Post on 14-Dec-2018
UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO - UNIAN Mestrado Profissional em
Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS E SUAS IMPLICAÇÕES
EM IDOSOS COM VESTIBULOPATIAS
SÃO PAULO 2014
FABIANE MARIA COSTA PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM
REABILITAÇÃO DO EQUILÍBRIO CORPORAL E INCLUSÃO SOCIAL
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS E SUAS IMPLICAÇÕES EM IDOSOS COM VESTIBULOPATIAS
SÃO PAULO
2014
Trabalho de conclusão final apresentado à Banca Examinadora na Universidade Anhanguera de São Paulo - UNIAN, como exigência para obtenção do título de Mestre em Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social.
Orientadora: Profa. Dra. Célia Aparecida Paulino
Coorientadora: Profa. Dra. Flávia Doná
Permitida, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial
desta dissertação, desde que citada a fonte.
C872i
Costa, Fabiane Maria
Interações medicamentosas e suas implicações em idosos com vestibulopatias. / Fabiane Maria Costa. - São Paulo, 2014.
119 f ; 30 cm Dissertação (Mestrado em Reabilitação do Equilíbrio Corporal e
Inclusão Social, Área de concentração: Interdisciplinar) - Diretoria de Pós-Graduação, Universidade Anhanguera de São Paulo, 2014.
Orientadora: Profa. Dra. Célia Aparecida Paulino
Coorientadora: Profa. Dra. Flávia Doná
1. Doenças vestibulares. 2. Interações de medicamentos. 3.
Farmacologia. 4. Saúde do idoso. I. Título. II. Universidade Anhanguera de São Paulo.
CDD 615.1
“Embora ningué m possa voltar atra s é fazér um novo coméço,
qualquér um podé coméçar agora é fazér um novo fim”.
Francisco Cândido Xavier
DEDICATÓRIA
À Deus, pela proteção e inspiração constante em mais essa etapa da minha vida.
Aos meus pais, Edina Dias Amaral Costa e Ernesto Augusto Costa, pelo esforço e
dedicação que dispenderam para minha formação profissional e, principalmente,
ética e moral. Obrigada pelo carinho, pelos ensinamentos e pelos exemplos que
diuturnamente me oferecem. Vocês são os melhores pais do mundo!
Aos meus avós, Antônio dos Santos Costa e Maria de Jesus Barros Costa, fonte
inesgotável de amor que me incentiva a persistir no caminho do bem e do amor ao
próximo. Obrigada por serem tão presentes em minha vida!
Às minhas tias, Élida Amaral e Elisabete de Jesus Costa Batista, por
silenciosamente torcerem por mim e me apoiarem em todos os momentos difíceis.
Mais que tias, são minhas queridas companheiras na jornada da evolução da vida. À
vocês, meu eterno obrigada!
Ao meu marido, Rômulo Caires dos Santos, não só por entender minha ausência,
mas por me ouvir e confortar nos momentos de desespero, honrando com sua
promessa de amor eterno. Por mais essa vitória, que é nossa, meu agradecimento
por ser essa pessoa maravilhosa que és. Eu te amo!
AGRADECIMENTOS
À minha orientadora, Profa. Dra Célia Aparecida Paulino, por ter acreditado no meu
potencial. Agradeço imensamente toda dedicação que teve na elaboração deste
trabalho e por sua participação ativa em cada página desta dissertação. Obrigada
pelos ensinamentos, correções e orientações. Saiba que o aprendizado que me
proporcionou, além do constante incentivo à pesquisa científica, foi - e continuará
sendo - a mola propulsora para meu aprimoramento profissional.
À minha coorientadora, Profa. Dra. Flávia Doná, pela contribuição neste trabalho
com seu conhecimento e esclarecimentos que enriqueceram esta dissertação.
Ao Prof. Dr. Antônio Carlos Frias, pela paciência em ensinar “estatística para não
estatístico” e por contribuir ativamente com as análises estatísticas.
À secretária do Laboratório de Pesquisa, Juliana de Souza, pelo carinho e presteza
com que sempre me tratou, auxiliando-me no Laboratório de Pesquisa do Mestrado.
Aos professores deste Programa de Mestrado, Dra. Cristiane Akemi Kasse, Dr.
Ricardo Schaffeln Dorigueto, Dra. Fátima Cristina Alves Branco-Barreiro, Dra. Érica
de Toledo Piza Peluso, Dra. Juliana Maria Gazzola, Dra. Maria Rita Aprile e demais
professoras já citadas anteriormente, pelos ensinamentos e experiências que me
proporcionaram tanto em sala de aula quanto na prática clínica, contribuindo para
meu crescimento profissional em uma equipe multidisciplinar.
À Universidade Anhanguera de São Paulo (UNIAN – SP) pela bolsa concedida para
a realização deste curso de Mestrado.
À minha colega Tiemi Tateyama pelo companheirismo e amizade, pelas conversas,
risadas e aprendizados.
RESUMO
COSTA, F. M. Interações medicamentosas e suas implicações em idosos com vestibulopatias. 2014. 119f. Dissertação (Programa de Mestrado em Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social) - Universidade Anhanguera de São Paulo (UNIAN), São Paulo, 2014.
O processo de envelhecimento produz doenças e comorbidades que levam ao uso
mais intenso de medicamentos, cujos fármacos podem interagir entre si e provocar
efeitos que repercutem na saúde dos idosos. Com o objetivo de avaliar as
implicações das interações medicamentosas sobre o quadro clínico de idosos com
vestibulopatia, foi realizado um estudo observacional retrospectivo no Laboratório de
Pesquisa do Programa de Mestrado em Reabilitação do Equilíbrio Corporal e
Inclusão Social, da Universidade Anhanguera de São Paulo. A amostra foi composta
por 131 prontuários de idosos atendidos nos anos de 2011 e 2012, com diagnóstico
médico de vestibulopatia. Foram coletados dados sociodemográficos, clínicos e
farmacológicos dos idosos e realizada a identificação dos fármacos e a sua
classificação de acordo com o Anatomical Therapeutic Chemical Index (ATC Index).
As análises e quantificação dos efeitos das interações medicamentosas foram
realizadas por meio do software The Medical Letter Drug Interactions Program for
Windows (The Medical Letter®). A análise estatística foi realizada utilizando-se o
pacote estatístico Stata® versão 12. Os resultados mostraram 86,3% de mulheres e
71,8% com ensino fundamental. Do total de idosos, 45,0% faziam uso concomitante
de 2 a 3 fármacos. As classes terapêuticas mais utilizadas foram aquelas para
tratamento de alterações do sistema cardiovascular (81,7%), sistema nervoso
(54,9%) e aparelho digestivo e metabolismo (45,0%). Do total de idosos, 71 (54,0%)
fizeram algum tipo de interação medicamentosa, que levaram a efeitos, cujas
principais consequências foram: hipertensão, hipotensão, arritmia cardíaca,
insuficiência renal, insuficiência cardíaca, redução dos efeitos farmacológicos,
hiperglicemia e hipoglicemia. Houve associação significante entre quantidade de
fármacos (6 ou mais) e as variáveis: interação medicamentosa (p≤0,001), ocorrência
de queda (p=0,025) e as seguintes possíveis consequências das interações
medicamentosas: hipertensão (p=0,016), hipotensão (p=0,023), insuficiência renal
(p=0,032) e hiperglicemia (p≤0,001). Também houve associação significante entre a
queixa de tontura e as seguintes consequências das interações medicamentosas:
hipertensão (p=0,032), insuficiência cardíaca (p=0,009) e redução dos efeitos
farmacológicos (p=0,009). Ainda, houve associação significante entre a queixa de
desequilíbrio e a consequência arritmia cardíaca (p=0,050) e entre a queixa de
zumbido e a consequência insuficiência cardíaca (p=0,046). Os resultados
mostraram que a polifarmacoterapia leva a interações que podem gerar
consequências para o equilíbrio corporal dos idosos com vestibulopatias. Assim
sendo, é recomendável maior racionalidade nas prescrições medicamentosas e
maior cuidado no uso de medicamentos, evitando-se complicações para a saúde e
prejuízo no tratamento das vestibulopatias desses idosos.
Palavras-chave: Doenças vestibulares. Interações de medicamentos. Farmacologia.
Saúde do idoso.
ABSTRACT
COSTA, F. M. Drug interactions and its implications in the elderly with vestibular disorders. 2014. 119f. Dissertation (Master´s in Body Balance Rehabilitation and Social Inclusion) - Universidade Anhanguera de São Paulo (UNIAN), São Paulo, 2014.
Aging increases the prevalence of diseases and comorbities that leads to a large
consumption of medication, which drugs can interact and cause effects that worsen
the health condition of elderly. The goal of this study was to assess the implications
of drug interactions in the clinical history of old-aged people with vestibular disorders.
This is a retrospective observational study in the Research Laboratory of the
Master´s in Body Balance Rehabilitation and Social Inclusion in the Anhanguera
University of São Paulo. The sample consisted of 131 medical records of elderly
assisted in the years 2011 and 2012 with diagnosis of vestibular disease.
Sociodemographic, clinical and pharmacological data were collected. The
identification of drugs and their classification according to the Anatomical Therapeutic
Chemical Index (ATC Index) was performed. The analysis and quantification of the
effects of drug interactions were performed using the software The Medical Letter
Drug Interactions Program for Windows (The Medical Letter®). Statistical analysis
was performed using the statistical package Stata® version 12. The results showed
86.3% women and 71.8% with basic education. Of the total, 45.0% took 2-3 drugs.
The most frequent therapeutic classes indicated by ATC Index was for treatment of
disorders of the cardiovascular system (81.7%), nervous system (54.9%) and
digestive system and metabolism (45.0%). Of the 131 elderly studied, 71 of them
(54.0%) had some type of drug interaction and its effects led to these main
consequences: hypertension, hypotension, cardiac arrhythmia, renal failure, heart
failure, reduced pharmacological effects, hyperglycemia and hypoglycemia. There
was a statistically significant association between the amount of drugs (6 or more)
and the variables occurrence of falls (p=0.025), drug interaction (p≤0.001) and the
following possible consequences of drug interactions: hypertension (p=0.016),
hypotension (p=0.023), renal failure (p=0.032) and hyperglycemia (p≤0.001). There
was also a statistically significant association between dizziness and the following
consequences of drug interactions: hypertension (p=0.032), heart failure (p=0.009)
and reduced pharmacological effects (p=0.009). Still, there was a statistically
significant association between unbalance and the consequence cardiac arrhythmia
(p=0.050) and between tinnitus and the consequence heart failure (p=0.046). The
results suggest that polypharmacotherapy provokes interactions and its
consequences can affect the elderly body balance with vestibular disorders. In this
way, it is most recommended rationality in drug prescriptions and care in the use of
drugs, avoiding health complications and injury in the treatment of the elderly
vestibular disorders.
Keywords: Vestibular disorders. Drug interactions. Pharmacology. Health of the
elderly.
LISTA DE ABREVIATURAS
AAS Ácido acetilsalicílico
AINE Antiinflamatório não steroidal
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Brasil)
ATC Anatomical Therapeutic Chemical
AVD Atividades de vida diárias
BOMFAQ Brazilian OARS Multidimensional Functional Assessment Questionnaire
CEP Comitê de Ética em Pesquisa
DEF Dicionário de Especialidades Farmacêuticas
DGI Dynamic Gait Index
DHI Dizziness Handicap Inventory
DNA Deoxyribonucleic acid
ECA Enzima conversora de angiotensina
EMG Eletromiografia de superfície
HAS Hipertensão arterial sistêmica
MIF Medida de Independência Funcional
OMS Organização Mundial de Saúde
PSF Programa Saúde da Família
SNC Sistema Nervoso Central
SUS Sistema Único de Saúde
UNIAN Universidade Anhanguera de São Paulo
VPPB Vertigem Posicional Paroxística Benigna
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos
idosos vestibulopatas de acordo com o gênero e a faixa etária......
35
Tabela 2 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos
idosos vestibulopatas de acordo com o estado civil........................
36
Tabela 3 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos
idosos vestibulopatas de acordo com o nível de escolaridade........
37
Tabela 4 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos
idosos vestibulopatas de acordo com as queixas clínicas mais
frequentes .......................................................................................
38
Tabela 5 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos
idosos vestibulopatas de acordo com as queixas clínicas menos
frequentes .......................................................................................
39
Tabela 6 - Associação entre faixa etária, queixas clínicas mais frequentes e
ocorrência de queda nos idosos vestibulopatas. São
apresentados o valor do Qui-Quadrado (2) e o p-valor ................
40
Tabela 7 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos
idosos vestibulopatas de acordo com a quantidade de fármacos
em uso..............................................................................................
41
Tabela 8 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos
fármacos segundo a ATC Index (nível 1), em uso pelos idosos
vestibulopatas..................................................................................
42
Tabela 9 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos
idosos de acordo com os fármacos mais utilizados para
tratamento de alterações do sistema cardiovascular.......................
43
Tabela 10 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos
idosos de acordo com os fármacos mais utilizados para
tratamento de alterações do sistema nervoso.................................
44
Tabela 11 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos
idosos de acordo com os fármacos mais utilizados para
tratamento de alterações do aparelho digestivo e metabolismo .....
45
Tabela 12 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos
idosos de acordo com os fármacos mais utilizados para
tratamento de alterações do sangue, do sistema
musculoesquelético e do sistema hormonal....................................
46
Tabela 13 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos
idosos que fizeram interação medicamentosa de acordo com o
gênero e a faixa etária......................................................................
47
Tabela 14 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos
idosos que fizeram ou não interação medicamentosa, de acordo
com as queixas clínicas mais frequentes e a ocorrência de
queda...............................................................................................
48
Tabela 15 - Associação entre quantidade de fármacos em uso pelos idosos e
as variáveis interações medicamentosas, tontura, desequilíbrio,
zumbido e ocorrência de queda. São apresentados o valor do
Qui-Quadrado (2) e o p-valor.........................................................
49
Tabela 16 - Associação entre quantidade de fármacos, interação
medicamentosa e faixa etária dos idosos vestibulopatas. São
52
apresentados o valor do Qui-Quadrado (2) e o p-valor .................
Tabela 17 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos
idosos, de acordo com as possíveis consequências mais
frequentes das interações medicamentosas....................................
53
Tabela 18 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos
idosos, de acordo com as possíveis consequências e os efeitos
menos frequentes das interações medicamentosas.......................
.
54
Tabela 19 - Associação entre as possíveis consequências das interações
medicamentosas e a quantidade de fármacos em uso pelos
idosos vestibulopatas. São apresentados o valor do Qui-
Quadrado (2) e o p-valor...............................................................
56
Tabela 20 - Associações entre as possíveis consequências das interações
medicamentosas e a tontura nos idosos. São apresentados o
valor do Qui-Quadrado (2), o p-valor e a Razão de Prevalência
(RP) e intervalo de confiança (IC-95%)............................................
62
Tabela 21 - Associação entre as possíveis consequências das interações
medicamentosas e o desequilíbrio nos idosos. São apresentados
o valor do Qui-Quadrado (2), o p-valor e a Razão de
20Prevalência (RP) e seu intervalo de confiança (IC-95%).............
66
Tabela 22 - Associação entre as possíveis consequências das interações
medicamentosas e o zumbido nos idosos vestibulopatas. São
apresentados o valor do Qui-Quadrado (2), o p-valor e a Razão
de Prevalência (RP) e seu intervalo de confiança (IC-95%)............
67
Tabela 23 - Associação entre as possíveis consequências das interações
medicamentosas e a ocorrência de queda nos idosos
vestibulopatas. São apresentados o valor do Qui-Quadrado (2), o
p-valor e a Razão de Prevalência (RP) e seu intervalo de
confiança (IC-95%)........................................................................... 69
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Fármacos em uso pelos idosos que fizeram interação
medicamentosa ............................................................................
50
Quadro 2 - Fármacos em uso pelos idosos que relataram queda ..................
51
Quadro 3 - Fármacos (6 ou mais) em uso pelos idosos vestibulopatas com
a possível consequência hipertensão resultante das interações
medicamentosas...........................................................................
57
Quadro 4 - Fármacos (6 ou mais) em uso pelos idosos vestibulopatas com
a possível consequência hipotensão resultante das interações
medicamentosas ..........................................................................
58
Quadro 5 - Fármacos (6 ou mais) em uso pelos idosos vestibulopatas com
a possível consequência insuficiência renal resultante das
interações medicamentosas .........................................................
59
Quadro 6 - Fármacos (6 ou mais) em uso pelos idosos vestibulopatas com
a possível consequência hiperglicemia resultante das interações
medicamentosas ..........................................................................
60
Quadro 7 - Fármacos em uso pelos idosos vestibulopatas (com tontura)
com a possível consequência hipertensão resultante das
interações medicamentosas .........................................................
63
Quadro 8 - Fármacos em uso pelos idosos vestibulopatas (com tontura)
com a possível consequência insuficiência cardíaca resultante
das interações medicamentosas ..................................................
64
Quadro 9 - Fármacos em uso pelos idosos vestibulopatas (com tontura)
com a possível consequência redução dos efeitos
farmacológicos resultante das interações medicamentosas ........
65
Quadro 10 - Fármacos em uso pelos idosos vestibulopatas (com zumbido)
com a possível consequência insuficiência cardíaca resultante
das interações medicamentosas ..................................................
68
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 18
2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................... 19
2.1 ENVELHECIMENTO ................................................................................ 19
2.2 ENVELHECIMENTO, DOENÇAS E USO DE MEDICAMENTOS ........... 21
2.3 ALTERAÇÕES DO EQUILÍBRIO CORPORAL E USO DE
MEDICAMENTOS EM IDOSOS ..............................................................
25
2.3.1 Vestibulopatias ......................................................................................... 25
2.3.2 Quedas e Medicamentos ......................................................................... 27
3 OBJETIVO ............................................................................................... 30
3.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................. 30
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................... 30
4 MATERIAL E MÉTODO .......................................................................... 31
4.1 TIPO DE ESTUDO ................................................................................... 31
4.2 LOCAL DA PESQUISA ............................................................................ 31
4.3 AMOSTRA DO ESTUDO ......................................................................... 31
4.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO DOS PARTICIPANTES ...... 31
4.5 ANÁLISE ÉTICA ...................................................................................... 32
4.6 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS ................................................... 32
4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA .......................................................................... 33
5 RESULTADO ........................................................................................... 35
6 DISCUSSÃO ............................................................................................ 70
7 CONCLUSÃO .......................................................................................... 91
REFERÊNCIAS ................................................................................................... 93
ANEXOS ............................................................................................................. 105
APÊNDICES ....................................................................................................... 108
18
1 INTRODUÇÃO
O crescimento da população idosa em âmbito mundial desperta cada vez
mais o interesse pelas pesquisas nas áreas geriátrica e farmacológica, uma vez que
o aumento da expectativa de vida implica, muitas vezes, no tratamento
medicamentoso das múltiplas doenças comuns entre idosos.
Por esta razão, a população idosa é a que mais consome medicamentos (e
seus fármacos), para tratamento das suas doenças e comorbidades. Apesar dos
benefícios, muitos fármacos, quando utilizados concomitantemente, produzem
reações adversas no organismo desses idosos, que podem ser interpretadas como
novas doenças.
Entre as queixas mais comuns relatadas pelos idosos destaca-se a tontura e,
entre as suas diversas etiologias, estão os distúrbios vestibulares. Associada a
outros sintomas também decorrentes de alterações do sistema vestibular, como
cefaléia, náusea, zumbido e escurecimento da visão, a tontura pode provocar
instabilidade postural e aumentar o risco de quedas.
Muitos estudos comprovam os efeitos negativos advindos das interações
medicamentosas, mas ainda há muito que se explorar para uma avaliação da
possível associação entre o uso de múltiplos fármacos e seus efeitos e as queixas
de distúrbios vestibulares na população idosa.
Como os idosos normalmente utilizam a polifarmacoterapia para tratamento
das suas doenças, é justificável a realização de pesquisas que avaliem os possíveis
efeitos das interações farmacológicas nessa população. Além disso, os estudos
sobre esses efeitos em idosos vestibulopatas são escassos na literatura, talvez pela
sua amplitude e complexidade.
Neste sentido, é importante o estudo para obtenção de resultados que
possam contribuir para um tratamento farmacológico mais racional nos idosos
vestibulopatas, com menos impacto sobre o processo de reabilitação do seu
equilíbrio corporal e, também, sobre a sua saúde geral.
19
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 ENVELHECIMENTO
O processo de envelhecimento está acelerado mundialmente e a população
idosa pode chegar a 1,5 milhões em 2050. Este crescimento se deve à diminuição
da taxa de fecundidade e ao aumento da expectativa de vida, que pode chegar aos
74 anos nos países em desenvolvimento (UNFPA, 2010). O Brasil acompanha a
tendência mundial com perfil epidemiológico mais envelhecido (MORAES, 2012) e,
segundo o censo demográfico de 2010, a população idosa (com mais de 65 anos)
apresenta-se em crescimento, chegando a 7,4% da população total do país; esse
número era de 4,8% em 1991. As regiões Sul e Sudeste são as regiões com maior
número de idosos no país. A estimativa é que essa mesma população idosa
continue a aumentar, podendo ser maior do que a população com menos de 15 anos
em 2050 (IBGE, 2010).
Essa tendência populacional é bastante desafiadora e preocupante, já que o
envelhecimento acarreta uma série de transformações fisiopatológicas, uma vez que
todas as funções orgânicas começam a desacelerar seu funcionamento com o
avanço da idade (MORAES, 2012; GUYTON, 2008). É importante ressaltar que, com
o crescimento da população acima dos 65 anos, esses idosos estão vivendo mais
(OBRIEN-SURIC, 2013).
Estudo com a população da cidade do Rio de Janeiro, realizado por Maia et
al. (2006) demonstrou que idades iguais ou superiores a 75 anos implicam em
aumentar o risco de óbito em quatro vezes quando comparado com idades entre 60
e 74 anos. A doença cardíaca é a que mereceu mais atenção por aumentar em 2,7
vezes a chance de óbito, e a população masculina apresentou 2,7 mais chances de
mortalidade do que a feminina.
A diminuição da capacidade funcional de todos os sistemas do organismo é
característica do processo natural e contínuo de envelhecimento (PASCHOAL,
2011). Essas transformações estão expressas tanto na composição e forma do
corpo como nos sistemas ósseo, neuromuscular, nervoso, cardiorrespiratório,
hepático, digestório, renal e tegumentar (REBELATTO; MORELLI, 2004). Também,
20
Moraes (2012) afirmou que com o passar dos anos, ocorre redução da massa
muscular, diminuição da massa óssea, redução da quantidade de água corporal e da
capacidade aeróbica do organismo envelhecido.
