Post on 09-Nov-2018
UNIVERSIDADE CÄNDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO “A VEZ DO MESTRE”
PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DO AMBIENTE
AUTORA: LÍDIA JUSTO PEREIRA
ORIENTADOR: Prof.: MESTRE ROBSON MASTERKO
RIO DE JANEIRO NOVEMBRO/2001
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO “A VEZ DO MESTRE”
PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DO AMBIENTE
AUTORA: LÍDIA JUSTO PEREIRA
Trabalho Monográfico apresentado como
Requisito parcial para obtenção do Grau de Especialista em Docência superior
RIO DE JANEIRO NOVEMBRO/2001
“Tomou pois o Senhor Deus ao homem e colocou no Jardim do Édem para o cultivar e o guardar.”
Gênesis 2:5
Agradecimentos
“Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena.
Fernando Pessoa
Agradeço a todos aqueles que ao longo desse ano me ensinaram e me ajudaram nessa busca de um mundo melhor que levarei por toda a minha vida. Agradeço, também, a todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização desse estágio e desse trabalho. Por fim, agradeço a minha família, a todos os amigos e colegas que me incentivaram na busca do meu sonho, e que me ajudaram a realizar uma parte dele.
RESUMO
Esta monografia é uma importante iniciativa no sentido de buscar a
sociedade no sentido de analisar os problemas ocasionados com impactos
ambientais provocando assim a destruição do ambiente, pois tal introduz
toda complexidade da visão holística da avaliação dos problemas globais,
uma vez que relacionam o meio natural o antrópio como conseqüência dos
aspectos sociais e seus impactos resultantes.
Partir do reconhecimento da multidimensionalidade dos processos de
conservação e preservação ambiental implica a aceitação da
interdisciplinaridade como prática de pesquisa, pois em estudos percebi que
não se limita a um número de idéias, informações ou teorias, mas devem
ser concebidos no ângulo de análise efetuada.
Finalmente, através do aumento da possibilidade do conhecimento,
busco múltiplas causalidades, a diversidade e a complexidade de decisões
e de ações, isto é, a probabilidade de conceber soluções e alternativas
mais eficazes.
SUMÁRIO
Introdução --------------------------------------------------------------------------------------- 07
Capitulo 1 – O Impacto do Meio ambiente ------------------------------------------ 10
Capítulo 2 – A Questão da Conservação e Preservação do
Meio Ambiente no Mundo e no Brasil ----------------------------- 14
Capítulo 3 – O Meio Ambiente no Estado do Rio de Janeiro --------------- 17
Capítulo 4 – Questão Ambiental Quanto a Conservação do Ar ------------- 20
Capítulo 5 – Doenças Causadas Pela Poluição que Afeta o Meio Ambiente -- 22
Capítulo 6 – Impactos Ambientais nas Grandes Cidades ---------------------- 25
Capítulo 7 – Preservação da atmosfera ---------------------------------------------- 28
Capítulo 8 – Automóveis e Atmosfera ------------------------------------------------ 35
Capítulo 9 – A Atmosfera dentro de casa ------------------------------------------- 38
Capítulo 10 – Mais sobre o Assunto -------------------------------------------------- 40 Conclusão --------------------------------------------------------------------------------------- 42 Bibliografia --------------------------------------------------------------------------------------- 45
INTRODUÇÃO
Na época em que vivemos, se analisarmos bem a situação do
meio ambiente, vamos perceber a grande necessidade da união de todos
os povos, não se preocupando com a cor, credo, raça e nação, a fim de
resolver a gravidade da poluição.
Nossos rios, lagos, riachos, mares e oceanos estão sendo
invadidos por produtos químicos e orgânicos que saem das indústrias,
lançando seus poluentes nas águas e atmosfera, danificando o nosso meio.
Nossas florestas, atingidas pelas queimadas e desmatamentos
constantes, além de perder espécies de animais, também sofrem outros
sérios problemas ambientais, como o crescente acúmulo do monóxido de
carbono e poluentes.
O homem já está sofrendo principalmente com problemas
respiratórios, olhos avermelhados, lacrimejantes, câncer de pele, de pulmão
e de órgãos que também serão afetados pelos poluentes na atmosfera.
Em vista disto a natureza necessita de atenção e solução por
parte da população mundial, caso contrário, a espécie humana também
entrará na famosa lista de “Animais em Extinção”. O homem faz parte do
meio ambiente em que vive, e dele depende para sobreviver. Sem a água,
o ar, o solo e a energia solar, não haveria vida.
O homem também influi no meio ambiente, e essa influência
aumentou muito depois da “Revolução Industrial”. As novas tecnologias
possibilitaram, progressivamente, melhores condições de vida: nossas casas
são mais confortáveis e seguras; os eletrodomésticos facilitaram as
atividades do lar; os transportes são mais variados e velozes; os meios de
comunicação nos colocam em contato com o mundo inteiro; medicamentos
e medidas preventivas permitem a cura e a eliminação de doenças.
Por outro lado, o progresso acarretou dificuldades. Alguns
minérios como o petróleo, já dão sinais de esgotamento. A expansão das
indústrias e o crescimento das cidades levam ao aumento da poluição do
ar causada pela fumaça de veículos e fábricas principalmente. A água
também é poluída por esgotos residenciais e industriais, e até a própria
erosão. Além disso, também se contamina o solo, afetado por pesticidas e
outros poluentes. Porém, o principal problema do solo consiste na
derrubada de florestas e na destruição da cobertura vegetal, o que favorece
a erosão, o aumento de áreas desérticas e diminui a fertilidade.
Ocorre que, para viver, necessitamos tanto do progresso, como
dos recursos naturais. Precisamos do oxigênio, das plantas, dos animais,
como também precisamos dos produtos da indústria: as máquinas,
equipamentos, alimentos industrializados... Como conciliar essas
necessidades?
Muitos programas ambientais estão sendo colocados em prática
no mundo inteiro. Alguns países já adotaram uma série de medidas
antipoluidoras: filtros para chaminés de fábricas, controle dos poluentes
emitidos por escapamentos de veículos, programas de educação e
conscientização, projetos de reflorestamento em grande escala, reciclagem
de lixo, etc.
Com relação às populações urbanas, ainda são muitos os
problemas a enfrentar: o crescimento não planejado das cidades, a falta de
áreas verdes, grandes aglomerações humanas, o excesso de lixo, a
poluição sonora, visual e a fumaça. O planejamento urbano e a política
ambiental são fundamentais para a melhoria da qualidade de vida.
A capacidade de regeneração da natureza é muito grande, mas
ainda há muito o que se fazer pelo meio ambiente no planeta todo e não
apenas em uma cidade, em um estado ou em um país. Se poucas nações
se mobilizarem os problemas não serão solucionados. É necessária a
cooperação de todos os países do mundo, e que cada um de nós se
conscientize da sua responsabilidade nesse processo.
CAPÍTULO 1 - O IMPACTO DO MEIO AMBIENTE
O caráter teórico e metodológico pode ser feito a partir de uma
combinação de economia política do meio ambiente com a ecologia política
urbana, pois os geógrafos, tanto físicos quanto humanos, nunca falaram
tanto das relações entre sociedade e natureza quanto nos dias atuais, uma
vez que vemos o quanto a natureza tem sofrido com esse progresso
humano. A cada momento o espaço físico vem restringindo o espaço
ambiental, o que resulta em ser humano doente.
O que pude perceber foi que as análises realizadas no campo
dos impactos ambientais falham devido, principalmente a falta de
profundidade teórica, e ao seu reduzido poder explicativo. O processo de
erosivo está associado às causas múltiplas temporal e espacialmente
diversificadas, ainda que interligadas, pois vale ressaltar: o tema
“Preservação e Conservação do Meio Ambiente” é mundial, mas em
contrapartida, os governantes, como uma questão política buscam meios
nas suas decisões em relação a poluição do meio ambiente teria entre si
uma relação de causa efeito rígida no que se refere ao seu crescimento
como uma nação.
Os impactos ambientais na área urbana são demasiadamente
grandes, haja vista, que percebemos a olho nu, através da erosão,
desmatamento, transformações próprias do processo ecológico. Por outro
lado, temos que criar meios para que tais fatores não continuem
acontecendo, para que assim, o homem, ser racional, crie meios para viver
em perfeita harmonia com o meio ambiente em que ele próprio está
integrado.
Há algumas espécies animais que são cosmopolitas, isto é,
que podem ser encontradas em todos os lugares do planeta, outras porém,
são exclusivas de determinadas regiões nitidamente delimitadas. Ao
conjunto de animais que existem numa certa área, o seu meio ecológico
natural, dá-se o nome de fauna.
A fauna brasileira é muito rica qualitativamente, ou seja, em
variedades de animais (em sua grande maioria, própria dos climas
tropicais); ela é, no entanto, relativamente pobre quantitativamente, ou seja,
em número de indivíduos. O Novo Mundo, como um todo, separou-se dos
outros continentes em épocas geológicas remotas; desse fato, resultou que
sua fauna assumiu feições peculiares, entre as quais se destacam: menor
porte e menor ferocidade. Dela estão ausentes, por exemplo, os mais
temíveis felinos, os enormes elefantes, tão comuns na Ásia ou na África.
Mas é inegável que nossas matas possuem grande pujança de vida, e nos
oferece uma variada quantidade de gêneros animais do mais alto interesse.
São de destacar, especialmente, os de aves, que incluem inúmeras
espécies de rara beleza, e algumas de notável qualidade sonora, basta
lembrar das araras, dos beija-flores, dos saíras, dos bicudos, dos curiós e
dos sabiás.
Cada país deve proteger sua fauna por todos os meios
possíveis. Não é apenas um dever, mas uma questão de ética conservar a
vida animal, divulgando conhecimento sobre a fauna brasileira, enfatizando
as condições e circunstâncias que a vem prejudicando, e, ainda,
promovendo e incentivando medidas que visem protege-la.
“A natureza não pode ser tratada como se fosse, antes de
tudo ambiente ameaçador a ser vencido, dominado e modificado para maior
conforto dos seres humanos”.(Brandão, 1997)
Quando há uma explosão populacional de algum inseto ou
planta que destrói uma lavoura, constata-se o desequilíbrio do
agroecossistema.
Muitas formas de controlar esse desequilíbrio tem sido
propostas. A mais conhecida é a utilização maciça de defensivos agrícolas,
conhecidos como agrotóxicos. Mas os agrotóxicos têm se transformado
numa séria ameaça ao meio ambiente, destruindo a fauna e a flora
nativas, poluindo o ar e a água e causando sérios problemas de saúde. O
trabalhador rural que lida com esses produtos tóxicos tem sofrido com os
efeitos deletérios dos agrotóxicos, assim como os alimentos consumidos
pela população contêm resíduos desses produtos químicos.
Uma mudança que acontece quando os praguicidas atingem o
solo e a água, é que contaminam e destroem a vida natural, simplificando
a biodiversidade dos ambientes onde eles foram colocados. Os organismos
menos resistentes aos venenos morrem, mas alguns sobrevivem. A redução
da diversidade em geral é acompanhada pela exploração demográfica de
algumas poucas espécies, em geral resistentes ao praguicida. É que os
organismos mais favorecidos são aqueles que levam menos tempo para se
reproduzirem. Essas mudanças podem alterar totalmente as cadeias
alimentares.
A agricultura biológica com o controle natural de pragas tem
sido uma das alternativas tecnológicas apontada como uma das saídas para
todos os problemas que os agrotóxicos geraram desde o início do seu uso
intensivo. Nesse sistema, procura-se conhecer e utilizar os processos
naturais como mecanismos controladores de pragas. O controle biológico,
no entanto, depende de muita pesquisa sobre o funcionamento de
ecossistemas naturais e agroecossistemas.
CAPÍTULO 2 - A QUESTÃO DA CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DO
MEIO AMBIENTE NO MUNDO E NO BRASIL
“Conforme previsto, o Geo-1 o capítulo dois elabora prioridade
em diferentes regiões com relação à floresta, biodiversidade, água,
ambiente marinho, atmosfera e meio ambiente urbano e industrial”.– UNEP
Essa avaliação global realizada pelo Geo-1 está sendo de
suma importância, uma vez que aborda as regiões apresentando a situação
sócio-econômica de cada região, relata a situação de miséria no “continente
africano, oeste da Ásia, e as partes da América Latina e Ásia-Pacífico”
buscando formas de reduzir a degradação das terras e na utilização mais
eficiente dos recursos. Aborda também um problema global e urgente “onde
aproximadamente 110 países estão ameaçados, principalmente nas regiões
desenvolvidas, isto ocorre devido à industrialização”.
