv

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Associação entre as alterações da flexibilidade na flexão da

coluna cervical, na extensão da coluna cervical e na coluna

lombar e a percepção subjetiva da dor musculoesquelética

para o grupo experimental e grupo controle................................

24

Tabela 2

-

Associação entre as alterações da flexibilidade na flexão da

coluna cervical, na extensão da coluna cervical e na coluna

lombar com o relato de dor musculoesquelética...................

25

v

LISTA DE ANEXOS

ANEXO I - Inventário para Dor de Wisconsin (forma reduzida).................... 34

ANEXO II - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido............................. 37

ANEXO III - Resolução CONFEF nº 073/2004............................................... 40

SUMÁRIO

RESUMO.................................................................................................... i

ABSTRACT................................................................................................ ii

LISTA DE FIGURAS..................................................................................

LISTA DE TABELAS..................................................................................

iii

iv

LISTA DE ANEXOS................................................................................... V

1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 08

1.1 Justificativa................................................................................................. 10

1.2 Objetivos.................................................................................................... 11

1.2.1 Objetivos Gerais......................................................................................... 11

1.2.2 Objetivos Específicos................................................................................. 11

2 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................... 11

2.1 Qualidade de Vida..................................................................................... 11

2.2 Qualidade de Vida no Trabalho................................................................. 12

2.3 Exercício no Trabalho................................................................................ 13

2.4 Ginástica Laboral....................................................................................... 13

2.5 Dor Musculoesquelética............................................................................. 15

2.6 Coluna Vertebral........................................................................................ 17

2.7 Coluna Lombar.......................................................................................... 18

2.8 Flexibilidade............................................................................................... 18

2.9 Alongamento.............................................................................................. 19

3 MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................... 20

3.1 Caracterização do Estudo.......................................................................... 20

3.2 Caracterização da Amostra........................................................................ 20

3.3 Instrumentos/Equipamento.......................................................................... 21

3.4 Procedimentos Experimentais..................................................................... 22

3.5 Análise Estatística....................................................................................... 22

4 RESULTADOS............................................................................................. 23

5 DISCUSSÃO................................................................................................. 24

6 CONCLUSÃO...............................................................................................

REFERÊNCIAS...........................................................................................

28

29

ANEXO I...................................................................................................... 34

ANEXO II..................................................................................................... 37

ANEXO III.................................................................................................... 40

8

1 INTRODUÇÃO

A Ginástica Laboral segundo a resolução CONFEF nº 073/2004, é uma

atividade preventiva, com assistência de um profissional da Educação Física, em

relação à saúde do trabalhador, que consiste em práticas de ginásticas, exercícios

físicos, atividades físicas e similares, tendo em vista a promoção da saúde e

qualidade de vida do trabalhador, independentemente do local em que atue.

Ginástica Laboral promove o bem-estar de cada pessoa devido à consciência

corporal de conhecer, respeitar, amar e estimular o seu próprio corpo, tendo também

como finalidade de prevenção de doenças ocupacionais. É a prática de exercícios

físicos durante a jornada de trabalho, prescrita conforme a função do trabalhador,

sendo realizada coletivamente. (LIMA, 2004).

Os objetivos operacionais junto às empresas e trabalhadores são de

sensibilizar e orientar a importância e o desenvolvimento da prática regular do

exercício físico e da ludicidade da atividade física, a importância do lazer,

conscientizar para o conhecimento do seu corpo e seus limites, promover situações

que valorizem as relações interpessoais, com o propósito da melhoria da saúde

ocupacional e geral, melhora na qualidade de vida e responsabilidade social.

Empresários têm reconhecido e dado importância a Ginástica Laboral devido

a reduções dos índices de acidentes de trabalho e de doenças ocupacionais do

trabalhador, abrindo portas para entrada da mesma em suas empresas, visando

melhor qualidade de vida para os funcionários e conseqüentemente maior produção.

Para Nahas (2006), qualidade de vida é definida como a condição humana

resultante de um conjunto de parâmetros individuais e sócio-ambientais,

modificáveis ou não, que caracterizam as condições em que vive o ser humano.

Dentre os parâmetros individuais, o estilo de vida é um dos importantes

determinantes da saúde de indivíduos, grupos e comunidades, enquanto nos

parâmetros sócio-ambientais destacam-se as condições de trabalho, remuneração,

educação e lazer, dentre outros.

Melhoras na produtividade e no conforto individual dos trabalhadores que

participam de um programa amplo e coordenado de segurança e saúde ocupacional

têm sido apontadas por alguns estudos (THE HARFORD LOSS CONTROL

DEPARTMENT, 2002). Lesões por esforços repetitivos e/ou distúrbios

9

osteomusculares relacionados ao trabalho são apontados dentre as doenças

ocupacionais diagnosticadas por ano como mais freqüentes (NUSAT, 1997, 1998;

ASSUNÇÃO e ALMEIDA, 2005).

Ginástica Laboral Preparatória e compensatória possui caráter preventivo a

fim de evitar o aparecimento de lesões, como Lesões por Esforços Repetitivos e

Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho e promover a aquisição de

hábitos de vida saudáveis (estilo de vida), objetivando sempre a melhoria da

qualidade de vida do trabalhador (TARGA, 1973; COSTA FILHO, 2001).

Empresas têm um elevado custo com distúrbios musculoesqueléticos

(BURDORF et al., 1998; STEWART et al., 2002); assim a prevenção e o controle

dos distúrbios é muito importante tanto para empresas quanto para o trabalhador.

Dessa forma programas de exercício no local do trabalho, como Ginástica Laboral,

vêm contribuir de forma positiva para esta prevenção.

Bons níveis de flexibilidade e força são importantes para saúde em relação a

movimentos diários, prevenção de lesões, diminuição de dores. Para que se tenha

um aumento ou manutenção da flexibilidade, acredita-se que seja por meio de

exercícios de alongamento, independente da determinação genética e do nível de

flexibilidade inicial (HOEGER & HOEGER, 1994; ACHOUR JUNIOR, 1995b; FARIAS

JUNIOR e BARROS, 1998).

Os benefícios que bons índices de flexibilidade podem gerar à saúde,

incluem, dentre outros: boa mobilidade articular; aumento da resistência à lesão e às

dores musculares; diminuição do risco de lombalgia e outras dores de coluna,

melhoria da postura, melhoria da aparência pessoal e da auto-imagem, melhor

desenvolvimento da habilidade para prática esportiva, diminuição da tensão e do

estresse (NIEMAN, 1999).

Programa de Ginástica Laboral no local de trabalho é importante para

melhoras da força, flexibilidade, mobilidade articular, diminuição da fadiga e tensão

muscular, correção postural, contribuindo para diminuições de risco de lesões, para

prevenção de distúrbios osteomusculares, promoção da saúde e melhora da

qualidade de vida de trabalhadores, e produtividade nas empresas. Estudos sobre

Ginástica Laboral são escassos na literatura, e muitos não objetivam grupo controle

por fatores extrínsecos às pesquisas, e não evidenciam a correlação entre

flexibilidade e dor musculoesquelética. Qual a influência de exercícios de

10

alongamento sobre flexibilidade e dor musculoesquelética em um programa de

Ginástica Laboral em 16 sessões?

1.1 Justificativa

Há cinco tipos de Ginástica Laboral, a Ginástica Laboral Preparatória que

consiste de uma série de exercícios que prepara o indivíduo para o trabalho de

velocidade, força ou resistência, visando o aquecimento da musculatura e das

articulações que serão utilizadas (TARGA, 1973); a Ginástica Laboral de

Relaxamento que tem o objetivo de oxigenar as estruturas musculares envolvidas na

tarefa diária, evitando o acumulo do ácido lático e prevenindo as possíveis lesões

(COSTA FILHO, 2001); a Ginástica Laboral Compensatória ou de Pausa feita nas

pausas regulares durante a jornada de trabalho com o objetivo de prevenir a fadiga,

relaxando os grupos musculares que estão em contração durante o trabalho

(KOOLING 1980); a Ginástica Laboral Corretiva destinada a indivíduos com

deficiências morfológicas não-patológicas, sendo aplicada a um número restrito de

pessoas que apresentam a mesma característica postural (BERTOLINI, 1999); e a

Ginástica Laboral de Manutenção aplicada para manutenção do equilíbrio

morfológico dos trabalhadores de modo que permaneçam estáveis, normalmente

composta de exercícios aeróbios (MENDES, 2000).

