Post on 02-Nov-2020
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
INVESTIMENTO EM AÇÕES
Por: Luciana Teixeira da Silva
Orientador
Prof. Jorge Tadeu V. Lourenço, D.Sc.
Rio de Janeiro
2008
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
INVESTIMENTO EM AÇÕES
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Finanças e
Gestão Corporativa.
Por: . Luciana Teixeira da Silva
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AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus amigos e parentes
que sempre me incentivaram e aos
professores que contribuíram para o
meu crescimento pessoal e
profissional.
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DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho primeiramente a
DEUS , pois sem Ele nada seria possível,
aos meus pais e ao meu noivo pela força
na conclusão desse curso.
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RESUMO
Este presente trabalho tem por objetivo geral mostrar como é realizado
o investimento em ações. Esclarecer todas as dúvidas referentes a este
assunto, mostrar o passo a passo de como investir, a rentabilidade neste tipo
de investimento e também seus riscos. Em suma, mostrar que não é
necessário ser um alto executivo para entrar no mercado de ações, mercado
este, que está em alta em nosso país. Espero contribuir o máximo para o
entendimento do assunto no decorrer de todo este contexto.
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METODOLOGIA
Os métodos utilizados que levam á resposta do problema que é o
investimento em ações, proposto neste trabalho, se destinam a pesquisas
bibliográficas, sites especializados e conhecimento técnico adquirido através
de cursos realizados sobre o assunto.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Ações negociáveis em Bolsa 09
CAPÍTULO II - Bolsas de Valores 24
CAPÍTULO III – Corretoras de Valores 31
CAPÍTULO IV – Renda Fixa X Ações 50
CONCLUSÃO 51
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 53
ÍNDICE 54
FOLHA DE AVALIAÇÃO 55
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INTRODUÇÃO
Quando uma empresa está em fase de crescimento necessita de
recursos para financiar seus projetos de expansão. O ideal seria que a
empresa tivesse acumulado superávits no passado para poder financiar suas
expansões com recursos próprios. Entretanto, muitas vezes esta condição não
pode ser satisfeita.
O financiamento desses projetos pode, então, ser obtido através de
empréstimos. Contrair empréstimos junto a uma instituição financeira envolve o
pagamento de juros e prazo determinado para saldar o montante financiado.
Os pagamentos são compulsórios, independente da empresa operar com lucro
ou prejuízo.
Outra possibilidade para a empresa manter seu programa de
investimento sem se submeter ao mercado de crédito é a abertura de seu
capital pela emissão de ações. Os recursos oriundos de emissão de ações são
devolvidos ao investidor através da distribuição de dividendos e da retenção de
lucros que, se forem adequadamente reaplicados, valorizarão o preço das
ações no mercado. No mercado de ações, segmento do mercado de capitais
que opera com títulos de renda variável, objetiva canalizar recursos para as
empresas através do capital de risco. Sendo praticamente uma troca, as
empresas lançam suas ações no mercado a fim de conseguir recursos e nós ,
investidores, compramos a fim de obter o mesmo objetivo.
Este trabalho tem como objetivo explicitar e esclarecer dúvidas
referentes a como investir em ações.
No capítulo I falará sobre o conceito e o mercado de ações, suas
características, rentabilidade, análises e os índices utilizados neste mercado.
Os capítulos II e III tratarão de esclarecer o que é e para que servem as
Bolsas de Valores e as Corretoras de Valores.
Por fim, o quarto capítulo faz uma comparação entre Renda Fixa e
ações, a fim de demonstrar o qual rentável é o investimento no mercado de
capitais e os riscos decorrentes dele.
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CAPÍTULO I
AÇÕES NEGOCIÁVEIS EM BOLSA
Uma ação é um título negociável que representa uma fração mínima do
capital social de uma empresa de capital aberto, ou seja, de uma empresa do
tipo S.A. (Sociedade Anônima).
Quando você decide comprar uma ação da Vale PN, por exemplo, isso
dignifica que você está comprando uma parte mínima dessa empresa,
tornando-se, assim, um pequeno “sócio” e tendo o direito de receber a parte
correspondente do lucro da empresa (caso ela venha a ter lucro). Vale aí,
então, uma boa pesquisa de mercado para saber de que empresa você deseja
fazer parte.
Investir em ações nada mais é do que substituir (trocar) uma quantidade
“x” de capital por uma quantidade “y” de ações de uma empresa qualquer, por
um determinado período de tempo e, então, inverter a operação,
transformando essas mesmas ações novamente em dinheiro quando for
conveniente ao investidor, de preferência quando esses papéis se valorizarem.
Quanto maior for a diferença positiva entre o preço de compra e o preço de
venda, maior o lucro na operação. É muito simples.
(PV-PC) x número de lotes = SALDO
Imagine que você possua R$ 18.000,00 em sua conta corrente e resolva
investir esse capital na compra de um pequeno terreno. Como seu objetivo é
obter valorização sobre o bem, você só se interessará em vendê-lo quando
estiver diante de uma boa proposta. A Bolsa de Valores funciona de maneira
semelhante. Veja o exemplo a seguir.
Exemplo: Cálculo do Lucro na Negociação
Um investidor resolve adquirir 1.000 lotes de ações de uma empresa do
setor de alimentos, a R$ 2,34 por lote. Apenas duas semanas depois, decide
vendê-las para encerrar sua posição. Nesse momento, o lote de ações está
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custando R$ 2,78, ou seja, está obtendo valorização. Vamos calcular, então,
os resultados desta negociação.
Preço da compra: R$ 2,34/lote
Preço de venda: R$ 2,78/lote
(PV-PC) x número de lotes = SALDO
Temos,
(2,78 - 2,34) x 1.000 = R$ 440,00
Em variação percentual, isso equivale a 18,80% de lucro em apenas duas
semanas.
Podemos dizer, então, que esse investidor, que inicialmente tinha R$
2.340,00 em caixa, agora tem R$ 2.780,00, ou seja, teve uma valorização de
18,80% sobre o capital aplicado.
Ao contrário dos imóveis, nesse mercado você estará lidando com
“mercadorias” extremamente líquidas, o que significa que poderá comprá-las e
vendê-las rapidamente, e até várias vezes ao dia, se assim desejar, da mesma
forma que poderá se desfazer em questão de segundos de algo que está lhe
trazendo prejuízos. Esta é uma das grandes vantagens do mercado de valores
mobiliários.
1.1 - Tipos e códigos das ações
Para efeito de padronização, as empresas que têm seus títulos
negociados na Bovespa possuem uma nomenclatura abreviada.
Note abaixo que os códigos possuem quatro letras, seguidas, na grande
maioria, por apenas um número, que costuma ser 3 (Ações Ordinárias – ON)
ou 4 (Ações Preferenciais – PN). Existem algumas variações, porém são pouco
encontradas e de fácil entendimento.
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AMBV4 AmBev
ARCZ6 Aracruz Celulose
BBDC4 Bradesco
BBAS3 Banco do Brasil
VALE3
Companhia Vale do Rio
Doce
As ações brasileiras podem ser divididas em dois tipos básicos:
Ações Preferenciais (PN): Têm esse nome porque dão preferência aos
portadores das suas ações para receberem dividendos ou boa parte de seus
investimentos de volta em caso de falência da empresa. Seus acionistas não
dispõem do direito de voto nas reuniões da empresa.
Ações Ordinárias (ON): Ao contrário das ações PN, as ações ordinárias dão
direito de voto aos seus acionistas, além de também oferecerem dividendos.
Geralmente possuem um valor de mercado e uma liquidez menores do que as
PN, por estarem concentradas, em grande parte, nas mãos dos proprietários
da empresa, que não as negociam com freqüência.
Somente para efeito didático, existem ainda ações do tipo PNA, PNB e
PNC, com seus critérios correspondentes. O ideal é optar pelas Ações
Preferenciais (PN), pois são as mais negociadas na Bolsa de Valores.
Devemos evitar papéis com baixa liquidez.
1.2 – Formas de ações
1.2.1 - Nominativas: Cautelas ou certificados que apresentam o nome do
acionista, cuja transferência é feita com a entrega da cautela e a averbação de
termo, em livro próprio da sociedade emitente, identificando-se o novo
acionista.
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1.2.2 - Escriturais: Ações que não são representadas por cautelas ou
certificados, funcionando como uma conta-corrente, na qual os valores são
lançados a débito ou a crédito dos acionistas, não havendo movimentação
física dos documentos.
1.3 - Classificação do Mercado com Base na Fase de
Negociação
O Mercado Primário compreende o lançamento de novas ações no
mercado, com aporte de recursos à companhia.
Uma vez ocorrendo o lançamento inicial ao mercado, as ações passam
a ser negociadas no Mercado Secundário, que compreende as bolsas de
valores e os mercados de balcão (mercados onde são negociadas ações e
outros ativos, geralmente de empresas de menor porte e não sujeitas aos
procedimentos especiais de negociação).
Operações como a colocação inicial, junto ao público, de grande lote de
ações detido por um acionista podem caracterizar operações de abertura de
capital, exigindo registro na CVM. Apesar da semelhança com o mercado
primário, os recursos captados vão para o acionista vendedor (e não para a
companhia), determinando, portanto, uma distribuição no Mercado Secundário.
O esquema abaixo ilustra as operações nos mercados Primários e
Secundários:
Vendedor Intermediário Comprador 1 Comprador 2
Mercado Primário Mercado Secundário
1.4 – Rentabilidade
Como nós sabemos, ações são consideradas aplicações de alto risco.
Não existe forma de garantir que seu capital renderá 5, 10 ou 20% ao mês. É
por isso, também, que são chamadas de renda variável.
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Por serem de alto risco, são também os investimentos capazes de gerar
grandes rendimentos no curto, médio e longo prazos. Existem diversas
maneiras de tentar reduzir esses riscos. Abaixo, algumas delas:
� Não operar contra a tendência;
� Procurar diversificar o capital em dois ou mais papéis, montando uma
carteira (conjunto de ativos que um investidor possui em seu poder em
determinado momento), em vez de escolher apenas uma empresa para
investir;
� Ter uma estratégia de ação bem desenvolvida e segui-la com disciplina, não
mudando de opinião a cada pequena oscilação do mercado;
� Fazer uso incondicional do stop de proteção, evitando, assim, as grandes
perdas.
