Post on 10-Feb-2019
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS- GRADUAÇÃO “LATO SENSU
A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE DENTRO DAS SALAS DE
EDUCAÇÃO INFANTIL
MARCIA CRISTINA TELES DA MOTTA
Prof ª/Mestre Fátima Alves
RIO DE JANEIRO
2011
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS- GRADUAÇÃO “LATO SENSU
A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE DENTRO DAS SALAS DE
EDUCAÇÃO INFANTIL
OBJETIVO:
AUXILIAR O PROFISSIONAL DA
EDUCAÇÃO INFANTIL A TER UM
NOVO OLHAR SOBRE OS
MOVIMENTOS DE SEU ALUNO.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus e minha mãe,
pela oportunidade de fazer este curso.
Ao corpo docente da Instituição “A Vez
do Mestre”, em especial à
Professora/Mestre Fátima Alves pela
dedicação a esta pesquisa e seu amor
e dedicação no campo de pesquisa
sobre os movimentos do nosso corpo e
aos meus amigos de turma. Obrigada!
DEDICATÓRIA
À Irani Teles, minha mãe e primeira professora na
universidade da vida.
Marcia Motta
RESUMO
Iniciando através de pesquisa bibliográfica dos principais autores Piaget,
Vitor da Fonseca e Gislene Oliveira, conceituar a psicomotricidade, o que se
espera para cada etapa de desenvolvimento e como professor utiliza as
brincadeiras como forma de avaliar e desenvolver a psicomotricidade de seu
aluno.
METODOLOGIA
A pesquisa será de cunho bibliográfico, a partir da leitura dos autores Piaget,
Fonseca e psicomotores. Será estruturada também por leitura de artigos, textos
que relatam a importância da psicomotricidade em crianças de um a três anos.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I 10
O QUE É PSICOMOTRICIDADE?
CAPÍTULO II 14
AS ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO MOTOR NAS CRIANÇAS DE 1 A 3
ANOS;
CAPÍTULO III 18
AVALIAÇÃO E UM NOVO OLHAR SOBRE OS MOVIMENTOS DO ALUNO
CAPÍTULO IV 21
BRINCAR... UMA FORMA DE AUXILIAR O DESENVOLVIMENTO MOTOR.
CONCLUSÃO 26
BIBLIOGRAFIA 28
ANEXOS 29
ÍNDICE 30
FICHA DE AVALIAÇÃO 31
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INTRODUÇÃO
Logo quando nascemos trabalhamos os movimentos do nosso corpo.
Movimentos que são estimulados e auxiliados pelos pais ou educadores,
realizado desde o nascimento até a 3ª idade.
No primeiro capítulo desta pesquisa, falará sobre o que é a
psicomotricidade? Não só no ponto de vista científico, mas principalmente a
sua importância nas escolas.
Nas escolas a psicomotricidade deveria ser uma ferramenta de muita
importância. Ela previne, intervém e auxilia nos resultados do desenvolvimento
da criança, proporcionando situações satisfatórias no processo de ensino-
aprendizagem. Como resultado a Educação Infantil acaba sendo privilegiada
com toda esta informação..
Através dos movimentos expressamos nossos sentimentos, pensamentos
e atitudes que muitas das vezes estão arquivados em nosso inconsciente.
No segundo capítulo será investigado o desenvolvimento psicomotor das
crianças de zero a três anos, o que espera em cada idade. O professor deve
estar sempre atento às etapas do desenvolvimento do aluno, colocando-se na
posição de facilitador da aprendizagem. Nesta pesquisa será relatado através
da pesquisa bibliográfica as etapas do desenvolvimento psicomotor, com as
contribuições de estudos desenvolvidos pelos autores Piaget e Vitor Fonseca.
No terceiro capítulo será de suma importância para o professor, já o
mesmo tem seu papel principal como facilitador da aprendizagem e calca seu
trabalho no respeito mútuo, na confiança e no afeto. A idéia é que ele
estabeleça com seus alunos uma relação de ajuda, atento para as atitudes de
quem ajuda e para a percepção de quem é ajudado.
O quarto capítulo contará com um grande aliado para o desenvolvimento
e para a aprendizagem, que é a psicomotricidade através do brincar. A criança
experimenta seu corpo e o desenvolve muitas vezes através do brincar. Dessa
forma, ela libera sua imaginação, dá ênfase a sua criatividade, trabalha seus
sentimentos, interage melhor com tudo e com todos e aprende, aumentando
sua capacidade de compreensão.