Poucos estudos trazem relações concisas da diminuição de dor, aumento da

flexibilidade com exercícios no local de trabalho, porém algumas revisões na

literatura apontam estudos que não trazem resultados efetivos em relação à coluna

cervical e coluna lombar (índice de dor musculoesquelética é acentuado na coluna

cervical e coluna lombar na população).

Em um programa de Ginástica Laboral, são utilizados com mais frequência,

Ginástica Laboral Preparatória, Ginástica Laboral Compensatória, Ginástica Laboral

Relaxamento, que podem contribuir para diminuições de dores e consequentes

gastos das empresas (CAÑETE, 1996; ZILLI, 2002; LIMA, 2007). Portanto esta

pesquisa teve o intuito de verificar se exercícios de alongamento influenciarão

positivamente a percepção de dor musculoesquelética e flexibilidade tanto na coluna

cervical, quanto na coluna lombar, e qual a associação entre os dois fatores.

11

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivos Gerais

Verificar o efeito de exercícios de alongamento sobre flexibilidade e dor

musculoesquelética em um programa de Ginástica Laboral, em servidores do

Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná e do Centro de Ciências de

Saúde da Universidade Estadual de Londrina, além de associar flexibilidade e dor

musculoesquelética.

1.2.2 Objetivos Específicos

Analisar em um programa de ginástica laboral os efeitos de exercícios de

alongamento na flexibilidade da coluna cervical.

Analisar em um programa de ginástica laboral os efeitos de exercícios de

alongamento na flexibilidade da coluna lombar.

Associar a flexibilidade com dor musculoesquelética da coluna cervical.

Associar a flexibilidade com dor musculoesquelética da coluna lombar.

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Qualidade de Vida

A qualidade de vida é um dos responsáveis, dentre vários fatores, pelo

aumento ou pelo decréscimo na longevidade da população, que deve conscientizar-

se em manter hábitos que garantam uma velhice saudável. Para se ter uma

12

autonomia funcional e um padrão desejado em certos aspectos da qualidade de

vida, as atividades físicas são de grande significância (MATSUDO, 2001).

Para Nahas, 2006, qualidade de vida é definida como a condição humana

resultante de um conjunto de parâmetros individuais e sócio-ambientais,

modificáveis ou não, no qual caracteriza as condições em que vive o ser humano.

Dentre os parâmetros individuais, como um dos importantes determinantes da saúde

de indivíduos, grupos e comunidades está o estilo de vida. Já nos parâmetros sócio-

ambientais alguns aspectos são significantes como condições de trabalho,

remuneração, educação e lazer, dentre outros.

Para obter uma diminuição do processo degenerativo, provocado pelo

envelhecimento, proporcionando maior longevidade, com mais qualidade de vida, a

prática regular da atividade física é um grande aliado para esta obtenção (NAHAS,

2001).

2.2 Qualidade de Vida no Trabalho

A qualidade de vida no trabalho tem sido uma preocupação desde o início da

existência do homem, porém era apresentada com outros títulos, mas sempre

voltada para facilitar ou trazer satisfação e bem-estar ao trabalhador. Seu

desenvolvimento seguiu primeiramente uma abordagem sociotécnica, que tinha

como princípio o trabalho organizado a partir da análise e reestruturação da tarefa,

foi impulsionada pela perspectiva de uma sociedade progressista dos trabalhadores,

a qual tinha base a saúde, a segurança e a satisfação dos trabalhadores.

Posteriormente cresceu em seu desenvolvimento tendo objetivo o alcance da

qualidade total (RODRIGUES, 2002).

As tensões no corpo são causadas por ritmo excessivo de trabalho, postura

inadequada, esforço físico, movimentos repetitivos e condições físicas inadequadas,

que podem acarretar males à saúde, ser responsáveis pelo afastamento temporário

ou até invalidez permanente dos trabalhadores. Não se deve preocupar apenas em

reduzir os possíveis desgastes ocasionados pelo trabalho, mas também motivar uma

mudança no estilo de vida dos trabalhadores. A falta de atenção no trabalho,

caminho direto para baixa produtividade e acidentes, pode ocorrer devido a essas

13

tensões, sendo de suma importância a implantação de um programa de atividade

física nas empresas (POLETTO, 2002).

2.3 Exercícios no Trabalho

Existem estudos que documentam o uso de programas de exercícios no local

de trabalho como instrumento para proporcionar uma melhor condição física para a

execução de tarefas laborais diárias aos trabalhadores, como inserir indivíduos

sedentários nas práticas da atividade física (NAHAS, 2001; FIGUEIRA JUNIOR,

2004; MOTA et al., 2005; MATSUDO et al., 2007), sobre os benefícios da prática de

exercícios e a adesão a esses programas (DISHMAN et al., 1985).

Dentre os comportamentos relacionados à saúde investigados por Grande et

al. (2001), foi observado que os participantes de Ginástica Laboral apresentaram

menor prevalência de inatividade física no lazer e consumo abusivo de álcool do que

seus pares não participantes.

No Brasil, a partir de 1990, os exercícios no local de trabalho e os programas

de Ginástica Laboral ganharam importância e espaço nas discussões acadêmicas e

empresariais. A resolução do CONFEF nº 073/2004 (ANEXO II) que dispõe sobre a

Ginástica Laboral e dá outras providências, foi de suma importância para atividade

física no local de trabalho, em que se observa uma ampliação, tanto no número de

empresas que adotaram os programas de Ginástica Laboral, quanto de entidades de

ensino que passaram a promover cursos de especialização na área. (LIMA, 2009).

2.4 Ginástica Laboral

Na área de Ginástica Laboral a produção literária ainda é escassa em relação

complexidade de mensuração e controle de todos os fatores que influenciam a

produtividade e a saúde dos trabalhadores (CARVALHO, 2007).

No caso da Ginástica Laboral Compensatória ou de Pausa e a Ginástica

Laboral Preparatória, atuam de forma preventiva e terapêutica, com exercícios

14

específicos, realizados no próprio local de trabalho. A Ginástica Laboral não leva o

funcionário ao cansaço e não o sobrecarrega devido ser leve e de curta duração.

Assim o esperado é a prevenção a fadiga muscular, diminuição no índice de

acidentes do trabalho, correção de vícios posturais, um aumento na disposição do

funcionário no início e no retorno do trabalho e prevenção de doenças ocasionadas

por esforços repetitivos (DIAS, 1994).

A Ginástica Laboral pode ser conceituada como uma atividade física realizada

durante a jornada de trabalho, sendo um conjunto de práticas físicas implantadas

por profissionais competentes que se mostra capaz de proporcionar aumento de

produtividade e contribuir para um acréscimo significativo na qualidade, visando

compensar as estruturas mais utilizadas no trabalho, relaxando e tonificando-as, e

ativar as que não são tão requeridas. Deve ser muito bem planejada e variada,

devido à quebra do ritmo da tarefa que o trabalhador desempenha, funcionando

como uma ruptura da monotonia (CAÑETE, 1996; FIGUEIREDO e MONT’ALVÃO,

2005; MENDES e LEITE, 2004; LIMA, 2007).

Como atividade de auxílio, a Ginástica Laboral busca a prevenção de lesões

no ambiente de trabalho, pois, anatomicamente, visa melhorar a flexibilidade e a

mobilidade articular, diminuir a fadiga decorrente de tensão e repetitividade que

acometem tendões, músculos, fáscias e nervos; também contribui para beneficiar a

postura do indivíduo diante do posto e da sua rotina de trabalho (LIMA, 2007).

Dentre os tipos de Ginástica Laboral, tem-se ginástica corretiva ou postural,

que visa estabelecer um equilíbrio muscular; ginástica de conservação ou

manutenção, que tem como objetivo assegurar o equilíbrio alcançado pelo

funcionário por meio de atividades aeróbicas e fortalecimento muscular; ginástica de

aquecimento ou preparatória, ginástica compensatória ou de pausa e ginástica de

relaxamento ou de final de expediente, sendo os três últimos tipos maioria nas

publicações encontradas no Brasil (CAÑETE, 1996; ZILLI, 2002; MENDES e LEITE,

2004; LIMA, 2007).

