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DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVIL
PAULO ROBERTO DE OLIVEIRA
ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE O DESTINO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS EM FOSSAS SÉPTICAS NUMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR:
diagnóstico e mapeamento
Trabalho apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Mestre no Programa de Mestrado em Engenharia de Edificações e Saneamento do Departamento de Construção Civil do Centro de Tecnologia e Urbanismo da Universidade Estadual de Londrina. Orientador: Prof.: Dr. José Paulo Peccinini Pinese
LONDRINA 2006
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
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PAULO ROBERTO DE OLIVEIRA
ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE O DESTINO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS EM FOSSAS SÉPTICAS NUMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR:
diagnóstico e mapeamento
BANCA EXAMINADORA:
................................................................................
Prof. Dr. José Paulo Peccinini Pinese
Universidade Estadual de Londrina
Orientador
................................................................................
Profª Drª Nilza Aparecida Freres Stipp
Universidade Estadual de Londrina
................................................................................
Profª Drª Sandra M.C.Pereira da Silva
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, 20 de dezembro de 2006.
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Dedicatória
À minha esposa Vera e meus filhos Gerson e Fábio,
verdadeiros companheiros nos momentos mais difíceis
de elaboração da dissertação, por sua compreensão, carinho e incentivo.
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Agradecimentos
A Deus,
meu suporte e meu apoio, dando-me discernimento.
A meus pais, João e Afra, pela confiança em mim depositada;
A meus cunhados Miguel, Junior e Jura, pelo incentivo e apoio;
A minha sogra, Cremilda, pelo incentivo;
À Professora Doutora Sandra Márcia Cesário Pereira da Silva, pelo apoio, compreensão,
incentivo e colaboração na cessão do laboratório de hidráulica e saneamento, para a
realização das análises;
A meus amigos de trabalho, especialmente ao Maurício, Eli, Lourdes, Célio e Rogério da
Dhst/Uel, pela colaboração e compreensão;
À Gisselma Aparecida Batista, pelas análises realizadas;
Ao amigo Sérgio Stasiak, que muito me incentivou, pelo uso da informática sobre
georeferenciamento, coordenadas, curvas de nível, mapeamento e excel
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OLIVEIRA, Paulo R. Estudo Exploratório Sobre o Destino de Resíduos Líquidos em Fossas Sépticas numa Instituição de Ensino Superior: diagnóstico e mapeamento 2006. Xxx p.Dissertação( Mestrado Engenharia de Edificações e Saneamento do Departamento de Construção Civil. UEL Londrina.
RESUMO
As demandas para atendimento à comunidade científica das Instituições de Ensino Superior, o grande número de pessoas que por elas circulam as diferentes necessidades das diversas áreas de conhecimento, ensino, pesquisa e extensão, exige uma preocupação constante com o ambiente, além de reflexões sobre o papel da Universidade e da sua interação com a sociedade. O volume de resíduos líquidos produzidos pode causar a poluição do meio ambiente, doenças ocupacionais e afetar a saúde da comunidade universitária. Assim, dentro do objetivo deste trabalho procedeu-se à identificação e georeferenciamento das fossas sépticas do Campus da UEL, à coleta e identificação dos resíduos líquidos de maior freqüência nelas descartados, com a preocupação sobre a destinação final destes resíduos líquidos que são descartados nas fossas sépticas dos diferentes espaços físicos do Campus da Universidade Estadual de Londrina. Buscando privilegiar os diferentes segmentos da UEL, foram selecionados 19 setores do Campus, correspondendo a um total de vinte e quatro fossas de coleta de amostras de resíduos líquidos, submetidas a análises de DBO, DQO e pH. Além de grandes proporções de resíduos provenientes de banheiros, cozinhas e materiais de limpeza e higienização, foram identificados também diversos compostos químicos como: revelador de filmes, fixador para fotos, ferrocianeto, formol, nitrato de prata, querosene, ácido nítrico, solventes, antisséptico, cera, removedor, formol, álcool, remédio, corantes, metanol, semém de animais, líquido de placenta, ácidos diversos, soda cáustica e hipossulfato de sódio. O presente trabalho de pesquisa permitiu concluir que medidas urgentes de educação ambiental devem ser planejadas, partindo de um programa de gerenciamento de resíduos líquidos da UEL. Como medida inicial, pode-se estabelecer coletivamente a implantação de políticas internas que estimulem mudanças comportamentais nos padrões de consumo, tanto em relação aos discentes como em relação aos docentes e funcionários, reduzindo o lançamento de diferentes resíduos nas fossas sépticas. Palavras chaves: resíduos;poluição ambiental, saúde.
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OLIVEIRA, Paulo R. Estudo Exploratório Sobre o Destino de Resíduos Líquidos em Fossas Sépticas numa Instituição de Ensino Superior: diagnóstico e mapeamento 2006. Xxx p. Dissertation( Master of library Science) Engenharia de Edificações e Saneamento do Departamento de Construção Civil. UEL Londrina.
ABSTRACT
The demands for service to the scientific community of the Institutions of Higher education, the great number of people that /they circulate for them, the different needs of the several knowledge areas, teaching, researches and extension, demands a constant concern with the atmosphere and reflections concerning the paper of the University and of his/her interaction with the society. The quantitative of liquid residues that they produce can cause the pollution of the environment, occupational diseases and to affect the academical community's health. Like this, as objective of this work we proceeded the identification and georeferenciamento of the septic tanks of the Campus of UEL, the collection and identification of the residues of larger frequency in them discarded, with the concern about the final destination of the liquid residues that they are discarded in the septic tanks of the different Campus physical spaces of the State University of Londrina. Looking for to privilege the different segments of UEL, 19 sections of the Campus were selected, corresponding it a total of 19 sewages of collection of the samples of liquid residues, submitted to analyses of DBO, DQO and pH. Besides great proportions of typical contaminations of bathrooms, kitchens and materials of cleaning and higienização, they were identified also several chemical compositions as: discloser of films, fixative for pictures, ferrocianeto, formol, silver nitrate, kerosene oil, acid nítrico, solvents, antisséptico, wax, remover, formol, alcohol, medicine, coloring, methanol, semém of animals, placenta liquid, several acids, caustic soda, hiposulfato of sodium, kerosene oil. The present research work, allowed to conclude that urgent measures of environmental education should be drifted, leaving of a program of administration of liquid residues of UEL. Initially, it can settle down the implantation of internal politics to be stimulate conduct changes in the consumption patterns, collectively so much in relation to the discentes as in relation to the teachers and employees, reducing the release of different residues in the septic tanks. Palavras chaves: resíduos;poluição ambiental, saúde.
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - FOTOGRAFIA DO COLETOR DE RESÍDUOS LÍQUIDOS DE FOSSAS - LONDRINA, PR, OLIVEIRA, 2005 .............. 28
FIGURA 2 - LISTA DE MATERIAL UTILIZADO NA COLETA - LONDRINA, PR - OLIVEIRA, 2005 ................................... 28
FIGURA 3 - FOTOGRAFIA DO MATERIAL PARA COLETA DE RESÍDUOS LÍQUIDOS DE FOSSAS - LONDRINA - PR - OLIVEIRA, 2005 ......................................................... 29
FIGURA 4 - FOTOGRAFIA MOSTRANDO A COLETA DE RESÍDUOS LÍQUIDOS DE FOSSAS - LONDRINA - PR - OLIVEIRA, 2005 ......................................................... 30
FIGURA 5 - BACIA HIDROGRÁFICA DO TIBAGI - PARANÁ - 2005 .... 35 FIGURA 6 - MAPA DA AMÉRICA DO SUL DESTACANDO O
AQUÍFERO GUARANI ........................................................ 45 FIGURA 7 - LOCALIZAÇÃO DA CIDADE DE LONDRINA - PARANÁ . 46 FIGURA 8 - LOCALIZAÇÃO DO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DA UEL -
LONDRINA - PARANÁ ....................................................... 48
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LISTA DE QUADROS QUADRO 1 - RESULTADOS DAS ANÁLISES DE pH, DBO E DQO
DAS FOSSAS F68, F69, F84, F86 E F90 - UEL - LONDRINA - PR - 2005 ............................................. 96
QUADRO 2 - RESULTADOS DAS ANÁLISES DE pH, DBO E DQO DAS FOSSAS F77, F98, F99, F106 E F111 - UEL - LONDRINA - PR - 2005 ............................................. 99
QUADRO 3 - RESULTADOS DAS ANÁLISES DE pH, DBO E DQO DAS FOSSAS F06, F08, F19, F26 E F38 - UEL - LONDRINA - PR - 2005 ............................................. 100
QUADRO 4 - RESULTADOS DAS ANÁLISES DE pH, DBO E DQO DAS FOSSAS F09, F12, F44 E F45 - UEL - LONDRINA - PR - 2005 ............................................. 101
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LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 – DQO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS ATÉ 1000 mg/L – UEL – LONDRINA – PR – 2005 ...................................................... 94
GRÁFICO 2 – DQO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS MAIOR QUE 1000 mg/L – UEL – LONDRINA – PR – 2005 .......................................... 95
GRÁFICO 3 – DBO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS ATÉ 1000 mg/L – UEL – LONDRINA – PR – 2005 ...................................................... 96
GRÁFICO 4 – DBO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS MAIOR QUE 1000 mg/L – UEL – LONDRINA – PR – 2005 .......................................... 97
GRÁFICO 5 – pH DE RESÍDUOS LÍQUIDOS – UEL – LONDRINA – PR – 2005 ...................................................................................... 98
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental ABRH – Associação Brasileira de Recursos Hídricos CA – Conselho de Administração CBESA – Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental CCA – Centro de Ciências Agrárias CCB – Centro de Ciências Biológicas CCE – Centro de Ciências Exatas CCH – Centro de Letras e Ciências Humanas CCS – Centro de Ciências da Saúde CECA – Centro de Educação Comunicação e Artes CEFD – Centro de Educação Física e Desporto CEFET – Centro Federal de Educação Tecnológica CEPE – Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão CESA – Centro de Estudos Sociais Aplicadas CETESB - Centro Tecnológico de Saneamento Básico do Estado de São Paulo CFB – Constituição Federal do Brasil CONAMA – Comissão Nacional do Meio Ambiente CTU – Centro de Tecnologia e Urbanismo CU – Conselho Universitário DAAI – Diretoria de Avaliação e Acompanhamento Institucional DBO – Demanda Química de Oxigênio DBO – Demanda Última de Oxigênio
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DESA – Departamento de Engenharia Sanitária DF – Distrito Federal DNOCS – Departamento Nacional de Obras Contra a Seca DO – Demanda de Oxigênio DOU – Diário Oficial da União DQO – Demanda Bioquímica de Oxigênio EESC – Escola de Engenharia de São Carlos EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária EPUSP – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo ETE – Estação de Tratamento de Esgoto EUA – Estados Unidos da América FAUEL – Fundação Universidade Estadual de Londrina HC – Hospital de Clínicas HURNP – Hospital Universitário Regional Norte do Paraná IAPAR – Instituto Agronômico do Paraná IES – Instituição de Ensino Superior INEP – Instituto Nacional Ensino e Pesquisa ISO – International Standard Organization K2Cr2O7 - dicromato de potássio MEC – Ministério da Educação e Cultura MERCOSUL – Mercado do Cone Sul MINEROPAR – Minerais do Paraná S/A. OMS – Organização Mundial da Saúde PROAF – Pró-Reitoria de Administração e Finanças
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PROAPC – Pró-Reitoria de Assessoria de Planejamento e Controle PROEX – Pró-Reitoria de Extensão a Comunidade PRORH – Pró-Reitoria de Recursos Humanos RS – Rio Grande do Sul SBG – Sociedade Brasileira de Geologia SC – Santa Catarina SEBEC – Serviço do Bem Estar da Comunidade SETI – Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior SP – São Paulo UEL – Universidade Estadual de Londrina UEP – Universidade Estadual Paulista UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais UFPB – Universidade Federal da Paraíba UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul’ USP – Universidade de São Paulo
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SUMÁRIO
RESUMO .............................................................................................. 05 ABSTRACT ......................................................................................... 06 LISTA DE FIGURAS ........................................................................ 07 LISTA DE QUADROS ....................................................................... 08 LISTA DE GRÁFICOS ...................................................................... 09 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ...................................... 10 1 INTRODUÇÃO ............................................................................... 16 1.1 SANEAMENTO IN SITU ............................................................... 20 2 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................. 26 2.1 PROBLEMÁTICA E MÉTODO DE TRABALHO .......................... 26 2.2 SELEÇÃO DAS FOSSAS ............................................................. 27 2.3 COLETA DAS AMOSTRAS ........................................................... 27
a) Potencial Hidrogeniônico ....................................................... 31 b) Demanda Bioquímica do Oxigênio ........................................ 32 c) Demanda Química de Oxigênio .............................................. 33
3 CAMPUS UNIVERSITÁRIO DA UEL NO CONTEXTO DO MEIO FÍSICO REGIONAL ....................................................................... 34
3.1 CARACTERÍSTICAS REGIONAIS DO MEIO FÍSICO: A BACIA DO RIO TIBAGI .................................................................................... 34
3.2 EMBASAMENTO CRISTALINO .................................................... 35 3.3 FORMAÇÃO SERRA GERAL ....................................................... 36 3.4 DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS TIPOS DE SOLOS DA BACIA DO
RIO TIBAGI .................................................................................... 40 a) Latossolos (Latossolos Roxo) .............................................. 40 b) Nitossolos (Terra Roxa Estruturada) ..................................... 41 c) Cambissolos ............................................................................ 41 d) Neossolos (Solos Litólicos) .................................................... 42 e) Latossolo Vermelho – Escuros .............................................. 42
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3.5 ÁGUAS SUBTERRÂNEAS ............................................................ 43 3.6 A CIDADE DE LONDRINA ............................................................ 46 3.7 A UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA .......................... 47 3.7.1 Dados da Universidade Estadual de Londrina ....................... 49
a) Área física do campus ...................................................... 49
b) Estrutura da UEL ............................................................... 49
c) Comunidade Universitária ................................................ 49
d) Cursos de Graduação ....................................................... 50
e) Cursos de Pós-Graduação ............................................... 50
f) Alunos Matriculados ......................................................... 50
g) Órgãos Suplementares ..................................................... 50
h) Órgãos de Apoio ................................................................ 51
i) Centros de Estudos ........................................................... 51 4 A QUESTÃO AMBIENTAL DE OS RESÍDUOS LÍQUIDOS .......... 56 4.1 GERENCIAMENTO AMBIENTAL DE RESÍDUOS LÍQUIDOS ...... 56 4.1.1 Gerenciamento Organizacional ................................................. 58 4.1.2 Saúde e Qualidade de Vida ........................................................ 59 4.1.3 Água e Doenças ......................................................................... 60 4.1.4 Fontes de Poluição das Águas ................................................. 60 4.1.5 Conseqüências da Poluição da Água ...................................... 61 4.1.6 Controle da Poluição da Água .................................................. 62 4.1.7 Contexto Estratégico da Organização ..................................... 63 4.2 AVALIAÇÃO, GERENCIAMENTO E RISCO DO USO DA ÁGUA . 65 4.2.1 Avaliação e Risco ....................................................................... 65 4.2.2 Metodologia de Avaliação de Riscos para a Saúde Humana . 66 4.2.3 Gerenciamento dos Riscos: decisão ....................................... 67 4.2.4 Riscos e Padrões de Qualidade de Água ................................. 69 4.3 GERENCIAMENTO EM ÁREA URBANA ..................................... 71 4.3.1 Novos Desafios Impostos pelo Gerenciamento Urbano
Ambiental .................................................................................... 72 4.3.2 Decisões Ambientais de Gerenciamento Urbano ................... 74
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4.4 GERENCIAMENTO E RESPONSABILIDADE DO CIDADÃO COM O AMBIENTE DE UMA COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA ........... 75
4.5 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA DE 1988 ................. 79 5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ........................................ 82 5.1 LOCALIZAÇÃO DAS FOSSAS SÉPTICAS NO CAMPUS DA UEL . 82 5.2 FOSSAS SÉPTICAS SELECIONADAS PARA COLETAS ........... 85 5.3 IDENTIFICAÇÃO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS DAS FOSSAS
ANALISADAS NA UEL .................................................................. 87 5.4 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................. 93 5.5 CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS .................................................... 102 6 PROPOSIÇÃO DE UM PROGRAMA DE CONTROLE ............... 105 6.1 Diagnóstico da situação existente .......................................... 106 6.2 Definição da situação desejável ............................................. 106 6.3 Medidas de controle .................................................................. 106 6.4 Programas de acompanhamento ............................................. 107 6.5 Suporte Institucional Legal ...................................................... 107 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................... 114 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................... 116 GLOSSÁRIO .......................................................................................... 126 ANEXOS ................................................................................................ 129 ANEXOS 1 – CURVAS DE NÍVEL NO CAMPUS DA UEL – LONDRINA - PR – 2005 ....................................................................................................... 130 ANEXOS 2 – CURVAS DE NÍVEL NO CAMPUS DA UEL – LONDRINA - PR - 2005 ....................................................................................................... 131 ANEXOS 3 – GEOREFERENCIAMENTO DAS FOSSAS SÉPTICAS DA UEL – LONDRINA – PR - 2005 ........................................................................ 132 ANEXOS 4 – GEOREFERENCIAMENTO DAS FOSSAS SÉPTICAS DA UEL – LONDRINA – PR – 2005 ....................................................................... 136
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1 INTRODUÇÃO
Este é um momento crítico na história no qual a humanidade deve escolher
seu futuro. Na medida que vários setores do ambiente tornam-se cada vez mais
independentes e frágeis, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes riscos e
grandes promessas. Para seguir adiante, é preciso reconhecer que, no meio de
uma magnífica diversidade de formas de vida e cultura, a família humana e a
comunidade, com um destino comum, vive em um espaço físico comum.
Os padrões dominantes de produção de conhecimento e de consumo vêm
causando diferentes conseqüências ao ambiente, tais como: devastação
ambiental, redução de recursos e uma massiva extinção de espécies. Cuidar da
comunidade da vida com compreensão e aceitar que, com o direito de possuir,
administrar e usar os recursos naturais, vem o dever de impedir o dano causado
ao meio ambiente e de proteger o direito do cidadão. Pode-se afirmar que o
aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder comporta responsabilidades
na promoção do bem comum.
Segundo Donha (2002),
A virada do século tem propiciado valorosas discussões acerca dos caminhos e descaminhos do desenvolvimento social, humano, ambiental, econômico, urbano, rural, local, regional, etc. Porém, um elemento tem destacado-se, independente das peculiaridades. O novo padrão para qualquer plano, programa ou projeto, haverá de ser o aspecto da sustentabilidade, que em pouco tempo passou de “visão de futuro” para ser uma questão de presente, constituindo-se no desafio civilizatório do novo milênio. A solução dos problemas relacionados à coleta e destinação final dos resíduos, é determinante para a sustentabilidade das cidades.
O exercício da democracia e da cidadania contribui sobremaneira para que
as questões ambientais passem a ser cada vez mais discutidas, não só quando a
população se depara com agressões e danos contra a natureza, mas também
quando ela é diretamente afetada nos aspectos da sua qualidade de vida, quer
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seja por problemas de resíduos líquidos, ou reassentamento compulsório, pela
implantação ou ampliação de empreendimentos.
As interferências do homem no ambiente podem provocar alterações mais
ou menos abrangentes, localizadas ou extensivas, criando sérias conseqüências
ao equilíbrio ambiental; como qualquer outra espécie habitante do seu planeta,
interage com o ambiente à sua volta, modificando-o e transformando-o de acordo
com suas necessidades, produzindo em conseqüência disto resíduos líquidos de
diferentes naturezas podendo chegar ao fenômeno da poluição.
A poluição, segundo Cunha (2000), é definida como “toda alteração das
propriedades químicas, físicas e biológicas que possam constituir prejuízo à
saúde, à segurança e ao bem estar das populações e, ainda, possa comprometer
a biota e a utilização dos recursos para fins comerciais, industriais e recreativos”.
Neste contexto, os despejos dos resíduos líquidos em fossas sépticas do
Campus da UEL, poderão acarretar doenças ocupacionais e afetar a saúde da
comunidade universitária.
Conforme Palamanos (2000),
A poluição do meio ambiente, diante de suas repercussões diretas ou indiretas, imediatas ou mediatas contra a vida, a saúde, a segurança, o sossego e o bem estar da coletividade, constitui, nos dias de hoje, um dos mais graves e importantes problemas que merecem ampla e séria reflexão por parte de todos os campos da ciência.
Nesta mesma direção Gilpin (1980), diz:
O novo conceito de saúde aprovado pela Organização Mundial da Saúde, de conteúdo amplo, compreendendo todos os procedimentos que possam ocasionar dano, não somente ao estado físico ou psíquico da pessoa humana, mas também à segurança, à tranqüilidade e o bem estar do cidadão, individual ou socialmente considerado, diante dos abrangentes fenômenos da poluição ambiental.
