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Um programa para cálculo de tempo de amostragem de sedimentos em suspensão a partir da medição de vazão com equipamentos acústicos Doppler
Versão 2.007/02/2012
HidroSedimentos
República Federativa do BrasilDilma Vana RousseffPresidenta
Ministério do Meio Ambiente (MMA)Izabella Mônica Vieira TeixeiraMinistra
Agência Nacional de Águas (ANA)Diretoria Colegiada
Vicente Andreu Guillo (Diretor-Presidente)
Dalvino Troccoli Franca
Paulo Lopes Varella NetoJoão Gilberto Lotufo Conejo
Paulo Rodrigues Vieira
Superintendência de Regulação (SRE)
Francisco Lopes Viana
Superintendência de Fiscalização (SFI)
Flávia Gomes de Barros
Estado de Santa CatarinaGovernador do Estado
João Raimundo Colombo
Secretário de Estado da Agricultura e da Pesca
João Rodrigues
EpagriPresidente
Luiz Ademir Hessmann
Diretores
Extensão Rural
Ditmar Alfonso Zimath
Ciência, Tecnologia e Inovação
Luiz Antonio Palladini
Administração e Finanças
Paulo Roberto Lisboa Arruda
Desenvolvimento Institucional
Eduardo Medeiros Piazera
Agência Nacional de Águas
Ministério do Meio Ambiente
Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina
Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca
Governo do Estado de Santa Catarina
HidroSedimentos
Brasília – DFANA2012
Um programa para cálculo de tempo de amostragem de sedimentos em suspensão a partir da medição de vazão com equipamentos acústicos Doppler
(Versão 2.0 – 07/02/2012)
© Agência Nacional de Águas – ANA, 2012Setor Policial Sul, Área 5, Quadra 3, Blocos B, L, M e T. CEP: 70610-200, Brasília – DF.PABX: (61) 2109-5400 (61) 2109-5252 www.ana.gov.br
© Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina – EPAGRI, 2012Rodovia Admar Gonzaga, 1.347, Itacorubi, Caixa Postal 502, CEP:88034-901 Florianópolis – SC. Fone: (48) 3239-5500, fax: (48) 3239-5597www.epagri.sc.gov.br
Equipe editorial
Supervisão de Edição:Superintendência de Gestão da Rede Hidrometeorológica-SGHEmpresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina – EPAGRI
Elaboração dos originais:Álvaro José Back
Revisão dos originais:Pedro Cunha
“As figuras contidas nesta publicação foram elaboradas no âmbito da EPAGRI, exceto aquelas onde outra fonte encontra-se indicada.”
Todos os direitos reservados.E permitida a reprodução de dados e de informações contidos nesta publicação, desde que citada a fonte. Comitê de Editoração
Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina.
HidroSedimentos: um programa para cálculo de tempo de amostra-gem de sedimentos em suspensão a partir da medição de vazão com equi-pamentos acústicos Doppler: versão 2.0 - 07/02/2012 / Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina, elaboração dos originais: Álvaro José Back. – Brasília: ANA, 2012.
70 p.: il. + 1 CD-ROM
ISBN: 978-85-8210-013-4
1. Sedimentos 2. Computação Hidrológica I. Agência Nacional de Águas II. Back, Álvaro José III. Título
E55h
Catalogação na fonte - CEDOC/Biblioteca
CDU 556.04(076)
Comitê de Editoração
João Gilberto Lotufo ConejoDiretor
Reginaldo Pereira MiguelRepresentante da Procuradoria Geral
Sergio Rodrigues Ayrimoraes SoaresRicardo Medeiros de AndradeJoaquim Guedes Correa Gondim FilhoSuperintendentes
Mayui Vieira Guimarães ScafuraSecretária-Executiva
Organizador e Programador:
Álvaro José Back
Engenheiro Agrônomo, Dr. Engenharia Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental Pesquisador Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural e Santa Catarina – Epagri Professor da Universidade do Extremo Sul Catarinense – Unescajb@epagri.sc.gov.br, ajb@unesc.net
Colaboradores:
José Luiz Rocha Oliveira
Engenheiro Sanitarista e Ambiental, MSc Engenharia AmbientalPesquisador Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural e Santa Catarina – Epagri
Alan Henn
Engenheiro Sanitarista e Ambiental, MSc Engenharia AmbientalPesquisador Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural e Santa Catarina – Epagri
Anderson Vendelino Bonetti
Técnico Agrícola, Acadêmico do curso de Engenharia de Agrimensura da Unesc.Assist. de Pesquisa Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural e Santa Catarina – Epagri
A última versão do programa HidroSedimentos pode ser encontrada no portal da EPAGRI:
www.epagri.sc.gov.br
Figura 1. Tela inicial do HidroSedimentos 15
Figura 2. Tela do RiverSurveyor Live® 16
Figura 3. Planilha do RiverSurveyor Live® com as variáveis (colunas) de cada perfil 17
Figura 4. Planilha *.xls com dados extraídos do RiverSurveyor Live® 17
Figura 5. Arquivo gravado como arquivo texto 18
Figura 6. Tela Entrada de dados do HidroSedimentos para opção dados do M9 20
Figura 7. Método da Meia Seção (Adaptado de Sontek, 2011). 21
Figura 8. Método da Seção Média (Adaptado de Sontek, 2011). 21
Figura 9. Método japonês (Adaptado de Sontek, 2011) 22
Figura 10. Tela do Software FlowTracker 24
Figura 11. Exportação de dados FlowTracker 25
Figura 12. Seleção da Tabelas Resultados de Medição FlowTracker 26
Figura 13. Planilha do Excel com resultados de FlowTracker 26
Figura 14. Entrada de dados do FlowTracker. 27
Figura 15. Tela Entrada de dados para opção de Digitar os dados 28
Figura 16. Tela Gráficos do HidroSedimentos. 30
Figura 17. Representação da faixa de volume ideal para coleta. 33
Figura 18. Tela Configuração do HidroSedimentos. 33
Figura 19. Gráfico para determinação da velocidade de trânsito (adaptado de Edwards e Glysson) 37
Figura 20. Relação RT/Vm para recipiente 1 pint e bico 1/8” (Adaptado de Edwards e Glysson). 39
Figura 21. Relação RT/Vm para recipiente 1 pint e bico 3/16”(Adaptado de Edwards e Glysson). 39
Figura 22. Relação RT/Vm para recipiente 1 pint e bico 1/4”(Adaptado de Edwards e Glysson). 40
Figura 23. Relação RT/Vm para recipiente 1 quarter e bico 1/8”(Adaptado de Edwards e Glysson). 40
Figura 24. Relação RT/Vm para recipiente 1 quarter e bico 3/16”(Adaptado de Edwards e Glysson). 41
Figura 25. Relação RT/Vm para recipiente 1 quarter e bico 1/4” (Adaptado de Edwards e Glysson). 41
Figura 26. Configuração do programa para determinação dos tempos de amostragem pelo método 43
Figura 27. Determinação dos tempos de amostragem pelo método da integração vertical geral. 44
Figura 28. Representação da amostragem por Igual Incremento de Largura. 45
Figura 29. Representação do método do Igual Incremento de Descarga. 48
Figura 30. Gráfico Q x L; V x L e P x L para determinação dos pontos de coleta no método IIQ. 50
Figura 31. Tela IID para dados do M9 ou S5. 54
Figura 32. Tela IID para dados do FlowTracker ou digitados. 54
Figura 33. Tela Figura IID do HidroSedimentos. 56
Figura 34. Tela Figura IIL do HidroSedimentos para dados do M9. 59
Figura 35. Tela Figura IIL do HidroSedimentos para entrada de dados nas opções ler dados do 60
Figura 36. Tela Relatórios do HidroSedimentos 63
Figura 37. Exemplo de relatório gerado pelo HidroSedimentos. 63
Figura 38. Tela Gráfico USGS do HidroSedimentos. 65
Figura 39. Tela Cálculo Tmin, Tmax, Ea do HidroSedimentos. 67
Figura 40. Tela Sobre do HidroSedimentos. 69
Lista de Figuras
Sumário1 INTRODUÇÃO 11
2 ESTRUTURA DO PROGRAMA 13
3 TELA ENTRADA DE DADOS 15
3.1 Opção Ler arquivo do M9 ou S5 16
3.2 Opção Ler dados do FlowTracker 20
3.3 Opção Digitar dados 27
4 TELA GRÁFICOS 30
4.1 Perfil de velocidade 31
5 TELA CONFIGURAÇÃO 32
5.1 Métodos de amostragem: 34
5.1.1 Amostragem pontual 34
5.1.2 Amostragem por integração vertical 34
5.1.2.1 Método USGS 34
5.1.2.2 Amostragem por integração vertical geral 44
5.2 Quantidade de verticais 45
5.2.1 Amostragem por Igual Incremento de Largura 45
5.2.2 Amostragem por Igual Incremento de Descarga (IID) 48
5.3 Calibração do amostrador 51
6 TELA IID 54
7 TELA FIGURA IID 56
8 TELA ILL 58
8.1 Procedimentos para opção Ler dados M9 ou S5 58
8.2 Procedimentos para opção Ler dados FlowTracker ou Digitar dados 59
9 RELATÓRIOS 62
10 TELA GRÁFICO USGS 65
11 TELA CÁLCULO DO TMIN, TMAX, EA 67
12 TELA SOBRE 69
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 70
1Introdução
Atualmente existem vários equipamentos para
medição da descarga líquida com base na tecno-
logia Doppler (ADP - "Acoustic Doppler Profiler"
ou ADCP - "Acoustic Doppler Current Profiler").