Ginástica de aquecimento ou preparatória tem por objetivo principal preparar

funcionários aumentando a temperatura dos músculos e tendões, facilitando o

deslizamento dos filamentos contráteis e também contribui para redução da

viscosidade intermuscular, acarretando diminuição do tempo de tramitação das

mensagens nervosas e aumento da velocidade de contração muscular, que serão

15

solicitados em suas atividades (ACHOUR JUNIOR, 1999; ZILLI, 2002; COUTO et al.,

2007; LIMA, 2007).

A respeito da Ginástica Compensatória ou de Pausa, interrompe a monotonia

operacional, com a realização de exercícios específicos de compensação para

esforços repetitivos ou estruturas sobrecarregadas, e as posturas solicitadas nos

postos de trabalho. Algumas empresas têm utilizado as pausas como uma

oportunidade para aplicação de exercícios compensatórios, que visam modificar a

postura, melhorar a circulação e prevenir a fadiga muscular (ZILLI, 2002; LIMA,

2007, MARTINS, 2008).

Em relação à Ginástica de Relaxamento ou Final de Expediente, é

classificada conforme o horário de execução, baseada em exercícios de

alongamento e relaxamento muscular, realizada no final do expediente, com o

objetivo de oxigenar as estruturas musculares envolvidas na tarefa diária (MENDES

e LEITE, 2004; LIMA, 2007).

A Ginástica Laboral tem como objetivo melhorar a postura, aumentar

resistência à fadiga central e periférica, combater o sedentarismo e diminuir o

estresse ocupacional para os trabalhadores. Já para empresas propõe diminuir os

acidentes de trabalho, aumentar produtividade, prevenir e reabilitar as doenças

ocupacionais como tendinites e distúrbios osteomusculares relacionadas com o

trabalho, além dos benefícios físicos, momentos de descontração e um desligamento

momentâneo dos problemas de trabalho. É uma pausa em que “todos são iguais”,

independente dos cargos exercidos, em busca de bem-estar, saúde e qualidade de

vida no trabalho (MENDES e LEITE, 2004; FIGUEIREDO e MONT’ALVÃO, 2005).

2.5 Dor Musculoesquelética

Para se ter resultados sem reclamações de fadiga e dor é importante que se

mantenha a mente e o corpo estáveis. Quando a saúde esta equilibrada, o

funcionário é mais produtivo, pois permanece atento ao trabalho e às posturas

corporais e também cumpre bem uma tarefa com menores riscos de lesões

(ACHOUR JUNIOR, 2004).

16

Como experiência da vida humana, a dor é um processo complexo e um

componente que o corpo experimenta, com duas categorias, sendo a dor aguda e a

dor crônica (GREVE, 2003). A dor aguda geralmente tem uma fonte identificável e

duração limitada, quando algo está errado; leva a pessoa a buscar o alívio, servindo

como um aviso (CAUDILL, 1998; GREVE, 2003). Já a dor crônica ocorre quando os

mecanismos de defesa para controle da dor não funcionam adequadamente, quando

se tem dor contínua adquire status de doença e está associada a várias

conseqüências biologias, psicológicas e sociológicas (CAUDILL, 1998).

A ocorrência de dor é justificada quando sofrem lesões traumáticas,

inflamatórias, isquêmicas, tumorais e/ou sobrecargas funcionais, devido músculos,

fáscias musculares, articulações, ligamentos, tensões, periósteo, bursas sinoviais e

enteses serem ricamente inervados. (TEIXEIRA et al., 2006). A dor com as posturas,

atividades físicas, estado de atenção, emoções, temperatura e umidade ambientais,

por exemplo, pode modificar-se (TEIXEIRA, 1997).

Hoje um dos mais freqüentes problemas de saúde em muitos países são os

distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho, que causa a incapacidade nas

pessoas durante os seus anos de trabalho (U.S.DEPARTMENT OF HEALTH AND

HUMAN SERVICES, 1996; MENSE et al., 2008).

A síndrome dolorosa miofascial é uma das causas mais comuns de dor

musculoesquelética, onde principalmente na coluna cervical, cintura escapular e

coluna lombar, acometem músculos, tecido conectivo e fáscias. É causada devido a

freqüente sobrecarga de músculos descondicionados e musculatura antigravitária,

estresses prolongados, relacionados a posturas durante a execução de atividades

de trabalho ou lazer (TEIXEIRA et al., 2006).

O enfraquecimento tecidual, o comprometimento devido o aumento de

aderências e imbricações das ligações cruzadas do colágeno se dá a insuficiência

de flexibilidade e ao sistema muscular ser encurtado (BIENFAIT, 1999). A postura

estática prolongada sem o tempo adequado para recuperação pode acarretar

desenvolvimento de distúrbios osteomusculares, estresse muscular e fadiga

(RANNEY, 2000; SAKATA, 2004).

Deve-se fazer a correção postural, evitar movimentos repetitivos prolongados,

manter bom condicionamento físico, prevenir estresse e tensão e mudar o estilo de

vida, além de restaurar o músculo e o movimento articular, sendo utilizados dentre

os diversos tratamentos para a síndrome miofascial. Para promoção de flexibilidade,

17

diminuição da tensão, correção da postura, alongamento, aumento da resistência,

tolerância, diminuição da incapacidade, redução do estresse, aumento da

capacidade aeróbia e restauração da função normal do corpo, os exercícios são um

grande aliado, sendo também são responsáveis por aumento de endorfinas, cortisol

e catecolaminas, causando diminuição da dor, alteração de humor e sensação de

bem estar. (SAKATA e ISSY, 2004a).

Para Allsen et al. 2001, músculos abdominais fracos e lombares contraídos

ocasionam a inclinação na pelve para frente, causando pressão indevida na região

lombar e provocando dor, portanto estimular a flexibilidade e a força dos tecidos

envolvidos poderia eliminar grande parte dos casos de dores lombares.

2.6 Coluna Cervical

A perda de produtividade significativa em muitos tipos de tarefas no trabalho é

causada pela dor da coluna cervical, produzindo alterações como trauma,

inflamação, neoplasia, por fatores posturais e ergonômicos ou pelo excesso de uso

dos membros superiores (SAKATA et al., 2004).

Grupamentos musculares mantidos em contração estática como o músculo

trapézio e paravertebrais são fatores de dor na coluna cervical, e para melhora deve-

se praticar ginástica e exercícios de alongamento para reduzir ao máximo as

contrações musculares desnecessárias (COUTO, 2007).

Para indivíduos com postura inadequada e dor como cefaléia cervicogênica

ou do tipo tensional, os exercícios de alongamento da região cervical e da

musculatura da cintura escapular auxiliam para uma melhora do quadro (LIN et al.,

2006).

18

2.7 Coluna Lombar

Pesquisadores vêm tendo uma maior atenção em relação à coluna lombar por

ser uma região que interage na estrutura e função com os membros superiores e

inferiores (ACHOUR JUNIOR, 2006a).

Dor na região lombar, ou lombalgias, e a lombociatalgia vêm tendo

proporções de epidemia na população, e estão associadas a fatores individuais,

como ganho de peso, má postura, fraqueza e comprometimento dos músculos

abdominais, espinhais, lombares e isquiotibiais, falta de condicionamento físico, e

fatores ocupacionais, como a permanência na posição sentada por períodos

prolongados, o que causa tensão nos ligamentos, assim como as fibras posteriores

dos discos intervertebrais, e sedentarismo (VIEL e ESNAULT, 2000; GREVE e

AMATUZZI, 2003; SAKATA e ISSY, 2004b; LIN et al., 2006; BALLONE e

ORTOLANI, 2007).

A fadiga localizada na musculatura de estabilização da coluna vertebral pode

ocorrer com atividades repetitivas, ou esforço exagerado. O distúrbio mais comum

relacionado ao trabalho é a dor muscular, ocasionada por fadiga dos músculos

estabilizadores, onde se tem maior chance de lesão da coluna (KISNER e COLBY,

1998; MONTEIRO, 2006; COUTO, 2007).