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A psicomotricidade precisa ser vista com bons olhos pelo profissional da
educação, pois ela vem auxiliar o desenvolvimento motor e intelectual do aluno.
O corpo e a mente são elementos integrados da sua formação.
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CAPÍTULO I
O QUE É PSICOMOTRICIDADE?
A Psicomotricidade é uma ciência que estuda o movimento do corpo,
utilizado através do homem, em relação ao mundo externo e interno.(www.
pt.wikipedia.org/wiki/Psicomotricidade )
“Historicamente o termo "psicomotricidade" aparece a partir do
discurso médico, mais precisamente neurológico, quando foi
necessário, no início do século XIX, nomear as zonas do córtex
cerebral situadas mais além das regiões motoras. Com o
desenvolvimento e as descobertas da neurofisiologia, começa a
constatar-se que há diferentes disfunções graves sem que o cérebro
esteja lesionado ou sem que a lesão esteja claramente localizada.
São descobertos distúrbios da atividade gestual, da atividade práxica.
Portanto, o "esquema anátomo -clínico" que determinava para cada
sintoma sua correspondente lesão focal já não podia explicar alguns
fenômenos patológicos. É, justamente, a partir da necessidade
médica de encontrar uma área que explique certos fenômenos
clínicos que se nomeia, pela primeira vez, o termo Psicomotricidade,
no ano de 1870. As primeiras pesquisas que dão origem ao campo
psicomotor correspondem a um enfoque eminentemente neurológico”
(SBP, 2003).
A psicomotricidade historicamente, começou a ser utilizada para
trabalhos com pessoas que apresentavam um quadro neurológico com
distúrbios motores.
Foi a partir da primeira década de XX que a psicomotricidade é ligada ao
corpo e movimento.
“O termo psicomotricidade apareceu pela primeira vez com Dupré em
1920, significando um entrelaçamento entre o movimento e o pensamento”
(Oliveira,2001,p.28)
A observação e a estimulação são os grandes aliados a esta ciência,
como podemos ver através de alguns autores.
Para Piaget, o momento motor mais trabalhado é no período sensório-
motor, que inicia no nascimento até dois anos de idade. O alcance que a
- 11 -
possibilidade de movimentação traz para a criança é grande, pois o mundo se
abre para ela e a exploração e manipulação se ampliam consideravelmente.
“A inteligência sensório-motora é, pois, uma expressão que serve para
caracterizar ao mesmo tempo um processo de formação e um estado de
equilíbrio final.” (Dolle,2000,p.112)
É no período sensório- motor que a criança começa a explorar os
sentidos através dos gestos, reflexos e movimentos. O primeiro movimento é a
sucção, importante para o bebê estimular o controle de sua respiração e o
desenvolvimento ósseo-muscular e assim, no equilíbrio do posicionamento das
arcadas e da língua. A criança começa a explorar seus movimentos também
através do campo visual, no qual se desloca sua mão para pegar objetos.
Ressaltando que o processo de assimilação e a acomodação estão em
equilíbrio, a conduta é adaptada.
Wallon, pioneiro no estudo do movimento humano ressalta:
Movimento (ação), pensamento e linguagem são uma unidade
inseparável. O movimento é o pensamento em ato, e o pensamento e o
movimento sem ato.(in Oliveira,2000,p.33)
Esses movimentos são as primeiras formas de comunicação da criança
com o meio, e é a sua transformação em gestos úteis e significativos que virá a
preparar e permitir seu desenvolvimento.
A Emoção tem um papel extremamente contagiante, e poderá ser um
contágio positivo ou negativo. Este contágio, tanto parte da criança, como do
adulto que está interagindo com ela.
Um exemplo simples deste contágio, pode ser observado na capacidade
do bebê pequeno de expressar-se por meio das emoções, as quais vão
contagiar toda uma família com seu choro. Todas estas manifestações se dão
pelo movimento, e, portanto, impedir o movimento da criança poderá impedi-la
de aprender. Um olhar atento sobre a dimensão expressiva do movimento se
faz imprescindível.
A longo do tempo, a criança vai controlar seus movimentos, mas sim
como resultado da aprendizagem.