Esses equipamentos apresentam como vanta-
gens em relação aos métodos tradicionais de
medição de vazão com molinetes a maior rapidez
para execução da medição, a redução de riscos
de acidentes – principalmente em cotas altas – a
melhor determinação do perfil da seção trans-
versal e a determinação da área da seção, além
da possibilidade da determinação de um número
grande de verticais.
Por outro lado, tem algumas desvantagens, como
o custo relativamente alto dos equipamentos, a
medição da velocidade de uma parte da seção e
a extrapolação dos dados próximos das margens,
ao fundo e na superfície. Com a evolução das tec-
nologias Doppler e a incorporação de GPS ("Glob-
al Positioning System") percebe-se uma evolução
crescente nesses equipamentos e a tendência de
substituição dos molinetes.
No entanto, quando se necessita coletar
amostras para determinação de sedimentos em
suspensão, os equipamentos Doppler e seus
softwares não permitem processar os dados
e calcular os tempos de coleta de amostras.
Esse trabalho teve como objetivo desenvolver
um programa de computador capaz de ler os
arquivos gerados por meio de equipamentos
Doppler, de modo a processar os cálculos dos
tempos de amostragem de sedimentos em sus-
pensão de acordo com as metodologias con-
sagradas na literatura.
HidroSedimentos 11
Estrutura do Programa
2
HidroSedimentos
O Programa HidroSedimentos 2.0 foi elaborado em linguagem Delphi 5.0, e consta dos seguintes arquivos:
HidroSedimentos.exe
Programa executável.
Rios.txt
Arquivo auxiliar para cadastro dos rios, utilizado para geração dos relatórios. Esse arquivo é o mesmo usado no programa Hidromolinetes (Back, 2002) elaborado para medições de vazão com molinetes hidrométricos.
O programa HidroSedimentos está organizado em
dez telas (Figura 1). O primeiro passo é a leitura
do arquivo com os dados da medição gerado pelo
equipamento Doppler. A partir da leitura dos da-
dos, o usuário poderá interagir com o programa
para escolher o equipamento, método de cálculo e
método de amostragem.
Tal programa não necessita instalação, podendo ser executado diretamente a partir do computador ou qualquer dispositivo de memória.
13
Tela Entrada de Dados
3
O programa HidroSedimentos 2.0 apresenta as seguintes opções para entrada de dados:
Ler arquivo do M9 ou S5
Ler dados do FlowTracker
Digitar os dados
HidroSedimentos 15
Figura 1. Tela inicial do HidroSedimentos
3.1 Opção Ler arquivo do M9 ou S5
O programa HidroSedimentos foi inicialmente
elaborado para ser utilizado nas medições de
vazão com os equipamentos ADP RiverSurvey-
or M9 ou S5 da Sontek, que vêm sendo bastante
difundidos no Brasil. No processo de medição de
vazão é recomendado fazer várias travessias (no
mínimo quatro) na seção transversal e o progra-
ma RiverSurveyor Live® fornece um resumo das
medições, com valores de média e desvio padrão,
e indicação das medições com baixa qualidade
(Figura 2). Dessas medições pode-se escolher uma
para a determinação do perfil da seção com dados
de velocidade e vazão para os cálculos do tempo
de amostragem.
No caso específico do RiverSurveyor Live - v1.51,
pode-se copiar os dados de uma das travessias
e colar em planilha eletrônica Excel do Microsoft
Office (recomenda-se salvar com versão 2003,
com extensão *.xls). Na seleção das travessias,
recomendamos usar os dados de uma travessia
com valor de vazão próximo à média obtida nas
várias travessias válidas ou de boa qualidade. O
software RiverSurveyor Live® exibe uma planil-
ha com uma série de colunas (Figura 3), contendo
Perfil, Hora, Trajeto, DMG, profundidade, veloci-
dade, vazão, direção e outras variáveis, permitindo
ainda que o usuário configure a sequência de col-
unas de diferentes formas. O arquivo *.xls deverá
ser gravado contendo, no mínimo, as colunas
Perfil, Velocidade, Profundidade, DMG, Vazão e
Etapa, independentemente da ordem.
Esses dados, depois de copiados do RiverSurveyor
Live® devem ser colados na célula ‘A1’ da planilha
eletrônica, conforme a Figura 4.
Figura 2.Tela do RiverSurveyor Live®.
HidroSedimentos16
Figura 3. Planilha do RiverSurveyor Live® com as variáveis (colunas) de cada perfil.
Figura 4. Planilha *.xls com dados extraídos do RiverSurveyor Live®.
HidroSedimentos 17
Figura 5. Arquivo gravado como arquivo texto.
Para a leitura do arquivo gravado em formato Excel
ou texto (Figura 4) no programa HidroSedimentos
deve-se clicar no botão Dados*.xls ou Dados*.txt e se-
lecionar o arquivo correspondente (Figura 6). Quan-
do se opta pelo formato *.xls, o HidroSedimentos irá
abrir o programa Excel, copiar os dados e fechar o
programa Excel. Na tela Entrada de dados, o usuário
poderá visualizar os dados obtidos na sequência que
foram gravados no RiverSurveyor Live®.
A coluna DMG mostra a distância de cada perfil a
partir do início da medição. Como na medição com
ADP/ADCP existe uma área não amostrada em cada
margem, o usuário deverá informar a largura da
faixa não amostrada de cada margem, iguais às
utilizadas na medição, e, ainda, as distâncias das
margens em relação ao PI e PF. Os seguintes dados
devem ser informados no quadro Dados da Seção:
HidroSedimentos18
Outra opção é gravar o arquivo gerado
no M9 como um arquivo texto (Figura 5),
podendo-se usar o bloco de notas (Note-
pad) do Windows para isso.
Distância PI – NA (ME): é a distância em metros entre o ponto inicial (PI) e a margem
esquerda do rio, no nível da água (NA).
Distância não amostrada ME: é a distância em metros não amostrada na margem
esquerda, referente à distância entre a margem e o centro do equipamento.
Distância PF – NA (MD): é a distância em metros entre o ponto final (PF) e a margem
direita do rio, no nível da água (NA).
Distância não amostrada MD: é a distância em metros não amostrada na margem
direita, referente à distância entre a margem e o centro do equipamento.
Esses valores serão utilizados nos gráficos ger-
ados nas telas seguintes. No quadro Sentido da
Medição, o usuário deverá optar por umas das al-
ternativas abaixo:
Da esquerda para a direita, caso a traves-
sia escolhida tenha sido feita da margem
esquerda para a direita.
Da direita para a esquerda, caso a travessia es-
colhida tenha sido feita da margem direita para
a esquerda.
No quadro Referência para a coleta, o usuário deverá
informar qual a referência a ser usada na definição
das distâncias das verticais para a coleta de sedi-
mentos em suspensão. As opções são:
PI – Margem esquerda
PI – Margem direita
Para os dados do M9, o HidroSedimentos apresenta
a opção de Usar coordenadas e, caso for acionado, o
programa irá informar as coordenadas UTM X e UTM
Y das verticais em que serão coletadas as amostras
de sedimentos. Como o deslocamento do equipa-
mento ADP/ADCP deve ser realizado em velocidades
relativamente baixas (recomenda-se que a veloci-
dade de deslocamento seja inferior à velocidade
média da água), o equipamento poderá, em alguns
casos, retroceder pequenas distâncias. Em uma
análise mais detalhada da coluna DMG, observa-se
que nem sempre as distâncias são crescentes. Assim,
deve-se clicar no botão Adotar para que o programa
HidroSedimentos ordene todos os dados de acordo
com a coluna DMG. Na tela Gráficos, são mostrados
o perfil da seção e o perfil de velocidades. Os dados
ordenados são disponibilizados para as telas IID e IIL.
HidroSedimentos 19
HidroSedimentos
Figura 6. Tela Entrada de dados do HidroSedimentos para opção dados do M9.
3.2 Opção Ler dados do FlowTracker
O Flowtracker é um medidor acústico de vazão utilizado
para medir vazões em locais com baixa profundidade,
em que a medição pode ser realizada a vau. A medição
de vazão com esse equipamento segue basicamente os
mesmos passos da medição de vazão com molinetes hi-
drométricos, em que o procedimento básico para fazer
medição de vazão consiste nos seguintes passos:
• Esticar um cabo graduado (fita métrica, cor-
da previamente demarcada, etc..) na seção
de medição.
• Em cada vertical, o operador registra o local da
estação e a profundidade da água e toma me-
didas de velocidade em uma ou mais profun-
didades para determinar a velocidade média
– geralmente entre 15 a 20 verticais. Em cada
vertical, pode-se determinar a velocidade em
diferentes pontos.
O FlowTracker admite as seguintes equações para
calcular a vazão:
Método da Meia Seção
O Método da Meia seção Mid Section (Figura 7) é o valor padrão e
o mais comum. Esse método é usado pela Pesquisa Geológica dos
Estados Unidos (USGS) e está descrito empadrões ISO 748 (1997)
e 9196 (1992).
20
HidroSedimentos
Figura 7. Método da Meia Seção (Adaptado de Sontek, 2011).
A área de cada seção é calculada por:(1)
(2) (3)qi = v
iA
i
n
1Q = Σq
i
Ai = h
i
Li+1
- Li-1
2(
(
Em que: hi = profundidade da vertical i (m)
Li+1
= distância a partir do PI até a vertical posterior (m)
Li-1 = distância a partir do PI até a vertical anterior (m)
A vazão na seção i é calculada por:
Em que:
qi é a vazão na seção i (m3/s)
vi = velocidade média na vertical i (m/s)
A vazão total é dada por:
Método da seção Média
Usa os mesmos procedimentos de campo que o método da meia
seção, diferindo apenas nos cálculos de área e velocidade média.
Figura 8. Método da Seção Média (Adaptado de Sontek, 2011).
21
Método Japonês
O método Japonês (Figura 9) inclui várias modificações aos procedimentos de coleta de dados
descritos anteriormente. A velocidade só é medida a cada segunda estação. A profundidade para
cada estação é registrada duas vezes e o valor médio é usado para cálculos de vazão.
A área de cada seção é calculada por:
A área da seção i é calculada por:
Em que:
hi = profundidade da vertical i (m)
Li = distância a partir do PI até a vertical posterior (m)
A velocidade média na seção i é calculada por:
Em que:
qi é a vazão na seção i (m3/s)
vi = velocidade média na vertical i (m/s)
A vazão total é dada por:
A vazão na seção i é calculada por:
Ai = (L
i - L
i-1)
hi + h
i-1
2(
(
i =V
i + V
i-1
2(
(
Figura 9. Método japonês (Adaptado de Sontek, 2011)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
HidroSedimentos22
A vazão na seção i é calculada por:
Em que:
qi é a vazão na seção i (m3/s)
vi = velocidade média na vertical i (m/s)
A vazão total é dada por:
(9)
(10)
HidroSedimentos 23
O FlowTracker apresenta diversas possibilidades de métodos de cálculo da velocidade média na vertical (Tabela
1). Os métodos de um e dois pontos (equação 11 e 12) correspondem ao método simplificado adotado no Brasil
e o método de três pontos (equação 13) corresponde ao método detalhado para profundidades entre 1,20 a 2,0
m (Back, 2006).
Nº de pontos Locais Equação
1 0,6 * P Vm = V
0,6(11)
2 0,2 p e 0,8 p (12)
3 0,2 p,0,6 e 0,8 p (13)
1* 0,6 * PefV
m = 0,92V
0,6
O fator de correção 0,92 pode
ser alterado pelo usuário
(14)
1* 0,5 * Pef1
Vm = 0,89V
0,5
O fator de correção 0,89 pode
ser alterado pelo usuário
(15)
2 0,2 pef e 0,8 pef (16)
2 Sup; 0,62 p Vm = 0,31V
s+ 0,634V
0,62(17)
5 pontos S, 0,2P; 0,6p, 0,8p, F (18)
nVários pontos definidos
pelo usuárioMédia integrada
nenhum Vm = CfV
adjacente(19)
entrada Vm = V
entrada6(20)
Vm = V
0,2 + 2V
0,6 + V
0,8
4
Vm = V
s + 3V
0,2 + 3V
0,6 + 2V
0,8 + V
F
10
Vm = V
0,2 + V
0,8
2
Vm = V
0,2 + V
0,8
2
1Pef = profundidade efetiva.
Tabela 1. Métodos de cálculo da velocidade média pelo FlowTracker.
HidroSedimentos24
Observações
• O Método Nenhum (None) é usado em duas
situações diferentes: uma quando nenhuma
medição é possível e a velocidade é estimada a
partir de estações adjacentes. A segunda situ-
ação é para especificar os bancos de uma ilha
interna (para um rio de canal múltiplo).
• Se uma estação única de Método None for
registrada, fica assumido que nenhuma
medição foi possível. A velocidade para essa
estação está baseada em estações adja-
centes multiplicadas pelo fator de correção
especificado pelo usuário (CF) para tal es-
tação. O valor padrão CF é 1,00.
• Se duas estações de Método None forem reg-
istradas juntas, fica assumido que elas repre-
sentam uma ilha interna.
• O Método Multi Pt possibilita que se faça
qualquer número de medições de velocidade. A
média é calculada por meio da integração de to-
das as medições de velocidade. velocidade
• Se medições múltiplas forem feitas na mesma pro-
fundidade de medição, a média dessas medições
são feitas antes da integração da velocidade.
• Fator de Correção (CF) é um parâmetro for-
necido pelo usuário e utilizado para escalar
a velocidade da estação. O CF é comumente
usado em margens, ilhas internas e outras es-
tações de Método None. O valor padrão de CF
é 1,00. Qualquer valor de -1,00 a 1,00 – exceto
0,0 – é permitido. O CF pode ser inserido para
qualquer estação e a velocidade média será
multiplicada pelo CF.
Figura 10. Tela do Software FlowTracker
HidroSedimentos 25
• O software do FlowTracker foi projetado para ser
autoexplicativo. O software pode ser encontrado
no CD incluído no sistema ou baixado do website
da SonTek/YSI em www.sontek.com. Documen-
tação adicional está disponível no software e no
Manual Técnico do FlowTracker. O software do
FlowTracker é compatível com Windows 2000 e
XP e realiza várias funções.
Para baixar os arquivos usando a memória:
• Conecte o FlowTracker com uma porta COM no
seu computador e clique em Connect.
• Na opção Memória, selecione os arquivos a ser-
em baixados do equipamento e a pasta destino
(Figura 10).
Figura 11. Exportação de dados FlowTracker
Exporte arquivos de dados e gere relatórios usando
o Abrir vários Arquivo do FlowTracker.
Vários resultados estão disponíveis.
• HTML Report: relatório formatado para fácil
visualização e impressão.
• Arquivo de Vazão em ASCII (.DIS):
resultados finais em uma fácil de integrar com
utilidades de banco de dados.
• Arquivo de Resumo em ASCII (.SUM): dados
de resumo de velocidade e de controle de
qualidade de todas as medições.
• Arquivo de Dados em ASCII (.DAT): dados
brutos de velocidade de um segundo e SNR.
• Arquivo de Controle em ASCII (.CTL): dados
da configuração do sistema.
HidroSedimentos26
Selecione a opção Arquivo de Vazão em AS-
CII (.DIS) e clique em Abrir vários arquivos
(Figura 11). O software FlowTracker abre o
arquivo selecionado e também grava um ar-
quivo *.dis na pasta indicada nas configurações
do programa.
Figura 12. Seleção das Tabelas Resultados de Medição FlowTracker.
Figura 13. Planilha do Excel com resultados de FlowTracker.
Outra opção de importação de dados do FlowTrac-
ker para o HidroSedimentos é selecionar a Tabela
Resultados da Medição no relatório de medição do
FlowTracker (Figura 12) e copiar com Ctrl +C e colar
na célula A1 de uma planilha do Excel. Essa planilha
deverá ser salva como *. xls (pasta de trabalho ver-
são 97 a 2003) como representado na Figura 13.
HidroSedimentos 27
O HidroSedimentos permite a leitura dos dados do
arquivo de vazão em ASCII (*.DIS). Ao clicar no bo-
tão Dados*.DIS, o usuário deverá localizar o arquivo
e confirmar a leitura. Outra opção é abrir o arquivo
*.DIS salvo como planilha do Excel. Nesse caso, ele
deverá clicar no botão Dados*.xls, escolher o arqui-
vo e confirmar (Figura 14).
Figura 14. Entrada de dados do FlowTracker.
3.3 Opção Digitar dados
Essa opção foi incluída caso o usuário utilize outro
equipamento para a medição da vazão e queira utili-
zar o HidroSedimentos para efetuar os cálculos dos
tempos de amostragem. Nesse caso, o usuário deve-
rá informar previamente o número de verticais, sen-
do que as verticais referentes às margens esquerda
e direita deverão ser incluídas.
O usuário poderá optar por digitar a vazão ou digitar
somente as distâncias, profundidades e velocidades
médias de cada vertical e, nesse caso, calcular a va-
zão. Se optar por calcular a vazão, o programa apre-
senta ainda a opção de calcular a vazão pelo método
da seção média ou meia seção. Após a digitar dos
dados, o usuário deverá clicar em Calcular (Figura
15) para o programa efetuar os cálculos de vazão e
fornecer os dados de vazão total, área molhada e ve-
locidade média no quadro Resumo.
O botão Limpar apaga todos os valores existentes na
planilha, preparando-a para digitação de dados. O cli-
car no botão Adotar, o programa envia os dados digi-
tados para as planilhas de cálculo do tempo de amos-
tragem e também exibe o gráfico na tela Gráficos.
HidroSedimentos28
Figura 15. Tela Entrada de dados para opção de Digitar os dados.
Tela Gráficos
4
4.1 Perfil de velocidade
Essa tela exibe os gráficos (Figura 16) do perfil trans-
versais bem como a variação da velocidade ao longo
da seção. É utilizada para verificar se os dados de en-
trada foram importados ou digitados corretamente.
Assim, após clicar no botão Adotar de qualquer dos
três métodos de entrada de dados, deve-se visua-
lizar a tela gráficos e comparar o perfil transversal
representado com o obtido na medição, que devem
ser iguais.
Quando a medição da vazão for realizada com o
equipamento M9, percebe-se uma grande oscilação
dos valores de velocidade, diferente dos perfis obti-
dos com medições com o molinete ou FlowTracker.
Isto se deve ao fato de este equipamento registrar
a velocidade instantânea da corrente enquanto o
molinete obtém a velocidade média por um intervalo
de tempo ( geralmente de 40 a 60 segundos).
Como o dado de velocidade interfere no cálculo do
tempo de amostragem, foi incluído no programa
HidroSedimentos uma opção para calcular a velo-
cidade média na vertical, considerando 'k' verticais
anterior e posterior a vertical 'i', assim a velocidade
média é calculada por:
Porém, como padrão o programa adota k = 1, o usuá-
rio poderá alterar o valor na tela Gráficos (Figura 16)
e o programa automaticamente recalculará os valo-
res de velocidade média. Essa opção estará visível
somente quando os dados foram obtidos com o ar-
quivo do equipamento M9 ou S5.
Vm = Vi
2k+1
i=i+k i=i-kΣ (21)
Figura 16. Tela Gráficos do HidroSedimentos.
HidroSedimentos 30
Tela Configuração
5
Na tela Configuração (Figura 18), o usuário deverá optar pelo método de amostragem, selecionar o
amostrador e o bico a ser utilizado, bem como informar os dados necessários para os cálculos de acordo
com o método de amostragem.
Os amostradores usados nos Estados Unidos e Brasil estão na Tabela 2.
DENOMINAÇÃOBicos Volume
Velocidade (m/s) ProfundidadePeso (kg)
EUA Brasil Mínima Máxima Máxima (m) ho (cm)
US DH-48 AMS-1 1/4 pint 0,46 2,71 2,74 8,9 1,8
US DH-59 3/16 pint 0,46 1,52 4,57 11,4 10,0
US DH-59 AMS-3 1/4 pint 0,46 1,52 2,74 11,4 10,0
US DH-76 3/161/4 quart 0,46 2,01 4,57 8,1 11,3
US DH-81 3/16 liter 0,61 1,89 2,74 10,2 0,5
US DH-81 1/4 liter 0,46 2,32 2,74 10,2 0,5
US DH-81 5/16 liter 0,61 2,13 2,74 10,2 0,5
US DH-95 3/16 liter 0,64 1,89 4,57 12,2 13,2
US DH-95 1/4 liter 0,52 2,13 4,57 12,2 13,2
US DH-95 5/16 liter 0,64 2,26 4,57 12,2 13,2
US DH-2 3/16 liter 0,61 1,83 10,67 8,9 13,6
US DH-2 1/4 liter 0,61 1,83 6,10 8,9 13,6
US DH-2 5/16 liter 0,61 1,83 3,96 8,9 13,6
USD-49 AMS-21/8,3/161/4
Pint quarter 5,5 0,10 27,5
US D-74 3/16 Pint quart 0,46 2,01 4,57 10,4 28,1
US D-74 1/4 Pint quart 0,46 2,01 2,74 4,57 10,4 28,1
US D-74Al 3/16 Pint quart 0,46 1,80 4,57 10,4 19,1
US D-74Al 1/4 Pint quart 0,46 1,80 2,74 4,57 10,4 19,1
US D-95 3/16 liter 0,52 1,89 4,57 12,2 29,0
US D-95 1/4 liter 0,61 2,04 4,57 12,2 29,0
US D-95 5/16 liter 0,61 2,04 4,57 12,2 29,0
US D-96 3/16 3 liters 0,61 3,81 33,53 10,2 59,9
US D-96 1/4 3 liters 0,61 3,81 18,29 10,2 59,9
US D-96 5/16 3 liters 0,61 3,81 11,89 10,2 59,9
US D-96Al 3/16 3 liters 0,61 1,83 33,53 10,2 36,3
US D-96A1 1/4 3 liters 0,61 1,83 18,29 10,2 36,3
US D-96A1 5/16 3 liters 0,61 1,83 11,89 10,2 36,3
US D-99 3/16 6 liters 1,07 4,57 67,06 24,1 124,7
US D-99 1/4 6 liters 0,91 4,57 36,58 24,1 124,7
US D-99 5/16 6 liters 0,91 4,57 23,77 24,1 124,7
US P-61A1 3/16 pint quart 0,46 3,05 54,86 36,58 10,9 47,6
US P-63 3/16 pint quart 0,46 4,5754,86 36,58 21,95
15,0 90,7
US P-72 3/16 pint quart 0,46 1,62 15,55 10,9 18,6
USP-46 AMS-4 3/16 22 12 91
De saca AMS-81,8
3/16 1/4
100 variável14,4 (sem astro)
HidroSedimentos 32
Tabela 2. Características dos amostradores (adaptado de USGS)
HidroSedimentos 33
Como o amostrador fica inclinado, o volume coletado não corresponde à capacidade máxima (Figura 17). Na
Tabela 3 são indicados os valores de volume mínimo e máximo para os diferentes recipientes dos amostradores.
Figura 17. Representação da faixa de volume ideal para coleta.
Tabela 3. Volume mínimo, máximo e ideal para os recipientes dos amostradores.
Figura 18. Tela Configuração do HidroSedimentos.
Recipiente Capacidade (cm³)Volume da amostra
(cm³)
mínimo máximo esperado
pint 473 300 420 350
quarter 946 650 800 740
liter 1000
3 liter 3000 2000 2700
6 liter 6000
HidroSedimentos34
Estão disponíveis os seguintes métodos de amostragem:
5.1 Métodos de amostragem
5.1.1 Amostragem Pontual
5.1.2 Amostragem por integração vertical
Indicada para estudos da distribuição vertical e horizontal da concentração dos sedimentos, bem como da
granulometria. Nesse tipo de amostragem, deve-se calcular o tempo de amostragem de acordo com a equação:
Nesse método de amostragem, o amostrador é baixado até o fundo do rio em uma velocidade constante e
levantado de volta até a superfície também numa velocidade constante. A velocidade de subida e descida não
precisa ser necessariamente a mesma. No entanto, para fins práticos, procura-se manter as velocidades iguais.
Nesse método, segue-se a metodologia descrita em Edwards e Glysson (1970). Ele é indicado para os amostra-
dores com recipiente rígido de volume 474 ml (1 pint) ou 960 ml (1 quart).
O método de amostragem a ser usado depende das condições de fluxo e da granulometria do sedimento que
está sendo transportado. Segundo Edwards & Glysson (1999), pode-se generalizar as condições em quatro casos:
Em que: T = tempo de amostragem (s)
Vol = volume da amostra (ml) D = diâmetro do bico (mm)
Vel = velocidade média na vertical (m/s)
Segundo Carvalho (2008), os amostradores para a coleta pontual acoleta na vertical no Brasil são:
P-46, P-61 e P-63.
5.1.2.1 Método USGS
1º caso: velocidades baixas
(V < 0,60 m/s) com pouca ou
nenhuma partícula com granu-
lométrica de areia
Nesse caso, o fluxo não transporta areia como sedi-
mento em suspensão, sendo a distribuição
de sedimento (argila e silte) relativamente uniforme
na vertical, desde o leito até a superfície. Assim, con-
siderando a uniformidade do material fino, a coleta
de amostras isocineticamente não é tão importante.
2º caso: velocidades altas
(0,60 < V < 3,70 m/s) e
profundidades menores que
4,60 m
Deve-se usar os amostradores DH-48, DH-59,
DH-75, D-49 e D-74.
HidroSedimentos 35
3º caso: velocidade altas (0,60
< V < 3,70 m/s) e profundidade
maiores que 4,60 m
Nesse caso, os amostradores por integração na ver-
tical que usam contêineres rígidos (garrafas) não
devem ser usados porque ultrapassa a profundida-
de máxima admissível para usa utilização. Nessas
situações, deve-se usar os amostradores de saca ou
amostradores pontuais. Para os amostradores de
saca, utiliza-se a mesma técnica descrita na amos-
tragem por integração na vertical.
Carvalho (2008) descreve a técnica para usar os
amostradores pontuais onde a profundidade for
maior que 4,6 m:
• Inserir uma garrafa limpa no amostrador e
fechar o cabeçote.
• Descer o amostrador até próximo ao leito do
rio, mantendo a válvula de abertura/fecha-
mento do bico do amostrador fechada e ano-
tar a profundidade.
• Subir o amostrador até a superfície da água uti-
lizando uma velocidade de trânsito constante.
• Manter a válvula de abertura /fechamento do
bico do amostrador aberta até que o bico saia
da água. Em seguida, ela deve ser fechada.
• Remover a garrafa contendo a amostra água
sedimento do amostrador. Verificar se o volume
está em conformidade ao preestabelecido e
anotar as informações necessárias para a cor-
reta identificação da amostra. Se a amostra ex-
ceder o volume máximo admissível, descartá-la
e repetir a coleta utilizando uma velocidade de
trânsito maior do que antes.
• Inserir outra garrafa limpa dentro do amostra-
dor e fechar o cabeçote.
• Abaixar o amostrador até que a cauda
toque na água.
• Abrir a válvula de abertura /fechamento do bico
do amostrador ao mesmo tempo em que inicia a
descida até que ele se aproxime do leito do rio.
• Fechar a válvula de abertura /fechamento do
bico do amostrador.
As velocidades de trânsito utilizadas na subida e des-
cida do amostrador não precisam ser iguais. As amos-
tras devem ser coletadas numa vertical utilizando os
dois sentidos (subida e descida), visto que estudos no
rio Colorado, Estados Unidos, têm demonstrado di-
ferenças entre os resultados encontrados utilizando
somente um dos sentidos (subida ou descida).
Se a profundidade for maior que 9,20 m, o procedimento
é similar, exceto pelo fato de que a integração na vertical,
tanto na subida como descida do amostrador, é realizada
por segmentos não superiores a 9,20 m. As subamos-
tras utilizadas nesta técnica são compostas em uma só
amostra para análise.
4° caso: velocidade muito alta
( v > 3,70 m/s).
Nesse caso, as velocidades são tão elevadas que a utili-
zação de amostradores pontuais ou por integração na
vertical é perigosa ou impossível. Carvalho (2008) reco-
menda que a amostragem seja feita somente na super-
fície, o que se justifica pelo fato de que os sedimentos
(exceto os mais grosseiros) estão misturados no fluxo.
Entende-se por velocidade de trânsito (Vt) ou Razão
de Trânsito (RT) a velocidade de descida ou de subida
do equipamento na amostragem por integração verti-
cal. Cada bico tem os valores máximos e mínimos para
a velocidade de trânsito, que dependem da velocidade
média da corrente.
A razão de trânsito máxima pode ser expressa por:
Nesse método, deve-se respeitar alguns limites na razão de trânsito (RT):
a) A RT deve ser rápida o suficiente para que não ul-
trapasse o volume máximo do recipiente.
b) A RT deve ser lenta o suficiente para permitir cole-
tar um volume mínimo.
c) A RT deve ser lenta o suficiente para que o ângu-
lo de inclinação do equipamento não exceda o limite
permissível e a amostragem seja isocinética. O limite
para o bico com diâmetro 1/8” é de 20% da velocida-
de média (0,20 V) e para os bico com diâmetro 3/16”
ou 1/4”, o limite é 40% da velocidade média (0,40 V);
d) A RT deve ser lenta para não exceder o limite de
compressão de ar no recipiente. Se a velocidade de
trânsito é muito alta, a taxa de redução do volume
de ar dentro da garrafa do amostrador é menor que
a taxa de aumento da pressão hidrostática ao redor,
dificultando a entrada de água pelo bico do amos-
trador ou dificultando a saída de ar pelo exaustor.
Uma velocidade de trânsito excessiva também pode
fazer com que a velocidade de passagem de água
por meio do bico do amostrador seja menor que a
velocidade de água ao redor dele devido à inclina-
ção do amostrador, provocando a amostragem de
modo não isocinética.
x = razão de trânsito máxima (m/s) Kb = coeficiente do bico
Vm = velocidade média do fluxo (m/s)
Bico Diâmetro (mm) Área (cm2) Kb
1/8” 3,1750 0,079173 0,2
3/16” 4,7625 0,178139 0,4
¼” 6,3500 0,316692 0,4
HidroSedimentos36
Tabela 4. Característica dos Bicos usados no Brasil.
As velocidades de trânsito adequadas a uma de-
terminada amostragem pode ser determinadas
por meio dos gráficos apresentados por Carvalho
(2008). Essas figuras mostram que as velocidades
de trânsito variam de 0,1Vm a 0,4Vm, sendo os limi-
tes em função do diâmetro do bico do amostrador e
do volume da garrafa.
As velocidades de trânsito mínimas permitidas são
aquelas que evitarão um volume de amostra exces-
sivamente grande. Os amostradores DH-48, DH-59 e
D-49 com garrafas de 420 ml somente alcançam pro-
fundidades de 4,6 m. Em amostradores com garrafas
de 1 l, a restrição de profundidade se mantém devido à
quantidade de ar que deve ser retirado para admissão
da amostra devido à profundidade limite de compres-
são de ar. Portanto, a vantagem da garrafa de 1 l está
na possibilidade de apanhar maior volume de água.
As amostragens realizadas com uso do bico 1/8” são
muito afetadas pela inclinação do amostrador, como
mostrado pelo Kb = 0,2. Vale ressaltar que esse bico
não é indicado para condições de areia em suspensão.
Para a definição dos tempos mínimo e máximo de
amostragem, obedecendo os limites acima, deve-se
calcular os seguintes dados de acordo com a Figura 19:
HidroSedimentos 37
Ponto 1RT
Vm
Anr
bh
1
V1
= (24)
Ponto 2RT
Vm
Anr
sh
1
V1
= (25)
Ponto 3 dc =
h1(r
s - r
b)
rb+1 (26)
Ponto 4RT
Vm
20An
Qmax
= (27)
Ponto 5RT
Vm
20An
Qmin
= (28)
Em que: RT = razão de trânsito (ft/s)
Vm = velocidade média de escoamento (ft/s)
An = área do bico (pol2)
rb = velocidade relativa próximo a fundo (ft/s)
h1 = pressão atmosférica na superfície da água
(ft H20) V1 = volume do amostrador (ft3)
rs = velocidade relativa próximo a superfície
(ft/s) Qmax = volume máximo da amostra (ft3)
Qmin = volume mínimo da amostra (ft3)
dc = 15 ft (4,56 m) para o perfil de velocidade
indicado pelos autores
Figura 19. Gráfico para determinação da velocidade de trânsito (adaptado de Edwards e Glysson, 1970).
HidroSedimentos38
Tabela 5. Perfil de velocidade adotado no cálculo do método USGS.
Profundidade relativa Velocidade relativa (Vr)1
0,0 (Superfície) 1,16
0,1 1,17
0,2 1,16
0,3 1,15
0,4 1,10
0,5 1,05
0,6 1,00
0,7 0,94
0,8 0,84
0,9 0,67
1,0 (leito) 0,5
1Vr = velocidade relativa à velocidade média.
Nas Figuras 20 a 25, constam os gráficos do méto-
do USGS para coletores com recipiente de volume
1pint e quarter. Esses valores podem ser estimados
pelas fórmulas 24 a 28, tendo como base as se-
guintes informações:
• Ab = área do bico (Tabela 4).
• rb = velocidade relativa ao leito (Tabela 5).
• rs = velocidade relativa próximo a superfície
(Tabela 5).
• Vm = velocidade média de escoamento (veloci-
dade média da vertical).
• V1 = volume do amostrador (Tabela 4).
• Qmax = volume máximo da amostra (Tabela 4).
• Qmin = volume mínimo da amostra (Tabela 4).
• h1 = pressão atmosférica na superfície da água
(ft H20).
HidroSedimentos 39
Figura 20. Relação RT/Vm para recipiente 1 pint e bico 1/8” (Adaptado de Edwards e Glysson).
Figura 21. Relação RT/Vm para recipiente 1 pint e bico 3/16”(Adaptado de Edwards e Glysson).
HidroSedimentos40
Figura 22. Relação RT/Vm para recipiente 1 pint e bico 1/4”(Adaptado de Edwards e Glysson).
Figura 23. Relação RT/Vm para recipiente 1 quarter e bico 1/8”(Adaptado de Edwards e Glysson).
HidroSedimentos 41
Figura 24. Relação RT/Vm para recipiente 1 quarter e bico 3/16”(Adaptado de Edwards e Glysson).
Figura 25. Relação RT/Vm para recipiente 1 quarter e bico 1/4” (Adaptado de Edwards e Glysson).
HidroSedimentos42
Ao selecionar o amostrador e o bico, o programa
HidroSedimentos fornece os dados do amostrador,
tais como a profundidade máxima de amostragem,
a velocidade mínima e velocidade máxima, a altura
do equipamento (que corresponde à profundidade
não amostrada) e o volume da amostra. Além disso,
tem-se o volume do amostrador, o volume máximo
e o volume mínimo desejado na coleta. Caso utilize
outro amostrador não incluído, basta alterar os da-
dos acima para utilizar o HidroSedimentos e, então,
realizar os cálculos.
O usuário deverá indicar, ainda, a pressão atmosféri-
ca na superfície da água em pés de coluna d’água (ft
H2O). Para auxiliar, foram incluídas no programa as
opções para calcular a pressão atmosférica e, tam-
bém, para conversões de unidades.
No quadro Cálculo da pressão atmosférica, o usuário
deverá informar a altitude do local, em metros e a
temperatura do ar, em graus Celsius, e clicar no bo-
tão Calcular. O programa, então, calculará o valor da
pressão atmosférica, informado o valor em kPa e ft/
H20. Ao clicar no botão Adotar, o programa transfe-
re o valor para o quadro Dados para os cálculos e a
opção para converter o valor de pressão atmosférica
para pés de coluna d’água (Figura 26).
A opção para converter unidades de pressão foi in-
cluída caso o usuário utilize algum equipamento que
meça a pressão atmosférica e, assim, possa conver-
ter esse valor para a pressão em ftH20. No quadro
Converter unidade, o usuário deverá informar o valor
da pressão medida e selecionar a unidade. Estão dis-
poníveis as seguintes unidade de pressão:
Pa – Pascal
hPa – hectoPascal kPa – kiloPascal MPa –
MegaPascal
N/m2 – Newton por metro quadrado
Atm – atmosfera
kgf/m2 – quilograma força por metro quadrado
kgf/cm2 – quilograma força por centímetro
quadrado PSI – libra por polegada quadrada
mca – metro de coluna d’água
mmHg – milímetro de coluna de mercúrio inHg
– polegada de coluna de mercúrio dyn/cm2 –
dina por centímetro quadrado bar – bar
mb – milibar
Ao clicar no botão Converter, o programa informa o
respectivo valor da pressão em ftH20.
HidroSedimentos 43
Nesse método, pode-se estabelecer a razão de trânsito máxima e mínima segundo os limites da Figura 18.
O tempo mínimo de amostragem é determinado por:
Figura 26. Configuração do programa para determinação dos tempos de amostragem pelo método USGS.
(29) (30)
Em que:
Tmin = tempo mínimo de amostragem (s)
Tmax = tempo máximo de amostragem (s) Pef = profundidade efetiva (m)
RTmax = razão de trânsito máxima
RTmin = razão de trânsito mínima (m/s)
HidroSedimentos44
Esse procedimento segue a metodologia descrita em Carvalho et al. (2000) e é indicado para amostradores
com recipientes não rígidos (tipo amostrador de saca), mas também pode ser usado para outros amostradores
com recipiente rígido (Figura 27).
Difere do método do USGS somente pelo fato de não considerar o limite máximo de compressão.
Nesse método, o tempo mínimo é estimado como:
Figura 27. Determinação dos tempos de amostragem pelo método da integração vertical geral.
Em que K é um coeficiente com valor K = 0,20 para o bico 1/8’’ e K = 0,40 para os bicos 3/16’’ e 1/4’’. O tempo
máximo é estimado como:
5.1.2.2 Amostragem por integração vertical geral
(31)
(32)
Tmin
=2Pef
K Vmed
T =4Vol
πD2 Vel
HidroSedimentos 45
A quantidade de verticais usada numa amostragem
de sedimentos deve ser suficiente para representar
todo o sedimento transportado no fluxo de água que
passa numa dada seção. Segundo Carvalho (2008),
considerando ainda questões práticas e econômicas,
pode-se determinar a coleta de sedimentos em sus-
pensão como:
• Uma única vertical no meio do rio ou em
posição adequadamente estudada.
• Uma única vertical no talveg ou local de maior
profundidade.
• Três verticais a 1/4, 1/2 e 3/4 da seção
transversal.
• Três verticais a 1/6, 1/2 e 5/6 da seção
transversal.
5.2 Quantidade de verticais
• Quatro ou mais verticais nos centros de
segmentos da seção transversal.
• Verticais posicionadas a igual incremento de
largura (método ILL).
• Verticais posicionadas no centro de iguais
incrementos de descarga (método (IID).
Os métodos mais recomendados são as amostragens
por IIL e IID. Ambos requerem o conhecimento pré-
vio das velocidades e profundidades e no método do
IID requer, ainda, a distribuição da vazão ao longo da
seção. Esses métodos têm a vantagem de permitir a
junção de várias amostras, originando uma única aná-
lise no laboratório. O método de uma única vertical é
usado somente em pequenos cursos d’água e os mé-
todos dos três pontos podem ser usados em seções
nas quais se conhece a distribuição de sedimentos.
5.2.1 Amostragem por Igual Incremento de Largura
Nesse método, a seção transversal é dividida em vários segmentos de igual largura em que serão coletadas
subamostras. A velocidade de trânsito deve ser a mesma em cada vertical e, assim, as subamostras terão
volumes diferentes e proporcionais à vazão do segmento (Figura 28).
Figura 28. Representação da amostragem por igual incremento de largura.
HidroSedimentos46
Para a definição da amostragem de sólidos em suspensão, deve-se antes efetuar uma medição da descarga
líquida (vazão). Com os dados da medição de vazão, procedem-se os seguintes passos:
1) Definir as verticais de amostragem. Em geral, utiliza-se a metade das verticais usadas no cálculo da vazão.
Como os amostradores de garrafa possuem um limite de profundidade de 4,5 m e a medição deve deixar uma
zona não amostrada, considera-se a profundidade efetiva como:
Pef = P – HapEm que:
Pef = profundidade efetiva (m)
P = profundidade da vertical (m)
Hap = profundidade não amostrada(m) (Tabela )
Sendo Pef ≤ Pa
Em que:
Pa = profundidade de amostragem
Em que:
ti = tempo de amostragem da vertical i (segundos)
Pefi =profundidade efetiva da vertical i (m)
Pef = profundidade efetiva da vertical padrão (m)
tp = tempo de amostragem da vertical padrão
(segundos)
3) Escolher entre as verticais definidas a de maior índice J.
No exemplo da Tabela 6 é a vertical 6.
7) Medir o tempo gasto para a coleta da amostra na vertical escolhida como padrão (tp):
Exemplo: t = 16 s
2) Calcular o índice J dado por:
(33)
J = Pef V (34)
5) Calcular o tempo mínimo de amostragem
para a vertical selecionada:(36) T
min = = =
2Pef 2 0,94
RTmax
0,2976,3 s
4) Calcular a razão de trânsito máxima: (35) RTmax
= Kb Vm = 0,4 x 0,743 = 0,297 m/s
6) Estimar o tempo máximo para enchimento
da garrafa como:T
max = = =
4Vol 4x40017,0
πD2 Vel π(6,35)2 0,743
8) Nas demais verticais, o tempo de amostragem será pro-
porcional ao tempo obtido com a vertical padrão, podendo ser
calculada por:
ti =
Pefi t
nPefp
HidroSedimentos 47
Est Loc Prof VMédia Área Q v Pef J Tempo
0 6,3 0 0
1 8 0,48 0,1403 0,888 0,125 0,070 0,38 0,053 6,5
2 10 0,78 0,2239 1,560 0,349 0,182 0,68 0,152 11,6
3 12 0,82 0,2754 2,050 0,565 0,250 0,72 0,198 12,3
4 15 0,82 0,5706 2,460 1,404 0,423 0,72 0,411 12,3
5 18 0,88 0,7852 2,640 2,073 0,678 0,78 0,612 13,3
6 21 1,04 0,7000 3,120 2,184 0,743 0,94 0,658 16,0
7 24 1,10 0,5615 3,300 1,853 0,631 1,00 0,562 17,0
8 27 0,88 0,5681 2,640 1,500 0,565 0,78 0,443 13,3
9 30 0,76 0,6355 2,280 1,449 0,602 0,66 0,419 11,2
10 33 0,80 0,4919 2,400 1,181 0,564 0,70 0,344 11,9
11 36 0,54 0,5292 1,620 0,857 0,511 0,44 0,233 7,5
12 39 0,30 0,3908 0,900 0,352 0,460 0,20 0,078 3,4
13 42 0,26 0,3509 0,780 0,274 0,371 0,16 0,056
14 45 0,16 0,4919 0,480 0,236 0,421 0,06 0,030
15 48 0,16 0,3833 0,480 0,184 0,438 0,06 0,023
16 51 0,18 0,5570 0,540 0,301 0,470 0,08 0,045
17 54 0,2 0,7249 0,500 0,362 0,641 0,10 0,072
18 56 0,14 0,3105 0,210 0,065 0,518 0,04 0,012
19 57 0 0,0000 0,000 0,000 0,155 -0,10 0,000
Tabela 6. Exemplo de aplicação do método IIL.
HidroSedimentos48
Figura 29. Representação do método do Igual Incremento de Descarga.
5.2.2 Amostragem por Igual Incremento de Descarga (IID)
O método do IID exige o conhecimento prévio da
velocidade e das vazões em cada subamostras.
Consiste em subdividir a vazão total em partes
iguais, de acordo com o número de verticais de
Para cada amostra, deverá ser ajustado à razão de
trânsito em função da velocidade de escoamento
e profundidade. As amostras poderão ser mistura-
das no laboratório e constituir uma única análise.
Recomenda-se que sejam feitas entre 5 e 15 verti-
cais de amostragem, variando em função da largu-
ra do rio e das exigências do laboratório em rela-
ção ao volume das amostras. Para a determinação
da análise de concentração de sedimentos é sufi-
onde se pretende retirar a amostra. Cada amostra
representa uma parte igual da vazão e o volume
amostrado será igual (Figura 29).
ciente coletar amostra em cinco verticais, porém,
para a determinação da granulometria deve-se au-
mentar para quinze verticais.
O procedimento para a coleta pode ser resumido
nos seguintes passos:
1) Determinar a análise de descarga líquida
(recomenda-se calcular a vazão pelo método
da seção média (Tabela 7).
HidroSedimentos 49
Est Loc Prof VMédia v a q Q Q(%)
0 6,3 0 0 0 0,0
1 8 0,48 0,1403 0,070 0,408 0,029 0,029 0,2
2 10 0,78 0,2239 0,182 1,260 0,229 0,258 1,7
3 12 0,82 0,2754 0,250 1,600 0,399 0,658 4,3
4 15 0,82 0,5706 0,423 2,460 1,041 1,698 11,1
5 18 0,88 0,7852 0,678 2,550 1,729 3,427 22,5
6 21 1,04 0,7000 0,743 2,880 2,139 5,565 36,5
7 24 1,10 0,5615 0,631 3,210 2,025 7,590 49,8
8 27 0,88 0,5681 0,565 2,970 1,677 9,268 60,8
9 30 0,76 0,6355 0,602 2,460 1,480 10,748 70,5
10 33 0,80 0,4919 0,564 2,340 1,319 12,067 79,1
11 36 0,54 0,5292 0,511 2,010 1,026 13,093 85,8
12 39 0,30 0,3908 0,460 1,260 0,580 13,673 89,6
13 42 0,26 0,3509 0,371 0,840 0,312 13,984 91,7
14 45 0,16 0,4919 0,421 0,630 0,265 14,250 93,4
15 48 0,16 0,3833 0,438 0,480 0,210 14,460 94,8
16 51 0,18 0,5570 0,470 0,510 0,240 14,700 96,4
17 54 0,2 0,7249 0,641 0,570 0,365 15,065 98,8
18 56 0,14 0,3105 0,518 0,340 0,176 15,241 99,9
19 57 0 0,0000 0,155 0,070 0,011 15,252 100,0
Tabela 7. Vazão pelo método da Seção Média.
HidroSedimentos50
2) Elaborar gráfico (Figura 309) com a pro-
fundidade (m), a vazão acumulada (%) e a
velocidade (m/s) em função da distância (m).
Figura 30. Gráfico Q x L; V x L e P x L para determinação dos pontos de coleta no método IIQ.
HidroSedimentos 51
3) Determinar o número de amostras a ser
adotado. Com a relação entre a vazão total
e o número de amostras obtém-se a percen-
tagem acumulada da vazão. Para cada semi-
intervalo obtêm-se no gráfico as posições de
amostragem com as respectivas velocidades
e profundidades.
Tabela 8. Exemplo do método IIQ.
Amostra Q (%) L V P
1 10 14,5 0,39 0,82
2 30 17,3 0,62 0,87
3 50 24,1 0,62 1,05
4 70 31,6 0,58 0,78
5 90 39,5 0,44 0,33
No exemplo, pretende-se coletar 5 amostras corres-
pondendo a 20 % da vazão. Assim, entrando com as
vazões acumuladas de 10, 30, 50, 70 e 90 % no grá-
fico, obtém-se as respectivas distâncias, velocidades
e profundidades de amostragem, conforme Tabela 8.
4) Com base na velocidade média das verti-
cais de amostragem, define-se a razão de trân-
sito máxima e com os dados de profundidade,
determina-se o tempo mínimo de amostragem.
5) Com o tempo mínimo de amostragem, es-
colhe-se o bico a ser utilizado, que não precisa
necessariamente ser o mesmo para todas as
verticais. Para cada vertical determina-se o
tempo máximo de amostragem. As amostras
devem ser coletadas contendo aproximada-
mente 400 cm3.
No programa HidroSedimentos, foram incluídas as
opções para cálculo dos tempos de amostragem
pelo método do Igual Incremento de Descarga (IID)
e Igual Incremento de Largura (IIL). Com as medi-
ções de vazão realizadas com equipamento M9 ou
S5, recomenda-se o método IID pelo fato de este
obter amostras com maior volume e também pelo
fato de poder utilizar uma razão de trânsito diferen-
te em cada amostra. Assim, pequenos erros devi-
do à determinação da velocidade instantânea não
interferem no tempo de amostragem, pois pode-se
ajustar o tempo de coleta para cada amostra.
O amostrador deve ser calibrado no campo perio-
dicamente. Para essa calibragem, deve-se ter um
molinete, um cronômetro e uma proveta de 1000
ml. O processo de calibragem pode ser descrito nos
seguintes passos:
1) Medir a velocidade de escoamento num
ponto conhecido. Para isso, posiciona-se o
molinete a uma profundidade conhecida, por
exemplo, a 20 cm, deixando um tempo T de se-
gundos. Com os valores de rotações e a equa-
ção do molinete determina-se a velocidade de
escoamento.
5.3 Calibração do amostrador
Exemplo:
Adotando t = 60 segundos obteve-se
125 rotações n =125/60 = 2,0833.
V = 0,0034 + 0,26257 n
V = 0,0034 + 0,2657 (2,0833) = 0,5569 m/s
Para a equação do molinete
HidroSedimentos52
De acordo com Carvalho (1994), o valor da eficiência hidráulica deve estar próximo de 0,95 para um bom
amostrador. Se a eficiência hidráulica ficar abaixo de 0,90, é necessário verificar se o bico tem defeito na
entrada ou alguma irregularidade interna. Neste caso deve ser substituído. No exemplo:
2) Posicionar o amostrador no mesmo ponto onde foi medida a velocidade.
3) Calcular o tempo máximo previsto para o enchimento da recipiente.
Por exemplo, para o bico 3/16, com velocidade de 0,5569 m/s, o tempo máximo para o volume de 400 cm3 é
dado por:
4) Fixar um tempo T de coleta inferior ao tempo máximo, por exemplo: T = 35 segundos.
5) Medir o volume V coletado no tempo T, por exemplo, volume medido 338 cm3
6) Calcular a velocidade no bico Vn como:
Em que:
Vn = velocidade no bico (m/s)
V = volume coletado (cm2);
Tmax
= =4Vol
40,33 segundoπD2 V
Vn =
V
Ab T.100
VnE
aV
=
Vn = =
3380,5421 m/s
0,178139.35.100E
a = =
0,54210.973
0,5569
A eficiência hidráulica é dada pela expressão:
Ab = área do bico (cm2); e
T = tempo de amostragem (segundos).
HidroSedimentos 53
Tela IID6
HidroSedimentos54
A tela IID (Figura 31) apresenta as rotinas de cálculo dos tempos de amostragem usando o método do Igual
Incremento de Descarga (IID). Na entrada dos dados, verificam-se pequenas variações conforme o tipo de
dado de entrada. Quando o dado for obtido a partir do M9 ou S5, o HidroSedimentos exibe o quadro Opções
para velocidade com as seguintes alternativas:
Velocidade medida:Velocidade média calculada:
Na opção Velocidade medida, o HidroSedimentos usa a velocidade obtida na vertical e na opção Velocidade
média calculada, o programa usará a velocidade média calculada conforme definido na tela Gráficos.
Figura 31. Tela IID para dados do M9 ou S5.
Para as opções de entrada de dados Ler dados do FlowTracker ou Digitar dados, o programa HidroSedimentos
não exibe o quadro Opções para velocidade e também mantém a coluna Vmédia –/+ (m/s) em branco (Figura 32).
Figura 32. Tela IID para dados do FlowTracker ou digitados.
Na tela IID, o usuário deverá informar quantas amostras deseja coletar (geralmente entre 4 a 10). Ao clicar no
botão Calcular, o programa determinará os valores de velocidade, profundidade e vazão interpolando entre
os valores das verticais medidas com o equipamento, e definirá os tempos mínimo e máximo de amostragem
(Figura 31) de acordo com o método, e conforme o amostrador e o bico selecionado na tela Configuração.
HidroSedimentos 55
TELA FIGURA IID
7
HidroSedimentos56
Na tela Figura IID, o programa mostra a distribuição de vazão percentual com os pontos de coleta com as
respectivas velocidades e profundidades (Figura 33). Quando o dado é obtido do M9 ou S5, o programa exibe,
também, a velocidade média calculada.
Figura 33. Tela Figura IID do HidroSedimentos.
HidroSedimentos 57
TELA ILL8
HidroSedimentos58
Na tela IIL (Figura 34), o usuário poderá fazer os
cálculos de tempo de amostragem usando a téc-
nica do método do Igual Incremento de Largura
(IIL). Esse método é indicado para as situações
em que a medição da vazão foi realizada com
verticais igualmente espaçadas e, para sua uti-
lização com os equipamentos M9 ou S5, foram
feitas algumas adaptações, pois nisso há peque-
nas variações na entrada de dados.
8.1 Procedimentos para opção Ler dados M9 ou S5
Para a condição de entrada de dados do M9 ou S5,
o usuário deverá:
• No quadro Número de verticais informar o
número de verticais que pretende coletar
amostras de sedimentos em suspensão.
• No quadro Opções para dados de velocidade
optar pelo uso da velocidade medida na vertical
ou da velocidade média calculada.
• Clicar no botão Selecionar
O Hidromolinetes determinará as verticais igual-
mente espaçadas com as respectivas profundida-
des e velocidades. Também definirá o índice ‘J’ pelo
produto da velocidade e profundidade (J= Pef x V),
sendo o maior valor de ‘J’ o valor que define a ver-
tical padrão. Para a vertical padrão, é informado os
tempos mínimo e máximo de amostragem. Esses
valores são informados no quadro Vertical padrão.
• Com os valores do tempo mínimo e máximo de
amostragem da vertical padrão, deve-se co-
letar a amostra na vertical padrão e anotar o
tempo gasto.
• No quadro Demais verticais, é necessário infor-
mar o valor do tempo gasto e, clicando em Cal-
cular, o programa calculará os tempos mínimo
e máximo das demais verticais como:
Tmin
=Pef
i TpPef
p
Tmax
= Tmin
1,10
Em que:
Tmin = tempo mínimo de amostragem na vertical ‘i’ (segundos); Pefi = profundidade efetiva da vertical ‘i’ (m);
Pefp = profundidade da vertical padrão (m);
Tp = tempo gasto na vertical padrão (segundos); e
Tmax = tempo máximo de amostragem (segundos).
Anotar o tempo gasto em cada valor na última coluna (tempo), para que o programa HidroSe-dimentos informe esse valor no relatório (ver tela relatórios).
HidroSedimentos 59
Figura 34.Tela Figura IIL do HidroSedimentos para dados do M9.
8.2 Procedimentos para opção Ler dados FlowTracker ou Digitar dados
Para a condição de entrada de “Ler dados do Flow-
Tracker” ou “Digitar dados”, o programa HidroSe-
dimentos exibe na planilha de dados os valores das
distâncias, profundidade, velocidade, vazão e o índice
J para cada vertical (Figura 35). Os procedimentos a
serem seguidos pelo usuário são:
• No quadro Opções, escolher uma das alternati-
vas para seleção de verticais, sendo disponíveis:
Selecionar todas
Selecionar pares
Selecionar impares
O procedimento de campo geralmente adotado con-
sidera o número de verticais para coleta de amostras
de sedimentos em suspensão na metade do numero
de verticais usadas para medir a velocidade. Assim,
observa-se se a vertical com o maior valor J ocorre
em vertical par ou ímpar para selecionar as verticais.
• Clicar no botão Selecionar.
O HidroMolinetes transfere para a planilha à direita
os valores de distância, profundidade e velocidade,
e calcula a profundidade efetiva e o tempo mínimo e
máximo para cada vertical selecionada. Também de-
fine o índice ‘J’ pelo produto da velocidade e profun-
didade (J= Pef x V), sendo o maior valor de ‘J’ o valor
que define a vertical padrão. Para a vertical padrão
é informado os tempos mínimo e máximo de amos-
tragem. Esses valores são informados no quadro
Vertical padrão.
HidroSedimentos60
Tmin
=Pef
i TpPef
p
Tmax
= Tmin
1,10
• Com o valor do tempo mínimo e máximo de
amostragem da vertical padrão, deve-se co-
letar a amostra na vertical padrão e anotar o
tempo gasto.
• No quadro Demais verticais, informar o valor
do tempo gasto e, clicando em Calcular, o pro-
grama calculará os tempos mínimo e máximo das
demais verticais como:
Em que:
Tmin = tempo mínimo de amostragem na vertical ‘i’ (se-
gundos) Pefi = profundidade efetiva da vertical ‘i’ (m)
Pefp = profundidade da vertical padrão (m)
Tp = tempo gasto na vertical padrão (segundos)
Tmax = tempo máximo de amostragem (segundos)
• Anotar o tempo gasto em cada valor na
última coluna (tempo), para que o programa
HidroSedimentos informe esse valor no relató-
rio (ver tela relatórios).
Figura 35. Tela Figura IIL do HidroSedimentos para entrada de dados nas opções ler dados doFlowTracker ou Digitar dados M9.
HidroSedimentos 61
Relatórios9
HidroSedimentos62
Na tela Relatório (Figura 36), o usuário poderá incluir
os dados para registrar o relatório. O quadro Dados
da estação segue o mesmo modelo do programa Hi-
dromolinetes (Back, 2006), em que o usuário pode-
rá gerar um arquivo texto com os dados da estação.
Esse arquivo deve ser nomeado como rios.txt
Os arquivos rios.txt e molinetes.txt são arquivos au-
xiliares que o programa carrega automaticamente
na sua execução. Esses arquivos, em formato texto,
podem ser manipulados pelo usuário, excluindo ou
acrescentando informações conforme seu interes-
se. No arquivo rios.txt estão relacionados os dados
das estações fluviométricas e tem a seguinte se-
quência, por linha do arquivo:
Código
Nome da Estação
Nome do Rio
Bacia Hidrográfica
Município de localização
Pode-se alterar o arquivo rios.txt acrescentado ou
eliminado dados que não sejam do interesse do
usuário. Porém, deve-se manter a mesma sequên-
cia das linhas para todos os dados do arquivo. No
quadro Dados da Medição, o usuário deverá infor-
mar a data da medição, a hora, o nível da régua
no início e final da medição e o nome do hidro-
metrista. Deverá, ainda, clicar no botão Relatório
Método IID ou Relatório Método IIL de acordo com
o método adotado. O programa irá abrir um ar-
quivo texto (Figura 37) no Notepad com os dados
definidos na tela Configuração e dos tempos de
amostragem calculados.
HidroSedimentos 63
Figura 36.Tela Relatórios do HidroSedimentos.
Figura 37 - Exemplo de relatório gerado pelo HidroSedimentos.
HidroSedimentos64
TELA GRÁFICO USGS
10
HidroSedimentos 65
As telas Gráfico USGS, Cálculo do Tmin e Tmax
podem ser úteis para determinar o tempo de
amostragem de uma vertical qualquer. Assim,
caso o hidrometrista faça a medição de vazão e
depois vá com o equipamento ADP/ADCP perfi-
lando a seção até o ponto de coleta, ele poderá
usar essas telas no cálculo do tempo mínimo e
máximo de amostragem.
Na tela Gráfico USGS (Figura 38), pode-se visua-
lizar os cálculos usados para a definição dos limi-
tes da razão de trânsito de acordo com Edwards
e Glysson (1970). O usuário deverá definir na tela
Configuração o volume do recipiente (1 pint ou 1
quart) com o diâmetro do bico.
Na tela Gráfico USGS, deve-se informar no qua-
dro Dados da Vertical o valor da profundidade e a
velocidade da vertical. Ao clicar em Calcular, o pro-
grama refaz os cálculos e informa o tempo mínimo
e máximo de amostragem. No quadro resultados
são exibidos os valores dos resultados dos cálculos
descritos no item 5.1.2.1 (páginas 25 a 32).
No quadro Opções do gráfico, o usuário poderá
alterar a formatação do gráfico. Estão disponíveis
as seguintes opções:
profundidade, em pés (ft), para exibir a profundidade em pés (unidades originais).
profundidade, em metros, para exibir a profundidade em metros.
linhas de grade eixo X para visualizar as linhas de grade no eixo horizontal.
linhas de grade eixo Y para visualizar as linhas de grade no eixo vertical.
Max Rt/Vm: informe o valor da relação máxima
para o eixo horizontal ( 0 < Rt/Vm ≤ 1,0).
Intervalo escala X: informe o valor do intervalo
de escala para o eixo horizontal.
Intervalo escala Y: informe o valor do intervalo
de escala para o eixo vertical.
Figura 38.Tela Gráfico USGS do HidroSedimentos.
HidroSedimentos66
TELA GRÁFICO USGS
11
HidroSedimentos 67
Para o cálculo do tempo mínimo da amostragem, de-
ve-se no quadro Tempo Mínimo:
• Informar a profundidade efetiva (m).
• Informar a velocidade média da vertical (m/s).
• Selecionar o bico ou informar o valor de Kb.
• Ao clicar no botão Calcular, o programa calcula
o tempo mínimo de amostragem de acordo com
a fórmula indicada.
Para o cálculo do tempo máximo da amostragem, de-
ve-se no quadro Tempo Máximo:
• Informar o volume da amostra (cm3).
• Informar a velocidade média da vertical (m/s).
• Selecionar o bico ou informar o valor do diâme-
tro do bico (mm).
• Ao clicar no botão Calcular, o programa calcula
o tempo mínimo de amostragem de acordo com
a fórmula indicada.
Para a calibração do bico do amostrador deve-se no
quadro Eficiência do Amostrador:
• Informar o volume coletado (cm3).
• Informar a velocidade média da vertical (m/s).
• Informar o tempo de coleta (s).
• Selecionar o bico ou informar o diâmetro do
bico (mm).
• Ao clicar no botão Calcular, o programa exibe no
quadro resultados os valores da área do bico, a
velocidade no bico e a eficiência de amostragem
de acordo com as fórmulas indicadas.
Nesta tela (Figura 39), o usuário poderá calcular os
tempos mínimos e máximos de amostragem e a efi-
ciência de amostragem, conforme descrito no item
5.1.2.2 (páginas 34 e 35) e item 5.3 (páginas 41 e 42).
Figura 39. Tela Cálculo Tmin, Tmax, Ea do HidroSedimentos.
HidroSedimentos68
TELA SObRE12
HidroSedimentos 69
A tela Sobre (Figura 40) contém os dados da versão do programa com as modificações realizadas e infor-
mações para contato.
Figura 40.Tela Sobre do HidroSedimentos.
HidroSedimentos70
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