Redução de massa óssea por desequilíbrio entre modelagem e remodelagem
tecidual, tendo como causas o aumento da atividade dos osteoclastos e a
diminuição da atividade dos osteoblastos, são alterações no sistema ósseo
decorrentes do processo de envelhecimento. Já no sistema muscular, a diminuição
do peso muscular, de unidades motoras e maior amplitude das fendas sinápticas
são consideradas causas de sarcopenia, definida como perda de massa muscular,
que deteriora a qualidade da contração muscular e provoca diminuição de força,
piora da coordenação motora e aumenta o risco de quedas. Ocorrem também
alterações nos tipos de fibras musculares que levam à diminuição da velocidade dos
movimentos dos idosos (REBELATTO; MORELLI, 2004). E, além disso, o
envelhecimento é caracterizado por perda progressiva de neurônios motores (por
apoptose), níveis elevados de citocinas circulatórias e diminuição de fatores de
crescimento (PEREIRA et al., 2013).
O tecido pulmonar perde a elasticidade e os músculos respiratórios se
retraem, levando a uma diminuição da capacidade respiratória. Ainda, a diminuição
da produção de enzimas digestivas no intestino faz com que a absorção correta dos
alimentos não ocorra, provocando um desequilíbrio nutricional (NIA, 2011).
De acordo com Cantarelli (2007), o envelhecimento leva à alteração na
absorção gastrintestinal; o esvaziamento gástrico torna-se mais lento, e o
peristaltismo é diminuído, fatores que modificam a biodisponibilidade dos fármacos.
Ocorre redução do volume hepático, que dificulta a biotransformação dos fármacos.
Há também diminuição do fluxo sanguíneo renal e ocorrem alterações na filtração
glomerular. A redução na excreção biliar e no pH urinário também provocam
mudanças na excreção dos metabólitos ou subprodutos da biotransformação.
O sistema imune reduz gradativamente a capacidade de combater novas
doenças, uma vez que a produção de células T diminui. Os idosos tendem a
apresentar inflamação crônica moderada, situação que propicia o aumento do risco
de doenças cardíacas, artrite, diabetes tipo 2, inabilidade física e até mesmo
demência (NIA, 2011).
O sistema nervoso do organismo envelhecido, especialmente os lobos
frontais e temporais e nas regiões da amígdala e hipocampo, apresentam prejuízos
21
com relação ao aprendizado e à memória do idoso, tornando o neurônio incapaz de
funcionar corretamente por mudanças na membrana e na função dos
neurotransmissores (REBELATTO; MORELLI, 2004). Além disso, a presença de
múltiplas doenças e, o consequente uso de medicamentos, compromete os sistemas
sensoriais no envio das informações precisas para o Sistema Nervoso Central (SNC)
(RICCI; GAZZOLA; COIMBRA, 2009).
O DNA celular sofre milhões de injúrias diariamente, mas possui mecanismos
potentes para combater e reparar esses danos. Com o decorrer da idade, esses
mecanismos já não são tão eficazes e há redução da capacidade de reparação dos
danos celulares. Esse processo pode ser uma das explicações do envelhecimento.
As células senescentes continuam interagindo entre si, enviando e recebendo sinais;
entretanto, como o funcionamento é diferente das células mais jovens, as
senescentes podem liberar moléculas que aumentam o risco para doenças, como o
câncer, por exemplo (NIA, 2011). Além disso, estas células secretam mediadores
inflamatórios que também provocam outras lesões em todo o organismo, como
doenças degenerativas e obesidade (HOWCROFT et al., 2013).
2.2 ENVELHECIMENTO, DOENÇAS E USO DE MEDICAMENTOS
O envelhecimento pode acarretar uma série de doenças crônicas que
aumenta a necessidade de administração medicamentosa para os idosos (GALVÃO,
2006; KATSUNG, 2007; IESS, 2013). Entretanto, o funcionamento de órgãos e
sistemas apresenta déficits que podem alterar tanto a farmacocinética (absorção,
distribuição, biotransformação e eliminação dos fármacos) como a farmacodinâmica
(efeitos induzidos pelos fármacos no organismo) (GALVÃO, 2006; KATSUNG, 2007).
De fato, segundo Katsung (2007), a farmacocinética alterada no idoso,
especialmente por diminuição das funções hepática e renal, favorece o acúmulo de
fármacos no organismo e pode levar a efeitos indesejáveis e bem diferentes
daqueles esperados para os idosos.
Além disso, uma série de fatores favorecem as reações adversas aos
medicamentos no organismo dos idosos; podem ser citados, como exemplos, a
alteração no balanço hídrico, a resposta circulatória ortostática diminuída, o menor
22
controle postural e até mesmo a termorregulação prejudicada. Também, a
diminuição da massa muscular associada ao aumento da gordura e à redução de
água corporal altera a distribuição dos fármacos ingeridos pelos idosos, pois os
medicamentos lipofílicos podem ter a meia vida aumentada e os hidrofílicos podem
apresentar volumes de distribuição diminuídos (CANTARELLI, 2007).
Segundo a Organização Mundial de Saúde, as mudanças biológicas advindas
do envelhecimento (principalmente o declínio das capacidades físicas e cognitivas) e
as comorbidades associadas a doenças crônicas resultam em maior incidência de
quedas. Mais de 50% das quedas sofridas por pessoas acima de 65 anos necessita
internação hospitalar, sendo este um problema de saúde pública, uma vez que
imobilização, depressão e perda de autonomia são consequências que restringem
as atividades de vida diária dos idosos (OMS, 2008).
Paschoal (2011) afirmou que as doenças crônicas predispõem os indivíduos a
incapacidades, inferindo que a hipertensão arterial sistêmica (HAS) aumenta em
39% a probabilidade de dependência para as atividades de vida diária desses
idosos; as doenças cardíacas são as responsáveis por 82% das chances de
dependência, as artropatias por 59% e as doenças pulmonares por 50%.
Os dados de Solé-Auró e Crimmins (2013) mostram que a prevalência de
hipertensão em idosos acima de 80 anos nos Estados Unidos é de 59,8% e de
doenças cardíacas é de 39,3%. Comorbidades, fragilidade e dependência acometem
os idosos e preocupam a sociedade, uma vez que a população experimenta uma
expectativa de vida cada vez mais longa. Ainda é insuficiente o conhecimento sobre
os fatores que promovem uma sobrevida saudável e melhor qualidade de vida, já
que a maioria das pesquisas focaliza as causas e os riscos associados à
mortalidade. Entretanto, os autores observaram que os países com expectativas de
vida mais longa apresentam maior número de doenças.
Pontes (2007) relatou que a polifarmácia (administração de dois ou mais
medicamentos ao mesmo tempo) traz efeitos colaterais importantes devido a
interações medicamentosas que contribuem para a diminuição da adesão ao
tratamento. Podem ser citados, como exemplos de efeitos da polifarmácia:
hipoglicemia, quedas e, consequentemente, fraturas, descompensação de
comorbidades, delírios e confusão mental. Outros autores, como Haddad et al.
(2009) e Huisman-Baron et al. (2011) corroboraram essa informação e
23
acrescentaram que o uso concomitante de mais de um medicamento é bastante
comum uma vez que os idosos apresentam diversas morbidades.
De acordo com Pontes (2007), existe ainda outro fator que contribui mais
ainda com o agravamento da interação medicamentosa: a prescrição em cascata.
Isso ocorre quando o efeito adverso de uma medicação é considerado uma doença
nova, que necessita da prescrição de outro medicamento.
Leocádio (2011) observou associação estatisticamente significante entre a
quantidade de fármacos e sintomas associados, como vômitos e ansiedade,
inferindo que os idosos que apresentavam tais queixas eram os que ingeriam maior
quantidade de fármacos. Vale ressaltar que a pesquisa avaliou a quantidade de
fármacos e não somente a quantidade de medicamentos, como outros estudos.
Estudo prévio do Laboratório de Pesquisa em Reabilitação do Equilíbrio
Corporal e Inclusão Social da Universidade Anhanguera de São Paulo investigou
187 prontuários de pacientes idosos vestibulopatas, e a maioria da amostra era
constituída por mulheres e as principais queixas relatadas eram tontura, zumbido e
vertigem. Como resultados, 87% da amostra faziam uso de medicamentos, sendo
que mais da metade utilizava mais de duas medicações. O grupo dos anti-
hipertensivos foi o mais frequentemente utilizado. O estudo verificou também que os
pacientes faziam uso concomitante de fármacos pertencentes a diferentes classes
terapêuticas. Os autores sugeriram a possibilidade de ocorrência de interações
medicamentosas, que poderiam até mesmo agravar os sintomas vestibulares já
apresentados pelos idosos (PAULINO; BENEDITO, 2011).
Segundo Haddad et al. (2009), crescimento demográfico de pessoas acima
de 75 anos, maior consumo de drogas por pessoas idosas e aumento do risco de
susceptibilidade a reações adversas são fatores que devem ser considerados nas
prescrições farmacológicas. Isso porque além das mudanças fisiológicas advindas
do próprio envelhecimento, o estado geral de saúde dos indivíduos idosos pode ser
agravado pelos transtornos decorrentes do uso prolongado de determinados
medicamentos. Nesta revisão, os autores relatam que idosos acima de 75 anos
utilizam 3 ou mais fármacos, sendo os mais consumidos os anti-hipertensivos,
seguidos dos diuréticos, analgésicos, antiinflamatórios, ansiolíticos e vitamínicos.
Devido à vulnerabilidade das pessoas idosas, os riscos de interações
medicamentosas se tornam aumentados.
24
Consolidando os achados descritos anteriormente, Marin et al. (2008)
entrevistaram 301 idosos de uma cidade do interior do estado de São Paulo (61,8%
do sexo feminino) e obtiveram média de 2,5 diagnósticos de doenças por idoso,
sendo as mais frequentes (44%) as do sistema circulatório. A média de
medicamentos foi de 2,9 medicamentos por idoso e os hipotensores (principalmente
os inibidores da enzima conversora de angiotensina) foram os mais predominantes,
seguido pelos diuréticos, especialmente a hidroclorotiazida. Destaca-se ainda neste
estudo a ingestão de quatro ou mais medicamentos por idoso em 34,8% da amostra.
Esses dados podem ser explicados pela alteração da absorção e metabolização de
medicamentos nos idosos, que pode provocar efeitos adversos como alteração do
estado de alerta e de coordenação, tontura, desequilíbrio, fraqueza e dificuldade em
reconhecer e se adaptar a obstáculos Os fatores biológicos não modificáveis estão
associados às mudanças advindas da idade, como o declínio das capacidades
física, cognitiva e afetiva, assim como as comorbidades estão associadas às
doenças crônicas (WHO, 2007)
Em um estudo transversal multicêntrico realizado em algumas instituições de
Campinas (SP), Costa et al. (2011) colheram informações de 941 pessoas com mais
de 18 anos por meio de questionário estruturado no período de abril de 2001 a
agosto de 2002 sobre utilização de medicamentos. A prevalência para o uso de
medicamentos foi maior entre as mulheres (principalmente acima de 40 anos) e de
88,4% para as maiores de 70 anos. A classe terapêutica indicada para tratamento
de doenças do sistema cardiovascular foi a mais utilizada. Este estudo corrobora o
de Correr et al. (2007) que analisou 76 pacientes de uma instituição geriátrica que
revelou que a média de uso por idoso foi de 3,03 medicamentos, sendo identificadas
69 interações medicamentosas em 38 pacientes. Ainda, neste mesmo estudo, os
medicamentos mais utilizados foram aqueles indicados para tratamento de doenças
do sistema nervoso central (SNC) (47,8%) e do aparelho cardiovascular (36,4%).
Ao analisar o consumo de medicamentos de 934 idosos em Goiânia (GO),
entre dezembro de 2009 e abril de 2010, Santos et al. (2013) conseguiram identificar
26,4% de prevalência de polifarmácia (média de 3,63 medicamentos por idoso) e
35,7% de automedicação. Os medicamentos mais utilizados foram os de atuação no
aparelho cardiovascular (38,6%).
25
2.3 ALTERAÇÕES DO EQUILÍBRIO CORPORAL E USO DE MEDICAMENTOS EM
IDOSOS
2.3.1 Vestibulopatias
O sistema vestibular é um dos principais colaboradores para a manutenção
do equilíbrio corporal, uma vez que os receptores de posição e movimento de
cabeça estão nele localizados. É constituído por uma estrutura óssea que contém o
sáculo, o utrículo e os canais semicirculares em seu interior, além da endolinfa que
circula entre essas estruturas. A rotação da cabeça ou a parada deste movimento é
detectada pelos canais semicirculares, que imediatamente se comunicam com o
SNC para que os ajustes motores ocorram e, dessa forma, o equilíbrio postural é
garantido (OLIVEIRA, 2006).
O SNC é o responsável por integrar as informações recebidas dos sistemas
proprioceptivo, visual e vestibular para a manutenção do equilíbrio corporal. Com o
envelhecimento, o SNC tem sua capacidade diminuída e, consequentemente, há
modificação dos processos adaptativos, podendo ocorrer tontura e desequilíbrio
(RUWER; ROSSI; SIMON, 2005).
A tontura, um dos sintomas que comumente está presente nas queixas de
idosos, pode ter como fatores desencadeantes justamente a associação das
alterações nos diversos órgãos e sistemas decorrentes do processo de
envelhecimento (SIMOCELI et al., 2003).
A incidência de tontura aumenta com o avanço da idade e até 45% delas
pode estar relacionada com o sistema vestibular (HERDMAN, 2002). As doenças
vestibulares, concomitantemente com outras comorbidades decorrentes do processo
de envelhecimento, apresentam alta prevalência na população idosa. O diagnóstico
baseia-se primordialmente na história clínica e antecedentes pessoais dos
pacientes, além de exames físicos e uso de medicamentos (SANTANA et al., 2011).
Dentre as diversas queixas apresentadas por idosos, a tontura pode ser
considerada como uma das mais importantes. Tanto tontura quanto zumbido são
comuns nas pessoas com idade acima de 65 anos. Sua incidência aumenta com o
avanço da idade, pois o envelhecimento reduz o número de células ciliadas e de
26
neurônios vestibulares, contribuindo para diminuição do equilíbrio corporal. Além
disso, existem alterações degenerativas nas otocônias do utrículo e do sáculo
progressivas com a idade. Como a capacidade de acomodar a visão bem como a
acuidade visual também diminuem com o envelhecimento, aumenta muito o risco de
quedas nos idosos (HERDMAN, 2002).
De acordo com Sczepanek et al. (2011), a incidência de tontura após 65 anos
de idade pode chegar a 30%, sendo considerada uma síndrome geriátrica
multifatorial devido à diversidade de etiologias. O autor realizou um estudo
prospectivo observacional com 66 idosos que revelou que os pacientes com tontura
crônica apresentam maiores deficiências do que os pacientes com tontura
esporádica, devido a persistência e concomitância dos sintomas, além de menor
qualidade de vida.
Gazolla et al. (2006) caracterizaram 120 idosos com diagnóstico médico de
síndrome vestibular crônica atendidos no Ambulatório de Otoneurologia da
Universidade Federal de São Paulo entre abril de 2003 e novembro de 2004e as
vestibulopatias mais frequentes foram labirintopatia metabólica e vascular e
síndrome periférica deficitária unilateral. O número médio de doenças por indivíduo
foi de 3,83, sendo que 73,3% da amostra possuía doença do aparelho circulatório. A
média de medicamentos por idoso foi de 3,86, mas 36,7% da amostra ingeria 5 ou
mais medicamentos. Dentre esses medicamentos, duas classes foram as mais
evidentes: 67,5% faziam uso de medicamentos para o sistema cardiovascular e
63,3% utilizavam medicamento otoneurológico.
A revisão bibliográfica de Soto e Vega (2010) sobre neurofarmacologia do
sistema vestibular (especialmente sobre o mecanismo de ação das drogas utilizadas
no tratamento das doenças vestibulares) confirmam que, apesar do imenso escopo
farmacológico disponível, é extremamente difícil a avaliação das drogas utilizadas.
Esse fato se deve à complexidade do organismo do idoso e aos processos de
compensação dos déficits vestibulares.
Hyppolito e Oliveira (2005) afirmaram que algumas classes de medicamentos
(com destaque para os antineoplásicos, antibióticos, diuréticos e anti-hipertensivos)
podem provocar perda auditiva devido lesão coclear. Este fenômeno é chamado de
ototoxicose e compromete tanto a função auditiva quanto o sistema vestibular
periférico.
27
2.3.2 Quedas e medicamentos
Ao estudar o uso de medicamentos, presença de comorbidades e hábitos de
vida em 18 idosas entre 60 e 84 anos, Prezotto, Paulino e Aprille (2010) concluíram
que o equilíbrio corporal fica comprometido gradativamente, podendo ser agravado
pelo uso de determinados fármacos. Os anti-hipertensivos (44%) e os diuréticos
(33%) foram os medicamentos mais utilizados pelas idosas.
A alta incidência de quedas na população idosa comprova o
comprometimento da conservação da postura ereta, tendo como influência fraqueza
muscular, estratégias posturais desorganizadas, perda da acuidade labiríntica, maior
latência de respostas motoras por aumento dos limiares sensoriais e até mesmo
mudanças anatômicas no sistema vestibular periférico (HERDMAN, 2002).
De acordo com Maciel e Guerra (2005), os distúrbios do equilíbrio em
pessoas acima de 75 anos são muito evidentes. Esse fato pode ser explicado por
características próprias da idade, que levam à diminuição da quantidade de
informações para o controle postural correto. Para os autores, o processo de
envelhecimento, órgãos e sistemas apresentam declínios em suas funções
sensorial, neurológica e musculoesquelética.
Estudo feito por Bugnariu e Fung (2007), no qual 10 adultos jovens e 10
idosos sem problemas neurológicos foram expostos a perturbações visuais e
posicionais por meio de um dispositivo de realidade virtual e uma plataforma de
força, concluiu que o envelhecimento afeta a interação entre os sistemas visual e
somatossensorial, diminuindo a habilidade do SNC em manter o equilíbrio corporal e
resolver conflitos de interação sensorial. Isso porque foi observado que durante as
perturbações puramente visuais não houve diferença significativa entre os grupos
nos deslocamentos do centro de massa. Entretanto, nas perturbações posicionais,
combinadas com as perturbações visuais, ou isoladamente, houve grande
deslocamento no grupo de idosos, levando a maior tempo de recuperação da
posição e equilíbrio. A eletromiografia de superfície (EMG) mostrou ativação
muscular precoce nas primeiras tentativas e maior tempo de latência no grupo dos
idosos quando comparado aos adultos jovens, sendo maior ainda quando expostos
aos conflitos sensoriais.
28
Esses fatores provocam instabilidade postural e, consequentemente, aumenta
a probabilidade de quedas, levando o idoso a um cenário de imobilidade.
Aproximadamente 30% dos idosos sofrem quedas e apresentam alta taxa de
recorrência, sendo a sexta causa mortis no Brasil (MORAES, 2012).
Também, pesquisa realizada com 75 indivíduos idosos vestibulopatas
concluiu que, quanto maior a quantidade de fármacos utilizada pela referida
população, maior o risco de quedas devido baixa pontuação no teste utilizado na
pesquisa, o Dynamic Gait Index (DGI). O DGI é uma escala funcional (variando de 0
a 24 pontos), que avalia o equilíbrio corporal do indivíduo durante a marcha; uma
pontuação igual ou inferior a 19 significa risco de queda. Nessa amostra, 68 idosos
(90,70%) utilizavam dois ou mais fármacos e 62,70% fizeram algum tipo de
interação medicamentosa (LEOCÁDIO, 2011).
Outros estudos também associam as quedas à quantidade de medicamentos
ingerida. Biazus, Balbinot e Wilbelinger (2010) aplicaram o protocolo de risco de
quedas de Downton, composto por perguntas relativas a quedas, uso de
medicamentos, estado mental, déficit sensorial e marcha. Dos 68 indivíduos acima
de 60 anos de idade que foram avaliados pelos autores, 45,5% deles apresentavam
risco de quedas. A faixa etária de maior risco estava entre 70 a 79 anos (grupo que
ingeria até dois medicamentos), seguida da faixa etária de 60 a 69 anos (grupo que
ingeria mais de dois medicamentos concomitantemente).
Uma investigação realizada entre 2003 e 2006, no serviço público do Reino
Unido, com o objetivo de determinar o papel dos medicamentos anti-hipertensivos
no primeiro evento de queda da população idosa, foi mostrado que a prescrição de
tiazida (diurético utilizado como anti-hipertensivo) estava associada ao aumento de
25% do risco de quedas, principalmente nas três primeiras semanas após prescrição
médica. Não foi esclarecido ainda o mecanismo de ação pelo qual isso acontece e a
dimensão observada dessa associação foi pequena; entretanto, o resultado deixou
explícito que essa medicação não é segura o suficiente por ser amplamente
prescrita. Além disso, outras classes de medicações anti-hipertensivas também
foram exploradas (como os bloqueadores de canais de cálcio, os inibidores da
enzima conversora de angiotensina, os beta-bloqueadores e os antagonistas de
receptores de angiotensina II), sem que nenhuma associação com quedas fosse
estatisticamente significante (GRIBBIN et al., 2010).
29
Barlett et al. (2009) também relacionaram eventos de quedas à quantidade de
medicamentos em uso. Os autores encontraram proporções estatisticamente
significantes em idosos que possuíam pelo menos um fator de risco (como
morbidades e medicamentos) com prescrição de benzodiazepínicos. Essa forte
associação merece atenção uma vez que os benzodiazepínicos são uma classe
farmacológica amplamente utilizada por idosos e que aumentam o risco de fraturas
por queda, principalmente quando administrada concomitantemente com outros
medicamentos.
Pesquisa realizada por Gazolla et al. (2004) analisou 93 prontuários em um
serviço de reabilitação gerontológica, com 75,3% de mulheres idosas, e mostrou que
41,9% da amostra relatou queda nos últimos 6 meses. Os autores observaram que
este fato estava associado à diminuição da base de sustentação e do alcance
funcional, mensurados por meio da Escala de Berg. Apesar de não ter sido objetivo
do presente estudo, vale ressaltar que a maioria da amostra apresentava de 4 a 6
hipóteses diagnósticas e 35,1% fazia uso de 5 ou mais medicamentos.
Ainda, Carvalho, Luckow e Siqueira (2011) identificaram que dos 195 idosos
institucionalizados em Pelotas (RS), 90,2% relataram fazer uso de medicamentos,
sendo que 58,7% desses idosos faziam uso contínuo de cinco ou mais
medicamentos. O fato da prevalência de quedas nessa instituição ter sido de 33,5%
pode ser sugestivo de que a ingestão de medicação tenha alguma associação com a
queda. Os autores não especificaram qual medicamento era o mais utilizado;
entretanto, 34,5% dos idosos eram hipertensos, 17% eram diabéticos, 26,3%
referiam dores nas costas e 35% relatavam depressão.
Diante dessas informações e considerando que o uso de múltiplos
medicamentos é comum na população idosa vestibulopata, é possível supor que
este procedimento terapêutico resulte em interações medicamentosas, cujos efeitos
podem, eventualmente, comprometer ainda mais o equilíbrio corporal desses
indivíduos. Todavia, pela sua amplitude e complexidade, pesquisas sobre este
aspecto em particular são escassas, o que justifica a realização do presente estudo.