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Para Fonseca “a psicomotricidade, não é exclusiva de um novo método,
ou de uma “escola” ou de uma “corrente” de pensamento, nem constitui uma
técnica, um processo, mas visa fins educativos pelo emprego do movimento
humano.” (in Oliveira,2000, p.35)
A partir dos conceitos dos autores, podemos afirmar que a
psicomotricidade está em cada passo que damos, formando e conhecendo o
nosso corpo. Se antes era dirigida como uma forma psiquismo, hoje a
psicomotricidade invade salas de aula e o nosso dia-a-dia.
Dentro das salas de aula nos anos iniciais como uma prevenção e
reeducação desse corpo.
Sobe, desde, rola,corre... ações de muita atenção ao profissional. A
psicomotricidade como foi visto não está ligado só aos movimentos, mas a
emoção. Conforme o sujeito pensa, está naquele momento reflete em seus
movimentos. Um corpo vivido é a expressão de emoção equilibrada. E como
equilibrar este corpo? Explorando. A criança seus desejos através da
exploração, seja de uma imagem colorida, bichos diferentes... o importante
para ela é o novo. E é através do novo que ocorre o conhecimento do seu
corpo. Exemplo: Uma criança brincando com móbiles, no primeiro momento
observa, após executa o movimento de alcançar o objeto com seu braço.
Por isto a importância da apresentação de diferentes materiais seja em
cores, formas e dimensões (longe x perto).
Lembrando que a criança é única. Para Alves (2007) “o esquema do
desenvolvimento é comum a todas as crianças, mas as diferenças de caráter,
as possibilidades físicas, o meio e o ambiente familiar explicam que com a
mesma idade crianças perfeitamente “normais” possam comportar-se de
maneiras diferentes.”
A criança tem a necessidade de vivenciar, viver o concreto. É através das
vivencias que construíra a melhor maneira de manusear este corpo. Assimilar e
acomodar, como relata Piaget.
Dentro das escolas o educador tem o papel de facilitador deste processo,
já que o bebê ou a criança necessita da atenção nos primeiros anos de vida.
Um bom trabalho motor, será o resultado de uma aprendizagem
facilitada. Trabalho este que se inicia na Educação Infantil, principalmente nos
três primeiros anos de vida. Período no qual a criança inicia a sugação,
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mastigação, exploração de objetos seja visual ou pelo tato, engatilhar, andar,
falar, percepção das partes do corpo...
Quando mais está criança vivenciar, a busca por novas descobertas será
maior.
Cadê o educador proporcionar a está criança segurança e materiais.
Lembrando que para o professor o seu material é o seu “aluno”.
“Para poder educar o homem, é preciso que o ensinemos a dominar sua
própria consciência e corpo com senso de equilíbrio.” (Alves,2007, p. 138)
Estimular um movimento é muito mais que educar, é proporcionar um
momento de prazer de descoberta.
- 14 -
CAPÍTULO II
AS ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO MOTOR NAS CRIANÇAS
DE 1 A 3 ANOS
Desde quando estamos no ventre, estamos nos movimentando,
experimentando o corpo que temos. Logo quando nascemos temos que usar o
movimento da sucção, para a alimentação e sobrevivência. E é aí que temos o
primeiro contato com o desenvolvimento motor. E de suma importância o
trabalho neste momento, pois na estimulação podemos já identificar e
diagnosticar a falta de algum controle motor.
Do nascimento até o 1 ano de vida, segundo LE BOULCH (1988), “a
criança se separa da circulação materna, vive alternativamente entre a
sensação de perda provocada pela diminuição da concentração dos
metabolismos sanguíneos e a satisfação desta necessidade fundamental... O
equilíbrio deste comportamento tônico-emocional traduz a unidade do ser e é
função de atenção do meio em relação à criança. Embora esta fase da vida
não se torne consciente, é muito importante. Já que as experiências corporais
vividas ficam registradas, graças a uma verdadeira memória corporal, forma
mais primitiva do inconsciente.”
Para esta fase os principais movimentos esperados são segundo
FONSECA (1998): “sucção, explorar e sente os objetos com a boca, sustenta a
cabeça e o pescoço, sobre os braços, senta-se com apoio das mãos, fica de pé
com um apoio mínimo, bate palma, anda com uma ajuda mínima, dá alguns
passos com ajuda.”