O que percebo é que todas as regiões apresentam problemas
relacionados à água, uma vez que em todo o mundo morrem muitas
pessoas devido a má qualidade de água, e já há uma péssima notícia, é
que se estima que para o futuro haverá uma diminuição no que se refere
a disponibilidade da água no próximo século. E com a baixa no suprimento
de água todos nós iremos sofrer, e é por isso que países industrializados,
onde mais se destrói o meio ambiente. Por outro lado, investe na
qualidade da água, pois têm a conscientização que a boa água está
relacionada uma vida com a qualidade, ou seja, sem doenças.
Precisamos refletir um pouco sobre esse repentino interesse
pela preservação e conservação do meio ambiente brasileiro, afinal, somos
acusados de devastadores justamente pelos campeões mundiais em
agressões ecológicas. Porque querem preservar os ecossistemas brasileiros?
Os países do Primeiro Mundo se deram ao direito de trocar o
seu meio ambiente por desenvolvimento, e isto já basta para desautorizar
a interferência destes no processo em que vivem os países em
desenvolvimento. Com tudo, o que está acontecendo no Brasil é uma
verdadeira demonstração de incompetência administrativa. Estamos perdendo
a oportunidade de provar que se pode harmonizar desenvolvimento
econômico com a preservação ambiental.
“A Amazônia é nossa, e só nós temos o direito de nos valer
dela para comandar nosso desenvolvimento econômico sem destruí-
la”.(Neiman – 1996)
Precisamos usar o meio ambiente como um trunfo que no
futuro garanta nosso desenvolvimento e bem estar enquanto seres
humanos.
Temos que ter uma mudança de mentalidade, pois, cada vez
mais se destrói em nome do crescimento econômico, e é ínfima a
preocupação com a preservação. Para garantir o padrão de vida da
população urbana exige-se o sacrifício do meio ambiente. Os problemas
sociais típicos das grandes cidades parecem ter uma importância
infinitamente maior que a destruição da natureza. Mas, sem ela, é bom
lembrar, não será possível para nossa sobrevivência.
O Brasil é um país de desigualdades sociais. As condições de
vida da maior parte de seus habitantes estão muito aquém do
minimamente digno. Diante de tal situação podemos perguntar: Como um
cidadão que vive na favela vai se preocupar com o fim da Amazônia?
Como convence-lo de que é importante lutar pela preservação e
conservação ambiental? É claro que os problemas de seu dia-a-dia são
para eles muito mais urgentes e dizem respeito a sua sobrevivência
imediata. No entanto, fica esse impasse: como pode ter consciência
ecológica um povo que passa fome?
CAPÍTULO 3 - O MEIO AMBIENTE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
O estado do Rio de Janeiro busca uma preservação, mas
ainda não conseguiu, pois possui “atividade industrial mais intensa, de
densidade demográfica mais elevada, de maiores taxas de densidade de
construção, de encostas mais degradadas, de maior concentração de
favelas e loteamentos irregulares, de pior qualidade do ar, e finalmente
coincidindo com a grande maioria das áreas de risco e sujeitas a
inundação, no município do Rio de Janeiro” (Brandão, 1997).
Sabemos também que tal fator ocorre devido à região de
industrialização do país ocorrendo muita migração, o que acarreta no
aumento de favelas e moradias feitas em encostas, haja vista que em
nosso país ocorre um grande desequilíbrio sócio-político-econömico, e
simultaneamente ocorre a agressão ao meio ambiente. Temos um exemplo
da má utilização do solo e da água, que é a Baía de Guanabara. Hoje,
os governantes lutam pela sua despoluição, para que ela possa voltar a
ser o habitat natural dos peixes.
Os resíduos despejados na lagoa são atacados pelas bactérias
e fungos decompositores, transformando-se em nutrientes que favorecem a
multiplicação das algas microscópicas e dos vegetais. Isso permite, por sua
vez, que as populações de consumidores também cresçam, já que existe
agora mais alimento disponível. Inicialmente, poderíamos ter a impressão de
que o despejo de esgotos favoreceu a vida na lagoa já que as populações
aumentaram de tamanho...
Numa Segunda etapa, as bactérias da decomposição se
multiplicam muito, porque aumenta a quantidade de alimento disponível
(despejo de animeis e plantas). Essas bactérias consomem grande
quantidade de oxigênio. Ao mesmo tempo, a fotossíntese diminui muito, já
que as águas se tornam mais turvas.
A diminuição na concentração de oxigênio na água prejudica
todos os organismos que respiram, como os caramujos, peixes, plantas,
algas e bactérias da decomposição. Como resultado, essas populações
acabam por se extinguir. Sobram apenas algumas espécies de
microorganismos, que conseguem viver em ausência de oxigênio e que
produzem substâncias com um mau cheiro característico de rios, represas
e lagoas poluídos.
O próprio homem, que anteriormente utilizava a lagoa para
obter água, para pescar e para seu próprio lazer, acaba também sendo
profundamente prejudicado.
A variável do clima tem se constituído no atributo de qualidade
ambiental na cidade do Rio de Janeiro, dos mais evidentes e poderosos
em termos de manifestação de derivações em seus parâmetros essenciais
do campo térmico aos impactos pluviais ou a qualidade do ar que se
respira como resultado das profundas mudanças nos padrões de uso do
solo impostas pelas atividades humanas.
A despeito desta concordância, a cidade é precariamente
aparelhada para o monitoramento desses parâmetros ambientais essenciais
à gestão da cidade, fruto de um descaso político em não se investir de
modo sério e eficiente na solução dos problemas ambientais mais graves
da cidade. Essa carência aliada à falta de articulação entre as instituições
de pesquisa e planejamento a gestão nas diferentes esferas municipais,
estadual e federal, é um dos principais fatores de restrição entre o fluxo
de conhecimento e as estratégias alternativas para a ação planejada por
parte de poder público. Todos esses problemas apontados direta e
indiretamente no bojo da questão climática na cidade do Rio de Janeiro,
gerando situações, diferenciadas sazonalmente que afetam decisivamente a
qualidade ambiental na vida do carioca.
CAPÍTULO 4 - QUESTÃO AMBIENTAL QUANTO A CONSERVAÇÃO DO
AR
Os problemas de poluição do ar são multilaterais e difusos.