1.4.1 - Algumas formas de rentabilidade
Dividendos: A participação nos resultados de uma sociedade é feita sob a
forma de distribuição de dividendos em dinheiro, em percentual a ser definido
pela empresa, de acordo com os seus resultados referentes ao período
correspondente ao direito. Quando uma empresa obtém lucro, em geral é feito
um rateio, que destina parte desse lucro para reinvestimentos, parte para
reservas e parte para pagamentos de dividendos.
Bonificação em Ações: Advém do aumento de capital de uma sociedade,
mediante a incorporação de reservas e lucros, quando são distribuídas
gratuitamente novas ações a seus acionistas, em número proporcional às já
possuídas.
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Bonificação em Dinheiro: Advém do aumento de capital de uma sociedade,
mediante a incorporação de reservas e lucros, quando são distribuídas
gratuitamente novas ações a seus acionistas, em número proporcional às já
possuídas. Excepcionalmente, além dos dividendos, uma empresa poderá
conceder a seus acionistas uma participação adicional nos lucros, por meio de
uma bonificação em dinheiro.
Direitos de Subscrição: É direito de aquisição de novo lote de ações pelos
acionistas – com preferência na subscrição – em quantidade proporcional às
possuídas, em contrapartida à estratégia de aumento de capital da empresa.
Venda de Direitos de Subscrição: Como não é obrigatório o exercício de
preferência na subscrição de novas ações, o acionista poderá vender a
terceiros, em bolsa, os direitos que detém.
1.5 - Opções sobre Ações
São direitos de compra ou de venda de um lote de ações, a um preço
determinado (preço de exercício), durante um prazo estabelecido (vencimento).
Para se adquirir uma opção, paga-se ao vendedor um prêmio. Os prêmios das
opções são negociadas em bolsa. Sua forma é escritural e sua negociação é
realizada em bolsa de valores. A rentabilidade é função da relação
preço/prêmio, existente entre os momentos de compra e de venda das opções.
1.5.1 - Opções de compra: são aquelas que garantem a seu titular o direito de
comprar do lançador (o vendedor) um lote determinado de ações, ao preço de
exercício, a qualquer tempo até a data de vencimento da opção.
1.5.2 - Opções de venda: são aquelas que garantem a seu titular o direito de
vender ao lançador (vendedor da opção) um lote determinado de ações, ao
preço de exercício, na data de vencimento da opção.
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Como é possível haver diferentes posições, tanto titulares como
lançadoras em opções de compra e/ou opções de venda, podem-se formar
diversas estratégias nesse mercado, segundo a maior ou menor propensão do
investidor ao risco. Tanto o titular como o lançador de opções (de compra ou
de venda) podem, a qualquer instante, sair do mercado, pela realização de
uma operação de natureza oposta.
1.6 - Clubes de Investimentos
Como o próprio nome já diz, um Clube de Investimento é formado por
um grupo de pessoas, sejam amigos, parentes, vizinhos ou colegas de
trabalho, interessados em investir. Estas se juntam e passam a contribuir
mensalmente com uma quantia, que pode ser livre ou pré-determinada, para a
aplicação no mercado financeiro.
As operações são feitas por intermédio de um integrante experiente do
grupo ou de um profissional do mercado, contratado exclusivamente para tal
atividade.
Como regra, um Clube pode conter, no máximo, 150 participantes. Caso
seja necessário agrupar um número ainda maior de investidores, esta exceção
só será aberta caso todos os participantes possuam algum tipo de vínculo, ou
seja, trabalhem na mesma empresa, façam parte de um mesmo sindicato,
morem no mesmo edifício, e assim por diante.
Cada um dos seus integrantes fica livre para sair do Clube quando bem
entender, assim como a entrada de novos membros também é permitida,
desde que exista o mesmo vínculo em relação aos demais.
Em geral, todos têm liberdade de realizarem aplicações na data e
volume que quiserem. O percentual máximo do total de cotas que um único
membro pode alcançar, porém, é limitado em 40%, jamais podendo ser
ultrapassado.
Sobre as estratégias de investimento utilizadas na aplicação dos
recursos, o Clube fica livre para adotar aquela que julgar mais adequada ao
perfil dos seus participantes. Estas devem estar rigorosamente definidas no
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estatuto. Quanto ao tipo de ativo a ser negociado, é preciso manter, pelo
menos, 51% dos recursos aplicados em ações, para que um Clube seja válido.
O restante fica a critério dos seus gestores.
É importante ter um conjunto de regras bem claras sobre como deve
funcionar o Clube, inclusive definindo qual será a taxa mensal a ser rateada
pelos membros, para cobrir as despesas com taxas de corretagem, impressão
de informativos que serão distribuídos periodicamente a todo o grupo, custos
com documentos, taxas etc. No momento de abertura do Clube, este estatuto
será solicitado pela Corretora que vai administrar o Clube.
Sempre que necessário, seus participantes podem organizar uma
assembléia, a fim de decidir assuntos relacionados ao Clube, assim como
discutir possíveis queixas ou desentendimentos quanto à qualidade da gestão,
transparência, mudança de estratégias, entre outros.
È necessário pensar bem no momento de criar um Clube de
Investimento, para que as regras de gestão fiquem bem claras e abrangentes,
a fim de tentar reduzir ao máximo os possíveis e prováveis conflitos de
interesses que poderão surgir com o tempo. Quando o Clube vai bem, tudo
são flores, porém num momento de crise, os ânimos começam a ficar
alterados, principalmente quando se trata de um dos assuntos que mais
afetam as pessoas, ou seja, o bolso.
A Bovespa, assim como as Corretoras associadas a ela, reconhece e
incentiva a criação dos Clubes, assim como auxilia na documentação e
definição das regras internas para eles.
Montar um Clube de Investimento pode ser uma boa opção para
aqueles que desejam investir em ações, mas que não dispõem de
conhecimento e confiança necessários para isso. Pode ser interessante
também para os pequenos investidores que já aplicam por conta própria, mas
que desejam contratar um especialista para cuidar do seu capital.
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1.7 - Análise de mercado
O investimento no mercado acionário advém da expectativa de ganhos
decorrentes do rendimento das ações adquiridas e de sua valorização no
mercado. Quem compra ações, mesmo inconscientemente, especula sobre a
possibilidade de rendimentos futuros, o comportamento do mercado e a
possibilidade de valorização do papel.
A avaliação do investimento em ações é explicada pelas correntes
fundamentalista e técnica. Na realidade, os métodos defendidos por estas
correntes de pensamento são complementares e dificilmente utiliza-se
exclusivamente um dos dois métodos. É usual o emprego simultâneo destas
técnicas, onde a análise fundamentalista é adequada para a seleção daquelas
ações que devem ser compradas, enquanto a análise técnica serve para
determinar a ocasião em que devem ser vendidas. Pela combinação destes
métodos, mais precisas serão as possibilidades de maximizar ganhos e
minimizar perdas em uma carteira de ações.
Ao olhar para dentro do mecanismo de compra e venda de papéis na
Bolsa de Valores, nota-se que o que faz os preços subirem ou descerem
(volatilidade) é a alta ou baixa quantidade de compradores e vendedores,
respectivamente, ou seja, se muitas pessoas estiverem interessadas em
comprar ações da EMBRAER (Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A.), o
número de compradores será maior do que o de vendedores. Estes poucos,
sabendo que a procura pelo seu papel é alta, só vão aceitar abrir mão dele por
um bom preço. Então, lançam preços de venda mais altos, forçando a cotação
do papel para cima.
O inverso também ocorre durante as quedas. É a lei da oferta e da
procura. Quando a procura é maior, o preço sobe; e quando a oferta é maior, o
preço desce. Esse movimento é ilustrado como a briga dos touros, que
representam a força compradora; e dos ursos, que representam a força
vendedora. O touro tem a intenção de levantar o mercado, enquanto o urso
usa as patas para derrubá-lo.
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O movimento citado ocorre durante todo o pregão, sessão em que são
realizados os negócios nas Bolsas de Valores. Os preços se movem em busca
do ponto de equilíbrio, ou seja, da aproximação de interesses entre o número
de compradores e vendedores. Esse é o mecanismo de funcionamento da
Bolsa.
E o que leva os investidores a se interessarem ou não por determinada
ação? Para responder esta questão da forma mais correta, apresentaremos os
dois modelos de análise de mercado:
1.7.1 - Análise Fundamentalista
A hipótese admitida pela análise fundamentalista é a existência de um
valor natural ou intrínseco para cada ação, define o valor intrínseco de uma
ação como sendo aquele dado pela remuneração efetiva mais a remuneração
potencial do investimento; desta forma, o valor intrínseco de uma ação está
correlacionado com o desempenho da companhia emissora.
Em muitas situações, o preço de mercado para a ação não coincide com
seu valor intrínseco devido às imperfeições e ineficiência do mercado na
avaliação desse título. Segundo, o problema consiste, então, em determinar se
o mercado está avaliando corretamente o preço da ação; ou seja, verificar se
os preços desses títulos refletem adequadamente o verdadeiro valor dos
direitos de propriedade de uma sociedade anônima. Neste sentido, a análise
fundamentalista, através da identificação e estudo de fatores que influenciam
no desempenho das empresas, procura determinar o valor intrínseco de uma
ação, favorecendo a tomada de decisão dos investidores do mercado
acionário. Normalmente a estimação desse valor é encontrada pelo cálculo do
valor atual das ações em função do fluxo dos lucros por ação efetivamente
distribuídos em um determinado intervalo de tempo, refletindo a política de
distribuição da empresa e sua capacidade de gerar lucro. As demonstrações
financeiras e outras informações relevantes que ilustrem o comportamento
passado e presente da sociedade, são instrumentos importantes para se
realizar a projeção da evolução futura da empresa. A conjuntura econômica e
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considerações políticas adotadas também devem ser analisadas, pois exercem
influência no preço e valor das ações negociadas. Assim, para os
fundamentalistas, o preço de uma ação depende do desempenho da empresa
no seu contexto econômico e que somente pela avaliação deste desempenho
é possível a estimação do preço da ação.
Como o preço justo - valor intrínseco - de uma ação se fundamenta na
expectativa de lucros futuros, coloca que o momento adequado para a compra
de uma ação é quando o preço deste título estiver baixo e para a venda,
quando estiver alto. Assim, se o investidor achar que a cotação da ação está
acima do preço considerado justo, não é opção de investimento; caso
contrário, avaliado o risco envolvido na aquisição e na manutenção dessa
ação, poderá vir a sê-la.
Os defensores da escola fundamentalista colocam que teoricamente os
valores e os preços de mercado deveriam ser iguais. A não observância de tal
fato se deve a subestimativas ou superestimativas do preço da ação, que sofre
influências de toda ordem, inclusive de caráter psicológico, provocando
oscilações rápidas de maior ou menor amplitude, quanto mais ineficiente e
desinformado for o mercado.
Entretanto, os preços das ações tendem a se movimentar em torno do
seu valor intrínseco. Assim, a longo prazo, o mercado, apesar de suas
imperfeições, avalia corretamente o valor de uma ação.
1.7.2 - Análise Técnica
A análise técnica assume que os preços das ações apresentam
tendência de movimento condicionada a uma dependência significativa dos
preços observados no passado. Baseada na hipótese de que "a história se
repete", essa abordagem procura explicar as oscilações dos preços dos títulos
pela própria evolução desses preços no mercado, realizando previsões sobre o
comportamento futuro da precificação das ações.
Segundo os defensores da escola técnica, a oscilação nos preços é
determinada pela interpretação dada pela massa de investidores a fatores
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fundamentais que, a princípio, influenciam a variação dos preços das ações e
que se modificam constantemente. Para interpretar o desempenho das ações
e do mercado, a análise técnica utiliza artifícios gráficos de forma a ilustrar a
série histórica de preços, permitindo a identificação de tendências e formações
na cotação das ações, traduzindo o comportamento do mercado e avaliando a
participação de massas de investidores na indução dessas oscilações.
Através da análise das tendências observadas nos gráficos é possível
estabelecer oportunidades mais precisas de negociação. As formações, sinais
gráficos decorrentes de oscilações nos preços das ações, são utilizadas como
instrumentos de previsão das cotações pela constatação empírica de que após
o aparecimento dessas, normalmente, os preços apresentam comportamento
evolutivo idêntico ao observado.
A análise técnica assume que "as ações são avaliadas de acordo com
os caprichos do mercado e não de acordo com qualquer valor resultante da
rentabilidade potencial e de risco da empresa". A sua preocupação está
centrada na busca de características consideradas recorrentes no tempo,
sobre as quais define probabilidades de ocorrência no futuro, associando
níveis de incerteza à realização da previsão.
1.8 – O papel dos índices e indicadores
Assim como um piloto de avião precisa conhecer o sentido e a força dos
ventos do pouso e da decolagem, o investidor precisa avaliar as condições
reais do mercado antes de tomar qualquer decisão. Uma forma de fazer isso é
pela observação dos índices e indicadores, que são ferramentas que servem
para sugerir um provável sentido para o mercado, buscando aumentar
estatisticamente a probabilidade de acerto.
Existem inúmeros índices e indicadores atualmente, e cada um
expressa o mercado de um ponto de vista particular. Cada investidor tem
preferência por um ou outro, de acordo com seu grau de confiabilidade. Pode-
se, ainda, fazer uma combinação entre duas ou mais ferramentas, a fim de
tentar reforçar o resultado.
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Entre os principais, podemos citar:
- Ibovespa: é o índice da Bolsa de Valores de São Paulo. Este índice mede a
lucratividade de uma carteira hipotética, uma carteira imaginária, usada como
parâmetro para calcular o rendimento que o investidor teria se a possuísse,
com as ações mais negociadas, seguras e rentáveis para investimento no
momento. Cada ação integrante recebe um peso em pontos, que varia de
acordo com sua liquidez (grau de facilidade com que se consegue transformar
um ativo [ações, imóveis etc.] em dinheiro vivo novamente). A cada quatro
meses, a composição e os pesos do Ibovespa são alterados para melhor
representar o mercado de ações, razão pela qual é usado como indicador.
Atua como ponto de referência para o mercado financeiro brasileiro.
- Índice de Força Relativa (IFR): é um dos indicadores mais usados pelos
analistas técnicos e mede a aceleração dos movimentos. Utiliza uma escala de
0 a 100, onde acima de 80 acredita-se que o mercado está próximo de um
topo (tendendo a cair), e abaixo de 20, está com tendência de finalizar a
queda, voltando a subir. Isso é muito fácil de ser observado na prática e a
maioria os gráficos de ações já vem com o índice de Força Relativa visível.
- Volume: o estudo do volume também representa um importante sinalizador
de mercado. Movimentos do mercado acompanhados de um volume crescente
indicam a permanência ou força dessa tendência. Já a diminuição do volume
indica que o movimento pode estar próximo de uma inversão de tendência.
Assim como o IFR, o volume já vem exibido na maioria dos gráficos oferecidos
pelas Corretoras de investimentos em ações.
- Ibovespa Futuro: este índice “sente” primeiro os impactos das notícias e
antecipa o que espera-se para o mercado à vista. Por isso, é visto pelos
investidores como um indicador confiável.
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- Índice Dow Jones: o índice americano representa para o mundo o que o
Ibovespa representa para o Brasil. Qualquer movimentação considerável neste
índice tende a carregar consigo boa parte dos mercados mundiais. Um hábito
que pode contribuir para a redução do risco em suas operações é analisar com
freqüência a tendência do índice Dow Jones.
Para investir no mercado financeiro, é fundamental que você tenha
conhecimento de alguns indicadores. É também fortemente recomendado ler
um livro específico sobre Análise Técnica para aprofundar no assunto. Existem
vários disponíveis atualmente.
Cabe a cada um escolher o tipo de análise a que melhor se adapta e
estudá-la de acordo com o seu interesse. Uma coisa é certa: “se ganhar
dinheiro com ações fosse tão fácil, estaríamos cheios de novos milionários
circulando por aí todos os dias”. O processo de aprendizado exige dedicação,
paciência e acompanhamento constante do mercado.
Tenha cuidado de não utilizar muitos indicadores ao mesmo
tempo. Isso só vai dificultar ainda mais a tomada de decisões.
Escolha um por vez e avalie seu desempenho por um período
determinado. (PIAZZA, 2008, pag. 53)
1.9 – Entenda os gráficos
Aprender a interpretar corretamente os gráficos das ações e ler através
das linhas é outro fator indispensável ao bom operador técnico. Os gráficos
dizem muito! Um gráfico nada mais é do que um relato exato do que aconteceu
com um ativo ao longo do tempo. Com a prática, você vai passar a identificar
padrões e sinais que indicam que posições assumir.
Acessando os sites das corretoras podemos conseguir gráficos
confiáveis. Lá encontra-se também, gráficos analisados por profissionais, onde
estão traçadas as principais linhas de tendência, com comentários atualizados
sobre a situação atual do mercado de vários papéis.
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Uma forma comum de analisar o mercado é pelo gráfico de dias,
semanas e meses. Talvez o maior erro dos investidores é a visão de mercado
em curto prazo, não dando condições de análise do que realmente está
acontecendo. No gráfico diário é representada a variação diária de cada ação,
dando assim uma visão do dia mais apropriado para operar. Já no semanal,
representa a variação de preços dentro de uma semana, propiciando uma
análise de mais longo prazo que o diário. Para uma análise mais concreta e
tentativa de esclarecer dúvidas ainda existentes, o indicado é o gráfico mensal.
Devemos procurar sempre olhar abertamente para o mercado, para
identificar a tendência principal. Mesmo numa indicação de queda do gráfico
mensal, pode-se buscar oportunidades rápidas de obter bons lucros com o
gráfico semanal, e na seqüência, com o diário. O importante é olhar de cima e
identificar o panorama geral do mercado, para saber que posição assumir.
Depois, sim, a visão pode se focada em algum ponto, para a realização de
operações dentro das variações menores de preços, se for essa a intenção do
investidor.
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CAPÍTULO II
BOLSAS DE VALORES
As Bolsas de Valores são associações civis, sem fins lucrativos. Seu
patrimônio é representado por títulos que pertencem às sociedades corretoras
membros. Possuem autonomia financeira, patrimonial e administrativa, mas
estão sujeitas à supervisão da Comissão de valores mobiliários e obedecem as
diretrizes e políticas emanadas co Conselho Monetário Nacional.
São considerados membros de uma bolsa as Sociedades Corretoras de
Valores, e a quantidade de Títulos Patrimoniais possuídos para cada membro
define a quantidade máxima de acesso aos sistemas de negociação da bolsa.
A venda de título é feita através de leilão público e o possível comprador ou
compradores, deverá apresentar suas intenções de compra, a viva voz, em
público pregão, em dia e horário a ser estabelecido pela bolsa em um edital
veiculado com a devida antecedência em jornal de grande circulação.
As bolsas de valores do país já demonstram ter consciência do papel
que representam na formação da poupança voluntária e na democratização do
capital das empresas, por meio de sinais de modernização e adequação,
capacidade ética, técnica e operacional, estando situadas na confluência da
empresa que necessita de capitais de investimentos e da poupança que
procura uma aplicação produtiva.
Sob o aspecto social, o processo de democratização do capital
repercute de modo acentuado no processo de democratização política das
nações, por permitir aos consumidores uma participação integral no
enriquecimento do país.
Seus objetivos e atividades são:
ü Manter local adequado à realização, entre corretores, de transações de
compra e venda de títulos e valores mobiliários, em mercados livres,
organizados e fiscalizados pelos próprios membros, pela autoridade monetária
e pela CVM;
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ü Cria e organizar os meios materiais, os recursos técnicos e as
dependências administrativas necessárias à pronta, segura e eficiente
realização e liquidação das operações efetuadas no recinto de negociação
(pregão);
ü Organizar, administrar, controlar e aperfeiçoar o sistema e o mecanismo
de registro e liquidação das operações realizadas;
ü Estabelecer sistema de negociação que propicie e assegure a
continuidade das cotações e plena liquidez do mercado de títulos e valores
mobiliários;
ü Dar ampla e rápida divulgação às operações efetuadas em seu pregão,
assegurando, aos investidores, completa garantia pelos títulos e valores
negociados;
ü Fiscalizar o cumprimento, pelos seus membros e pelas sociedades
emissoras de títulos e valores mobiliários, das disposições legais e
regulamentares, estatutárias e regimentais, que disciplinam as operações de
Bolsa, aplicando aos infratores as penalidades cabíveis.
Até 1999 compunham o mercado de capitais brasileiro nove bolsas de valores:
1. Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa);
2. Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ);
3. Bolsa de Valores do Extremo Sul (BVES);
4. Bolsa de Valores da Bahia – Sergipe – Alagoas (BVBSA);
5. Bolsa de Valores Minas Gerais – Espírito Santo – Brasília
(Bovmesb);
6. Bolsa de Valores do Paraná (BVPR);
7. Bolsa de Valores de Pernambuco – Paraíba (BVPP);
8. Bolsa de Valores Regional (BVRg); e
9. Bolsa de Valores de Santos (BVSt).
26
Com assinatura dos acordos de integração, que uniram as bolsas de
valores, o mercado de capitais brasileiro passou a estar integrado, em âmbito
nacional, com a participação de sociedades corretoras de todas as regiões do
país. Esse movimento representa uma tendência internacional.
De acordo com levantamentos realizados, conclui-se que o mercado
secundário brasileiro necessitava de ganhos de escala, ou seja, ganhar volume
e velocidade nas transações em nível nacional permitindo as corretoras
oferecerem seus serviços com custos reduzidos e maior eficiência.
A unificação do mercado de capitais brasileiro representa a ruptura do
modelo anterior que se sustentava na utilização de nove bolsas de valores
dispersas pelas diversas regiões do Brasil e representa uma tentativa de
minimizar o problema de baixa liquidez (o mercado brasileiro gira em média de
R$ 400 a R$ 600 milhões por dia).
A idéia básica não é alcançar volumes compatíveis aos das principais
economias do mundo (o giro diário nos EUA é de US$ 60 bilhões), mas
adequá-lo ao seu imenso potencial. Nesse novo modelo a Bovespa concentra
toda a negociação com ações, enquanto a Bolsa do Rio de Janeiro é
responsável pelas transações de títulos públicos. As outras bolsas regionais
mantêm as atividades de desenvolvimento do mercado e de prestação de
serviços à praça local.
Além desse processo de unificação das bolsas de valores, o mercado
de capitais brasileiro vem sofrendo transformações, como, por exemplo, o
surgimento do Home Broker que permite ao investidor, por meio dos site das
corretoras na internet, transmitir sua ordem de compra e venda diretamente ao
sistema de negociação que está interligado ao sistema da BOVESPA e o After
Market que oferece a sessão noturna de negociação eletrônica.
As operações são dirigidas por ordens e fechadas automaticamente por
meio do sistema eletrônico de negociação da BOVESPA (Mega Bolsa). A
totalidade de ordens enviadas tem um limite de R$ 100.000,00 por investidor
para o período e os preços das ordens enviadas nesse período não poderão
exceder à variação máxima positiva ou negativa de 2% em relação ao preço de
fechamento do pregão diurno. (BOVESPA, 2008)
27
2.1 - Bolsa de valores do estado de São Paulo - Bovespa
Fundada em 23 de agosto de 1890 com entidade oficial corporativa,
vinculada às secretárias de finanças do governo estadual e composta por
corretoras nomeadas pelo poder público, a Bovespa só assumiu características
institucional que mantém até hoje com a reforma do sistema financeiro
nacional e do mercado de capitais implementada em 1965/66, tornando-se
uma associação civil sem fins lucrativos, com autonomia administrativa,
financeira e patrimonial.
Em 1972, foi implantado o pregão automatizado com a disseminação de
informações on-line e em real time, por meio de ampla rede de terminais de
computador. No final da década de 70 foram introduzidas as operações com
opções sobre ações; nos anos 80 foi implantado o Sistema Privado de
Operações por Telefone (Spot). Em 1990, foram iniciadas as negociações por
meio do Sistema de Navegação Eletrônica – Cats (Computer Assisted Trading
System) que operava simultaneamente com o sistema tradicional de viva voz.
Em 1997, foi implantado o novo sistema de negociação eletrônica, o
mega bolsa que além de utilizar um sistema tecnológico altamente avançado,
ampliou o volume potencial de processamento de informações e permitiu que a
Bovespa consolidasse sua posição como o mais importante centro de negócios
latino-americano.
Abaixo segue os horários de negociação na Bovespa (BOVESPA,
2008):
���� Pregão eletrônico
q Sessão contínua das 10 horas às 17 horas – para todas as empresas
listadas, nos mercados à vista, a termo e de opções, inclusive para os ativos
que eram negociados no viva voz e agora são negociado via sistema (pregão
eletrônico), pelos operadores, sendo:
q Das 9h45min às 10 horas – leilão de pré-abertura – entrada de
ofertas para a formação teórica do preço de abertura;
q Das 16h55min às 17 horas – Call de fechamentos – no sistema
eletrônico para todas as empresas negociadas no mercado à vista.
28
���� Pregão eletrônico - Das 10 horas às 13 horas e das 14horas às 16h45min
���� Correção de operações - Até às 19 horas.
���� Negociação fora do horário normal de funcionamento.
q A fim de ampliar as oportunidade de negócios e atrair novos
investidores, a Bovespa lançou em 20.09.1999 o after-market – negociação
fora do horário normal, que tem início uma hora após o fechamento do pregão
regular.
q O after-market funciona das 18 horas às 22 horas, somente no mercado
à vista e de forma eletrônica. Nele, as operações são dirigidas por ordens
fechadas automaticamente por meio do sistema eletrônico de negociação da
Bovespa (mega bolsa), devendo ser observado os parâmetros de negociação
estabelecidos para o período.
O acompanhamento dessas operações pode ser realizado por meio de:
ü Terminais da bolsa de valores;
ü Serviços de informação (Investnews, Broadcast, CMA etc.);
ü Sites da internet;
ü Boletim diário de informações da bolsa de valores;
ü Jornais de grande circulação.
(BOVESPA, 2008)
2.2 – Índice Bovespa
O Índice Bovespa é o mais importante indicador do desempenho médio
das cotações do mercado de ações brasileiro. Sua relevância advém do fato
do Ibovespa retratar o comportamento dos principais papéis negociados na
BOVESPA e também de sua tradição, pois o índice manteve a integridade de
sua série histórica e não sofreu modificações metodológicas desde sua
implementação em 1968.
É o valor atual, em moeda corrente, de uma carteira teórica de ações
constituída em 02/01/1968 (valor-base: 100 pontos), a partir de uma aplicação
29
hipotética*. Supõe-se não ter sido efetuado nenhum investimento adicional
desde então, considerando-se somente os ajustes efetuados em decorrência
da distribuição de proventos pelas empresas emissoras (tais como reinversão
de dividendos recebidos e do valor apurado com a venda de direitos de
subscrição, e manutenção em carteira das ações recebidas em bonificação).
Dessa forma, o índice reflete não apenas as variações dos preços das ações,
mas também o impacto da distribuição dos proventos, sendo considerado um
indicador que avalia o retorno total de suas ações componentes.
Extremamente confiável e com uma metodologia de fácil
acompanhamento pelo mercado, o Índice Bovespa representa fielmente o
comportamento médio das principais ações transacionadas, e o perfil das
negociações à vista observadas nos pregões da BOVESPA.
A finalidade básica do Ibovespa é a de servir como indicador médio do
comportamento do mercado. Para tanto, sua composição procura aproximar-se
o mais possível da real configuração das negociações à vista (lote-padrão) na
BOVESPA.
2.2.1 Representatividade do Ibovespa
• Em termos de liquidez:
As ações integrantes da carteira teórica do Índice Bovespa respondem por
mais de 80% do número de negócios e do volume financeiro verificados no
mercado à vista (lote-padrão) da BOVESPA.
• Em termos de capitalização bursátil:
As empresas emissoras das ações integrantes da carteira teórica do
Índice Bovespa são responsáveis, em média, por aproximadamente 70% do
somatório da capitalização bursátil de todas as empresas com ações
negociáveis na BOVESPA.
A BOVESPA calcula seu índice em tempo real, considerando os preços
dos últimos negócios efetuados no mercado à vista (lote-padrão) com ações
componentes de sua carteira.
Sua divulgação é feita pela rede de difusão da BOVESPA e também
retransmitida por uma série de "vendors", sendo possível, dessa forma,
30
acompanhar "on line" seu comportamento em qualquer parte do Brasil ou do
mundo.
Uma metodologia de cálculo simples, com seus dados à disposição do
público investidor, assegura uma grande confiabilidade ao Índice Bovespa. Isto
pode ser constatado pela chancela do mercado, traduzida pelo fato do
Ibovespa ser o único dos indicadores de performance de ações brasileiras a ter
um mercado futuro líquido (um dos maiores mercados de contrato de índice do
mundo).
A BOVESPA é responsável pela gestão, cálculo, difusão e manutenção
do Ibovespa. Essa responsabilidade assegura a observância estrita às normas
e proced1imentos técnicos constantes de sua metodologia.
A seguir é mostrado um gráfico mensal do Ibovespa de dezembro de
1994 á abril de 2008:
Figura 1 – Evolução mensal do Ibovespa (extraído de BOVESPA, 2008)
Podemos notar que o índice Bovespa teve alguns pontos de baixa, mas
sempre crescente. Percebemos que investir em ações é um tipo de
investimento a longo prazo. Em um curto tempo podemos não conseguir a
rentabilidade esperada.
31
CAPÍTULO III
CORRETORAS DE VALORES
A escolha da Corretora de Valores é uma das decisões mais
importantes para ser tomada nessa trajetória como investidor do mercado de
capitais. É por meio dela que as ordens de compra e venda são enviadas à
Bovespa. É nela, também, que o capital fica armazenado, para que esteja
sempre disponível durante as aplicações.
Existem Corretoras de diversos tamanhos e especialidades,
direcionadas para o pequeno , médio ou grande investidor, algumas mais
simples, outras com características diferenciadas, como taxa fixa de
corretagem, ordens especiais, limite operacional, aluguel de ações etc.
Resumindo, isto é uma missão não muito simples logo no começo. Isso
não significa que seja difícil. Trata-se apenas de um processo trabalhoso, e
deve-se destinar pelo menos uma semana inteira para observar o site de
várias Corretoras disponíveis.
Basicamente, as Corretoras variam de acordo com três fatores:
3.1 Os serviços básicos;
3.2 A taxa de corretagem;
3.3 Os serviços avançados.
É importante destrinchar detalhadamente estes três pontos, para estar
preparado para todo tipo de situação no momento da escolha da Corretora.
3.1 Os serviços básicos
De alguns anos para cá, com a popularização da Bolsa de Valores do
Brasil e a crescente demanda de novos investidores, as Corretoras estão
enxergando a melhoria na qualidade dos seus serviços como um grande
diferencial competitivo na conquista de novos clientes.
Apesar de ainda representarmos um mercado imaturo, se comparado ao
mercado de capitais americanas, por exemplo, pode-se dizer que já demos o
32
ponta-pé inicial, e em grande estilo, diga-se de passagem, para o
desenvolvimento de um mercado mais profissional.
No início da negociação de ações pelo home broker, em abril de 1999,
os serviços básicos oferecidos não passavam de meros paineizinhos para a
compra e venda direta, sem grandes caprichos ou recursos para os clientes.
Para a sorte do investidor e do mercado de capitais brasileiro, muita coisa
mudou. Os serviços básicos, hoje, vão além do que se podia imaginar como
mais avançado naquela época.
Dente os serviços básicos oferecidos, então, a nova Corretora vai
precisar ter:
���� Um Home Broker confiável
É fundamental poder contar com ele durante todo o pregão eletrônico.
Alguns home brokers são instáveis, apresentam lentidão ao efetuar o login e
ao enviar ordens, desconectam-se com muita facilidade, trazem atrasos nas
cotações de preços, permitem que o usuário envie ordens repetidas, ao clicar,
por engano, duas vezes no botão “enviar ordem”, não informam rapidamente
se a ordem foi encaminhada ou não à Bovespa, entre outros problemas.
Além disso tudo, deve-se observar se o home broker, possui uma
visualização amigável e intuitiva. Ninguém vai querer ficar lendo o tópico de
ajuda enquanto estiver tomando suas decisões no mercado. Algumas
Corretoras oferecem um período de testes no home broker (as cotações terão
atraso de 15 minutos), antes do cadastro formal, o que é de grande valia para
que o investidor possa avaliá-lo na prática.
Mas não devemos confundir o home broker, que sempre será gratuito,
com a plataforma de negociação profissional, que também costuma ser
oferecida para um período de demonstração, por 15 ou 30 dias, e é destinada
aos clientes com grande número de operações. Nesse caso, o sistema será
pago e liberado mediante assinatura de um novo contrato, exclusivo para o uso
do sistema.
33
���� Modelo Gráfico completo
A maioria das Corretoras vai disponibilizar, pelo menos, um gráfico em
tempo real dentro da própria plataforma do home broker. Mesmo que
futuramente se torne um investidor 100% fundamentalista, é imprescindível
saber como o mercado está se comportando no dia. As melhores Corretoras
podem disponibilizar, inclusive, a opção de abrir vários pequenos gráficos em
tempo real ao mesmo tempo, um para cada ativo ou indicador que o cliente
queira acompanhar. Então, é importante dar preferência às Corretoras que
ofereçam fácil acesso aos gráficos.
���� Ferramentas para Análise Técnica
Com a evolução na qualidade dos serviços oferecidos, já não se faz
mais necessário, como pequeno investidor, tornar-se assinante de um sistema
independente para a Análise Técnica das ações, visto que as Corretoras
permitem a elaboração de análises completas dentro do site. Nessas análises,
é possível traçar retas, calcular projeções, localizar pontos de continuidade,
reversão ou congestionamento, enfim, aprofundar o estudo dos gráficos e
preços.
���� Conteúdo de Análise Fundamentalista
As melhores Corretoras também oferecem todas as informações sobre
os fundamentos das empresas, além de análises setoriais e macroeconômicas,
para facilitar e justificar a tomada de decisões.
� Carteira Recomendada
Este serviço vai muito além das dicas de ações que estão disponíveis
por aí. Trata-se de indicações feitas por analistas experientes da Corretora.
Apesar disso não ter nenhuma garantia de retorno, as Corretoras que prestam
este serviço sabem da importância de ter seu nome ligado a estas
recomendações, e empenham-se ao máximo para acertá-las, sugerindo
sempre papéis com grande possibilidade de retorno no curto, médio ou longo
prazos.
34
���� Alertas via e-mail
Nem sempre o investidor pode acompanhar o mercado até o momento
em que todas as ordens, enviados pelo home broker, são executadas. Alguns,
então, preferem deixar suas ordens programadas, para serem disparadas
automaticamente. Para casos como estes, é importante que o investidor seja
avisado, de alguma forma, quando uma ordem foi executada. A maioria das
Corretoras envia um aviso via e-mail. As mais sofisticadas permitem o alerta
via celular. Dependendo da necessidade, é importante levar ou não este item
em consideração.
Existe também, outro tipo de alerta, que é aquele que informa quando o
preço de um ativo, selecionado pelo cliente, atinge um valor pré-determinado.
Esta facilidade mantém o investidor atento sempre que o mercado oferecer
boas oportunidades para negociações.
���� Tipos de ordens permitidas
Existem diversos tipos de ordem de compra e venda oferecidos pelas
Corretoras. Além disso, existem as ordens stop, importantes para a proteção
do investimento. Nunca se sabe quando o preço de uma ação vai despencar, e
não custa nada estar prevenido. Então, antes de uma conta, apenas confira no
site da Corretora os tipos de ordem permitidos. Geralmente, encontra-se uma
imagem do modelo de home broker adotado, seguida de todos os benefícios e
vantagens oferecidos aos clientes que se associarem a ela.
� Atendimento ao Corretor
Quando se vai a uma imobiliária em busca de um imóvel, a pessoa
procurada é o Corretor de imóveis, que é quem está apto a dar todo tipo de
informação sobre o assunto. No mercado de ações, isso não é diferente. Cada
Corretora encaixa um grupo de clientes para cada um dos seus corretores.
Logo quando uma conta é aberta, um novo Corretor poderá enviar um e-mail,
apresentando-se e colocando-se à disposição para tirar dúvidas, sugerir uma
carteira de ações com bom potencial de valorização, ou até mesmo, para
35
realizar operações pelo home broker, caso o investidor não queira fazê-las por
conta própria.
Mesmo que o Corretor não procure, sempre existe um Corretor
disponível para ajudar, e é mais que recomendado o procurar, ligando para a
Corretora.
3.2 A taxa de corretagem
Esse é um ponto-chave, porque essa escolha vai depender muito do
perfil de investidor e do volume de capital aplicado por operação. A maioria dos
investidores erra nessa escolha, simplesmente porque não faz uma boa
pesquisa entre as opções disponíveis.
É impossível separar um tipo de Corretora para cada tipo de investidor,
porque cada um realiza suas operações de uma forma distinta. A seguir
conheceremos alguns tipos de investidores.
O microinvestidor, é aquele interessado realmente em adquirir
experiência, participando do mercado com ordens pequenas, que não
ultrapassam os R$ 1.000,00. Para este caso, torna-se interessante optar por
uma corretagem que siga a tabela padrão Bovespa.
A tabela Bovespa é proporcional ao volume de capital aplicado em cada
ordem de compra ou venda, e vai gerar custos bem reduzidos de corretagem
ao microinvestidor, dando total tranqüilidade para que se divirta com suas
pequenas ordens. Esse tipo de ordem também é a melhor opção para quem
opera no mercado fracionário.
Mas, por emitir ordens de pequeno valor não significa ser um investidor
iniciante. O mercado de opções de ações, pertencente à classe dos derivativos
financeiros, por exemplo, é um outro caso em que investidores um pouco mais
experientes podem enviar pequenas ordens ao mercado, já que os preços
destes ativos, ou melhor, destes derivativos, são bem mais baixos do que os
preços das ações. Seus valores variam desde alguns poucos centavos, até
alguns poucos reais, dificilmente ultrapassando os R$ 10.00 por opção de
ação.
36
Investidores que operam somente opções, então, podem preferir uma
Corretora que ofereça a taxa padrão Bovespa de corretagem.
Em seguida, estão os investidores pequenos e médios, que dão ordens
de compra e venda entre R$ 1.000,00 e R$ 100.000,00. Para esse tipo de
investidor, que representa a grande maioria, haverá uma maior economia em
Corretoras que trabalham com a taxa fixa de corretagem.
Essas taxas independem do volume financeiro aplicado. Com a
variedade de Corretoras que oferecem esta opção atualmente, vai ser preciso
fazer as contas e analisar qual delas oferece a menor taxa fixa, desde que,
claro, contenha um bom conjunto de serviços básicos para o cliente.
Não são poucas as situações, porém, em que o operador pode preferir
uma Corretora com uma taxa um pouco maior, justamente porque ela oferece
um diferencial exclusivo nos serviços básicos ou avançados, o que, para seu
perfil de investidor, se torna indispensável.
Existem também aqueles que aplicam um volume ainda maior de
recursos, ou que realizam muitas operações por mês, ou até mesmo por dia.
Quando o volume aplicado vai aumentando, vai aumentando também a
dificuldade em executar a totalidade de uma ordem numa única operação, ou
seja, o investidor que quiser comprar, imediatamente, 5.000 ações da empresa
VALE PN, por exemplo, pode ter que adquirir este lote em partes, consumindo
assim algumas ordens de corretagem, e não mais apenas uma. Para esses
casos, existem as Corretoras que oferecem um plano de corretagem em que o
cliente paga somente as primeiras “x” ordens do dia, ou somente as primeiras
“y” ordens do mês, e todas as outras são gratuitas. Investidores que operam
diariamente adoram este tipo de plano, que permite uma redução imensa em
seus custos.
3.3 Os serviços avançados
No Brasil, ainda são poucas as Corretoras que oferecem um tratamento
eficiente ao investidor mais experiente e de nível técnico mais aprimorado.
Esse tipo de cliente se interessa em executar operações especiais, como
travas, vendas a descoberto, operações de financiamento, alavancagem, entre
37
outras, que visam, ao contrário do que muita gente pensa, reduzir o risco de
uma carteira de ativos, e não aumentá-lo.
Mesmo nessas poucas opções que oferecem serviços mais
profissionais, dificilmente existem vantagens reais ao grande investidor.
Existem, por exemplo, as plataformas profissionais para operações, que são
uma evolução do atual home broker, porém, para ter direito ao seu uso é
necessário arcar com seu alto custo, ou realizar um alto consumo de
corretagens no mês, o que vai distanciar a ótima eficiência deste produto do
pequeno investidor, que pode até ter um enorme potencial, porém não dispõe
ainda do giro de capital suficiente para poder utilizá-los.
Empecilhos como estes só serão exterminados daqui alguns anos, com
o crescimento do mercado de capitais no país, e com uma maior concorrência
entre as instituições que oferecem este tipo de serviço.
Como foi dito, são diversos os fatores que vão influir na busca da
Corretora ideal. Vale a pena aplicar alguns dias estudando a melhor opção.
Nada impede, depois, de trocar de Corretora assim que encontrar uma de
maior agrado ou que forneça maiores benefícios. Mas, começar errando por
pura falta de pesquisa também não vai ajudar em nada.
Outra opção para o investidor seria manter uma conta aberta em duas
Corretores, simultaneamente, o que permiti operar em uma ou outra, de acordo
com o tipo de ordem ou o volume de capital utilizado em cada operação.
Somado a isso, pode-se usufruir os melhores recursos que cada uma delas
oferece.
Para algumas pessoas, o simples fato de ter de abrir uma conta numa
Corretora e transferir seu capital para lá já é motivo suficiente para desistirem
de investir na Bolsa de Valores. Não há razão para este bloqueio. As
Corretoras são empresas sérias, autorizadas e constantemente fiscalizadas
pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), pelo Banco Central e pelas
Bolsas de Valores. Elas não vão fazer nada com o seu dinheiro que não seja
previamente solicitado pelo investidor. São como simples contas em bancos,
só que otimizadas para as operações no mercado de capitais.
38
Além disso, caso ocorram situações em que o investidor desconfie que
houve má-fé ou falha de conduta por parte da Corretora ou do seu Corretor, ou
prejuízo decorrente de problemas no próprio home broker, pode procurar um
dos órgãos responsáveis em busca de informações para o caso, que, se
confirmado, poderá ser reparado. Os órgãos são:
� OMBUDSMAN BOVESPA
Serviço de esclarecimento implantado pela Bovespa.
0800 770 0149 ombudsman@bovepa.com.br
���� PROGRAMA DE ORIENTAÇÃO E DEFESA DO INVESTIDOR (PRODIN)
Serviço de esclarecimento implantado pela CVM
0800 726 0802
���� SUPERINTENDÊNCIA DE PROTEÇÃO E ORIENTAÇÃO AOS
INVESTIDORES (SOI)
Serviço de esclarecimento, também implantado pela CVM.
0800 24 1616 soi@cvm.gov.br
3.4 Os custos operacionais
As taxas de corretagem são cobradas tanto na compra, quanto na
venda dos papéis, ou seja, em cada ordem enviada à Bovespa e executada.
Cada Corretora pode aplicar um modelo próprio de cobrança dessa
corretagem. Para simplificar, abaixo segue o modelo Bovespa, percentual, que
é calculado da seguinte forma:
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Taxas de Corretagem – Modelo Padrão
Valor Negociado Percentual Parte Fixa
Até 1335,07 - R$ 2,70
135,08 a 498,62 2,0% -
498,63 a 1.514,69 1,5% R$ 2,49
1.514,70 a 3.29,39 1,0% R$ 10,06
Acima de 3.029,39 0,5% R$ 25,21
Além dessas taxas, temos os emolumentos (pequena porção taxativa
cobrada sobre as movimentações financeiras, tanto na compra, como na
venda dos ativos), que representam uma porcentagem mínima do capital
aplicado. A taxa varia de acordo com dois tipos de operação, que são as
Operações Normais e as Operações Day Trade (são operações em que a
compra e venda de um mesmo ativo são realizadas no mesmo pregão, ou
seja, num único dia). Os valores dos emolumentos podem ser vistos a seguir:
A Taxa Ana (Aviso de Negociação de Ações), cobrada pela Bovespa, é
isenta no Brasil.
Emolumentos – Operações Normais
Taxa de Negociações
(Bovespa)
0,027%
Taxa de Liquidação (CBLC) 0,008%
Total 0,035%
Emolumentos – Operações Day Trade
Taxa de Negociação
(Bovespa)
0,019%
Taxa de Liquidação (CBLC) 0,006%
Total 0,025%
40
A importância de escolher uma Corretora que utilize taxas de
corretagem que se adéqüem ao perfil de investidor pode representar uma
percentagem significativa no lucro, caso a operação seja positiva, ou no custo,
caso seja negativa.
3.5 Abrindo uma conta
Para transformar uma atitude teórica em prática, a primeira atitude a
tomar será abrir uma conta numa Corretora.
Abrir uma conta é bem simples. Basta imprimir o contrato, reconhecer
sua assinatura em cartório e enviar pelo correio. A liberação da conta é feita
rapidamente, logo após a conferência dos dados. Todo o processo leva menos
de uma semana para ser concluído.
Escolha a Corretora de sua preferência, pela relação completa oferecida
no site da Bovespa (www.bovespa.com.br).
Deve-se levar em conta diversos fatores, como a disponibilidade e
clareza das informações fornecidas pelo site de cada uma delas, a qualidade e
confiabilidade do home broker, a presteza no atendimento via telefone e e-
mail, o custo das taxas de corretagem, a disponibilidade de módulos gráficos e
fundamentalistas, e a possibilidade de uso de alguns tipos de ordens e
estratégias especiais.
Apesar de a maioria das Corretoras estarem empenhadas na evolução
constante da qualidade dos seus serviços, existem, como em qualquer setor,
as exceções. Corretoras com informações desatualizadas em seu site (seu
principal cartão de visitas, nesse ramo), e que ocultam dados fundamentais,
como o valor da taxa de corretagem adotada, que não dão a devida atenção
ao atendimento via telefone ou e-mail, ou que não respeitam as regras de
conduta ética para com o cliente, entre outros fatores, foram deixadas de lado.
Isto não significa dizer que todas as outras Corretoras que estão
ausentes não estão aptas a prestar um bom serviço ao investidor iniciante,
uma vez que é impossível avaliar todas elas.
41
3.6 Transferindo o capital
Pode-se fazer tranquilamente a transferência e deixar o capital parado
por um tempo, enquanto é avaliada as melhores oportunidades de negócio.
Só não devemos exagerar e esquecer esse capital por um período
superior a dois meses, pois a conta criada na Corretora, assim como a conta
investimento feita em banco, são específicas para movimentações financeiras,
diferentemente de uma conta corrente comum. As Corretoras e Bancos de
Investimentos não prestam este serviço, que cabe aos Bancos Comerciais. Se
isso acontecer, você receberá uma ligação do seu corretor, perguntando se
ainda há interesse em manter a conta ativa. Caso a inatividade tenha ocorrido
por um motivo específico e ainda exista o interesse em operar no mercado de
ações com esta Corretora, é necessário informar, para que a conta seja
mantida em funcionamento.
Assim que o contrato de abertura é recebido pela Corretora, ela poderá
realizar o processo de cadastro de duas formas. A primeira delas é criando
uma conta exclusiva para cada cliente, o que facilita muito a vida do investidor
no momento de realizar um depósito, já que essa conta terá o seu CPF,
segunda forma é mantendo todos os clientes dentro de uma única conta
bancária, em nome da própria Corretora, o que é mais comum. Alguns bancos
podem disponibilizar esta especificação no momento de fazer a transação, o
que permite que o processo seja feito pela internet ou no terminal de auto-
atendimento. Mas, certifique-se de encontrar a justificativa exata, que informa
claramente “operação em Bolsa de Valores”, ou algo do tipo.
Se o capital estiver em conta corrente, será necessário transferi-lo
diretamente para a nova conta corrente, na Corretora. Já se o capital estiver na
conta investimento, deverá ser transferido diretamente para a conta
investimento da Corretora.
Desde 1º de Outubro de 2004, data em que foi criada a conta
investimento, ficou possível realizar as operações isoladamente, usando tanto
o capital disponível em conta corrente, como aquele pertencente à conta
investimento. Isso favoreceu, e muito, a mobilidade dos recursos.
42
A Corretora vai estar preparada para identificar esta distinção entre as
contas, e vai mantê-la, como acontece nos bancos.
Se for efetuado um DOC (valores até R$ 4.999,99) para a nova conta, o
depósito estará visível na Corretora no próximo dia útil. Se for feito o TED
(valores iguais ou superiores a R$ 5.000,00), o dinheiro será transferido quase
que de imediato.
Vale lembrar que, para que os novos recursos sejam alocados
rapidamente em conta, é precisa informá-los sempre que for feito um depósito.
Assim que isso for feito, o crédito estará disponível para as aplicações na
Bolsa de Valores.
3.7 Tributação para o Mercado de Capitais
Tão importante quanto dominar as técnicas de negociação na Bolsa de
Valores, é saber como e quando cumprir com as obrigações do imposto de
renda.
O mercado de ações possui algumas características distintas dos
investimentos de renda fixa e dos fundos de investimentos, em relação ao
recolhimento de impostos, em que as alíquotas cobradas iam sendo reduzidas
de acordo com o tempo em que o capital estava aplicado. Quanto maior o
tempo de aplicação, menor era o imposto a pagar. A periodicidade da
cobrança era realizada duas vezes ao ano, sempre nos meses de maio e
novembro. No mercado de ações, o método de cobrança será outro, bem
diferente.
Não é fácil encontrar uma explicação clara e completa sobre como é
feito o cálculo do imposto de renda sobre as aplicações no mercado de
capitais. Até mesmo aos contadores desconhecem as taxas e normas desse
mercado, devido à popularização ainda recente dos investimentos de renda
variável para a pessoa física no Brasil. E mais: até as próprias Corretoras dão
informações diferentes, umas das outras, sobre como fazer esses cálculos.
Quando querem ajudar, sugerem algum material de apoio, que, em alguns
casos, não ajuda muito. Vamos decifrar como o imposto de renda é calculado.
43
Para o mercado de renda variável, a alíquota é fixada em 15%, e deve
incidir sobre o lucro líquido obtido, sendo paga mensalmente. Mas não é só
isso. Só devem ser tributadas as vendas de ações que ultrapassarem os R$
20.000,00 (vinte mil reais) por mês, o que significa que existe a isenção total do
imposto de renda até este limite.
Existe, ainda, mais uma isenção, que acontece quando o imposto a ser
pago é inferior a R$ 10,00 (dez reais). Nesse caso, também não é necessário
fazer o recolhimento. Estas isenções foram criadas como forma de estimular o
crescimento do mercado de capitais, oferecendo benefícios reais ao pequeno
investidor.
Os valores de corretagem e emolumentos devem ser mantidos no
cálculo da operação de compra, e retirados do cálculo na operação de venda.
Assim, só será pago o imposto sobre o lucro líquido, e ainda, se as vendas
ultrapassarem os R$ 20.000,00 no mês.
A responsabilidade pelo recolhimento desse tributo é do próprio
investidor, que deve fazê-lo mediante emissão do DARF (Documento de
Arrecadação de Receitas Federais), pelo home banking, ou pelo terminal de
auto-atendimento, ou, ainda, diretamente numa agência bancária. O código a
ser informado (Código da Receita) é o 6015.
A obrigação deve ser paga até o último dia útil do mês seguinte em que
for realizada a vendo dos ativos. Caso este prazo seja ultrapassado, haverá a
incidência de multa e juros.
A Corretora, por sua vez, tem a obrigação de reter na fonte 0,005% do
valor total das vendas, mas só se estas ultrapassarem os R$ 20.000,00,
repassando isso à Receita Federal que, assim, terá o controle de quanto foi
movimentado, da mesma forma que ocorria até 31 de dezembro de 2007 com
a CPMF. Então, quando for para calcular o imposto de renda devido, não deve
ser esquecido de abater os 0,005%, que foram retidos na fonte.
No home broker fornecido pela Corretora, podemos encontrar detalhes
do valor do imposto a pagar, e também, quanto está sendo retido na fonte.
Basta procurar a opção “Financeiro” ou “IRRF (Imposto de Renda Retido na
Fonte)”.
44
Para o caso das operações de day trade, o procedimento é um pouco
diferente. Mudam as taxas e não há mais o benefício de isenção total do
imposto até o valor de R$ 20.000,00. Isso significa que todo o ganho com day
trade deverá ser tributado. O valor desse tributo passa a ser de 20%, sendo
que 1% deve ser a porção retida na fonte, mas agora calculada diretamente
sobre o ganho líquido da operação, e não mais sobre todo o volume vendido.
Mas restam ainda alguns detalhes, referentes às situações em que haja
prejuízos nas aplicações. Estes prejuízos podem ser compensados, tanto no
mês atual como nos meses subseqüentes. Para fazer isso, basta subtrair dos
ganhos o valor das perdas. É importante, portanto, não misturar ganhos e
perdas de operações normais com os de operações day trade. Ambos
permitem a compensação, porém cada um deve ser calculado de forma
distinta.
Então, sempre que for realizada a venda de ativos, é importante ficar de
olho no volume de capital acumulado, também disponível na seção
“Financeiro” do home broker. Já para o caso das operações daytrade, caso
não existam prejuízos acumulados, toda operação com lucro deverá ser
tributada.
Apesar do cálculo do imposto ser um assunto um tanto quanto
complicado para o investidor, principalmente quando são realizadas várias
operações dentro do mesmo mês, a maioria das Corretoras já exibe estes
valores automaticamente, no próprio home broker, poupando, com isso, um
árduo trabalho.
3.8 Enviando ordens
Uma forma simples de driblar a insegurança, natural nos iniciantes, é
por meio do envio de ordens de compra reais à Bolsa, porém com valores bem
inferiores ao preço atual da ação, apenas para conhecer o funcionamento do
home broker da Corretora.
Mantenha o hábito de acompanhar o livro de ofertas, para verificar o
preço da ponta compradora (é a primeira ordem visível na lista de interessados
em comprar um ativo, ou seja, é quem está disposto a pagar por ele) e da
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ponta vendedora (é a primeira ordem visível na lista de interessados em
vender um ativo, ou seja, é quem está disposto a receber menos por ele), e ver
se a ordem enviada será ou não executada imediatamente.
Quando clicar em enviar uma tela de confirmação será exibida,
mostrando o cálculo total do valor da operação. Algumas Corretoras pedem
que a senha, ou assinatura eletrônica (senha usada para dar ainda mais
segurança nas transações eletrônicas, geralmente envolvendo assuntos
financeiros), seja digitada.
Certifique-se também de que não errou na quantidade de ações por lote.
Isso é fácil de ser notado, pois o valor da operação vai estar muito superior ou
inferior ao desejado. Basta clicar em “voltar” e ajustar a quantidade.
Cada Corretora apresenta estas funções da sua maneira. Algumas
permitem que não seja exibida a tela de confirmação, ou de digitação da
senha, a fim de ganhar um tempo precioso no envio da ordem.
Tomados esses cuidados simples, a ordem já pode ser enviada.
A comprovação de que a ordem foi enviada, é vendo, ela aparecer na
lista de compradores. Isso não significa que você é obrigado a comprar esse
papel. Você apenas se colocou na lista de interessados para compra. Se o
preço do papel atingir o valor escolhido e existir um vendedor neste preço, aí
sim, sua ordem será executada automaticamente.
Para cancelá-la, procure a opção “status”, ou “acompanhamento de
ordens”, no home broker, e selecione a opção “cancelar ordem”. Em poucos
segundos, ela não estará mais visível. Repita a operação até ter certeza de
que compreendeu o funcionamento do home broker. Experimente diversificar,
colocando ordens de venda com stop, até que a operação se torne familiar.
3.8.1 Tipos de ordem de compra
Os principais tipos de ordem de compra são:
� Ordem de compra a Mercado: o investidor apenas especifica a quantidade
a ser comprada. A compra é feita a preço de mercado, ou seja, de acordo com
a cotação do papel no momento.
46
� Ordem de compra limitada: o investidor especifica a quantidade e o preço
desejado (preço máximo) para a compra.
� Ordem de compra com Start: o investidor especifica a quantidade e o
preço para a compra, porém este deve ser superior à cotação atual. A compra
somente será feita caso a ação alcance o valor pré-determinado. Geralmente,
é posicionada para disparo um pouco acima de uma forte resistência, ou
também usada como stop para liquidar uma venda a descoberto, que nada
mais é do que uma operação feita de forma contrária, ou seja, primeiro faz-se
uma venda, para depois fazer a compra, num valor mais baixo, lucrando na
queda do mercado. Esse tipo de operação também é permitido no mercado
financeiro e muito utilizado em estratégias para a proteção das posições.
� Ordem de compra tudo ou nada: o investidor especifica a quantidade e o
preço para a compra, e a ordem só é executada se toda a quantidade
desejada estiver disponível para venda. Caso isso não seja possível, a ordem
é cancelada automaticamente.
3.8.2 Colocando a ordem stop
Deve-se colocar o stop em todas as ações imediatamente após comprá-
las. É preciso proteger o capital para o caso de uma situação inusitada. A
ordem stop, além de evitar surpresas desagradáveis, impede também que o
fator emocional interfira na tomada de decisões. Quando estamos diante de
uma oscilação negativa de preços, situação que acontece com freqüência,
tendemos a acreditar que a queda está próxima de acabar e que a essa
pequena perda vai ser devolvida com a recuperação do papel. Cuidado! É
assim que surgem as grandes perdas. Devemos colocar o stop sempre.
3.8.3 Uso do Stop
Imagine que uma pessoa acabou de comprar 1.000 lotes de ações da
empresa Acesita Pn (ACES4), a R$ 2,90 por lote. Nesse momento, os papéis
47
estão completamente desprotegidos para o caso de uma grande oscilação
negativa de preços.
Então, o investidor decide que, se o papel chegar a R$ 2,80, desejará
vendê-lo imediatamente para limitar sua perda. Se for “estopado” (significa que
a ordem stop foi ativada, tirando o investidor da operação), terá um prejuízo
limitado em apenas 3,44%, mais taxas de corretagem proporcionais.
Para fazer isso, ele enviou uma ordem de venda Stop Limitada através
do home broker.
Agora imagine que estes papéis estão obtendo valorização e atingiram o
preço de R$ 3,05. Como está com lucro, não faz sentido arriscá-lo. Optar,
então, por elevar o stop, cancelando a ordem anterior e enviando uma nova
seria a melhor decisão.
O que acabou de ser feito foi proteger o lucro na operação.
Independentemente do que venha a acontecer, não existe mais o risco de cair
no prejuízo. Se ocorrer uma queda, a venda será feita automaticamente a R$
2,98, com um pequeno lucro de 2,75% (menos corretagem) e não mais a R$
2,80. Quando chega a esse ponto, basta aguardar e deixar o próprio mercado
dizer o quanto deve ser ganho.
3.8.4 Tipos de ordem Stop
Existem vários tipos de ordem stop. Os mais comuns são:
� Ordem Stop Limitada ou Stop Loss: o investidor especifica a quantidade
e o preço para venda. Assim que o preço do ativo atingir o valor especificado, a
ordem é enviada. Quando você usar este tipo de ordem, vai notar que deve
informar dois valores.
� Valor de disparo: Quando a cotação atingir esse valor, sua ordem será
lançada à Bolsa. O valor do disparo deve ser um pouco maior do que o valor
exato para venda.
� Valor de venda: É o valor desejado para a venda das ações. Esse valor
deve ser um pouco menor que o valor do disparo, para que a ordem seja
executada imediatamente, passando à frente das outras ordens do livro de
ofertas.
48
� Ordem Stop Again: o investidor especifica a quantidade e o preço para
venda num patamar superior, imaginando uma alta do papel. Assim que a
cotação atingir o valor pré-determinado, a ordem de venda será disparada,
garantindo o lucro.
� Ordem Stop Loss e Stop Again simultâneas: o investidor especifica a
quantidade e o preço para venda, tanto numa situação de queda, como numa
possível alto do papel. Dessa forma, delimita o espaço livre para oscilação dos
preços, protegendo-se caso o mercado caia e garantindo o lucro, casa suba.
� Ordem Stop móvel: é uma variação da Ordem Stop Loss e Stop Again
simultâneas. Aqui o investidor especifica a quantidade e o preço para a venda
numa queda, mas permite a movimentação para cima do stop no caso de uma
possível alta. Dessa forma, o lucro não fica limitado a um valor fixo. Enquanto
o mercado sobe, leva com ele o valor do stop. Deve-se informar, portanto a
distância em centavos entre a cotação atual e o stop, para que, no caso de
uma alta seguida de uma queda, a maior parte do lucro seja assegurada.
3.8.5 Validade das ordens
É importante ficar atento à validade da ordem que será enviada ao
mercado. Se quiser se livrar de um ativo quando este atingir certo valor, lembre
de modificar a data de validade da ordem, já que, como padrão, o home broker
vai estar configurado para manter as ordens válidas por apenas um dia. Basta,
então, alterar para o tipo de prazo desejado. É muito simples.
Variedades de prazos possíveis para a configuração das suas ordens:
� Para o dia
A ordem só será válida no dia em que for enviada ao livro de ofertas. No fim do
dia, se não tiver sido executada, ela será cancelada automaticamente.
� Para 30 dias
A ordem ficará ativa por 30 dias corridos.
� Até a data
A ordem pode ser configurada para que fique ativa até uma data específica.
49
� Tudo ou nada
A ordem só terá validade naquele momento e, ao ser enviada, vai tentar
executar a quantidade total da compra ou venda. Se não for possível atendê-la
integralmente, ela será cancelada automaticamente, sem realizar nenhum
negócio.
� Executa ou Cancela
É parecida com a ordem “tudo ou nada”. A ordem só terá validade naquele
momento e, ao ser enviada, vai tentar executar a quantidade máxima possível
da compra ou venda, no preço solicitado. Quando não for mais possível
atender o preço-alvo, ela será cancelada automaticamente, mantendo apenas
os negócios já realizados.
Sempre que abrir uma conta em uma Corretora, é importante ficar
atento à nomenclatura adotada para estas ordens. Algumas delas podem
sofrer pequenas variações no método de execução ou validade de ordem. É
prudente fazer um teste, ou checar com o Corretor os detalhes, caso
necessário.
50
CAPÍTULO IV
RENDA FIXA X AÇÕES
Renda Fixa é um tipo de aplicação, onde são comprados papéis do
governo diretamente (mas através de um banco ou corretora). O risco é
praticamente zero (somente se o governo quebrar ou der um calote, o que é
extremamente improvável na situação atual do Brasil) e a rentabilidade é
razoável.
Nesse caso, como é uma espécie de commodity (o produto é o mesmo
independente de quem intermedia a operação), vale a pena aplicar em quem
cobrar a menor taxa de administração (a Geração Futuro cobra apenas 0,3%).
Por ser um investimento de baixo risco, a rentabilidade é menor do que
investir em ações devido o risco em ações ser elevado. O rendimento de um
investimento em Renda Fixa se aproxima do rendimento do CDI (Certificado de
Depósito Bancário).
Segue abaixo um gráfico comparando o investimento entre um tipo de
Renda Fixa e Ação de uma determinada empresa:
Figura 2: Evolução das Ações e Renda Fixa no ano de 2007. (extraído
de BOVESPA E PORTAL DE FINANÇAS)
C omparativo R enda F ixa x Aç ões
0
10
20
30
40
50
60
70
jan/07
fev/
07
mar/0
7
abr/0
7
mai/0
7
jun/07
jul/07
ago/0
7se
t/07
out/07
nov/07
dez/07
Ações
C DI
51
CONCLUSÃO
De 2002 até meados de 2007 o mercado de ações estava só subindo.
Mesmo com as eventuais quedas causadas pelas realizações de lucros, aplicar
em papéis de empresas como Petrobrás, Vale, Usiminas, Bradesco, entre
outros, era sinônimo de lucro praticamente certo e altos rendimentos.
Com o estouro da crise norte-americana no segundo semestre de 2007,
causado principalmente pelos "calotes" nas hipotecas feitas para o mercado
sub-prime (empréstimos para pessoas sem histórico de crédito e renda
incerta), as bolsas do mundo inteiro foram afetadas.
O Brasil, felizmente, acabou sofrendo menos do que muitos esperavam.
Mas, de qualquer forma, foi suficiente para interromper o ciclo de altas
constantes e "devolver" uma parte razoável dos ganhos dos últimos tempos.
Segundo estimativas de alguns corretores, ações como as da Petrobrás e da
Vale estariam valendo hoje até 30% menos do que deveriam. Isso indicaria um
momento para compra dos papéis, já que não existem problemas operacionais
que justificassem essas quedas (os lucros de ambas as empresas só
crescem).
Ninguém sabe com exatidão quando essa crise vai passar e um novo
ciclo de alta será retomado.
Assim, é preciso avaliar se você pretende aplicar pensando em médio
ou longo prazo (acima de um ano). No médio prazo (até o final do primeiro
semestre do próximo ano), ainda podem ocorrer outras quedas. Se você
precisar sacar o dinheiro antes do mercado estabilizar, pode ter que sair no
prejuízo. No longo prazo, mesmo essas oscilações podem não ter muita
influência, pois eventuais quedas seriam compensadas pelos dividendos pagos
e pela recuperação que é muito provável que ocorra (não esqueça que
estamos falando de empresas muito lucrativas).
Outra opção não citada neste trabalho é o investimento em Fundos de
Ações, você tem pessoas especializadas para aplicar para você e teoricamente
teria um rendimento maior do que aplicando diretamente na bolsa. Na prática,
isso nem sempre acontece, pois os fundos, como precisam aplicar centenas de
52
milhões de Reais, muitas vezes não conseguem se desfazer de uma posição
(vender todos os papéis) com a agilidade necessária.
Concluindo, aplicar diretamente em ações envolve mais riscos (mas os
ganhos podem ser maiores também) e exige que você disponha de tempo para
acompanhar e um capital maior para aplicar.
Como estamos em um período de alta volatilidade, essa estratégia é
menos aconselhável para iniciantes.
Aplicar em Fundos de Ações de bancos de primeira linha significa maior
comodidade e segurança.
Agora, se for precisar desse dinheiro para um período inferior a 6
meses, tem aversão ao risco ou fica desesperado ao ver seus papéis só
caindo por períodos de vários meses, aplique em renda fixa, como o Tesouro
Direto. Pode ganhar menos, porém vai dormir mais tranqüilo.
Se for aplicar em Clubes de Investimento (principalmente os
administrados por pessoas físicas), tenha certeza da competência do
administrador, para não "entrar em uma roubada".
E não esqueça que diversificar é a melhor estratégia para quem quer
correr menos riscos. Se resolver aplicar em ações (diretamente ou via fundos),
procure deixar também uma parte em renda fixa, como o Tesouro Direto.
Investir nada mais é do que plantar pés de dinheiro. Não
espere ter uma fazenda e um trator potente para começar a
plantar. Dê aos poucos grãos que você tem a mesma
importância que daria a sacas despejadas de um caminhão. Se
tem pouco para investir, comece com o que tem, mas plante
com consistência. (GERBASI, 2008)
53
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1 - ASSAF, Neto, A. Mercado Financeiro. 4a. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
2 - FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro: Produtos e Serviços. 15a. ed. Rio
de Janeiro: Qualitymark, 2002.
3 - PIAZZA, Marcelo C. Bem-vindo à Bolsa de Valores. 7ª ed. São Paulo: Novo
Conceito, 2008.
4 – BOVESPA. Disponível em: <http://www.bovespa.com.br>. Consultado em
04/08/2008.
5 – PORTAL DE FINANÇAS. Disponível em:
<http://www.portaldefinancas.com.br>. Consultado em 13/09/2008.
6 – GERBASI, Gustavo. Investimentos Inteligentes: Para conquistar e
Multiplicar seu primeiro Milhão. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2008.
54
BIBLIOGRAFIA CITADA
1 - PIAZZA, Marcelo C. Bem-vindo à Bolsa de Valores. 7ª ed. São Paulo: Novo
Conceito, 2008.
2 – GERBASI, Gustavo. Investimentos Inteligentes: Para conquistar e
Multiplicar seu primeiro Milhão. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2008.
55
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
AÇÕES NEGOCIÁVEIS EM BOLSA 9
1.1 – Tipos e códigos das ações 10
1.2 – Formas de ações 11
1.2.1 – Nominativas 11
1.2.2 – Escriturais 12
1.3 – Classificação do Mercado com base na
Fase de Negociação 12
1.4 – Rentabilidade 12
1.4.1 – Algumas formas de rentabilidade 13
1.5 – Opções sobre Ações 14
1.5.1 – Opções de compra 14
1.5.2 – Opções de venda 14
1.6 – Clubes de Investimentos 15
1.7 – Análise de mercado 17
1.7.1 – Análise Fundamentalista 18
1.7.2 – Análise Técnica 19
1.8 – O papel dos índice e indicadores 20
1.8 – Entenda os gráficos 22
CAPÍTULO II
BOLSAS DE VALORES 24
56
2.1 – Bolsa de Valores do estado de
São Paulo - Bovespa 27
2.2 – Índice Bovespa 28
2.2.1 – Representatividade do Ibovespa 29
CAPÍTULO III
CORRETORAS DE VALORES 31
3.1 – Os serviços básicos 32
3.2 – A taxa de corretagem 35
3.3 – Os serviços avançados 37
3.4 – Os custos operacionais 38
3.5 – Abrindo uma conta 39
3.6 – Transferindo o capital 41
3.7 – Tributação para o Mercado de Capitais 42
3.8 – Enviando Ordens 44
3.8.1 – Tipos de ordem de compra 45
3.8.2 – Colocando a ordem Stop 46
3.8.3 – Uso do Stop 46
3.8.4 – Tipos de ordem Stop 47
3.8.5 – Validade das ordens 48
CAPÍTULO IV
RENDA FIXA X AÇÕES 50
CONCLUSÃO 51
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 53
BIBLIOGRAFIA CITADA 54
ÍNDICE 55
57
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito: