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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃOPRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
TURMA - PDE/2012
Título:UMA VISÃO HISTÓRICA DA IMPORTÂNCIA DA ÁGUA NA REGIÃO DE GUAPIRAMA
Autor EDINEI BUBNA
Disciplina/Área (ingresso no PDE)
HISTÓRIA
Escola de Implementação do Projeto e sua localização
COLÉGIO ESTADUAL DAVID CARNEIRO – E.F.M.N.
Município da escola GUAPIRAMA
Núcleo Regional de Educação IBAITI
Professor Orientador TAISE FERREIRA DA CONCEIÇÃO NISHIKAWA
Instituição de Ensino Superior UENP - JACAREZINHO
Relação Interdisciplinar
(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)
GEOGRAFIA
Resumo
(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)
Sendo a água o tema em foco dentro do contexto, será abordada na crise socioambiental compreendendo a relação homem x natureza. Trabalhar-se-a com os alunos dos 7º e 8º anos do Ensino Fundamental, priorizando a importância ambiental do tratamento e do consumo consciente da água potável no município de Guapirama. Esta Unidade Didática visa a reflexão dos alunos a cerca do assunto e através desta unidade busquem alternativas para o uso consciente desse recurso natural.
Palavras-chave ( 3 a 5 palavras)
ÁGUA, CONSCIENTIZAÇÃO, HOMEM x NATUREZA
Formato do Material Didático UNIDADE DIDÁTICA
Público Alvo
(indicar o grupo para o qual o material didático foi desenvolvido: professores, alunos, comunidade...)
ALUNOS DOS 7º E 8º ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ - UENP
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
EQUIPE PEDAGÓGICA DO PDE
EDINEI BUBNA
UMA VISÃO HISTÓRICA DA IMPORTÂNCIA DA ÁGUA NA REGIÃO DE
GUAPIRAMA
GUAPIRAMA – PR2012
EDINEI BUBNA
UMA VISÃO HISTÓRICA DA IMPORTÂNCIA DA ÁGUA NA REGIÃO DE
GUAPIRAMA
Unidade Didática apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional-PDE da secretaria de Educação do Paraná-SEED, sob orientação da Professora: TAISE FERREIRA DA CONCEIÇÃO NISHIKAWA.
GUAPIRAMA – PR2012
UNIDADE DIDÁTICA
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Professor PDE: Edinei Bubna
Área PDE: História
NRE: Ibaiti
IES vinculada: Universidade Estadual do Norte do Paraná
Escola de Implementação: Colégio Estadual David Carneiro – E.F.M.N.
Público objeto da intervenção: Pretende-se trabalhar com os alunos dos sétimos
e oitavos anos do Ensino Fundamental.
Apresentação:
A utilização dos recursos naturais, especialmente da água, é um processo
que acompanha a colonização e a modernização do país que passa pelas grandes
transformações e mudanças que caminham velozmente e tem sido a principal
característica do mundo contemporâneo.
Com isso, além da globalização, a sociedade se depara com dilemas e
desafios sobre a problemática relação homem-natureza, que no caso desse
caderno, leva à destruição daquilo que nos é essencial, como a água, elemento
constituinte da maior parte do organismo e fundamental para a existência.
Segundo Leff (2001) a degradação ambiental, o risco de colapso ecológico
e o avanço da desigualdade e da pobreza são sinais claros da crise do mundo
globalizado. A crise ambiental em que vivemos impõe às sociedades a busca de
novas formas de pensar e agir, individual e coletivamente. Isso implica um novo
conjunto de valores no qual a educação tem um papel importante a desempenhar.
Nesta visão, se justifica essa Unidade Didática, pela importância que a
água tem para a vida na terra, além de que a escola pública estadual no estado do
Paraná seguindo as Diretrizes Curriculares Nacionais e das Diretrizes Curriculares
de História (DCE, 2009), pontua a necessidade dos estudos referentes ao Meio
Ambiente assim como do gerenciamento da água cujo processo não está
desvinculado de seus precedentes históricos.
Introdução:
A ÁGUA tem fundamental importância para a manutenção da vida no
planeta, e, portanto, falar da relevância dos conhecimentos sobre a água, em suas
diversas dimensões, é falar da sobrevivência da espécie humana, da conservação
e do equilíbrio da biodiversidade e das relações de dependência entre seres vivos
e ambientes naturais.