Todas as maiores cidades do mundo sofrem com problemas de qualidade
do ar na Europa Oriental, a qualidade do ar é considerada o maior
problema ambiental. Chuva ácida e poluição de ar transfronteiriça,
problemas comuns da Europa e partes da América do Norte, estão agora
se tornando aparentes em partes da região asiática do Pacífico, bem como
partes da América Latina. Grandes regiões estão sob o risco, tanto de
alterações climáticas quanto de acidificação. Apesar de ações coordenadas
em todo o mundo, danos à camada de ozônio continuam mais rapidamente
que o esperado, sendo os próximos dez anos previstos como os mais
vulneráveis. Casos de não concordância, e o crescimento do tráfico ilegal
de substâncias depletoras da camada de ozônio são problemas
emergentes. Todos os continentes expressam preocupação com relação ao
aquecimento global, mas a ênfase é colocada pelos países em
desenvolvimento na necessidade de mecanismo de adaptação para com
conseqüente variabilidade climática e variação do nível do mar. A demanda,
rapidamente crescente, por energia para alimentar o desenvolvimento
econômico, agrava estes problemas, na América Latina, com um
crescimento econômico é esperado que num futuro próximo os combustíveis
fósseis, carvão e gás natural continuem a ser fonte primária de energia.
CAPÍTULO 5 - DOENÇAS CAUSADAS PELA POLUIÇÃO QUE AFETA O
MEIO AMBIENTE
Sem dúvida, a doença mais freqüente é a inflamação. Durante
os episódios de poluição, quando a CETESB avisa que o ar está ruim,
muitas pessoas sentem ardência nos olhos, nariz, garganta, traquéia e, por
vezes tossem. A inflamação nada mais é do que uma das formas com
que os tecidos reagem perante irritantes químicos, físicos e microrganismos.
Nestas áreas do corpo haverá maior produção de lágrima ou muco e os
tecidos ficam vermelhos. Trata-se de um incômodo maior ou menor, porém
que depois de algumas horas cessa espontaneamente.
Não há muito que fazer: um colírio para lavar o olho e uma
pastilha para a garganta trazem alívio embora não sejam realmente
necessários. Estas manifestações são as conjuntivites (conjuntiva do olho),
rinites (nariz), faringites, traqueítes, bronquites e alveolítes (alvéolos
pulmonares). Enquanto, agudas e passageiras, as inflamações não são
alterações preocupantes, entretanto, se crônicas transformam-se em doenças
que podem complicar, como veremos a seguir.
Os poluentes que causam inflamação são muitos, os mais
importantes são: óxidos de nitrogênio, dióxidos de enxofre, hidrocarbonetos,
aldeídeos, material particulado e oxidantes fotoquímicos (por exemplo, o
ozônio).
Se os problemas de saúde parassem por aí, seria muito bom.
Entretanto, as sucessivas reações inflamatórias acabam provocando
infecções. Os tecidos aguda, e, sobretudo, cronicamente inflamados perdem
suas capacidades de defesa contra os microrganismos que estão presentes
no próprio organismo e no ar que respiramos. O equilíbrio entre o
organismo e estes agentes é mantido por meio de engenhosos sistemas
de proteção que garantem a saúde, porém, quando minados por
inflamações crônicas, os microrganismos instalam-se nos tecidos, proliferam
e causam uma infecção. Assim, as faringites, rinites e bronquites, por
exemplo, ficam inflamações infectadas. A mais temível das infecções é a
pneumonia, quando as bactérias atacam os pulmões, que é uma doença
grave que necessita de socorro médico. Em crianças e idosos, pneumonias
podem levar a morte.
A poluição atmosférica das cidades causa câncer? Certamente
alguns poluentes são cancerígenos, principalmente os hidrocarbonetos
policíclicos aromáticos. A concentração desta substância ou de qualquer
outro poluente no ar de São Paulo não é suficiente para causar câncer
por si só. Contudo, junto com outros cancerígenos, o cigarro, por exemplo,
aumentam a incidência do câncer pulmonar que, geralmente, não tem cura.
O problema da incidência de neoplasias (câncer) induzidas pela poluição
atmosférica de São Paulo precisa ser vigiado porque, repito, existem vários
poluentes cancerígenos.
É preciso entender a ação do monóxido de carbono (CO), que
muitas vezes é o responsável pela má qualidade do ar. Essencialmente,
trata-se de uma substância que prejudica a oxigenação dos tecidos e, por
isso, é classificado como um asfixiante sistêmico. A substância que carrega
oxigênio aos tecidos é a hemoglobina que está dentro dos glóbulos
vermelhos do sangue (também chamados de hemácias ou eritrócitos). Ao
nível dos capilares pulmonares, a hemoglobina recebe oxigênio do ar que
está nos alvéolos e, depois, continua pelos vasos sanguíneos para levar
este elemento vital à todos os tecidos. Lá ele troca o oxigênio pelo dióxido
de carbono que transporta até os pulmões para libera-lo no ar alveolar e
carregar-se, novamente, com oxigênio.
O perigo do CO reside no fato de que impede a oxigenação
dos tecidos, que é um fenômeno biológico complexos e suas manifestações
clínicas são complicadas. Todos os órgãos necessitam de oxigênio,
principalmente o sistema nervoso central. Portanto, casos graves por
intoxicação de CO, que jamais ocorrem em ar livre, mas apenas em
ambientes fechados (garagens, túneis longos e mal ventilados), provocam
confusão mental, inconsciência, parada das funções cerebrais e morte. No
caso das poluições atmosféricas de São Paulo, a inalação crônica de CO
não é perceptível. No entanto, sabe-se que pode agravar arterioscleroses,
principalmente do coração, sobretudo em fumantes.
É importante saber que nas intoxicações agudas ou crônicas,
se a vítima não mais respirar CO, após vários dias restabelece-se o ciclo
normal da oxigenação celular. A absoluta maioria dos pacientes tem
recuperação completa e sem seqüelas, se definitivamente afastados pela
poluição por CO.