O que se espera no desenvolvimento motor segundo FONSECA (1998):
Crianças de 1-2:
- Sobe escadas em reptação;
- Passa da posição de sentado à de pé;
- Faz rolar um bola por imitação;
- Sobe para uma cadeira normal,
- Volta-se e fica sentado;
- Põe 4 argolas num suporte cilíndrico,
- Tira/põe um prego colorido numa placa colorida;
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- Constrói torre de três blocos;
- Faz riscos com um lápis ou com uma caneta;
- Anda autonomamente;
- Desde escadas em reptação e em marcha atrás;
- Senta-se sozinho numa pequenina cadeira;
- Põe-se de cócoras e volta à posição de pé;
- Empurra e desloca brinquedos enquanto anda;
- Utiliza o cavalo de balanço ou a cadeira de balanço; sobe escadas
com ajuda;
- Dobra-se pela cintura para apanhar objetos, sem perder o equilíbrio e
imita o gesto circular.
Crianças de 2-3 anos:
- Enfia num cordel 4 pérolas em 2 minutos,
- Manipula as maçanetas das portas para a abrir,
- Salta com os pés juntos sem sair do mesmo lugar,
- Anda à retaguarda,
- Desde escadas com ajuda,
- Lança uma bola para adulto colocando a 1,5 m de distância, sem que
este tenha de se mover para a apanhar,
- Constrói torre de 5 a 6 cubos,
- Vira as páginas de um livro, uma de cada vez,
- Desembrulha um pequeno objeto,
- Dobra um papel ao meio por imitação,
- Separa e junta brinquedos
Para que ocorra o que se espera em cada fase da criança é necessário
um ambiente propicio para a vivência deste corpo.
Jogos diferentes, objetos com diferentes tipos de texturas, cones, pneus...
materias diversificados e o principal acolhimento.
O Adulto é um grande aliado nos desenvolvimento, pois é ele que vão
orientar este ser tão pequeno que necessita de muitas informações.
“A ação educativa da escola maternal será, dentro do possível, desenvolver esta
espontaneidade adaptada ao ambiente.
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Até os 3 anos, os interesses da criança estão sobretudo centrados no mundo exterior e,
em especial, sobre o aspecto práxico do movimento. É importante salientar o jogo simbólico
através do qual se observa o papel expressivo do movimento” (LE BOULCH, 1992, p.89)
O corpo e o movimento é a leitura do mundo exterior que a criança faz a
partir das vivências dos elementos que englobam a Psicomotricidade, que são
de acordo com BUENO (1998), Coordenação; Postura; Tônus; Equilíbrio;
Respiração; Esquema Corporal; Lateralidade; Percepções; Relaxamento;
Orientação e estruturação espaço- temporal e Ritmo.
Segundo ALVES (2007)...
Coordenação Geral – “ A tomada de consciência do corpo é necessária
para a execução e o controle de movimentos preciosos que vão ser
executados.” (p.56)
Coordenação Motora dividindo-se em...
Fina – “... a utilização das mãos exigindo precisão nos movimentos...”
(p.58)
Ampla – “ É a coordenação existente entre os grandes grupamentos
musculares.” (p.58)
Visomotora – “É a habilidade de coordenar a visão com movimentos do
corpo.” (p.58)
Audiomotora – “É a capacidade de transformar em movimentos um
comando sensibilizado pelo aparelho auditivo.” (p.58)
Facial - “A motricidade facial, expressiva e singular de primatas e
humanos são potentes sistemas de transmissão de mensagens não verbais.”
(p.58)
Lateralidade – “É importante na evolução da criança, pois influi na idéia
que a criança tem de si mesma. ”(p.61)
Equilíbrio – “É a base primordial de toda coordenação geral, assim como
de toda ação diferenciada dos membros superiores.” (p.60) Sendo divididos em
Estático / Dinâmico
Esquema Corporal – “... é estruturado e passa a ter consciência dele e
suas possibilidades, na relação com o meio ambiente em que vive.”(p.48)
Estrutura espacial- “... a criança percebe a posição de seu próprio corpo
no espaço. Depois a posição dos objetos em relação a si mesma e, por fim,
aprende a notar as relações das posições dos objetos entre si.” (p.69)
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Estrutura espacial- “O desenvolvimento da estrutura temporal na criança
é importante, pois, por intermédio do ritmo é que ela terá uma boa orientação
no domínio do papel, na escolarização, construindo palavras de forma
ordenada e sucessiva na utilização das letras, umas trás das outras,
obedecendo a um certo ritmo e dentro de um determinado tempo.” (p.74)
Cada etapa do desenvolvimento psicomotor tem o objetivo levar “a
criança experimentar várias situações que proporcionam o conhecimento total
do seu corpo e de suas partes, permite uma comunicação com o meio,
favorece a diferenciação das partes do corpo em relação umas às outras, o
domínio do seu corpo, sua percepção motora, sua imagem corporal, enfim, é
capaz de desenvolver progressivamente a consciência corporal e criar seu
próprio conceito de cor.” (apud ALVES, 2007, p.44)
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CAPÍTULO III
AVALIAÇÃO E UM NOVO OLHAR SOBRE OS MOVIMENTOS DO
ALUNO
“Menina segura direito esse lápis.” “Cadê os olhos, a boca...” “Segura a
tesoura desta forma, assim...”