Segundo Denise de La Corte Bacci e Ermelinda Moutinho Pataca a
presença ou ausência de água escreve a história, cria culturas e hábitos,
determina a ocupação de territórios, vence batalhas, extingue e dá vida às
espécies, determina o futuro de gerações. Sendo que nosso planeta não teria se
transformado em ambiente apropriado para a vida sem a água, até os elementos
hidrogênio e oxigênio se combinaram para dar origem ao elemento-chave da
existência da vida.
Em um mundo privilegiado, originou-se possibilidade das espécies se
evoluírem e ao homem de existir e habitar esse planeta. Por muitos anos nossa
espécie ocupou territórios, cresceu e desenvolveu com base nesse bem natural
tão importante e valioso que é a água. No entanto, ao longo da história,
modificações aconteceram na relação do homem com a natureza e, por
consequência, na sua relação com a água.
Para Bacci e Pataca a sociedade em que vivemos a água passou a ser
vista como recurso hídrico e não mais como um bem natural, disponível para a
existência humana e das demais espécies. Passamos a usá-la
indiscriminadamente, encontrando sempre novos usos, sem avaliar as
consequências ambientais em relação à quantidade e qualidade da água.
Se pensarmos no aumento populacional em escala mundial no último
século, a intensidade da escassez aumentou em determinadas regiões do planeta,
especialmente por fatores antrópicos ligados à ocupação do solo, à poluição e
contaminação dos corpos de águas superficiais e subterrâneos.
Com isso Bacci e Pataca enfatiza que em nossa sociedade, a exploração
dos recursos naturais, dentre eles a água, de forma bastante agressiva e
descontrolada, levou a uma crise socioambiental bastante profunda. Hoje
deparamos com uma situação na qual estamos ameaçados por essa crise, que
pode se tornar um dos mais graves problemas a serem enfrentados neste século.
Para elas a crise esta embasada numa multiplicidade de aspectos sociais,
econômicos, culturais, tecnológicos e ambientais, retratados no aumento da
pobreza, na falta de saneamento básico, na poluição dos rios e aquíferos, na
derrubada das matas, na expansão agropecuária, na urbanização e
industrialização, na ocupação das áreas de mananciais, na má gestão dos
recursos hídricos disponíveis.
Tundisi (2006), o desenvolvimento econômico e a complexidade da
organização das sociedades humanas produziram inúmeras alterações no ciclo
hidrológico e na qualidade da água, a qual é afetada até mesmo pelas atividades
de cunho religioso.
A resolução de problemas complexos, como a miséria, a proliferação de
desastres ambientais, a escassez de recursos naturais, dentre outros, configura-
se como um desafio que tem mobilizado cientistas, políticos e membros de
comunidades de todas as regiões do planeta.
Nessa perspectiva, faz-se necessário compreender a relação homem-
natureza ao longo do tempo. É interessante lembrar que a água elemento vital,
água purificadora, água recurso natural renovável, são alguns significados
referidos em diferentes mitologias, religiões, povos e cultura, em todas as épocas.
O homem aprendeu a usar a água a seu favor e desde as civilizações
antigas constituiu moradia perto de rios. Nessa proximidade, facilitou que
utilizasse e dominasse a natureza em seu benefício: plantou, colheu, irrigou, gerou
energia e muito mais. De acordo com Rodrigues (1998, p. 11):
Habitando as margens dos rios, regiões costeiras e insulares, as civilizações construíram seus impérios, lançaram seus dejetos, construíram portos, pontes, aquedutos; navegaram, lavaram os corpos, beberam suas águas, pescaram, contraíram doenças, e no decorrer do fluxo histórico, as correntes de pensamento, tal como afluentes que avolumam os rios, trazendo novos conceitos e valores, foi modificando o próprio curso da história.
Foi assim que os povoados foram evoluindo, seguindo os cursos dos rios.
Iansen (2011, p. 2) confirma a explicação quando informa que muitas civilizações,
na Antiguidade, se originaram relacionadas a um determinado rio de onde era
retirada a água e a irrigação dos campos.