CAPÍTULO 6 - IMPACTOS AMBIENTAIS NAS GRANDES CIDADES
Abordagens equivocadas, isto é, não embasadas em
pressupostos teórico-metodológicos claramente definidos, podem induzir a
soluções mitigadoras de impactos ambientais erradas ou inadequadas. Uma
das preocupações da economia política ou ecologia política do meio
ambiente tem sido como as decisões políticas e econômico financeiras são
tomadas de maneira a não enfrentar de modo duradouro os problemas de
susceptibilidade do solo à erosão e a inviabilizar programas de conservação
do solo, para citar alguns exemplos. As questões ambientais não são
somente técnicas. Similarmente não é técnica a decisão de priorizar a
alocação de recursos escassos. Forças sociais e políticas em jogo
contribuem para o atendimento a interesses dominantes numa estrutura de
classe. Abordagens, propostas de soluções e programas de ação para os
problemas ambientais não raramente expressam “um modelo de sociedade,
de distribuição de poder na sociedade e dos valores prioritários da
sociedade” (Hogan, 1981).
As satisfações provocadas pelas desigualdades na distribuição
dos recursos e a permanência dos problemas ambientais nunca resolvidos
levaram à reivindicação por gestões mais democráticas do espaço e dos
recursos, ou seja, uma redistribuição do poder de decidir. O conceito de
gestão guarda similaridades com as diversas formas de cooperação e,
conseqüentemente, com o conceito de autogestão. No processo de gestão,
decisões e ações são estabelecidas a partir de negociações (interações)
entre as partes.
Crescem assim, no âmbito inicial da cidade, mas com
tendência de expandir-se às áreas rurais, as demandas por participação
nas decisões e ações por parte dos atores sociais, novos e antagônicos:
governos (órgãos federais, estaduais e municipais) e empresas imobiliárias,
de um lado, e os movimentos sociais, as organizações não-governamentais,
de outro. Não obstante a gestão efetivamente reflita o tecido social
(socialmente desigual e marcado por contradições de todos os tipos),
idealmente, a gestão dos problemas ambientais urbanos implica uma
construção social em que o Estado-Governo compartilhe com a sociedade
civil as responsabilidades das decisões e das execuções.
As políticas públicas, entre as quais a erradicação da pobreza
ou a proteção do ambiente, por exemplo, são consideradas como resultado
de uma luta entre os interesses de classes, negociados pelo e com o
Estado. A maior eqüidade na alocação de recursos e de investimentos
depende, quase sempre, da ampliação da representatividade dos grupos
sociais.
Podem ser conhecidos os impactos ambientais sem que sejam
conhecidos os processos que os geraram? Não é senão como construção
em movimento que se pode conceber impacto ambiental que transforma, no
seu próprio movimento, os constituintes que o formam? As deficiências
verificadas no estudo de impacto ambiental estão, sem dúvida, associadas
aos conceitos e teorias que visam à sua compreensão como processos.
Busca-se uma teoria unificadora em que natureza e sociedade apresentam-
se inseparáveis. Coerentemente com tal visão teórica, o caráter ambiental
de impacto deve ser compreendido no seu sentido mais amplo, que reúne
ao mesmo tempo e de forma inseparável o físico, biológico, químico,
social, político e cultural.
Partir do reconhecimento da multidimensionalidade dos
processos de impacto ambiental implica a aceitação da interdisciplinaridade
como prática de pesquisa. Na análise de impactos ambientais ainda não se
quebrou com a abordagem mecanicista, reducionista e determinística. A
multidimensionalidade, bem como a complexidade, diversidade e
multiplicidade, parecem ser esquecidas em face da passividade teórica e
empírica de muitos pesquisadores da questão ambiental. A explicação de
impactos ambientais, portanto, não se limita a um número reduzido de
variáveis, de idéias, informações ou teorias. Devem ser concebidos no
impacto ambiental vários modos ou níveis, aos quais corresponde cada um
dos ângulos da análise efetuada.
CAPÍTULO 7 - PRESERVAÇÃO DA ATMOSFERA
O que cientistas, meteorologistas, pilotos e outros especialistas
chamam de “atmosfera” a maioria das pessoas conhece como “ar”. Mas
essas duas palavras não descrevem com precisão o que o ar é e o que
faz. Mesmo a descrição científica explica apenas parcialmente o que a
atmosfera significa para nós.
A atmosfera tem um papel importante no nosso cotidiano.
Percebemos o brilho do Sol, a chuva, o vento, a neve, mas raramente
paramos para pensar sobre as condições atmosféricas que causam esses
fenômenos.
Romancistas e poetas usam condições da atmosfera para
descrever o clima de sua criação artística: “o ar parado da noite”, “a fúria
da tempestade” ou “o pôr-do-sol encantador”. Também os produtores de
cinema usam tempestades, ventos, trovões e relâmpagos para conferir
maior dramaticidade a uma cena particularmente tensa ou assustadora. Os
pintores e fotógrafos de paisagens retratam céus dramáticos para criar um
clima em seus quadros ou fotos. Nós até usamos a palavra atmosfera
para descrever os sentimentos que temos sobre algum lugar. Quando os
alunos gostam de uma escola, por exemplo, dizem que ela tem um “clima”
agradável.
O ar é mais do que uma simples mistura de gases, água e
sujeira. Ele nos fornece o oxigênio necessário à sobrevivência, apesar de
normalmente não nos darmos conta de estarmos respirando. Se temos uma
dor de cabeça ou precisamos pensar sobre um problema, um passeio
para tomar um pouco de ar fresco pode nos ajudar a sentir melhor.
É claro que a atmosfera não alimenta apenas a nós, humanos;
ela também dá vida a todas as plantas e animais que habitam a Terra.
Por isso é muito preciosa e devemos aprender a lhe dar o devido valor.
Nesta monografia teremos uma visão geral do que é a
atmosfera e de como ela alimenta a vida na Terra. Saberemos porque
nossas atividades estão mudando-a e conheceremos os perigos e
conseqüências dessa transformação. Examinaremos também o que está
sendo realizado e o que ainda precisa ser feito para garantir as boas
condições da atmosfera no presente e no futuro.
A atmosfera é composta por uma mistura de gases, vapor
d`água, pó e sujeira. Envolve e protege a Terra dos meteoritos e radiações
prejudiciais à saúde e sustenta a vida. Sem ela, a Terra seria tão árida
quanto a Lua - não haveria oceanos, rios, lagos, plantas ou animais...