Essas são algumas falas bem executadas dentro das salas de Educação
infantil, mas o que o professor tem feito para que seu aluno segure o lápis
adequadamente, uma tesoura... Não basta só mostrar, a criança precisa,
necessita vivências, experimentar esse corpo.
Segundo Ferreira (2008), “o psicomotricista deve ter em conta que é
necessário proporcionar à criança uma segurança sobre si mesma e na relação
com o adulto evitando criar situações desqualificadoras e valorizando as
conquistas, criando condições do desenvolver a autoconfiança na sua
expressão e percepção de si partir de seu corpo.”
Quando trabalhamos através de jogos, brincadeiras e experimentações o
desenvolvimento motor é ampliado nas crianças. Cores, diversos materiais,
salas com diversos brinquedos são estimulantes a curiosidade das crianças.
Mas a questão é, será que o professor tem proporcionado isto aos seus
alunos?
“O papel do professor de pré –escola é, ao mesmo tempo
importante e difícil, pois esse educador lida com a criança no
processo inicial do desenvolvimento, em uma etapa básica da
formação de sua personalidade. A existência de muitos educadores
permite selecionar algumas recomendações que podem favorecer o
processo de aprendizagem dos pré-escolares. O professor poderá,
claro, enriquecer as sugestões oferecidas a partir da consideração de
sua realidade e da utilização de sua criatividade.” (apud ALVES,2007,
p.127)
O professor mesmo não sendo psicomotricista, tende a ter um olhar sobre
os objetivos motores que terão nos seus alunos.
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A Educação Infantil é a primeira etapa no desenvolvimento, nela além de
ser trabalhada é nela que está a prevenção de problemas motores e
aprendizagem.
Segundo Barreto (2000), “o desenvolvimento psicomotor é de suma
importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação do
tônus, da postura...”
Atividade em espaços externos com o corpo são fundamentais, simples
brincadeiras como correr, pular obstáculos... são fundamentais para os
movimentos do corpo. Jogos e brincadeiras criativas são fundamentais na
Educação Infantil, o professor para obter melhores atividades deve
primeiramente saber o que se espera no desenvolvimento motor de seu aluno,
através de leitura de textos e livros. Saber que cada criança tem seu ritmo e
limitações. E quais os objetivos que irão levar para avaliar.
“A avaliação psicomotora é de fundamental importância, ela permitirá a
você, profissional, a obtenção de dados importantíssimos relacionados ao
indivíduo que está procurando seus serviços.” (ALVES,p. 141)
É através da avaliação que o profissional identificará as necessidades do
seu aluno e com um diagnostico ajuda-lo.
Em anexo está a ficha utilizada para verificar o que os profissionais da
área de educação pensam sobre a psicomotricidade nas escolas.
A primeira questão foi respondida satisfatoriamente. Os profissionais
levantaram que a psicomotricidade é a ciência ligada ao desenvolvimento
motor.
Para alguns como ainda pe notório, muito atribui a psicomotricidade como
aulas de Educação Física ou dentro da sala como uma questão só motora fina.
Questão que através de estudo bibliográfico vai mais além. Tudo o que se faz
dentro ou fora da sala tem relação com a psicomotricidade.
E por este motivo muitos se confundem ou não sabem a quem recorrer
quando recebem um sua sala em aluno com problemas motores. A 90% dos
profissionais entrevistados encaminham para psicólogos, neurologista... Acham
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que problemas motores estão ligados ao emocional. Quem nunca escutou:” É
um reflexo de algum problema emocional.”
