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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
COMO A COMUNICAÇÃO PODE AJUDAR UMA EMPRESA DE
DESIGN
Por: Mariana Portella Hilario
Orientador
Prof. Fernando Alves
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
COMO A COMUNICAÇÃO PODE AJUDAR UMA EMPRESA DE
DESIGN
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em COMUNICAÇÃO
EMPRESARIAL.
Por: Mariana Portella Hilario
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AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus por ter
concedido mais esta oportunidade para
meu crescimento profissional e
pessoal.
Ao meu orientador Fernando Alves por
sua atenção e colaboração sem igual
junto à realização deste trabalho.
Aos meus familiares e amigos por
terem me apoiado integralmente nas
horas em que mais precisei de
compreensão e forças para mais esta
realização.
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DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho aos meus pais,
Romeu Hilario Anastacio Junior e Eliane
Portella Hilario, meus avós, Romeu Hilario
Anastacio e Maria Judith Pollo Hilario e
minha irmã Nathália Portella Hilario, por
sempre me apoiarem e incentivarem a
busca do novos conhecimentos e
crescimento profissional.
Agradeço também ao meu namorado,
Sérgio Fagundes Lima Paraízo, por toda
paciência e companherismo ao longo
dessa trajetória.
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RESUMO
Esta monografia tem com o objetivo apresentar de forma simples e precisa,
como a profissão do designer evoluiu e ocupou um lugar insubstituível na
relação com o cliente. O universo profissional do designer ganhou um espaço
essencial na comunicação, pois é utiliza-se para informar, identificar, sinalizar,
organizar, estimular, persuadir e entreter, resultando na melhoria da qualidade
de vida das pessoas. Só ele pode garantir que sua marca é algo vivo e que
toda identidade visual criada junto a ela, pode ser estrategicamente eficaz para
os negócios. No entanto, para manter esse espaço de credibilidade, os
designers precisam conquistar e se posicionar frente ao mercado. A situação
atual dos designers é de desenvolvimento, hoje cada vez mais sofisticado e
complexo. Todo designer já teve dificuldade ao tentar explicar o que faz para
viver. É muito amplo e às vezes incompreensível o alcance do trabalho do
designer. Os escritórios de Design vêm ganhando cada vez mais visão e
importância nas estratégias de mercado e comunicação das empresas.
Entretanto, mesmo tendo uma expertise na transmissão de informação, os
escritórios pecam na comunicação interna, entre os funcionários, e externa,
com os clientes, além do andamento e organização dos jobs. A empresa
precisa saber identificar as necessidades de mudanças e executá-la para
melhoria do ciclo de trabalho. Agindo dessa maneira, o escritório de Design
conseguirá atingir seu objetivo: os designers trabalharem da melhor maneira
para evitar desperdício de tempo na execução dos projetos e que a
comunicação (interna e externa) funcione, tornando-se indispensável. Essas
ferramentas ajudarão a identificar as necessidades dos clientes e a traçar o
perfil de cada um deles, além de fidelizá-los.
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METODOLOGIA
O trabalho foi realizado através de consultas bibliográficas a livros, jornais e
revistas e, principalmente, baseado em experiências pessoais através do
envolvimento diário do aluno com este setor.
Iniciando com o processo histórico para que possamos entender a importância
da atividade dentro de um país e como o seu crescimento influência no
desenvolvimento econômico do mesmo, levando em consideração as atuais
ferramentas essenciais a serem usadas no setor.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - A história da comunicação 11
CAPÍTULO II - Escritório de Design 20
CAPÍTULO III – A qualidade do Design 29
CAPÍTULO IV – Comunicação, uma ferramenta importante
para o escritório de Design 33
CONCLUSÃO 37
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39
ÍNDICE 40
8
INTRODUÇÃO
Esta monografia irá abranger formas de como um escritório de Design
pode criar diferenciais para o empreendimento, de forma a organizar a
comunicação interna e externa da empresa sem deixar de levar em
consideração as características atuais do mercado. A motivação para a
realização deste trabalho decorreu da importância destas empresas na
estrutura comercial.
O foco principal será mostrar quais ferramentas devem ser utilizadas
para facilitar a comunicação e fazer dela uma gestão eficaz para o
gerenciamento do negócio.
A definição da comunicação é a capacidade de se fazer entender por
outro ser. Um bebê, antes de saber pronunciar suas primeiras palavras, já
tenta se comunicar através de gestos, caras, barulhos e diversas formas de
tentar se fazer entender.
O Design surgiu e se tornou uma ferramenta muito importante na
comunicação, e com ele podemos variar as formas de comunicar, desde sua
maneira de soar, até sua forma e estrutura.
Este estudo se dedica a ressaltar a importância do Design como
ferramenta na comunicação, listando algumas maneiras onde o mesmo é
inserido nessa arte, que é a comunicação.
Com uso desta ferramenta, diversas idéias e modificações foram
inseridas, influenciando o processo de comunicação. E como um modelo eficaz
de comunicação propõe que todos consigam repassar com êxito a mensagem,
o Design se encaixou perfeitamente nesse processo, fazendo com que todos
entendam qual informação está sendo transmitida com novos elementos
gráficos.
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Comunicação pode ser definido como o intercâmbio de informação, que
inclui temas técnicos, biológicos e sociais. Também se ajusta na definição na
qual é um processo que envolve troca de informações, utilizando símbolos,
escritas, sons e outras centenas de formas de transmitir idéias.
Para Gustavo Matos (2009, p. XXVII), “a palavra comunicação é
originária do latim communicare, que significa tornar comum, partilhar, repartir,
associar, trocar opiniões, conferenciar”. Significa que é tudo o que fazemos,
em todos os ambientes onde a população está inserida. Com essas
descrições, pode ser subtraído um denominador comum, o sentido. Esse
sentido poder ser compreendido como intenção na comunicação. Para Juan
Bordenave (1994, p. 20) “Na comunicação há sempre uma intenção básica:
como fonte codificadora, certamente o emissor espera que o receptor
selecione sua mensagem, a compreenda, a aceite e, finalmente, a aplique. Por
sua vez, o receptor ao decodificar a mensagem também tem uma intenção
básica. Ele deseja selecionar o que é importante para ele. Dessa forma, vai
direcionar a sua compreensão e avaliação, para depois decidir se aceita ou
não o conteúdo transmitido, e aplicar o que achar válido na mensagem.”
Será levada em consideração também a qualidade no atendimento, que
no meio de tanta tecnologia crescente, se destaca como diferencial uma vez
que há o contato pessoal entre cliente e designer.
No primeiro capítulo será discutida a história do surgimento da
comunicação e do design no mundo, para que se entenda melhor sobre certos
detalhes que perduram até os dias atuais.
No segundo capítulo serão redigidas as características das empresas de
Design bem como sua definição, tipologias mercadológicas, suas funções, o
posicionamento do Design no Brasil entre outros aspectos que serão
relevantes para o entendimento deste trabalho. Será destacado também o
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papel do designer, que é visto como atendente nas empresas e que é
considerado peça fundamental na cadeia de comercialização de serviços, já
que ele é o agente mais diretamente envolvido com o cliente.