2.8 Flexibilidade

A flexibilidade refere-se à amplitude de movimento de uma articulação ou uma

série de articulações, extensibilidade dos tecidos periarticulares para permitir

movimentos corporais. Pode-se definir flexibilidade como qualidade física

responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular

máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites

morfológicos, sem o risco de provocar lesão (ALTER 1999; ALLSEN et al., 2001;

Dantas 2005).

O sistema muscular acometido de um encurtamento ou insuficiência de

flexibilidade enfraquece o tecido e o compromete, com aumento de aderências e

19

imbricação das ligações cruzadas do colágeno, que causam aumento do gasto

energético, desestabilização da postura, compressão das fibras nervosas, aumento

da incidência de cãibras, dor e diminuição da capacidade de trabalho e lazer

(BIENFAIT, 1999).

Ocorrem alterações elásticas quanto plásticas quando o tecido mole é

alongado. A elasticidade é a capacidade do tecido mole de retornar ao seu

comprimento de repouso, após o alongamento passivo e a plasticidade é a

tendência do tecido mole de assumir um comprimento novo e maior, após a força de

alongamento ter sido removida. O tecido conjuntivo é importante na determinação da

amplitude de movimento e é influenciado por uma variedades de fatores que limitam

esta amplitude, assim devem ser adequadamente alongados (KISNER e COLBY,

1998; ALTER, 1999).

Um importante componente da aptidão motora relacionada com a saúde e

bem estar, influência nas posturas corporais, profilaxia de alguns distúrbios da

coluna lombar e no tratamento de distúrbios musculoarticulares, é a flexibilidade que

pode ser desenvolvida para conquistar amplitudes ótimas de movimento, onde o

melhor método varia de acordo com o objetivo do cliente ou esportista (MONTEIRO,

2006).

2.9 Alongamento

Para treinamento da flexibilidade relacionada à saúde, os meios mais

utilizados são alongamentos estático, ativo e passivo. O alongamento estático em

relação à saúde é o mais indicado aos ambientes escolares e empresariais, o qual

permite dissipar o acúmulo de tensão e melhora a irrigação sanguínea. A posição do

alongamento estático nos programas de ginástica laboral favorece aspectos como

controle do movimento e maior concentração, porém deve abranger exercícios

específicos que promovam uma amplitude de movimento significativa e melhora das

posturas estáticas e dinâmicas (LIMA, 2007).

Em relação ao alongamento ativo ou dinâmico, determinados pelo maior

alcance do movimento voluntário, deve-se estar atento à velocidade de execução

dos movimentos, cuidando para não provocar lesão ao final da amplitude atingida.

20

Neste tipo de alongamento o executante move o grupo músculo-articular até uma

amplitude de movimento e retorna à posição inicial com relaxamento dos músculos

antagonistas (GREVE e AMATUZZI, 2003).

Quando feito com a ajuda de forças externas (aparelhos e companheiros)

caracteriza o alongamento passivo, onde o praticante fica com descontração

muscular e com boa posição do sistema músculo-articular (ACHOUR JUNIOR,

2006b).

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Caracterização do Estudo

O estudo foi de caráter quantitativo, experimental, no ano de 2011. As coletas

de dados foram feitas antes da intervenção de 16 sessões de exercícios de

alongamento e após intervenção. A pesquisa foi parte integrante do Programa de

Ginástica Laboral da Universidade Estadual de Londrina. Realizado na cidade de

Londrina/PR, no Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná e Centro de

Ciências de Saúde.

3.2 Caracterização da Amostra

Participaram do estudo 48 servidores do Hospital Universitário Regional do

Norte do Paraná e Centro de Ciências de Saúde de diferentes setores (limpeza,

administração, área da saúde), ambos os sexos, com idade entre 18 a 60 anos.

Todos participantes que compuseram a amostra assinaram um Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética

em Pesquisa da Universidade Estadual de Londrina.

Os participantes foram divididos em grupo controle, composto por 22 sujeitos,

e grupo experimental, tendo 26 sujeitos. O grupo experimental foi submetido a 16

sessões de exercícios de alongamento de 12 a 15 minutos, conforme o Programa de

21

Ginástica Laboral da Universidade Estadual de Londrina, realizada durante o horário

de trabalho. Este tipo de atividade/sessões não acarretam riscos a saúde dos

servidores. Já o Grupo Controle foi orientado para que neste mesmo período de

intervenção, não realize nenhuma prática regular de exercícios de alongamento.

Como critério de inclusão, os participantes teriam que ser servidores do Hospital

Universitário Regional do Norte do Paraná e Centro de Ciências de Saúde. Caso

tivesse algum tipo dor que impossibilite movimentos dos exercícios de alongamento,

foi qualificado no critério de exclusão.

3.3 Instrumentos/Equipamentos

Para avaliação da coluna cervical e da coluna lombar foi utilizado o aparelho

flexímetro mecânico com leitura dada em graus (0-360), mediante a força

gravitacional, cuja patente e registro pertencem ao Instituto Code de Pesquisas

(Brasil), com precisão de um grau, de acordo com os procedimentos e as

recomendações de Achour Junior (1997). O aparelho é fixado mais próximo possível

ao eixo de rotação da articulação.

A versão adaptada do Inventário para Dor de Wisconsin, demonstrada por

Teixeira et al. (2006) e Silva Ribeiro Filho (2006), originalmente desenvolvido na

Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos por Daut et al. (1983), foi utilizado

para avaliação da percepção de dor musculoesquelética. É de fácil aplicabilidade e

utilizado para avaliar as dimensões relacionadas à intensidade e à interferência da

dor no cotidiano (TOLEDO, 2008), utilizando de diagramas corporais, sendo parte

posterior e anterior, lado direito e esquerdo, e com marcações onde o participante

localiza as áreas de dor.

3.4 Procedimentos Experimentais

No início dos procedimentos experimentais, para cada participante foram

explicados e demonstrados os movimentos de flexão e extensão da coluna cervical e

22

flexão do tronco, e assim, previamente à mensuração foi executado de forma ativa

por cada indivíduo um movimento de flexão da coluna cervical, um movimento de

extensão da coluna cervical, e um movimento de flexão de tronco referente à coluna

lombar, como forma de aquecimento. Posterior ao aquecimento foi realizado pelo

participante de forma ativa duas vezes cada movimento, iniciando com a flexão da

coluna cervical, posteriormente com a extensão da coluna cervical e finalizando com

uma flexão do tronco. O instrumento utilizado para a mensuração foi o flexímetro,

sendo os valores mais altos registrados utilizados para análises.

Na avaliação da coluna cervical o(a) avaliado(a) ficou na posição sentado

com apoio dos ísquios e alinhamento da base do occipital, terceira vértebra torácica

e base superior do sacro, onde nos movimentos de flexão e extensão foi observado

a não flexão do tronco e protrusão dos ombros durante a realização.

Para a avaliação da coluna lombar o participante ficou em pé com

afastamento dos pés na linha dos ombros, mantendo os joelhos completamente

estendidos, com braços relaxados, posteriormente realizando uma flexão de tronco

até o máximo possível, em que foi observado a não flexão dos joelhos ou

movimentos de insistências.

Para a avaliação da percepção de dor musculoesquelética, foi entregue a

versão adaptada do Inventário para Dor de Wisconsin, no início dos testes, para que

cada participante preencha e os devolva antes da intervenção de 16 sessões de

exercícios de alongamento. A versão adaptada do Inventário para Dor de Wisconsin

foi novamente entregue após a intervenção de 16 sessões de exercícios de

alongamento, tendo nos dois casos, cinco dias de prazo para devolução.

3.5 Análise Estatística

Foi utilizado o teste de análise de variância (ANOVA Two-way) 2 x 2 para

medidas repetidas com previa aplicação do teste de Mauchly para verificar

esfericidade dos dados e aplicação da correção de Greenhouse Geisser. Quando

houve diferença foi aplicado o post-hoc de Bonferrini. O critério de significância

estatística adotado foi de 5% (p<0,05). Na verificação da associação entre a dor

musculoesquelética e a flexibilidade foi aplicada a correlação de Spearman. Quanto

23

ao efeito do treinamento sobre a proporção dos locais de dor musculoesquelética foi

aplicado o teste de Qui-Quadrado. O software utilizado foi o PAWS statistics 18 for

Windows.

4 RESULTADOS

A tabela 1 ilustra que houve alterações na flexibilidade da coluna cervical e

coluna lombar para ambos os grupos. Os resultados encontrados para a extensão

da coluna cervical demonstraram que o grupo experimental apresentou

significativamente um maior percentual (77,3%) de pessoas que aumentaram a

flexibilidade dessa articulação, ao passo que no grupo controle houve uma

diminuição da flexibilidade em 65,4% dos casos. O teste ANOVA Two-way 2 x 2 para

medidas repetidas confirma esses resultados apontando uma interação (P=0,04)

entre grupo e momento (figura 1).

A análise realizada mediante aplicação da correlação de Spearman aponta

não haver associação entre dor musculoesquelética e flexão do tronco nos

momentos pré e pós. Além disso, o teste do Qui-quadrado (e Fisher quando

adequado) confirma que as alterações da flexibilidade, na flexão da coluna cervical,

na extensão da coluna cervical e na coluna lombar, não apresentaram associação

com a diminuição da dor musculoesquelética auto-relatada (tabela 2).

24

Tabela 1: Associação entre as alterações da flexibilidade na flexão da coluna

cervical, na extensão da coluna cervical e na coluna lombar e a percepção subjetiva

da dor musculoesquelética para o grupo experimental e grupo controle.

Grupo

Experimental Controle P

N % N % 0,83*

Flexão da

Coluna Cervical

Aumentaram 17 53,1 15 46,9

Diminuíram 9 56,3 7 43,8

N % N % 0,03*

Extensão da

Coluna Cervical

Aumentaram 17 77,3 5 22,7

Diminuíram 9 34,6 17 65,4

N % N % 0,79*

Flexão de

Tronco

Aumentaram 8 57,1 6 42,9

Diminuíram 18 52,9 16 47,1

N % N % 0,23**

Dor Aumentaram 4 80 1 20

Diminuíram 22 51,2 21 48,8

* Indica a aplicação do Qui-quadrado; **Indica aplicação do teste de Fisher.

25

Tabela 2: Associação entre as alterações da flexibilidade na flexão da coluna

cervical, na extensão da coluna cervical e na coluna lombar com o relato de dor

musculoesquelética.

Dor

Aumentou Diminuiu P

N % N % 0,55**

Flexão da

Coluna Cervical

Aumentaram 3 9,4 29 90,6

Diminuíram 2 12,5 14 87,5

N % N % 0,41**

Extensão da

Coluna Cervical

Aumentaram 3 13,6 19 86,4

Diminuíram 2 7,7 24 92,3

N % N % 0,16**

Flexão de

Tronco

Aumentaram 0 0 14 100

Diminuíram 5 14,7 29 85,3

**Indica aplicação do teste de Fisher.

Figura 1: Alterações na flexibilidade de extensão da coluna cervical entre os grupos

nos diferentes momentos. * Interação Grupo*Momento.

54

55

56

57

58

59

60

61

62

63

Pré Pós

Exte

nsã

o d

a C

olu

na

Cer

vic

al

(Gº)

Experimental Controle

*

26

5 DISCUSSÃO

Os resultados apontados neste estudo demonstraram que em 16 sessões de

exercícios de alongamento, houve contribuição significativa para um aumento da

flexibilidade na extensão da coluna cervical. Já para a flexão da coluna cervical e

flexão do tronco não houve uma diferença quando comparado aos dois grupos. Em

questão ao relato subjetivo de dor musculoesquelética com as alterações da

flexibilidade na flexão da coluna cervical, na extensão da coluna cervical e na flexão

do tronco para coluna lombar, não apresentaram associação com a diminuição da

dor musculoesquelética.

O fato de não ter encontrado resultados significativos estatisticamente na

flexão da coluna cervical, na extensão da coluna cervical, na flexão do tronco e na

associação da flexibilidade com a dor musculoesquelética, pode ser explicado no

número de sessões a que os indivíduos foram submetidos, sendo que apenas 3

sujeitos cumpriram as 16 sessões de exercícios de alongamento propostas neste

estudo, considerando assim todos os indivíduos ao qual completaram mais de 10

sessões.

Em relação à dor musculoesquelética, como os dados relatados são

subjetivos, a não associação com a flexibilidade pode ser explicada. Considerada

uma experiência sensorial e emocional subjetiva desagradável, a dor é difícil de

quantificar e qualificar (Silva e Ribeiro-Filho, 2006).

Estudos apontam que dentro de um programa de Ginástica Laboral há uma

melhora tanto na flexibilidade, quanto na dor musculoesquelética, como no estudo

conduzido por Lima (2007), em trabalhadores de escritório, onde após três e seis

meses de intervenção houve resultados estatisticamente significantes de aumento

da flexibilidade e da percepção de dor musculoesquelética auto-relatada. Houve

uma diminuição, mas tem-se ausência do grupo controle para fazer os comparativos

e haver mais consistência nos dados e resultados. Neste presente estudo houve um

grupo controle, o que contribuiu também para resultado encontrados neste estudo

ser diferente quando comparados a outros estudos.

Infelizmente no Brasil, o que se observa com os levantamentos feitos nas

empresas, é que o nível de sedentarismo entre trabalhadores é muito alto (Ceschini

e Lima, 2005; Matsudo et al., 2007). Neste estudo foram feitas perguntas se os

27

indivíduos faziam atividade física nos dois momentos dos testes e foi observado que

com o programa de Ginástica Laboral se percebe um grande número de indivíduos

que fazem atividade física, contribuindo então para um estilo de vida mais saudável.

Apesar de não ser foco do estudo, cabe ressaltar este dado.

O fato de ter considerado neste estudo os indivíduos que completaram pelo

menos 10 sessões das 16 sessões de exercícios de alongamento propostas, está

relacionado ao local de trabalho e aos cargos dos participantes, o que fez ter uma

perda amostral, pois haviam enfermeiros, médicos, auxiliar operacional, técnicos de

laboratório, que, nos dias que estavam ocupados com pacientes, ou com uma

limpeza, ou no atendimento ao público, não conseguiam completar as 16 sessões de

exercícios de alongamento propostas.

Considerando os fatos citados acima, pode-se dizer que, em um ambiente

hospitalar há dificuldade para conduzir um trabalho científico, como no caso do

presente estudo. Como forma de contribuir com a literatura, é importante pensar em

conduzir um trabalho com maior tempo de programa de exercícios de alongamento

entre as coletas de dados no momento pré-teste para o pós-teste, para verificar, com

exercícios de alongamento, as alterações da flexibilidade e se haverá associação

com a dor musculoesquelética.

No estudo feito por Soares et al. (2006), o comparecimento às sessões de

Ginástica Laboral com trabalhadores de uma central de teleatendimento, também foi

baixo. Em um estudo conduzido por Galinsky et al. (2007), nenhum efeito

significativo foi observado em relação ao desconforto e o desempenho dos

participantes do grupo que realizou exercícios de alongamento durante as pausas e

o grupo controle, o que corrobora com o presente estudo aqui apresentado.

28

6 CONCLUSÕES

Mediante os resultados apresentados neste estudo, 16 sessões de exercícios

de alongamento contribuem significativamente no aumento da flexibilidade para

extensão da coluna cervical. Em relação à diminuição da dor musculoesquelética

não houve associação com a flexibilidade nos movimentos de flexão da coluna

cervical, extensão da coluna cervical e flexão do tronco.

Apesar de neste estudo não se apresentar associação da flexibilidade com a

dor musculoesquelética e apresentar resultado significativo apenas na extensão da

coluna cervical, vale ressaltar que foi composto de um grupo controle, o que quando

investigado na literatura é muito escasso encontrar estudos em que há a presença

de um grupo controle e que tenha resultados positivos na flexibilidade. Assim é

importante que se faça mais estudos nesta área com maior número de sessões,

maior tempo de programa sugerido e contendo um grupo controle, de forma a

contribuir na literatura com resultados concisos.