“Vivemos na camada inferior da atmosfera, onde os principais
gases são o nitrogênio (quase 79%), o oxigênio (aproximadamente 21%) e
pequenas porções de outros gases, entre os quais dióxido de carbono,
argônio, neônio, ozônio e criptônio, que, juntos, representam menos de 1%
do total. Atualmente, nesse 1% existe grande número de gases produzidos
pelo homem - alguns deles muito venenosos.” BRANDÃO, A..M.P.M. (1987).
Tendências e oscilações climáticas na área metropolitana do Rio de Janeiro.
São Paulo, 319p.p.
O volume de cada gás é muito importante. Se a quantidade
de oxigênio cair muito, os animais não poderão mais respirar. Se, porém,
essa quantidade subir demais, todo o planeta poderá pegar fogo. Até as
pequenas porções de gases são significativas, pois cada um deles possui
um importante papel na preservação da vida na Terra.
A atmosfera absorve a energia do Sol e a da superfície
terrestre. Onde é mais quente o ar sobe, dando lugar ao ar frio e criando
ventos. O ar absorve a umidade do mar, dos rios, dos lagos, das plantas
e do solo. Essa umidade transforma-se em vapor d`água e pode percorrer
quilômetros, carregada pelos ventos, antes de retornar à Terra como chuva
ou neve. Esses movimentos são tão regulares que é possível fazer a
divisão do mundo em zonas climáticas.
Os componentes da atmosfera permaneceram equilibrados por
milhões de anos, mas a poluição causada pelo homem está destruindo
esse equilíbrio e criando muitos problemas. A atmosfera está ficando muito
quente, a camada protetora de ozônio está sendo destruída, a chuva ácida
prejudica lagos e florestas, e produtos químicos envenenam pessoas,
plantas e animais.
Preservar a atmosfera tornou-se uma grande preocupação, não
apenas para os ecologistas, mas também para políticos, industriais,
fazendeiros, enfim, para toda a comunidade mundial.
Há 30 anos, poucos podiam imaginar que a poluição se
transformaria num problema capaz de afetar todo o planeta, prejudicado os
ecossistemas e o próprio clima da Terra. Uma das maiores causas da
poluição é a queima de combustíveis fósseis como petróleo, carvão e gás
natural. Esses combustíveis são usados para gerar eletricidade, aço,
produtos metalúrgicos e químicos, aquecer casas, escritórios e fábricas,
além de, movimentar veículos. Quando os combustíveis são queimados,
seus resíduos são liberados pelas chaminés, exaustores ou escapamentos
de veículos, poluindo o ar.
“A temperatura da Terra chegou atualmente ao nível mais alto
já registrado. Desde 1900 a temperatura média subiu 0,5ºC e uma
elevação de mais de 1,5ºC será inevitável nos próximos 50 anos, o que
pode não parecer muito, mas desde a idade do gelo, há 10 mil anos, a
temperatura da Terra havia subido apenas 4ºC.” (John Baines. Ed. Scipione –
1997)
Ninguém pode prever os efeitos de uma elevação tão rápida
da temperatura. Cientistas do mundo inteiro estão se questionando e as
previsões são alarmantes.
O nível do mar alterou-se várias vezes no passado. Era muito
mais baixo durante as eras glaciais, quando a água permanecia em estado
sólido nas diversas geleiras e nos pólos. Hoje as temperaturas mais
elevadas derretem o gelo, aumentando o nível do mar.
“ O crescimento foi de 10 a 15 cm desde 1900, e na metade
do próximo século pode aumentar mais 1m, o que seria suficiente para
causar enchentes regulares nas regiões costeiras ou em cidades localizadas
ao nível do mar, como Nova Iorque ou Londres. Também poderia alagar
regiões agrícolas que ficam em terras baixas. Em Bangladesh, onde o Rio
Ganges encontra o mar, 15 milhões de pessoas poderiam ficar
desabrigadas.” BARRING, L.; MATTSON, J.O. & LINDQVST, S. (1985). Canyon
Geometry, Street Temperatures and Urban Heat Bland in Malmo, Sweden.
Journal of Climatology, v.5, p.p. 433-44.
Nos países ricos do Ocidente, podem-se criar meios de evitar
as conseqüências da elevação do nível do mar, mas nos países pobres
haverá muito sofrimento com as enchentes freqüentes.
O aquecimento da Terra pode causar a elevação do nível do
mar, situações meteorológicas excepcionais e mudanças das zonas
climáticas. Previsões não são sempre confiáveis, mas é consenso mundial
que a Terra está se aquecendo, o que afetará seu clima. Este já é, por si
só, um problema. O desenvolvimento de obras que envolvem o uso mais
intenso de água, como a construção de usinas hidrelétricas e de sistemas
de irrigação, depende de previsões meteorológicas precisas, baseadas em
estatísticas sobre o clima do passado. Entretanto, uma conferência
internacional na Áustria, em 1985, concluiu que essas informações sobre o
clima não são confiáveis. O que os planejadores devem, então, usar como
referência para os ajudar na previsão das condições climáticas, ao
projetarem novas obras?
Existem gases na atmosfera que são conhecidos como gases-
estufa. O calor solar pode atravessar as zonas de concentração desses
gases, mas sua saída é mais lenta. Sem eles, a Terra seria 40ºC mais
fria, o que impediria a possibilidade de vida no planeta. Se a quantidade
desses gases fosse maior na atmosfera, então o calor solar não escaparia
em quantidade suficiente, o que tornaria o mundo quente demais para ser
habitado.
Trinta gases-estufa são conhecidos, mas só um deles – o
dióxido de carbono – é responsável por quarenta por cento do aquecimento
da Terra. Esse gás se forma durante a queima de combustíveis fósseis,
cuja quantidade encontrada na atmosfera é pequena, mas cresce muito
rápido e perigoso.
“Em 1850 havia 265 litros de carbono para cada milhão de
litros de ar (comumente expresso como 265 partes por milhão ou ppm). Em
1958 essa quantidade tinha subido para 315 partes por milhão.” AMORIM,
M.D. (de 1998). Análise da Pluviosidade na cidade do Rio de Janeiro, no
período de 1986 a 1996. Departamento de Geografia, CCMN / IGEO.
U.F.R.J. Monografia. Rio de Janeiro. p.p.66
À medida que aumenta essa participação do carbono na
atmosfera, o efeito estufa se agrava. Quando a temperatura aumenta,
cresce também a quantidade de vapor d`água no ar, o qual impede, mais
do que o dióxido de carbono, o escape do calor da Terra para o espaço.