No terceiro capítulo será discutida a forma de como a Qualidade pode
se tornar um diferencial para o escritório de Design e como a qualidade no
serviço e no atendimento devem ser trabalhadas para que o cliente não seja
visto apenas como um consumidor momentâneo e sim, um cliente que precisa
ser fidelizado e que tem segurança ao fazer a compra de um produto
intangível.
No quarto e último capítulo será abrangido sobre a comunicação, uma
ferramenta eficaz no planejamento estratégico e importante para o sucesso da
empresa de Design.
11
CAPÍTULO I
A HISTÓRIA DA COMUNICAÇÃO
A comunicação começa desde a época da pré-história, com a
comunicação humana entre homens da mesma aldeia ou quando os mesmos
transmitiam a cultura e tradições para outras aldeias.
A criação da escrita há 5 mil anos, trouxe uma nova forma da
humanidade interpretar a relação do tempo com o espaço. Os criadores do
primeiro método de transmissão foram os Sumérios, na Mesopotâmia. A
escrita cuneiforme era gravada em placas de barro com auxílio de objetos em
formato de cunha. Inicialmente a escrita representava formas do mundo
(pictogramas), mas por praticidade as formas foram se tornando mais simples
e abstratas. Registravam o cotidiano político, econômico e administrativo da
época.
A escrita cuneiforme foi adotada subseqüentemente pelos acadianos,
babilônicos, elamitas, hititas eassírios e adaptada para escrever em seus
próprios idiomas. Uma vez, que as informações eram registradas e
transportadas para diversos povos, abriam porta para novas escritas.
Por volta de 550 anos atrás, foi criada uma forma rápida e fácil de
disseminação das idéias, a tipografia. Esta invenção conseguiu unir as
informações da maioria das civilizações com um único alfabeto. A partir dai,
tudo aquilo que era registrado em manuscritos poderia ser produzido em larga
escala, alterando o custo e facilitando o acesso as informações, dando início à
mídia impressa, como o jornal.
Três séculos depois, surge um grande invento que revolucionou a
comunicação. A eletricidade deu oportunidade para criação de máquinas,
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como o telégrafo e o telefone, fazendo assim com que as informações fossem
passadas na velocidade da corrente elétrica.
Passando mais 100 anos, ocorreu outro grande impacto, iniciou o uso
de ondas eletromagnéticas, surgindo assim telégrafos sem fio, depois o rádio,
e por volta dos anos 50 surge a televisão, dando assim uma força incrível em
poder de disseminação.
No cenário atual pode-se observar que a profetização de McLuah(1995)
se tornou real, uma “aldeia global”. As informações são transmitidas para todo
mundo em segundos através de satélites. Cabe ressaltar que essa idéia de
disseminação foi criada pelos romanos, através dos correios, usando uma
língua única o Latim. Apesar das novidades e formas de comunicar, a essência
continua a mesma, possibilitar a troca de informações entre os povos.
Nesta mesma época, surge definitivamente o Design, que auxiliou a
mensagem na estruturação visual e sua repercussão social.
1.1 - A história do Design
O Design em si, não possui uma história certa, pois engloba vários
elementos, misturando-se com a história da cultura material. É uma inovação
em contínua expansão. A comunicação visual, em seu sentido mais amplo,
tem uma longa história. Quando o homem primitivo, ao sair à caça, distiguia na
lama a pegada de algum animal, o que ele via ali era um sinal gráfico.
As representações gráficas podem ser sinais, como as letras do
alfabeto, ou formar parte de outro sistema de signos, como as sinalizações nas
ruas. Quando juntas, as marcas gráficas formam imagens. O Design gráfico é
a arte de criar ou escolher tais símbolos, combinando-os com qualquer material
para que possa transmitir uma idéia ou conceito. Para Richard Hollis (2005,
Designer Gráfico. Uma história concisa) “ As palavras e imagens normalmente
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são utilizadas em conjunto; pode ser que um dos dois - texto ou imagem -
predomine, ou que o significado de cada um seja determinado pelo outro.
Alguns dos exemplos sofisticados de design gráfico recorrem à precisão das
palavras para dar sentido exato a imagens ambíguas.”
Em uma criação, as características pessoais dos designers não são
expostas. Elas são focadas para atender as necessidades e desejos dos
clientes. Para Richard Hollis (2005, Designer Gráfico. Uma história concisa)” O
significado transmitido pelas imagens e pelos sinais alfabéticos tem pouco a
ver com a pessoa que os criou ou escolheu: não expressam as idéias de seus
designers. A mensagem do designer atende às necessidades do cliente que
está pagando por ela.” A mensagem precisa ser colocada em uma linguagem
que o público-alvo reconheça e entenda. Este é o primeiro ponto que diferencia
o designer gráfico do artista plástico. Em segundo lugar a produção do
designer é voltada para criação mecânica. Ou seja, os primeiros traços são
esboçados e ao longo do projeto as propostas são discutidas com o cliente,
antes que se finalize e envie para produção final.
O Design gráfico, como profissão, só passou existir a partir de meados
do século XX; até então, os comerciantes usavam os serviços oferecidos pelos
“artistas comerciais”, que eram especialistas em “visualizar” o layout. Para
Richard Hollis (2005, Designer Gráfico. Uma história concisa) “ T o design
gráfico tornou-se parte do mundo dos negócios, sendo usado principalmente
para criar uma ‘’ imagem ‘’ reconhecível das companhias... .” Com ele,
tipógrafos ilustradores, retocadores, letristas entre outros, ajudavam a detalhar
mais o projeto.
Globalizada bem antes da globalização, a profissão foi criada com base
no racionalismo internacional, e entrou no jogo capitalista quando o planeta
ainda se dividia nitidamente entre as classes sociais: desenvolvidos e
subdesenvolvidos.
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As classificações tradicionais entre os países desaparecerem e novas
modalidades de trabalho surgiram: por um lado, as gráficas foram perdendo a
“racionalidade” que as caracterizava, tornando-se aparentemente
desordenadas; por outro lado, a profissão era chamada a responder às
necessidades da indústria, do comércio e de serviços em geral, com
intensidade nunca antes vista.
1.1.1 - Uma breve introdução às raízes do Design no mundo
Em 1888, trabalhos de “arts e crafts”, um movimento liderado por
William Morris e com influencia direta das idéias de Jonh Ruskin, mostraram a
inovação e fim da diferença entre artesão e artista. Sendo através de evolução
tecnológica, pretendiam imprimir em madeira e objetos os traços dos artesões-
artista, que com o passar do tempo foi nomeado como designer.