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Assim, ultrapassando o conceito tradicional à enfermidade, considera-se saúde
para os fins ambientais, “ um estado de completo bem estar físico, mental e social
e não apenas a ausência de doenças ou enfermidade”.
Ao considerar a saúde das pessoas, é preciso pensar nas condições do
ambiente, onde estas pessoas vivem, seja realizando trabalho, seja no laser ou
ainda estudando. Por outro lado, não se pode deixar de efetuar algumas reflexões
a propósito do papel da Universidade e da sua interação com a sociedade.
Conforme disposto no artigo 30, inciso I e V da Constituição Federal do
Brasil de 1988 (BRASIL, 1988), em vigor, compete ao município “legislar sobre
assuntos de interesse local bem como organizar e prestar, diretamente ou sob
regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local”,
razão pela qual é dever do poder público o gerenciamento adequado e integrado
dos resíduos, iniciando pela articulação, conjuntamente das ações normativas,
operacionais, financeiras e de planejamento baseada em critérios sanitários,
ambientais e econômicos.
A preocupação com a preservação do meio ambiente deve ser assunto
significativo em qualquer nível operacional de uma sociedade organizada, quer
seja pelos governos, quer seja pelos empresários ou a comunidade em geral.
Os programas relacionados à preservação do meio ambiente são
complexos e abrangentes; assim, nesta dissertação, optou-se por pesquisar as
questões relacionadas aos ‘resíduos líquidos’ lançados em fossas sépticas no
Campus da Universidade Estadual de Londrina.
Qualquer setor de uma sociedade produtiva e legalmente constituída e que
produz resíduos líquidos, é responsável por eles até o momento em que alcançam
seu destino final, não importando quem faça a coleta.
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Os órgãos que controlam e fiscalizam a saúde pública e o meio ambiente,
podem exigir que os produtores de resíduos líquidos (laboratórios) façam
medições e controle do seu desempenho ambiental. Isto significa realizar
levantamentos dos pontos de emissões de resíduos, em qualquer de suas formas,
do volume de substâncias descartadas, sua concentração e a freqüência com que
os efluentes são eliminados, inclusive pelo ar.
Ao considerar que uma área destinada à instalação de um campus
universitário se constitui em área restrita, é possível planejar com antecedência a
sua ocupação, bem como o destino dos resíduos que irá produzir. Neste caso,
tomando como exemplo o campus da UEL, a implementação de um programa de
gerenciamento implica ‘na tomada de consciência’ de que todas as ações e
operações envolvidas estão interligadas e que, portanto, qualquer gestão global
de resíduos para uma aglomeração urbana tem que levar em conta não só o
aspecto coleta e transporte, que é a etapa que mais aparece aos olhos da
população e onde incide o maior custo, mas também e, principalmente, a fase de
disposição final dos resíduos que, quando mal administrada, gera graves
alterações no equilíbrio ambiental.
Outro aspecto que motivou a investigar os resíduos líquidos lançados nas
fossas sépticas encontra-se relacionado à possibilidade deles contaminarem a
água do aqüífero livre, visto que uma parte da água de consumo em alguns
setores da UEL, são oriundas diretamente do mesmo, portanto, através da
identificação e a localização das fossas sépticas, se identificou quais são estes
despejos, e os valores das demandas químicas e bioquímicas de oxigênio e seus
potenciais de hidrogênio.
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1.1 SANEAMENTO IN SITU
Em áreas urbanizadas sem redes de esgoto, a utilização de saneamento in
sito, como as fossas negras e sépticas, representam uma fonte potencial de
poluição das águas subterrâneas (PASQUAL, 1995). A contaminação das águas
subterrâneas pode ser causada por acidente, pelo rompimento de fossas sépticas,
pela proximidade entre a fossa e o poço de captação de água potável, e pela
proximidade do nível d´água subterrânea. As principais enfermidades relacionadas
à contaminação das águas subterrâneas por sistemas de fossas sépticas
sanitárias são causadas por agentes biológicos e químicos (FERREIRA, 1999).
Com o aumento da densidade populacional e a procura de novos
conhecimentos para o aperfeiçoamento da capacidade técnica, a degradação
ambiental tornou-se muito mais óbvia. No entanto, isto ocorreu vagarosamente.
Mas a demanda de necessidades de ocupação de áreas físicas para abrigar
diferentes construções para atender laboratórios, sala de aulas, espaços de laser,
instituições de ensino tem acelerado o processo de degradação do ambiente.
Em conseqüência disto, observou-se que as zonas urbanas residenciais,
industriais, comerciais, delimitação de áreas para instalação de instituições de
Ensino Fundamental, Médio e Superior, ocasionam outros fatores de agressões ao
ambiente em função do aumento das atividades humanas, gerando
potencialmente produtos poluentes que têm seu destino final em águas
subterrâneas, em função da falta de um serviço de saneamento e gerenciamento
de resíduos adequados (CAMARGO, 1996)1.
Ao considerar o volume de resíduos produzidos por uma comunidade,
surge a preocupação relacionada à carga vinculada e o despejo sem rede de
esgoto. Nas situações em que se utilizam as fossas, alguns aspectos necessitam
1 Camargo, A. A descentralização e o meio ambiente. IBAMA, série Meio Ambiente em Debate, n. 4, 33p.,1996.
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ser considerados como: a proximidade existente entre a fossa e a captação de
água potável, a sua profundidade geralmente inadequada e perto do nível de água
subterrânea (freático) e ainda o subdimensionamento da capacidade hidráulica da
obra quanto ao volume estimado no projeto inicial (FERREIRA & HIRATA, 1993)
Como exemplo, na sistematização de dados hidrogeoquímicos do Grupo
Bauru do Estado de São Paulo, CAMPOS (1987), relatou que das 335 fossas
analisadas, 53 fossas sépticas (15,8%) ultrapassaram o limite superior de
contaminação recomendado pela Legislação Paulista, de 6 mg/l de Nitrogênio.
Deste total de 53 análises, apenas 24 fossas sépticas (43,4%) são de água de
utilização doméstica; via de regra, são provenientes de poços que captam água
em zona rural, o que sugere poços poluídos pela proximidade com fossas negras.
BARCHA (1992), estudando também a água subterrânea proveniente do
aqüífero Bauru utilizada para abastecimento público, identificou diferentes graus
de teores de nitrato no meio urbano das cidades de São José do Rio Preto,
Catanduva e Mirassol, situadas na região noroeste do Estado de São Paulo. Em
muitos casos, constatou que estes estudos registravam a presença de teores de
nitrato acima dos limites máximos daquele recomendada pela Organização
Mundial da Saúde para águas potáveis.
Os maiores valores encontrados, apontados pelo autor, ocorrem nas zonas
centrais do perímetro urbano das três cidades, em regiões topograficamente mais
altas (zona de recarga). Segundo o mesmo autor, o fluxo subterrâneo poderia
estar controlando a maior concentração de nitratos nos poços das zonas de
recarga em relação aos poços nos vales dos rios (zona de descarga).
Em outros estudos, CASTRO et al (1992), realizando análises sistemáticas
de águas de 82 poços tubulares no aqüífero Bauru da cidade de São José do Rio
Preto, observou que das amostras analisadas, 19% apresentavam teores altos de
nitratos, constituindo o indicador restritivo da potabilidade das amostras
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analisadas; os dados revelam que a contaminação por nitratos vem ocorrendo de
forma progressiva nas águas subterrâneas nos últimos dez anos; no caso de
poços profundos na zona urbana, há sugestivos elementos que reforçam a
interpretação de águas contaminadas por despejo de esgotos.
O nitrato (CASTRO et al, 1992), componente de fertilizante, é encontrado
na água subterrânea em decorrência de altas taxas de lixiviação verificadas,
principalmente em solos submetidos ao plantio contínuo, sustentado por
aplicações de grandes quantidades de fertilizantes inorgânicos. Alguns países
como os EUA, possuem sistemas de tratamento de poços tubulares ou
propriamente em estação de tratamento de água, visando a remoção única e
exclusiva do nitrato. A cidade de Dês Moines, no Estado de Lowa (EUA), possui a
maior planta ou base de tratamento de remoção de nitrato do mundo (NICOLAI,
2001).
Outros pesquisadores da área mostraram resultados de trabalhos
relacionados à água subterrânea e sua contaminação decorrente do mal uso do
ambiente
Considerando que a Universidade Estadual de Londrina está situada sobre
o aqüífero livre e que parte da água é usada para consumo humano, optou-se por
investigar os resíduos líquidos das fossas sépticas no campus. Nesta perspectiva,
iniciamos nossa pesquisa de investigação pela localização das fossas sépticas da
UEL. Assim, como objetivo geral deste trabalho, procurou-se identificar e
referenciar geograficamente as fossas sépticas no Campus da UEL.
Para desenvolver as ações do georeferenciamento estabeleceu-se os
seguintes objetivos específicos:
- realizar um levantamento da localização das fossas sépticas no espaço físico
do Campus da Universidade Estadual de Londrina (UEL);
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- identificar os resíduos de maior freqüência descartados diretamente nas fossas
sépticas;
- elaborar uma proposta de gerenciamento de resíduos líquidos para
sistematizar e orientar o destino de lançamento de resíduos líquidos nas
fossas sépticas que possam comprometer o ambiente.
A ocupação de uma área para a construção de edificações, pavimentação
ou realização de outras obras, resultam na modificação do ambiente, produzindo
muitas vezes a transformação do solo com implicações em todo o perfil do
ambiente.
Ao optar por uma ação com o intuito de diminuir o impacto do lançamento
de resíduos no meio, através de um programa de gerenciamento integrado como
proposta de impedir a continuidade de um processo de rotina, é necessária a
consciência de que não se trata de um favor à sociedade ou mesmo ao meio
ambiente. Trata-se, acima de tudo, de uma ação de auto preservação, pois os
indivíduos serão sempre os primeiros a sentir os efeitos do desequilíbrio dos
ecossistemas.
Segundo MOTA (1997), “o ato cometido hoje, seja ele de depredação ou
preservação, retornará para nós amanhã”. A mudança do comportamento social é
um fator primordial para o sucesso de projetos ambientais. Porém, não existe
mudança de comportamento quando a mesma é imposta. Ela tem que partir do
próprio homem, que precisa entender a necessidade da proteção daquele
ambiente, do qual ele também faz parte (ibidem).
Um bom projeto de gerenciamento deve ser iniciado, antes de qualquer
coisa, com o comprometimento e a participação da comunidade local, que precisa
entender a conservação daquele determinado ambiente, como algo importante
para a melhoria de sua própria qualidade de vida e para seu desenvolvimento. A
implantação de um projeto desta natureza é um processo lento, onde é preciso
25
entender as necessidades da comunidade e suas relações com seu ambiente
antes de propor mudanças. As decisões devem sempre ser tomadas em conjunto
e as iniciativas devem partir da própria comunidade que, dentro deste contexto, é
a maior interessada, pois os resultados influenciarão diretamente suas vidas.
Considera-se que os resultados deste estudo podem oferecer dados para
novas investigações, bem como subsídios para a elaboração de projetos
relacionados ao problema de destino de resíduos líquidos em fossas sépticas e
que, normalmente, produzem impactos ambientais.
Este estudo, em seu desenvolvimento escrito, encontra-se dividido em seis
capítulos, nos quais descreve-se a sua elaboração, destacando como se
desenvolveu a proposta implícita pela questão do destino dos resíduos líquidos
das fossas sépticas e sua relação com o ambiente.
No primeiro capítulo se faz uma introdução com abordagem sobre a
importância do assunto, embasado em autores da área, levando-se em conta não
apenas a questão da eliminação dos resíduos líquidos, mas as implicações deste
no ambiente.
No segundo capítulo explicita-se a metodologia adotada para o
desenvolvimento do trabalho.
No terceiro capítulo destacam-se os aspectos referentes ao Campus
Universitário da Universidade Estadual de Londrina, iniciando pela descrição da
geologia da cidade de Londrina.
No quarto capítulo apresenta-se uma revisão de estudos de autores na
área de Gerenciamento Ambiental de Resíduos, apontando aspectos legais,
implicações e vantagens e desvantagens de adoção de um programa de
gerenciamento de resíduos líquidos numa Instituição de Ensino Superior.
26
No quinto capítulo apresenta-se a análise e a discussão dos dados
coletados, descrevendo os componentes (resíduos líquidos) presentes nas fossas
sépticas selecionadas.
No sexto capítulo apresentam-se as considerações sobre a possibilidade de
implementação de um programa de gerenciamento com vistas a evitar a
degradação ambiental.
Finalmente no sétimo capítulo apresentam-se as considerações finais.
27
2 MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 PROBLEMÁTICA E MÉTODO DE TRABALHO
A grande área física do campus da UEL, implicou no estabelecimento
inicial da divisão da área que vamos investigar em oito segmentos, tendo como
referencia o mapa físico deste campus..
Em cada segmento procedeu-se o georeferenciamento para a localização
das fossas sépticas em toda a área geográfica do campus universitário utilizando
o processo global de posicionamento (GPS). Este processo permite utilizar pontos
de referência e determinação das posições exatas de um determinado objeto de
estudo.
Em função da grande quantidade de fossas sépticas no campus e áreas
construídas nestes oito segmentos, optou-se por numerá-las, facilitando o
estabelecimento de referencia de sua localização. Terminada a identificação dos
pontos de localização das fossas sépticas de cada segmento (cada oitavo), foi
possível pontuar e registrar um número significativo de fossas sépticas no campus
da UEL, através do programa AUTOCAD.
Num segundo momento do trabalho, procedeu-se à escolha de algumas
das fossas sépticas para coletar amostras do conteúdo do resíduo líquido em seu
interior, levando em consideração a localização destas fossas sépticas, optando-
se pela escolha das mais antigas ou com maior volume de resíduos líquidos.
O critério de coleta seguiu o resultado da análise, em cada local do Campus
da UEL, no sentido de identificar qual o tipo de resíduo líquido ali despejado.
Assim, em alguns locais do Campus da UEL, como o CCA e CTU, optou-se pela
28
análise de duas fossas, e em outros, como o CCE – Departamento de
Geociências, por uma fossa.
2.2 SELEÇÃO DAS FOSSAS
Selecionaram-se dezenove setores do Campus correspondendo a um total
de dezenove fossas para coletar amostras de resíduos líquidos, buscando
privilegiar os diferentes segmentos da UEL.
De posse do mapa da UEL e com o auxílio de GPS2, iniciou-se a
numeração da F 01, a primeira fossa do levantamento geral, próxima ao museu
de ciências, fazendo o mesmo ao percorrer os próximos setores e edificações e
localizar outra(s) fossa(s) séptica(s), distribuídas nos diferentes setores do
campus da UEL como: Pró-Reitorias, Órgãos Executivos da Reitoria, Centros de
Estudos, Departamentos, Órgãos Suplementares e Órgãos de Apoio.
2.3 COLETA DAS AMOSTRAS
Para proceder à coleta do resíduo líquido, foram criadas especialmente
para este trabalho garrafas coletoras cilíndricas em PVC com adaptação de um
ferro de forma cônica em uma das pontas, e tampa móvel com mola interna para
abertura só no interior das fossas, e duas alças de fixação com auxílio de corda de
nylon (vide Figura 1).
2 GPS Global Positioning System
29
FIGURA 1 - FOTOGRAFIA DO COLETOR DE RESÍDUOS LÍQUIDOS DE FOSSAS -
LONDRINA - PR, Oliveira, 2005
Lista de material utilizado na coleta - 01 coletor cilindro de PVC com ferro; - 30 metros de corda de naylon; - 05 recipientes de plástico de 2 litros; - 01 funil de plástico; - 01 par de luvas de borracha; - 01 máscara com filtro CA 5658; - 01 máscara com filtro CA 8214;
FIGURA 2 - LISTA DE MATERIAL UTILIZADO NA COLETA - LONDRINA, PR - Oliveira, 2005
Para a coleta foram utilizados: 30 metros de corda de nylon (Figura 2), um
30
coletor de plástico com capacidade de 2 litros, um par de luva de borracha para
proteção individual durante a coleta, duas máscaras respiratórias, sendo uma com
filtro químico e outra com filtro mecânico com Certificado de Aprovação número
5856 e número 8214 respectivamente, de acordo com a Norma Regulamentadora
n.º 6 da Portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego, para proteção
respiratória (Figura 3).
FIGURA 3 - FOTOGRAFIA DO MATERIAL PARA COLETA DE RESÍDUOS LÍQUIDOS DE
FOSSAS - LONDRINA - PR - Oliveira, 2005
31
O coletor, com capacidade para coleta de um volume aproximado de até
dois litros, era introduzido para o interior da fossa com os devidos cuidados para
que ele não tocasse nas paredes das mesmas (Figura 4).
FIGURA 4 - FOTOGRAFIA MOSTRANDO A COLETA DE RESÍDUOS LÍQUIDOS DE FOSSAS -
LONDRINA - PR - Oliveira, 2005
32
Com auxílio da garrafa presa ao cordão suporte, foi coletado o material
(resíduo líquido) de um total de vinte (24) fossas. O material coletado era
armazenado temporariamente em recipientes de plástico para posterior
encaminhamento e análise. No laboratório de Hidráulica e Saneamento da UEL
foram realizados os diferentes procedimentos de análise segundo as técnicas de
Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO, de Demanda Química de Oxigênio -
DQO e de potencial Hidrogeniônico - pH.
Considera-se relevante, neste momento, tecer algumas considerações
sobre os métodos do DBO e DQO e pH utilizados na análise das amostras:
a) Potencial Hidrogeniônico
O pH representa a atividade do íon hidrogênio na água de forma
logaritimizada, resultante inicialmente da dissociação da própria molécula da água
e posteriormente acrescida pelo hidrogênio proveniente de outras fontes como
efluentes que contenham ácidos sulfúrico, nítrico, clorídrico entre outros,
dissociação de ácidos orgânicos como o acético, que resulta da “fase ácida” da
decomposição anaeróbia da matéria orgânica, dentre outros3.
Por influir em diversos equilíbrios químicos que ocorrem naturalmente ou
em processos unitários de tratamento de esgotos é um parâmetro muito
importante.
A influência do pH sobre os ecossistemas aquáticos naturais dá-se
diretamente devido a seus efeitos sobre a fisiologia das diversas espécies.
Também o efeito indireto é muito importante podendo, em determinadas
condições de pH, contribuírem para a precipitação de elementos químicos tóxicos
3 Dados extraídos de manual químico Prof.Sandra.
33
como metais pesados; outras condições podem exercer efeitos sobre as
solubilidades de nutrientes.
Nos ecossistemas formados nos tratamentos biológicos de esgotos o pH é
também uma condição que influi decisivamente no processo. Normalmente, o pH
que corresponde à formação de um ecossistema mais diversificado e a um
tratamento mais estável é o neutro, tanto em meios aeróbios como nos
anaeróbios. Nos anaeróbios, a acidificação do meio é causada pelo decréscimo do
pH do lodo, indicando situação de desequilíbrio. A produção de ácidos orgânicos
voláteis pelas bactérias acidificantes e a não utilização destes últimos pelas
metanobactérias é uma situação de desequilíbrio resultante de diversas causas. É
possível que alguns efluentes industriais possam ser tratados biologicamente em
seus valores naturais de pH, por exemplo, em torno de 5,0. Nesta condição o meio
talvez não permita uma grande diversificação hidrobiológica, mas pode acontecer
que os grupos mais resistentes, algumas bactérias e fungos principalmente,
tornem possível a manutenção de um tratamento eficiente e estável.
b) Demanda Bioquímica do Oxigênio
A DBO5,20 de um efluente é a quantidade de oxigênio necessária para
oxidar a matéria orgânica por decomposição microbiana aeróbia para uma forma
inorgânica estável. A DBO5,20 é normalmente considerada como a quantidade de
oxigênio consumido durante um determinado tempo, numa temperatura de
incubação específica.
Um período de tempo de 5 dias numa temperatura de incubação de 20ºC é
freqüentemente usado e referido como DBO5,20. Quanto maior for a quantidade de
matéria orgânica biodegradável nas amostras, maior será o consumo de oxigênio
durante os 5 dias de incubação e, portanto, maior será o valor da DBO.
34
c) Demanda Química de Oxigênio
A DQO consiste em uma técnica utilizada para a avaliação do potencial de
matéria redutora de uma amostra, através de um processo de oxidação química
em que se emprega dicromato de potássio (K2Cr2O7).
A DQO é um parâmetro indispensável nos estudos de caracterização de
esgotos sanitários e de efluentes industriais. É muito útil quando utilizada
conjuntamente com a DBO para observar a biodegradabilidade de despejos.