30
3 OBJETIVO
3.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar as implicações das interações medicamentosas no quadro clínico de
idosos com vestibulopatias.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
3.2.1 Levantar as principais características sociodemográficas
3.2.2 Levantar as queixas clínicas relatadas por esses idosos.
3.2.3 Identificar e quantificar os fármacos dos medicamentos em uso.
3.2.4 Identificar e quantificar as principais interações medicamentosas
3.2.5 Descrever os principais efeitos e possíveis consequências das interações
medicamentosas.
3.2.6 Avaliar a associação entre a quantidade de fármacos em uso e as variáveis:
interações medicamentosas identificadas, queixas clínicas e consequências das
interações medicamentosas.
3.2.7 Avaliar a associação entre as interações medicamentosas e as queixas
clínicas.
3.2.8 Avaliar a associação entre as possíveis consequências das interações
medicamentosas e as queixas clínicas.
31
4 MATERIAL E MÉTODO
4.1 TIPO DE ESTUDO
Foi realizado um estudo observacional, descritivo, retrospectivo com idosos
vestibulopatas.
4.2 LOCAL DA PESQUISA
Os dados foram coletados no Laboratório do Programa de Mestrado em
Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social, da Universidade Anhanguera
de São Paulo (UNIAN), unidade Maria Cândida, em São Paulo.
4.3 AMOSTRA DO ESTUDO
A amostra não probabilística por conveniência foi constituída inicialmente por
158 prontuários de idosos atendidos nos anos de 2011 e 2012 no Laboratório do
Programa de Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social da UNIAN,
unidade Maria Cândida, em São Paulo.
4.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO DOS PARTICIPANTES
Foram incluídos na pesquisa os prontuários dos idosos (indivíduos com 60
anos ou mais) atendidos por médicos, fisioterapeutas e/ou fonoaudiólogos no
referido Laboratório de Pesquisa do Programa de Mestrado, durante os anos de
2011 e 2012, e que apresentavam, à época, as seguintes características:
32
- diagnóstico médico de vestibulopatia.
- queixas clínicas relacionadas ao equilíbrio corporal e outros aspectos
relacionados à saúde do idoso.
- em uso concomitante de um ou mais medicamentos para tratamento das
disfunções vestibulares e/ou suas comorbidades.
Foram excluídos da pesquisa os prontuários dos idosos sem queixas
vestibulares, sem uso de medicamento e em uso de um medicamento com apenas
um fármaco.
4.5 ANÁLISE ÉTICA
Este trabalho foi realizado a partir da anuência inicial da Coordenação do
Programa de Mestrado em Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social,
para a consulta aos prontuários dos idosos atendidos no referido Laboratório de
Pesquisa do Programa. A concordância está documentada na Carta de Anuência do
referido Mestrado (ANEXO 1).
O estudo integrou um amplo projeto de pesquisa intitulado “Queixas
otoneurológicas e efeitos das interações medicamentosas em idosos
vestibulopatas”, que foi submetido para análise e aprovado (CAAE
24995713.6.0000.5493) pela Comissão de Ética em Pesquisa com Seres Humanos
da UNIAN, São Paulo (ANEXO 2). O seu desenvolvimento, a partir da coleta de
dados, teve início somente após a sua aprovação ética.
4.6 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
De acordo com os critérios de inclusão e exclusão dos idosos participantes da
pesquisa, foram coletados os dados sociodemográficos, clínicos e farmacológicos já
existentes nos prontuários desses pacientes.
As variáveis sociodemográficas incluíram: gênero; idade (60 anos ou mais);
estado civil, e grau de escolaridade.
33
As variáveis clínicas do estudo incluíram as seguintes queixas relatadas pelos
idosos vestibulopatas: tontura, desequilíbrio, náusea, alteração de memória,
zumbido, cefaléia, queda, vômito, alteração do sono, ansiedade, perda auditiva e
oscilopsia.
As variáveis farmacológicas incluíram o nome dos medicamentos relatados
pelos idosos vestibulopatas (genéricos ou especialidades farmacêuticas); os
princípios ativos identificados pelo Dicionário de Especialidades Farmacêuticas (DEF
2011-2012) e outras fontes bibliográficas, e a classificação dos fármacos de acordo
com a indicação de uso terapêutico proposta pelo Anatomical Therapeutic Chemical
Index (ATC Index).
A ATC é uma ferramenta de pesquisa de utilização de drogas, tanto nacional
quanto internacionalmente. A classificação pela ATC Index divide as substâncias
ativas (fármacos) dos medicamentos em 5 níveis: 1º nível (de acordo com o grupo
anatômico principal), 2º nível (de acordo com o uso terapêutico), 3º nível (de acordo
com a ação farmacológica), 4º nível (de acordo com o subgrupo químico) e 5º nível
(de acordo com a substância química). Neste trabalho foi considerada a
classificação da ATC, nos seus níveis 1 (grupo anatômico) e 5 (substância química).
As interações medicamentosas foram inicialmente identificadas e,
posteriormente, analisadas e quantificadas. Para isso, foi utilizado o Software The
Medical Letter Drug Interactions Program for Windows (The Medical Letter® - USA).
4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os dados coletados foram conferidos, organizados, digitados em banco de
dados (Planilha Excel) e reconferidos.
Em seguida, foi realizada uma análise descritiva dos resultados, com o uso
de frequências absolutas e relativas.
Os dados obtidos receberam o devido tratamento estatístico para se analisar
as eventuais associações entre as variáveis analisadas.
A análise estatística dos dados foi realizada com auxílio do Stata Statistical
Software® - versão 12 (Stata Corporation, College Station, Estados Unidos) e teve a
34
colaboração do Prof. Dr. Antonio Carlos Frias, da UNIAN, unidade Maria Cândida,
em São Paulo.
Para se verificar as possíveis associações entre as variáveis: quantidade de
fármacos, queixas clínicas, interação medicamentosa e consequências das
interações medicamentosas, foram realizadas análises bivariadas por meio do teste
Qui-Quadrado de Pearson (2).
Para as análises de associação entre as consequências das interações
medicamentosas e as queixas clínicas relatadas foi utilizado o teste Qui-Quadrado
(2) e a Razão de Prevalência (RP) com intervalo de confiança (IC) de 95%.
O nível de significância estatística adotado em todas as análises foi de 5%
(probabilidade de p0,05).
35
5 RESULTADO
Este estudo analisou 158 prontuários de idosos vestibulopatas com idade
igual ou maior que 60 anos. Entretanto, 27 pacientes faziam uso de apenas 1
fármaco e foram excluídos da amostra. Desta forma, somente 131 prontuários
(N=131) atenderam os critérios de inclusão e foram considerados na pesquisa.
Os idosos participantes foram divididos de acordo com o gênero,
escolaridade, quantidade de fármacos em uso, queixas clínicas e ocorrência de
interação medicamentosa e seus respectivos efeitos.
Entre os 131 participantes, a maioria era do gênero feminino (86,2%) e a faixa
etária mais frequente era de 65 a 70 anos. Em média, a idade dos idosos da
pesquisa foi de 70,5 anos. A Tabela 1 apresenta a distribuição dos idosos segundo
gênero e faixa etária.
Tabela 1 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos idosos
vestibulopatas de acordo com o gênero e a faixa etária.
FAIXA ETÁRIA (anos)
MULHERES HOMENS TOTAL
FREQUÊNCIAS FREQUÊNCIAS FREQUÊNCIAS
Absoluta Relativa Absoluta Relativa Absoluta Relativa
nº % nº % nº %
60 - 64 25 22,1 3 16,7 28 21,4
65 - 70 38 33,7 5 27,8 43 32,8
71 - 75 24 21,2 6 33,3 30 22,9
≥ 76 26 23,0 4 22,2 30 22,9
TOTAL 113 100,0 18 100,0 131 100,0
36
A Tabela 2 apresenta a distribuição dos idosos segundo gênero e estado civil.
Entre os 131 idosos participantes da pesquisa, a maioria não apresentava vida
conjugal (62,6%).
Tabela 2 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos idosos
vestibulopatas de acordo com o estado civil.
ESTADO CIVIL
MULHERES HOMENS TOTAL
FREQUÊNCIAS FREQUÊNCIAS FREQUÊNCIAS
Absoluta Relativa Absoluta Relativa Absoluta Relativa nº % nº % nº %
Com vida conjugal
36 31,9 13 72,2 49 37,4
Sem vida conjugal
77 68,1 5 27,8 82 62,6
TOTAL 113 100,0 18 100,0 131 100,0
A Tabela 3 apresenta a distribuição dos idosos segundo o nível de
escolaridade. Entre os 131 idosos, a maior parte possuía ensino fundamental
(71,8%).
37
Tabela 3 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos idosos
vestibulopatas de acordo com o nível de escolaridade.
NIVEL DE
ESCOLARIDADE
MULHERES HOMENS TOTAL
FREQUÊNCIAS FREQUÊNCIAS FREQUÊNCIAS Absoluta Relativa Absoluta Relativa Absoluta Relativa
nº % nº % nº %
Ensino Superior 10 8,8 3 16,7 13 9,9
Ensino Médio 12 10,6 2 11,1 14 10,7
Ensino Fundamental
82 72,7 12 66,7 94 71,8
Sem escolaridade
5 4,4 0 - 5 3,8
Sem informação 4 3,5 1 5,5 5 3,8
TOTAL 113 100,0 18 100,0 131 100,0
As Tabelas 4 e 5 apresentam a distribuição dos idosos segundo as queixas
clínicas mais frequentes (acima de 50,0%) e as menos frequentes (abaixo de
50,0%), respectivamente. Entre os 131 idosos, a queixa mais frequente foi tontura,
seguida por desequilíbrio e zumbido, para ambos os gêneros.
38
Tabela 4 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos idosos
vestibulopatas de acordo com as queixas clínicas mais frequentes.
QUEIXAS CLÍNICAS MAIS FREQUENTES
MULHERES HOMENS
FREQUÊNCIAS FREQUÊNCIAS
Absoluta Relativa Absoluta Relativa nº % nº %
TONTURA
Sim 111 98,2 16 88,9
Não 2 1,8 2 11,1
DESEQUILÍBRIO
Sim 77 68,1 11 61,1
Não 36 31,9 7 38,9
NÁUSEA
Sim 62 54,9 6 33,3
Não 51 45,1 12 66,7
ALTERAÇÃO DE MEMÓRIA
Sim 61 54,0 4 22,2
Não 52 46,0 14 77,8
ZUMBIDO
Sim 60 53,1 10 55,5
Não 53 46,9 8 44,5
TOTAL (N = 131) 113 100,0 18 100,0
39
Tabela 5 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos idosos
vestibulopatas de acordo com as queixas clínicas menos frequentes.
QUEIXAS CLÍNICAS MENOS FREQUENTES
MULHERES HOMENS
FREQUÊNCIAS FREQUÊNCIAS
Absoluta Relativa Absoluta Relativa nº % nº %
CEFALÉIA
Sim 51 45,1 6 33,3
Não 62 54,9 12 66,7
QUEDA
Sim 47 41,6 5 27,8
Não 66 58,4 13 72,2
VÔMITO
Sim 44 38,9 5 27,8
Não 69 61,1 13 72,2
ALTERAÇÃO DO SONO
Sim 40 35,4 0 -
Não 73 64,6 18 100,0
ANSIEDADE
Sim 35 31,0 4 22,2
Não 78 69,0 14 77,8
PERDA AUDITIVA
Sim 30 26,5 2 11,1
Não 83 73,5 16 88,9
OSCILOPSIA
Sim 19 16,8 1 5,6
Não
94
83,2
17
94,4
TOTAL (N = 131) 113 100,0 18 100,0
40
Em relação às queixas clínicas mais frequentes (tontura, desequilíbrio e
zumbido) e à ocorrência de queda, a análise estatística não revelou associações
estatisticamente significantes com a faixa etária dos idosos da pesquisa. Ressalte-se
que, para tornar mais homogênea a quantidade de idosos por grupo de idade, a
faixa etária de 76 anos ou mais compreendeu aqueles idosos com até 90 anos
(idade máxima dos participantes). Assim, foram incluídos nesta categoria 20 idosos
na faixa de 76 a 80 anos, 8 idosos de 81 a 85 anos, 1 idoso com 86 anos e 1 com 90
anos (Tabela 6).
Tabela 6 - Associação entre faixa etária, queixas clínicas mais frequentes e
ocorrência de queda nos idosos vestibulopatas. São apresentados o valor do Qui-
Quadrado (2) e o p-valor.
QUEIXAS CLÍNICAS MAIS FREQUENTES
E OCORRÊNCIA DE QUEDA
FAIXA ETÁRIA
2 p-valor
60 - 64 anos
65 - 70 anos
71 - 75 anos
≥ 76 anos
TONTURA
Sim 27 42 28 30 2,3703 0,499
Não 1 1 2 0
DESEQUILÍBRIO
Sim 17 26 22 23 3,1498 0,369
Não 11 17 8 7
ZUMBIDO
Sim 15 20 21 14 4,6893 0,196
Não 13 23 9 16
QUEDA
Sim 8 18 12 14 2,1418 0,543
Não 20 25 18 16
41
Em relação ao uso de medicamentos, os idosos utilizavam em média 4,4
fármacos. A maior parte usava de 3 a 5 fármacos (45,0%). Somente as mulheres do
estudo utilizavam mais de 8 fármacos. A Tabela 7 apresenta a distribuição dos
idosos segundo a quantidade agrupada de fármacos em uso.
Tabela 7 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos idosos
vestibulopatas de acordo com a quantidade de fármacos em uso.
QUANTIDADE DE
FÁRMACOS
MULHERES HOMENS TOTAL
FREQUÊNCIAS FREQUÊNCIAS FREQUÊNCIAS Absoluta Relativa Absoluta Relativa Absoluta Relativa
nº % nº % nº %
2 28 24,8 8 44,4 36 27,5
3 - 5 52 46,0 7 38,9 59 45,0
≥ 6 33 29,2 3 16,7 36 27,5
TOTAL (N = 131) 113 100,0 18 100,0 131 100,0
No que se refere aos grupos farmacológicos, os fármacos foram classificados
de acordo com a Anatomical Therapeutic Chemical Index (ATC Index), nível 1 (grupo
anatômico principal).
A maior parte dos idosos (81,7%) utilizava fármacos para o tratamento de
alterações do sistema cardiovascular, seguido daqueles para as alterações do
sistema nervoso (55,0%) e do aparelho digestivo e metabolismo (45,0%).
Foram identificados 138 fármacos em uso pelos idosos da pesquisa. Desse
total, foram classificados como fármacos para tratamento de alterações: do sistema
cardiovascular (29,0%), do sistema nervoso (23,2%) e do aparelho digestivo e
metabolismo (13,8%).
42
A Tabela 8 apresenta as frequências absolutas e relativas dos fármacos em
uso pelos idosos do estudo e distribuídos segundo o Anatomical Therapeutic
Chemical Index (ATC Index), nível 1 (grupo anatômico principal).
Tabela 8 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos fármacos
segundo a ATC Index (nível 1), em uso pelos idosos vestibulopatas.
CLASSE FARMACOLÓGICA SEGUNDO ATC INDEX
(NÍVEL 1)
FÁRMACOS IDOSOS
FREQUÊNCIAS FREQUÊNCIAS Absoluta Relativa Absoluta Relativa
nº % nº %
Aparelho digestivo e metabolismo 19 13,8 59 45,0
Sangue e órgão formadores de sangue 5 3,6 35 26,7
Sistema cardiovascular 40 29,0 107 81,7
Dermatológico 3 2,2 1 0,8
Sistema geniturinário e hormônios sexuais 2 1,4 4 3,0
Preparações do sistema hormonal excluindo hormônios sexuais e insulina 2 1,4 20 15,3
Antiinfecciosos para uso sistêmico 3 2,2 3 2,3
Agentes antineoplásicos e imunomoduladores 5 3,6 3 2,3
Sistema musculoesquelético 12 8,7 27 20,6
Sistema nervoso 32 23,2 72 55,0
Produtos antiparasitários, inseticidas e repelentes 2 1,4 4 3,0
Sistema respiratório 6 4,3 8 6,1
Órgãos sensoriais 7 5,1 5 3,8
TOTAL 138 100,0 131 100,0
43
Dentre os fármacos usados para tratamento de alterações do sistema
cardiovascular, os mais utilizados por 5 ou mais idosos foram os que atuam no
sistema renina-angiotensina-aldosterona (54,2%), seguidos dos hipolipemiantes
(38,3%) como mostrado na Tabela 9.
Tabela 9 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos idosos de
acordo com os fármacos mais utilizados para tratamento de alterações do sistema
cardiovascular.
FÁRMACOS MAIS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DE ALTERAÇÕES DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
FREQUÊNCIAS
Absoluta Relativa
nº %
DIURÉTICOS
Hidroclorotiazida 31 29,0
Clortalidona 8 7,5
VASODILATADORES PERIFÉRICOS
Mesilato de diidroergocristina 5 4,7
BETA-BLOQUEADORES
Propranolol 5 4,7
Atenolol 28 26,2
BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO
Anlodipino 11 10,3
AGENTES QUE ATUAM SOBRE O SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA
Captopril 12 11,2
Enalapril 22 20,6
Losartana 24 22,4
HIPOLIPEMIANTES
Sinvastatina 41 38,3
TOTAL 107 100,0
44
Dentre os fármacos utilizados para tratamento de alterações do sistema
nervoso, os mais utilizados por 5 ou mais idosos foram os antivertiginosos cinarizina,
flunarizina e betaistina (54,1%) seguidos dos psicoanalépticos fluoxetina, cafeína e
Ginkgo biloba (30,5%), como mostrado na Tabela 10.
Tabela 10 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos idosos de
acordo com os fármacos mais utilizados para tratamento de alterações do sistema
nervoso.
FÁRMACOS MAIS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DAS ALTERAÇÕES DO SISTEMA NERVOSO
FREQUÊNCIAS
Absoluta Relativa
nº %
ANALGÉSICOS
Metamizole 8 11,1
ANTIEPILÉTICOS
Clonazepam 7 9,7
ANTIPARKINSONIANOS
Levodopa 6 8,3
PSICOANALÉPTICOS
Fluoxetina 6 8,3
Cafeína 6 8,3
Ginkgo biloba 10 13,9
OUTROS MEDICAMENTOS DO SISTEMA NERVOSO
Cinarizina 18 25,0
Flunarizina 13 18,0
Betaistina 8 11,1
TOTAL 72 100,0
45
Dentre os fármacos mais utilizados para tratamento de alterações do aparelho
digestivo e metabolismo, os mais utilizados por 5 ou mais idosos foram os
antidiabéticos (54,3%), seguidos dos antiácidos (45,8%), como mostrado na Tabela
11.
Tabela 11 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos idosos de
acordo com os fármacos mais utilizados para tratamento de alterações do aparelho
digestivo e metabolismo.
FÁRMACOS MAIS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DE ALTERAÇÕES DO SISTEMA DIGESTIVO
E DO METABOLISMO
FREQUÊNCIAS
Absoluta Relativa
nº %
ANTIÁCIDOS E FÁRMACOS PARA TRATAMENTO DE ÚLCERA PÉPTICA E FLATULÊNCIA
Omeprazol 27 45,8
FÁRMACOS ANTIDIABÉTICOS
Metformina 27 45,8
Glibenclamida 5 8,5
SUPLEMENTOS MINERAIS
Carbonato de cálcio 14 23,7
TOTAL 59 100,0
O fármaco mais utilizado para tratamento de alterações do sangue e órgãos
formadores de sangue foi o AAS (ácido acetilsalicílico). Para tratamento de
alterações do sistema musculoesquelético foi o alendronato sódico. E para
tratamento de alterações do sistema hormonal (excluindo os hormônios sexuais e
insulina) foi a levotiroxina sódica, como mostrado na Tabela 12. Considerou-se como
mais frequentes os fármacos utilizados por 5 ou mais idosos.
46
Tabela 12 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos idosos de
acordo com os fármacos mais utilizados para tratamento de alterações do sangue,
do sistema musculoesquelético e do sistema hormonal.
FÁRMACOS MAIS UTILIZADOS PARA TRATAMENTO DE OUTRAS ALTERAÇÕES E OUTRAS
FINALIDADES TERAPÊUTICAS
FREQUÊNCIAS
Absoluta Relativa
nº %
SANGUE E ÓRGÃOS FORMADORES DE SANGUE
Medicamentos antitrombóticos
Ácido acetilsalicílico 32 91,4
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO
Fármacos para tratamento de doenças ósseas
Alendronato sódico 12 44,4
PREPARAÇÕES DO SISTEMA HORMONAL EXCETO HORMÔNIOS SEXUAIS E INSULINA
Preparados tireoideanos
Levotiroxina sódica
19
95,0
Dos 131 idosos deste estudo, 71 deles (54,2%) fizeram algum tipo de
interação medicamentosa, sendo 63 mulheres (88,7%) e 8 homens (11,3%). A faixa
etária com maior frequência de interações foi a de 65 a 70 anos (32,4%),
representada pelas mulheres, como mostrado na Tabela 13.
47
Tabela 13 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos idosos que
fizeram interação medicamentosa de acordo com o gênero e a faixa etária.
FAIXA ETÁRIA (anos)
MULHERES HOMENS TOTAL
FREQUÊNCIAS FREQUÊNCIAS FREQUÊNCIAS
Absoluta Relativa Absoluta Relativa Absoluta Relativa
nº % nº % nº %
60 - 64 16 25,4 2 25,0 18 25,3
65 - 70 23 36,6 0 - 23 32,4
71 - 75 12 19,0 5 62,5 17 23,9
≥ 76 12 19,0 1 12,5 13 18,4
TOTAL 63 100,0 8 100,0 71 100,0
Dos 71 idosos que fizeram algum tipo de interação medicamentosa, 95,8%
apresentavam queixa de tontura, 70,4% desequilíbrio, 50,7% zumbido e 36,6%
tinham relato de ocorrência de queda. Entretanto, esses percentuais foram próximos
àqueles dos idosos que não fizeram interações medicamentosas, como mostrado na
Tabela 14.
48
Tabela 14 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos idosos que
fizeram ou não interação medicamentosa, de acordo com as queixas clínicas mais
frequentes e a ocorrência de queda.