Graças a estudos, pesquisas no campo psicomotores a psicomotricidade
a cada dia mostra seu espaço em todas as áreas. E na Educação Infantil com
força, pois é nela a base e a descoberta desse corpo.
Hoje dentro da Educação Infantil, podemos prevenir atrasos motores e
corporais com mais facilidades. E através do brincar o mundo do faz-de-conta,
torna-se realidade de um corpo vivido e com prazer.
Cabe a cada profissional a sensibilidade e estudo que está ciência irá
proporcionar aos seus alunos.
.
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CAPÍTULO IV
BRINCAR... UMA FORMA DE AUXILIAR O DESENVOLVIMENTO
MOTOR
"O brincar é uma necessidade básica e um direito de todos. O brincar é
uma experiência humana, rica e complexa." (Almeida, M. T. P, 2000 APUD
http://efartigos.atspace.org/efescolar/artigo39.html)
Brincar é mas mais do que uma ação, o brincar é expressar os
sentimentos, transmitir ações e reações de uma forma natural do que a criança
está passado e pensando.
"... A criança deve ter todas as possibilidades de entregar-se aos jogos e às atividades
recreativas, que devem ser orientadas para os fins visados pela educação; a sociedade e os
poderes públicos devem esforçar-se por favorecer o gozo deste direito". (Declaração universal
dos direitos da criança, 1959)
Dentro das escolas infantis o lema é brincar, mas cabe ao professor o
objetivo que ele quer sobre a brincadeira.
Na psicomotricidade o brincar esta além do faz- de – conta, é nela
segundo LIMA (2007,p.3):
É através do brincar que a criança desenvolve a perícia do
movimento de braços, pernas e do corpo no espaço. Noções de em
cima, embaixo, esquerda, direita, um lado, outro lado são formadas
nas brincadeiras. Brincando a criança desenvolve a rotação em eixo
do próprio corpo e lateralidade.
O ato de brincar faz com que a criança se desenvolva mais rápido e
prazeroso. No brincar também o profissional analisa melhor a onde está a
necessidade do movimento motor de seu aluno.
“É muito importante sinalizar que, na maioria dos casos, uma única
avaliação não é suficiente para detectar o distúrbio encontrado, sendo
necessário entender a avaliação como um processo contínuo.” (ALVES,p.141)
- 22 -
Por isto cabe o professor não fazer só brincadeira por fazer ou quando
tem um tempo livre, mas sempre com objetivos claros. Cabe também ressalta,
que brincadeira com objetivos psicomotores não estão só nos jogos de
Educação Física, mas no dia-a-dia em cada área do conhecimento.
Para Piaget (1971), “quando brinca a criança assimila o mundo à sua
maneira, sem compromisso com a realidade, pois sua interação com o objeto,
mas da função que a criança lhe atribui.”
Na brincadeira a criança trabalha a sua imaginação, troca experiência,
convive com as diferenças, aprende regras, desenvolve os movimentos do seu
corpo de uma forma lúdica e gostosa.
Ao observar o desempenho da criança no jogo, estamos também
avaliando o desenvolvimento de sua aprendizagem.
Se a escola não compreende a memória por este prisma, corre o risco de
produzir memorização mecânica de determinados conteúdos, ou seja,
informações de curta duração. É função da escola planejar o tempo para o
aluno e o professor pensarem, aprendendo a estudar para memorizar co
significado.
Vygotsky diz que somo s o que lembramos. Através de nossas memórias,
somos avaliados e nos constituímos enquanto sujeito.
É através das brincadeiras que somos construídos, segue algumas
sugestões de jogo e atividades, baseadas na etapas do desenvolviemento
psicomotores.
EQUILÍBRIO
PNEU VOADOR
Nesta atividade a criança é proposta a fazer um desenho de pintura, se
equilibrando em pneu como balanço em movimento.
- 23 -
http://www.colmagno.com.br/roda/expressao/default.htm
COORDENAÇÃO MOTORA GLOBAL
CARACOL- A partir de um desenho de caracol feito no chão, as crianças tem o
desafio de pular em cada casa seja com um pé, dois, intercalando...
http://adolescenciacaldasanos70e80.blogspot.com/2010/11/no-jardim-escola.html
COORDENAÇÃO MOTORA FINA
DESCASCANDO- Levar para a sala ovos de codorna, galinha e desafia-los a
retirar a casaca dos ovos.