Sabe-se que o poder de oxidação do dicromato de potássio é maior do que
o que resulta mediante a ação de microrganismos, exceto raríssimos casos como
hidrocarbonetos aromáticos e piridina. Como na DBO mede-se apenas a fração
biodegradável, quanto mais este valor se aproximar da DQO significa mais
facilmente biodegradável será o efluente.
35
3 CAMPUS UNIVERSITÁRIO DA UEL NO CONTEXTO DO MEIO FÍSICO REGIONAL
3.1 CARACTERÍSTICAS REGIONAIS DO MEIO FÍSICO: A BACIA DO RIO
TIBAGI
A área deste estudo está inserida na porção superior da área da bacia
hidrográfica do Tibagi onde se localiza o Município de Londrina, bem como o
campus universitário da Universidade Estadual de Londrina (UEL) (Figura 5).
A Bacia hidrográfica do rio Tibagi conta com uma área aproximada de
24.712 km2 e está posicionada na porção leste do estado do Paraná, no sentido
sul-norte. Sua nascente está situada na região de Ponta Grossa, no Paraná, de
onde atravessa o estado em direção norte, até desembocar no rio Paranapanema,
que é divisa entre os estados do Paraná e São Paulo. A bacia do Tibagi é
bastante heterogênea, contrapondo à área do campus que apresenta uma
diversidade muito menor (PINESE, 2002).
Ressalta-se ainda a importância do conhecimento geológico,
mesmo que preliminar, na elaboração de futuros diagnósticos
ambientais, no sentido de orientar e subsidiar o planejamento e o
controle de programas cuja natureza é a busca constante da
minimização dos impactos ambientais decorrentes da ação antrópica da
bacia hidrográfica do rio Tibagi (PINESE, 2002).
36
FIGURA 5 - BACIA HIDROGRÁFICA DO TIBAGI - PARANÁ - 2005 FONTE: Consórcio para Proteção Ambiental do Rio Tibagi - COPATI - PR - 2005.
3.2 EMBASAMENTO CRISTALINO
Para muitos autores, entre eles Fragoso César (1991), Pimentel & Fuck
(1992), Fuck et al (1994) e Quintas (1995), a Bacia do Paraná no território
brasileiro é limitada pelas seguintes estruturas geológicas: (a) nas bordas oeste-
noroeste: faixa Paraguai; (b) nas bordas norte-nordeste: maciço de Goiás, faixa de
37
desdobramento Brasília, Nappe socorro Guaxupé e Arco Magmático do oeste de
Goiás; (c) nas bordas leste-sudeste: dois cinturões móveis brasilianos com direção
NE (faixa Dom Feliciano e Ribeira), separados por um núcleo catônico (Rio de La
Plata – Luiz Alves). Uma pequena porção sudeste da bacia hidrográfica do rio
Tibagi, recobre o embasamento da borda leste, situando-se mais precisamente
sobre a Faixa Móvel Ribeira (PINESE, 2002).
A faixa móvel Ribeira, na qual se insere parte da Bacia hidrográfica do rio
Tibagi, constitui uma unidade tectônica exposta ao longo da faixa ENE-WSW da
borda leste da Bacia do Paraná, compreendendo o cinturão dobrado Apiaí,
composto por rochas vulcano sedimentares de médios e baixos graus, intrudido
por granitos sin e pós tectônicos do ciclo brasiliano, que calvagaram na direção SE
sobre a micro placa de Curitiba (BASEI, 1985; PINESE, 2002).
No contexto da Faixa Ribeira, A drenagem pertencente à bacia do rio
Tibagi, segmenta as rochas cristalinas dos grupos Açungui e Castro e os
granitóides das fácies Cunhaporanga e Três Córregos.
3.3 FORMAÇÃO SERRA GERAL
Por outro lado, após cessado todo o conjunto de deposição sedimentar da
Bacia do Paraná desde a Formação Vila Mariana até a Formação Botucatu,
ocorreu extensivo recobrimento por atividade vulcânica de todo esse pacote.
Neste caso, representado pela Formação Serra Geral, de idade cretáceojurássica,
aflora nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná (região de
Londrina, Sertanópolis e Jataizinho), São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e
Minas Gerais (PINESE, 2002).
38
As eruptivas dessa formação compreendem, predominantemente, um
conjunto de derrames de basaltos toleíticos (Leinz et al, 1968) e,
subordinadamente, um conjunto de derrames de riolitos, dacitos e riodacitos (Melfi
et al., 1988). Estes últimos, associados às ocorrências de basalto pórfiros,
constituem, segundo a MINEROPAR (1989), uma subunidade estratigráfica
designada Membro Nova Prata. Esta mesma subunidade tem sido denominada
como “Ácidas Tipo Chapecó” - ATC por Melfi et al. (1998), Pinese (1989), Piccirillo
et al. (1990) e Nardy (1996), entre outros autores.
Tais conjuntos de derrames se intercalam em arenitos com as mesmas
características dos pertencentes à Formação Botucatu. Associam-se a eles corpos
intrusivos da mesma composição, constituindo-se, sobretudo, de diques e sills
(PINESE, 2002).
Na região da bacia hidrográfica do rio Tibagi são assinaladas inúmeras
ocorrências de corpos intrusivos, como os diques de composição basáltica e de
composição riodacítica estudados por Pinese (1989) e Piccirillo et al., (1990), com
direções predominantes N 45º W, os quais encontram-se alojados tanto nos
basaltos como nos sedimentos da Bacia do Paraná. Na realidade, os diques
basálticos e ácidos cortam todas as litologias descritas, inclusive aquelas do
embasamento cristalino, como granitóides e rochas do Grupo Açungui (PINESE,
1989).
Os derrames dos basaltos são formados por rocha de coloração cinza-
escura a negra, em geral afaníticas. Apresentam espessura individual variável,
desde poços até 100 metros. Sua extensão, a se julgar pelo exame de exposição
nas escarpas das serras regionais, como no vale do Rio Grande, e por análise de
fotografias aéreas pode ultrapassar a dez quilômetros (PINESE, 2002).
Nos derrames mais espessos a zona central é maciça, microcristalina,
fraturadas por juntas subverticais de contração dividindo a rocha em colunas. A
39
parte superior dos derrames, numa espessura que pode alcançar vinte metros,
toma aspecto malafírico, aparecendo vesículas e amígdalas, com freqüências
alongadas horizontalmente, e sendo aí maior a porcentagem de matéria vítrea na
rocha. As amígdalas são parcial ou inteiramente preenchidas por calcedônia e
zeólitas.
A uniformidade dos derrames, a vasta extensão que cobrem, sua
associação com diques contemporâneos, a preservação local de morfologia das
dunas e a raridade de produtos piroclásticos indicam que os basaltos da
Formação Serra Geral se originam do extravasamento rápido de lava muito fluida
através de geoclasses e falhas menores (PINESE, 2002).
A persistência das condições desérticas durante o vulcanismo é
comprovada pela existência das intercalações eólicas (PINESE, 2002).
Diante do exposto, o conhecimento desta complexa área, como
demonstram diferentes autores, deixa clara a importância da avaliação das
relações biunívocas entre o homem e o meio físico geológico
Segundo Pinese (2002), é este tipo de conhecimento que propicia avaliar as
condições geomorfológicas, estratigráficas e litológicas e o comportamento dos
aqüíferos subterrâneos, tido como um dos grandes mananciais, do futuro na
obtenção de água limpa.
Na gestão ambiental, os parâmetros utilizados, como vazão líquida, grau de
saturação, e profundidade do nível da água, dependem de indicadores (BITTAR &
ORTEGA, 1998), dentre os quais podem ser destacadas feições erosivas
(voçorocas) e de massas em movimento, aporte de sedimentos, dimensão de
assoreamento, elevação/rebaixamento do nível de água e presença de blocos
e/ou mutações instáveis.
40
Todos estes indicadores encontram-se invariavelmente relacionados a
processos do meio físico, com reconhecido potencial destrutivo natural ou
provocado, a saber: erosão pela água, escorregamento por força gravitacional,
transporte ou deposição de sedimentos e partículas, movimentação das águas
subterrâneas, interações físico-químicas água/rocha/solo, quedas de
blocos/detritos e subsidência.
Do ponto de vista geomorfológico, o Terceiro Planalto, ou Planalto de
Guarapuava (MAACK, 1981), encontra-se, geologicamente, representado por
derrames basálticos da Formação Serra Geral e por bancos arenosos do Grupo
Bauru. No âmbito da Bacia Hidrográfica a área está posicionada no curso inferior
do rio Tibagi. Conforme Embrapa-Iapar (1984), o clima predominante, segundo a
classificação de Köppen, tem características mesotérmica, sem estação cfa, mas
úmido no verão e seca, com verões quentes e médias de temperaturas superiores
médias e máximas podem atingir a 28ºC; nos meses mais quentes tem clima Cfa4.
Nas áreas mais próximas da divisa do estado de São Paulo, a única diferença é a
apresentação de estiagem no inverno.
Os solos predominantes são muito mais férteis do que os solos dos demais
planaltos do estado do Paraná. Tal fato está intimamente relacionado à litologia
vulcânica do terceiro planalto e ao tipo de clima atuante na região, o que tem
favorecido uma atuação intempérica consistente. Neste sentido, os tipos de solos
predominantes são os eutróficos, e são representados por solos como neossolos,
antigos litossolos ou solos litólicos, nitossolos e latossolos vermelho-escuros
(EMBRAPA, 1999; PINESE, 2002).
Portanto, não só na bacia hidrográfica do rio Tibagi, outras características
físicas se encontram intimamente relacionadas com a distribuição e a evolução
geológica local. Na área do campus universitário essa relação é verdadeira,
sobretudo quando se relaciona com os aqüíferos subterrâneos mais profundos.
4 Clima subtropical úmido.
41
3.4 DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS TIPOS DE SOLOS DA BACIA DO RIO
TIBAGI
Na área da Bacia hidrográfica do rio Tibagi aparece uma grande variedade
de tipos de solos e de associações.
De acordo com estudos realizados (STIPP, 2000), os tipos de solos que se
destacam por sua grande fertilidade natural são os latossolos e os mitossolos,
que se localizam na área do Terceiro Planalto; no Segundo Planalto predomina
uma variedade maior de tipos de solos, como os cambissolos, podzólicos
vermelho-amarelos – que são os atuais cambiossolos, litólicos, latossolos e os
neossolos; no Primeiro Planalto predominam os solos litólicos e os latossolos.
A identificação dessa variedade de tipos de solos veio corroborar o
levantamento de reconhecimento dos solos do estado do Paraná realizado pela
Embrapa-Iapar (1984), com nova classificação dada pela EMBRAPA (1999).
a) Latossolos (Latossolos Roxo)
É um tipo de solo que possui uma profundidade que vai além de 3 metros.
Apresenta teor de argila superior a 60%, portanto, tem textura muito argilosa, a
sua consistência é muito friável, é poroso e acentuadamente drenado. Origina-se
das eruptivas básicas: basaltos e diabásios. Diferencia-se dos outros latossolos
pela cor vermelha-escura (que pode se tornar vermelha – arroxeada segundo a
incidência solar), devido a sua composição com altos teores de ferro. Ocorre em
terrenos planos, pouco ondulados, que permite a mecanização no uso agrícola,
observando-se o manejo racional (STIPP, 2002).
42
b) Nitossolos (Terra Roxa Estruturada)
São solos bem desenvolvidos, oriundos de rochas eruptivas básicas:
diabásios e maláfiros.
Apresentam maior concentração de argila no horizonte superficial; são bem
estruturados e de porosidade irregular. Possuem um horizonte B textural, com
espessura de mais ou menos 2 metros e cor vermelha arroxeada.
Têm textura muito argilosa (60% ou mais de argila na maior parte dos
horizontes) e apresentam cerosidade, grande saturação de bases e são bem
drenados.
Possuem alta fertilidade natural, com potencial de produtividade que pode
durar muitos anos.
Esses solos apresentam menor resistência à erosão, em virtude de um
horizonte superficial de acumulação de argila e de sua localização topográfica
(Stipp 2002).
c) Cambissolos
Ainda segundo Stipp (2002), são solos rasos e poucos profundos, de
espessura que varia de 50 a 130 centímetros. São derivados de material de
origem heterogênea, decorrentes das condições climáticas e do relevo, o que faz
com que estes tipos de solos variem muito de local para local.
Apresentam horizontes câmbico ou B incipiente resultante em perfil de
horizonte A, (B) e C; a transição entre estes horizontes é clara ou gradual. A
coloração destes solos varia de acordo com os diferentes tipos de clima. Por
exemplo, solos de clima frio e úmido apresentam horizontes superficiais escuros, e
43
os de clima mais quente têm os horizontes superficial e sub-superficial com
coloração vermelha escura.
d) Neossolos (Solos Litólicos)
Segundo Stipp (2002) esses solos aparecem em todo o estado do Paraná,
tanto em regiões de relevo suave ondulado e escarpado como naqueles com
relevo fortemente ondulado e montanhoso.
São solos jovens, rasos de espessura (normalmente inferior a 40
centímetros). Possuem horizonte A diretamente sobre a rocha consolidada ou um
horizonte C pouco espesso entre o horizonte A e a rocha consolidada.
O potencial agrícola deste solo varia muito, dependendo das condições
ambientais, especialmente da natureza do substrato rochoso e do regime hídrico.
São intensamente erodidos após a retirada da mata nativa sendo portanto,
inviável seu uso para a agricultura.
e) Latossolo Vermelho – Escuros
Os latossolos vermelhos são exemplos de solo que podem ser divididos em
escuros de textura argilosa e escuros de textura média (STIPP, 2002; PINESE,
2002).
Já os latossolos vermelho – escuros Textura Argilosa são solos de origem
basáltica, com influência de arenitos e argilitos, pertencentes a variedades
eutrófica, distrófica e álica.
Apresentam profundidade superior a 3 metros, textura argilosa e muito
argilosa e consistência friável. Diferenciam-se de outros latossolos pela cor
44
vermelha escura. Ocorrem em relevo suavemente ondulado e em condições boas
para a mecanização.
Os latossolos escuros de Textura Média são os solos de origem arenítica
oriundos do Grupo Caiuá e Furnas.
Pertencem às variedades eutrófica, distrófica e álica. Sua profundidade vai
além dos três metros e sua cor é vermelha escura, com textura franco arenosa no
horizonte A e franco argilo arenosa no B.
Diferem dos outros latossolos devido a percentagem de areia que
apresentam e por conterem baixos teores de ferro. Esses solos necessitam de
fertilização, de adubação orgânica. Portanto, nestas condições eles são mais
usados e recomendados para as pastagens, que requer um menor investimento
de utilização.
3.5 ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
Um fator que deve ser considerado em relação aos tipos de solo refere-se à
água, visto que esta pode interferir na constituição dos mesmos, como também
uma parte dela pode se infiltrar, originando água subterrânea. "No Brasil, as
reservas de água subterrânea são estimadas em 112 mil km3. Abastecem cerca
de 61% da população para fins domésticos e, desse total, 6% se auto-abastecem
das águas de poços rasos; 12% de nascentes ou fontes; e 43% de poços
profundos” (BORGHETTI, 1992). Assim, ao considerar o lençol freático como
importante fonte de água para o aproveitamento humano, se faz necessária a
preocupação com a sua preservação, já que incorpora todo o líquido que vem da
superfície acrescido de elementos hidrossolúveis, bem como das diversas práticas
humanas que oferecem riscos de contaminação a este importante recurso hídrico.
45
A distribuição das águas subterrâneas é variável. Pesquisadores estimam
que elas sejam cem vezes mais abundantes (10.360.230 km3) que as superficiais
dos rios e lagos (92.168 km3). A magnitude desse volume tem sido conferida nos
aqüíferos, cujo significado é: aqüi = água; fero = transfere. "Muitas pessoas
imaginam que um aqüífero seja um grande oceano subterrâneo, que o líquido fica
em uma superfície vazia, porém, a imagem ideal seria a de uma grande esponja"
(ibidem).
Os aqüíferos, na verdade, são formações geológicas do subsolo,
compostas por rochas permeáveis, que armazenam água em seus poros e
fraturas5.
Um reservatório de água subterrânea pode, também, ser designado de
aquífero, e é definido como toda a formação geológica com capacidade de
armazenar a água, cuja exploração seja economicamente rentável. Existem
essencialmente dois tipos de aquíferos: o aqüífero livre – uma formação geológica
permeável e parcialmente saturada de água. É limitado na base por uma camada
impermeável. O Aquífero Confinado - que constitui-se numa formação geológica
permeável e completamente saturada de água. É limitado no topo e na base por
camadas impermeáveis (BORGHETTI, 2004).
5 Comentário professor Paulo César Boggiani, do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (1996),
46
FIGURA 6 - MAPA DA AMÉRICA DO SUL DESTACANDO O AQUÍFERO GUARANI FONTE: Borghetti et al, UFPR, 1999.
O Aqüífero Guarani (Figura 6), considerado um dos mais importantes
reservatórios do mundo, está inserido na Bacia Geológica Sedimentar do Paraná,
sob o Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina, e constitui uma importante reserva de
água subterrânea da América do Sul, com aproximadamente 46 mil km3. O
Aqüífero Guarani, do tipo poroso, tem cerca de 90% de sua área total recoberta
por rochas basálticas da Formação Serra Geral, ou seja, somente 10% de suas
reservas estão próximas à superfície, definidas O nome Aqüífero Guarani surgiu
de maneira informal em 1994 e foi oficializado dois anos depois pelo geólogo
uruguaio Danilo Antón. Até então, o grande corpo de arenito recebia nomes
diferentes nos quatro países - Misiones no Paraguai, Botucatu no Brasil e
Azul: Aqüífero Guarani
47
Tacuarembó na Argentina e Uruguai. A denominação é uma homenagem aos
índios guaranis que habitavam a área de sua ocorrência na época do
descobrimento das Américas. "O Brasil é o país com a maior área do Aqüífero
Guarani (840 mil km2 ou 70,2%), equivalente a 10% do total do território nacional.
A Argentina tem 225.500 km2 (18,9%); o Paraguai 71.700 km2 (6%); e o Uruguai
58.500 km2 (4,9%)".
3.6 A CIDADE DE LONDRINA
FIGURA 7 - LOCALIZAÇÃO DA CIDADE DE LONDRINA - PARANÁ FONTE: J.L., 2002. A cidade de Londrina (Figura 7) tem uma altitude média de 576 metros e
uma área de 1.724,7 quilômetros quadrados. Possui clima subtropical com chuvas
em todas as estações do ano, com pluviosidade anual de 1.521,00 mm (2000) e
temperatura média anual de 21,1º C (2000), com o tipo de solo latossolo (terra
Londrina, situa-se ao Norte do Paraná, a cidade teve sua instalação e criação como Município em 03/12/1934 e 10/12/1934. Está localizada na latitude entre 23º 08’47’’ e 23º 55’46’’ S e longitude entre 50º 52’ 23’’ e 51º 19’11’’.
48
roxa)6. Situa-se no Norte do Paraná, na região Sul do país, durante a maior parte
dos seus 70 anos de existência, se desenvolveu com base no setor primário da
economia, principalmente devido a cafeicultura. Hoje, o setor terciário
desempenha papel mais importante, sendo que nos anos noventa, como resultado
da política de industrialização paranaense, o setor secundário vem alcançando
maior expressão. Localizada a cerca de 220 quilômetros à leste do rio Paraná
tendo na formação do seu substrato rochoso a ocorrência do basalto originado dos
derrames, sem cobertura da rocha sedimentar, com relevo ondulado suave, em
região de clima de verão quente e úmido e inverno frio e seco.
3.7 A UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
A implantação de diferentes setores da economia na cidade de Londrina
trouxe a necessidade de qualificação de profissionais para atender as diferentes
demandas dos diversos setores, período este que culminou com a implantação da
Universidade Estadual de Londrina (Figura 8).
Estes aspectos trouxeram novas necessidades e o planejamento de novos
rumos para o lançamento da pedra fundamental da FUEL. Assim, em 18 de
agosto de 1967, deu-se a sua criação oficializada pela Lei Estadual n.º 6.034/69,
de 06 de novembro de 1969 e publicada no Diário Oficial de Estado n.º 209, de 10
de novembro de 1.969, e pelo Decreto n.º 18.110/70, com a incorporação dos
seguintes estabelecimentos de ensino superior, antes existentes em Londrina:
Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras, Faculdade Estadual de Direito
de Londrina, Faculdade Estadual de Odontologia de Londrina, Faculdade de
Medicina do Norte do Paraná e a Faculdade Estadual de Ciências Econômicas e
6 Jornal de Londrina – Mapa geopolítico, 4ª edição 25/08/02 – folha 4.
49
Contábeis de Londrina. Em 1970, foi criada a UEL, e o seu reconhecimento
aconteceu através do Decreto Federal 69.234/71.