QUEIXAS CLÍNICAS MAIS FREQUENTES
E OCORRÊNCIA DE QUEDA
COM INTERAÇÃO
SEM INTERAÇÃO
TOTAL
FREQUÊNCIAS FREQUÊNCIAS FREQUÊNCIAS Absoluta Relativa Absoluta Relativa Absoluta Relativa
nº % nº % nº %
TONTURA
Sim 68 95,8 59 98,3 127 96,9
Não 3 4,2 1 1,7 4 3,1
DESEQUILÍBRIO
Sim 50 70,4 38 63,3 88 66,4
Não 21 29,6 22 36,7 43 33,6
ZUMBIDO
Sim 36 50,7 34 56,7 70 53,4
Não 35 49,3 26 43,3 61 46,6
QUEDA
Sim 26 36,6 26 43,3 52 39,7
Não 45 63,4 34 56,7 79 60,3
A análise estatística revelou associação estatisticamente significante entre o
uso de 6 ou mais fármacos e ocorrência de queda (p=0,025) e interação
medicamentosa (p<0,001) nos idosos da pesquisa. Não houve associações
significantes entre o uso de 6 ou mais fármacos e as variáveis tontura, desequilíbrio
e zumbido (p>0,050), como mostrado na Tabela 15.
49
Tabela 15 - Associação entre quantidade de fármacos em uso pelos idosos e as
variáveis interações medicamentosas, tontura, desequilíbrio, zumbido e ocorrência
de queda. São apresentados o valor do Qui-Quadrado (2) e o p-valor.
VARIÁVEIS DO ESTUDO
QUANTIDADE DE FÁRMACOS
2 p-valor
2 3 - 5 ≥ 6
INTERAÇÕES
MEDICAMENTOSAS
Sim 9 34 28 20,7063 0,000
Não 27 25 8
TONTURA
Sim 36 56 35 1,9655 0,374
Não 0 3 1
DESEQUILÍBRIO
Sim 19 41 28 5,3632 0,068
Não 17 18 8
ZUMBIDO
Sim 20 35 15 2,8906 0,236
Não 16 24 21
QUEDA
Sim 8 25 19 7,3421 0,025
Não 28 34 17
p≤0,05 (teste 2).
O Quadro 1 apresenta os 80 fármacos classificados segundo a ATC Index
(nível 5) e utilizados (6 ou mais fármacos) pelos idosos vestibulopatas que fizeram
algum tipo de interação medicamentosa. Da mesma forma, o Quadro 2 apresenta os
72 fármacos em uso pelos idosos vestibulopatas que utilizavam 6 ou mais fármacos
e que relataram queda.
50
Quadro 1 - Fármacos em uso pelos idosos que fizeram interação medicamentosa.
SISTEMA CARDIOVASCULAR (40,0%)
Sinvastatina Hidroclorotiazida Losartana Enalapril
Atenolol Anlodipino Pravastatina Bezafibrato
Captopril Valsartana Furosemida Diltiazem
Isossorbida Amilorida Metildopa Troxerrutina
Amiodarona Hidralazina Carvedilol Diidroergocristina
Felodipino Espironolactona Propatilnitrato Amilorida
Ezetimiba Metoprolol Clortalidona Atorvastatina
Pentoxifilina Propranolol Trimetazidina Sotalol
SISTEMA NERVOSO (18,8%)
Cinarizina Metamizole Diazepam Cafeína
Flunarizina Fluoxetina Fenitoína Betaistina
Amitriptilina Sertralina Clonazepam Paroxetina
Carbamazepina Levodopa Ginkgo biloba
SISTEMA DIGESTIVO E METABOLISMO (17,5%)
Metformina Omeprazol Hidróxido de alumínio Carbonato de cálcio
Isometepteno Glicazida Ranitidina Sitagliptina
Pantoprazol Vildagliptina Glibenclamida Glimepirida
Insulina Complexo B
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO (11,3%)
Alendronato sódico Diclofenaco potássico Piroxicam Ciclobenzaprina
Meloxicam Ibuprofeno Ranelato de estrôncio Isoflavona
Alopurinol
SANGUE E ÓRGÃOS FORMADORES DE SANGUE (3,8%)
Ácido acetilsalicílico Dicumarol Sulfato ferroso
SISTEMA RESPIRATÓRIO (2,5%)
Prometazina Dimenidrinato
AGENTES ANTINEOPLÁSICOS E IMUNOMODELADORES (2,5%)
Metotrexato de sódio Adalimumabe
ÓRGÃOS SENSORIAIS (1,2%)
Latanoprosta
PREPARAÇÕES DO SISTEMA HORMONAL EXCLUINDO HORMÔNIOS SEXUAIS E INSULINA (1,2%)
Levotiroxina sódica
SISTEMA GENITURINÁRIO E HORMÔNIOS SEXUAIS (1,2%)
Oxibutinina
51
Quadro 2 - Fármacos em uso pelos idosos que relataram queda.
SISTEMA CARDIOVASCULAR (30,5%)
Sinvastatina Hidroclorotiazida Losartana Enalapril
Atenolol Anlodipino Atorvastatina Ciprofibrato
Captopril Valsartana Furosemida Diltiazem
Isossorbida Amilorida Metildopa Troxerrutina
Pravastatina Hidralazina Bezafibrato Diidroergocristina
Pentoxifilina Propranolol
SISTEMA NERVOSO (22,2%)
Cinarizina Metamizole Diazepam Cafeína
Flunarizina Fluoxetina Fenitoína Betaistina
Amitriptilina Sertralina Clonazepam Memantina
Citalopram Nortriptilina Levodopa Ginkgo biloba
SISTEMA DIGESTIVO E METABOLISMO (15,3%)
Metformina Omeprazol Hidróxido de alumínio Carbonato de cálcio
Isometepteno Glicazida Ranitidina Sitagliptina
Pantoprazol Vildagliptina Glibenclamida
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO (12,5%)
Alendronato sódico Diclofenaco potássico Orfenadrina Ciclobenzaprina
Meloxicam Ibuprofeno Ranelato de estrôncio Isoflavona
Alopurinol
SISTEMA RESPIRATÓRIO (6,9%)
Prometazina Meclizina Budesonida Formoterol
Dimenidrinato
SANGUE E ÓRGÃOS FORMADORES DE SANGUE (5,6%)
Ácido acetilsalicílico Cilostazol Dicumarol Sulfato ferroso
AGENTES ANTINEOPLÁSICOS E IMUNOMODELADORES (2,8%)
Metotrexato de sódio Adalimumabe
ÓRGÃOS SENSORIAIS (1,4%)
Bimatoprosta
PREPARAÇÕES DO SISTEMA HORMONAL EXCLUINDO HORMÔNIOS SEXUAIS E INSULINA (1,4%)
Levotiroxina sódica
SISTEMA GENITURINÁRIO E HORMÔNIOS SEXUAIS (1,4%)
Raloxifeno
52
Em relação à quantidade de fármacos utilizada pelos idosos vestibulopatas e
a ocorrência de interações medicamentosas, a análise estatística não revelou
associações estatisticamente significantes com a faixa etária dos idosos da
pesquisa, como mostrado na Tabela 16.
Tabela 16 - Associação entre quantidade de fármacos, interação medicamentosa e
faixa etária dos idosos vestibulopatas. São apresentados o valor do Qui-Quadrado
(2) e o p-valor.
VARIÁVEIS FARMACOLÓGICAS
FAIXA ETÁRIA
2
p-valor 60 - 64
anos 65 - 70 anos
71 - 75 anos
≥ 76 anos
QUANTIDADE DE FÁRMACOS
2 8 14 6 8
3,2482 0,777 3 - 5 13 19 16 11
≥ 6 7 10 8 11
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA
Sim 18 23 17 13 2,6865
0,448
Não
10
20
13
7
Para as análises estatísticas e em função do tamanho da amostra deste
estudo, os possíveis efeitos decorrentes das interações medicamentosas foram
agrupados de acordo com as consequências mais relevantes. As Tabelas 17 e 18
apresentam, respectivamente, as frequências maiores e menores dessas
consequências. Considerou-se como mais frequente o resultado em 8 ou mais
idosos que pudesse ter alguma relação com o equilíbrio corporal.
53
Tabela 17 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos idosos, de
acordo com as possíveis consequências mais frequentes das interações
medicamentosas.
POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS MAIS FREQUENTES DAS INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
FREQUÊNCIAS
Absoluta Relativa
nº %
HIPERTENSÃO 18 25,3 - Por redução do efeito hipotensor - Por redução do efeito diurético
HIPOTENSÃO 18 25,3 - Por efeito aditivo de anti-hipertensivos e diuréticos - Por hiponatremia
ARRITMIA CARDÍACA 17 23,9
INSUFICIÊNCIA RENAL 15 21,1 - Por agravamento da função renal - Por indução à falência renal - Por aumento do risco de falência renal
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA 14 19,7
REDUÇÃO DE EFEITOS FARMACOLÓGICOS 14 19,7
- Por redução do efeito protetor cardiovascular do AASa
- Por redução do efeito hipolipemiante da sinvastatina
HIPERGLICEMIA 9 12,7 - Por aumento do efeito hiperglicemiante dos tiazídicos - Por redução do efeito da insulina
HIPOGLICEMIA 8 11,3 - Por aumento do efeito hipoglicemiante - Por risco de hipoglicemia
aAAS = ácido acetilsalicílico.
54
Tabela 18 - Distribuição das frequências absoluta (nº) e relativa (%) dos idosos, de
acordo com as possíveis consequências e os efeitos menos frequentes das
interações medicamentosas.
POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS MENOS FREQUENTES DAS INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
FREQUÊNCIAS
Absoluta Relativa
nº %
SALICILATO 9 12,7 - Por toxicidade dos salicilatos
DISFUNÇÃO DO TRATO GASTRINTESTINAL 8 11,3 - Por aumento do risco de toxicidade gastrintestinal
- Por redução do efeito do omeprazol
- Por aumento do risco de úlcera gástrica
OSTEOPOROSE 6 8,4 - Por redução da absorção do alendronato - Por redução na absorção de cálcio
DISFUNÇÃO DA TIREÓIDE
5
7,0 - Por redução dos efeitos dos hormônios tireoideanos
- Por redução das concentrações T3 e T4 totais
HEMORRAGIA 4 5,6
- Por efeitos aditivos dos AINEsa
- Por aumento do risco de hemorragia
- Por aumento do efeito anticoagulante
OUTROS 10 14,1 - Por hipercalemia
- Por toxicidade de certos fármacos
- Por síndrome serotoninérgica
- Por anemia hemolítica
- Por severa vasoconstrição e gangrena
- Por miopatia
aAINEs = antiinflamatórios não esteroidais.
55
Para as análises de associação pelo teste Qui-Quadrado (2) e Razão de
Prevalência (RP) com IC-95% foram utilizadas as possíveis consequências das
interações medicamentosas que poderiam ter alguma implicação para o equilíbrio
corporal dos idosos vestibulopatas da pesquisa, a saber: hipertensão, hipotensão,
arritmia cardíaca, insuficiência renal, insuficiência cardíaca, redução dos efeitos
farmacológicos, hiperglicemia e hipoglicemia.
A Tabela 19 apresenta os resultados da associação entre as possíveis
consequências das interações medicamentosas e a quantidade de fármacos em uso
pelos idosos vestibulopatas. Os resultados do teste Qui-Quadrado (2) mostraram
associação estatisticamente significante entre o uso concomitante de 6 ou mais
fármacos e as seguintes possíveis consequências: hipertensão (p=0,016),
hipotensão (p=0,023), insuficiência renal (p=0,032) e hiperglicemia (p<0,001).
56
Tabela 19 - Associação entre as possíveis consequências das interações
medicamentosas e a quantidade de fármacos em uso pelos idosos vestibulopatas.
São apresentados o valor do Qui-Quadrado (2) e o p-valor.
POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS
FÁRMACOS
2 p-valor
2 3 - 5 ≥6
HIPERTENSÃO
Sim 3 5 10 8,2533 0,016
Não 33 54 26
HIPOTENSÃO
Sim 1 8 9 7,5026 0,023
Não 35 51 27
ARRITMIA CARDÍACA
Sim 1 10 6 4,5744 0,102
Não 35 49 30
INSUFICIÊNCIA RENAL
Sim 1 6 8 6,8858 0,032
Não 35 53 28
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Sim 2 5 7 4,1883 0,123
Não 34 54 29
REDUÇÃO DE EFEITOS FARMACOLÓGICOS
Sim 2 6 6 2,3583 0,308
Não 34 53 30
HIPERGLICEMIA
Sim 0 1 8 18,3864 0,000
Não 36 58 28
HIPOGLICEMIA
Sim 1 2 5 5,2576 0,072
Não 35 57 31
p≤0,05 (teste 2).
57
Os 41 fármacos classificados segundo a ATC Index (nível 5) e utilizados
(6 ou mais fármacos) pelos idosos vestibulopatas com a possível consequência
hipertensão resultante das interações medicamentosas, estão mostrados no
Quadro 3.
Quadro 3 - Fármacos (6 ou mais) em uso pelos idosos vestibulopatas com a
possível consequência hipertensão resultante das interações medicamentosas.
SISTEMA CARDIOVASCULAR (44,0%)
Sinvastatina Hidroclorotiazida Losartana Propranolol
Atenolol Anlodipino Trimetazidina Enalapril
Captopril Valsartana Furosemida Espironolactona
Isossorbida Metoprolol Bezafibrato Carvedilol
Pravastatina Amiodarona
SISTEMA NERVOSO (17,1%)
Cinarizina Metamizole Paroxetina Cafeína
Amitriptilina Fluoxetina Clonazepam
SISTEMA DIGESTIVO E METABOLISMO (17,1%)
Metformina Omeprazol Hidróxido de alumínio Carbonato de cálcio
Isometepteno Insulina Glimepirida
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO (12,2%)
Alendronato sódico Diclofenaco potássico Piroxicam Ibuprofeno
Meloxicam
SANGUE E ÓRGÃOS FORMADOS DE SANGUE (2,4%)
Ácido acetilsalicílico
ÓRGÃOS SENSORIAIS (2,4%)
Latanoprosta
PREPARAÇÕES DO SISTEMA HORMONAL EXCLUINDO HORMÔNIOS SEXUAIS E INSULINA (2,4%)
Levotiroxina sódica
SISTEMA GENITURINÁRIO E HORMÔNIOS SEXUAIS (2,4%)
Oxibutinina
58
Os 39 fármacos classificados segundo a ATC Index (nível 5) e utilizados
(6 ou mais fármacos) pelos idosos vestibulopatas com possível consequência
hipotensão resultante das interações medicamentosas, estão mostrados no Quadro
4.
Quadro 4 - Fármacos (6 ou mais) em uso pelos idosos vestibulopatas com a
possível consequência hipotensão resultante das interações medicamentosas.
SISTEMA CARDIOVASCULAR (43,6%)
Sinvastatina Hidroclorotiazida Losartana Propranolol
Atenolol Anlodipino Clortalidona Enalapril
Captopril Valsartana Furosemida Espironolactona
Isossorbida Amilorida Bezafibrato Carvedilol
Pravastatina
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO (17,9%)
Alendronato sódico Diclofenaco potássico Piroxicam Meloxicam
Pantoprazol Ibuprofeno Isoflavona
SISTEMA NERVOSO (15,3%)
Cinarizina Metamizole Paroxetina Betaistina
Amitriptilina Clonazepam
SISTEMA DIGESTIVO E METABOLISMO (12,8%)
Hidróxido de alumínio Carbonato de cálcio Insulina Metformina
Omeprazol
SANGUE E ÓRGÃOS FORMADOS DE SANGUE (2,6%)
Ácido acetilsalicílico
ÓRGÃOS SENSORIAIS (2,6%)
Latanoprosta
PREPARAÇÕES DO SISTEMA HORMONAL EXCLUINDO HORMÔNIOS SEXUAIS E INSULINA (2,6%)
Levotiroxina sódica
SISTEMA GENITURINÁRIO E HORMÔNIOS SEXUAIS (2,6%)
Oxibutinina
59
Os 39 fármacos classificados segundo a ATC Index (nível 5) e utilizados
(6 ou mais fármacos) pelos idosos vestibulopatas com a possível consequência
insuficiência renal resultante das interações medicamentosas, estão mostrados no
Quadro 5.
Quadro 5 - Fármacos (6 ou mais) em uso pelos idosos vestibulopatas com a
possível consequência insuficiência renal resultante das interações
medicamentosas.
SISTEMA CARDIOVASCULAR (43,6%)
Sinvastatina Hidroclorotiazida Losartana Propranolol
Atenolol Anlodipino Clortalidona Enalapril
Captopril Valsartana Furosemida Espironolactona
Isossorbida Amilorida Bezafibrato Carvedilol
Pravastatina
SISTEMA NERVOSO (17,9%)
Cinarizina Metamizole Paroxetina Betaistina
Amitriptilina Fluoxetina Clonazepam
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO (15,3%)
Alendronato sódico Diclofenaco potássico Piroxicam Meloxicam
Alopurinol Ibuprofeno
SISTEMA DIGESTIVO E METABOLISMO (12,8%)
Hidróxido de alumínio Glibenclamida Insulina Metformina
Omeprazol
SANGUE E ÓRGÃOS FORMADOS DE SANGUE (2,6%)
Ácido acetilsalicílico
ÓRGÃOS SENSORIAIS (2,6%)
Latanoprosta
PREPARAÇÕES DO SISTEMA HORMONAL EXCLUINDO HORMÔNIOS SEXUAIS E INSULINA (2,6%)
Levotiroxina sódica
SISTEMA GENITURINÁRIO E HORMÔNIOS SEXUAIS (2,6%)
Oxibutinina
60
Os 34 fármacos classificados segundo a ATC Index (nível 5) e utilizados
(6 ou mais fármacos) pelos idosos vestibulopatas com a possível consequência
hiperglicemia resultante das interações medicamentosas, estão mostrados no
Quadro 6.
Quadro 6 - Fármacos (6 ou mais) em uso pelos idosos vestibulopatas com a
possível consequência hiperglicemia resultante das interações medicamentosas.
SISTEMA CARDIOVASCULAR (44,2%)
Sinvastatina Hidroclorotiazida Losartana Propranolol
Atenolol Anlodipino Trimetazidina Enalapril
Captopril Diidroergocristina Metildopa Carvedilol
Pravastatina Amilorida Bezafibrato
SISTEMA DIGESTIVO E METABOLISMO (29,4%)
Hidróxido de alumínio Glibenclamida Insulina Metformina
Omeprazol Carbonato de cálcio Sitagliptina Pantoprazol
Glicazida Glimepirida
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO (11,8%)
Alendronato sódico Isoflavona Alopurinol Meloxicam
SISTEMA NERVOSO (5,9%)
Cinarizina Flunarizina
SANGUE E ÓRGÃOS FORMADOS DE SANGUE (2,9%)
Ácido acetilsalicílico
PREPARAÇÕES DO SISTEMA HORMONAL EXCLUINDO HORMÔNIOS SEXUAIS E INSULINA (2,9%)
Levotiroxina sódica
SISTEMA GENITURINÁRIO E HORMÔNIOS SEXUAIS (2,9%)
Oxibutinina
61
A Tabela 20 apresenta os resultados das associações pelo teste Qui-
Quadrado (2) e Razão de Prevalência (RP) entre as possíveis consequências das
interações medicamentosas e a queixa de tontura. Houve associação
estatisticamente significante (p≤0,050) entre hipertensão e tontura (p=0,032;
RP=0,25; IC=0,08-0,74), insuficiência cardíaca e tontura (p=0,009; RP=0,18;
IC=0,06-0,57) e entre redução de efeitos farmacológicos e tontura (p=0,009;
RP=0,18; IC=0,06-0,57). As demais análises não mostraram associação significante
entre as variáveis (p>0,050).
62
Tabela 20 - Associações entre as possíveis consequências das interações
medicamentosas e a tontura nos idosos. São apresentados o valor do Qui-Quadrado
(2), o p-valor e a Razão de Prevalência (RP) e intervalo de confiança (IC-95%).
POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS
TONTURA p-valor RP (IC-95%)
SIM NÃO
HIPERTENSÃO
Sim 16 2 4,58 0,032 0,25 (0,08-0,74)
Não 111 2
HIPOTENSÃO
Sim 18 0 0,66 0,417 0,00 (0,00-0,00)
Não 109 4
ARRITMIA CARDÍACA
Sim 17 0 0,62 0,432 0,00 (0,00-0,00)
Não 110 4
INSUFICIÊNCIA RENAL
Sim 15 0 0,53 0,465 0,00 (0,00-0,00)
Não 112 4
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Sim 12 2 6,68 0,009 0,18 (0,06-0,57)
Não 115 2
REDUÇÃO DE EFEITOS FARMACOLÓGICOS
Sim 12 2 6,68 0,009 0,18 (0,06-0,57)
Não 115 2
HIPERGLICEMIA
Sim 9 0 0,30 0,581 0,00 (0,00-0,00)
Não 118 4
HIPOGLICEMIA
Sim 7 1 2,57 0,109 0,22 (0,03-1,39)
Não
120
3
p≤0,05 (teste 2).
63
Os 40 fármacos classificados segundo a ATC Index (nível 5) e utilizados
pelos idosos vestibulopatas, com queixa de tontura e com a possível consequência
hipertensão resultante das interações medicamentosas, estão mostrados no
Quadro 7.
Quadro 7 - Fármacos em uso pelos idosos vestibulopatas com queixa de tontura e
com a possível consequência hipertensão resultante das interações
medicamentosas.
SISTEMA CARDIOVASCULAR (42,5%)
Sinvastatina Hidroclorotiazida Losartana Propranolol
Atenolol Anlodipino Trimetazidina Enalapril
Captopril Valsartana Furosemida Espironolactona
Isossorbida Metoprolol Bezafibrato Carvedilol
Pravastatina
SISTEMA NERVOSO (17,5%)
Cinarizina Metamizole Paroxetina Cafeína
Amitriptilina Fluoxetina Clonazepam
SISTEMA DIGESTIVO E METABOLISMO (17,5%)
Metformina Omeprazol Hidróxido de alumínio Carbonato de cálcio
Isometepteno Insulina Glimepirida
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO (12,5%)
Alendronato sódico Diclofenaco potássico Piroxicam Ibuprofeno
Meloxicam
SANGUE E ÓRGÃOS FORMADOS DE SANGUE (2,5%)
Ácido acetilsalicílico
ÓRGÃOS SENSORIAIS (2,5%)
Latanoprosta
PREPARAÇÕES DO SISTEMA HORMONAL EXCLUINDO HORMÔNIOS SEXUAIS E INSULINA (2,5%)
Levotiroxina sódica
SISTEMA GENITURINÁRIO E HORMÔNIOS SEXUAIS (2,5%)
Oxibutinina
64
Os 30 fármacos classificados segundo a ATC Index (nível 5) e utilizados
pelos idosos vestibulopatas (com queixa de tontura) com a possível consequência
insuficiência cardíaca resultante das interações medicamentosas, estão mostrados
no Quadro 8.
Quadro 8 - Fármacos em uso pelos idosos vestibulopatas com queixa de tontura e
com a possível consequência insuficiência cardíaca resultante das interações
medicamentosas.
SISTEMA CARDIOVASCULAR (56,6%)
Sinvastatina Hidroclorotiazida Diltiazem Espironolactona
Atenolol Anlodipino Metoprolol Enalapril
Captopril Prometazina Furosemida Carvedilol
Isossorbida Trimetazidina Propranolol Bezafibrato
Pravastatina
SISTEMA DIGESTIVO E METABOLISMO (20,0%)
Metformina Omeprazol Hidróxido de alumínio Carbonato de cálcio
Glimepirida Insulina
SISTEMA NERVOSO (6,7%)
Cinarizina Metamizole
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO (6,7%)
Alendronato sódico Meloxicam
SANGUE E ÓRGÃOS FORMADORES DE SANGUE (3,3%)
Ácido acetilsalicílico
PREPARAÇÕES DO SISTEMA HORMONAL EXCLUINDO HORMÔNIOS SEXUAIS E INSULINA (3,3%)
Levotiroxina sódica
SISTEMA GENITURINÁRIO E HORMÔNIOS SEXUAIS (3,3%)
Oxibutinina
Os 30 fármacos classificados segundo a ATC Index (nível 5) e utilizados
pelos idosos vestibulopatas (com queixa de tontura) com possível consequência
redução dos efeitos farmacológicos resultante das interações medicamentosas,
estão mostrados no Quadro 9.
65
Quadro 9 - Fármacos em uso pelos idosos vestibulopatas com queixa de tontura e
com a possível consequência redução dos efeitos farmacológicos resultante das
interações medicamentosas.
SISTEMA CARDIOVASCULAR (51,6%)
Sinvastatina Hidroclorotiazida Pravastatina Espironolactona
Atenolol Anlodipino Metoprolol Enalapril
Captopril Atorvastatina Furosemida Carvedilol
Isossorbida Trimetazidina Propranolol Bezafibrato
SISTEMA DIGESTIVO E METABOLISMO (19,4%)
Metformina Omeprazol Hidróxido de alumínio Carbonato de cálcio
Glimepirida Insulina
SISTEMA NERVOSO (12,9%)
Clonazepam Metamizole Carbamazepina Quetiapina
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO (6,5%)
Alendronato sódico Meloxicam
SANGUE E ÓRGÃOS FORMADORES DE SANGUE (3,2%)
Ácido acetilsalicílico
PREPARAÇÕES DO SISTEMA HORMONAL EXCLUINDO HORMÔNIOS SEXUAIS E INSULINA (3,2%)
Levotiroxina sódica
SISTEMA GENITURINÁRIO E HORMÔNIOS SEXUAIS (3,2%)
Oxibutinina
As Tabelas 21 e 22 apresentam os resultados das associações entre as
possíveis consequências das interações medicamentosas e as queixas de
desequilíbrio e zumbido, respectivamente. Esses resultados mostraram associação
estatisticamente significante apenas entre zumbido e insuficiência cardíaca (Qui-
Quadrado). As demais análises não mostraram associação significante entre as
variáveis (p>0,05).
66
Tabela 21 - Associação entre as possíveis consequências das interações
medicamentosas e o desequilíbrio nos idosos. São apresentados o valor do Qui-
Quadrado (), o p-valor e a Razão de Prevalência (RP) e seu intervalo de confiança
(IC-95%).
POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS
DESEQUILÍBRIO
p-valor
RP (IC-95%) SIM NÃO
HIPERTENSÃO
Sim 13 5 0,24 0,623 1,27 (0,48-3,33)
Não 75 38
HIPOTENSÃO
Sim 15 3 2,47 0,116 2,44 (0,74-7,98)
Não 73 40
ARRITMIA CARDÍACA
Sim 11 6 0,05 0,816 0,89 (0,35-2,26)
Não 77 37
INSUFICIÊNCIA RENAL
Sim 11 4 0,29 0,589 1,34 (0,45-3,97)
Não 77 39
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Sim 10 4 0,13 0,719 1,22 (0,40-3,67)
Não 78 39
REDUÇÃO DE EFEITOS FARMACOLÓGICOS
Sim 9 5 0,06 0,807 0,87 (0,31-2,46)
Não 79 38
HIPERGLICEMIA
Sim 8 1 0,30 0,581 3,90 (0,50-30,26)
Não 80 42
HIPOGLICEMIA
Sim 6 2 0,24 0,626 1,46 (0,30-6,96)
Não
82
41
67
Tabela 22 - Associação entre as possíveis consequências das interações
medicamentosas e o zumbido nos idosos vestibulopatas. São apresentados o valor
do Qui-Quadrado (), o p-valor e a Razão de Prevalência (RP) e seu intervalo de
confiança (IC-95%).
POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS
ZUMBIDO p-valor RP (IC-95%)
SIM NÃO
HIPERTENSÃO
Sim 12 6 1,47 0,225 1,74 (0,69-4,36)
Não 58 55
HIPOTENSÃO
Sim 10 8 0,04 0,846 1,08 (0,45-2,58)
Não 60 53
ARRITMIA CARDÍACA
Sim 8 9 0,32 0,572 0,77(0,31-1,88)
Não 62 52
INSUFICIÊNCIA RENAL
Sim 10 5 1,19 0,274 1,74 (0,63-4,81)
Não 60 56
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Sim 11 3 3,98 0,046 3,19 (0,93-10,92)
Não 59 58
REDUÇÃO DE EFEITOS FARMACOLÓGICOS
Sim 10 4 2,04 0,153 2,17 (0,71-6,59)
Não 60 57
HIPERGLICEMIA
Sim 5 4 0,02 0,894 1,08 (0,30-3,87)
Não 65 57
HIPOGLICEMIA
Sim 4 4 0,04 0,840 0,87 (0,22-3,33)
Não 66 57
p≤0,05 (teste ).
68
Os 24 fármacos classificados segundo a ATC Index (nível 5) e utilizados
pelos idosos vestibulopatas (com queixa de zumbido) com a possível consequência
insuficiência cardíaca resultante das interações medicamentosas, estão mostrados
no Quadro 10.
Quadro 10 - Fármacos em uso pelos idosos vestibulopatas com queixa de zumbido
e com a possível consequência insuficiência cardíaca resultante das interações
medicamentosas.
SISTEMA CARDIOVASCULAR (54,1%)
Sinvastatina Hidroclorotiazida Diltiazem Propranolol
Atenolol Amiodarona Furosemida Enalapril
Captopril Isossorbida Bezafibrato Carvedilol
Pravastatina
SISTEMA DIGESTIVO E METABOLISMO (16,7%)
Metformina Insulina Omeprazol Hidróxido de alumínio
SISTEMA NERVOSO (8,3%)
Cinarizina Metamizole,
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO (8,3%)
Alendronato sódico Meloxicam
SANGUE E ÓRGÃOS FORMADOS DE SANGUE (4,2%)
Ácido acetilsalicílico
APARELHO RESPIRATÓRIO (4,2%)
Prometazina
PREPARAÇÕES DO SISTEMA HORMONAL EXCLUINDO HORMÔNIOS SEXUAIS E INSULINA (4,2%)
Levotiroxina sódica
A Tabela 23 apresenta os resultados das associações entre as possíveis
consequências das interações medicamentosas e a ocorrência de queda nos idosos
vestibulopatas. Não houve associação significante entre as variáveis analisadas pelo
teste Qui-Quadrado () e Razão de Prevalência (RP) e seu intervalo de confiança
(IC-95%).
69
Tabela 23 - Associação entre as possíveis consequências das interações
medicamentosas e a ocorrência de queda nos idosos vestibulopatas. São
apresentados o valor do Qui-Quadrado (), o p-valor e a Razão de Prevalência (RP)
e seu intervalo de confiança (IC-95%).
POSSÍVEIS
CONSEQUÊNCIAS
QUEDA
2 p-valor RP (IC-95%) SIM NÃO
HIPERTENSÃO
Sim 6 12 0,35 0,552 0,75 (0,30-1,89)
Não 46 67
HIPOTENSÃO
Sim 4 14 2,66 0,102 0,43 (0,15-1,24)
Não 48 65
ARRITMIA CARDÍACA
Sim 5 12 0,86 0,352 0,63 (0,23-1,69)
Não 47 67
INSUFICIÊNCIA RENAL
Sim 5 10 0,29 0,592 0,75 (0,27-2,09)
Não 47 69
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Sim 5 9 0,10 0,747 0,84 (0,29-2,37)
Não 47 70
REDUÇÃO DE EFEITOS FARMACOLÓGICOS
Sim 4 10 0,81 0,368 0,60 (0,20-1,83)
Não 48 69
HIPERGLICEMIA
Sim 4 5 0,09 0,762 1,21 (0,34-4,31)
Não 48 74
HIPOGLICEMIA
Sim 2 6 0,77 0,380 0,50 (0,10-2,41)
Não 50 73
70
6 DISCUSSÃO
Este estudo avaliou 131 idosos vestibulopatas, com 60 anos ou mais, e
mostrou uso intenso de medicamentos nesses indivíduos e associação entre as
queixas clínicas, o uso de medicamentos e os efeitos decorrentes das interações
medicamentosas.
A amostra avaliada foi constituída predominantemente por mulheres (86,2%)
com média de idade de 70,5 anos; a faixa etária entre 65 a 70 anos foi a mais
prevalente (Tabela 1). Por outro lado, a maioria dos homens (72,2%) relataram ter
vida conjugal, ao contrário de 31,9% das mulheres (Tabela 2).
Um estudo de base populacional para caracterizar o perfil sociodemográfico
de idosos residentes em uma cidade do Nordeste brasileiro, com predominância
feminina (68,0%) e média de idade de 70,7 anos (dados semelhantes ao presente
estudo), também mostrou que 76,9% dos homens eram casados e 65,1% das
mulheres não apresentavam vida conjugal - eram solteiras, viúvas ou divorciadas
(MENEZES; LOPES; MARUCCI; 2007).
O estudo de Paulino (2012), que também avaliou população idosa com
vestibulopatia proveniente da comunidade e usuária do mesmo serviço de
atendimento, mostrou predominância de mulheres (82,0%) entre os idosos e da faixa
etária entre 66 a 70 anos (26%), sugerindo maior preocupação das mulheres nos
cuidados com a saúde.
Outros estudos também apontaram o predomínio das mulheres
vestibulopatas. Ao avaliarem o equilíbrio corporal de idosas com vestibulopatia,
Sousa et al. (2011) encontraram 80,0% do gênero feminino, com média de idade de
69 anos, similar à população do presente estudo. Paulino e Benedito (2011)
avaliaram o uso de medicamentos entre idosos vestibulopatas com perfil
semelhante, dos quais 27,0% estavam na faixa etária entre 66 e 70 anos, e as
mulheres representavam 82,4% desses idosos avaliados.
Gomes, Nascimento e Araújo (2007) discutiram a predominância feminina nos
serviços de saúde, justificando que os homens na sociedade atual apresentam
simbolicamente força e virilidade e, portanto, buscam menos atendimento médico, o
que poderia ser encarado como sinal de fraqueza, medo e insegurança. Também
Pedalini et al. (1999) demonstraram alta frequência (67,2%) do gênero feminino na
71
investigação com 116 pacientes vestibulopatas, idade média de 43 anos, explicada
pela maior preocupação das mulheres com a saúde.
Na mesma direção, mesmo entre pacientes que utilizam serviços hospitalares
públicos, o gênero feminino representou a maior parte da amostra (68,3%) entre
idosos vestibulopatas com média de 73,4 anos (GAZZOLA et al., 2006). Da mesma
forma, Ganança et al. (2006) destacaram as mulheres como predominantes (76,6%)
entre os usuários do ambulatório de otoneurologia de um hospital público quando
investigaram as causas de quedas nesta população. Em outro estudo, também foi
observada a prevalência de mulheres (58,7%) quando da avaliação da eficácia das
manobras de reposicionamento em idosas vestibulopatas (entre 65 e 89 anos) com
Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB) na diminuição de quedas
(GANANÇA et al., 2010).
Segundo Borges et al. (2008), mulheres no período da menopausa podem
apresentar alterações no sistema vestibular. Os autores encontraram modificações
no exame de vectonistagmografia em 54,2% das pacientes (média de 56 anos),
sendo que 54,1% faziam uso de reposição hormonal, indicando um efeito dos
hormônios femininos sobre as funções vestibulares. Entre os sintomas
otoneurológicos mais prevalentes estavam tontura (91,7%), cefaléia (58,4%) e
zumbido (50%), assim como no presente estudo. De fato, um estudo experimental
realizado em cobaias, por Bittar e Cruz (1990), revelou que a administração de
estrogênio tem influência sobre o aparelho auditivo.
Scherer, Lisboa e Pasqualotti (2012) associaram as queixas vestibulares de
pacientes de uma clínica especializada com qualidade de vida (por meio do
questionário Dizziness Handicap Inventory - DHI) e também encontraram
predominância feminina em sua amostra (58,9%), cuja média de idade foi de 71,2 –
semelhante ao presente estudo (70,5 anos). Ressalte-se que o DHI é um
questionário que mensura a interferência da tontura na vida dos pacientes, em
relação aos aspectos físico, emocional e funcional; desse modo, quanto maior a
pontuação neste questionário, pior a qualidade de vida do indivíduo. Os autores
encontraram associação significante entre tontura e aspecto físico do DHI (p=0,01) e
entre desequilíbrio e aspectos funcional (p=0,02) e emocional (p=0,03).
Um levantamento epidemiológico realizado na cidade de São Paulo mostrou
42,0% da amostra com queixa de tontura, sendo que as mulheres eram 52,0% e
61,0% delas apresentavam náusea associada à tontura. As mulheres buscavam
72
mais os serviços de saúde (51,0%) que os homens (37,0%), e essa diferença foi
estatisticamente significante. Para os autores, uma das causas pode estar no fato de
que apenas 27,0% das mulheres relataram que os sintomas não as incomodavam
(de acordo com a Escala Disability Index). Apesar da maior parte da amostra
(49,0%) estar na faixa etária entre 46 a 55 anos, 44,0% das pessoas que referiram
tontura tinham mais de 65 anos de idade (BITTAR et al., 2013).
Da mesma forma, os estudos com idosos não vestibulopatas também revelam
a predominância de mulheres, como o de Rossi et al. (2013) que caracterizaram o
perfil de idosos não vestibulopatas atendidos em um serviço de reabilitação público
e constataram que a maior parte dos usuários eram mulheres (63,9%) e
apresentavam média de idade (73,3) similar ao presente estudo. Também,
investigações sobre o uso de medicamentos em idosos atendidos em ambulatórios
de um hospital público, como o de Gorzoni et al. (2012), relataram o gênero feminino
como sendo a maioria dos idosos avaliados, apesar da média de idade ter sido
pouco mais elevada (77,4 anos). Ainda, em um estudo de caso-controle para
verificar a influência da polimedicação em fraturas desencadeadas por quedas em
idosos, as mulheres constituíam o maior número da amostra, tanto no grupo
experimental como no grupo controle (PAN et al., 2014).
A discrepância entre gêneros nos cuidados com a saúde não ocorre apenas
entre os idosos. Pesquisa populacional avaliando homens e mulheres adultos nos
quesitos auto-relatados: estado de saúde, utilização de assistência médica e nível
socioeconômico revelou associação significante (p<0,01) entre gênero feminino e
número de consultas médicas, indicando que as mulheres estão mais presentes nos
consultórios médicos do que os homens. Além disso, as mulheres declararam mais
ansiedade, depressão e dor crônica que os homens, além de estado de saúde ruim,
o que justificaria a prevalência feminina nos serviços médicos, fato que pode
contribuir para a maior expectativa de vida feminina em relação aos homens.
(PERELMAN; FERNANDES; MATEUS, 2012)
Em outros estudos populacionais, como o de Marin et al. (2008), as mulheres
apresentam maior sobrevida e são consideradas mais vulneráveis às alterações do
estado de saúde. Apesar dos autores caracterizarem o uso de medicamentos (e não
de fármacos) em idosos, houve predomínio do gênero feminino (61,8%). Loyola
Filho et al. (2005) também acrescentam que um dos motivos para as mulheres
idosas consumirem muitos medicamentos deve-se ao fato da maior utilização dos
73
serviços de saúde por essa população, uma vez que as condições crônicas são mais
prevalentes entre mulheres.
Não obstante o maior cuidado das mulheres com a saúde, como demonstrado
nos estudos citados, é possível supor que o uso mais intenso de medicamentos
pelas mulheres pode, eventualmente, resultar em uma maior taxa de interações
medicamentosas, trazendo assim outros tipos de riscos à sua saúde. Esta hipótese
é sustentada por um estudo populacional que demonstrou a prevalência de
interações medicamentosas em 55,6% de uma amostra de idosos da comunidade,
usuários do Programa Saúde da Família (PSF). Entre esses idosos, as mulheres
representavam 58,6% e a faixa etária mais prevalente (48,7%) foi de 60 a 69 anos
(GOTARDELO et al., 2014).
No presente estudo, também houve predomínio (71,8%) do nível fundamental
de escolaridade entre os idosos, e apenas uma pequena porcentagem apresentava
nível médio (10,7%) e nível superior (9,9 %) (Tabela 3). Neste sentido, segundo
Fleming e Goetten (2005), a baixa escolaridade dos idosos também pode ser um
dos fatores que contribuem para uma maior dificuldade na compreensão das
doenças e da necessidade do autocuidado, incluindo as medidas
farmacoterapêuticas, que requerem interpretação correta das prescrições médicas,
seus esquemas posológicos e os cuidados na administração correta dos
medicamentos em uso; isso pode influenciar negativamente na adesão do
tratamento medicamentoso das múltiplas comorbidades comumente presentes nos
idosos.
Embora a variável nível de escolaridade não tenha sido analisada
estatisticamente, a preocupação com a escolaridade de idosos também foi
demonstrada em outras pesquisas. Desse modo, analisando as condições de uso de
medicamentos por 301 idosos (não vestibulopatas) que vivem em uma comunidade
do Rio de Janeiro, Marin et al. (2008) observaram que 68,1% de sua amostra não
haviam completado o ensino fundamental, fator que comprometia a administração
correta dos medicamentos, agravado pelo fato de 71,1% tomarem os medicamentos
sozinhos e de 59,1% desconhecerem os efeitos adversos dessas substâncias. De
igual modo, uma pesquisa de avaliação do uso de medicamentos contínuos em uma
cidade do nordeste brasileiro encontrou associação significante entre idosos com
baixa escolaridade e polifarmácia (p=0,035). É importante destacar que a média de
74
uso na pesquisa foi de 2,4 medicamentos por idoso (SILVA et al., 2012), menor que
a média de 4,4 fármacos encontrada no presente estudo.
Paulino (2012) também observou baixa escolaridade entre os idosos
vestibulopatas, ou seja, 70,0% possuíam apenas ensino fundamental. A relação
entre baixa escolaridade e polifarmácia foi sugerida pela autora, uma vez que 45,8%
faziam uso de 1 a 3 fármacos e 39,1% de 4 a 6 fármacos. Além disso, 64%
apresentaram algum tipo de interação medicamentosa.
Ainda, resultados semelhantes foram obtidos por Leocádio (2011) ao verificar
a influência de fármacos sobre o equilíbrio corporal de idosos vestibulopatas. A
maior parte de sua amostra (66,7%) possuía apenas o ensino fundamental e a
média de idade foi de 72 anos; ainda, a média de fármacos em uso pelos idosos
(4,6) foi muito semelhante à do presente estudo (4,4 fármacos).
As queixas clínicas mais frequentemente (>50%) relatadas pelos idosos
vestibulopatas do estudo foram tontura, desequilíbrio e zumbido para ambos os
gêneros (Tabela 4). A ocorrência de queda esteve presente em menos de 50% da
amostra (Tabela 5).
Resultados semelhantes foram encontrados por Mirallas et al. (2011) em
idosos vestibulopatas, cujas queixas mais predominantes foram tontura, quedas e
náusea, as quais colaboraram para a alta pontuação na escala Dizziness Handicap
Inventory (DHI), indicando prejuízo na realização das atividades de vida diárias
(AVDs) desses indivíduos.
Mantello et al. (2008) também descreveram tontura e desequilíbrio como
características principais dos 40 idosos vestibulopatas estudados e, da mesma
forma, encontraram alto escore no DHI, influenciando negativamente a qualidade de
vida desta população. Além do mais, os autores identificaram diabetes e hipertensão
arterial sistêmica (HAS) nesses idosos e sugeriram que as alterações metabólicas e
vasculares oriundas dessas doenças poderiam ter relação com as queixas de
tontura relatadas pelos idosos, por comprometerem o funcionamento adequado do
sistema vestibular.
Patatas, Ganança e Ganança (2009) verificaram que tontura e vertigem foram
as queixas mais prevalentes (54,5%) em adultos vestibulopatas atendidos no
ambulatório de um hospital público, seguido de zumbido (59,1%), desequilíbrio
(36,4%), náusea (36,4%), cefaléia (22,7%) e queda (18,2%). Os autores
compararam o DHI desses pacientes (média de 57,7 anos) antes e após a
75
reabilitação vestibular e verificaram que a pontuação no questionário diminuiu após
os exercícios, indicando melhora na qualidade de vida desses indivíduos.
Sczepanek et al. (2011) descreveram como multifatoriais as causas da tontura
ao realizaram um estudo de follow-up para determinar as características e o
desenvolvimento da tontura em idosos acima de 65 anos. A maior parte da amostra
(69,6%) era do gênero feminino e a tontura era acompanhada de instabilidade
(65,2% dos casos) e náusea (34,8%). Os autores utilizaram o questionário DHI e
observaram que, durante os meses de seguimento, a escala emocional obteve maior
pontuação do que as escalas física e funcional do questionário, demonstrando que,
embora não tenha sido encontrada associação estatisticamente significante no
escore total entre o início e o final do trabalho, fatores relacionados à ansiedade e
depressão decorrentes da tontura foram considerados mais relevantes pelos idosos
participantes que as consequências físicas e funcionais.
Outro estudo que avaliou a qualidade de vida em idosos vestibulopatas por
meio do DHI encontrou médias mais altas para as mulheres (especialmente na faixa
etária entre 76 a 80 anos), indicando que essas idosas apresentavam maior
comprometimento nos aspectos funcional, emocional e físico que os homens e,
consequentemente, pior qualidade de vida (TAKANO et al., 2010).
O presente estudo mostrou que a ocorrência de queda foi pouco frequente
(39,7%) entre os idosos vestibulopatas. Esse dado se deve, talvez, ao fato desses
idosos serem mais ativos e independentes.
Ao contrário, uma pesquisa comparou sinais e sintomas de disfunção
vestibular entre idosos institucionalizados e idosos não institucionalizados, cuja
média de idade foi de 76,2 anos e a maior parte era do gênero feminino. Os autores
encontraram tontura (66,7%), zumbido (46,7%), cefaléia (33,4%) e queda (26,6%)
como queixas mais prevalentes nos idosos institucionalizados e cefaléia (46,7%),
tontura (46,6%), zumbido (33,3%) e nenhuma ocorrência de queda (0%) nos idosos
não institucionalizados. Os testes de equilíbrio estático (Romberg e Romberg-Barré)
mostraram resultados semelhantes entre os grupos de idosos, sendo a maioria
negativo; entretanto, os testes de equilíbrio dinâmico (Fukuda, Babinski-Weil e Índice
de Marcha Dinâmica) foram positivos para a maioria dos idosos institucionalizados e
com associação estatisticamente significante (p<0,001), quando comparados com os
idosos não institucionalizado. Os autores sugeriram que os idosos institucionalizados
76
apresentam mais desequilíbrio e maior risco de queda que os não institucionalizados
(SHIMIZU et al., 2010).