Servia o rio, naturalmente, como via de transporte, quando as estradas eram praticamente inexistentes. Não que fosse impossível haver civilização sem um grande rio, mas, nesse caso, adaptações importantes eram necessárias, o que podia significar, talvez, a domesticação de animais que sobrevivem longo tempo com pouca água: camelos! É verdade que algumas civilizações, como é o caso dos romanos, mas não exclusivamente, chegaram a desenvolver sistemas altamente complexos para trazer água, mesmo de longe, a fim de assegurar um suprimento contínuo e de boa qualidade. Entretanto, em caso de guerra, a maioria das cidades do passado preferia que sua fonte de água estivesse dentro dos muros, o que significa garantir o abastecimento interno, em caso de sítio, dificultando, por outro lado, a vida dos inimigos invasores.
Nos últimos trezentos anos, a humanidade se desenvolveu muito, a
produção aumentou, o comércio se expandiu, provocando uma verdadeira
revolução industrial. Nesse processo, a água teve papel fundamental, pois a partir
de seu potencial surgiram à roda d´água, a máquina a vapor, a usina hidrelétrica
entre outros produtos, equipamentos que contribuíram para a vida do homem.
O objeto desse estudo a água no município de Guapirama, o questionamento
que se faz com enfoque numa visão histórica é: Como a civilização trata a
necessidade de preservar a água? De que modo ocorreu o processo histórico da
água no Brasil e no município de Guapirama. E como ocorre o tratamento da
mesma para o retorno ao ambiente?
Parte-se, portanto, do entendimento de que a relação passado/presente é
de fundamental importância para o aprendizado em História assim como a
compreensão de problemas presentes que podem explicar e contribuir para que
se encontrem caminhos para que o homem tenha consciência da preservação e
uso da água no planeta.
Bacia hidrográfica e sua importância na educação
A complexidade que envolve o tema água na escola segundo Bacci e
Pataca, exige do professor uma capacidade de explorar o ambiente de forma
contextualizada. Os estudos podem partir do conhecimento das bacias
hidrográficas como eixo norteador e resgatar a história ambiental local, a fim de
desenvolver nos estudantes uma visão integrada dos diferentes fatores - naturais
e antrópicos - que condicionam as transformações ambientais.
Ainda em Bacci e Pataca, Bacias hidrográficas são espaços que se
caracterizam pelos seus fatores físicos, mas são influenciadas diretamente pela
ocupação humana e pela ação dos diversos grupos sociais que nela se instalam.
Seja em meio rural seja em urbano, o uso da água na bacia hidrográfica são
determinados pelos grupos que a ocupam, e sua interferência no meio físico
ocorre em razão dos interesses desses grupos. As bacias são, então, palco de
processos naturais ao mesmo tempo em que sofrem modificações pelo homem.
Segundo as autoras, trabalhar no âmbito da bacia hidrográfica promove o
entendimento do contexto, do singular e histórico, e a partir do qual se criam
situações e estratégias de aprendizagem. A bacia hidrográfica pode ser tomada
como local das atividades voltadas para ensinar o método geral de conceber a
história da água no planeta. Conhecimentos sobre a origem da água, o ciclo
hidrológico, os aquíferos, a relação precipitação-vazão servem para inseri-la num
amplo e complexo processo de interação na natureza e relacioná-la com a
sociedade (usos múltiplos, ocupação de áreas de mananciais, riscos geológicos,
poluição, contaminação e gestão dos recursos hídricos).
Para elas a bacia hidrográfica pode ser o eixo condutor de diversas disciplinas,
pode propiciar o desenvolvimento de práticas escolares científicas, funcionar como
agente integrador das disciplinas na construção de uma visão abrangente da
natureza. Além disso, é na bacia hidrográfica que os diversos atores sociais se
encontram para um a negociação dos usos múltiplos.
A bacia hidrográfica é adotada na Política Nacional de Recursos Hídricos
(Lei n.9433/97) como unidade territorial que abrange cursos de água que são
catalogados como "principal" e ou "tributário", mas não está necessariamente
abrangendo os aquíferos. A lei faz distinção entre bacia hidrográfica e bacia
hidrológica, a qual é a unidade fisiográfica ou geológica que contém pelo menos
um aquífero de extensão significativa.
Bacias hidrográficas constituem-se em unidades básicas de planejamento
do uso, da conservação e recuperação dos recursos naturais, definido pela Lei
Nacional da Política Agrária (Lei n.8171/91).
A definição dada pelas leis de uma unidade integrada na qual os
fenômenos se inter-relacionam foi fundamental na adoção de políticas públicas de
gestão dos recursos hídricos, dentre elas a da criação dos Consórcios e dos
Comitês de Bacias Hidrográficas e a Agência Nacional das águas. Essa visão
integrada, já consagrada nas políticas públicas, não pode deixar de ser adotada
pela escola quando trata do tema água.
No contexto escolar, segundo Bacci e Pataca a bacia hidrográfica não deve
ser vista somente como o rio principal e seus afluentes, mas, sim, como todo
volume de onde se verificam as trocas de matéria e energia e a dinâmica
suscitada principalmente pela água, incluindo tanto as formas de superfície como
o lençol freático. Partindo da perspectiva das políticas públicas ambientais, estão
se desdobrando ações educacionais que têm envolvido a comunidade em
estratégias participativas de conservação e recuperação ambiental.
Contudo as autoras ressaltam que projetos que apresentam uma
contextualização dos problemas que envolvem a água apresenta resultados mais
eficazes quanto à questão da conscientização de professores e alunos, que
passam a olhar para a realidade de maneira complexa. Os autores citados trazem
essa experiência com resultados muito positivos, ressaltando a melhora na
compreensão do conteúdo e mudanças de atitude dos envolvidos no processo de
ensino e aprendizagem.
Braga et al. (2003) ressalta que é necessário educar para o ambiente, e somente
a partir de ações locais, da sensibilização e da conscientização dos indivíduos
como cidadãos participantes no processo de construção de uma nova sociedade é
que podemos modificar o destino dos problemas globais que assolam o planeta, e
a água é uma questão primordial.
Para Romera e Silva (2004), a educação e os projetos de capacitação
devem facilitar a percepção e a avaliação das contradições locais, sendo a
construção do conhecimento um fator de mediação na gestão de conflitos entre
culturas, comportamentos diferenciados e interesses de grupos sociais, para que
as transformações pretendidas pela sociedade se realizem.
Desenvolvimento das atividades
• Compreender que o tratamento de água envolve processos físicos e
químicos.
• Identificar as etapas do tratamento de água e os tipos de separação de
misturas empregadas.
• Verificar as reações químicas envolvidas no processo de tratamento de
água.
• Entender a importância ambiental do tratamento de água e do consumo
consciente da água potável.
Duração das atividades
8 aulas de 50 minutos
As atividades foram retiradas do site do portal do professor, disponível em:
<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=21000>. Acessado em: 26/06/2012.
Primeira e segunda aula,
De onde vem a água?
Como ela chega até as nossas casas, pronta para o consumo?
Como a utilizamos?
Como podemos economizá-la, evitando o risco de o recurso faltar no futuro?
Propor, de início, que os alunos elaborem, em pequenos grupos, listas com
o uso da água em suas atividades diárias: para beber, tomar banho, escovar os
dentes e lavar as mãos e o rosto, cozinhar, lavar objetos etc. Conversando entre
si, podem descobrir também outros usos não diretamente ligados ao seu próprio
cotidiano, como o agrícola e o industrial. Peça que todos mostrem os trabalhos à
turma e discuta os resultados, destacando a presença e a importância da água em
praticamente tudo o que fazemos. Aproveite e assinale, também, que ela é
essencial ao organismo humano porque ajuda a regular a temperatura do corpo e
a diluir ou transportar substâncias.
Sugestão de texto
Água potável
A água é indispensável a toda e qualquer forma de vida. É considerada
potável toda a água disponível na natureza que pode ser destinada ao consumo
dos seres vivos, sem riscos de adquirirem doenças por contaminação.
Por ser essencial à vida, essa água deve estar disponível para a população
rural e urbana, em todo o mundo. Geralmente na região rural não há o tratamento
antecipado desse recurso; no entanto, nos centros urbanos quase sempre se faz
necessário realizar uma verificação da qualidade e o grau de contaminação, uma
vez que nas proximidades das cidades é comum os córregos e rios estarem
poluídos.
Na realidade, a água potável, ou mesmo a água doce disponível na
natureza, é bastante restrita. Cerca de 97,61% da água total do planeta é
proveniente das águas dos oceanos; calotas polares e geleiras representam
2,08%; água subterrânea 0,29%; água doce de lagos 0,009%; água salgada de
lagos 0,008%; água misturada no solo 0,005%; rios 0,00009% e vapor d’água na
atmosfera 0,0009%. Diante desses percentuais pode-se presumir que apenas
2,4% da água do planeta corresponde à água doce, porém, somente 0,02% está
disponível em lagos e rios que abastecem as cidades e pode ser consumida.
Desse restrito percentual, uma grande parcela se encontra poluída, diminuindo
ainda mais as reservas disponíveis.
Nessa perspectiva, a ONU (Organização das Nações Unidas) divulgou uma
nota com uma previsão de que até 2050, aproximadamente 45% da população
não terá a quantidade mínima de água necessária à sua sobrevivência. No mundo
subdesenvolvido, cerca de 50% da população consome água poluída; em todo
planeta pelo menos 2,2 milhões de pessoas morrem em decorrência do uso de
água contaminada e sem tratamento. Segundo estimativas, existem atualmente
cerca de 1,1 bilhão de pessoas que praticamente não têm acesso à água potável,
bem comum a todo ser humano.
A poluição é um dos maiores problemas relativos à água doce planetária
uma vez que, diariamente, os mananciais de todo o mundo recebem dois milhões
de toneladas de diversos tipos de resíduos. Quem sofre de maneira mais
contundente os reflexos dessa realidade são as pessoas pertencentes às
camadas populacionais mais excluídas que vivem em países subdesenvolvidos ou
em desenvolvimento.
A água potável pode ser oriunda de uma fonte natural, desde que não haja
nenhum tipo de contaminação em sua nascente ou percurso. Pode ser também
obtida através de um processo de tratamento físico e/ou químico. O tratamento de
água visa reduzir a concentração de poluentes até o ponto em que não
representem riscos para a saúde pública. Nas cidades, este processo é realizado
nas ETAs (Estações de Tratamento de Água), onde a água passa por várias
etapas, iniciando com a decantação, seguida da filtração, da fluoretação, da
desinfecção e da floculação.
Fontes do texto sugerido:
Água potável. Disponível em:<http://www.brasilescola.com/geografia/agua-
potavel.htm > . Acessado em 15/06/2012.
Terceira e quarta aula
Para dar sequência ao assunto, sugerimos a exibição e discussão de um
vídeo de 9:08 min. que apresenta as etapas do processo de tratamento de água
que acontece em uma ETA em São Paulo, uma vez que o processo é o mesmo,
ou semelhante nas demais localidades.
Além dos detalhes sobre o tratamento de água, o vídeo sensibiliza para a
necessidade do uso sustentável desse recurso natural vital à vida na Terra e dá
dicas para a redução do consumo em casa.
Vídeo: Tratamento de água Sabesp. Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=P2ShcHsEGts . Acessado em 15/06/2012.
Recomendamos que essa aula aconteça no laboratório de informática, onde
os alunos possam ter acesso à internet em pequenos grupos. Se isso não for
possível, o professor poderá fazer o "download" do vídeo e salvá-lo em "pen drive"
e projetá-lo para toda a turma, utilizando um aparelho de data show.
Discussão do vídeo
O professor deve entregar um roteiro impresso aos alunos com questões
para orientar os registros a serem feitos tendo o vídeo como referência. Durante a
exibição do vídeo, os alunos deverão ter tempo para discussão em grupo e
anotações. Em seguida, o professor deverá promover a discussão do vídeo por
toda a turma, tendo esses registros dos grupos como referência.
1) Como é a disponibilidade de água potável para o abastecimento da cidade de
São Paulo?
2) Quais são as etapas para o tratamento dessa água?
4) Quais etapas correspondem a processos físicos?
5) Quais etapas correspondem a processos químicos?
6) O que podemos fazer para usarmos racionalmente a água potável que temos à
nossa disposição diariamente?
Pesquisa
Aproveitando que os alunos estarão utilizando a internet, o professor deve
encaminhar uma pesquisa de aprofundamento teórico que complemente as
informações do vídeo a respeito dos processos físicos e químicos envolvidos no
tratamento de água. Para isso, deve especificar pelo menos os quatro principais: a
floculação; a decantação; a filtração e a cloração. Fontes para essa pesquisa:
Separação de misturas: Disponível em:
http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/fisico_quimica/fisico
_quimica_trabalhos/processosseparmisturas.htm > Acesso em 16/06/2012.
Também é necessário que se discuta os custos do tratamento de água nas
ETA. Para subsidiar essa discussão os alunos deverão fazer uma leitura da
reportagem da folha Online publicada em:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u97316.shtml > Acessado em:
16/06/2012.
O fechamento dessa discussão deverá acontecer por meio do estudo de um
texto de fundamentação teórica, que poderá ser elaborado pelo professor, tendo
como referência os livros didáticos e sites que tratam do assunto. Tendo em vista
a dificuldade que muitos professores têm de acesso a alguns livros, deixaremos
aqui uma sugestão de texto.
Sugestão de texto
Tratamento de água: processos químicos e físicos
Dicificilmente pensamos na importância de termos, de forma tão fácil, água
limpa em nossas residências. Mas de onde vem a água que se bebe? Ela já vem
limpa da fonte ou precisa passar por um processo de limpeza?
A água que recebemos em casa vem de rios e represas que contêm toda a
sorte de impurezas. Por isso precisa ser submetida a uma série de tratamentos
que a tornam adequada para o consumo. Isso é realizado nas estações de
tratamento de água e consiste em um processo de basicamente quatro etapas
principais: a floculação; a decantação; a filtração e a cloração. Duas delas
envolvem processos químicos - a floculação e a cloração; as demais são
processos físicos. No caso dos processos químicos acontecem transformações
na estrutura da matéria, o que não ocorre nos físicos.
A floculação é feita para retirar os sólidos maiores em suspensão. Em
tanques de concreto com a água em movimento, as partículas sólidas se
aglutinam em flocos maiores. Para isso são adicionadas à água dos tanques, duas
substâncias: sulfato de alumínio e hidróxido de cálcio. Essas duas substâncias
reagem quimicamente, formando hidróxido de alumínio e sulfato de cálcio: Sulfato
de alumínio + hidróxido de cálcio -> hidróxido de alumínio + sulfato de cálcio. O
hidróxido de alumínio resultante se apresenta sob a forma de flocos gelatinosos. A
sujeira adere a eles e, juntos, acabam se precipitando para o fundo do tanque.
Portanto, no processo de floculação, as partículas sólidas se aglomeram,
tornando-se mais pesadas e maiores. Tem início, então, a fase de decantação, um
processo físico que permite a separação dos componentes dessa mistura - água e
flocos de sujeira. A água é encaminhada para outros tanques onde, por ação da
gravidade, os flocos com as impurezas e partículas ficam depositadas no fundo,
separando-se da água. Depois de separada dos flocos grandes, a água passa por
filtros formados por carvão, areia e pedras de diversos tamanhos. Nesta etapa, as
impurezas de tamanho pequeno ficam retidas no filtro. A filtração é, também de
um processo físico, de separação de misturas.
Depois que a água fica livre de impurezas pelos processos anteriores, tem
início a fase de tratamento químico para a desinfecção. Adicionam-se à água o
cloro, germicida eficiente para a eliminação de microrganismos.
Após a cloração, ainda é adicionada à água a cal virgem (cal hidratada ou
carbonato de sódio) para equilibrar a acidez. Esse procedimento serve para
corrigir o PH da água e preservar a rede de encanamentos de distribuição.
Costuma-se também aplicar flúor na água para prevenir a formação de
cárie dentária em crianças. Embora todas essas etapas sejam recomendadas para
que a água esteja em ótimas condições de uso, nem sempre todas elas
acontecem no processo de tratamento. A adição de flúor, por exemplo, não é uma
prática muito usual, apesar do seu grande potencial preventivo. Muitas vezes essa
etapa é negligenciada com vistas á redução dos custos do processo de tratamento
de água pelos municípios.
Fonte: Tratamento de água. Disponível em:
http://www.suapesquisa.com/o_que_e/tratamento_agua.htm > Acessado em
16/06/2012.
Para facilitar as explicações que se fizerem necessárias o professor poderá utilizar imagens esquemáticas, como a indicada a seguir.
Fonte da imagem: http://www.copasa.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=23 & sid=98 & tpl=printerview . Acessado em 15/06/2012.
DISCUSSÃO DO TEXTO EM GRUPOS
1. Podemos afirmar que a água como está na natureza é uma mistura?
2. Por que é necessário o tratamento da água para que ele se torne potável?
3- Quais são os processos físicos para o tratamento da água? E os químicos?
4- Por que é necessário que se faça o consumo consciente de água potável?
FECHAMENTO DA DISCUSSÃO
Fechamento da discussão pelo/a professor/a destacando:
• Os processos de separação de misturas que ocorrem no processo.
• As reações químicas envolvidas.
• Importância do tratamento de água.
• Escassez de água potável no mundo.
• Consumo consciente da água, especialmente a água potável tratada.
Cada aluno do grupo deverá fazer seus cálculos e socializar para os
demais. Caberá ao grupo avaliar o consumo de cada um e refletir a respeito
buscando alternativas para o uso consciente desse recurso natural.
Quinta e sexta aulas
Dedique as duas últimas aulas à preparação e à exposição dos resultados
finais. Com base no que já foi visto, proponha aos estudantes o debate sobre
formas de economizar e utilizar adequadamente a água (a reportagem "Poluição e
desperdício reduzem a água disponível no Brasil" tem dados sobre usos e
consumo no Brasil). Esclareça que, para chegar às residências e aos
estabelecimentos comerciais e industriais, a água é captada em rios, lagos ou
reservatórios, vai para uma estação de tratamento, onde passa por processos de
filtragem e purificação, sendo distribuída pela rede aos domicílios e
estabelecimentos, pronta para o consumo. Recomenda-se filtrar ou ferver a água
antes de bebê-la.
Sétima e oitava aula
Organizado em pequenos grupos, o pessoal pode elaborar folhetos com
dicas para economizar água. Nas residências, é preciso atenção especial com o
uso da água no banheiro (não tomar banhos demorados, fechar a torneira ao
escovar os dentes ou fazer a barba, consertar vazamentos etc.), na cozinha
(manter torneiras fechadas ao ensaboar a louça), evitar o uso de mangueiras em
jardins e na lavagem de carros - o gasto de água é muito maior do que com o uso
de balde. O controle do consumo residencial pode ser acompanhado pela leitura
da conta mensal. Os mesmos procedimentos valem para os ambientes de
trabalho. Chame a atenção dos estudantes para as responsabilidades do poder
público, encarregado de consertar ou instalar redes de abastecimento e coleta de
água e tratamento de esgotos, fazer reparos em vazamentos ou realizar a limpeza
de espaços públicos. Os alunos podem desenhar ou colar figuras e desenhos para
ilustrar o folheto, que pode ser distribuído a outras turmas da escola e à
comunidade.
ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
Esta Unidade foi elaborada baseando-se na Proposta da Sequência
Didática.
A Sequência Didática é um instrumento primordial na organização e
realização das diversas etapas para o trabalho pedagógico, compreendendo a
apresentação da situação, produção inicial, discussão dos textos,
desenvolvimento das atividades e produção final.
Para a execução das atividades procura-se enquadrar algumas propostas
metodológicas, proporcionando situações de ensino aprendizagem aos discentes.
REFERÊNCIAS
Água potável. Disponível em:
<http://www.suapesquisa.com/o_que_e/agua_potavel.htm>
<http://www.brasilescola.com/geografia/agua-potavel.htm>. Acessado em 15/06/2012.
BACCI, Denise de La Corte; Pataca, Ermelinda Moutinho. Educação para a água. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext & pid=S0103- 40142008000200014 > Acessado em: 15/06/2012.
BRAGA, A. R. et al. Educação ambiental para gestão de recursos hídricos. Livro de Orientação ao Educador. Americana: Consórcio PCJ, 2003.
Ficha técnica de aula .disponível em:
<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=21000>. Acessado em: 26/06/2012.
Folha Online publicada em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u97316.shtml Acessado em 16/06/2012.
IANSEN, Marta. História e outras histórias. Maio/2011. Disponível em: http://martaiansen.blogspot.com.br/2011/05/abastecimento-de-agua-da-antiguidade.html. Acesso em: 23 maio 2012.
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em:<http://www.censo2010.ibge.gov.br/dados_divulgados/index.php?uf=41> Acesso em 02/07/2012.
LEFF, Enrique. Saber Ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED/PR). Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação Básica para o ensino de História. Curitiba, Pr: SEED/PR, 2008.
REBOUÇAS, Aldo; RIBEIRO, Wagner C..(org) Ambiente Brasileiro: 500 Anos de Exploração dos Recursos Hídricos. em Patrimônio Ambiental Brasileiro Edusp.
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