FIGURA 8 - CAMPUS UNIVERSITÁRIO DA UEL - LONDRINA - PARANÁ
A Universidade Estadual de Londrina, é uma das cinco universidades
públicas mantidas pelo governo de Estado do Paraná. A UEL, juntamente com
outras onze faculdades estaduais públicas, uma Universidade Federal, seis
unidades do CEFET, uma universidade confessional, cinco universidades
privadas, e diversas faculdades particulares e municipais, integra o Sistema
Paranaense de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior, cuja coordenação
compete à Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior - SETI.
Em 16 e julho de 1991, pela Lei Estadual n.º 9.663, a FUEL - a Fundação
Universidade Estadual de Londrina foi transformada em Autarquia, ampliando o
seu compromisso como instituição de ensino superior. A UEL foi criada em 1970,
sendo reconhecida oficialmente pelo Decreto Federal 69.234/71. Em 1987 foi
50
implantado o ensino gratuito na Instituição e, em 1991, transformou-se em
Autarquia Estadual.
Para o desenvolvimento de suas atividades acadêmicas e administrativas, a
Universidade Estadual de Londrina conta com a seguinte estrutura:
3.7.1 Dados da Universidade Estadual de Londrina
a) Área física do campus •221,87hectares(2.219.703,16m2).
•Área construída:174.607m2.
b) Estrutura da UEL • 06 Pró-Reitorias
• 07 Órgãos Executivos da Reitoria
• 09 Centros de Estudos
• 56 Departamentos
• 10 Órgãos Suplementares
• 08 Órgãos de Apoio
c) Comunidade Universitária
• 14.063 Alunos de Graduação
• 3.377 Alunos de Pós-Graduação
• 1.640 Docentes
• 56 Departamentos
• 3.707 Funcionários
Atualmente (2005), de acordo com o novo conceito e critérios determinados
pelo MEC/INEP, a UEL oferece:
51
d) Cursos de Graduação 41 Cursos, sendo:
• 11 na área de Ciências Biológicas e da Saúde
• 8 na área de Ciências Exatas e Tecnológicas
• 22 na área de Ciências Humanas
e) Cursos de Pós-Graduação StrictoSensu
• 8 Doutorado
• 24 Mestrado
Lato Sensu
• 32 Residências
• 93 Especializações
f) Alunos Matriculados
StrictoSensu
• 247 Doutorado
• 1105 Mestrado
Lato Sensu
• 1.848 Alunos nas Especializações
• 139 Alunos na Residência Médica
• 29 Alunos na Residência em Medicina Veterinária
• 09 Alunos na Residência em Fisioterapia
g) Órgãos Suplementares • Casa de Cultura
• Colégio de Aplicação
• Clínica Odontológica Universitária
• Escritório de Aplicação de Assuntos Jurídicos
• Escritório de Aplicação de Assuntos Sócio-Econômicos
52
• Fazenda Escola
• Hospital Universitário
• Hospital Veterinário
• Laboratório de Produção de Medicamentos
• Museu Histórico de Londrina "Pe. Carlos Weiss"
h) Órgãos de Apoio • Assessoria de Comunicação Social
• Assessoria de Tecnologia de Informação
• Biblioteca Central
• Editora
• Gráfica
• Laboratório de Tecnologia Educacional
• Radiodifusão Educativa
• Serviço de Bem-Estar à Comunidade
i) Centros de Estudos Centro de Ciências Agrárias – CCA
Graduação: Agronomia; Medicina Veterinária e Zootecnia
Pós-Grad: Agronomia (M/D), Ciência Animal (M/D), Ciência de
Alimentos (M/D)
Centro de Ciências Biológicas – CCB
Graduação: Biomedicina; Ciências Biológicas e Psicologia
Pós-Grad: Ciências Biológicas (M), Genética e Biologia Molecular
(M), Microbiologia (M/D), Patologia Experimental (M). Núcleo de
Psicologia Clínica
Centro de Ciências da Saúde – CCS
Graduação: Enfermagem; Farmácia; Fisioterapia; Medicina e
Odontologia
53
Pós-Grad: Medicina e Ciências da Saúde (M/D), Saúde Coletiva
(M). Núcleo de Odontologia para Bebês (Bebê Clínica).
Centro de Ciências Exatas – CCE
Graduação: Ciência da Computação; Física; Geografia; Química e
Matemática
Pós-Grad: Biotecnologia (M), Ensino de Ciências e Educação
Matemática (M), Física (M/D), Geografia, Meio Ambiente e
Desenvolvimento (M), Química dos Recursos Naturais (M). Núcleo
de Estudos do Meio Ambiente.
Centro de Educação, Comunicação e Artes – CECA
Graduação: Arquivologia; Artes Cênicas; Biblioteconomia;
Comunicação Social: Jornalismo e Relações Públicas; Desenho
Industrial; Estilismo em Moda; Música; Educação Artística e
Pedagogia.
Pós-Grad: Educação (M)
Centro de Educação Física e Desportos – CEFD
Graduação: Ciência do Esporte e Educação Física
Centro de Estudos Sociais Aplicados – CESA
Graduação: Administração; Ciências Contábeis; Direito; Ciências
Econômicas; Secretariado Executivo e Serviço Social
Pós-Grad: Direito Negocial (M), Serviço Social e Política Social
(M)
Centro de Letras e Ciências Humanas – CLCH
Graduação: Ciências Sociais; Filosofia; História e Letras
Pós-Grad: Ciências Sociais (M), Estudos da Linguagem (M/D),
54
Letras (M/D). Núcleo de Estudos sobre a Sociedade
Contemporânea
Centro de Tecnologia e Urbanismo – CTU
Graduação: Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil,
Engenharia Elétrica - Modalidade Eletrônica
Pós-Grad: Engenharia de Edificações e Saneamento (M),
Engenharia Elétrica (M). Núcleo de Estudos e Pesquisa de
Engenharia e Arquitetura. Núcleo de Atividades Aeroespaciais7.
Assumindo um compromisso com a comunidade externa, a Universidade
Estadual de Londrina formulou, no final de 1998, através de um amplo processo
de reflexão conjunta envolvendo lideranças formais da comunidade interna
acadêmica e da comunidade externa, as proposições de Visão e Missão
institucional.
Compromisso como VISÃO DA UEL:
Universidade pública, democrática e com autonomia plena, reconhecida no cenário nacional e internacional, principalmente no MERCOSUL, por sua excelência na produção e difusão do conhecimento. Uma Universidade centrada na formação ética do cidadão, comprometida com o desenvolvimento científico-tecnológico, sócio-econômico, cultural e político do país, em especial de Londrina e região, transformando a sociedade e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população (UEL, 2004).
Compromisso como MISSÃO DA UEL
Produzir conhecimento e torná-lo acessível ao maior número de pessoas em parceria com a sociedade, de forma democrática e eficiente, por meio de um ensino inovador e de qualidade, articulado com a pesquisa, a extensão e a prestação de serviços. Uma instituição formadora de profissionais éticos, com cultura geral, competência técnica, flexibilidade intelectual e comprometido com a mudança social. Uma Universidade com atuação na geração e na transferência de tecnologia; na valorização e na disseminação da produção
7Dados obtidos no material produzido pela Diretoria de Avaliação e Acompanhamento Institucional Pró-Reitoria de Planejamento - Outubro/2004.
55
cultural e científica de Londrina e região. Enfim, uma instituição relevante que seja reconhecida pela sua contribuição para a melhoria da qualidade de vida da população(UEL, 2004).
Na medida em que a cidade de Londrina se desenvolvia, trazendo com isso
empreendimentos imobiliários e obras civis dos mais variados tipos, fatores que
permitiram a integração destes segmentos da sociedade civil organizada a se
articular com profissionais da Universidade Estadual de Londrina.
Assim, docentes e pesquisadores da área de geotecnia da Universidade
Estadual de Londrina, com forte motivação voltada a auxiliarem profissionais de
empresas e entidades autárquicas de economia mista da cidade a implantar em
1998, o Campo Experimental de Engenharia Geotécnica, deram início a um
extenso programa de investigação relacionado a estudos da permeabilidade e
colapso de amostra representativa do solo da cidade de Londrina.
Desta forma, profissionais da área de geotecnia, ao se colocarem à
disposição de desenvolverem estudos mencionados no parágrafo anterior,
passaram a estabelecer uma assessoria constante, como uma opção para
orientar os profissionais e/ou empresas do ramo da construção civil,
principalmente relacionados à realização de fundações, sobre as camadas de solo
sob o ponto de vista de suporte sobre a utilização de sumidouros, como fossas
sépticas e/ou negras, suas implicações nas proximidades das edificações, criando
outras configurações diferentes de utilização e suas implicações no meio
ambiente, entre outros estudos.
De acordo com a configuração do solo da cidade de Londrina, pesquisas da
área de geotecnia concluíram que o Campo Experimental de Engenharia
Geotecnia do Campus da UEL tem camadas de solo composto de uma argila
siltosa porosa de consistência mole à média, pré-adensada. Este apresenta
comportamento colapsível para certos níveis de pressão, sendo que para cargas
baixas praticamente não ocorre colapso (SOUZA, 2002).
56
O campus da Universidade Estadual de Londrina (UEL) está situado em
uma região geológica constituída de basalto. As rochas ígneas fraturadas ou
basalto fraturado, por definição, são aquelas que se originam do resfriamento de
uma mistura de silicato em fusão (magma), oriunda de profundidades variáveis da
crosta terrestre. As rochas resultantes do resfriamento do magma com
solidificação do material em profundidades consideráveis apresentam os minerais
bem desenvolvidos como conseqüência do resfriamento lento. Normalmente não
são porosas ou apresentam uma porcentagem muito pequena de poros. As
aberturas contidas nessas rochas são exemplificadas pelas fraturas ou fissuras,
resultante do processo tectônico, do próprio resfriamento ou dos fenômenos de
intemperismo mecânico e químico. O basalto é uma rocha extrusiva ou vulcânica.
Geralmente oferece suporte aos aqüíferos8, sendo uma área de confinamento do
manancial e se consagrando em reter grandes quantidades de água potável,
tendo em vista a quantidade de fraturas ou fendas que apresenta.
Ao considerar a formação geológica do norte do Paraná, este estudo foi
delimitado ao espaço do Campus da Universidade Estadual de Londrina. A área
física do campus é de 221,87 hectares com uma área construída de 174.607
metros quadrados, que abrigam os diferentes setores da universidade, segundo
dados de 2004 da PROPLAN.
O referencial sobre o tipo de solo de Londrina, mais especificamente com a
ocupação urbana da área física do campus da Universidade Estadual de Londrina,
constituído em sua maior parte por basalto, com retenção de um aqüífero, serviu
de motivação para o desenvolvimento do presente trabalho de investigação em
relação à presença de fossas sépticas neste local.
8 Aqüíferos são reservatórios de água subterrânea, pode ser definido como toda a formação geológica com capacidade de armazenar e transmitir a água e cuja exploração seja economicamente rentável.
57
4 A QUESTÃO AMBIENTAL DOS RESÍDUOS LÍQUIDOS 4.1 GERENCIAMENTO AMBIENTAL DE RESÍDUOS LÍQUIDOS Com o crescimento acelerado da população, em progressão geométrica, houve
também um acelerado processo de urbanização, bem como um incessante
crescimento da industrialização, provocando mudanças nos padrões de consumo
do homem moderno e a relação homem/natureza passou, em conseqüência, a
ser ameaçada.
A necessidade da renovação de valores e práticas ambientais através de
uma nova ordem de pensamento, deve acontecer segundo conceitos
educacionais, fundamentados em questões concretas e bem dimensionadas.
Desta forma a comunidade universitária deve ser capaz de identificar, mensurar e
propor soluções dentro de sua realidade, solidificando seu embasamento teórico e
prático para interferir, segundo uma política equilibrada de gerenciamento, no
meio ambiente que ocupa.
Desde 1988 a Constituição Federal prevê, em artigo específico, a
implantação da Educação Ambiental em todos os níveis de ensino. Apesar de
várias iniciativas bem sucedidas em vários locais do país, inexiste até o momento,
uma política de Educação Ambiental efetivamente implantada, em muitas
Instituições de Ensino Superior, quer no Paraná ou no Brasil, com ementas,
programas, metodologias de ensino e formação de professores.
Os escassos recursos disponíveis, as condições de trabalho nem sempre
adequada, a não prioridade, a falta de motivação e muitas vezes profissionais de
ensino superior, que são formadores e estão desvinculados da realidade, são
alguns dos significativos empecilhos para que isso ocorra.
58
Para que se possa estabelecer um gerenciamento dentro deste problema,
se faz necessário uma interação entre todos os segmentos da comunidade
universitária, alunos, professores, administradores, estabelecendo um padrão
mínimo de qualidade, para que se possa atingir o objetivo desejado.
Nos últimos anos, a existência de ONGs, de órgãos Municipais, Estaduais,
Promotores Públicos envolvidos com a defesa e fiscalização das ações da
degradação ao Meio Ambiente, e muitas manifestações e discussões desta
questão junto à sociedade civil organizada, tem mobilizado e envolvido diversas
camadas sociais e das entidades representativas dos diversos segmentos da
sociedade, a assumirem mudanças de posturas em defesa do ambiente.
Mas somente estas ações não têm obtido êxito suficiente para a garantia da
harmonia entre as relações do homem com o meio ambiente; os indicades social,
econômico e cultural possibilitam uma avaliação que mostra que estas ações
estão ainda relativamente longe de acontecer, pois entre os interesses de
compatibilizar o custo/benefício do homem e do ambiente, que são divergentes,
deve prevalecer o bem comum, de conformidade com a Constituição Brasileira.
Caracterizados nos diferentes ambientes, as ações do homem que resultam
em exemplos de desarmonia nas relações com a natureza, e provocam as
diversas formas de poluição, o que exige que a solução do problema seja
equacionada em conjunto, como vem sendo feita em muitos países; como
exemplo tem-se o acondicionamento dos resíduos líquidos que, sem os devidos
cuidados, aumentam a poluição; a disposição inadequada dos resíduos líquidos
nos solos pode criar problemas de poluição das águas subterrâneas e superficiais
(PINESE, 1989).
O controle destes tipos de poluição é uma atividade do saneamento do
meio, que traz muitos problemas e preocupações, e tem sido tema de encontros e
59
discussões por organismos internacionais. Impõe-se o controle destes
contaminantes, visando não só a proteção da qualidade do meio e da saúde do
homem, como também a preservação dos recursos existentes.
4.1.1 Gerenciamento Organizacional
Embora não se tenha consenso, o planejamento estratégico de
gerenciamento organizacional é entendido como o processo de planificação
formalizada, de longo ou médio alcance, temporalmente mutável por exigência
ambiental e com fins de atingir os objetivos organizacionais.
Do ponto de vista da tomada de decisão, uma organização adapta-se às
mudanças ambientais ou ainda, influencia nas mudanças ambientais, sendo que,
neste último caso, uma maior probabilidade de sucesso ocorre se as ações
estratégicas forem motivadoras e adequadas às mudanças comportamentais.
No que se refere às estratégias internas, o direcionamento é constituído por
ações que se refletirão na infra-estrutura da organização, em sua estruturação,
nos processos e nos comportamentos das pessoas que fazem parte da própria
organização, enfocando normalmente configurações, lideranças internas,
criatividade, medidas de avaliação, processos administrativos e operativos,
revitalizações.
No Brasil, no que tange aos resíduos urbanos, a sua geração dos mesmos
cresce de forma assustadora. Estudos feitos nos Estados Unidos mostram que,
em algumas áreas, a produção de resíduos cresceu 58% desde 1960. No Brasil,
são gerados mais de 241 mil toneladas de lixo urbano por dia, dos quais 76% são
dispostos em lixões e 23% em aterros controlados e sanitários. A grande
responsável por esta situação é a inexistência de uma política nacional para o
60
setor. Desse modo, o meio ambiente vai sendo degradado e a saúde pública é
posta em risco (PACHECO, 2003).
4.1.2 Saúde e Qualidade de Vida
A Organização Mundial da Saúde (OMS), define saúde como: o estado de
completo bem estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou
de enfermidade. Este conceito tem um sentido mais amplo, sendo necessário ao
homem, para Ter saúde, dispor de um ambiente que lhe proporcione um estado
de completa satisfação, onde se inclui as condições de alimentação, habitação,
trabalho, saneamento, recreação e prevenção de doenças.
Dependendo das características do ambiente, o homem pode ter melhor ou
pior estado de saúde. Em locais onde são adequadas as condições de habitação,
nutrição e saneamento, entre outras, a incidência de doenças é sempre muito
pequena, ocorrendo o contrário quando as mesmas são precárias ou inexistentes.
A Saúde pode ser, assim, associada à qualidade de vida, a qual, por sua
vez, está ligada a aspectos econômicos, sociais, ambientais. A qualidade de vida
resulta das condições de alimentação, de abastecimento d'água, do local de
trabalho, do transporte, da destinação dos esgotos e do lixo, do emprego, da
renda, da seguridade, da qualidade do ar, do lazer, da higiene e segurança do
trabalho, etc.
A incidência e transmissão de doenças dependem das condições,
favoráveis ou não, que o meio lhe propicie. A presença de resíduos líquidos,
sólidos e gasosos em um ecossistema pode favorecer a sobrevivência de micro e
macro organismos que fazem parte da cadeia de transmissão de doenças.
61
4.1.3 Água e Doenças
A água é um elemento da natureza indispensável ao ser humano, sem o
qual ele não sobrevive. O homem tem obrigatoriamente que ingerir água e, por
isso, ela pode se constituir em um importante meio de transmissão. As doenças
veiculadas pela água têm origem, principalmente, a partir dos dejetos. Muitos
microorganismos são parasitas, bacilos, protozoários que se encontram no
intestino humano e são eliminados juntamente com as borra e a urina.
Por falta de adequação do sistema de esgotamento sanitário, muitas vezes
os dejetos de origem humana alcançam mananciais superficiais ou subterrâneos
de água, nele introduzindo microorganismos patogênicos.
A água destes mananciais, que pode ser o aqüífero livre ou águas
subterrâneas, ao ser utilizada para beber ou irrigação de alimentos, pode resultar
na introdução destes microorganismos no organismo de uma pessoa, causando-
lhe doenças ou afetando sua saúde.
4.1.4 Fontes de Poluição das Águas
Os poluentes podem alcançar as águas superficiais ou subterrâneas,
através do lançamento direto, precipitação, escoamento pela superfície do solo ou
infiltração. As fontes de poluição das águas podem ser localizadas (pontuais),
quando o lançamento da carga poluidora é feito de forma concentrada, em
determinado local, ou difusas (não localizadas), quando os poluentes alcançam
um manancial de modo disperso, não se determinando um ponto específico de
introdução.
62
Como exemplo de fontes localizadas, pode-se citar as tubulações
emissárias de esgotos domésticos, industriais ou provenientes de laboratórios de
pesquisa, que podem ser de origem física, química ou biológica, e também as
galerias de água pluviais.
Entre as principais fontes poluidoras de águas superficiais destacam-se: os
esgotos domésticos, os esgotos industriais, os esgotos de laboratórios de ensino e
pesquisa, os esgotos industriais, pesticidas, defensivos, fertilizantes, detergentes,
produtos químicos e agentes biológicos .
Entre as principais fontes poluidoras de águas subterrâneas pode-se dizer
que esta se dá a partir de: infiltração de esgotos vindos de sumidouros ou
infiltração de resíduos líquidos por fossas sépticas, infiltração de esgotos
aplicados no solo em sistema de irrigação, percolação do chorume resultante do
depósito de lixo no solo, resíduos de outras fontes, como: cemitérios, materiais
radioativos, infiltração de água contendo pesticidas e fungicidas, despejo de
resíduos de laboratórios no solo (fossas sépticas).
As águas superficiais e subterrâneas, quase sempre se interligam. Em
algumas situações, os mananciais de superfície proporcionam a recarga dos
reservatórios subterrâneos, enquanto, em outras, as águas do subsolo
descarregam em recursos hídricos superficiais. Assim, um manancial de
superfície, poluído, pode causar a poluição de um aqüífero subterrâneo.
4.1.5 Conseqüências da Poluição da Água
As poluições dos recursos hídricos provocam muitos problemas, que
geralmente tendem a se agravar como resultado do uso incorreto que o homem
faz e das atividades que desenvolvem em suas necessidades, afetando as bacias
hidrográficas como um todo.