As conseqüências não são imediatamente sentidas porque demora muito
tempo até que as terras, oceanos e atmosfera esquentem. Mas a maioria
dos cientistas acredita que nos próximos 50 anos será inevitável um
aumento de 1,5ºC na temperatura média terrestre.
Outro gás que preocupa as autoridades por provocar o efeito
estufa é o metano. Sua quantidade na atmosfera está aumentando à taxa
de 1 a 2% ao ano. Ele provém principalmente de vegetais em
decomposição, pântanos e terrenos alagados, além da extração e refino de
combustíveis. Também o gado libera este gás quando está ruminando.
Além disso, o metano diminui a capacidade de a atmosfera se livrar de
outros poluentes, como o dióxido de enxofre, um dos principais causadores
da chuva ácida.
CAPÍTULO 8 - AUTOMÓVEIS E ATMOSFERA
Existem na Terra aproximadamente 550 milhões de automóveis,
número suficiente para formar uma fila que daria 40 vezes a volta ao
mundo. De todos os meios de transporte, carros e caminhões são os que
mais emitem poluentes.
Motores a gasolina expelem vários gases tóxicos. A inalação
do monóxido de carbono impede a oxigenação do cérebro e pode provocar
tonturas e dores de cabeça. Hidrocarbonetos (combustíveis não-queimados)
e o óxido de nitrogênio reagem com a luz do Sol para formar o ozônio,
que se acumula junto ao solo, no smog produzido pelos escapamentos e
que está se espalhando pelos Estados Unidos e Europa. Pode irritar os
olhos e os pulmões, estragar colheitas e corroer materiais.
Nos Estados Unidos calcula-se que se eleva a três mil o
número de pessoas que morrem a cada ano vitimadas pela poluição do ar.
Em muitos países ainda há chumbo na gasolina, que é
expelido para a atmosfera e que, além de ser venenoso, causa danos ao
cérebro e problemas comportamentais em crianças pequenas.
Grande parte dos ônibus e caminhões funcionam com motor a
diesel, que passaram a equipar também motores de veículos de passeio.
Esses tipos de motores consomem menos combustível, mas, se não
estiverem bem regulados, podem soltar uma fumaça preta e fuligem em
grande quantidade. Suspeita-se que essa poluição cause câncer.
A fumaça que sai dos escapamentos dos automóveis é
especialmente prejudicial nas grandes cidades, onde os sistemas viários
funcionam entre muitos edifícios, dificultando a circulação od ar e a
dispersão dos poluentes. Não é muito agradável respirar ao longo das ruas
e avenidas; nas mais movimentadas, o ar faz mal à saúde.
Os efeitos da poluição estão se expandindo para além das
cidades e rodovias. Na Suíça, por exemplo, a fumaça do trânsito está
destruindo florestas que protegiam vilas e estações de esqui das
avalanches.
Os automóveis não combinam com o meio ambiente. Toda a
poluição que causam é desnecessária.
Existe apenas uma solução real para a poluição causada por
combustíveis fósseis limpar a atmosfera. Podemos filtrar a poluição do ar
que respiramos dentro de edifícios, mas do lado de fora não existe outro
jeito a não ser evitar que a poluição chegue ao ar. Já existe tecnologia
especial para isso, mas é um processo caro, e alguns acreditam que os
gastos são maiores que os benefícios.
A vida no mundo industrializado depende do uso de muita
energia, sendo a maior parte dela extraída dos combustíveis fósseis.
Estamos aprendendo a usar o combustível de maneira mais
eficiente, mas ainda o desperdiçamos muito. O calor escapa de prédios
que têm sistema de calefação ineficientes; usinas termelétricas jogam água
quente nos rios ao invés de reaproveitá-las; caminhões retornam vazios
depois de fazer entregas e muitos não querem deixar o carro na garagem
para utilizar o transporte coletivo.
Estimativas mostram que 50% de combustível poderia ser
economizado, sem mudar o modo de vida atual, se fossem adotadas
medidas eficientes destinadas a evitar a continuidade do desperdício de
energia como tem ocorrido.
CAPÍTULO 9 - A ATMOSFERA DENTRO DE CASA
A poluição não se restringe ao ar que respiramos na rua.
Também dentro de nossas casas a atmosfera pode estar poluída. Existem
muitas causas para essa poluição
Se não fizermos uma boa manutenção dos sistemas de
aquecimento central, caldeiras industriais, aquecedores de água e fogões a
gás, lenha ou óleo, o combustível será usado de forma ineficiente e
causará mais poluição. Esses aparelhos domésticos podem também liberar
gases perigosos como o monóxido de carbono.
Em nossas tentativas de conservar o calor durante o inverno,
em regiões onde costuma ser mais rigoroso, devemos deixar as janelas
fechadas e tapar as frestas para evitar correntes de vento. Mas se cômodo
não tiver a necessária ventilação, o ar poderá ficar viciado. Se alguém
estiver fumando, por exemplo, o ar se tornará muito poluído. Além disso, o
fumo está se tornando um hábito muito contestado. Pesquisas médicas
provaram que o cigarro prejudica não só a quem fuma, como também os
não fumantes, que inalam a fumaça dos cigarros acesos.
Os armários de nossas cozinhas, banheiros, quartos e garagens
estão cheios de produtos químicos que usamos sem pensar duas vezes:
alvejantes, detergentes, colas, lustra-móveis e desodorantes. Muitos desses
produtos poluem a atmosfera toda vez que são usados. O simples fato de
CAPÍTULO 10 - MAIS SOBRE O ASSUNTO
Em pesquisas aprendi que a atmosfera protege a Terra dos
meteoritos e da radiação prejudicial à saúde; que a atmosfera regula a
temperatura e fornece o oxigênio e o dióxido de carbono necessários à
vida animal e vegetal. Sabemos que a atmosfera cria padrões climáticos
dos quais os agricultores dependem para definir o momento certo de
preparar a terra e fazer o plantio. Se dependesse apenas da natureza, a
atmosfera continuaria a oferecer todos esses importantes serviços.
Percebi também que o homem usa a atmosfera como um
grande depósito de lixo, para se desfazer dos gases tóxicos produzidos
para sustentar nosso modo de vida. Esses gases são muito perigosos, pois
estão mudando a atmosfera e alterando o frágil equilíbrio que mantém a
vida no mundo há milhões de anos.