Mesmo assim, apesar de não ter sido objetivo do presente estudo, pode-se
sugerir que os idosos vestibulopatas do presente estudo podem apresentar algum
tipo de comprometimento durante a realização de suas AVDs. Essa hipótese pode
ser amparada nos resultados da pesquisa de Sousa et al. (2011) mostrando que
84,0% dos idosos vestibulopatas não institucionalizados avaliados apresentaram
independência modificada mensurada pela Medida de Independência Funcional -
MIF (média de 118,5 pontos). A MIF é um instrumento de avaliação da capacidade
funcional de um indivíduo em atividades como transferências, autocuidado,
locomoção, controle esfincteriano, comunicação e interação social; a escala vai até
128 pontos e quanto mais alta a pontuação, maior a independência do indivíduo.
Além disso, 62,0% dos idosos alcançaram somente 18,5 pontos no Dynamic Gait
Index (DGI), apresentando, portanto, risco de queda. Houve associação
estatisticamente significante (p=0,001) entre o resultado do DGI e a pontuação da
MIF, indicando que quanto mais comprometida era a marcha, menor a
independência funcional. Outro fato relevante é que 30% desses idosos faziam uso
de 5 ou mais medicamentos.
Na mesma direção, Leocádio (2011) utilizou a Brazilian OARS
Multidimensional Function Assessment Questionnaire (BOMFAQ) para classificar a
capacidade funcional de idosos e os resultados mostraram que 54,7% possuía
dificuldade em 1 a 3 atividades (com utilização de 4,1 fármacos) e 21,3% possuía
dificuldade em 4 a 6 atividades (com utilização de 5,8 fármacos), além de 17,3% que
possuíam dificuldades em 7 ou mais atividades (com utilização de 5,7 fármacos). Foi
observada associação estatisticamente significante (p=0,040) entre a capacidade
funcional desses idosos com a quantidade de fármacos que utilizavam.
No que se refere à quantidade de fármacos em uso pelos idosos
vestibulopatas, o presente estudo verificou que 45,0% deles faziam uso
concomitante de 3 a 5 fármacos e 27,5% de 6 fármacos ou mais (Tabela 7),
resultados semelhantes aos de outros estudos envolvendo idosos com perfil
semelhante. Desse modo, Leocádio (2011) demonstrou que 38,7% de sua amostra
de idosos vestibulopatas utilizavam até 3 fármacos e 37,3% usavam de 4 a 6
fármacos. Também, na pesquisa de Paulino (2012) sobre o uso de medicamentos e
77
suas interações entre idosos vestibulopatas, foi mostrado que 46,0% deles
utilizavam de 1 a 3 fármacos e 39,0% usavam de 4 a 6 fármacos.
Em outro estudo para caracterizar idosos com disfunção vestibular atendidos
em ambulatório hospitalar, Gazolla et al. (2006) igualmente encontraram 36,7% de
idosos utilizando 5 ou mais medicamentos, seguida de 30,8% utilizando 3 a 4
medicamentos. Ressalte-se que os autores informaram o número de medicamentos,
e não fármacos, utilizados pela população idosa vestibulopata investigada.
Um estudo de base populacional que investigou os padrões de prescrição
medicamentosa em idosos não vestibulopatas, focando a prevalência e os fatores
preditores, considerou polifarmácia como o uso concomitante de 6 ou mais
fármacos. Em adição, os autores classificaram como polifarmácia maior o uso
simultâneo de 11 ou mais fármacos e polifarmácia excessiva o uso de 21 ou mais
fármacos (KIM et al., 2014).
Todavia, o conceito de polifarmácia não está definido claramente na literatura,
podendo ser interpretado de forma quantitativa ou qualitativa. Com relação ao
número de medicamentos utilizados por uma mesma pessoa, polifarmácia pode ser
definida como o uso de dois ou mais medicamentos (KUSANO, 2009).
Complementando esse conceito, Loyola-Filho et al. (2008) classificam como
polifarmácia menor o uso de 2 a 4 medicamentos e polifarmácia maior o uso de ≥ 5
medicamentos. Os autores realizaram um estudo coorte de base populacional e
constataram que 44,8% dos idosos faziam uso de polifarmácia menor e 25,5% de
polifarmácia maior.
Ao pesquisar a associação entre quedas e número de medicamentos
utilizados, Pan et al. (2014) conceituaram polifarmácia como o uso de 4 ou mais
medicamentos. Os autores realizaram um estudo de base populacional, em Taiwan,
com o objetivo de identificar as associações entre número de medicamentos e
queda de acordo com idade e gênero. A idade média dos participantes foi de 76,1 e
57,8% dos idosos que tiveram queda faziam uso de polifarmácia.
Baranzini et al. (2009) investigaram se o uso de medicamentos poderia estar
relacionado com a incidência de quedas de idosos institucionalizados e, apesar de
concordarem que não há consenso na literatura sobre polimedicação, definiram
polifarmácia como o uso de 4 ou mais medicamentos. Os idosos tinham idade média
de 84,6 anos, e a maior parte deles era do gênero feminino (75,4%).
78
Outros estudos definem polifarmácia como o uso de 5 ou mais medicamentos.
Entre eles, está um estudo de base populacional, também com o objetivo de avaliar
a polifarmacoterapia entre idosos, que encontrou polifarmácia prevalente em 36% da
amostra, composta por 83,6% de idosos acima de 75 anos e a maior parte (63%) do
gênero feminino (CARVALHO et al., 2012).
Também, o uso de 5 ou mais medicamentos foi considerado como
polifarmácia em um estudo para avaliar o consumo de medicamentos e suas
reações adversas em idosos hospitalizados; os autores classificaram 92,3% da
amostra de idosos como polimedicada; a maior parte dos idoso era do gênero
feminino (64,6%) e com média de idade 72,4 anos (SANTOS; SETTE; BELÉM,
2011), da mesma forma que no presente estudo. Em adição, no estudo transversal
sobre prescrições medicamentosas em um ambulatório de geriatria de um hospital
escola, os autores encontraram 30,3% dos 208 idosos em uso concomitante de 5 ou
mais medicamentos, caracterizando-os como polimedicados. Ressalte-se que a
média de idade desses pacientes foi de 73,4 anos e 66,8% eram do gênero feminino
(CUENTRO et al., 2014).
As definições qualitativas de polifarmácia também são bastante abrangentes.
Uma revisão de Santos e Almeida (2010) conceituou polifarmácia como o uso de
qualquer quantidade de fármacos sem indicação clínica definida. De igual modo,
Bushardt et al. (2008) realizaram uma revisão sistemática para identificar um
consenso nessa definição e não o encontraram. Para os autores, o conceito de
polifarmácia mais amplamente utilizado na literatura (entre os 24 diferentes
conceitos identificados em sua revisão) foi o uso de múltiplos medicamentos que
não se relacionam com o diagnóstico clínico apresentado pelo paciente. Essa
definição confunde-se com uso de medicamentos inapropriados e até mesmo erros
de medicação, gerando mais conflitos na área.
A definição qualitativa de polifarmácia também foi relatada como sendo a
prescrição de pelo menos um medicamento desnecessário, ou seja, que não está
clinicamente indicado. Muitas vezes, esses medicamentos são prescritos para tratar
os efeitos de outros medicamentos, o que é denominado de prescrição em cascata
(FUENTES; WEBAR, 2013). Esta situação expõe o paciente a outros efeitos
adversos pelo desnecessário de certos fármacos, e pode ser considerada uma
iatrogenia medicamentosa, ou seja, um dano decorrente de alguma intervenção
farmacológica, cuja consequência traz prejuízos para a saúde do idoso (GOMES;
79
CALDAS, 2008). Entretanto, as várias comorbidades que os idosos apresentam
requerem múltiplas medicações, que são a principal causa das interações
medicamentosas e das prescrições em cascata (WILLIANS, 2002; SANTIS, 2009).
O número elevado de medicamentos também foi objetivo de estudos com
populações idosas que não apresentam vestibulopatias. Segundo Haddad et al.
(2009), idosos não vestibulopatas recebem muitas prescrições medicamentosas pois
apresentam doenças crônicas próprias do envelhecimento. Entre elas, estão as
alterações cardíacas e a doença de Parkinson, que necessitam de tratamento
farmacológico com pequena margem de segurança entre a dose terapêutica e a
tóxica. Os autores afirmaram que, a partir dos 75 anos, pelo menos 3 fármacos
estão sendo utilizados por essa população, predispondo-a às interações
medicamentosas. Entre os fármacos mais consumidos, são citados os anti-
hipertensivos, diuréticos, analgésicos, antiinflamatórios, ansiolíticos e vitaminas.
Todos os 138 fármacos identificados nos medicamentos em uso pelos idosos
do presente estudo foram classificados de acordo com o ATC Index e os mais
utilizados foram aqueles para o tratamento de alterações do sistema cardiovascular
(29,0%), seguido dos fármacos para tratamento de alterações do sistema nervoso
(23,2%) e do aparelho digestivo e metabolismo (13,8%), entre outros (Tabelas 8, 9,
10, 11 e 12).
Outras pesquisas com idosos vestibulopatas com perfil semelhante ao do
presente estudo também mostraram a prevalência dos medicamentos com ação
cardiovascular, entre outras classes terapêuticas, conforme descrito nos parágrafos
seguintes.
Assim, ao avaliar a influência da quantidade e tipos de fármacos no equilíbrio
corporal e na capacidade funcional de idosos com vestibulopatias, Leocádio (2011)
também observou predominância de fármacos indicados para o tratamento de
alterações do sistema cardiovascular (74,7%), seguidos daqueles que atuam no
aparelho digestivo e metabolismo (38,7%).
Outro estudo com pacientes idosos com distúrbios vestibulares mostrou uma
maior frequência do uso de fármacos que atuam no sistema cardiovascular. Apesar
de 33,0% dos idosos pertencerem à faixa etária de 71 a 75 anos, maior do que a do
presente estudo (22,9%), os anti-hipertensivos (44,0%), os diuréticos (33,0%) e os
antiarrítmicos (22,0%) também foram as classes terapêuticas mais utilizadas pelos
idosos investigados (PREZOTTO; PAULINO; APRILE, 2010).
80
Também, Paulino (2012) verificou que os anti-hipertensivos (56,0%) e os
diuréticos (22,0%) foram amplamente utilizados por idosas com vestibulopatias,
assim como os psicofármacos (23,0%). É importante enfatizar que a maior parte da
amostra estava na faixa etária de 66 a 70 anos, semelhante à amostra do presente
estudo.
Ganança et al. (2006) investigaram as consequências das quedas em idosos
vestibulopatas e demonstraram que as doenças mais frequentemente apresentadas
foram as que acometem o aparelho circulatório (78,1%). As características da
população avaliada foram semelhantes às do presente estudo (76,6% gênero
feminino, média de idade de 73,6 anos e número médio de medicamentos de 4,1%).
Embora o presente estudo não tenha quantificado nem classificado as
doenças apresentadas pelos idosos com vestibulopatias, a prevalência do uso de
fármacos para as alterações do sistema cardiovascular pode sugerir que as doenças
deste sistema sejam mais frequentes nesses idosos. Todavia, não se pode
descartar, também, a hipótese de que as consequências de eventuais interações
medicamentosas poderiam contribuir com o aparecimento ou agravamento de sinais
e/ou sintomas relacionados ao sistema cardiovascular, resultando na chamada
prescrição em cascata, como citado anteriormente.
Entre pacientes com disfunção vestibular que utilizam ambulatórios de
hospitais públicos também é possível observar essa predominância. Ao caracterizar
idosos vestibulopatas, Gazzola et al. (2006) observaram que 67,5% dos
medicamentos em uso por essa população eram aqueles para tratamento de
alterações do sistema cardiovascular, superando, inclusive, os medicamentos
otoneurológicos (63,3%). O presente estudo também mostrou que os fármacos para
tratamento das alterações cardiovasculares foram os mais frequentes (29,0%),
seguido dos antivertiginosos (que representaram 54,1% dos fármacos em uso para o
tratamento das alterações do sistema nervoso) (Tabelas 8, 9 e 10).
Em complementação, para caracterizar a farmacoterapia de idosos
demenciados, não vestibulopatas, provenientes da comunidade, foram identificados
os fármacos para tratamento de disfunções do sistema cardiovascular como mais
prevalentes (31,1%), seguido dos fármacos para sistema nervoso (29,2%) e
aparelho digestivo e metabolismo (18,8%). Apesar da média de idade ser maior (80
anos), quando comparada com a do presente estudo, a frequência das classes
terapêuticas em uso foi semelhante (PINHEIRO; CARVALHO; LUPPI, 2013).
81
Um estudo de base populacional igualmente descreveu a predominância do
uso de medicamentos para tratamento do sistema cardiovascular entre idosos
(SILVA et al., 2012). Os resultados dos autores mostraram que 57,6% dos fármacos
utilizados por idosos de um município do Nordeste brasileiro atuavam no sistema
cardiovascular, seguidos pelos fármacos usados no tratamento de alterações do
aparelho digestivo e metabolismo (17,5%) e por aqueles que atuavam no tratamento
de alterações do sistema nervoso (11,0%).
Ao contrário, o presente estudo aponta que os fármacos que atuam no
tratamento das alterações do sistema nervoso são mais utilizados (23,2%) que
aqueles para o tratamento de alterações do aparelho digestivo e do metabolismo
(13,8%) (Tabelas 8, 10 e 11). Essa diferença pode ser explicada pela presença de
distúrbios vestibulares nos idosos do presente estudo, uma vez que os
antivertiginosos são fármacos classificados pelo ATC Index, como atuantes no
sistema nervoso, o que contribui para o aumento da frequência desta classe
terapêutica.
De igual modo, Loyola Filho et al. (2005) investigaram o consumo de
medicamentos em idosos não vestibulopatas e os resultados apontaram os
fármacos para alterações do sistema cardiovascular como os mais prevalentes
(36,2%), seguido dos que atuavam no sistema nervoso (25,5%). Os grupos
farmacológicos mais frequentes dentro do sistema cardiovascular foram os diuréticos
e os cardioterápicos. No presente estudo, apesar dos diuréticos e cardioterápicos
também terem sido prevalentes, os hipolipemiantes foram os mais frequentes
(38,3%) dentro do sistema cardiovascular (Tabela 9).
De modo semelhante, em idosos não vestibulopatas hospitalizados, com
necessidades diferentes dos idosos vestibulopatas do presente estudo, os fármacos
que atuam no sistema cardiovascular são mais frequentemente utilizados. Neste
sentido, foi relatado por Santos, Sette e Belém (2011) que 39,8% dos fármacos
administrados em pacientes internados eram indicados para tratamento de
alterações do sistema cardiovascular, seguidos por aqueles com ação nas
alterações do aparelho digestivo e metabolismo (34,1%). Ressalte-se que a média
de idade dos idosos (72,4 anos) avaliados também era similar à do presente estudo
(70,5 anos).
O estudo de base populacional de Carvalho et al. (2012) demonstrou os
medicamentos de ação no sistema cardiovascular como os mais frequentemente
82
utilizados por idosos não vestibulopatas (50%) que faziam uso de 5 ou mais
medicamentos. As doenças mais frequentes foram: HAS (67,8%), doença reumática
(36,4%), problemas cardíacos (25,0%) e diabetes (23,6%). O uso de 5 ou mais
medicamentos apresentou associação significante com a hipertensão e o diabetes
(p≤0,001) .
O presente estudo identificou 71 idosos (54,2%) que faziam algum tipo de
interação medicamentosa, sobretudo aqueles da faixa etária de 65 a 70 anos
(32,4%), representada pelas mulheres (Tabela 13). É importante frisar que a
definição de interação medicamentosa, segundo a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária, do Brasil (ANVISA), é uma “resposta farmacológica, toxicológica, clínica
ou laboratorial causada pela combinação do medicamento com outros
medicamentos”. Esta conceituação, na verdade, é mais ampla, uma vez que
também contempla a interação de medicamentos com alimentos, substâncias
químicas ou até doenças. No tocante ao presente estudo, ressalte-se que, para a
ANVISA, uma “interação medicamentosa pode resultar em um aumento ou
diminuição da efetividade terapêutica, ou ainda, no aparecimento de novos efeitos
adversos” (ANVISA, 2010).
Nessa direção, é descrito que uma das causas das interações
medicamentosas pode ser a polifarmacoterapia, uma vez que muitos fármacos são
utilizados ao mesmo tempo. Os idosos são mais suscetíveis a este evento, pois
consomem muitos medicamentos devido a presença de múltiplas doenças. Além
disso, seu organismo apresenta alterações na farmacodinâmica e, sobretudo, na
farmacocinética dos medicamentos utilizados (MARQUITO et al., 2014).
Do ponto de vista da farmacocinética, fatores que podem aumentar os efeitos
farmacológicos estão relacionados à diminuição do fluxo hepático (e consequente
biotransformação mais lenta) e redução do fluxo renal (que aumenta a meia-vida dos
fármacos), o que contribui para a acumulação dessas substâncias no organismo e
em concentrações maiores (SOUSA; SANTOS; SILVEIRA, 2011). De acordo com
Rozenfeld (2003), o organismo do idoso sofre alterações em diferentes órgãos e
sistemas decorrentes do próprio envelhecimento que, por sua vez, compromete a
biotransformação dos fármacos em geral. A diminuição da capacidade de filtração e
excreção renal, bem como a redução da quantidade de água corporal, são fatores
que favorecem o acúmulo de substâncias tóxicas que podem causar reações
adversas. Ainda, a barreira hematoencefálica encontra-se modificada e menos
83
seletiva com o aumento da idade, fato que contribui para a exposição do cérebro à
toxicidade desses fármacos. Em adição, a concentração plasmática de
determinadas drogas (como por exemplo, os antiepiléticos) considerada adequada
aos adultos pode ser tóxica para os idosos e provocar efeitos indesejados
independentemente do uso concomitante com outro fármaco (MIDLÔV; ERIKSSON;
KRAGH, 2009).
As drogas que mais participam de interações medicamentosas são aquelas
prescritas para doenças crônicas, pois, além de utilizadas por longos períodos,
também nesses casos é comum a prescrição de múltiplas drogas. Portanto, o
número de doenças crônicas é um fator de risco comum e frequente que predispõe a
interações medicamentosas, uma vez que aumenta o número de prescrições. Ainda,
entre as comorbidades mais frequentes apresentadas pelos idosos estão a
hipertensão e as doenças cardiovasculares, sendo os anti-hipertensivos, igualmente,
os medicamentos mais utilizados por essa população (SHARIF; HASANLOEI;
MAHMOUDI, 2014).
Neste sentido, no presente estudo, 27,5% dos idosos utilizavam 6 ou mais
fármacos e esta quantidade mostrou associação significante (p≤0,001) com a
ocorrência de interações medicamentosas (Tabela 15). Sobre isso, numa pesquisa
de Mendes-Netto et al. (2011), dos 14,3% de idosos usuários do Programa Saúde
da Família, em Aracaju, que consumiam 6 ou mais medicamentos, foi observado
100,0% de risco para interações medicamentosas.
O presente estudo observou que 40,0% dos fármacos envolvidos nas
interações medicamentosas dos idosos vestibulopatas que utilizavam 6 ou mais
fármacos eram para tratamento das alterações do sistema cardiovascular (Quadro
1). Do mesmo modo, Venturini et al. (2011) relataram que essas drogas estão
associadas às interações medicamentosas ao descreverem que os fármacos com
ação no sistema cardiovascular foram os mais prescritos (62,3%) em seu estudo
epidemiológico realizado em Porto Alegre (RS), afirmando que as interações
medicamentosas ocorrem em maior número à medida que mais fármacos são
utilizados pelos idosos. Da população estudada pelos autores, 85,8% usavam 3 ou
mais fármacos, sendo a maioria (90,4%) do gênero feminino e com idade entre 60 e
80 anos.
Segundo Gomes e Caldas (2008), a elevada quantidade de fármacos
contribui não somente para aumento do risco de interações medicamentosas como
84
também para as reações adversas aos medicamentos. É necessário, contudo,
considerar que essas reações podem se manifestar de forma mais intensa na
população idosa devido às mudanças (tanto estruturais como funcionais) dos
sistemas do organismo do idoso. Além disso, o número de doenças existentes - e
crônicas - exige maior número de medicamentos, o que expõe esses indivíduos à
toxicidade medicamentosa.
A revisão de Nidhi (2012) relatou que a utilização concomitante de 2 ou mais
fármacos é um dos fatores para ocorrência de interações medicamentosas e as
drogas que mais interagem são os anti-hipertensivos e os antidiabéticos.
É importante lembrar que não são apenas as interações medicamentosas que
provocam consequências ao organismo dos idosos; as reações adversas
desencadeadas pelos fármacos, individualmente, também merecem atenção.
Apesar dessas reações não terem sido investigadas e discutidas no presente
estudo, é relevante considerar que as mesmas, por si só, podem trazer alguma
consequência para a saúde desses idosos. Apesar dos efeitos específicos de cada
fármaco não terem sido objetivo do presente estudo, este aspecto pode tornar ainda
mais preocupante a terapêutica farmacológica em idosos.
Neste sentido, Valete-Rosalino (2005) revelou associação entre o uso de anti-
hipertensivos e tontura ao verificarem a influência de medicamentos na queixa de
tontura de idosas (média de 68,9 anos, com consumo médio de 3,90
medicamentos). Foi observada associação significante entre tontura e as seguintes
classes terapêuticas: anti-hipertensivos (p=0,055), bloqueadores de canal de cálcio
(p=0,020) e hormônios (p=0,003). Esse cenário pode ser explicado pelo fato dos
medicamentos ingeridos produzirem, individualmente, tontura como efeito adverso.
No presente estudo, não houve associação estatisticamente significante entre
número de fármacos e as queixas mais frequentes (tontura, desequilíbrio e zumbido)
dos idosos vestibulopatas. Contudo, houve associação significante (p=0,025) entre o
uso de 6 ou mais fármacos e a ocorrência de queda (Tabela 15).
Em revisão da literatura, foi relatado que, entre as drogas que aumentam o
risco de queda, estão os diuréticos (especialmente os tiazídicos), os bloqueadores
de canais de cálcio e os anti-hipertensores, todos indicados para tratamento de
alterações do sistema cardiovascular. Além desses, os autores citam as drogas com
atuação no SNC, especialmente os fármacos para tratamento da doença de
85
Parkinson e para doença de Alzheimer (CHEN; ZHU; ZHOU, 2014); esses dados
vão ao encontro dos resultados do presente estudo.