63
A conseqüência negativa da poluição da água pode ser de caráter sanitário,
ecológico, social, econômico ou educacional, podendo-se enumerar:
1. prejuízos no abastecimento humano, tornando veículo de transmissão de
doenças;
2. prejuízos a outros usos da água: recreação, educacional, pesca, industrial;
3. proliferação excessiva de algas e vegetação;
4. impactos na qualidade de vida da população;
5. degradação da paisagem;
6. escassez de água de boa qualidade
4.1.6 Controle da Poluição da Água
O controle pode compreender ações de caráter preventivo ou corretivo. As
ações corretivas visam a eliminar ou reduzir uma carga poluidora existente,
através de medidas de implantação de um sistema de coleta dos resíduos líquidos
de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas, o órgão
competente do indicativo de procedimentos a se adotar, fornecendo os parâmetros
necessários para a sua fiscalização.
Medidas de caráter preventivo que evitem a poluição devem ser adotadas
antes do início de determinadas atividades, como por exemplo a coleta de forma
ordenada e em recipientes próprios das embalagens ou subprodutos, diminuindo
os impactos ambientais e permitindo que fornecedores reciclem os lixos
eliminados de seus próprios produtos.
64
4.1.7 Contexto Estratégico da Organização
Em geral, o profissional que atua na área de gerenciamento de resíduos
tem um dilema em relação à organização em que trabalha. Este clima traduz-se
por saber quem realmente é seu cliente: a organização ou o trabalhador?
Tal questão é de relevância primária ao se considerar que o profissional de
gerenciamento de resíduos líquidos recebe seu salário da organização, porém o
foco de suas atividades é sempre a saúde dos trabalhadores, que em geral
possuem objetivos distintos daqueles da organização na qual estão inseridos, mas
dependem da organização para a sobrevivência.
Neste sentido, fica claro a importância do planejamento de uma política de
Gerenciamento de Resíduo em IES, que são as Instituições formadoras de
profissionais em todas as áreas. A sua ausência se traduz em fragilidade, pois
quando não há previsão das ações que visam atingir seus objetivos, ficam a
mercê da sorte e, como destaca Nardocci (1999), os profissionais desta área, que
poderiam executar medidas de prevenção, acabam fazendo o papel ambíguo de
rezar para Deus e agir para o diabo.
Os problemas de não conformidades a gerenciamentos agravam-se e
perpetuam-se num ciclo rotineiro e vicioso onde, por desconhecimento dos
envolvidos em sua proposta e execução, por acreditarem que não passam de
conformidades inerentes aos processos não organizacionais, sem relacioná-los
com os próprios indivíduos ou outros elementos, considera-os como efeitos
irreversíveis dos trâmites operacionais.
Contudo esta questão é mais profunda, necessitando de uma análise mais
abrangente, principalmente quando envolve ações voltadas para indivíduos, como
65
entrada dos processos organizacionais e as questões culturais de gerenciamentos
de forma sistêmica, em que haja a interação organizada das partes.
O primeiro passo para tratar desta questão é tentar responder a pergunta:
quem realmente é o cliente do profissional de gerenciamento de resíduos do meio
ambiente? Num primeiro momento, considerando-se que o impasse entre rezar
para Deus e agir para o diabo deva ser ultrapassado, poder-se-ia dizer que, sob
uma abordagem top-down, a organização é o cliente primário e o trabalhador é o
cliente secundário e, na abordagem bottom-up, o contrário (NARDOCCI, 1999).
Nesse sentido de conjunção destas abordagens, esse profissional deve
posicionar-se como um gerente organizacional e, ao mesmo tempo, um gerente
funcional, visando atender os objetivos tanto da organização como dos
trabalhadores, não somente para obter conformidades, mas também se integrando
às ações e aos sistemas estratégicos e operacionais da organização.
Entretanto, o que significa competência organizacional? Antes de mais
nada, para se implantar não basta “ter potencial”. É necessário também agir de
acordo com o que se pretende fazer para atingir os objetivos organizacionais, e
que as ações sejam coerentes com o requerido da organização.
Numa organização, a competência é cada vez mais voltada para a
integração e gerenciamento de seus processos que foram planejados com o
escopo de atingir os objetivos propostos, e é neste sentido que se deve entender
as competências organizacionais, para não se propor objetivos inatingíveis.
Contudo, não basta posicionamento; é necessário tê-lo pensando
estrategicamente, com objetivos definidos e viáveis, de forma integrada para não
se proponha ações que não são compreendidas por aqueles que devem executá-
la.
66
Com base neste posicionamento, pode-se dizer que competência
organizacional é ter a capacidade para fazer, saber fazer e fazê-lo de maneira
integrativa com as partes que compõe o sistema global.
Não basta ter competência individual; é necessário que esta competência
transforme-se em competência organizacional e gerencial, ou seja, a capacidade
de agir de acordo com as estratégias, políticas e objetivos da organização. Dessa
maneira, os processos devem partir das planificações estratégicas, transformando
em ações coerentes e integrativas inclusive os relacionados com os recursos
humanos. Assim, uma ação não pode ser dissociada, isolada, sob pena de haver
uma reação em cadeia que fuja dos objetivos organizacionais e gerenciais.
As medidas de caráter preventivo são mais eficazes e menos onerosas,
pois evitam o problema decorrente da poluição da água, com seus prejuízos
ecológicos, econômicos e sociais. As medidas de controle da poluição de um
recurso hídrico que tem melhor resultado são as que consideram a bacia
hidrográfica, como um todo, uma vez que a qualidade da água de um manancial
depende dos usos e atividades desenvolvidas na sua área de contribuição. Nos
programas a serem elaborados, de proteção de recursos hídricos, não se deve
considerar o corpo de água isoladamente, mas como integrante de um sistema e
de um ambiente completo, que forma a bacia hidrográfica.
4.2 AVALIAÇÃO, GERENCIAMENTO E RISCO DO USO DA ÁGUA 4.2.1 Avaliação e Risco O risco à saúde humana e ao meio ambiente, associado à água e ao seu
reuso, preocupam a sociedade e as comunidades por se tratar de um problema de
67
todos, fundamentando-se em dois motivos principais: a poluição dos recursos
hídricos e as limitações das técnicas de tratamento de água.
O sistema integrado de gerenciamento de risco pode ser entendida como o
conjunto de metodologias que calculam e avaliam a probabilidade de um efeito
adverso ser provocado por um agente (físico, químico ou biológico), ou por um
processo industrial, ou por uma tecnologia ou processo natural que possa
prejudicar a saúde ou o ambiente.
Essencialmente a definição de efeito adverso é um julgamento de valor,
podendo se constituir de mortes, doenças, diminuição da qualidade de vida,
prejuízos econômicos, danos ambientais e outros.
O gerenciamento dos riscos é o conjunto de procedimentos, normas e regras, tendo como objeto controlar e minimizar riscos, sendo abrangente de todas as atividades técnicas, legais, decisórias, de escolhas sociais, políticas e culturais que se encontram associadas, diretamente ou indiretamente, com as questões de riscos em nossa sociedade (NARDOCCI, 1999).
“A comunicação de risco tem se consolidado como uma ferramenta
indispensável, na ajuda aos cidadãos a participarem de decisões com mais
informações sobre fatores que podem afetar sua vida e saúde” (GADOMSKA,
1994).
4.2.2 Metodologia de Avaliação de Riscos para a Saúde Humana As metodologias de avaliação e gerenciamento dos riscos tecnológicos e
ambientais têm enfoques distintos. A avaliação dos riscos tecnológicos analisa
essencialmente a segurança industrial, no seu contexto de ineditismo, com
técnicas que visam identificar possíveis cenários acidentais, avaliar seus efeitos
físicos e estimar a freqüência de ocorrências destes eventos.
68
O material de estudo compreende todas as informações técnicas e
operacionais dos sistemas existentes na planta em estudo. Já a avaliação dos
riscos ambientais tem um enfoque epidemiológico.
Não se deve deixar de lado nos riscos ambientais os problemas oriundos da
presença de agentes químicos (substâncias químicas perigosas) e biológicos
(organismos patogênicos) na água destinada ao uso ou reuso. Esses agentes
estão presentes, na maioria das vezes, em decorrência de contaminantes
originários de usos anteriores da água, mas podem também ter sido introduzidos
por fenômenos naturais.
A remoção dos contaminantes dependerá da eficiência dos sistemas de
tratamento cuja metodologia, por sua vez, dependerá da qualidade desejada para
a água a ser produzida para o uso ou para o reuso.
4.2.3 Gerenciamento dos Riscos: decisão.
Um dos maiores desafios aos gerenciadores de risco, de uma forma geral,
é julgar se um determinado nível de risco é ou não aceitável. Essa decisão
envolve sempre questões técnicas, sociais, políticas, econômicas e éticas muito
relevantes.
Existem vários métodos de auxílio a tomadas de decisões que podem ser
empregados, como o já tradicional risco/benefício ou custo/benefício e a análise
comparativa de riscos. Nenhum método é aplicável para a exposição a todos os
riscos em geral, mas uma combinação deles se faz necessário.
O objetivo é uma tomada de decisão que tenha resultados em diversos
níveis de proteção à saúde humana e ao meio ambiente, considerando a
69
viabilidade econômica e tecnológica das medidas de controle, como uma forma de
gerenciamento de sistema integrado de proteção.
Segurança é um conceito importante para o gerenciamento de risco. A
avaliação do risco não permite estabelecer um divisor claro daquilo que é seguro
ou daquilo que não é seguro. Se a segurança for entendida como a ausência de
risco, seria dificílimo provar que os riscos efetivamente não existem, pois o risco
faz parte da atividade humana. Se isto acontecer, a exposição ao risco não existe.
Portanto, a garantia só ocorrerá se o agente não for utilizado para nenhum fim.
As situações de segurança absoluta não têm muito interesse, pois não se
aplicam na maioria dos casos práticos, isto é, não se pode esperar que seja
possível eliminar o uso de todas as substâncias químicas industriais ou produtos
poluentes provenientes de laboratórios de uma comunidade universitária. Se a
meta não for a segurança absoluta (risco zero), a definição de níveis de riscos
toleráveis deverão ser buscadas.
Apesar do processo de tomada de decisão ser complexo para uma
sociedade organizada ou de organizações, algumas questões fundamentais
devem ser consideradas na elaboração de políticas de gerenciamento social dos
riscos de uma sociedade civil organizada, e dentre elas as Instituições de Ensino
Superior (IES).
Segundo NARDOCCI (1999) é interessante, em um programa de
gerenciamento, considerar como balizamento os seguintes itens:
1 – a incerteza do próprio conceito de risco: além das incertezas relativas aos
processos de avaliação, como o risco é um conceito probabilístico, ele é
inerentemente incerto. Portanto, não é possível adotar posturas determinísticas
(segurança absoluta) com base em critérios probabilísticos;
70
2 – avaliações e decisões são fortemente dependentes de dados e informações
continuamente gerados. Por essa razão, devem ser previstos mecanismos de
atualização e revisão de dados, bem como as implicações legais e sociais desta
revisão;
3 – o papel do conhecimento científico na construção dos valores e na
organização social, como afirma Moraes (1994): “ o conhecimento científico não
deve ser normalizador da vida dos indivíduos, mas uma fonte de informações e
esclarecimentos para o debate de vários temas por parte dos cidadãos” ;
4 – os agentes sociais envolvidos: o debate atual da problemática ambiental tem
demonstrado a importância da atuação dos vários agentes sociais no processo de
formulação e implantação de políticas e a busca de soluções para os problemas
sociais e ambientais. Nas questões de risco isso também ocorre. A aceitabilidade
do processo é parte integral da aceitabilidade dos resultados;
5 – a credibilidade das instituições gerenciadoras de risco: a confiança que a
comunidade deposita nas instituições responsáveis também é fundamental para o
sucesso de uma política de gerenciamento de risco;
6 – é importante destacar que estas questões envolvem aspectos técnicos,
sociais, políticos e éticos relevantes e que necessitam ser amplamente discutidos,
especialmente no âmbito da universidade estadual de Londrina, onde atualmente
o debate é muito limitado.
4.2.4 Riscos e Padrões de Qualidade de Água
No Brasil o controle da poluição e feito pela definição de padrões de
emissão de poluentes devidamente estabelecidos na legislação ambiental. No
caso do valor de um determinado poluente ambiental encontrado na água, o
71
mesmo é comparado com o valor padrão estabelecido pela legislação ambiental
pertinente.
As definições dos limites de concentrações de substâncias químicas ou
substâncias tóxicas são feitas de tal forma a prevenir os riscos para a saúde
humana. Os padrões de qualidade da água também têm por finalidade o controle
de liberações de efluentes líquidos oriundos de fontes pontuais.
Para o reuso não há legislação brasileira específica e, até o momento, as
ações têm-se orientado por critérios de outros países e/ou da Organização
Mundial da Saúde (OMS). As definições dos critérios de qualidade têm por
objetivo adequar a qualidade ao uso previsto para a água. Usar a avaliação de
risco para a definição de critérios de qualidade pode trazer as seguintes
vantagens:
1 – os critérios seriam definidos considerando aspectos locais e/ou regionais,
como a oferta e a demanda de água, a qualidade, os usos previstos, etc. Como
conseqüência, os critérios poderiam ser mais restritivos ou, ao contrário, mais
permissíveis;
2 – o custo x benefício dos processos de tratamento teria um enfoque mais
realista;
3 – as informações técnicas e científicas utilizadas teriam revisão mais dinâmica e
estariam mais atualizadas;
4 – seria estimulada a discussão e participação da comunidade universitária local
na definição dos critérios a nas atividades de gerenciamento dos riscos.
Deve-se ressaltar que as avaliações de riscos fundamentam-se na análise
sistemática das informações disponíveis, e seus resultados dependem fortemente
72
da existência e da qualidade das informações obtidas. Apesar da existência de
importantes espaços ainda a serem preenchidos, a avaliação, georeferenciamento
e mapeamento dos resíduos líquidos das fossas sépticas tem sido uma das
principais atividades de tomadas de decisão de forma geral.
4.3 GERENCIAMENTO EM ÁREA URBANA
A possibilidade de eventos indesejáveis, previsíveis ou não, se
concretizarem, estará sempre presente no dia-a-dia das organizações públicas ou
privadas. Para evitar a sua ocorrência ou minimizar seus impactos ambientais
danosos, quer sobre o homem, sobre os meios materiais, que sobre o meio
ambiente, haverá necessidade de o gestor incorporar ao cotidiano da organização
uma série de práticas.
Para tanto deverá investigar exaustivamente todas as possibilidades de
incidentes, de acidentes e de perdas, para conhecer suas causas e efeitos e, em
seguida, estabelecer os instrumentos eficazes de sua prevenção e controle.
Essas práticas estarão relacionadas ao papel de cada membro da
comunidade universitária na busca do objetivo coletivo de integridade: segurança.
meio ambiente, saúde, contaminação. Assim sendo, a formação de hábitos -
conscientização e participação - em uma cultura organizacional voltada a esse
objetivo é de fundamental importância para o propósito do gerenciamento de risco.
Cuidados com a limpeza e a ordem dos ambientes, os descartes de
substâncias em locais apropriados, as observâncias dos procedimentos de
execução, o estabelecimento de sistemáticas de atuação em laboratórios,
hospitais e clínicas, farão parte no sistema a ser gerenciado.
73
Quanto melhor for estruturado o plano para gerenciamento das exposições,
quanto melhor estiverem as pessoas preparadas, menores serão as chances de
ocorrência de perdas. Portanto, menores serão os custos de, por exemplo,
proteção do patrimônio na forma de seguros, inclusive ao maior patrimônio, o
humano.
Nesta fase de elaboração de planos, deverá o gestor executar a
identificação da exposição aos riscos, analisá-los e avaliá-los para propor meios
de tratamento.
Evidentemente é sempre bom lembrar que as diretrizes e ações a serem
executadas devem ser perfeitamente integradas aos demais planos da
organização. A complexidade das características dos diversos ambientes,
principalmente aqueles associados aos riscos químicos, físicos e biológicos, que
deverão ter uma maior preocupação quando da adoção de soluções da poluição
do meio ambiente.
4.3.1 Novos Desafios Impostos pelo Gerenciamento Urbano Ambiental
A cada dia, novas exigências são incorporadas pelas necessidades de ação
dos gerenciamentos organizacionais. As mudanças ambientais no cenário mundial
têm levado os gerenciadores a assumir posições cada vez mais importantes na
estrutura social-política de uma região na qual estejam inseridas.
O papel do desenvolvimento unicamente associado à economia cede lugar
a uma responsabilidade mais ampla. Há mais do que nunca o imperativo de
associar à produção uma série de cuidados para evitar a degradação de áreas
urbanas, o desperdício de material e energia, verificando-se acima de tudo, o
controle da poluição em seus vários níveis e estágios, entre outros aspectos que
74
se configuram como novos e mais adequados indicadores de desempenho social
de uma nação.
Além da imagem da credibilidade da organização ou de sua atuação na
defesa do ambiente ecologicamente correto, existe toda uma rede de sinais de
valoração econômica associada à degradação ambiental e aos efeitos causados
por ela, chamados de custo/benefício.
Para Turow (apud BELLIA, 1996, p. 173), "conquanto a proteção do meio
ambiente não seja em geral vista como um problema de distribuição de renda, ela
esta intimamente relacionada com a mudança nesta distribuição".
As necessidades ambientais não podem ser atendidas de forma individual.
Por exemplo, ou todos respiram e tomam água pura, ou ninguém o faz. Não existe
forma de gerenciamento que somente é bom para alguns, e para outros não. O
direito de um começa onde termina o do outro.
Ao mesmo tempo em que se necessitam estabelecer projetos de
desenvolvimento para atender a uma demanda crescente da sociedade, tem-se
que, para o bem desta mesma sociedade, discutir os instrumentos e instituir
mecanismos que busquem minimizar os impactos ao ambiente, numa tentativa de
conciliação dessas necessidades, ao menor custo social e econômico possível.
A esse respeito, enfatiza Margulis (1993, p. 3):
A deterioração da capacidade assimilativa dos ecossistemas e da capacidade de regeneração dos recursos naturais a taxas compatíveis com o desgaste imposto pelas atividades econômicas do homem vem demandando uma revisão profunda do tipo de relação que mantemos com a natureza.
Para Brow et al. (apud CALLENBACH, 1998, p. 11), o desafio de criar
sociedades sustentáveis, com seus diversos ambientes saudáveis, é "satisfazer
nossas necessidades sem colocar em risco as perspectivas das gerações futuras".
75
Valle (1995, p. 9) explica que um dos caminhos a trilhar pode ser
estabelecido no plano legal de gerenciamento compatível com as necessidades e
respaldado por procedimentos legais e técnicos.
A legislação ambiental pode, no entanto, patrocinar as soluções sustentáveis estimulando as empresas que as adotam e punindo as que se beneficiam de custos de produção mais baixo, devido ao não investimento na proteção ambiental. Com a difusão do conceito de desenvolvimento sustentável se reconhece, agora, que uma economia sadia não se sustenta sem um meio ambiente também sadio.
A busca de compatibilização entre desenvolvimento e proteção ambiental
ocupa lugar de destaque no estudo prévio de impacto ambiental. Deve ser
elaborado ainda nas fases preliminares de instalação de toda e qualquer atividade
com potencial de causar significativa degradação ambiental.
Valle (1996, p. 46) assim descreve o impacto ambiental:
qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente causadas por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que direta ou indiretamente afetam a segurança, saúde, bem estar, atividades sócio econômicas, biota, condições estéticas e sanitárias e qualidade dos recursos ambientais.
4.3.2 Decisões Ambientais de Gerenciamento Urbano
É preciso ter restrições para afirmar que o mundo é grande o suficiente e
que as atitudes de pessoas e empresas em determinadas regiões do globo não
serão percebidas ou sentidas por outras em lugares distantes. Então, o sistema
ambiental deve ser compreendido como um elemento único e indivisível na aldeia
global.
Ao tempo em que crescem as expectativas do cidadão em relação à
questão ambiental, crescem suas exigências enquanto consumidor, bem como
76
sobre a qualidade de vida que deseja. Para dar suporte a estas exigências,
amplia-se o contexto da legislação ambiental nacional e internacional, que se
tornam cada vez mais restritivas e coercitivas.
Um exemplo pode ser citado em relação à comercialização e utilização de
produtos químicos; a legislação nacional e internacional impõe que os produtos
sejam rotulados e que sejam especificados todos os elementos que compõe
aquela substância e que são agressivos ao meio ambiente em quaisquer das
fases de seu ciclo de vida.
O não cumprimento destas orientações, implica em aumento de tarifas
alfandegárias, restrições de importações que podem até inviabilizar sua
comercialização, bem como sua produção. Essas barreiras são originárias
normalmente de países em que o modelo de produção baseado na
industrialização já exauriu ou, ao menos, já causou severos danos à condição
ambiental, com exemplos no Japão, Inglaterra, Alemanha, Rússia, França, Suécia,
Dinamarca, dentre outros.