A partir desse período, surgiu uma nova era artística, a Art nouveau, que
em francês significa Arte nova. Foi ela, responsável por várias mudanças em
diversos setores de criação, alguns são: na arquitetura, mobilário, Design de
moda, Design de vidros, até mesmo reformulações de tipografias já
desenhadas. Com muito estilo foi crescendo e se inserindo em todas as áreas
de planejamento de arte, logo passou a ser chamado de Modern style, e não
demorou para receber outras denominações, Flower art na Inglaterra, stilo
Floreale na Itália, na Alemanha era conhecido como Jugendstil e no Brasil se
manteve com a mesma nomenclatura da França (Art nouveau) e teve como
grande nome, o pintor e designer ítalo brasileiro Eliseu d’Angelo Visconti.
Com o avanço acelerado das tecnologias, os materiais começaram a
receber novos destinos, a arquitetura passou a usar ferro e vidro, o Design
passou a esboçar impressões com a litografia colorida (impressão em pedras
com cor). Neste momento vários artistas começaram a criar cartazes, objetos
de decoração, abrindo caminho para o Design moderno.
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No ano de 1907, artistas de diversas áreas influenciados pela
Jugendstil, fundaram um associação, que foi chamada de Deutscher
Werkbund, onde pretendiam melhorar o trabalho profissional mediante a
educação e propaganda, e através da ação conjunta da arte, indústria e
artesanato. Isso fez com que logo fosse fundado a escola Staaliches Bauhaus
que é um dos maiores contribuintes para o Design, arquitetura e artes
plásticas.
A Primeira Guerra Mundial também teve grande importância para o
design visual. As imagens, símbolos, legendas entre outros eram usados para
passar informações que iam desde identificação de postos militares a
chamadas públicas para participação da guerra. Para Richard Hollis (2005,
Designer Gráfico. Uma história concisa) “ Os diagramas, as ilustrações e as
legendas ajudavam a informar e instruir. os signos e símbolos para
identificação de postos e unidades militares, eram um código de status
imediatamente compreendido.”
Outro movimento estético que deixou marca sobre o Design e artes
plásticas, foi o neoplasticismo. Embora não tenha durado muitos anos, seus 15
anos de atividade foram o suficiente para deixar uma herança importantíssima,
que foi uma arte baseada no abstracionismo, sendo disseminado através de
uma revista, a Stijl, criada por um poeta, arquiteto e artista plástico Theo van
Doesburg.
Com o passar do tempo, a revista, não apresentava idéias novas,
contrariando sua essência, foi então onde um de seus colaboradores, o pintor
Piet Mondrian, deixou a revista e ingressou em outro movimento fundado na
França, o grupo Abstract-Création de Naum Gabo e Antoine Pevsner. Foi onde
seus trabalhos fora reconhecidos e diversos projetos começaram a estampar
capas de livros.
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Durante o realismo socialismo, fundado pela União Soviética em 1930,
os Design de cartazes e agitprop (agitadores de propaganda), tiveram que se
adaptar a uma nova maneira de esboçar suas idéias. Já que na Rússia, a
maioria da população era de baixa renda e analfabeta, logo, os designers,
tiveram que adaptar seus projetos, foi onde, começaram a substituir as frases
por desenhos que remetiam a idéia das mesmas.
Em 1925 surge uma nova era de criação, com diferentes formas de
mostrar as idéias. Foi com a união de diversos movimentos e estilos que a Art
déco, veio a tona. A nova fase, era baseada na modificação das artes
decorativas, como, arquitetura, desenho industrial, Design de interiores, tendo
como base o cubismo, modernismo, Art nouveau, futurismo entre outros
diversos que naquela época surgiam. Embora muitos movimentos de Design
tivessem como raiz, a filosofia e política, a Art déco tinha apenas a idéia de
decorar. Na altura, essa época foi vista como elegante, funcional e
ultramoderno.
No Brasil, muitos artistas tiveram suas idéias baseadas na Art déco,
como, Vitor Brecheret, Vicente do Rego Monteiro, Atílio Correa Lima, Frederico
Urlass, Raphael Arcuri através de suas obras arquitetônicas.
Em 1954 três artistas fundam o Push Pin Style, um referencial para o
Design gráfico, já que muito se fazia de acordo o estilo internacional suíço. O
Push Pin propôs uma mudança, não se prendiam apenas ao que era
considerado o bom Design, com estilo excêntrico, muitas vezes inspirado na
estética do século XIX e nas tendências pop, já consideradas decantes,
criando assim uma nova linguagem contemporânea compatível com o Design
pós-moderno.
Ao longo dos anos 60, a função simbólica ou comunicativa do produto
tornou-se uma característica tão importante que muitos objetos se converteram
em peças de arte. Entretanto nos anos 80, um novo movimento defendia um
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Design mais equilibrado. A função comunicativa tinha que se nivelar com a sua
funcionalidade prática. Os designers pós-modernos, deviam consideram tanto
a funcionalidade como a qualidade comunicativa, o produto como valor de
signo.
Elementos que não faziam parte do Design, a partir das última décadas
do século XX, se converteram em características principais como a ergonomia,
tecnologia digital, interatividade, meio ambiente, identidade cultural e
personalização. A arte pós-moderna e os novos meios de comunicação
massivos, como internet e o celular, marcaram o crescimento da inovação
junto com o desenvolvimento da tecnologia da imagem.
Novas escolas se abriram pelo mundo. Na América Latina, o Brasil,
México, Argentina, Colômbia, desenharam o desenvolvimento para formação
de novos designers. O mundo se estetizou e a educação na cultura visual se
tornou uma habilidade importante no mundo da arte e comunicação.
A tendência do Design pós-moderno vão da recuperação de estilos
históricos e suas misturas ás propostas futuristas. Tanto a arquitetura como a
arte continuaram atuando para colaboração com o mundo do Design,
entretanto os designers contemporâneos agora, se relacionam também com
outras áreas de estudo, como por exemplo a medicina e a engenharia. A pós-
modernidade promoveu, de certa forma, uma espécie de renascimento do
Design. Formulou-se a oportunidade de renunciar as velhas normas e buscar
novas alternativas para a arte.
1.2 - A comunicação empresarial
A comunicação empresarial teve início nos Estados Unidos no ano de
1906 através do jornalista Ivy Lee, que abandonou o jornalismo e montou o
primeiro escritório de Relações Públicas do mundo. Essa mudança repentina,
teve como finalidade recuperar a credibilidade do poderoso empresário da
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época, John D. Roque. Este era o empresário mais abominado na época pois
suas idéias não agradavam as pequenas e médias empresas, já que o
poderoso não media força para conquistar seu grande objetivo, o monopólio.
Segundo Chaparro, no livro de Hebe Wey(1986) "denunciados,
acusados e acuados" pela imprensa, os grandes capitalistas dos Estados
Unidos encontraram uma saída: contratar o jornalista Ivy Lee. Para eles, Lee
era o único caminho que imaginavam para evitar novas denúncias, "a partir de
uma nova atitude de respeito pela opinião pública".
A partir da criação do escritório, Lee passou a fornecer à imprensa
notícias totalmente diferentes do comum. Para Wey(1986) "eram informações
corretas, de interesse e de importância para o público". Fazendo deste
jornalista um ícone na arte de comunicar.
Segundo Wey(1906), o sucesso foi devido a adoção de uma carta de
princípios, que até os dias atuais representa uma orientação para o
profissionais. "Este não é um serviço de imprensa secreto. Todo o nosso
trabalho é feito às claras. Nós pretendemos fazer a divulgação de notícias. Isto
não é um agenciamento de anúncios. Se acharem que o nosso assunto ficaria
melhor na seção comercial, não o usem. Nosso assunto é exato. Mais
detalhes, sobre qualquer questão, serão dados prontamente e qualquer diretor
de jornal interessado será auxiliado, com o maior prazer, na verificação direta
de qualquer declaração de fato. Em resumo, nosso plano é divulgar
prontamente, para o bem das empresas e das instituições públicas, com
absoluta franqueza, à imprensa e ao público dos Estados Unidos, informações
relativas a assuntos de valor e de interesse para o público".
No Brasil, este tipo de trabalho surgiu nos anos 50 através da vinda das
indústrias e das agências de propaganda dos Estados Unidos. Chegaram
atraídas pelas vantagens que o governo do presidente Jucelino Kubitschek
oferecia. Com isso inúmeras montadoras de automóveis, fábricas de produtos
19
de higiene instalaram suas filiais no país. Surge então a comunicação
empresarial no Brasil.
E foi nesse período, em que as empresas buscavam novas formas de
chamarem a atenção do público, que começou a ser usado o artifício que os
designers disponibilizam, a arte gráfica.
Por volta da metade do século XX, as empresas começaram a perceber
que a marca e a identidade visual de sua empresa, tinham uma grande força
para os olhos da população.
A partir daí as empresas se entregaram para a arte da época, e através
do criatividade do Design, surgiram as marcas, identidades visuais, dando uma
nova cara para empresas. Como exemplo pode ser citado a escrita marcante
da Coca Cola, que teve influencia a arte dominante na época, e mantém seus
traços ate os dias atuais, pois ficou marcante na memória, que aquela
tipografia desenhada, colocadas daquela forma, representa somente a Coca
Cola.
A Comunicação Empresarial não pode ser considerada apenas uma
definição de dicionário. E sim "um conjunto de métodos e técnicas de
comunicação, dentro da empresa, dirigida ao público interno (funcionários) e
ao público externo (clientes, fornecedores, consumidores etc.)". Até porque
definições como essas precisam ser sempre revistas em função das mudanças
da sociedade e do ambiente empresarial .
A imagem institucional de uma empresa é um ser vivo, dinâmico.
Atualmente, pode estar saudável, bem vista, aceita, festejada. Amanhã? Vai
depender da história de hoje. Uma ótima comunicação empresarial é a
condição primária para uma boa imagem institucional da empresa.
20
CAPÍTULO II
ESCRITÓRIOS DE DESIGN
Após a Revolução Industrial, com o movimento Arts and Crafts, William
Morris, considerado por vários autores como um dos precursores do Design,
identificou a necessidade na época da transformação de produtos até então
artesanais em produtos manufaturados em série (industrializados). Partindo
então desse período até os dias contemporâneos, a definição do que é Design
vem sendo apresentada com os mais diversos focos.
Em se tratando do Design gráfico, mais especificamente, iniciou-se um
desregramento em meados da década de 1980, acentuando-se nos anos 1990
com a chegada do computador. Com esta "nova" ferramenta a atuação, o
Design começa a se expandir a partir da apresentação de novas idéias tais
como: Sobreposição de textos, de imagens, de textos e imagens, misturas de
famílias tipográficas e uma série de outras novidades. Para Richard Hollis
(2005, Designer Gráfico. Uma história concisa) “ Com computadores, os
designers podiam gerar relações de significado complexas por meio de
superposições e da disposição de ‘’camadas’’ de elementos de texto e
imagem, em vez de vinculá-las vertical e horizontalmente na grade.”
Frente a estas novas criações e possibilidades de arte, a atividade do
Design passa a atender não mais somente a criação de fachadas, logotipos e
identidades visual e começa a ter envolvimento maior com as áreas de
marketing, participando ativamente em estudos e pesquisas, já apresentando
um perfil mais próximo da gestão.
O designer como profissional, trabalha compondo e contribuindo com o
desenvolvimento de produtos, de mensagens (logotipos, padrão de identidade,
comunicação) e de empresas (posicionamento estratégico, apresentação
21
institucional, solidificação de marca). O designer reúne as informações,
transforma-as e materializa uma idéia. Para ALEXANDRE WOLLNER
(2°edição - O valor do design) “ O designer produz para um público amplo.
Tem um talento de ordem intuitiva. Como é um artista que se interessa por
formas, tem que complementar suas habilidades natas com tecnologia e
ciência, pois deve alcançar o equilíbrio entre intuição e a técnica.”
Para PAULA ASTIZ (2°edição - O valor do design) “Ser Designer
atualmente não se resume ao exercício de uma atividade técnica, não se
restringe a ter competência em uma linguagem visual predeterminada e aceita,
mas sim, e sobretudo, em ser capaz de imaginar soluções de forma lógica e
criativa, motivadas não por modismos, mas por critérios.”
Para KOTLER (2000), o design é: “uma força de integração entre todas
as ferramentas de uma empresa e deve trabalhar próximo, principalmente do
marketing e da engenharia, além de estar em contato com os
clientes e a tecnologia. Uma ferramenta para a diferenciação competitiva do
produto, sendo que, um bom design deve ser agradável de ser visto, fácil de
ser desembalado, instalado, usado, consertado, revendido, abandonado ou
descartado”.
JENS BERSEN (1987), constata que "o design é uma forma de definir a
qualidade dos produtos e da comunicação da empresa, ativando o
gerenciamento de seus recursos criativos e suas competências".
BUCHANAN (1992) entende que o design é uma atividade projetual de
criação, recriação e avaliação de objetos, presente no cotidiano das pessoas,
onde assume diversas formas e opera em diferentes níveis, podendo ser
aplicada a qualquer área da experiência humana.
Confrontando-se essas descrições, basicamente o Design constitui-se
na aplicação de valores ao produto, conceituando, atendendo as necessidades
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de mercado, sempre inovando e/ou apresentando tendências atuais. De
acordo com essa nova visão do Design, fica clara a sua relação com a gestão
empresarial. O Design pode e deve ser visto como estratégico, sendo aplicado
da cadeia de produção até o consumidor final, se fazendo presente nos
estudos de processos produtivos, contribuindo com sua otimização.
Os escritórios de Design são organizações que têm em como função
básica aperfeiçoar aspectos visuais e funcionais de produtos e serviços, afim
de promover mais conforto e segurança, atendendo, seus clientes e
consequentemente os consumidores. Ou seja, expressa e condensa idéias,
conceitos, valores, informações e qualidades em projetos de uma maneira
clara e concisa. Elas orientam as pessoas a transformas idéias e negócios em
marcas fortes. Somando a intuição com a tecnologia, o designer concebe
produtos finais fantásticos, diferenciando-se dos engenheiros que são
extremamente técnicos e dos artistas que são totalmente intuitivos. São
capazes de imaginar soluções de forma lógica e criativa, motivados pelos
critérios estabelecidos pelos clientes e claro sua imaginação, surpreendendo e
inovando, formando opiniões e contribuindo para a sociedade.
O Design assume diversas formas e diferentes níveis, para que assim
possa ser aplicado da forma escolhida e desejada. Um dos ideais de um bom
escritório, é a compreensão de como o mercado alvo percebe e avalia a
relação custo beneficio, já que o bom Design chama a atenção, reduz o custo,
melhor o desempenho e ocupa o lugar desejado pelo cliente.
O trabalho de desenvolvido no escritório é basicamente dividido em
etapas. Entretanto, é muito comum as empresas de Design não seguirem essa
metodologia de projeto. Existem diversos métodos de projeto, mas todos
seguem uma estrutura básica; Observação e análise, nessa etapa é definido o
problema, realizado pesquisas para assim definir os objetivos e restrições. O
atendimento da empresa é responsável por essa fase. E diante das
necessidades do cliente, é feito um briefing, que na qual é uma peça
23
fundamental para o planejamento do projeto. Dados são coletados e reunidos
que possibilita à equipe de trabalho, compreender e mensurar o desejo do
cliente. Além disso, nessa fase são realizadas as pesquisas de mercado, como
por exemplo, estudar os concorrentes diretos e indiretos, buscar referências,
entre outros, visando o conhecimento; A segunda etapa é de planejar e
projetar: nela a criação se desenvolve, aprimora e sofre o detalhamento. É a
etapa onde a “mágica acontece”. A criação bem aplicada, e dentro do
programa de objetivos traçados e definidos pelo passo anterior do processo de
desenvolvimento, pode agregar valores diferenciais a um projeto; A terceira e
última etapa é de construir e executar: é feito um protótipo da criação, na qual
ajuda a criar o suporte do produto, mostrando algo concreto e executável ao
cliente. Essas “bonecas” são usadas de uma maneira direta para reduzir o
risco principalmente na aparência do produto e sua usabilidade.
Posteriormente a todas as etapas, com o material aprovado pelo cliente, leva-
se para produção.
O mercado do Design, em tempos de globalização e avanço da
tecnologia, tem como característica a grande quantidade de informações. Uma
pessoa comum que diariamente é “bombardeada” por numerosos e
diversificados tipos de design, sejam eles gráficos, websites, interiores, ofertas
de gráficas etc., teria uma natural dificuldade em analisar e selecionar tantas
opções.
O escritório de Design desempenha, então, uma função de assessoria
ao público, pois pesquisa, filtra, classifica as informação e ajuda na criação das
necessidades do cliente, cumprindo papel de facilitador para a população em
geral e de intermediárias entre os designers e os consumidores.
2.1 - O posicionamento do Design no Brasil
O número de empresas de Design hoje, resultou no crescimento desse
mercado no Brasil. Entretanto essa área de atuação ainda não é
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regulamentada, embora ela conste do Catálogo Geral de Profissões do
Ministério do Trabalho, dificultando bastante o reconhecimento do profissional.
Atualmente, existem no entanto associações profissionais, de caráter cultural e
representativo, embora não sejam habilitadas a fiscalizar a profissão, como as
associações de designer. A ADG, Associação dos Designers Gráficos, é uma
associação sem fins lucrativos de âmbito nacional fundada em 1989 e tem
como finalidade de congregar profissionais e estudantes para o fortalecimento
do design gráfico nacional e o aprimoramento ético da prática profissional e o
desenvolvimento de seus associados.
Desde sua formação vem desenvolvendo uma série de atividades cujo
foco principal é a divulgação e a valorização do Design gráfico e,
paralelamente a este trabalho, ações visando o aperfeiçoamento do
profissional.
Comparando com a Europa, América do Norte e Japão, o Brasil tem
dificuldade nas questões culturais que também regem o posicionamento do
Design. Na Europa, folhetos de materiais promocionais que promovem, por
exemplo, shows culturais, campanhas educativas, não podem ser explorados
comercialmente como é feito no Brasil; empresas não podem aplicar suas
marcas ligando o evento ao seu logotipo, com finalidade de promoção
comercial. Este tipo de evento é tratado como cultural e toda a criação é
definida com este conceito, sem a necessidade de fiscalizações, pois a cultura
é respeitada.
Como no Brasil, não existe esta reserva, o mercado cultural é visto
como oportunidade de negócio, sendo ajustado com o objetivo de divulgação e
criação direcionados de forma comercial. Em meio a este cenário, o Design
fica perdido entre o seu ideal e conceitos frente ao capitalismo, como
agravante para o fortalecimento da categoria, que é justamente a categoria
pertencer.
25
Para ALEXANDRE WOLLNER (2°edição - O valor do design) “ O Brasil
não depende só dos designers para o desenvolvimento dos produtos
industriais de que necessita. Precisa também, e muito, de empresários
dispostos a investir e apostar no nosso design. Uma indústria pode se
interessar por uma cadeira feita artesanalmente, mas para fabricá-la em larga
escala tem que comprar e implementar equipamentos.”
Diante dessa situação, é notado que o Design no Brasil ainda não tem
tradição, sofre com pouca ajuda do Estado, tendo as consequências do seu
mal posicionamento, mais ainda, se fortalece como ferramenta de venda,
podendo ser visto como força estratégica melhorando o bem social.
A situação fica mais prejudicada porque a cada dia a atuação do
designer se amplia, confirmando o que alguns chamam de “boom” do Design.
Com essa circunstância, a profissão designer vira moda, fazendo com que
vários queiram tirar proveito da visibilidade que essa área de atuação começa
a ter.
Mesmo diante das dificuldade, o Design vem se posicionando cada vez
mais o conceito estratégico. O Brasil está deixando de enxergar o designer
como uma profissão somente estético e gráfico e está passando a entendê-lo
como “resolução de problemas”. Para PAULA ASTIZ (2°edição - O valor do
design) “Em um país como o Brasil, onde as disparidades sociais e
econômicas são gritantes, o designer deve ter um papel de contestador. Nesse
sentido, acredito que o designer deva ter o poder de interferir na mensagem
transmitida pelo trabalho, ter voz ativa em relação ao seu conteúdo, ao seu
significado intrínseco - ou seja, acredito em um trabalho autoral.”
Na época atual, o mercado vem buscando o designer mais qualificado e
aplicando o Design com mais intensidade.
26
2.2 - Design e Marketing
Como foi visto anteriormente, e resumindo as definições dadas, o
Design aplica valores aos produtos, para que assim, conceitue, inove, e atende
o público alvo e com isso cria novas tendências.
Com essa nova visão sobre o Design, observa-se a consolidação cada
vez mais firme com a gestão empresarial. Com isso, o Design vem ganhando
campo e novas características, e passa a ser visto como uma peça estratégica,
sendo usado desde a sua criação no papel até chegar as mãos do consumidor
final.
Mas o Design não resolve todos os problemas empresarias relacionados
com o produto, logo se faz necessário a união do Design com o marketing.
Para que haja uma boa visão do produto, com melhor apresentação da marca
empresarial, o vínculo dessas duas áreas é necessário. A ligação emocional do
consumidor com o produto influi na decisão de compra, o ser humano tem
necessidade natural de ligação com o outro, acaba participando e sendo aceito
por meio da aquisição de produtos de consumo do grupo. O valor percebido
está em acordo com o status pretendido. O design se apresenta interagindo
com as estratégias de marketing. Para Richard Hollis (2005, Designer Gráfico.
Uma história concisa) ‘’ Grande parte do design gráfico fora incorporado ao
marketing, à mídia ou `a indústria do entreterimento.’’ Tratando o design como
um produto Philip Kotler (1998), indica o que considera as etapas de uma
comunicação eficaz: "Existem oito etapas no desenvolvimento de uma
comunicação eficaz. O comunicador de marketing (1) deve identificar o público-
alvo, (2) determinar os objetivos da comunicação, (3) elaborar a mensagem, (4)
selecionar os canais de comunicação, (5) estabelecer o orçamento total de
comunicação, (6) decidir sobre o mix de comunicação, (7) medir os resultados
da comunicação e (8) gerenciar o processo de comunicação integrada de
marketing."
27
Deslocando este conceito e ajustando para a área de Design, o papel do
gestor mais uma vez é fundamental na aplicação do Design. A comunicação, o
planejamento, o pensamento estratégico são "obrigatórios" para uma gestão
de sucesso em design.
O marketing entra nessa parte do trabalho com o intuito de promover
estratégias para apoiar e agregar novos atributos ao produto. As ferramentas
de marketing usadas são basicamente a promoção de vendas e o
merchandising. A disputa pela concorrência pode ser comparada com uma
batalha, para definir quem irá conseguir “ganhar” o consumidor. A promoção
de vendas é uma técnica de como vender. Para FERRACIU, 1997 “a
promoção de Vendas define-se por si própria: é uma técnica de promover
vendas. Promover implica fomentar, ser a causa, dar impulso, fazer avançar,
provocar, diligenciar, desenvolver, originar, favorecer etc (...) A promoção de
vendas prepara o caminho da execução das vendas, dando impulso a eles.” E
hoje, é considerada uma das ferramentas mais importantes da área
mercadológica. Como foi visto no Livro Varejo no Brasil onde Parente (2000,
p.265) faz uma comparação dizendo que enquanto “na propaganda o
consumidor recebe uma informação, na promoção de vendas o varejista
oferece um real benefício ao consumidor”.
O merchandising é qualquer técnica, que tem por finalidade expor da
melhor forma o produto, afim de inserir, divulgar e facilitar sua aquisição. Para
BLESSA, 2001, é ação ou material promocional usado no ponto-de-venda que
proporcione informação e melhor visibilidade a produtos, marcas ou serviços,
com o propósito de motivar e influenciar as decisões de compra dos
consumidores.
Além das técnicas, devem ser destacados os materiais que dão suporte
às ações, onde a união mais uma vez com o Design se concretiza. Os
materiais como displays de parede, canto, balcão, relógios, balões, letreiros,
banners, adesivos, cartazes e outros inúmeros meios de divulgação, feitos
28
através do Design, com a visão, criatividade, idéias, ousadia e outros pontos
que o mesmo acrescenta, geram produtos finais diferenciados, onde no ato da
ação chamará atenção superior ao produto que ali está exposto.
Percebe-se que a união marketing e Design, é extremamente benéfica e
se faz necessária para ajudar na melhor apresentação do produto ou serviço,
com isso, pode-se definir essa união como um elo do composto de marketing.
Kotler (1998, p.97) definiu o composto de marketing como “conjunto de
ferramentas que a empresa usa para atingir seus objetivos de marketing no
mercado alvo”. Ou seja, quando começa o processo de criação produto,
embalagem, rótulo, website, banner entre outros. Devem ocorrer estudos e
discussões para que haja uma união de diversos fatores, e que no decorrer do
processo, o produto ou serviço ganhe diferentes atributos, que foram colhidos
através de pesquisas, estudos, entrevistas e avaliação da concorrência, para
que no final da criação o mesmo, esteja adequado e seja o que o público alvo
queira, possuir, assistir, “entrar”, observar, presentear.
A junção desses dois campos mostra que o simples ato de venda, esta
recheado de trabalhos, idéias, estudos e diferentes áreas trabalhando juntas
para que o produto chegue ao final com a cara do consumidor.
29
CAPÍTULO III
A QUALIDADE DO DESIGN
Em um mercado muito concorrido e passando por constantes
mudanças, a qualidade dos serviços prestados e a satisfação do cliente são
aspectos decisivos. Levando isto em conta é que surge a importância do
planejamento cuidadoso e da gestão estratégica, que têm como objetivo
conjugar foco no cliente e monitoramento constante do meio em permanente
mutação.
A Disputa pela concorrência hoje, já não é mais novidade. A atenção do
cliente está em constante disputa, onde as armas são preços, qualidade e
novidade. A partir desse ponto, o design, surge como fator indispensável, para
modificar produtos, serviços, pois faz realçar aspectos antes não usados como
ferramentas de marketing, identidade e satisfação do cliente.
O Design também é capaz de criar ambientes e desenvolver soluções
mais adequada as pessoas, tornando assim, a comunicação visual mais
facilitada. MAGALHÃES (1997) ainda postula que o design gráfico torna-se
uma ação eficaz quando antecipa os problemas, enfoca as oportunidades de
mercado, levando em consideração o usuário, mas sem perder de vista a
concorrência.
Sobre isso, KAPFERER (2003) teoriza: “Alinhando-se
fundamentalmente a uma lógica de diferenciação dos produtos, a marca é um
valor agregado proposto ao mercado. Esse valor pode ter bases tangíveis e
bases intangíveis imateriais.(...) O valor agregado é o que justifica a diferença
de custo para o consumidor.”
30
Em se tratar de aspectos, o Design tem como principal função, a
identificação e qualificação dos produtos, uma vez que os consumidores optam
por produtos cujas suas características supram seus desejos.
KOTLER (2000) pontua que dois diferenciadores físicos eficazes são as
características do produto ou serviço e o seu projeto de design. Ele afirma
que:"Novas características proporcionam uma forma rápida e visível de
demonstrar um benefício a mais; o design pode diferenciar visivelmente um
produto ou embalagem. Sendo assim, a efetividade do design consiste em
obter a satisfação dos clientes e atingir os objetivos estratégicos da empresa.
Esse aspecto é, de fato, o ponto central de qualquer planejamento empresarial
que busque a diferenciação do produto".
Os projetos de Design se desenvolvem com dois pensamentos
conjuntos, o global, e o local, já que há de adequar as características do
produto ao mercado alvo, observando todas as culturas existentes. Conforme
pontua LEITE (2003), “o design é, antes de tudo, um transmissor de valor, e
por isso, se faz necessário o respeito pelos valores do consumidor”.
Toda criação visa o entendimento perfeito do consumidor, a fim de
agradar, entusiasmar e sentir necessidade de “possuir” aquele produto.
Posicionamento, segundo STRUNCK (2001) “é a síntese da concepção
estratégica da marca, a criação e o desenvolvimento de diferenciais
competitivos perfeitamente percebidos pela sociedade e pelos consumidores”.
Já RIES & TROUT (1998), constatam que “o posicionamento começa com um
produto. (...) Mas posicionamento não é o que você faz com o produto.
Posicionamento é o que você faz na mente do cliente em perspectiva”.
Complementando, KOTLER (2000) afirma que: “posicionamento é o ato de
desenvolver a oferta e a imagem da empresa para ocupar um lugar destacado
na mente dos clientes-alvo”.
31
Outro ponto que deve ser destacado é capacidade do design gerar
diferencial para competir no mercado com produtos iguais. Tom Peters afirma:
“design é a diferença. Em um mundo cheio de coisas que se parecem com
todas as outras coisas, e que fazem as mesmas coisas que as outras coisas, o
design é uma forma de se destacar".
O Design é uma grande ponte de ligação entre consumidor e empresa,
estreitando os laços, as empresas conseguem a cada dia adequar seus
produtos aos seus clientes, deixando-os satisfeitos e mantendo assim o ciclo
de compra e venda. Além disso, ele ajuda e auxilia na resolução do composto
de marketing, elaborando detalhes táticos de estratégia de posicionamento,
com o propósito de ajustar todos os pontos para se adequar ao publico
desejado. Logo, observa-se, que para cada cliente, existe um produto
diferente, para um publico adequado.
Outro ponto de relevância no Design é a capacidade de agregar valores
a produtos e serviços, tornando-os fator de destaque no mercado. Através de
uma boa criatividade e técnica adequada, um projeto de Design atrai a atenção
do consumidor com o produto, empresa, e marca. Sobre isso, KAPFERER
(2003) teoriza: “Alinhando-se fundamentalmente a uma lógica de diferenciação
dos produtos, a marca é um valor agregado proposto ao mercado. Esse valor
pode ter bases tangíveis e bases intangíveis imateriais.(...) O valor agregado é
o que justifica a diferença de custo para o consumidor.”
Segundo o professor da Harvard Business School, Robert Hayes, "há 15
anos, as empresas competiam no preço. Hoje, na qualidade. Amanhã, será no
Design". A era da informação, onde a rapidez pela comunicação é acentuada,
aumenta ainda mais o destaque para a população, tornando o “diferente”
fundamental.
Sendo assim o design, não é mais luxo e sim necessidade para uma
boa sobrevivência no mercado, já que pode-se considerar uma ferramenta
32
poderosa para atrair consumidores através de suas criações, idéias e
modificações individuais.
33
CAPÍTULO IV
COMUNICAÇÃO, UMA FERRAMENTA IMPORTANTE PARA O ESCRITÓRIO DE DESIGN
A comunicação empresarial é uma ferramenta estratégica para o alto
cargo das empresas. Ela engloba a supervisão, o planejamento, a
implementação e a condução das ações de comunicação interna, ou seja,
abrange o público interno, como funcionários, e todo e qualquer
relacionamento com o público externo. Além disso, a comunicação empresarial
engloba a imagem corporativa.
Entretanto a comunicação empresarial não é vista dentro de um
escritório de Design. É algo prioritário que deve merecer grande atenção.
A comunicação interna, presidência e funcionários, nos últimos tempos, tem
chamado a atenção e cada vez mais aumenta a percepção que está ligada aos
objetivos estratégicos da organização. Mesmo assim, é um grande desafio no
mundo corporativo, devido ao compartilhamento de informações e divulgação.
Em um mundo mais competitivo e com constantes inovações, é fundamental
cada vez mais, ter um fluxo contínuo, estruturado e adequado de informações
aos funcionários, incentivando a interatividade. Essa ferramenta é ideal para
que os funcionários se tornem mais próximos da empresa, e ajuda na possível
construção de um ambiente organizacional mais cooperativo, unido e alegre,
no qual as pessoas se sintam respeitadas, envolvidas e tenham prazer em
trabalhar.
Entende-se por comunicação interna o empenho de comunicação
desenvolvido por uma empresa, órgão ou entidade para estabelecer canais
que possibilitem o relacionamento, ágil e transparente, da direção com os
diferentes públicos internos e entre os próprios elementos que os integram. Ela
não se restringe somente em direção para os empregados, mas inclui,
34
obrigatoriamente, a comunicação entre os segmentos do público interno que
estabelece o feedback e instaura uma efetiva comunicação.
Essa comunicação tem sido repelida a um segundo plano no
planejamento de comunicação das empresas de Design. Certamente isso
acontece pela falta de conhecimento dos empresários e executivos, que a
comunicação transparente, ágil, democrática e participativa é vital para o
desenvolvimento e a sobrevivência das organizações. O foco da comunicação
interna é a motivação. Toda empresa é formada por pessoas e o modo como
estas se relacionam com o cliente, os parceiros de trabalho e os fornecedores
podem ser decisivo.
Os escritórios de Design, muitas vezes, não adotam os privilégios da
comunicação interna. Essa experiência de reconhecer a necessidade de
mudanças no planejamento estratégico, pode corrigir o rumo dos problemas
organizacionais e a equipe acompanhar a dinâmica do clima. O fundamental é
saber utilizar os meios eletrônicos, quadros de comunicação espalhados pela
empresa, jornais impressos ou online internos e externos, etc. Essas
ferramentas ajudariam também na comunicação externa, com o cliente,
facilitando a quebrar a barreira entre as duas partes.
Para se comunicar com eficiência tanto com o público interno como
externo. Todo esse esforço visa aumentar nos funcionários o seu
comprometimento em suas atividades diárias que refletem diretamente na
relação da empresa com o cliente ou com o consumidor.
4.1 - Direcionando a estratégia da comunicação
Não basta ter uma equipe de grandes talentos altamente motivados. Se
ela não estiver bem informada, se seus integrantes não se comunicarem
adequadamente, não será possível potencializar a força humana da empresa.
(Alberto Ruggiero, 2002)
35
Para quem é dono de uma empresa de Design precisa adotar algumas
decisões estratégicas: A primeira é preciso reconhecer que a comunicação
interna dentro da organização, é de vital importância para o desenvolvimento e
sobrevivência da empresa. A segunda decisão é admitir que só através da
comunicação interna eficiente, é que acontece a troca de informações entre
empregador e empregado. Essa permuta torna o ambiente de trabalho mais
integrado e ajuda a diretoria a se manter sempre informada. E a terceira
estratégica que deve ser considerada é acreditar que com a comunicação
interna pode-se possibilitar em transformações no ambiente de trabalho,
tornando assim uma imagem consolidada.
A necessidade de tornar os funcionários influentes, integrados e
informados na empresa, fazendo-os se sentir parte dela, fez surgir a
comunicação interna, considerada atualmente como algo imprescindível às
organizações, merecendo, cada vez mais, maior atenção. Entretanto essa
comunicação só é efetiva quando há verdade e autenticidade. Caso contrário,
só haverá jogos de aparência e disperdício de tempo. É preciso fazer com que
o conteúdo seja realmente aprendido para que os funcionários estejam em
condições de usar o que é informado.
A falta do diálogo, a conversação e a troca de idéias, opiniões,
impressões e sentimentos entre a equipe de trabalho, é uma grande problema
que prejudica o funcionamento das empresas. Essa comunicação corporativa é
um processo diretamente ligado à cultura da empresa.
Para uma empresa de Design ter uma comunicação eficaz, os caminhos
da comunicação devem ser em canais formais ou informais. Estes canais são
caminhos oficiais para envios de mensagens dentro e fora da empresa, como
boletins, jornais, reuniões, correio eletrônico, quadro de aviso entre outros.
Para um escritório de Design, o ideal é fazer encontros casuais,
programados e não programados, entre os superiores e empregados. É um
36
método eficiente para surgir a troca de informações como organização dos
projetos, pessoas responsáveis por estes, estipular o cronograma e até mesmo
status dos trabalhos. Esse tipo de comunicação ajuda a ver a organização bem
detalhada e caso ocorra qualquer tipo de alteração no projeto, a equipe pode
tomar decisões a tempo.
Outro método facilitador para a comunicação interna é a internet, o meio
eletrônico. Ela está se tornando cada vez mais imprescindível nos planos de
grandes corporações. Ela veio para auxiliar a vida das empresas, trazendo
agilidade, comodidade e baixo custo, como por exemplo, o uso de vídeo-
conferências. Segundo Paulo Nassar: “A internet cada vez mais se forma como
mídia. Suas características mais importantes para a atividade e o negócio da
Comunicação Social são: a facilidade operacional, o baixo custo de operação e
a interatividade.”
37
CONCLUSÃO
O Design vem mostrando que seu papel é relevante para o processo e
execução de criações de projetos, que são realizados no intuito de renovar e
dar novas caras aos produtos que estão no mercado, pois além de todas as
preocupações, ele procura realizar projetos com todas as características que o
cliente deseja, oferecendo qualidade, estética e oferecendo um destaque em
relação aos concorrentes. O projeto oferecido pelos designers possui como
principal característica a intangibilidade, que difere de diversos produtos que
são oferecidos por outros profissionais, logo, necessita de qualificação e
criatividade para absorver as idéias do cliente e repassá-las para o produto
final, conquistando um resultado satisfatório para seu contratante, que cada
vez mais, exige a valorização do seu dinheiro.
Os escritórios de Design atuam num mercado, onde ocorre um inter-
relação de profissionais, como, publicitários, ilustradores, jornalistas e outras
dezenas que apóiam para que o projeto seja um sucesso. A união de duas
grandes áreas, Design e marketing, procura organizar, criar, estabelecer uma
ordem de características, que irão se juntar e se ajustar aos desejos dos
clientes: entre elas estão: o preço, diferencial, beleza, impacto causado frente
ao público-alvo, e claro ser a porta de entrada para futuros consumidores.
Fazendo com que dessa forma o contratante não se preocupe com nada,
apenas com o resultado final.
O designer, que com o rápido crescimento do mercado e inserção de
seu trabalho na divulgação, adequação, implementação e construção de novas
visões sobre o mercado, logo, necessita de amplo conhecimento técnico,
criatividade, visão apurada para encaixar os mínimos detalhes aos produtos,
dando destaque fundamental. É necessário que tenha capacidade de enxergar
cada cliente de uma maneira distinta, com um perfil diferente para cada um
38
deles. Com isso saber observar, absorver e transformar as idéias em criações.
O segmento das empresas de Design vem mostrando ser crescente nos
últimos tempos. O Design é usado na condição de ferramenta estratégica de
marketing além de ser uma peça fundamental na criação de uma imagem
corporativa eficiente, forte e confiável.
No mercado atual, onde as organizações não só disputam pelo preço,
tecnologia ou qualidade, mas também em Design, que é imprescindível
introduzindo-o no planejamento corporativo. Essa é uma questão que deve ser
mais trabalhada no Brasil, pelo fato da chamada cultura do Design não ser
muito difundida.
Além disso, percebe-se que toda empresa de Design deve ter uma
comunicação interna bem planejada, para ajudar a relação da equipe, entre
funcionários e alto cargo, evitando insatisfações e descontentamento no
ambiente de trabalho e ainda mais, auxiliar na organização dos trabalhos.
A comunicação na empresa deve ser priorizadas, os tabus devem ser
derrubados para sim, construir um novo modelo de comunicação, onde todos
os funcionários serão envolvidos e participantes. Será sem dúvida, um
instrumento estratégico para benefícios na empresa e, consequentemente, o
sucesso da organização.
39
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
KOTLER, Philip, KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing. Rio de
Janeiro: Prentice-Hall, 2005. 750 p.
Vários autores. O valor do design. São Paulo: Senac / SP, 2004.
HOLLIS, Richards. Design gráfico, uma história concisa. São Paulo: Martins
Fontes, 2000.
BRUNNER, Robert, EMERY, Stewart. Gestão Estratégica do design: Como um
ótimo design fará as pessoas amarem sua empresa. São Paulo: M.Books do
Brasil, 2010.
ADG Brasil. Ética e Design. São Paulo: Senac / SP, 2010.
VIEIRA, Yhasmin. Disponível em:
<http://www.recantodasletras.com.br/artigos/1570020>. Acessado em: 22 de
Set. de 2011.
ABEDESIGN. Disponível em: <http://www.abedesign.org.br>. Acessado em: 14
de Dez. de 2011.
VALENTI, Thiago. Disponível em: <
http://webinsider.uol.com.br/2007/07/02/design-e-marketing-sao-aliados-nao-
inimigos/>. Acessado em: 14 de Dez. de 2011.
ADG. Disponível em: HTTP://www.asg.org.br. Acessado em: 10 de Jan. de
2012.
40
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
HISTÓRIA DODA COMUNICAÇÃO 11
1.1 – A história do Design 12
1.1.1 – Uma breve introdução às raízes do Design no mundo 14
1.2 – A comunicação empresarial 17
CAPÍTULO II
ESCRITÓRIO DE DESIGN 20
2.1 – Posicionamento do Design no Brasil 23
2.2 – Design e Marketing 26
CAPÍTULO III
QUALIDADE DO DESIGN 29
CAPÍTULO IV
COMUNICAÇÃO, UMA FERRAMENTA IMPORTANTE
PARA O ESCRITÓRIO DE DESIGN 33
4.1 – Direcionando a estratégia da comunicação 34
CONCLUSÃO 37
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39
ÍNDICE 40