Dentre os fármacos mais utilizados no tratamento de alterações do sistema
cardiovascular (Tabela 9) em uso pelos idosos deste estudo e que relataram queda,
destacam-se os hipolipemiantes, os diuréticos e os que atuam no sistema renina-
angiotensina (Quadro 2).
Freeland et al. (2012) também investigaram os fármacos que tinham relação
com a ocorrência de queda em 118 pacientes acima de 65 anos e igualmente
encontraram os hipolipemiantes como sendo os mais amplamente utilizados pelos
idosos caidores, seguido dos inibidores da enzima conversora de angiotensina
(ECA), beta-bloqueadores e diuréticos. Além disso, os autores revelaram que 94%
desses pacientes estavam em uso de 4 ou mais medicamentos no período que
ocorreu a queda. Ao compararem uma ocorrência de queda com duas ou mais
ocorrências, os autores concluíram que a adição de 1 medicamento está associada
ao aumento de 14% no risco de queda.
Dentre os fármacos em uso pelos idosos que consumiam de forma
concomitante 6 ou mais fármacos e relataram queda (Quadro 2), estão aqueles
utilizados no tratamento das alterações do sistema nervoso (22,2%), destacando-se
os antidepressivos (citalopram, fluoxetina, sertralina, amitriptilina e nortriptilina).
Esses resultados merecem atenção, pois ocorrência de queda foi classificada
entre as queixas clínicas menos frequentes entre os idosos vestibulopatas (39,7%)
e, apesar disso, houve associação estatisticamente significante com a quantidade de
fármacos em uso, entre eles, os antidepressivos.
Kerse et al. (2008) encontraram resultados semelhantes ao avaliarem o uso
de medicamentos e suas associações com queda e lesões provenientes dessas
quedas. Os autores também descreveram associação estatisticamente significante
entre uso de antidepressivos (especialmente os inibidores seletivos de recaptação
de serotonina) e queda. Da população estudada pelos autores, 62,7% eram
fisicamente ativos e, ainda assim, houve associação significante (p≤0,001) entre
depressão e as variáveis tontura, medo de cair e fraturas.
Ainda, 15,3% dos fármacos utilizados pelos idosos deste estudo, que
relataram ocorrência de queda e faziam uso concomitante de 6 ou mais fármacos
eram para tratamento de alterações do aparelho digestivo e metabolismo,
predominantemente os antidiabéticos (metformina, glibenclamida, glicazida,
86
sitagliptina e vildagliptina) (Quadro 2), sugerindo que pacientes diabéticos que fazem
uso da polifarmácia têm maior chance de cair.
Sobre isso, uma investigação com 199 participantes (média de idade 76,9
anos), divididos em dois grupos (um grupo com diabetes tipo 2 e um grupo controle),
concluiu que os pacientes diabéticos caem mais (40,8%) que os não diabéticos
(23,4%), além de possuírem velocidade de marcha mais lenta e pior desempenho
nas tarefas funcionais. Outro dado relevante foi em relação à quantidade de
medicamentos em uso por tais pacientes, ou seja, os diabéticos utilizavam em média
9 medicamentos e os não diabéticos 4, e houve associação entre o número elevado
de fármacos e a ocorrência de queda (ROMAN DE METTELINGE et al., 2013);
esses dados assemelham-se aos resultados encontrados no presente estudo.
O presente estudo também mostrou associação estatisticamente significante
entre o uso de 6 ou mais fármacos e as seguintes consequências das interações
medicamentosas: hipertensão (p=0,016), hipotensão (p=0,023), insuficiência renal
(p=0,032) e hiperglicemia (p≤0,001) (Tabela 19).
Entre as consequências das interações medicamentosas mais frequentes no
presente estudo estão hipertensão e hipotensão (ambas com 18,0%) (Tabela 17).
Um estudo epidemiológico também apontou hipertensão (19,6%) e a
hipotensão (18,9%) como as consequências das interações medicamentosas mais
frequentes entre idosos não vestibulopatas, com idade entre 60 e 80 anos. A maioria
(72,9%) era do gênero feminino e utilizavam em média 3,5 medicamentos. A maior
parte desses medicamentos era para tratamento de alterações do sistema
cardiovascular (VENTURINI et al., 2011), assim como no presente estudo.
A associação entre uso de medicamentos para o sistema cardiovascular,
interações medicamentosas e reações adversas foi objetivo de investigação,
constatando que 25,0% dos participantes de um programa público de saúde que
cadastra e acompanha pacientes hipertensos (Hiperdia) referiam desconforto no uso
de medicamentos anti-hipertensivos. Esses pacientes não possuíam vestibulopatias
(73,0% do gênero feminino, 27% entre 63 e 71 anos e média de 3,02 medicamentos
em uso) e, contudo, referiram náusea (16,0%), cefaléia (12,0%) e tontura (14,0%)
como queixas pelo uso desses medicamentos. Entre os mais utilizados, estavam os
fármacos anti-hipertensivos que atuam sobre o sistema renina-angiotensina-
aldosterona (CAVALCANTE, 2014). Esses dados assemelham-se aos resultados do
presente estudo sugerindo que a queixa de tontura dos idosos vestibulopatas
87
poderia estar relacionada a alterações de pressão arterial oriundas de interações
medicamentosas ou mesmo de reações adversas a fármacos que atuam no sistema
cardiovascular.
Nessa mesma direção, em um estudo de base populacional, Maarsingh et al.
(2010) investigaram a associação entre tontura e hipertensão. Os autores
caracterizaram idosos não vestibulopatas atendidos no serviço de saúde pública da
Holanda e observaram que a prevalência de tontura aumenta com a idade, sendo
maior em mulheres. A tontura apresentou associação estatisticamente significante
(p≤0,001) com a utilização de 5 ou mais fármacos e também com as seguintes
comorbidades pré-existentes: hipertensão, doenças cerebrovasculares, doenças
coronarianas, depressão, diabetes e catarata. Ressalte-se que apenas 11,9% dos
pacientes com queixa de tontura foram diagnosticados para doença vestibular.
O relato de caso de uma idosa vestibulopata (82 anos) em uso concomitante
11 fármacos sugere outras causas (não vestibulares) para o aparecimento de
tontura. Neste estudo, os fármacos para tratamento de alterações do sistema
cardiovascular foram os mais frequentes (enalapril, hidroclorotiazida, valsartana e
sinvastatina), assim como os que atuam no sistema nervoso (clonazepam,
fluoxetina, paroxetina e cinarizina). Os múltiplos fármacos favoreceram interações
medicamentosas cuja principal consequência foi a redução do efeito hipotensor e a
insuficiência renal, que podem agravar o quadro de hipertensão apresentado pela
idosa e provocar tontura, agravando e/ou confundindo os sintomas vestibulares
(COSTA; DONÁ; PAULINO, 2013).
De acordo com Valete-Rosalino (2005), tanto a reação adversa dos fármacos
para tratamento de alterações cardiovasculares (beta-bloqueadores, bloqueadores
do canal de cálcio, diuréticos e anti-hipertensivos) como as interações
medicamentosas provocadas pelo uso de múltiplos fármacos (especialmente os que
atuam no sistema cardiovascular) podem provocar o aparecimento de tontura. Esta
pode ser explicada pela diminuição do fluxo sanguíneo cerebral e até mesmo pelo
aparecimento de hipotensão.
Em concordância, Joshi, Dahake e Suthar (2010) também descreveram que o
uso de medicamentos beta-bloqueadores e os bloqueadores de canal de cálcio
provocam tontura e hipotensão como reação adversa.
O sistema cardiovascular é um dos mais afetados pelas alterações que
comprometem o funcionamento da maior parte dos sistemas do organismo
88
decorrentes do avanço da idade. Há diminuição da elasticidade dos vasos
sanguíneos que, junto com o aumento da espessura da camada íntima, podem
causar elevação da pressão sistólica, induzindo o aparecimento de doenças
cardíacas, bem como doenças neurológicas, devido o aumento da pressão
intracraniana (MIDLÔV; ERIKSSON; KRAGH, 2009).
Embora o tempo de uso dos fármacos não tenha sido registrado no presente
estudo, o uso de 6 ou mais fármacos foi associado com insuficiência renal, como
uma das consequências das interações entre esses fármacos (Tabela 19).
A associação entre insuficiência renal e polifarmácia foi investigada em um
estudo de base populacional com idosos hospitalizados, sendo 38,6 % da faixa
etária de 65 a 79 anos. Os autores observaram que a insuficiência renal aumenta
com o avanço da idade e está associada com o uso de 5 ou mais fármacos e com a
duração da polifarmacoterapia (acima de 180 dias), devido os efeitos cumulativos
das múltiplas drogas (CHANG et al., 2012).
Outra associação significante encontrada no presente estudo foi entre
o zumbido e a insuficiência cardíaca, em consequência das interações
medicamentosas (p=0,046) (Tabela 22). Esses idosos faziam uso de fármacos para
tratamento de alterações do sistema cardiovascular (54,1%) (Quadro 10) e, entre
eles, os diuréticos e os antiinflamatórios não esteroidais, sugerindo que esses
fármacos podem ter alguma interferência na queixa de zumbido desses idosos com
vestibulopatias.
Investigação de Borghi et al. (2011) também descreveu a relação entre
zumbido e insuficiência cardíaca avaliando 958 pacientes atendidos no ambulatório
de insuficiência cardíaca de um hospital universitário, com idade média de 74,9 anos
e com proporção semelhante entre homens e mulheres; deste total de idosos, 24,3%
relataram zumbido. Após a avaliação física e o exame ecocardiograma, os pacientes
com zumbido apresentaram menor pressão sistólica e diastólica quando
comparados com aqueles idosos sem zumbido. Além disso, os pacientes com
zumbido apresentaram fração de ejeção reduzida (<45%), e mostraram associação
significante (p≤0,003) com baixo nível do peptídeo natriurético cerebral (um
marcador da função do miocárdio), sugerindo disfunção diastólica nesses pacientes.
Outro dado importante está relacionado com os medicamentos em uso pelos
pacientes com zumbido; na comparação com os pacientes sem zumbido houve
89
associação significante entre antagonistas da angiotensina II, diuréticos e
antiinflamatórios não esteroidais.
Outro estudo também suporta a associação entre disfunção da orelha interna
e doenças sistêmicas. A explicação reside no fato do sistema circulatório influenciar
na função de qualquer órgão sensorial e, uma vez que a orelha interna faz parte de
um órgão neurossensorial, é esperado que sua atividade esteja prejudicada em
situações patológicas relacionadas os sistemas cardiovascular, renal e até mesmo
metabólico (PIRODDA et al., 2014).
Conforme descrição de Tiensoli, Couto e Mitre (2004), de modo geral,
algumas alterações vestibulares podem ser efeitos secundários de problemas
cardiovasculares, como arritmia cardíaca, hipertensão arterial sistêmica, insuficiência
cardíaca e hipotensão postural. Essas doenças comprometem tanto o sistema
vestibular quanto o auditivo e provocam sintomas como vertigem e zumbido.
Portanto, essas associações merecem atenção, pois se a causa real das queixas
relacionadas ao sistema vestibular não forem corretamente tratadas, o paciente
pode apresentar piora do quadro clínico e sua reabilitação estará prejudicada.
Ao avaliarem as principais características de 515 pacientes com síndromes
vestibulares encaminhados de um ambulatório de neurologia, Kanashiro et al. (2005)
relataram que arritmia cardíaca, hipotensão postural e ataque vasovagal podem ser
consideradas causas de tontura e desequilíbrio.
Além de tudo, não se pode descartar também a possibilidade da utilização de
medicamentos considerados inapropriados para idosos, o que aumentaria a
complexidade da temática em questão. È descrito que medicamentos inapropriados
são aqueles cujos riscos são maiores que os benefícios; segundo os critérios de
Beers-Fick, entre esses medicamentos estão alguns benzodiazepínicos e
antiinflamatórios não esteroidais (GORZONI; FABBRI; PIRES, 2008).
Apesar de todos os resultados obtidos no presente estudo, é importante
apontar e discutir algumas das suas limitações.
A população aqui estudada foi de idosos relativamente independentes, que
deambulam sem auxílio e, em geral, são ativos e incluídos socialmente, ao contrário
dos idosos de muitos dos artigos referidos na literatura, que são hospitalizados ou
institucionalizados e, portanto, geralmente muito mais frágeis do ponto de vista
social e de saúde e com maiores limitações físicas.
90
A quantidade de idosos participantes do presente estudo foi relativamente
pequena quando comparada com alguns estudos, sobretudo os de base
populacional; este fato influenciou em parte as análises estatísticas e seus
resultados.
Todos os dados levantados no presente estudo, sociodemográficos, queixas
clínicas e medicamentos em uso foram autorreferidos, o que por si só já representa
limitação, uma vez que pode haver algum erro na informação ou mesmo alguma
desinformação.
E, por fim, a utilização de somente um software para as análises de
interações medicamentosas também contribui para diminuir os resultados obtidos, já
que, alguns tipos de fármacos, como a quase totalidade dos antivertiginosos, não
puderam ser analisados, já que o software utilizado não reconhece essa classe
terapêutica, limitada para uso nos Estados Unidos.
Ainda assim, os resultados aqui apresentados merecem reflexão por parte
dos idosos vestibulopatas usuários de medicamentos e/ou dos seus cuidadores, e
dos profissionais de saúde, prescritores ou não, os quais, dentro das suas
respectivas competências profissionais, podem contribuir para minimizar os riscos do
uso de medicamentos por meio de prescrições mais racionais e com um maior
cuidado no atendimento e nas orientações aos idosos e/ou seus familiares e
cuidadores.
Novas investigações devem ser implementadas, a fim de contemplarem
alguns aspectos não abordados no presente estudo e contribuírem para a ampliação
do conhecimento sobre os efeitos das interações medicamentosas no organismo e
suas implicações para o equilíbrio corporal, uma temática altamente complexa,
porém, relevante, para a saúde dos idosos com vestibulopatia.
91
7 CONCLUSÃO
Este estudo sobre as interações medicamentosas e suas implicações em
idosos com vestibulopatias concluiu que:
- Houve predomínio de mulheres e baixa escolaridade.
- As principais queixas clínicas foram tontura e desequilíbrio, e a ocorrência de
queda foi menos frequente.
- Esses idosos utilizavam em média 4,4 fármacos e a maior parte usava de 3 a 5
fármacos.
- Os fármacos mais prevalentes foram aqueles que atuam sobre o sistema
cardiovascular.
- Mais da metade da amostra fez algum tipo de interação medicamentosa, a maior
parte mulheres, na faixa etária entre 65 a 70 anos.
- As consequências das interações medicamentosas mais frequentes foram:
hipertensão, hipotensão, arritmia cardíaca, insuficiência renal, insuficiência cardíaca,
redução dos efeitos farmacológicos, hiperglicemia e hipoglicemia.
- Houve associação entre o uso de 6 ou mais fármacos e a ocorrência de interações
medicamentosas.
- Houve associação entre o uso de 6 ou mais fármacos e a ocorrência de queda.
- Houve associação entre o uso de 6 ou mais fármacos e algumas consequências
das interações medicamentosas (hipertensão, hipotensão, insuficiência renal e
hiperglicemia).
- Não houve associação entre as interações medicamentosas e as queixas clínicas
mais frequentes e a ocorrência de queda.
- Houve associação entre a queixa de tontura e a hipertensão, a insuficiência
cardíaca e a redução de efeitos farmacológicos como consequência das interações
medicamentosas.
92
- Houve associação entre a queixa de zumbido e a insuficiência cardíaca como
consequência das interações medicamentosas.
- Não houve associação entre as consequências das interações medicamentosas
mais frequentes e a queixa de desequilíbrio e a ocorrência de queda.
Assim sendo, é recomendável maior racionalidade nas prescrições
medicamentosas e maior atenção e cuidado no uso de medicamentos por parte dos
idosos vestibulopatas e/ou de seus cuidadores, já que a polifarmacoterapia resulta
em interações medicamentosas com efeitos variados e consequências importantes
para o equilíbrio corporal e a saúde geral desses indivíduos.
93
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA. Guia de farmacovigilância para detentores de registro de medicamentos. Brasília, 2010. BARANZINI, M.; DIURNI, M.; CECCON, F.; POLONI, N.; CAZZAMALLI, S.; CONSTANTINI, C.; COLLI, C.; GRECO, L.; CALLEGARI, C. Fall-related injuries in a nursing home setting: is polypharmacy a risk factor? BioMedCentral Health Services Research, Londres, v. 9, n. 228, dez. 2009. Disponível em: <http://www.biomedcentral.com/1472-6963/9/228>. Acesso em: 04 fevereiro 2013. BARTLETT, G.; ABRAHAMOWICZ, M.; GRAD, R.; SYLVESTRE, M. P.; TAMBLYN, R. Association between risk factors for injurious falls and new benzodiazepine prescribing in elderly persons. BioMedCentral Family Practice, Londres, v. 10, n. 1, jan. 2009. Disponível em: <http://www.biomedcentral.com/ 1471-2296/10/1>. Acesso em: 04 março 2013. BIAZUS, M.; BALBINOT, N.; WILBELINGER, L. M. Avaliação do risco de quedas em idosos. Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano, Passo Fundo, v. 7, n. 1, p. 34-41, jan./abr. 2010. BITTAR, R. S. M.; CRUZ, O. L. M. Estudo experimental da ação da estrogenoterapia sobre os potenciais auditivos evocados do tronco cerebral em cobaias. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, São Paulo, v. 56, n. 2, p. 80-82, abr./jun. 1990. BITTAR, R. S. M.; OITICICA, J.; BOTTINO, M. A.; GANANÇA, F. F.; DIMITROV, R. Population epidemiological study on the prevalence of dizziness in the city of São Paulo. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, São Paulo, v. 79, n. 6, p. 688-698, nov./dez. 2013. BORGES, F. N.; GANANÇA, C. F. G.; CAMPOS, C. A. H.; ALDRIGHI, J. M.; SILVA, E. M.; TOMAZ, A. Menopausa: principais sinais e sintomas à avaliação vestibular computadorizada. Distúrbios da Comunicação, São Paulo, v. 20, n. 2, p. 241-247, ago. 2008. BORGHI, C.; COSENTINO, E. R.; RINALDI, E. R.; BRANDOLINI, C.; RIMONDI, M. C.; VERONESI, M.; CICERO, A. F. G.; DORMI, A.; PIRODDA, A. Tinnitus in elderly patients and prognosis of mild-to-moderate congestive heart failure: a cross-sectional study with a long-term extension of the clinical follow-up. BioMedCentral Medicine, Londres, v. 9, n. 80, jun. 2011. Disponível em: <http://www.biomedcentral.com/1741-7015/9/80>. Acesso em: 14 junho 2014
94
BUGNARIU, N.; FUNG, J. Aging and selective sensorimotor strategies in the regulation of upright balance. Journal of NeuroEngineering and Rehabilitation, Ottawa, v. 4, n. 19, jun. 2007. Disponível em: <http://www.jneuroengrehab.com/content/4/1/19>. Acesso em: 10 março 2014. BUSHARDT, R. L.; MASSEY, E. B.; SIMPSON, T. W.; ARIAIL, J. C.; SIMPSON, K. N. Polypharmacy: Misleading, but manageable. Clinical Interventions in Aging, Reino Unido, v. 3, n. 2, p. 383-389, jun. 2008. CANTARELLI, M. G. Interações medicamentosas em idosos. In: TERRA, N. L.; SILVA, R.; SCHIMIDT, O. F. Tópicos em geriatria II. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2007. Cap. 7, p. 60-80. CARVALHO, M. P.; LUCKOW, E. L. T.; SIQUEIRA, F. V. Quedas e fatores associados em idosos institucionalizados no município de Pelotas (RS, Brasil) Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 16, n. 6, p. 2945-2952, jun. 2011. CARVALHO, M. F. C.; ROMANO-LIEBER, N. S.; BERGSTEN-MENDES, G.; SECOLI, S. R.; RIBEIRO, E.; LEBRÃO, M. L.; DUARTE, Y. A. O. D. Polifarmácia entre idosos do Município de São Paulo - Estudo SABE. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 15, n. 4, p. 817-827, dez. 2012. CAVALCANTE, N. C. Potenciais interações medicamentosas na farmacoterapia de hipertensos cadastrados no programa Hiperdia de uma unidade integrada de Saúde da Família do município de João Pessoa - PB. 2014. 46f. Monografia (Curso de Farmácia) - Universidade Federal da Paraíba, Paraíba, 2014. CHANG, Y-P.; HUANG, S-K.; TAO, P.; CHIEN, C-W. A population-based study on the association between acute renal failure (ARF) and the duration of polypharmacy. BioMedCentral Nephrology, Londres, v. 13, n. 96, p. 2-7, ago. 2012. Disponível em:<http://www.biomedcentral.com/1471-2369/13/96>. Acesso em: 02 outubro 2013. CHEN, Y.; ZHU, L. L.; ZHOU, Q. Effects of drug pharmacokinetic/pharmacodynamic properties, characteristics of medication use,and relevant pharmacological interventions on fall risk in elderly patients. Therapeutics and Clinical Risk Management, Reino Unido, v. 10, p. 437-448, jun. 2014. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4063859/pdf/tcrm-10-437.pdf>. Acesso em: 02 outubro 2013. COSTA, K. S.; BARROS, M. B. A.; FRANCISCO, P. M. S. B.; CÉSAR, C. L. G.; GOLDBAUM, M.; CARANDINA, L. Utilização de medicamentos e fatores associados:
95
um estudo de base populacional no Município de Campinas, São Paulo, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 27, n. 4, p. 649-658, abr. 2011. COSTA, F. M.; DONÁ, F.; PAULINO, C. A. Interações medicamentosas em idosa vestibulopata: relato de caso. Revista Equilíbrio Corporal e Saúde, São Paulo, v. 5, n. 1, p. 49-59, jan./jun. 2013. CUENTRO, V. S.; ANDRADE, M. A.; GERLACK, L. F.; BÓS, A. J. G.; SILVA, M. V. S.; OLIVEIRA, A. F. Prescrições medicamentosas de pacientes atendidos no ambulatório de geriatria de um hospital universitário: estudo transversal descritivo. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 19, n. 8, p. 3355-3364, ago. 2014. FLEMING, I; GOETTEN, L. F. Medicamentos mais utilizados pelos idosos: implicações para a enfermagem. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, Umuarama, v. 9, n. 2, p. 121-128, mai./ago. 2005. FREELAND, K. N.; THOMPSON, A. N.; ZHAO, Y.; LEAL, J. E.; MAULDIN, P.D.; MORAN, W. P. Medication use and associated risk of falling in a geriatric outpatient population. The Annals of Pharmacotherapy, Ohio, v. 46, n. 9, p. 1188-1192, set. 2012. FUENTES, P.; WEBAR, J. Prescripción de fármacos en el adulto mayor. Práctica Clínica Medwave, Santiago, v. 13, n. 4, mai. 2013. Disponível em: <http://www.medwave.cl/link.cgi/Medwave/PuestaDia/Practica/5662>. Acesso em: 14 março 2013. GALVÃO, C. O idoso polimedicado: estratégias para melhorar a prescrição. Revista Portuguesa de Clínica Geral, Serpa, v. 22, n. 6, p. 747-752, nov./dez. 2006. GANANÇA, F. F.; GAZZOLA, J. M.; ARATANI, M. C.; PERRACINI, M. R.; GANANÇA, M. M. Circunstâncias e conseqüências de quedas em idosos com vestibulopatia crônica. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, São Paulo, v. 72, n. 3, p. 388-393, jun. 2006. GANANÇA, F. F.; GAZZOLA, J. M.; GANANÇA, C. F.; CAOVILLA, H. H.; GANANÇA, M. M.; CRUS, O. L. M. Quedas em idosos com Vertigem Posicional Paroxística Benigna. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, São Paulo, v. 76, n. 1, p. 113-120, jan./fev. 2010. GAZOLLA, J. M.; MUCHALE, S. M.; PERRACINI, M. R.; CORDEIRO, R. C.; RAMOS, L. R. Caracterização funcional do equilíbrio de idosos em serviço de
96
reabilitação gerontológica. Revista de Fisioterapia da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 11, n. 1, p. 1-14, jan./jun. 2004. GAZOLLA, J. M.; GANANÇA, F. F.; ARATANI, M. C.; PERRACINI, M. R.; GANANÇA, M. M. Caracterização clínica de idosos com disfunção vestibular crônica Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, São Paulo, v. 72, n. 4, p. 515-522, jul./ago. 2006. GOMES, R.; NASCIMENTO, E. F.; ARAUJO, F. C. Por que os homens buscam menos os serviços de saúde do que as mulheres? As explicações de homens com baixa escolaridade e homens com ensino superior. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n. 3, p. 565-574, mar. 2007. GOMES, H. O.; CALDAS, C. P. Uso inapropriado de medicamentos pelo idoso: polifarmácia e seus efeitos. Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, Rio de Janeiro, n. 7, p. 87-89, jan./jun. 2008. GORZONI, M. L.; FABBRI, R. M.; PIRES, S. L. Medicamentos potencialmente inapropriados para idosos. Revista da Associação Médica Brasileira, São Paulo, v. 58, n. 4, p. 442-446, jul./ago. 2012. GOTARDELO, D. R.; FONSECA, L. S.; MASSON, E. R.; LOPES, L. N.; TOLEDO, V. N.; FAIOLI, M. A.; MEIRA, A. M. M.; COSTA, C. K. M.; ANDRADE, R. B. L. Prevalência e fatores associados a potenciais interações medicamentosas entre idosos em um estudo de base populacional. Revista Brasileira de Medicina Familiar e Comunidade, Rio de Janeiro, v. 9, n. 31, p. 111-118, abr./jun. 2014. GRIBBIN, J.; HUBBARD, R.; GLADMAN, J. R.; SMITH, C.; LEWIS, S. Risk of falls associated with antihypertensive medication: population-based case - control study. Age and Ageing, Oxford, v. 39, n. 5, p. 592-597, set. 2010. GUYTON, A.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. HERDMAN, S. J. Reabilitação vestibular. 2. ed. Tamboré: Manole, 2002. HADDAD, M. F.; TAKAMIYA, A. S.; SILVA, E. M. M., BARBOSA, D. B. Farmacología en la tercera edad: medicamentos de uso continuo y peligros de la interacción medicamentosa. Gerokomos, Madrid, v. 20, n. 1, p. 22-27, mar. 2009.