29

REFERENCIAS

ACHOUR JÚNIOR A. Alongamento e aquecimento: aplicabilidade da performance atlética. Revista da Associação dos Professores de Educação Física de Londrina. v.10, n.18, p.50-65, 1995. ________. Avaliando a flexibilidade: flexímetro. Midiograf, Londrina PR, 1997. ________.Bases para exercícios de alongamento relacionado com saúde e no desempenho atlético. Londrina: Phorte; 1999. ________. Flexibilidade e alongamento: saúde e bem-estar. Barueri, SP: Manole; 2004. ________. Validação de testes de flexibilidade da coluna lombar (tese). São Paulo: Escola de Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo; 2006a. ________. Exercícios de alongamento: anatomia e fisiologia. 2ª Ed. Barueri, SP: Manole; 2006b. ALLSEN PE, HARISSON JM, VANCE B. Exercício e qualidade de vida: uma abordagem personalizada. Tradução de Sonia Regina de Castro Bidutte. 6ª Ed. Barueri, SP: Manole; 2001. ALTER MJ. Ciencia da flexibilidade. Tradução de Maria da Graça Figueiró da Silva. 2ª Ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul; 1999. ASSUNÇÃO AA, ALMEIDA IM. Doenças osteomusculares relacionadas com o trabalho: membro superior e pescoço. In: Mendes R, organizador. Patologia do Trabalho. 2ª Ed. São Paulo: Atheneu; 2005. P.1501-39. BALLONE GJ, ORTOLANI IV. Da emoção à lesão: um guia de medicina psicossomática. 2ª Ed. Barueri, SP: Manole; 2007. BERTOLINI, E. A Ginástica laboral Como um caminho Para a qualidade de Vida no Trabalho. (Monografia), Universidade do Contestado Concórdia SC, 1999. BARREDO RV, MAHON K. The effects of exercise and rest breaks on musculoskeletal discomfort during computer tasks: na evidence-based perspective. J. Phys. Ther Sci, 2007; 19:151-63. BIENFAIT M. Fáscias e pompages: estudo e tratamento do esqueleto fibroso. Tradução de Angela Santos. São Paulo: Summus; 1999. BURDORF A, NAAKTGEBOREN B, POST W. Prognostic factors for musculoskeletal sickenss absence and return to work among welders and metal workers. Occup Environ Med. 1998;55(7):490-5.

30

CAÑETE I. Humanização: desafio da empresa moderna; a ginástica laboral como um caminho. Porto Alegre: Artes e Ofícios; 1996. CARVALHO SHF. Ginástica nas empresas. São Paulo: EPU; 2007. CAUDILL MA. Controle a dor antes que ela assuma o controle: um programa clinicamente comprovado. Tradução de Denise Maria Bolanho. 2ª Ed. São Paulo: Summus, 1998. CESCHINI F, LIMA V. Nível de atividade física em trabalhadores do setor administrativo e fabril: uma análise de acordo com o gênero, setor de trabalho e participação em programa de ginástica laboral. Pesquisa em Educação Físcia. COSTA FILHO, I. Ginástica Laboral. Disponível na internet via HTTP://pessoal.onda.com.br/kikopers. Arquivo capturado em 05 de junho de 2011. COUTO HA. Ergonomia aplicada ao trabalho: conteúdo básico, guia prático. Belo Horizonte: Ergo; 2007. DANTAS EHM. Alongamento e flexionamento. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Shape; 2005. DIAS MFM. Ginástica Laboral: empresas gaúchas têm bons resultados com ginástica antes do trabalho. Revista Proteção, Rio Grande do Sul. 1994 maio 29; p.24-25. DISHMAN RK, SALLIS JF, ORENSTEIN DR. The determinants of physical activity and exercise. Public Health Rep. 1985;100(2):158-71. FARIAS JÚNIOR, JC; BARROS, MVG. Flexibilidade e Aptidão física Relacionada à saúde. Corporis: Revista da Escola Superior de Educação Física da UPE. a.3, v.2, n.1, p.39-46, jan/dez 1998. FIGUEIRA JUNIOR AJ. Atividade física na empresa: perspectivas na implantação de programas de atividade física e qualidade de vida. Rev. Bras. Ciênc. Saúde. 2004;4:54-8. FIGUEIREDO F, MONT’ALVÃO C. Ginástica laboral e ergonomia. Rio de Janeiro: Sprint; 2005. GALINSKY T, SWANSON N, SAUTER S, DUNKIN R, HURRELL J, SCHLEIFER L. Supplementary breaks and stretching exercises for data entry operators: a follow-up field study. Am J. Ind Med. 2007; 50(7):519-27. GRANDE AJ, LOCH MR, GUARIDO EA, COSTA JBY, GRANDE GC, REICHERT FF. Comportamentos relacionados à saúde entre participantes e não participantes da ginástica laboral. Rev. Bras. Cineantropometria do Desempenho Humano, 2011, 13(2):131-137.

31

GREVE JMA. Semiologia da coluna vertebral. In: Greve JMA, Amatuzzi MM, organizadores. Medicina de reabilitação nas lombalgias crônicas. São Paulo: Rocca 2003. GREVE JMA, AMATUZZI MM, organizadores. Medicina de reabilitação nas lombalgias crônicas. São Paulo: Rocca; 2003. HOEGER, WK; HOEGER, SA. Principles and labs for physical fitness and wellness. 3ª Ed. Colorado – USA: Morton pub. co. 1994. KISNER C, COLBY LA. Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. Tradução de Lilia Breternitz Ribeiro. São Paulo: Manole; 1998. KOLLING, A. Ginástica Laboral Compensatória: uma experiência vitoriosa da FEEVALE. R. Est. Novo Hamburgo v3, n2, p.47-52, 1980. Porto Alegre, 1982. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. LIMA DG. Ginástica Laboral: metodologia de implantação de programas com abordagem ergonômica. Jundiaí: Fontoura; 2004. LIMA V. Ginástica Laboral: atividade física no ambiente de trabalho. 3ª Ed. São Paulo: Phorte; 2007. LIMA VA. Efeitos de um programa de exercícios físicos no local de trabalho sobre a flexibilidade e percepção de dor musculoesquelética entre trabalhadores de escritório. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 2009. LIN TY, KAZIYAMA HHS, TEIXEIRA MJ, SIMONS DG. Síndrome dolorosa miofascial. In: Teixeira MJ, Lin TY, kaziayama HHS, organizadores. Dor: síndrome dolorosa miofascial e dor músculo-esquelética. São Paulo: Rocca; 2006. p.105-18. MARTINS CO. Repercussão de um programa de ginástica laboral na qualidade de vida de trabalhadores de escritório (tese). Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 2005. MATSUDO, SMM. Envelhecimento & atividade física. Londrina: Midiograf; 2001. MATSUDO VKR, MATSUDO SMM, ANDRADE DR, OLIVEIRA LC, ARAÚJO TL. Promovendo atividade física no ambiente de trabalho. Diagnóstico de Tratamento. 2007; 12(2): 97-102. MENDES, RA. Ginástica laboral (GL): Implantação e Benefícios nas indústrias da Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Curitiba, 2000. Dissertação (Mestrado em Tecnologia) – Programa de Pós-Graduação em Tecnologia – Universidade Federal do Paraná. MENDES RA, LEITE N. Ginástica laboral: princípios e aplicações práticas. Barueri, SP: Manole; 2004.

32

MENSE S, SIMONS DG, RUSSELL IJ. Dor muscular: natureza, diagnóstico e tratamento. Tradução de Rosamaria Kelbert e Paula Maria Loiola de Souza. Barueri, SP: Manole; 2008. MOTA CGM, PIRES FILHO RJ, AGUIAR EF, FIGUEIRA JÚNIOR A. Ginástica laboral e os efeitos relacionados à demanda do trabalho: revisão de literatura. Res. Brás. Ciênc. Saúde. 2005;3(6):38-43. MONTEIRO GA. Treinamento da flexibilidade: sua aplicabilidade para saúde. Londrina: Midiograf; 2006. NAHAS, MV. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e estudos e sugestões para um estilo de vida ativo. Londrina. Midiograf., 2001. ________. Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 4.ed. Londrina: Midiograf, 2006.

NIEMAN, DC. Exercícios e saúde: como se prevenir de doenças usando o exercício como seu medicamento. São Paulo: Manole, 1999. NUSAT – Núcleo de Referência em Doenças Ocupacionais da Previdência Social. Relatório Anual 1997. Belo Horizonte: MPAS/INSS/SEMG/CSS; 1998. POLETTO, SS. Avaliação e Implantação de Programas de Ginástica Laboral, Implicações Metodológicas. (tese de mestrado) 2002. RANNEY D. Distúrbios osteomusculares crônicos relacionados ao trabalho. Tradução de Silvia M. Spada. São Paulo: Rocca; 2000. RESENDE MCF, TEDESCHI CM, BETHONICO FP, MARTINS TTM. Efeitos da ginástica laboral em funcionários de teleatendimento. Acta Fisiatr. n.14, v.1, p. 25-31, 2007. RODRIGUES MVC. Qualidade de Vida no Trabalho: evolução e análise no nível gerencial. 9ª ed. Rio de Janeiro (RJ): Vozes; 2002. SAKATA RK. Lesão por esforços repetitivos (LER) – Doença osteomuscular relacionada ao trabalho (DORT). In: Sakata RK, Issy AM, coordenadores. Guia de medicina ambulatorial e hospitalar: dor. Barueri, SP: Manole; 2004. p.71-81. SAKATA RK, ISSY AM, VLAINICH R. Cervicobraquialgias. In: Sakata RK, Issy AM, coordenadores. Guia de medicina ambulatorial e hospitalar: dor. Barueri, SP: Manole; 2004. p.57-69. __________. Síndrome miofascial. In: Sakata RK, Issy AM, coordenadores. Guia de medicina ambulatorial e hospitalar: dor. Barueri, SP: Manole; 2004a. p.27-34. __________. Lombalgia e lombociatalgia. In: Sakata RK, Issy AM, coordenadores. Guia de medicina ambulatorial e hospitalar: dor. 2004b. p.45-56.

33

SILVA JA, RIBEIRO-FILHO NP. Avaliação e mensuração de dor: pesquisa, teoria e prática. Ribeirão Preto: FUNPEC, 2006. SOARES RG, ASSUNÇÃO AA, LIMA FPA. A baixa adesão ao programa de ginástica laboral: buscando elementos do trabalho para entender o problema. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 2006. STEWART W, RICCI J, CHEE E, LIPTON R. Work-related cost of pain in the US: results from the American Productivity Audit. Program and abstracts of the 10th World Congress of the International Association for the Study of Pain; August 17-22, 2002. TARGA, JF. Teoria da Educação Físico-desportiva-recreativa. Porto Alegre: ESEF-IPA, 1973. TEIXEIRA MJ. Síndromes dolorosas. Rev. Med (São Paulo). 1997;76(1):21-6. TEIXEIRA MJ, LIN TY, KAZIYAMA HHS. Fisiopatologia da dor músculo-esquelética. In: Teixeira MJ, Lin TY, Kaziyama HHS, organizadores. Dor: síndroem dolorasa miofascial e dor músculo-esquelética. São Paulo: Rocca; 2006. p.53-66. TEIXEIRA MJ, LIN TY, KAZIYAMA HHS, organizadores. Dor: síndrome dolorosa miofascial e dor músculo-esquelética. São Paulo: Rocca; 2006. THE HARTFORD LOSS CONTROL DEPARTMENT. Warming-up to on-the-job exercise: effectiveness of exercise programs in preventing or relieving musculoskeletal disorders. Technical information paper series. 2002 (cited 2008 dec 9). Available from: HTTP://www.thehartford.com/corporate/losscontrol/TIPS/860-094.pdf. TOLEDO FO. Adaptação do inventário breve de dor para a língua portuguesa no Brasil e teste de suas propriedades psicométricas (dissertação). Ribeirão Preto: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; 2008. U.S. DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICES. Physical activity and health: a report of the Surgeon General. Atlanta, GA: U.S. Department of Health and Human Services, Centers for Disease Control and Prevention, National Center for Chronic Disease Prevention and Health Promotion, 1996. VIEL E, ESNAULT M. Lombalgias e cervicalgias da posição sentada: conselhos e exercícios. Tradução de Marcos Ikeda. São Paulo: Manole; 2000. WEINECK, J. Treinamento Ideal. Barueri: Manole, 1999. ZILLI CM. Manual de cinesioterapia/ginástica laboral: uma tarefa interdisciplinar com ação multiprofissional. São Paulo: Lovise; 2002.

34

ANEXO I

35

36

37

ANEXO II

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

CORRELAÇÃO DA FLEXIBILIDADE E DOR MUSCULOESQUELÉTICA EM UM PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL EM SERVIDORES DA UNIVERSIDADE

ESTADUAL DE LONDRINA

Prezado(a) Senhor(a):

Gostaríamos de convidá-lo (a) a participar da pesquisa CORRELAÇÃO DA

FLEXIBILIDADE E DOR MUSCULOESQUELÉTICA EM UM PROGRAMA DE

GINÁSTICA LABORAL EM SERVIDORES DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE

LONDRINA, realizada em Londrina - PR. O objetivo da pesquisa é verificar o efeito

de exercícios de alongamento sobre flexibilidade e dor musculoesquelética em um

programa de Ginástica Laboral, em servidores do Hospital Universitário Regional do

Norte do Paraná e do Centro de Ciências de Saúde da Universidade Estadual de

Londrina, além de correlacionar flexibilidade e dor musculoesquelética. A sua

participação é muito importante para esta pesquisa, e se daria da seguinte forma: os

participantes serão divididos em dois grupos. Um grupo experimental, ao qual serão

submetidos a 16 sessões de exercícios de alongamento de 12 a 15 minutos,

conforme o Programa de Ginástica Laboral da Universidade Estadual de Londrina,

realizada durante o horário de trabalho, e outro grupo que será orientado, para que

neste mesmo período de intervenção, não realize nenhuma prática regular de

exercícios de alongamento. No momento das avaliações, para os dois grupos, serão

explicados e demonstrados os movimentos de flexão e extensão da coluna cervical e

flexão do tronco, e antes da avaliação será executado de forma ativa um movimento

de flexão da coluna cervical, um movimento de extensão da coluna cervical e um

movimento de flexão de tronco, como forma de aquecimento. O indivíduo realizará

ativamente duas vezes cada movimento, iniciando com a flexão cervical,

posteriormente com a extensão cervical e finalizando com flexão do tronco, sendo

que para as medidas, será utilizado o aparelho flexímetro. Os valores mais altos

registrados serão utilizados para análises. Será entregue, a versão adaptada do

Inventário para Dor de Wisconsin, no início das avaliações, para que cada

38

participante preencha e os devolva antes da intervenção de 16 sessões. A versão

será novamente entregue após a intervenção, tendo nos dois casos, três dias de

prazo para devolução. Esclarecemos que sua participação é totalmente voluntária,

podendo recusar-se a participar, ou desistir a qualquer momento sem que isto

acarrete qualquer ônus ou prejuízo à sua pessoa. Informamos ainda que os dados

serão utilizadas somente para os fins desta pesquisa e serão tratadas com o mais

absoluto sigilo e confidencialidade, de modo a preservar a sua identidade.

Os dados obtidos na pesquisa, como registro de fotografias e informações pessoais,

não serão destinados para outros fins que não seja a pesquisa científica.

Os benefícios esperados são os de verificar se exercícios de alongamento

influenciam positivamente a flexibilidade e a dor musculoesquelética e qual a

correlação entre os dois fatores em um programa de Ginástica Laboral, de forma a

aumentar o grau de flexibilidade e diminuir dor musculoesquelética.

Informamos que o Senhor(a) não pagará nem será remunerado por sua participação.

Garantimos, no entanto, que todas as despesas decorrentes da pesquisa serão

ressarcidas, quando devidas e decorrentes especificamente de sua participação na

pesquisa.

Caso você tenha dúvidas ou necessite de maiores esclarecimentos poderá nos

contactar - Silas Seolin Dias, Rua: Delaine Negro, 95 Apto. 201 Bloco C, (43)

91280149, s_seolin@yahoo.com.br; Abdallah Achour Junior, Rua: Solar Rivieira,

200, achour@onda.com.br), ou procurar o Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo

Seres Humanos da Universidade Estadual de Londrina, na Avenida Robert Kock, nº

60, ou no telefone 33712490. Este termo deverá ser preenchido em duas vias de

igual teor, sendo uma delas, devidamente preenchida e assinada entregue ao

Senhor(a).

Londrina, ___ de ________de 2011.

Pesquisador Responsável

36875786826 (Silas Seolin Dias)

53205499972 (Abdallah Achour Junior)

39

_____________________________________, tendo sido devidamente esclarecido

sobre os procedimentos da pesquisa, concordo em participar voluntariamente da

pesquisa descrita acima.

Assinatura (ou impressão dactiloscópica):____________________________

Data:___________________

40

ANEXO III

Rio de Janeiro, 12 de Maio de 2004.

Resolução CONFEF nº 073/2004

Dispõe sobre a Ginástica Laboral e dá outras providências

O PRESIDENTE DO CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA, no uso de suas atribuições estatutárias, conforme dispõe o inciso VII, do art. 40;

CONSIDERANDO o disposto na Lei Federal nº 9.696, de 01 de setembro de 1998;

CONSIDERANDO o disposto na Resolução CONFEF nº 046/02, que dispõe sobre a Intervenção do Profissional de Educação Física e respectivas competências e define os seus campos de atuação profissional;

CONSIDERANDO o disposto na Resolução nº 218, de 06 de Março de 1997, do Conselho Nacional de Saúde;

CONSIDERANDO o disposto na Portaria MTE nº 397, de 09 de Outubro de 2002, que aprova a Classificação Brasileira de Ocupações - CBO/2002, no que concerne a Família 2241 - Profissionais de Educação Física;

CONSIDERANDO o disposto na Resolução CNE/CES nº 03, de 16 de Junho de 1987, que estabelece os mínimos de conteúdo e duração a serem observados nos cursos de graduação em Educação Física (Bacharelado e/ou Licenciatura Plena);

CONSIDERANDO a Resolução CNE/CES 07/04, aprovada em 31 de Março de 2004, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Educação Física, em nível superior de graduação plena, originada do Parecer CNE/CES nº 0058/2004, aprovado em 18 de Fevereiro de 2004;

CONSIDERANDO que o Profissional de Educação Física é qualificado e legalmente habilitado para intervir no seu campo profissional prevenindo doenças, promovendo a saúde do trabalhador e contribuindo para a sua qualidade de vida;

CONSIDERANDO que a formação do Profissional de Educação Física, além do domínio do conhecimento sobre o movimento humano e exercício físico nas suas dimensões biodinâmica, comportamental e sociocultural, inclui a abordagem dos aspectos pedagógicos e afetivos emocionais do comportamento motor do trabalhador, que tornam diferenciada sua intervenção;

CONSIDERANDO que, tradicionalmente, a prescrição, orientação e dinamização da ginástica e do exercício físico nas suas diversas formas, manifestações e objetivos são atividades próprias do Profissional de Educação Física;

41

CONSIDERANDO que o Profissional de Educação Física presta assistência à saúde do trabalhador no que concerne as suas necessidades na prática de ginásticas, exercícios físicos, atividades físicas e similares, independentemente do local em que atue;

CONSIDERANDO que o Profissional de Educação Física atua em empresas e/ou organizações detentoras de postos de trabalho, intervindo de forma efetiva para a promoção da saúde integral e melhoria da qualidade de vida do trabalhador;

CONSIDERANDO o reconhecimento, por parte dos empresários e trabalhadores, da importância da ginástica e lazer para o bem estar do trabalhador na realização de suas atividades funcionais, proporcionando a redução dos índices de acidentes de trabalho e de doenças ocupacionais do trabalhador; e,

CONSIDERANDO o deliberado em Reunião Plenária do dia 03 de Abril de 2004;

RESOLVE:

Art 1º - É prerrogativa privativa do Profissional de Educação Física planejar, organizar, dirigir, desenvolver, ministrar e avaliar programas de atividades físicas, particularmente, na forma de Ginástica Laboral e de programas de exercícios físicos, esporte, recreação e lazer, independente do local e do tipo de empresa e trabalho.

Art. 2º - No desempenho das atribuições do Profissional de Educação Física, no âmbito da Ginástica Laboral, incluem-se: I - ações profissionais, de alcance individual e/ou coletivo, de promoção da capacidade de movimento e prevenção a intercorrência de processos cinesiopatológicos; II - prescrever, orientar, ministrar, dinamizar e avaliar procedimentos e a prática de exercícios ginásticos preparatórios e compensatórios às atividades laborais e do cotidiano; III - identificar, avaliar, observar e realizar análise biomecânica dos movimentos e testes de esforço relacionados às tarefas decorrentes das variadas funções que o trabalho na empresa requer, considerando suas diferentes exigências em qualquer fase do processo produtivo, propondo atividades físicas, exercícios ginásticos, atividades esportivas e recreativas que contribuam para a manutenção e prevenção da saúde e bem estar do trabalhador; IV - propor, realizar, interpretar e elaborar laudos de testes cineantropométricos e de análise biomecânica de movimentos funcionais, quando indicados para fins diagnósticos; V - elaborar relatório de análise da dimensão sócio cultural e comportamental do movimento corporal do trabalhador e estabelecer nexo causal de distúrbios biodinâmicos funcionais.

Art. 3º - O Profissional de Educação Física no âmbito da sua atividade profissional está qualificado e habilitado para prestar serviços de auditoria, consultoria e assessoria especializada.

42

Art. 4º - O Profissional de Educação Física contribui para a promoção da harmonia e da qualidade assistencial no trabalho em equipe multiprofissional e a ela integra-se, sem renunciar à sua independência ético-profissional.

Art. 5º - O Profissional de Educação Física é um profissional ativo nos processos de planejamento e implantação de programas destinados a educação do trabalhador nos temas referentes à saúde funcional e ocupacional e hábitos para uma vida ativa.

Art. 6º - Os casos omissos serão resolvidos pelo Plenário do CONFEF.

Art. 7º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Jorge Steinhilber Presidente CREF 000002-G/RJ

DOU 94, seção 1, págs. 78 e 79, 18/05/2004

43

OF. Londrina, 6 de julho de 2011.

Prezada Senhora:

Venho por meio deste, para fins de apresentação ao Comitê de Ética em Pesquisa

Envolvendo Seres Humanos da UEL, solicitar autorização para desenvolver a pesquisa Correlação da

Flexibilidade e Dor Musculoesquelética em um Programa de Ginástica Laboral, com os servidores do

Centro de Ciências da Saúde (departamentos e serviços gerais). Informo ainda que a pesquisa

deverá ocorrer no período de julho a novembro de 2011 e que não acarretará nenhuma alteração na

carga horária de trabalho dos servidores, ora já participantes do programa de Ginástica Laboral.

Certo de sua atenção e colaboração, coloco-me à disposição para os

esclarecimentos que se fizerem necessários.

Cordialmente.

Silas Seolin Dias Aluno do curso de Educação Física Universidade Estadual de Londrina

Ilma.Sra.

Prof.Ms. Aparecida de Lourdes Perim

Diretora do Centro de Ciências da Saúde

Nesta

44

OF. Londrina, 5 de julho de 2011.

Prezada Senhora:

Venho por meio deste, para fins de apresentação ao Comitê de Ética em Pesquisa

Envolvendo Seres Humanos da UEL, solicitar autorização para desenvolver a pesquisa Correlação da

Flexibilidade e Dor Musculoesquelética em um Programa de Ginástica Laboral, com os servidores da

Biblioteca Setorial do CCS/HU. Informo ainda que a pesquisa deverá ocorrer no período de julho a

novembro de 2011 e que não acarretará nenhuma alteração na carga horária de trabalho dos

servidores, ora já participantes do programa de Ginástica Laboral.

Certo de sua atenção e colaboração, coloco-me à disposição para os

esclarecimentos que se fizerem necessários.

Cordialmente.

Silas Seolin Dias Aluno do curso de Educação Física Universidade Estadual de Londrina

Ilma.Sra.

Prof.Dra. Maria Elisabete Catarino

Diretora da Biblioteca Central da UEL

Nesta