4.4 GERENCIAMENTO E RESPONSABILIDADE DO CIDADÃO COM O
AMBIENTE DE UMA COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA
Sendo o “Meio ambiente o conjunto de condições, leis, influências e
interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida
em todas as suas formas (Lei Federal n. 6.938, de 31 de agosto de 1981)” deve-se
buscar, sempre que possível, a minimização dos impactos ambientais que causem
alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente,
visando sua preservação. No caso de já haver degradação, deve-se buscar sua
recuperação, a fim de que a qualidade de vida seja mantida.
77
Ao considerar uma comunidade universitária, se observaram exemplos de
que uma forma representativa para o desenvolvimento de um programa de
gerenciamento ambiental é de muita importância. Uma instituição de ensino é o
local propício à implantação de um programa de gerenciamento, visto que é
constituído de um universo de pessoas esclarecidas e letradas, como os
formadores e os educadores que, ao acessar as propostas e orientações do
programa, poderiam ajudar no desenvolvimento do mesmo.
A disseminação dos objetivos de um programa de gerenciamento depende
do envolvimento das pessoas afetas a este, e os seus resultados dependem da
compreensão dos participantes em relação ao foco local, que normalmente visa
atingir objetivos mais amplos; seja no aspecto regional ou estadual. Este
conhecimento adquirido e muitas vezes repassado não tem limites; está
intimamente relacionado com o ensino, a pesquisa, e a extensão, e em muitos
casos com a prestação de serviços.
Com o crescimento populacional a cada ano em função da implementação
de novos cursos e serviços à comunidade, desenvolvidos pela UEL, há a
necessidade de ampliação tanto de espaço físico, material, equipamentos, como
de recursos humanos em termos de técnicos-administrativos, técnicos
laboratoriais, ajudantes gerais, docentes e alunos.
Nos dias atuais, a maior demanda da comunidade universitária tem gerado
maior consumo de recursos materiais de diferentes instâncias (alimentos, produtos
químicos, produtos biológicos, excrementos, material de limpeza, embalagens,
restos de cadáveres de animais entre outros), conseqüentemente gerando um
aumento de produção de resíduos líquidos lançados ao ambiente. Este fato
implica em adoção de maiores cuidados no destino destes resíduos líquidos
evitando a contaminação e poluição do ambiente.
78
A produção de resíduos líquidos em maior volume acarreta a necessidade
de descarte em fossas sépticas, que acabam produzindo diferentes graus de
possíveis contaminações do solo, da água subterrânea ou aqüífero livre, gerando
um problema bastante complexo, dependendo de seus efluentes de vazão
descontínua e alta concentração poluidora dos despejos líquidos, que muitas
vezes não são biodegradáveis e de toxidades de alguns deles, bem como a
presença de substâncias depletivas de oxigênio, objetáveis, corrosivas, materiais
radioativos, entre outros.
Este problema pode ser ainda agravado especialmente nas fases de
desenvolvimento, devido a necessidade de adoção de métodos de controle
ambiental seguros e econômicos, com a utilização de pessoas especializadas
(MENDONÇA, 1991).
A conscientização ambiental vem crescendo nas Instituições de Ensino
Superior como reflexo das pressões ambientais (legislação ambiental e sanções
mais restritivas, alto custo das disposições dos resíduos, dentre outras) que
estimulam a busca de respostas para os problemas.
Outro objetivo de um programa de gerenciamento deve estar relacionado
ao consumo excessivo da água. As orientações para redução do consumo de
água e sua reutilização nas IES pode ser amenizada deixando de lado a idéia de
disponibilidade da água de forma ilimitada no meio ambiente. Segundo Byers
(1995),
o menor consumo de água inicia uma reação em cadeia que envolve a menor retirada de água do ambiente, menor consumo de produtos químicos e energia para condicionar esta água e menor volume de efluentes. Isto exige menor estação de tratamento de esgoto (com possibilidade de maior eficiência), que por sua vez, consome menos energia e produtos químicos para condicionamento, quando usados, e menor formação de lodo.
Artigos e pesquisas na área ambiental tem mostrado que a concepção de
água como recurso ilimitado ao homem deixou de ser uma realidade. Portanto,
79
hoje não se pode deixar de somar aos problemas de uso desordenado da água,
um outro problema associado, os contaminantes. Eles ocasionam efeitos nocivos,
acarretando muitas vezes alterações significativas e até quase irreversíveis.
Estudos têm mostrado dados de situações que, mesmo com atendimento
aos limites, os contaminantes continuam presentes na água através de resíduos
oriundos de materiais sintéticos e compostos tóxicos que permanecem atuando
no meio ambiente por vários anos. Sendo assim, é necessário procurar minimizar
ou, quando possível, evitar a emissão no meio ambiente de resíduos líquidos,
sólidos ou gasosos. “O melhor modo de se evitar a entrada de produtos químicos
tóxicos no meio ambiente, é não produzi-los” (Oliveira, 2000).
Sabe-se que existe uma inter-relação entre as diversas formas de poluição,
o que exige, portanto, a solução do problema equacionada em conjunto, como
vem sendo feita em muitos lugares de diferentes países. Dentre os meios de
eliminação de resíduos, destaca-se: a incineração dos resíduos sólidos sem os
devidos cuidados, que contribuem para o aumento da poluição do ar; a disposição
do lixo no solo; o descarte inadequado em fossas sépticas, podendo levar a
problemas de poluição das águas subterrâneas ou superficiais.
O controle deste tipo de poluição é uma atividade do saneamento do meio
que acarreta em problemas e preocupações. Impõe-se um controle deste
contaminantes visando não só a proteção da qualidade do meio e da saúde do
homem, como também a preservação dos recursos existentes.
Investigar e conhecer o destino final dos resíduos demanda realizar estudos
que apontem para a necessidade do destino correto dos resíduos finais. No caso
dos resíduos líquidos, eles normalmente possuem elevada concentração de
matéria orgânica, azoto, fumos metálicos e materiais tóxicos, pelo que deve ser
feito o seu recolhimento e tratamento, de modo a impedir a sua infiltração no solo
e em aqüífero livre.
80
Uma questão motivadora e considerada de relevância no desenvolvimento
da presente investigação, decorrente da preocupação relativa à utilização de água
para o consumo oriundo do aqüífero livre na Universidade Estadual de Londrina,
permitiu que se chegasse não somente a constatar o grande número de fossas
sépticas localizadas na área do campus universitário, mas, ao diagnóstico dos
resíduos encontrados, pelo que se está propondo algumas formas de
encaminhamento ao gerenciamento de resíduos líquidos.
Neste sentido, acredita-se que o despejo de resíduos líquidos nas fossas
sépticas nas IES, como no caso da Universidade Estadual de Londrina, necessita
receber um tratamento adequado como meio de controle da poluição. Assim, a
implantação de um programa de gerenciamento de resíduos líquidos pode ser de
grande valia e auxiliar na redução da carga poluidora, como proposta de proteção
à saúde pública, contribuindo de forma significativa para minimizar os efeitos
danosos causados ao meio ambiente, onde a sua disposição final é feita.
4.5 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA DE 1988
A Constituição Federal Brasileira de 1988 consagrou de forma nova e
importante a existência de um bem que não possui características de bem público
e muito menos privado, voltado à realidade do século XXI, das sociedades de
massa, caracterizada por um crescimento desordenado e um brutal avanço
tecnológico. Foi estruturada, assim, uma composição para a tutela dos valores
ambientais, reconhecendo-lhe características próprias, desvinculadas do instituto
das posses e da propriedade, consagrando uma nova concepção ligada a direitos
que muitas vezes transcendem o próprio critério das nações, os chamados direitos
difusos.
81
Os fundamentos para tal compreensão advêm do artigo 225 da Constituição
Federal Brasileira de 1988:
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as futuras gerações.
Portanto, a primeira parte do dispositivo legal para a interpretação da
Constituição, determina a indicação do direito comum de todos e o dever de
proporcionar um meio ambiente ecologicamente equilibrado, com conseqüência
para todos.
Desta forma, cidadãos brasileiros e estrangeiros residentes no país
poderiam assumir a titularidade deste direito material. É uma concepção que
afirma o princípio da soberania, um dos preceitos fundamentais da República
Federativa do Brasil, de acordo com a Constituição Federal de 1988.
Entende-se que a Constituição Federal fixa fundamentos que visam
constituir um Estado democrático de Direito, pretende-se destinar às pessoas
abarcadas por sua soberania, o exercício do direito ambiental pleno e absoluto, de
um uso comum, onde o direito de uns terminam onde começam os dos outros.
Entende FIORILLO que o povo:
enquanto conjunto de indivíduos que falam a mesma língua, têm costumes e hábitos assemelhados, afinidades de interesses, história e tradições comuns, é que exerce a titularidade do meio ambiente ecologicamente equilibrado, dentro de uma nova visão constitucional plenamente adaptada aos interesses de uma sociedade de massa, mesmo porque, ao definir o bem ambiental, o artigo 225, ordena-o como um bem de uso comum do povo.
As competências ambientais hoje, são divididas entre a União e os Estados,
que não precisam provar que o assunto tem interesse estadual e/ou regional. Já
os Municípios, na questão ambiental, precisam articular suas competências
82
suplementares, na forma do artigo 30, II, da Constituição Federal Brasileira de
1988, "no que couber", com o inciso I do referido artigo, onde a competência
natural dos municípios é "legislar sobre assuntos de interesse local".
Os Estados e os Municípios só encontrarão óbices para legislar em matéria
ambiental, quando existir ou vier a existir norma geral federal, quando deverão
adequar suas legislações com as legislações privativas da União.
A Constituição Federal Brasileira de 1988 apresenta campos legislativos
diversos - o da peculiaridade e o da localidade: interesse geral, interesse
particular, interesse local, os campos respectivos da atuação legislativa da União,
dos Estados e dos Municípios, que podem servir de ancoradouro na elaboração
de um programa de gerenciamento.
83
5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS:
Os dados apresentados no presente trabalho, com medições globais, podem
se constituir em um instrumento orientador para uma IES, ou servir de parâmetro
para que elas possam implementar um programa de gerenciamento junto às suas
ações efetivas relacionadas à legislação ambiental vigente. Um programa de
gerenciamento pode iniciar com ações voltadas ao controle dos serviços relativos
à eliminação de resíduos líquidos produzidos no interior do Campus.
5.1 LOCALIZAÇÃO DAS FOSSAS SÉPTICAS NO CAMPUS DA UEL
No desenvolvimento da localização e georeferenciamento das fossas
sépticas encontraram-se algumas situações atípicas, uma vez que confronta-se
com fatores que se apresentavam impeditivos à realização do trabalho. Dentre
estes encontra-se o da localização de fossas sépticas que não estavam
perceptíveis na área do campus, visto a falta de manutenção das mesmas.
Algumas se encontram “protegidas” por uma cobertura de vegetação, outras com
material descartado de obras passadas, ou se encontravam totalmente cobertas
por terra. Realizado o levantamento das fossas sépticas, com auxílio do sistema
posicionando global GPS (Global Positioning System)9, buscou-se a registrar os
pontos no mapa do Campus da UEL.
Foram localizadas 181 fossas sépticas ativadas no campus da Universidade
Estadual de Londrina, no período de julho a agosto de 2005. As fossas sépticas
encontradas têm em média um diâmetro de 1,50 m por 8 metros de profundidade.
Existem mais oito fossas desativadas (nulas) e10 que não foram localizadas: as
9 O GPS usa pontos de referência para localização, e determina as posições exatas das fossas sépticas.
84
fossas sépticas nas proximidades do Departamento de Matemática (2), do
Departamento de Física (2), Departamento de Química (1), da Tecnologia de
Alimentos e Medicamentos (2) e da Prefeitura do Campus da Universidade
Estadual de Londrina (1), e (2) duas cavidades provavelmente de fossas sépticas
que não permitiram comprovação de sua real existência. Portanto, o total de
fossas do Campus da UEL é de 199 unidades (ANEXO 4).
Conforme previamente antecipado, a área do Campus Universitário da UEL
foi sub-dividida em oito segmentos para georeferenciar as fossas sépticas. Estas
fossas sépticas estão assim distribuídas: (ANEXO 4)
No primeiro segmento, no Setor de Educação Física foi possível registrar
um total de dezoito (18) fossas, F01 ao F18, concentradas principalmente nas
proximidades das áreas construídas.
No segundo segmento, correspondente ao local onde se encontra situado
o Centro de Educação Comunicação e Artes, foram encontradas dez (10) fossas
sépticas, correspondendo aos itens F19 ao F29, respectivamente.
No terceiro segmento, apresentando no canto superior a parte final das
piscinas e quadras esportivas do Setor de Educação Física e uma pequena parte
do Setor de Comunicação e Artes, foram identificadas três (03) fossas sépticas
(F30, F31 e F32); no acesso às pistas internas do canteiro central de que leva a
outros setores próximos ao restaurante universitário foram encontradas duas (02)
caixas para fossas sépticas; no canto direito inferior do mapa foram encontradas
duas (02) fossas assépticas (F 48, F 49).
No quarto segmento, numa área de maior ocupação, foram identificadas
cinqüenta e quatro (54) fossas sépticas, chegando à marcação da fossa de
número F88. As fossas numeradas como F66 e F67 do Departamento de Física,
assim como as fossas numeradas como F68, F69 e F70, embora pontuadas pelo
85
programa de Autocad, encontram-se com configurações diferenciadas, não
permitindo uma identificação ‘precisa’ das fossas sépticas (ANEXO 4 ).
No quinto segmento, onde estão situados os setores de pesquisa de
Ecologia microbiana, viveiro de mudas e Casa de Vegetação pertencente ao
Setor de Ciências Biológicas, onde foram pontuadas as fossas sépticas de
números F125, F126, F127 e F179, sendo a última localizada nas proximidades
da guarita de entrada do campus (ANEXO 4).
No sexto segmento, correspondente à área nas proximidades da Biblioteca,
parte dos Setores do Centro de Ciências Biológicas e estacionamento,
Departamentos da Prefeitura do campus e Setor de Ciências Agrárias com seus
diferentes setores de atendimentos (Biotério, Hospital Veterinário) voltados ao
atendimento externo de animais. Ainda neste segmento algumas fossas
encontram-se nas proximidades dos laboratórios de pesquisa de Virologia e
Andrologia animal, num total de quarenta e seis (46) fossas sépticas (ANEXO 4).
No sétimo segmento, correspondente à região de localização do Hospital
Ambulatorial Humano, foi encontrada apenas uma fossa séptica numerada como
F 181 (ANEXO 4).
E finalmente no oitavo segmento, correspondente à localização da Reitoria
e Pró-reitorias, estacionamentos de veículos dos setores e região correspondente
à localização dos serviços de apoio como marcenaria, editora, almoxarifado,
gráfica e outros órgãos, foram identificadas vinte e oito (28) fossas sépticas
ativadas (ANEXO 4).
Das 24 fossas sépticas localizadas, em função dos problemas citados
anteriormente, principalmente em relação às condições de manutenção e
preservação do local, obtive-se dados que são mais próximos da realidade,
86
mesmo consideradas as dificuldades operacionais encontradas quando do
levantamento.
Num segundo trabalho para levantamento das fossas sépticas, utilizou-se o
aparelho de GPS e se chegou a um total de cento e noventa e nove (199) fossas
sépticas. Este número aumentou em função das novas fossas recém implantadas
para atendimento dos novos setores e órgãos de apoio no campus da UEL.
Foram identificados mais novas (09) fossas sépticas, praticamente uma em
cada centro; sendo que as duas últimas foram implantadas para atender os
setores de apoio como Museu de Ciências e Incubadora Técnica Empresarial,
localizados no primeiro segmento de divisões espaciais do campus, próximos à
pista de Atletismo (ANEXO 4).
Como o processo de execução das fossas é dinâmico no Campus da UEL,
fixou-se para o este trabalho de dissertação a data referente ao mês de junho de
2005 como aquela que definiu o número final das fossas.
5.2 FOSSAS SÉPTICAS SELECIONADAS PARA COLETAS
Foram escolhidas vinte e quatro fossas sépticas como representativas dos
segmentos postulados para proceder coleta de material (resíduo líquido):
− Centro de Ciências Exatas Departamento de Estatística e Matemática Aplicada F 68
Departamento de Computação F 69
Departamento de Geociências F 70
87
− Centro de Tecnologia e Urbanismo Cantina CTU F 77
NEPEA/ Núcleo de Estudos de Engenharia e Arquitetura F 84
Entre o CTU e o CCA F 86
− Biblioteca Central Biblioteca Central F 90
F 91
− Central de Salas Central de Salas F 123
− Centro de Ciências Biológicas Departamento de Morfologia F 158
− Reitoria Reitoria F 156
− Centro de Ciências Agrárias Laboratório de Virologia e Protozoologia HV/CCA F 98
Setor de Isolamento do HV/CCA F 99
Secretaria da Veterinária e Ambulatório do HV/CCA F 106
Laboratório de Reprodução - Andrologia HV/CCA F 111
− Centro de Educação Física e Desportos Frente ao campo de futebol F 09
Frente à piscina F 12
− Centro de Letras s Ciências Humanas Frente aos banheiros F 38
88
− Centro de Estudos Sociais Aplicados
Entre o prédio e o Anfiteatro F 26
− Centro de Educação, Comunicação e Artes Próximo à cozinha e banheiro F 19
Setor da Creche (Centro de educação Infantil) F 08
− Colégio de Aplicação Próximo à cozinha e banheiro F 06
− Departamento de Arte Visual (CECA/CCH) Laboratório de Cerâmica F 44
Laboratório de Fotografia e Gravura F 45
5.3 IDENTIFICAÇÃO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS DAS FOSSAS ANALISADAS
NA UEL Os dejetos que foram transportados para as fossas sépticas são oriundos
dos espaços como: edificações, laboratórios, cozinhas e banheiros. Assim, foi feita
verificação “in loco” de todos os locais onde foram coletadas as amostras de
resíduos líquidos das fossas para caracterização de tipo de líquido despejado com
a finalidade de determinar a DBO, DQO e pH.
De acordo com as análises realizadas foram encontrados os seguintes
contaminantes líquidos:
Diretoria do CCE/Departamento de Computação
Bloco J - salas de 301 a 318 ⇐ fossa: 69
89
• borra, urina, detergente, hipoclorito, sabão em pedra,
sabão em pó, sabonete líquido, removedor, álcool,
pó de café, cera líquida;
CCE/Departamento de Geociências
Bloco k - salas de 701 a 711 ⇐ fossa: 70
• borra, urina, detergente, hipoclorito, sabão em pedra,
sabão em pó, sabonete liquido, removedor, álcool,
pó de café, cera líquida, sapólio;
_______________________________________________________________
CCE - DEMA/Departamento de Estatística e Matemática aplicada
⇐ fossa: 68
• borra, urina, detergente, hipoclorito, sapólio, sabão
em pedra, sabão em pó, sabonete liquido, álcool,
cera líquida;
_______________________________________________________________
CTU/Centro de Tecnologia e Urbanismo
CCA/Centro de Ciências Agrárias
NEPEA/Núcleo de Estudos e Pesquisas de Engenharia e Arquitetura
⇐ fossa: 86
⇐ fossa: 84
• borra, urina, detergente, hipoclorito, sabão em pedra,
sabão em pó, sapólio, sabonete liquido, pinho,
álcool, pó de café, cera líquida;
_______________________________________________________________
Biblioteca Central
⇐ fossa: 90
⇐ fossa: 91
90
• borra, urina, detergente, hipoclorito, sabão em pedra,
sabão em pó, sapólio, sabonete líquido, pó de café,
pó de chá mate, leite de vaca;
Central de Salas
⇐ fossa: 123
• borra, urina, detergente, hipoclorito, sabão em pedra,
sabão em pó, pedra sanitária, sabonete liquido,
desinfetante da marca multifloral, limpador de uso
em geral;
_______________________________________________________________
Morfologia/Setor de Anatomia/CCB
⇐ fossa: 158
• borra, urina, detergente, hipoclorito, sabão em pó,
desinfetante da marca multifloral, limpador de uso
em geral;
_______________________________________________________________
Reitoria
⇐ fossa: 156
• borra, urina, sabonete líquido, hipoclorito, sabão em
pó, removedor, desinfetante da marca multifloral,
limpador de uso em geral;
_______________________________________________________________
Cantina do CTU
⇐ fossa: 77
• borra, urina, detergente, hipoclorito, gordura, pó de
café, sabão em pó, sabão em pedra, desinfetante;
_______________________________________________________________
91
Setor de Isolamento do HV- CCA
⇐ fossa: 99
• borra, urina, detergente, hipoclorito, desinfetante da
marca (pinho), antisséptico povidine, álcool;
Secretaria da Veterinária e Ambulatório do HV-CCA
⇐ fossa: 106
• borra, urina, detergente, hipoclorito, desinfetante
(pinho), gordura, pó de café, pó de chá, sabão em
pó, detergente a 15% cloro, alvejante de roupa a
15%, formol, álcool, e remédio sulfocrômica;
_______________________________________________________________
Laboratório de Reprodução - Andrologia - HV - CCA
⇐ fossa: 111
• gordura, detergente, pó de café, sabão em pó, sabão
em pedra, sabonete liquido, corantes: cristal violeta e
vermelho, metanol, sêmen de animais, líquido de
placenta;
_______________________________________________________________
Laboratório de Virologia e Protozoologia HV - CCA
⇐ fossa: 98
• reagentes diluídos em diversas soluções de sal em
meio de cultura, autoclavado (para eliminar
bactérias), ácidos diluídos em diversas soluções,
álcool, hipoclorito, soda cáustica;
_______________________________________________________________
92
Departamento de Arte Visual
Laboratório de Cerâmica
⇐ fossa: 44
• detergente, sabonete líquido, sabão em pó e pedra;
Laboratório de Fotografia e Gravura
⇐ fossa: 45
• revelador, fixador, ferrocianeto, ferricianeto, formol,
nitrato de prata, hiposulfato de sódio, querosene,
ácido nítrico, percolado de ferro, solventes;
_______________________________________________________________
CEFD - Centro de Educação Física e Esportes
Frente do Campo de Futebol
⇐ fossa: 09
• borra, urina, hipoclorito, detergente, sabão em pedra,
removedor, cera, sapólio em pó, pó de café e chá;
Frente da Piscina
⇐ fossa: 12
• borra, urina, hipoclorito, detergente, sabão em pedra,
removedor, cera, sapólio em pó, pó de café e chá;
_______________________________________________________________
CCH - Centro de Letras e Ciências Humanas
Frente dos banheiros
⇐ fossa: 38
93
• borra, urina, hipoclorito, detergente, sabão em pó,
sabão em pedra, pinho sol, removedor, cera, sapólio
em pó, pó de café e chá, gordura, ácidos;
_______________________________________________________________
CESA - Centro de Estudos Sociais Aplicados
banheiro
⇐ fossa: 26
• borra, urina, hipoclorito, sabonete da forma liquida,
desinfetante da marca pinho sol, sapólio em pó;
CECA - Centro de Educação, Comunicação e Artes
cozinha e banheiros
⇐ fossa: 19
• borra, urina, hipoclorito, sabonete liquido, pinho sol,
cera, detergente da marca multifloral para limpeza e
de uso geral, sabão em pó e sabão em pedaço, pó
de café e chá mate.