Algumas dessas informações citadas nesta monografia são
fatos incontestáveis. Está provado que o volume de dióxido de carbono na
atmosfera está aumentando e que existe um buraco na camada de ozônio.
Tais mudanças têm sido acompanhadas e registradas por equipamentos
científicos. Outras informações não são tão seguras.
Pude aprender também, que não devemos subestimar o meio
ambiente. Todas as nossas atividades provocam alterações, algumas para
melhor, outras para pior. Freqüentemente nos esquecemos que somos parte
da natureza e dependemos dela para tudo. Mas há limites para o que a
natureza pode nos dar – e se forçarmos esses limites, prejudicaremos o
ambiente.
Agora, depende só de nós decidir o que fazer; se estamos
felizes com o mundo do jeito que está ou se queremos mudar alguma
coisa. Espero que esta monografia nos estimule a pensar a respeito dessa
importante questão ambiental e nos ajude a decidir sobre qual atitude
devemos tomar para ter um meio ambiente mais saudável e “vivo”.
CONCLUSAO
O resultado da investigação sobre a Preservação e
Conservação do Meio Ambiente urbano levados a questão mundial,
destacados a partir do deferimento de perícia ambiental, possibilita uma
visão panorâmica dos problemas ambientais que mais incomodam a
população a ponto de serem levados à Justiça para que o direito à
qualidade ambiental do mundo seja preservado.
O palco dessas discussões e seu objeto de tutela para
preservação, mais precisamente seu patrimônio ambiental, constituído tanto
pelos ecossistemas naturais remanescentes na área urbana quanto pelos
bens culturais (bens de valor histórico, artístico, turístico e paisagístico) e
também pela saúde e bem estar de sua população. O direito difuso que
as ações intentam proteger é basicamente o direito à qualidade ambiental
urbana.
Atividades diversas (clubes, lojas comerciais, garagem de
ônibus, templos religiosos, centro cultural e ginásio de esportes),
empreendimentos imobiliários, exploração mineral, obras públicas,
esgotamento sanitário, ocupação irregular do solo urbano,
Atividades das quais decorreram as ameaças e/ou danos ambientais, objeto
das Ações Civis Públicas Ambientais estudadas.
Os danos ambientais e/ou ameaças englobaram a poluição
sonora, lesão ao ecossistema natural (danos à fauna e flora, poluição
hídrica e poluição atmosférica), lesão ao patrimônio cultural (de valor
histórico, paisagístico e urbanístico) e riscos à saúde e bem-estar da
população.
Quanto à hierarquia, em termos quantitativos, dos problemas
ambientais existentes, o fato de a poluição sonora decorrente de atividades
diversas destacar-se como o evento de maior ocorrência dentre as ações
estudadas só vem confirmar a gravidade deste problema nos países em
desenvolvimento, tendo em vista que também na esfera administrativa
mundial as denúncias contra o excesso de poluição sobrepõe aos demais
conflitos ambientais do mundo.
Um aspecto que se presume determinante nesta liderança é o
fato de que o excesso de poluição provoca um incômodo direto e suscita
uma reação imediata de quem sofre o desconforto de seus efeitos, pois a
queda na qualidade ambiental é sentida no próprio corpo e nas íntimas
relações sociais.
Também em relação à segunda maior ocorrência, danos
decorrentes de empreendimentos imobiliários, este aspecto é bastante
visível, pois os proprietários de imóveis, próximos aos empreendimentos,
sentem-se diretamente ameaçados, seja em sua privacidade e conforto,
seja em seu desejo de conservar a paisagem natural local.
Evidencia-se aqui uma reação da sociedade frente aos
problemas ambientais, em que a iniciativa de combate a qualquer abuso é
freqüentemente tomada por aqueles diretamente afetados pelos efeitos
perturbadores das atividades. Daí a importância da efetividade do direito de
representação, de denúncia, de petição, de ação ou de defesa, por parte
de qualquer pessoa física ou jurídica interessada, no sentido de provocar o
controle administrativo e/ou no fator de preservação evitando atividades
efetiva ou potencialmente poluidoras; da falta ou irregular licenciamento
ambiental; e de tantas outras atividades ou condutas prejudiciais ao
patrimônio ambiental.
Quanto aos demais problemas ambientais identificados,
independentemente da hierarquia quantitativa, devem ser considerados
graves, pois representam, os problemas ambientais que mais incomodam a
população mundial à ponto de serem levados a debates. Portanto,
merecem ser atacados com os instrumentos legais disponíveis a defesa do
meio ambiente e da qualidade de vida urbana do mundo seja no sentido
da prevenção dos danos ou de sua reparação, bem como da
repressão/punição dos responsáveis pelos mesmos.
BIBLIOGRAFIA
ACSELRAD, H. (1999). Discurso da sustentabilidade Urbana.In: R. B. Estudos Urbanos e Regionais, Nº 1, maio, pp. 79-90
BOURDIEU, P (1998). O Poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. BRANDÃO, A.M.P.M. (1987). Tendências e Oscilações Climáticas na Área Metropolitana do Rio de Janeiro. São Paulo, 319pp. BRUNDTLAND, G.(1987). Nosso futuro comum. São Paulo: Ed.
Fundação Getúlio Vargas. BRÜSEKE, F. (1996). A lógica da decadência. Belém: Ed. CEJUP COELHO, M.C.N. (1991). Socioeconomic Impacts of the Carajás
Railroads in Maranhão, Brazil. Syracuse University (Tese de Doutoramento).
COELHO, M.C.N. (1994). Desenvolvemento Sustentável, Economia Política do Meio Ambiente e Problemática Ecológica. In: D’INCAO, M.A.. & SILVEIRA, I.M. (orgs.): A Amazônia e a Crise da Modernização. Belém. Museu Paraense Emílio Goeldi, pp. 381-7.
COELHO, M.C.N. (1999). Política e Gestão Ambiental Integrada dos Recursos Minerais na Amazônia e no Pará. Belém:mimeo. (Relatório apresentado à Fundação FORD).
CORRÊA, R.L. (1997). Meio ambiente e a Metrópole. In: CORRÊA, R.L. Trajetória Geográfica. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,pp. 69
DOS SANTOS, J.V.T. (1995). As aventuras Sociológicas na Contemporaneidade.