- 24 -
http://www.colmagno.com.br/Eric/Eric2006/Motor/default.htm
COORDENAÇÃO MOTORA ÓCULO MANUAL
FUTEBOL NO ALVO – As crianças terão o desafio de colocar a bola no alvo
(gol), balançando o campo e sem deixar a bola cair.
http://www.balcao.com/anuncio-bebes_e_crian%C3%A7as-
anima%C3%A7ao_de_festas_promo%C3%A7ao-rio_de_janeiro-det-5888680.aspx
ESQUEMA CORPORAL
SILHUETA- Deitar uma criança numa folha grande e desenhar seu contorno,
após deixar as crianças completarem com pintura, recorte de jornal, lã...
LATERALIDADE
COMPLETE O ROSTO- Nesta atividade propõem que os alunos completem a
figura.
- 25 -
http://espacodasaladeaula.blogspot.com/2009_05_01_archive.html
ESTRUTURA ESPACIAL
COELHINHO SAI DA TOCA- Divida os participantes em grupos de três
crianças, e em círculo forme as tocas.
Duas crianças dão-se as mãos formando a toca e a outra criança ficará dentro
da toca. Ela será o coelhinho.
No centro do círculo ficarão as crianças, "os coelhinhos" que estão à procura
de tocas.
Quando alguém falar: coelhinho sai da toca.Todos os coelhinhos deverão
trocar de tocas e os coelhinhos que estão no centro procurarão uma toca.
Quem não conseguir entrar em alguma toca fica no centro, esperando nova
oportunidade.
ttp://www.redescola.com.br/kids/index.php?option=com_content&task=view&id=88&Itemid=9
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ESTRUTURA TEMPORAL
PLANTAÇÃO- Plantar feijões e observar o seu crescimento. Posteriormente, o
professor e as crianças desenharão a história da vida do feijão, passando pelas
etapas do seu desenvolvimento, da semente até a planta adulta.
http://www.donaperfeitinha.com/2010/08/plantando-um-pe-de-feijao.html
Para Winnicot (1975) ...
A criança adquire experiência brincando. A brincadeira e o
jogo são parcelas importantes da sua vida... Tal como as
personalidades dos adultos se desenvolvem através de suas
experiências da vida, assim as das crianças evoluem por intermédio
de suas próprias brincadeiras e das invenções de brincadeiras feitas
por outras crianças e por adultos. Ao eriquecerem-se, as crianças
ampliam gradativamente sua capacidade de exagerar a riqueza do
mundo externamente real.
Sabemos que a aprendizagem realizada na escola muda a visão e a
percepção do sujeito sobre o mundo lá fora, portanto, vem ao encontro de m
dos principais objetivos da educação, que é trabalhar o indivíduo para sua
inserção cultural social de forma harmônica e atuante.
A brincadeira é um grande auxiliador dessa harmonia de trabalho, pois
estabelece um problema a ser solucionado, um desafio a ser vencido, tal como
a vida , a realidade.
Quem nunca escutou a frase: É brincando que se aprende. Mas do que
aprender a brincadeira envolve a emoção, sonhos, realidades... Brincar é viver
sem medo da realidade, trazer um mundo lúdico mas perto.
Encerro está pesquisa com um trecho do texto “A Terra” de Rubem Alves:
- 27 -
... coisa gostosa é brincar! Brinquedos dão
alegria:bonecas, pipas, piões,bolas, peteca, balanços,
escorregadores...
Os brinquedos podem ser feitos com os mais
diferentes materiais: madeira, plástico, metal, pano,
papel. Mas há brinquedos que são feitos com algo
que a gente não pode nem tocar e nem pegar:
brinquedos que são feitos com palavras.
- 28 -
CONCLUSÃO
Depois de ler estudo, fichas de pesquisas, observações da minha própria
experiência, concluo o quanto aprendi e principalmente que nascemos já nós
movimentando.
O presente trabalho mostra o quanto é importante iniciar o trabalho com o
corpo, desde quando nascemos e principalmente dentro da Educação Infantil.
Através do corpo que conhecemos a si mesmo e ao outro. O corpo fala a todo
o momento expressando desejos, sentimentos, curiosidade, cuidados...
O papel do educador deve ser de orientar, levar, mediar, encaminhar o
aluno às descobertas que o mundo lhe oferece, ampliando suas capacidades e
potencialidades e estabelecendo princípios que nortearão estas conquistas.