_______________________________________________________________
Setor de Creche
cozinha e banheiros
⇐ fossa: 08
• borra, urina, hipoclorito, detergente, detergente
amonical, sabão em pó e sabão em pedra, cera
líquida, removedor de gordura, amaciante de roupa,
pinho sol, gordura, álcool;
_________________________________________________
94
______________
Colégio de Aplicação
cozinha e banheiros
⇐ fossa: 06
• borra, urina, hipoclorito, sabonete liquido, pinho sol,
pó de café e chá mate, detergente, sabão em pó e
sabão em pedaço.
5.4 ANÁLISE DOS DADOS
A Universidade Estadual de Londrina apresenta uma estrutura física de
221,87 hectares (2.219.703,16m2) tendo 174.607m2 de área construída. Nestes
espaços transitam acadêmicos (quase 15.000 alunos de graduação e pós
graduação); docentes e funcionários. Nestes espaços físicos muito volume de
resíduos são produzidos e coletado diariamente.
Atualmente, a Universidade Estadual de Londrina realiza somente coleta de
lixo sólido e lixo hospitalar. Os resíduos líquidos são encaminhados para as fossas
sépticas existentes nas proximidades de cada setor, tanto administrativo como
acadêmico, ou de pesquisa (laboratórios) e prestação de serviços.
Em áreas urbanizadas sem rede de esgoto, a utilização de saneamento in
situ como as fossas sépticas, representa uma fonte potencial de poluição das
águas subterrâneas. A água é um excelente solvente e pode conter inúmeras
substâncias dissolvidas. Ao longo do seu percurso, a água vai interagindo com o
solo e formações geológicas, dissolvendo e incorporando substâncias. Por esta
razão a água subterrânea é mais mineralizada que a água de superfície.
95
Apesar do solo e da zona não saturada apresentarem excelentes
mecanismos de filtragem, podendo reter inúmeras partículas e bactérias
patogênicas, existem substâncias e gases dissolvidos que dificilmente permitirão a
sua existência na água subterrânea, podendo ser responsáveis pela sua poluição.
A poluição das águas subterrâneas pode ser causada por acidente, pelo
rompimento de fossas sépticas, pela proximidade entre a fossa e o poço de
captação de fossas sépticas, pela proximidade entre a fossa e o poço de captação
de água potável, e pela proximidade do nível de água subterrânea.
GRÁFICO 1 – DQO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS ATÉ 1000 mg/L – UEL –
LONDRINA – PR – 2005
254249
77
287229
798
164169
450
822
308
200
520
0100200300400500600700800900
A - CCE F69
B - CCA F86
D- CCE F68
E - BC F90
G - HV Isolamentof99H - CCASecretaria F106J - CCA Lab.Reprod. F111A2 - CECA WCRel Pub. F19B2 - CRECHEF08C2 - CESA F26
E2 - COL. APLIC.F061 - CEF CampoFut. F094 - CEF VestiárioF12Valores da DQO das amostras
96
Na análise dos resíduos líquidos das amostras representativas para esta
investigação (20 fossas), foi encontrada uma variação considerável de índices,
tanto de Demanda Química de Oxigênio (Gráficos 1 e 2), como de Demanda
Bioquímica de Oxigênio (Gráficos 3 e 4), produzindo sensível alteração de pH
(Gráfico 5) no conteúdo líquido de cada fossa.
GRÁFICO 2 – DQO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS MAIOR QUE 1000 mg/L –
UEL – LONDRINA – PR – 2005
4305
2676
10900
2768
1040
3320
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000C - CTU F84
F - CTU CantinaF77I - CCA Lab.Reprod. F111D2 - CCH WC F38
2- CECA DeptoCeram. F443 - CECA DeptoFotografia F45
Valores da DQO das amostras
97
QUADRO 1 - RESULTADOS DAS ANÁLISES DE pH, DBO E DQO DAS FOSSAS F68, F69, F84, F86 E F90 - UEL - LONDRINA - PR - 2005
Fonte: Organizado por Oliveira, PR., 2005
Ao considerar os dados do Quadro 1 é possível constatar que o maior
problema neste setor está vinculado à fossa 84 do CTU, tendo em vista o número
elevado do indicador DBO de 1900mg/l, cujo limite aceitável para despejo deveria
estar na faixa de DBO = 90 a 100mg/l (VIEIRA, 1997). Sendo que um rio que
serve para abastecimento público com tratamento convencional teria no máximo
um DBO = 5mg/l, e que uma estação de tratamento de esgoto eficiente lança no
rio uma água proveniente do esgoto tratado com DBO=60mg/l, o elevado índice de
DBO (1900) desta fossa não é recomendável em se tratando do seu despejo sem
prévio tratamento. Somente a fossa 68 no CCE possui uma DBO aceitável (77).
Parâmetros local / data: 12/07/05 A - CCE F69
A B C D E B - CCA F86 pH 8,77 7,17 6,73 7,53 7,4 C - CTU F84 DBO mg O2/L 126 209 1900 36 134 D - CCE F68 DQO 254 249 4305 77 287 E - BC F90
126
209
36
134
94
234
5692
85
274
30 3922
313
194
0
50
100
150
200
250
300
350 A - CCE F69
B - CCA F86
D- CCE F68
E - BC F90
G - HV Isolamento f99
H - CCA Secretaria F106
J - CCA Lab. Reprod. F111
A2 - CECA WC Rel Pub. F19
B2 - CRECHE F08
C2 - CESA F26
E2 - COL. APLIC. F06
1 - CEF Campo Fut. F09
2- CECA Depto Ceram. F44
3 - CECA Depto Fotografia F45
4 - CEF Vestiário F12
Valores da DBO das amostras
98
GRÁFICO 3 – DBO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS ATÉ 1000 mg/L – UEL – LONDRINA – PR – 2005
Observa-se neste bloco inicial, que os resíduos líquidos gerados, possuem
em comum: borra, urinas, detergentes, hipocloritos, sabão em pedra, sabão em
pó, álcool, pó de café.
Foram detectadas, quando da observação feita no local, que a fossa n.º 69
do CCE continha removedores de gorduras, ausente nas demais. Assim, o pH da
fossa nº 69 (8,77) apresenta um valor maior que as outras (Gráfico 5).
Com relação a DBO da fossa n.º 84 do CTU foi detectada a utilização de
ceras líquidas proveniente da limpeza dos panos e dos rodos nos tanques e ralos.
Assim, tanto a DBO quanto a DQO da fossa n.º 84 apresentam um valor maior
que as demais (Quadro 1).
1900
1080
14481300
0200400600800
100012001400160018002000
C - CTU F84
F - CTU CantinaF77
I - CCA Lab.Reprod. F111
D2 - CCH WCF38
Valores da DBO das amostras
99
GRÁFICO 4 – DBO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS MAIOR QUE 1000 mg/L –
UEL – LONDRINA – PR – 2005
O menor pH, com um valor de 6,73, foi encontrado nesta mesma fossa n.º
84 do CTU, que apresenta alto poder de putrefação e de resíduos orgânicos.
GRÁFICO 5 – pH DE RESÍDUOS LÍQUIDOS – UEL – LONDRINA – PR –
2005
8,77
4,57
8,7 8,73
4,23
8,49
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9 A - CCE F69
B - CCA F86
C - CTU F84
D - CCE F68
E - BC F90
F - CTU Cantina F77
G - HV Isolamento F99
H - CCA Secretaria F 106
I - CCA Lab. Reprod. F111
J - CCA Lab. Virologia F98
A2 - CECA WC Rel Pub. F19
B2 - CRECHE F08
C2 - CESA F26
D2 - CCH WC F38
E2 - COL. APLIC. F06
1 - CEF Campo Fut. F 09
2 - CECA Depto Ceram. F44
3 - CECA Depto Fotografia F45
4 - CEF Vestiário F 12
Valores do pH das fossas
100
QUADRO 2 - RESULTADOS DAS ANÁLISES DE pH, DBO E DQO DAS
FOSSAS F77, F98, F99, F106 E F111 - UEL - LONDRINA - PR - 2005
Parâmetros local/data 19/07/05 F - CTU Cantina F77
F G H I J G - HV Isolamento F99 pH 4,57 7,76 7,37 6,1 6,96 H - CCA Secretaria F 106 DBO mg O2/L 1080 94 234 1448 56 I - CCA Lab. Reprod. F111
DQO 2676 229 798 10.900 164 J - CCA Lab. Virologia F98
Fonte: Organizado por Oliveira, P. R., 2005
Observa-se neste segundo bloco de análises, que os resíduos líquidos
gerados, possuem em comum também: borra, urinas, detergentes, hipocloritos,
sabão em pedra, sabão em pó, álcool e pó de café.
Observou-se no local que foram colocados polvidine, na fossa n.º 99, (HV -
isolamento), ausente nas demais. Assim, no Quadro 2 pode-se verificar que o pH
de 7,76 da fossa n.º 99 apresenta-se mais básico que os demais.
Com relação a DBO, a fossa n.º 111 localizada no CCA – Laboratório de
Reprodução, foi detectada a utilização de corante, metanol, sêmen de animal,
líquidos de placenta, e líquido de cristal violeta. Assim, tanto a DBO quanto a DQO
da F111 apresentam-se maiores que os demais do bloco, sendo que a DQO de
10900 mg O2/L foi a maior entre todos os valores encontrados.
O menor pH foi encontrado na F77 do CTU, com um valor foi de 4,57,
mostrando alto poder de putrefação em função da quantidade de resíduos
orgânicos.
101
QUADRO 3 - RESULTADOS DAS ANÁLISES DE pH, DBO E DQO DAS FOSSAS F06, F08, F19, F26 E F38 - UEL - LONDRINA - PR - 2005
Parâmetros local / data: A2 - CECA WC Rel Pub. F19
A2 B2 C2 D2 E2 B2 - CRECHE F08 pH 8,7 6,87 8,73 4,23 7,33 C2 - CESA F26 DBO mg O2/L 92 93 274 1.300 30 D2 - CCH WC F38 DQO 169 450 822 2.768 308 E2 - COL. APLIC. F06
Fonte: Organizado por Oliveira, P. R., 2005
Observa-se neste terceiro bloco do Quadro 3, que os resíduos líquidos
gerados, possuem em comum, também: borra, urinas, detergentes, hipocloritos,
sabão em pedra, sabão em pó, álcool, pó de café.
Foram detectadas, quando da inspeção feita no local, que a fossa n.º 38 do
CCH continha chá mate, gorduras, ácidos, ausente nas demais. Assim, o pH ácido
de 4,23 da F38 foi o menor valor encontrado entre todas as análises realizadas.
Com relação a DBO (Quadro 3) na fossa n.º 38 (CCH – banheiros) foi
detectado a utilização de removedor de gorduras, cera líquida, sapólio e gordura
(cantina). Assim, a DBO da fossa n.º 38, se apresentou maior que as demais
neste terceiro bloco, bem como a sua DQO, de 1300 mg O2/L e 2768 mg O2/L,
respectivamente.
O menor pH foi encontrado na fossa n.º 38, foi de 4,23 da fossa do CCH,
mostrando também alto poder de putrefação em função da quantidade de resíduos
orgânicos, confirmando as condições dos Quadros 1 e 2.
102
QUADRO 4 - RESULTADOS DAS ANÁLISES DE pH, DBO E DQO DAS FOSSAS F09, F12, F44 E F45 - UEL - LONDRINA - PR – 2005
Parâmetros local / data: Setores
1 2 3 4 1 - CEF Campo Fut. F 09 pH 6,86 7,44 8,49 6,72 2 - CECA Depto Ceram. F44
DBO mg O2/L 39 22 313 194 3 - CECA Depto Fotografia F45
DQO 200 1040 3320 520 4 - CEF Vestiário F 12 Fonte: Organizado por Oliveira, P. R., 2005
Observa-se neste quarto bloco do Quadro 4, que os resíduos líquidos
gerados, possuem em comum, também: borra, urinas, detergentes, hipocloritos,
sabão em pedra, sabão em pó, álcool, pó de café.
Foram detectadas, quando da inspeção realizada no local, que a fossa n.º
45 (CECA – Departamento de Fotografia) continha revelador de filmes, fixador
para fotos, ferrocianeto, formol, nitrato de prata, querosene, ácido nítrico e
solventes, ausentes nas demais. Assim, o pH da fossa n.º 45 com índice de 8,49,
cujo valor foi o maior entre todos os analisados (Gráfico 5).
Entre as análises de DBO e DQO feitas neste quarto bloco, os maiores
valores foram apresentados pela fossa n.º 45 (CECA – Departamento de
Fotografias).
O menor pH foi encontrado na fossa n.º 12 (CEF – Vestiário), de 6,72, com
maior poder de putrefação e resíduos orgânicos altos que os demais do bloco.
A análise das amostras se apresenta como referência da importância de se
trabalhar com duas variantes, desafiando qualquer tentativa de minimização dos
impactos dos problemas aqui levantados que são, de um lado, a crescente
geração de resíduos líquidos das fossas, fruto do aumento do número de pessoas
103
envolvidas no ensino, pesquisa, extensão e prestação de serviços, cada vez mais
atuantes e até por questão de sobrevivência acadêmica. Do outro lado, o aumento
da construções das edificações, também muito importante para a sobrevivência da
comunidade universitária onde os padrões se fazem sentir, e intensificando ainda
mais o associativismo do consumo com a qualidade de vida.
A evolução qualitativa dos resíduos, decorrente do aumento do consumo e
dos componentes de sua composição, implica em uma estabilidade maior, e,
portanto, em uma manutenção de integridade, incrementando um potencial de
degradação ambiental por períodos de tempo cada vez menores.
De acordo com a Agenda 21, partindo do pressuposto de que os manejos
ambientalmente adequados dos resíduos líquidos se encontram entre as questões
mais importantes para a manutenção da qualidade do ambiente, esta propõe
soluções que ataquem a causa fundamental do problema, isto é, os padrões não
sustentáveis de produção e consumo.
Neste sentido, uma das estratégias de mudanças dos padrões
insustentáveis é a minimização dos resíduos líquidos, ou seja, a redução de sua
produção, fator que exige o estímulo à reflexão e reciclagem dos processos de
ensino e aprendizagem, por meio da introdução de novos produtos que sejam
ambientalmente saudáveis e acondicionados em embalagens certificadas e
devolvidas para a indústria, com vistas a sua reutilização ou destino correto.
Pôde-se observar que existe um plano correto de coleta e destino dos
resíduos hospitalares, embora este não fosse o enfoque desta pesquisa, mas que
serviu de referencia para que se avaliasse as ações das pessoas envolvidas no
gerenciamento deste material até o descarte final. Os resíduos hospitalares
recebem atendimento com coletas especiais e diferenciadas por empresa
terceirizada e são encaminhados para o aterro sanitário, de acordo com a
orientação do Município. Há um comprometimento das pessoas que atuam desde
104
a origem de produção do resíduo hospitalar até o seu destino final, incluindo
docentes, alunos e funcionários, no sentido de acondicionar este material.
5.5 CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS
As normas ISO visam estabelecer critérios para os procedimentos técnicos
que incidam nos gerenciamentos das qualidades e ambientes. Professores
formadores de IES garantem para o futuro o sucesso ou o fracasso a médio, curto
e longo prazo da clientela, que na atualidade constitui um fator essencial de
competitividade, sendo que o mercado do futuro terá ainda uma importância
maior.
As normas da série ISO 9000, 14000 e 18000 fixam diretrizes mínimas para
processos de gestão, tornando-se de importância prioritária para os professores
formadores, pois o mercado internacional, praticamente na sua totalidade, exige a
comprovação da qualidade técnica mediante apresentação de certificação de uma
das normas desta série.
Todos os despejos de resíduos líquidos provenientes de setores
domésticos, industrial, agrícola, incluindo as IES, afetam de alguma maneira a
vida normal e a qualidade do corpo receptor. Quando a influência é tal que resulta
em uma água não aceitável para um uso específico, é chamada de água poluída
(TORREIRA, 2000).
Ainda segundo Torreira (2000), são necessárias 700 toneladas de água
para fabricar uma tonelada de papel, 250 toneladas de água para fabricar uma
tonelada de aço, de 5 a 10 toneladas de água para processar uma tonelada de
carne de boi, de 0,8 a 1,2 tonelada de água para processar uma tonelada de
cerveja.
105
Tomando por base valores máximos e mínimos, e portanto extremos das
análises feitas do DBO, DQO e pH, das coletas dos resíduos líquidos das fossas
sépticas da UEL, pode-se apontar a seguinte situação:
Para o pH (Gráfico 5):
a) Menor valor: 4,23 – para a fossa n.º 38 – banheiro do CCH, com os
seguintes contaminantes: borra, urina, hipoclorito, detergente, sabão em pó,
sabão em pedra, pinho sol, removedor, cera, sapólio em pó, pó de café e
chá, gordura, ácidos. O processo de tratamento metabólico do
microorganismo fica inviável.
b) Maior valor: 8,77 – para a fossa 69 – bloco J e K do CCE, com os seguintes
contaminates: borra, urina, detergente, hipoclorito, sabão em pedra, sabão
em pó, sabonete líquido, removedor, álcool, pó de café, cera líquida. O
processo de tratamento metabólico do microorganismo fica inviável.
Para a DBO (Gráficos 3 e 4):
a) Maior valor encontrado foi de 1900 – para a fossa n.º 84 – (CCA) (CTU) e
(NEPEA), com os seguintes contaminantes: borra, urina, detergente,
hipoclorito, sabão em pedra, sabão em pó, sapólio, sabonete liquido, pinho,
álcool, pó de café, cera líquida. Concentração forte, acima de 300.
b) Menor valor encontrado foi de 22 – para a fossa n.º 44 – Departamento de
Artes – cerâmica, com os seguintes contaminantes: detergentes, sabonetes
líquidos, sabão em pó e pedra. Concentração fraca, abaixo de 100.
Para a DQO (Gráficos 1 e 2):
106
a) Maior valor encontrado foi de 10900 – para a fossa n.º 111 – CCA –
laboratório de Reprodução, com os seguintes contaminantes: gordura,
detergente, pó de café, sabão em pó, sabão em pedra, sabonete líquido,
corantes: cristal violeta e vermelho, metanol, sêmen de animais, líquido de
placenta. Concentração forte, acima de 1000.
b) Menor valor encontrado foi de 77 – para a fossa n.º 68 – CCE – blocos J e
K, com os seguintes contaminantes: borra, urina, detergente, hipoclorito,
sapólio, sabão em pedra, sabão em pó, sabonete líquido, álcool, cera
líquida. Concentração fraca, abaixo de 250.
107
6 PROPOSIÇÃO DE UM PROGRAMA DE CONTROLE
O presente trabalho de pesquisa, permitiu concluir que medidas de educação
ambiental urgentes devem ser planejadas, partindo de um programa de
gerenciamento de resíduos líquidos da UEL. Inicialmente, pode-se estabelecer
coletivamente a implantação de políticas internas que estimulem mudanças
comportamentais nos padrões insustentáveis de consumo, tanto em relação aos
discentes como em relação aos docentes e funcionários, o que exige eficiência na
produção e prioridade no uso ‘ótimo dos recursos’, reduzindo o lançamento de
diferentes resíduos nas fossas sépticas da UEL.
Na análise dos mapeamentos das fossas sépticas ficou claro que a
Universidade Estadual de Londrina não dispõe de um gerenciamento adequado de
seus resíduos líquidos, existindo focos de poluição do solo e que podem estar
contaminando as águas subterrâneas, o lençol freático, as águas superficiais e o
aqüífero livre.
Considera-se, a partir destas observações, que um programa de
gerenciamento, com orientação correta para os diferentes indivíduos envolvidos,
pode ser muito eficiente, uma vez que as pessoas hoje são mais receptivas aos
programas de educação ambiental que se configurem em segurança do trabalho.
Segundo Alves (1993), Donaire (1995), Nardocci (1999), Oliveira (2000),
Meyer (2001) e Donha (2002), um programa de gerenciamento de uma Instituição
de Ensino Superior pode servir de alavanca para desencadear novas iniciativas
de políticas de pesquisa e extensão com vistas ao desenvolvimento de outros
programas voltados ao atendimento da Comunidade externa, para organização de
programas de gerenciamento de resíduos líquidos locais ou até mesmo um
programa comunitário para a cidade.
108
Segundo os Autores acima citados, um programa de controle de poluição
de resíduos líquidos deve ser desenvolvido atendendo alguns pressupostos,
como:
6.1 Diagnóstico da situação existente
O objetivo do diagnóstico é apresentar a situação em que se o corpo da
água objeto do programa de controle da poluição, dentro do contexto de sua bacia
hidrográfica, bem como identificar e estimar as principais fontes poluidoras e
causas de degradação ambiental.
6.2 Definição da situação desejável
Os requisitos da qualidade a que deve satisfazer o corpo de água
dependem dos usos a que o mesmo se destina. Para que estes requisitos sejam
alcançados deve-se, após a definição dos usos, classificar o corpo de água e, em
conseqüência, adotar medidas visando garantir que sejam observados os limites
e condições estabelecidos para sua classe.
6.3 Medidas de controle
Na falta de sistema coletivo de tratamento de esgoto tem-se usado fossas
sépticas/sumidouros que, embora algumas vezes apresentem resultados
satisfatórios, podem se tornar fontes de poluição de mananciais subterrâneos ou
superficiais. As soluções coletivas são mais eficazes que as individuais.
109
6.4 Programas de acompanhamento
A Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere três tipos de
acompanhamento de qualidade das águas:
Monitoramento: processo de levantamento sistemático de dados, em locais
previamente selecionados, com o estabelecimento de uma freqüência de
avaliação;
Vigilância: avaliação praticamente continuada da qualidade de água, podendo ser
utilizados instrumentos de medição automática;
Estudo Especial: levantamento de uma situação momentânea, para atender a uma
necessidade específica, destinando-se a uma rápida tomada de decisão.
6.5 Suporte Institucional Legal
Um programa de controle da poluição deve, para obter êxito, contar com
suporte institucional e legal, representado pelos conselhos superiores da
organização.
O Órgão responsável pela execução da política nacional é o IBAMA. O
CONAMA é responsável pelas diretrizes e políticas governamentais para o meio
ambiente e os recursos naturais deliberando, no Âmbito de sua competência,
sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente
equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida.
110
Em resposta às recomendações da Conferência de Estocolmo em 1972, a
UNESCO promoveu em Belgrado (Iugoslávia) um encontro internacional em
Educação Ambiental, onde criou o Programa Internacional de Educação Ambiental
que formulou o seguinte princípio orientador: A Educação Ambiental deve ser
continuada, multidisciplinar, integrada às diferenças regionais e voltada para o
interesse nacional.
Um Sistema de Gerenciamento de Resíduos deve estar de acordo com os
impactos ambientais significativos, maximizando seus efeitos benéficos e
reduzindo ao máximo todos os efeitos que possam ser prejudiciais ao ambiente.
Os descartes de resíduos líquidos sem controle podem ser causa
desastrosa de vários problemas ambientais e, assim, desencadear processos
crescentes de contaminações dos ambientes, com efeitos muitas vezes
irreversíveis.
Ao considerar um campo de abrangência ocupado pelas dependências dos
setores da UEL, onde circula um grande número de indivíduos, justifica-se propor
um programa de gerenciamento de gestão de resíduos líquidos conforme a
seqüência de itens abaixo:
1 – Abordagem da proposta:
A proposta de implantação de uma gestão de resíduos na Universidade
Estadual de Londrina é feita com base na identificação de fatores ligados à
questão ambiental e à necessidade da Universidade repensar a forma como os
resíduos são tratados (ou não) e, desta forma, preservar o meio ambiente.
Para que a Universidade Estadual de Londrina possa atingir sua missão e
função, que não é só ensino, pesquisa e extensão, e que atinja objetivos de um
111
modelo de paradigma de gestão de resíduos líquidos, ela pode optar pelo seguinte
programa de gerenciamento:
a) prevenção no lugar de correção;
b) coordenar e integrar as partes;
c) planejar todas as suas atividades, produtos, meios e contextos;
d) monitorização contínua;
e) sempre procurar condições de melhoria.
O controle do processo de Gestão de resíduos líquidos tem que ser
sistematizado através da aplicação de programas de controle ambiental e
desenvolvimento sustentável, cujos passos podem ser identificados nas normas
ISO.
O processo de gestão de controle de resíduos líquidos, deve ser elaborado
inicialmente de acordo com os impactos ambientais mais significativos e, de
preferência, maximizando seus efeitos benéficos e minimizando seus efeitos
adversos, procurando evoluir em função de suas mudanças circunstanciais.
A UEL deve definir a sua Política Ambiental assegurando que ela mostre
comprometimento com a melhoria contínua e com a preservação da poluição,
atendendo a legislação e os demais regulamentos aplicáveis, revisão dos
objetivos e metas ambientais. Ela deve ser documentada, implementada e
divulgada ao público e à comunidade acadêmica em geral.
Os objetivos e metas devem ser definidos em função de avaliação dos
aspectos ambientais e devem ser quantificáveis, aplicáveis sempre que possível.
Em sua confecção e/ou revisão, devem ser levados em conta os requisitos legais,
aspectos ambientais, requisitos tecnológicos e visão das partes interessadas,
sempre levando em conta o compromisso com a melhoria contínua.
112
2 – Estratégias
As análises dos contaminantes líquidos efetuadas, que envolveram todos
os setores da UEL, possibilitam a elaboração de uma estratégia, levando-se em
conta os levantamentos efetuados, de acordo com o estado físico do resíduo.
2.1 – Resíduos líquidos que são produzidos por laboratórios
No caso deste tipo de resíduo, deve haver um gerenciamento do laboratório
para evitar que o material tóxico seja despejado na rede de coleta de água pluvial
e do esgoto sanitário.
Todos os materiais tóxicos, de acordo com as Normas Brasileiras, devem
ser acondicionados em tambores ou bombonas e lacrados para serem
encaminhados para um depósito apropriado; só as águas de lavagem devem ser
lançadas na rede de esgoto.
2.2 – Resíduos líquidos que são produzidos por sanitários e laboratórios:
Todo o efluente sanitário, resíduos líquidos de laboratórios e resíduos
líquidos de esgoto sanitário que são lançados na fossa séptica, e não são tratados
de forma preventiva, tem a tendência de se infiltrar e atingir o lençol freático e o
aqüífero livre.
Registramos que a captação de água para a cidade de Londrina está no
Ribeirão Cafezal, próximo a foz do Ribeirão Esperança, que é afluente do rio Três
Bocas, que por sua vez deságua no rio Tibagi, cujas águas utilizadas para
consumo, pecuária e hortifrutigranjeiros por são inúmeras cidades.
De acordo com as análises e caracterizações feitas, a melhor sugestão
seria prever uma estação de tratamento de efluentes complementares pois os
113
despejos nas redes coletoras, como as adotadas na UEL - sem estudo prévio de
impacto ambiental, são levados à estação de tratamento de esgoto da
concessionária, que não está preparada para tratamento de produtos físico-
químicos.
Para os resíduos líquidos dos sanitários sugere-se colocar reatores
anaeróbicos para seu tratamento, tais como Manta de Lodo, Leito Expandido ou
Fluidificado, Seqüencial ou Leito Granular.
As propostas acima descritas constituem ações que devem dar início a um
processo de manutenção e preservação ambiental, minimizando os impactos,
expurgando os fatores que ocasionavam a possível poluição do aqüífero livre. O
tratamento deste resíduo líquido deve ser realizado de forma a transformá-lo em
recursos.
2.3 – Premissas para a Gestão Integrada de Resíduos Líquidos
Em função dos dados obtidos nesta pesquisa, das avaliações realizadas “in
loco”, passa-se a apresentar itens que constituem a premissa da proposta do
Sistema Integrado de Gestão de Resíduos Líquidos, sugerindo:
a) Prevenção do lugar de correção: proposta de programas de educação
ambiental para cada um dos setores, em função de seus descartes e de
suas individualidades e especificidades;
b) Planejamento de todas as atividades: produtos, pesquisas, prestação
de serviços e extensão. Estabelecer estratégias de descartes de
resíduos líquidos;
c) Condicionamento correto e destino apropriado dos resíduos líquidos;
114
d) A UEL não deve aceitar a utilização de benzeno em suas
dependências;
e) Adotar uma política de sistema integrado de gestão de resíduos líquidos
que atenda as determinações padronizadas do CONAMA e ter
participação no tratamento dos demais resíduos, dando ênfase para os
líquidos radioativos;
f) Coordenar a integração de todas as partes, incutindo em cada servidor a
responsabilidade ambiental dos contaminantes líquidos, com
seminários, palestras e treinamentos, para que se possa adquirir uma
consciência ambiental;
g) A monitorização ambiental em sistema integrado de gestão deve ser
contínua, inclusive com envolvimento de aluno, com trabalho
estratégico para a coleta de resíduo líquido gerado por laboratório, e
forma de acondicionar em bombona ou galão plástico e evitar que o
material tóxico ou radioativo seja despejado no esgoto sanitário.
Como proposta de solução:
1) Todo o descarte de produto de origem química, deve ser
acondicionado em bombonas, galões e vidros, lacrados, enviados
para depósitos especiais, e devolvidos para a empresa fabricante;
2) Nos resíduos líquidos, adotar torneiras com temporizador de
utilização para banheiros e laboratórios, diminuindo o volume de
água a ser despejada;
115
3) Verificação das regulagens das torneiras com a finalidade de evitar
maior consumo, quando das lavagens de pisos, calçadas e
edificações;
4) Propor um projeto de pesquisa para a construção de uma estação
piloto de tratamento de efluentes, envolvendo diversas áreas de
conhecimento.
Para que a política ambiental seja eficaz e vincule o compromisso com a
Instituição de Ensino Superior e o meio ambiente, todos devem estar cientes e
envolvidos no processo de preservação e minimização dos riscos, com diversas
contribuições, inclusive premiando idéias e punindo abusos.
Este envolvimento implica no comprometimento de todos, deste o
mandatário máximo ao mais simples dos servidores, e exemplo das partes
administrativas, tanto de alunos como de professores.
Cabe à UEL promover a integração de todo o planejamento estratégico da
instituição. Criada a política, procura-se seguir determinados objetivos, sendo um
deles o relacionamento e o engajamento de todo o meio e toda a população
universitária, inclusive visitantes, para dinamizar o processo em busca de uma
melhor qualidade de vida e do meio ambiente.
116
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A deterioração da qualidade da água subterrânea pode ser
provocada de maneira direta ou indireta, por atividades humanas ou por processos
naturais, sendo mais freqüente a ação combinada de ambos os fatores. Os
resíduos produzidos pelos diversos setores na Universidade Estadual de Londrina,
conforme constatado no desenvolvimento deste trabalho, demonstram uma das
formas mais desafiadoras de poluição do ambiente, decorrente da ação do
homem. O resultado desta degradação da qualidade de vida leva à necessidade
de encontrar alternativas de ações voltadas à proposição de alternativas para
minimizar os efeitos de tais agressões.
As possibilidades devem ser buscadas partindo da análise e discussão
junto à comunidade universitária, ou seja, deve-se realizar uma reflexão sobre o
estilo de desenvolvimento desta comunidade atuante, que é composta em sua
maioria de indivíduos “com idéias dominantes de um paradigma moderno”
ultrapassado e inócuo para a solução dos graves problemas sócios-ambientais de
uma sociedade sustentável.
Neste contexto, os resíduos líquidos das fossas sépticas despontam como
o reflexo do estilo de produção acadêmica, baseada na associação do consumo,
na produção e na qualidade de vida, o que só pode levar a uma catástrofe em
algum momento futuro, quando é fato inegável que o campus da UEL é
materialmente limitado.
Desta forma, constitui exemplo claro a necessidade da revisão de uma série
de valores enraizados na maneira de operação, visando garantir, através de um
desenvolvimento sustentável, a possibilidade de criação de estratégias técnicas
mais justas e integradas com o meio de convivência, e que acarretam, em
conseqüência, as mesmas condições de vida atuais para as comunidades futuras.
117
Em vista deste contexto nada animador, políticas inovadoras devem ser
implementadas, conforme recomendações citadas na agenda 21, documento
resultante da Conferência Rio-92 sobre Meio Ambiente, com diretrizes norteadoras
de ações a serem implementadas, visando superar a crise sócio-ambiental na qual
o ser humano se encontra, direcionando rumos para os desafios que se tem pela
frente.
118
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wastewater treatment in developing countries. In: International Symposium on Technology Transfer: Achieving high performance at low cost in environmental
and sanitation control systems. Salvador, BA, 18-19 set. 1995.
VON SPERLING, M. Padrões De Efluentes Adotados no Brasil. In: Seminário Internacional. Tratamento e disposição de água residuárias, Tecnologia e Perspectivas para o Futuro. Brasília, DF, 09-12 jul. 1996, p. 97-113.
VON SPERLING, M. Introdução a qualidade de água e ao tratamento de esgoto. Volume I: princípios do tratamento biológico de águas residuárias. Belo
Horizonte: UFMG/Departamento de Engenharia Sanitária, 1998.
VON SPERLING, M. Princípio do tratamento biológico de águas residuárias. Vol. 1: Introdução a qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. Belo
Horizonte: UFMG/DESA, 1995. 240p.
WIS, W.; FOSTER, S. DRASAR. O risco de poluição do lençol freático por sistema de deposição local de esgoto. Ministério do desenvolvimento Urbano e
Meio Ambiente. CEPIS, 1990. 41p.
128
GLOSSÁRIO
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS - é toda a formação geológica com capacidade de
armazenar a água, cuja exploração seja economicamente rentável; pode ser
designado de aquífero (BORGHETTI, 2004).
AMBIENTE - Ambiente é o conjunto das condições físicas (ambiente abiótico) do
meio onde vivem organismos relacionados entre si (comunidade biótica) (ODUM,
1988). Assim, “Meio ambiente pode ser definido como o conjunto de condições e
de fatores físicos, químicos, climáticos e biológicos, entre outros, que favorece a
existência, manutenção e desenvolvimento da vida animal e vegetal em
interdependência em determinada área.” (SANTOS, 2005) AQUÍFERO - formações geológicas do subsolo, compostas por rochas
permeáveis, que armazenam água em seus poros e fraturas. AQUÍFERO CONFINADO - constitui-se de uma formação geológica permeável e
completamente saturada de água; é limitado no topo e na base por camadas
impermeáveis (BORGHETTI, 2004).
AQÜÍFERO LIVRE – formação geológica permeável e parcialmente saturada de
água; é limitado na base por uma camada (BORGHETTI, 2004). DEMANDA BIOQUÍMICA DO OXIGÊNIO – DBO - é considerada como a
quantidade de oxigênio consumido durante um determinado tempo, numa
temperatura de incubação específica.
129
DEMANDA QUÍMICA DO OXIGÊNIO - DQO - consiste em uma técnica utilizada
para a avaliação do potencial de matéria redutora de uma amostra, através de um
processo de oxidação química em que se emprega dicromato de potássio
(K2Cr2O7).
FOSSAS SÉPTICAS – “são câmaras convenientemente construídas para reter os
despejos domésticos e/ou indústrias, por um período de tempo especificamente
estabelecido, de modo a permitir sedimentação dos sólidos e retenção do material
graxo contido nos esgotos, transformando-os bioquimicamente,em substâncias e
compostos mais simples e estáveis.” (UNIAGUA, 2006)
Disponível em:
http://www.uniagua.org.br/website/default.asp?tp=3&pag=tratamento.htm. Acesso
em: 29 mar 2006.
GERENCIAMENTO DES RISCOS - é o conjunto de procedimentos, normas e
regras, tendo como objeto controlar e minimizar riscos, sendo abrangente de todas
as atividades técnicas, legais, decisórias, de escolhas sociais, políticas e culturais
que se encontram associadas, diretamente ou indiretamente, com as questões de
riscos em nossa sociedade (NARDOCCI, 1999). MEIO AMBIENTE - “conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem
física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas
formas” (Lei Federal n. 6.938, de 31 de agosto de 1981). pH - é a sigla para potencial hidrogeniônico. O pH representa a atividade do íon
hidrogênio na água de forma logaritimizada, resultante inicialmente da dissociação
da própria molécula da água e posteriormente acrescida pelo hidrogênio
proveniente de outras fontes como efluentes que contenham ácidos sulfúrico,
nítrico, clorídrico entre outros, dissociação de ácidos orgânicos como o acético,
que resulta da “fase ácida” da decomposição anaeróbia da matéria orgânica,
dentre outros.
130
Por influir em diversos equilíbrios químicos que ocorrem naturalmente ou em
processos unitários de tratamento de esgotos é um parâmetro muito importante.
A escala de pH serve para expressar quão forte é uma substância ácida ou
básica. Um valor de pH abaixo de 7 (sete) indica que a substância é ácida e,
quanto menor for o número, mais forte será o ácido. Um valor de pH acima de 7
(sete) indica que a substância é alcalina (básica) e, quanto maior for o número
mais forte será a substância alcalina.
Nos ecossistemas formados nos tratamentos biológicos de esgotos o pH é
também uma condição que influi decisivamente no processo. Normalmente, a
condição de pH que corresponde a formação de um ecossistema mais
diversificado e a um tratamento mais estável é a de neutralidade, tanto em meios
aeróbios como nos anaeróbios. Nos anaeróbios, a acidificação do meio é causada
pelo decréscimo do pH do lodo, indicando situação de desequilíbrio. A produção
de ácidos orgânicos voláteis pelas bactérias acidificantes e a não utilização
destes últimos pelas metanobactérias é uma situação de desequilíbrio que pode
ser devido á diversas causas. É possível que alguns efluentes industriais possam
ser tratados biologicamente em seus valores naturais de pH, por exemplo, em
torno de 5,0. Nesta condição o meio talvez não permita uma grande diversificação
hidrobiológica, mas pode acontecer que os grupos mais resistentes, algumas
bactérias e fungos, principalmente, tornem possível a manutenção de um
tratamento eficiente e estável.
POLUIÇÃO AMBIENTAL - do ponto de vista científico, é mais caracterizada pela
impureza introduzida, em um determinado momento, do que o lançamento desta
ao meio. Do ponto de vista jurídico, é considerada poluição a inclusão de qualquer
fator ao ambiente que provoque alteração de suas qualidades naturais, impondo
aos vizinhos condições modificadas de seu meio. Neste contexto, poluição é o
resultado indesejável das ações de transformação das características naturais de
um ambiente, atribuindo um caráter nocivo a qualquer utilização que se faça do
mesmo.
131
ANEXOS
132
ANEXOS 1 – CURVAS DE NÍVEL NO CAMPUS DA UEL – LONDRINA - PR - 2005
133
ANEXOS 2 – CURVAS DE NÍVEL NO CAMPUS DA UEL – LONDRINA - PR - 2005
134
ANEXOS 3 – GEOREFERENCIAMENTO DAS FOSSAS SÉPTICAS DA UEL – LONDRINA – PR - 2005
135
136
137
138
ANEXOS 4 – LOCALIZAÇÃO DAS FOSSAS SÉPTICAS DA UEL – LONDRINA – PR – 2005
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