97
HOWCROFT, T. K.; CAMPISI, J.; LOUIS, G. B.; SMITH, M. T.; WISE, B.; WYSS-CORAY, T.; AUGUSTINE, A. D.; Mc ELHANEY, J. E.; KOHANSKI, R.; SIERRA, F. The role of inflammation in age related disease. Aging, Nova York, v. 5, n. 1, p. 84-93, jan. 2013. HUISMAN-BARON, M.; VAN DER VEEN, L.; JANSEN, P. A.; VAN ROON, E. N.; BROUWERS, J. R.; MARUM, R. J. Criteria for drug selection in frail elderly persons. Drugs & Aging, Londres, v. 28, n. 5, p. 391-402, mai. 2011. HYPPOLITO, M. A.; OLIVEIRA, J. A. A. Ototoxicidade, otoproteção e autodefesa das células ciliadas da cóclea. Medicina (Ribeirão Preto. Online), Ribeirão Preto, v. 38, n. 3/4, p. 279-289, jul./dez. 2005. Disponível em: <http://revista.fmrp.usp.br/2005/vol38n3e4/8_ototoxicidade.pdf>. Acesso em: 09 abril 2013. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA – IBGE. Características da população e dos domicílios: resultados do universo. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. INSTITUTO DE ESTUDOS DE SAÚDE SUPLEMENTAR - IEES. Envelhecimento populacional e os desafios para o sistema de saúde brasileiro [recurso eletrônico] / Instituto de Estudos de Saúde Suplementar - São Paulo: IESS [org], 2013. JOSHI, V. D.; DAHAKE, A. P.; SUTHAR, A. P. Adverse effects associated with the use of antihypertensive drugs: an overview. International Journal of PharmTech Research, Índia, v. 2, n. 1, p. 10-13, jan./mar. 2010. KANASHIRO, A. M. K.; PEREIRA, C. B.; MELO, A. C. P. SCAFF, M. Diagnóstico e tratamento das principais síndromes vestibulares. Arquivos de Neuropsiquiatria, São Paulo, v. 63, n. 1, p. 140-144, mar. 2005. KATSUNG, B. C. Aspectos especiais de farmacologia geriátrica. In: ___ Farmacologia: básica e clínica. São Paulo: Artmed, 2007. Cap. 61, p. 844-851. KERSE, N. FLICKER, L. PFAFF, J. J.; DRAPER, B.; LAUTENSCHLAGER, N. T.; SIM, M.; SNOWDON, J.; ALMEIDA, O. P. Falls, depression and antidepressants in later life: a large primary care appraisal. PLOS ONE, San Francisco, v. 3, n. 6, jun. 2008. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2413407/>. Acesso em: 11 novembro 2013.
98
KIM, H-A.; SHIN, J-Y.; KIM, M-H.; PARK, B-J. Prevalence and predictors of polypharmacy among korean elderly. PLOS ONE, San Francisco, v. 9, n. 6, jun. 2014. Disponível em: <http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0098043>. Acesso em: 09 novembro 2013. KUSANO, L. Prevalência da polifarmácia em idosos com demência. 2009. 111 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Médicas) - Universidade de Brasília, Brasília, 2009. LEOCÁDIO, P. L. L. F. Influência de fármacos sobre o equilíbrio corporal e capacidade funcional de idosos vestibulopatas. 2011. 121f. Dissertação (Mestrado Profissional em Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social) - Universidade Bandeirante de São Paulo, São Paulo, 2011. LOYOLA FILHO, A. I.; UCHOA, E.; FIRMO, J. O. A.; LIMA-COSTA, M. F. Estudo de base populacional sobre o consumo de medicamentos entre idosos: Projeto Bambuí. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 21, n. 2, p. 545-553, mar./abr. 2005. LOYOLA FILHO, A. I.; UCHOA, E.; FIRMO, J. O. A.; LIMA-COSTA, M. F. Influência da renda na associação entre disfunção cognitiva e polifarmácia: Projeto Bambuí. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 42, n. 1, p. 89-99, jul. 2008. MAARSHING, O. R.; DROS, J.; SCHELLEVIS, F. G.; WEERT, H. C.; BINDELS, P.; HORST, H. E. Dizziness reported by elderly patients in family practice: prevalence, incidence, and clinical characteristics. BioMedCentral Family Practice, Londres, v. 11, n. 2, jan. 2010. Disponível em: <http://www.biomedcentral.com/1471-2296/11/2>. Acesso em: 24 setembro 2013. MACIEL, A. C. C.; GUERRA, R. O. Prevalência e fatores associados ao déficit de equilíbrio em idosos. Revista Brasileira de Ciências e Movimento, São Paulo, v. 13, n. 1, p. 37-44, jan./mar. 2005. MAIA, F. O. M.; DUARTE, Y. A. O.; LEBRÃO, M. L.; SANTOS, J .L. F. Fatores de risco para mortalidade em idosos. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 40, n. 6, p. 1049-1056, dez. 2006. MANTELLO, E. B.; MORIGUTI, J. C.; RODRIGUES-JÚNIOR, A. L.; FERRIOLI, E. Efeito da reabilitação vestibular sobre a qualidade de vida de idosos labirintopatas. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, São Paulo, v. 74, n. 2, p. 172-80, mar./abr. 2008.
99
MARIN, M. J. S.; CECÍLIO, L. C. O.; PEREZ, A. F.; SANTELLA, F.; SILVA, C. B. A.; GONÇALVES FILHO, J. R.; ROCETI, L. C. Caracterização do uso de medicamentos entre idosos de uma unidade do Programa Saúde da Família Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n. 7, p. 1545-1555, jul. 2008. MARQUITO, A. B.; FERNANDES, N. M. S.; COLUGNATI, F. A. B.; PAULA, R. B. Interações medicamentosas potenciais em pacientes com doença renal crônica. Jornal Brasileiro de Nefrologia, São Paulo, v. 36, n. 1, p. 26-34, jan./mar. 2014. MENDES-NETO, R. S.; SILVA, C. Q. V.; OLIVEIRA FILHO, A. D.; ROCHA, C. E.; LYRA-JUNIOR, D. Assessment of drug interactions in elderly patients of a family health care unit in Aracaju (Brazil): a pilot study. African Journal of Pharmacy and Pharmacology, Victoria Island, v. 5, n. 7, p. 812-818, jul. 2011. MENEZES, T. N.; LOPES, F. J. M.; MARUCCI, M. F. N. Estudo domiciliar da população idosa de Fortaleza/CE: aspectos metodológicos e características sociodemográficas. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 10, n. 2, p. 168-77, jun. 2007. MIDLÔV, P.; ERIKSSON, T.; KRAGH, A. Drug-related problems in the elderly. Springer Science: New York, 2009. MIRALLAS, N. D. R.; De CONTI, M. H. S.; De VITTA, A.; LAURENTI, R.; SAES, S. O. Avaliação e reabilitação vestibular no indivíduo idoso. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 14, n. 4, p. 687-698, out./dez. 2011. MORAES, E. N. Atenção à saúde do idoso: aspectos conceituais. / Edgar Nunes de Moraes. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2012. 98 p. NATIONAL INSTITUTE ON AGING - NIA. Biology of Aging: Research Today for a Healthier Tomorrow. U.S. Department of Health and Human Services: National Institutes of Health, 2011. NIDHI, S. Concept of drug interaction. International Research Journal of Pharmacy, Rampur, v. 3, n. 7, p. 120-122, jun. 2012. OBRIEN-SURIC, N. A cross-national comparison of perceptions of aging and older adults. Part 1: Introduction and rationale for a cross-national comparison of perceptions of aging and older adults. Care Management Journals, New York, v. 14, n. 1, p. 41-49, mar. 2013.
100
OLIVEIRA, J. A. A. Fisiologia clínica do equilíbrio. In: COSTA, S. S.; CRUS, O. L. M.; OLIVEIRA, J. A. A. (Eds.). Otorrinolaringologia: princípios e práticas. 2. ed. São Paulo: Artmed, 2006. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Relatório mundial de saúde 2008. Cuidados de saúde primários: agora mais do que nunca. Lisboa, cap. 1, p. 2-20, 2008. Disponível em: <http://who.int/whr/2008/whr08_pr.pdf>. Acesso em: 14 fevereiro 2013. PAN, H-H; LI, C-Y; CHEN, T-J; SU, T-P. Association of polypharmacy with fall-related fractures in older Taiwanese people: age- and gender-specific analyses. British Medical Journal Open, Reino Unido, v. 4, n. 3, mar. 2014. Disponível em: <http://bmjopen.bmj.com/content/4/3/e004428.full>. Acesso em: 20 agosto 2014. PASCHOAL, S. M. M. Independência e autonomia. In: JACOB FILHO, W.; KIKUCHI, E. L. (Eds.). Geriatria e gerontologia básicas. Elsevier: Brasil, Cap. 30 p. 417-432, 2011. PATATAS, O. H. G.; GANANÇA, C. F.; GANANÇA, F. F. Qualidade de vida de indivíduos submetidos à reabilitação vestibular. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, São Paulo, v. 75, n. 3, p. 387-394, mai./jun. 2009. PAULINO, C. A.; BENEDITO, J. S. Uso de medicamentos entre pacientes idosos vestibulopatas. Revista Equilíbrio Corporal e Saúde, São Paulo, v. 3, n. 2, p. 10-22, jul./dez. 2011. PAULINO, C. Medicamentos e suas interações em idosos vestibulopatas. Revista Equilíbrio Corporal e Saúde, São Paulo, v. 4, n. 2, p. 51-62, jul./dez. 2012. PEDALINI, M. E. B.; BITTAR, R. S. M.; FORMIGONI, L. G.; CRUS, O. L. S.; BENTO, R. F.; MINITI, A. Reabilitação vestibular como tratamento da tontura: experiência com 116 casos. Arquivos Internacionais de Otorrinolaringologia, São Paulo, v. 3, n. 2, p. 74-8, abr./jun.1999. PEREIRA, A.F.; SILVA, A.J.; MATOS COSTA, A.; MONTEIRO, A.M.; BASTOS, E.M. CARDOSO MARQUES, M. Muscle tissue changes with aging. Acta Medica Portuguesa, Lisboa, v. 26, n. 1, p. 51-55, jan./fev. 2013. PERELMAN, J.; FERNANDES, A.; MATEUS, C. Gender disparities in health and healthcare: results from the Portuguese National Health Interview Survey. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 28, n. 12, p. 2339-2348, dez. 2012.
101
PINHEIRO, J. S.; CARVALHO, M. F. C.; LUPPI, G. Interação medicamentosa e a farmacoterapia de pacientes geriátricos com síndromes demenciais. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 16, n. 2, p. 303-314, abr./jun. 2013. PIRODDA, A.; CICERO, A. F. G.; BRANDOLINI, C.; BORGHI, C. Inner ear symptoms: can we use them to approach cardiovascular diseases? Internal and Emergency Medicine, Milão, v. 9, n. 8, p. 825-827, dez. 2014. PONTES, M. R. N. Polifarmácia no idoso. In: TERRA, N. L.; SILVA, R.; SCHIMIDT, O. F. Tópicos em geriatria II. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2007. Cap. 6, p. 54-59. PREZOTTO, A. O.; PAULINO, C. A.; APRILE, M. R. Hábitos de vida, comorbidades e uso de medicamentos em idosas vestibulopatas. Revista Equilíbrio Corporal e Saúde, São Paulo, v. 2, n. 2, p. 2-15, jul./dez. 2010. REBELATTO, J. R.; MORELLI, J. G. S. Fisioterapia geriátrica: a prática da assistência ao idoso. São Paulo: Barueri, 2004. RICCI, N. A.; GAZZOLA, J. M.; COIMBRA, I. B. Sistemas sensoriais no equilíbrio corporal de idosos. Arquivos Brasileiros de Ciências da Saúde, Santo André, v. 34, n. 2, p. 94-100, mai./ago. 2009. ROMAN DE METTELINGE, T.; CAMBIER, D.; CALDERS, P.; NOORTGATE, N. V. D.; DELBAERE, K. Understanding the relationship between type 2 diabetes mellitus and falls in older adults: a prospective cohort study. Plos One, San Francisco, v. 8, n. 6, jun. 2013. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3692422/pdf/pone.0067055.pdf>. Acesso em: 10 dezembro 2014. ROSSI, A. L. S.; PEREIRA, V. S.; DRIUSSO, P.; REBELATTO, J. R.; RICCI, N. A. Profile of the elderly in physical therapy and its relation to functional disability. Brazilian Journal of Physical Therapy, São Carlos, v. 17, n. 1, p. 77-85, jan-fev 2013. ROZENFELD, S. Prevalência, fatores associados e mau uso de medicamentos entre os idosos: uma revisão. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 19, n. 3, p. 717-724, mai./jun., 2003. RUWER, L. S.; ROSSI, A. G.; SIMON, L. F. Equilíbrio no idoso. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, São Paulo, v. 71, n. 3, p. 298-303, mai./jun. 2005.
102
SALZMAN, B. Gait and balance disorders in older adults. American Family Physician, Washington, v. 82, n. 1, p. 61-68, jul. 2010.
SANTANA, G. G., DONÁ, F., GANANÇA, M. M., KASSE, C. A. Vestibulopatia no idoso. Saúde Coletiva, São Paulo, v. 8, n. 48, p. 52-56, jan. 2011. SANTIS, T. P. L. S. Polimedicação e medicação potencialmente inapropriada no idoso: estudo descritivo de base populacional em cuidados de saúde primários. 2009. 108f. Dissertação (Mestrado em Geriatria) – Universidade de Coimbra, Coimbra, 2009. SANTOS, M.; ALMEIDA, A. Polimedicação no idoso. Revista de Enfermagem Referência, Coimbra, v. serIII, n. 2, p. 149-162, dez. 2010. SANTOS, R. M.; SETTE, I. M. F.; BELÉM, L. F. Drug use by elderly inpatients of a philanthropic hospital. Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences, São Paulo, v. 47, n. 2, p. 391-398, abr./jun. 2011. SANTOS, T. R. A.; LIMA, D. M.; NAKATANI, A. Y. K.; PEREIRA, L. V.; LEAL, G. S.; AMARAL, R. G. Consumo de medicamentos por idosos, Goiânia, Brasil. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 47, n. 1, p. 94-103, fev. 2013. SCHERER, S.; LISBOA, H. R. K.; PASQUALOTTI, A. Tontura em idosos: diagnóstico otoneurológico e interferência na qualidade de vida. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, São Paulo, v. 17, n. 2, p. 142-150, set. 2012. SHARIFI, H. HASANLOEI, M. A. V.; MAHMOUDI, J. Polypharmacy-induced drug-drug interactions: threats to patient safety. Drug Research, Stuttgart, v. 64, n. 12, p. 633-637, dez. 2014. SILVA, G. O. B.; GONDIM, A. P. S.; MONTEIRO, M. P.; FROTA, M. A.; MENESES, A. L. L. Uso de medicamentos contínuos e fatores associados em idosos de Quixadá, Ceará. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 15, n. 2, p. 386-95, jun. 2012. SIMOCELI, L.; BITTAR, R. M. S.; BOTTINO, M. A.; BENTO, F. R. Perfil diagnóstico do idoso portador de desequilíbrio corporal: resultados preliminares. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, São Paulo, v. 69, n. 6, p. 772-777, nov./dez. 2003.
103
SOTO, E.; VEGA, R. Neuropharmacology of vestibular system disorders. Current Neuropharmacology, México, v. 8, n. 1, p. 26-40, mar. 2010. SOUZA, P. M.; SANTOS, L. L.; SILVEIRA, C. A. N. Fármacos em idosos. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos/MS - FTN, Toledo, [s. l.], 2011. SOUSA, R. F.; GAZZOLA, J. M.; GANANÇA, M. M.; PAULINO, C. A. Correlation between the body balance and functional capacity from elderly with chronic vestibular disorders. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, São Paulo, v. 77, n. 6, p. 791-798, nov./dez. 2011. SCZEPANEK, J.; WIESE, B.; HUMMERS-PRADIER, E.; KRUSCHINSKI, C. Newly diagnosed incident dizziness of older patients: a follow-up study in primary care. BioMedCentral Family Practice, Londres, v. 58, n. 12, jun. 2011. Disponível em: < http://www.biomedcentral.com/1471-2296/12/58>. Acesso em: 13 agosto 2014. SHIMIZU, W. A. L.; UEMATSU, E. S. C.; PETELIN, C. B.; BRITO, R. M. S. Prevalência de sinais e sintomas de disfunção vestibular em idosos institucionalizados e não institucionalizados. Medicina de Reabilitação, São Paulo, v. 29, n. 2, p. 52-56, mai. 2010. SOLÉ-AURÓ, A.; CRIMMINS, E. M. The oldest old - health in Europe and the United States. Annual Review of Gerontology and Geriatrics. Healthy Longevity: A Global Approach, v. 33, New York: Springer Publishing Company, 2013. TAN, M. P.; KENNY, R. A. Cardiovascular assessment of falls in older people. Clinical Interventions in Aging, Reino Unido, v. 1, n. 1, p. 57-66, mar. 2006. TAKANO, N. A.; CAVALLI, S. S.; GANANÇA, M. M.; CAOVILLA, H. H.; SANTOS, M. A. O.; PELUSO, E. T. P.; GANANÇA, F. F. Quality of life in elderly with dizziness. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, São Paulo, v. 76, n. 6, p. 769-775, nov./dez. 2010. TIENSOLI, L. O.; COUTO, E. R.; MITRE, E. I. Fatores associados à vertigem ou tontura em indivíduos com exame vestibular normal. Revista CEFAC, São Paulo, v. 6, n. 1, p. 94-100, jan./mar. 2004. UNFPA - Fundo de População das Nações Unidas e Help Age International, Envelhecimento no Século XXI: Celebração e Desafio. Resumo Executivo, 2012.
104
VALDETE-ROSALINO, C. M. Perda auditiva e tontura em idosos: medicamentos e outros fatores associados. 2005. 148f. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2005. VENTURINI, C. D.; ENGROFF, P.; ELY, L. S.; ZAGO, L. F. A.; SCHROETER, G.; GOMES, I.; CARLI, G. A.; MORRONE, F. B. Gender differences, polypharmacy, and potential pharmacological interactions in the elderly. Clinics, São Paulo, v. 66, n. 11, p. 1867-1872, jul. 2011. WORLD HEALTH ORGANIZATION - WHO. Envelhecimento global: triunfo e desafio. In: Organização Pan Americana de Saúde - OPAS/WHO - World Health Organization. Envelhecimento ativo: uma política de sáude. Brasília, cap. 1, p. 8-12, 2007. WORLD HEALTH ORGANIZATION - WHO. Anatomical Therapeutic Chemical (ATC) Classification Index. WHO Collaborating Center for Drug Statistics Methodology. Disponível em: <http://www.whocc.no/atc_ddd_index/>. Acesso em: 10 fevereiro 2013. WILLIAMS, C. M. Using medications appropriately in older adults. American
Academy of Family Physicians, Washington, v. 66, n. 10, p. 1917-1924, nov. 2002.
106
CARTA DE ANUÊNCIA PARA COLETA DE DADOS NOS PRONTUÁRIOS DOS IDOSOS ATENDIDOS NO LABORATÓRIO DE PESQUISA DO PROGRAMA DE MESTRADO EM REABILITAÇÃO DO EQUILÍBRIO CORPORAL E INCLUSÃO
SOCIAL