Respeitar suas individualidades e seu processo de desenvolvimento,
mostrar a beleza das coisas. Cada criança mostra um ritmo, um
desenvolvimento, cadê o orientador identificar a necessidade do sujeito.
Segundo Paulo Freire (1990), ensinar não é “transferir conhecimentos” é
criar as possibilidades para a sua produção, por esse motivo podemos dizer
que a Educação psicomotora ensina, pois ela cria situações para que o
educando faça a construção do seu saber através dos movimentos do seu
corpo, formando assim a base do desenvolvimento motor, afetivo e psicológico.
Ressaltando que não existe outra ação do que o brincar, para explorar,
desenvolver e manusear este processo.
Como foi relatado é através do lúdico que podemos prevenir alterações
motoras. Brincar estimula os movimentos, a imaginação, limites... Quem não
tem guardado na memória uma brincadeira de infância?
Vygotsky diz que somos o que lembramos. Através de nossas memórias,
somos avaliados e nos constituímos enquanto sujeito.
Doces lembranças de um corpo vivido e percebido... Viva a brincadeira!
Cabe o interventor ser criativo e objetivo na proposta de brincadeira que
irá apresentar e observar sempre. A observação, um olhar diagnóstico em cada
brincadeira é uma prevenção educativa e principalmente na Educação Infantil é
o melhor caminho para o sujeito conhecer seu corpo e o professor de ajudar e
orientar seu aluno.
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Levante, crie, brinque, mexa-se, role, corra, pule, engatinhe,rasgue,
rabisque, corte... tenha prazer nas ações que envolvem o seu corpo.
Viva a Psicomotricidade como uma única forma de viver o seu corpo!
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BIBLIOGRAFIA
ALVES, Fátima. Psicomotricidade: Corpo,Ação e Emoção.3ª.ed. RJ: Wak,
2007
BARRETO, Sidirley de Jesús. Psicomotricidade, educação e reeducação. 2ª
ed. Blumenau: Livraria Acadêmica, 2000
BUENO, Jocian Machado. Psicomotricidade- Teoria e Prática. SP: Lovise, 1998
DOLLE, Jean- Marie. Para compreender Jean Piaget. RJ: AGIR, 2000
FERREIRA, Carlos Alberto de Mattos. Psicomotricidade Escolar. RJ: Wad,
2008
FONSECA, Vitor da. Psicomotricidade: filogênese, ontogênse e retrogênese. 2.
ed. rev. e aum. Porto Alegre: Art Med, 1998
LE BOULCH, Jean. Educação psicomotora: a psicomotricidade na idade
escolar. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1988
LIMA, Elvira Souza. Brincar para quê? Coleção Cultura, Ciência e Cidadania.
SP: Inter Alia, 2007
OLIVEIRA, Gislene de Campos. Psicomotricidade: educação e reeducação
num enfoque psicopedagógico. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2000
PIAGET, Jean. Formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.
WINNICOTT,D.W. O Brincar e a Realidade. Rio de Janeiro: Imago Editora,
1975
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ANEXO
FICHA DE PESQUISA
FORMAÇÃO:____________________________________________________
TEMPO QUE ATUA NA ÁREA: ______________________________________
QUAL A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO
INFANTIL...
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
COMO VOCÊ TRABALHA O CORPO E OS MOVIMENTOS EM SUAS
AULAS...
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
PARA VOCÊ QUEM CABE O TRABALHO DE PSICOMOTRCIDADE NAS
ESCOLAS? POR QUE?
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_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
A QUEM VOCÊ RECORRE QUANDO DETECTA DISTÚRBIOS MOTORES?
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ÍNDICE
CAPA 01
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTOS 03
DEDICATÒRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I 10
O QUE É PSICOMOTRICIDADE?
CAPÍTULO II 14
AS ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO MOTOR NAS CRIANÇAS DE 1 A
3 ANOS;
CAPÍTULO III 18
AVALIAÇÃO E UM NOVO OLHAR SOBRE OS MOVIMENTOS DO ALUNO
CAPÍTULO IV 21
BRINCAR... UMA FORMA DE AUXILIAR O DESENVOLVIMENTO
MOTOR.
CONCLUSÃO 26
BIBLIOGRAFIA 28
ANEXOS 29
ÍNDICE 30
FICHA DE AVALIAÇÃO 31
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FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito: