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UCAM - UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
PROJETO “A VEZ DO MESTRE”
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR
O PAPEL DO GESTOR NA BUSCA PELA MELHORIA DA QUALIDADE DO ENSINO FUNDAMENTAL DA REDE PÚBLICA
MUNICIPAL DE SÃO GONÇALO
POR: ROSÂNIA COUTINHO ALYTA
ORIENTADOR: PROF. M. S. NILSON GUEDES DE FREITAS
NITERÓI – 2006
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
PROJETO “A VEZ DO MESTRE”
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR
O PAPEL DO GESTOR NA BUSCA PELA MELHORIA DA QUALIDADE DO ENSINO FUNDAMENTAL DA REDE PÚBLICA
MUNICIPAL DE SÃO GONÇALO
Monografia apresentada para obtenção parcial do título de Especialista no Curso de Pós-Graduação em Administração Escolar, orientada pelo Professor M.S. Nilson Guedes de Freitas.
POR: ROSÂNIA COUTINHO ALYTA
NITERÓI - 2006
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, que me permitiu mais esta
conquista;
Ao meu marido Vicente, que sempre esteve ao
meu lado, me incentivando para que eu fosse
em busca da realização dos meus sonhos;
Aos meus filhos Vicente e Vinicius pela
compreensão nos momentos de ausência , me
apoiando nos momentos difíceis para que eu
não desistisse;
Ao meu irmão Renato e a minha tia Solange
que me motivaram a promover mudanças na
minha vida profissional, o que me proporcionou
uma grande realização pessoal;
Ao meu professor orientador M.S. Nilson
Guedes de Freitas pela atenção e dedicação
na orientação deste estudo;
E a todos da UCAM que me receberam com
muito carinho.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu marido Vicente e
aos meus filhos Vicente e Vinicius, pelo carinho
e compreensão nos momentos de ausência
para a realização deste curso e por acreditarem
sempre no meu crescimento profissional e
pessoal.
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EPÍGRAFE
“Uma visão sem ação não passa de um sonho.
Ação sem visão é só um passa-tempo. Mas
uma visão com ação pode mudar o mundo.”
(Joel Baker, 2003, Filme:A visão do Futuro)
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RESUMO
Nas escolas da rede pública municipal está muito presente uma postura que toma o aluno não como sujeito da aprendizagem e elemento fundamental para a realização da educação, mas como obstáculo que impede que esta se realize, lançando sobre o aluno a responsabilidade quase total pelo fracasso escolar. Portanto, este trabalho tem como objetivo identificar as causas do baixo rendimento escolar tão expressivo nas salas de aula, uma vez que o alto índice de reprovação, sinaliza que algo está errado na escola. Vários são os fatores que refletem no baixo rendimento escolar:o descomprometimento da família, atribuindo a escola à responsabilidade pela educação de seu filho; a ausência em nosso sistema de ensino de uma filosofia de educação comprometida em formar cidadãos críticos e conscientes de suas responsabilidades; a escola com métodos arraigados, currículos e avaliações que não retratam a realidade de seu aluno e a sociedade como um todo. A qualidade do ensino público vem sendo questionada, e para reverter esse quadro que denigre a imagem da escola pública, é preciso a união de todos (família, escola, sociedade) definindo papéis e responsabilidades. Para tanto, pesquisas foram feitas através dos autores: Maria Helena Souza Patto, Nilson Guedes de Freitas, Vitor Henrique Paro, na intenção de se encontrar novos rumos para a educação brasileira, uma vez que o maior desafio hoje é resgatar a credibilidade da escola pública. A educação brasileira precisa traçar seus objetivos, através de um planejamento sólido e de uma equipe comprometida, atraindo o seu aluno para dentro da escola, propiciando um ensino de qualidade, que é direito do cidadão.
Palavras-chaves: sistema de ensino, escola, família, professor, aluno.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................ 08
1.ENSINO DE QUALIDADE – DIREITO DO CIDADÃO................................ 11
2. REPROVAÇÃO NO ENSINO PÚBLICO – UM PROBLEMA NO SISTEMA
DE ENSINO BRASILEIRO............................................................................. 17
3. O PAPEL DA ESCOLA, DA FAMÍLIA E DA SOCIEDADE: NOVOS
COMPROMISSOS EM TORNO DA EDUCAÇÃO.......................................... 24
4. O PAPEL DO PROFESSOR NO PROCESSO ENSINO X
APRENDIZAGEM............................................................................................ 29
CONCLUSÃO.................................................................................................. 35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................... 38
ANEXO............................................................................................................ 39
ÍNDICE............................................................................................................ 40
FOLHA DE AVALIAÇÃO............................................................................... 41
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INTRODUÇÃO
Mediante o processo de globalização, a educação brasileira vem
passando por constantes transformações, para que o indivíduo exerça a
cidadania. Essas transformações vêm exigindo mudanças galopantes no que
diz respeito a qualidade do ensino.
Atualmente, no âmbito educacional, um dos temas mais abordados é a
baixa qualidade do ensino público.
Hoje, nas escolas de ensino fundamental da rede pública municipal,
percebe-se que os alunos de 5ª a 8ª séries, em sua maioria, não têm projetos
para o seu futuro. São jovens adolescentes, carentes, desmotivados, sem
ideais e apáticos diante do fracasso escolar, assumindo para si toda a
responsabilidade da retenção, se julgando incapazes de aprender.
A escola pública hoje, convive com elevadíssimos índices de reprovação
e nada se faz para reverter esse quadro. E isso é grave.
Sabe-se que a educação está doente, mas a quem atribuir esta
problemática?
Perguntar quem é o responsável pelo fracasso ,não é o caminho, mas
com certeza não é apenas do aluno, pois vários são os fatores que refletem
negativamente na qualidade do ensino, como por exemplo: desestruturação
familiar, baixo rendimento, falta de material, desvalorização profissional,
currículo e muitos outros.
Por isso faz-se necessário que se reflita sobre, o que a escola pode
fazer para melhorar a qualidade do ensino? O que falta a esses jovens para
que despertem o interesse pelo saber?
É preciso atrair esse aluno para os bancos escolares, dar sentido as
suas ansiedades. Criar perspectivas que o levem a querer buscar o
9 conhecimento. Afinal, proporcionar um ensino de qualidade é direito do
cidadão.
Hoje mais do que nunca, parece que a escola pública,se não quiser continuar negando-se inteiramente enquanto veículo significativo de promoção do saber junto aos seus usuários, terá que evoluir para um método pedagógico que tenha o educando como sujeito de seu aprendizado.Isso implica ter presente não apenas o que se ensina, mas também como se ensina. Não basta cuidar dos conteúdos. É preciso transformar inteiramente a própria maneira de levá-los aos jovens estudantes. (Paro, 1999, p.91).
Tendo em vista que essa temática interessa a grande parte da
população e com intuito de reverter esse quadro que denigre a imagem da
escola pública, o presente estudo tem como objetivo identificar as causas do
baixo rendimento escolar ainda tão expressivo no ensino fundamental da rede
pública municipal de São Gonçalo.
Assim, a metodologia utilizada envolverá o levantamento bibliográfico do
conteúdo a ser abordado e esta irá auxiliar no aprofundamento dessa temática
em torno de tudo do que a teoria vem tratando nos últimos tempos.
O estudo foi desenvolvido em quatro capítulos que seguem direcionados
da seguinte forma: No capítulo I, pesquisando os autores: Jussara Hoffmann,
Lia Rosenberg e Vitor Henrique Paro, discute-se a qualidade do ensino da
escola pública, através de uma análise do desempenho da escola em propiciar
ao seu aluno um ensino de qualidade.
Prosseguindo a pesquisa através dos autores: Claudius Ceccon, Lia
Rosenberg, Sara Paín e Teresa Penna Firme, o capítulo seguinte, segundo
capítulo, trata da reprovação no sistema público de ensino como marca
negativa constante, procurando identificar os fatores que vem elevando o
índice de reprovação no ensino fundamental da rede pública.
Os altos índices de repetência é um sinal de que algo está errado na
escola. É preciso abandonar o velho vício de responsabilizar somente o aluno
pelo fracasso escolar. Já que a escola é uma parte de um todo que é a
10 sociedade, é preciso que haja a união de todos, trabalhando em prol de uma
educação menos excludente e mais igualitária.
Já o terceiro capítulo, pesquisando os autores: Antonio Carlos Gomes da
Costa, Júlio Aquino, Nilson Guedes de Freitas e Tânia Zagury, abrange a
responsabilidade das diversas personagens da educação: sociedade, escola e
família através de uma analise da importância da influência da família em prol
da educação do seu filho.
Aborda-se nesse estudo o desempenho e compromisso que cada
segmento da sociedade tem para com a educação, pois com a omissão dos
pais de suas responsabilidades, tendo como respaldo para isso as mudanças
ocorridas na sociedade nas últimas décadas, e transferindo para a escola a
responsabilidade e o compromisso de cuidar, educar e transmitir a cultura aos
seus filhos, certamente todos, sem qualquer exceção, estarão perdidos.
Na corda bamba do cotidiano da sala de aula, o professor está sempre
buscando expectativas para reverter sonhos em realidades, assumindo até
papéis que não são seus. Em função disso, para finalizar, pesquisando os
autores: Nilson Guedes de Freitas e Vitor Henrique Paro, o quarto capítulo
aprofunda-se na importância do papel do professor neste processo de ensino
e aprendizagem, suas responsabilidades reais e aquelas assumidas no
turbilhão da sociedade.
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1. Ensino de qualidade – direito do cidadão
A escola não é um bloco rígido, estático, a serviço do interesse da classe dominante. Há vida inteligente e insatisfeita no interior desse sistema. O caminho não é curto, nem fácil. Mas a caminhada já começou. (Rosemberg, 1984, p.77)
A educação brasileira vem atravessando uma problemática, que no
momento atinge boa parte do professorado. O assunto mais discutido no
momento, no meio educacional, é a questão da qualidade do ensino.
Para se resgatar uma educação de qualidade nos dias atuais, é preciso
inovar em muitos pontos que há muito tempo vêm massacrando o ensino. Logo
inicialmente é necessário que o sistema de ensino perceba que os alunos que
freqüentam a escola pública de antigamente não são mais os mesmos e que
tentar insistir com modelos arraigados e métodos estereotipados é um
desperdício com o dinheiro público além de uma falta de consideração com
aqueles indivíduos que precisam freqüentar essas salas de aula, visto que as
necessidades do momento são direcionadas para construir um indivíduo
enquanto ser humano, um homem que raciocina e age no instante certo, um
homem cidadão.
A escola pública tem baixa qualidade, antes de tudo e principalmente, porque não fornece o mínimo necessário para a criança e o adolescente construírem-se como seres humanos, diferenciados do simples animal. (Paro, 1999, p. 61)
Os motivos que levam a falência do ensino são diversos, mas não é
possível cruzar os braços e permanecer alienado ao que acontece no cotidiano
da escola pública brasileira, porque as mudanças precisam acontecer
imediatamente.
As salas abarrotadas de alunos, as condições que se encontram o
ambiente de trabalho, os baixos salários que não auxiliam nem para facilitar
sua qualificação profissional, são dificuldades enfrentadas pelo professor que
só fazem aumentar ou reproduzir práticas elitistas ultrapassadas aos dias
atuais.
12 Em muitos casos, o único culpado pela situação caótica vivenciada pelo
fracasso constante é o aluno, que por diversas vezes é acusado de não querer
aprender. Esse tipo de ponto de vista, só serve para apresentar o falido
desempenho da escola pública.
Para muitos professores valia o ensinar. Hoje a ênfase está no aprender. Isso significa uma mudança em quase todos os níveis educacionais: currículo, gestão escolar, organização da sala de aula, o próprio jeito de avaliar a turma. (Hoffmann, 2003, p. 27)
O professor de hoje deixa de ser aquele que passa as informações para
virar quem, numa parceria com crianças e adolescentes, prepara todos para
que elaborem seu conhecimento. Em vez de despejar conteúdos em frente à
classe, ele agora pauta seu trabalho no jeito de fazer a garotada desenvolver
formas de aplicar seu conhecimento no dia-a-dia.
O querer aprender é também um valor cultivado historicamente pelo homem e, pois, um conteúdo cultural que precisa ser apropriado pelas novas gerações, por meio do processo educativo. Não cabe, pois, à escola, enquanto agência encarregada da educação sistematizada, renunciar a essa tarefa. (Paro, 1999, p.65)
1.1. Repensando currículo, sala de aula, gestão escolar e a
prática avaliativa.
Mediante necessidades de transformações no âmbito educacional, é
necessário que se repense os mais diferentes aspectos que envolvem a
escola. Por exemplo: currículo, sala de aula, gestão escolar e prática avaliativa.
1.1.1. Currículo:
Ao se tratar de currículo pressupõe uma concepção determinada de
construção do conhecimento no contexto escolar, feita a partir do encontro de
diferentes saberes. Uma educação de qualidade exige que os currículos não
sejam direcionados pelo sistema, pois estes são organizados de forma
fragmentada, seqüencial e linear, o que não interessa mais aos dias atuais,
visto que hoje é mister construir uma educação partindo do currículo oculto do
aluno, de sua realidade e de sua vivência.
13 Cada etapa e cada aspecto do currículo são planejados em função dos
fins pretendidos e da realidade concreta que os determina. O planejamento
passa a ser um ato político.
1.1.2. Sala de aula:
Até pouco tempo, cada sala de aula era destinada a uma turma,
comportando filas de carteiras para que os alunos acompanhassem o trabalho
do professor ao transmitir seus conteúdos, suas explicações e ilustrações no
quadro-negro. Com um certo autoritarismo, o professor exigia muita
passividade e bom comportamento por parte dos alunos, fazendo com que ele
tivesse controle de quase tudo o que se passava no ambiente. A sala de aula,
hoje, não é mais igual àquela dos pais de muitos alunos que freqüentam a
escola. Hoje, ela é um espaço em continua transformação.
A sala de aula é um espaço de construção cotidiana onde professores e
alunos interagem, mediados pelo conhecimento. Um local onde o currículo cria
vida. Dependendo do tipo de aula, a disposição das carteiras pode ser alterada.
A própria mudança pode estimular a aprendizagem, visto que usar as carteiras
sempre com a mesma disposição pode tornar as atividades rotineiras e
monótonas.
1.1.3. Gestão escolar :
Atualmente, um dos grandes desafios da escola pública é a gestão
escolar. Gestão é um tipo de administração já integrado a muitas escolas com
expectativas de mudanças no processo de aprendizagem. Não é apenas
controlar os recursos enviados do governo, dar ordens aos funcionários, traçar
o calendário em dias letivos ou em horas-aula.
O processo de gestão visa principalmente aumentar o interesse por
parte dos alunos e reduzir os índices de repetência. Esse processo exige uma
visão global de tudo que acontece na escola, desde os recursos, os currículos,
a metodologia de forma interligada, mas para isso são necessários professores
bem preparados ou capacitados, com boa infra-estrutura, condições físicas
14 adequadas para que seja possível adotar propostas pedagógicas capazes de
reverter o quadro do fracasso escolar permanente na escola pública.
Levar o aluno a querer aprender implica um acordo tanto com educando, fazendo-os sujeitos, quanto com seus pais, trazendo-os para o convívio da escola, mostrando-lhes quão importante é sua participação e fazendo uma escola pública de acordo com seus interesses de cidadãos.(Paro,1999, p.67)
Sabe-se que a escola deve ser o lugar em que todas as crianças
precisam ter as mesmas oportunidades, portanto ela precisa diversificar suas
estratégias para resgatar aprendizagens e um ensino de qualidade.
1.1.4. Prática avaliativa:
Constantemente, no cotidiano da sala de aula, ainda são utilizados como
critérios de avaliação a sistemática de provas, onde o aluno é o único a ser
avaliado em seu desempenho, com atividades esteriotipadas e individuais a
cada final das unidades trabalhadas ou dos bimestres. Esse processo
tradicional que se enraizou na educação reduziu-se a julgamento.
A avaliação, dessa forma, funciona como um instrumento ameaçador,
autoritário e classificatório que só serve para silenciar os indivíduos em seus
conhecimentos e assim exclui-los da escola.
Com as expectativas de melhoria na qualidade do ensino, esse processo
não poderá transformar uma sociedade que vem sendo massacrada tentando
buscar um lugar ao sol, pois nesse sentido o aluno passa a estudar apenas
para “tirar uma nota”, ou seja, fica reduzido a um número.
Nos dias atuais, no lugar de apenas prova, o professor deve utilizar a
observação diária e multidimensional, além de instrumentos variados,
escolhidos de acordo com cada objetivo. Sendo assim, a avaliação deverá ser
contínua e cumulativa, de forma que os aspectos qualitativos prevaleçam sobre
os quantitativos. Como afirma Hoffmann (2003, p.30), “a avaliação é o
acompanhamento do processo de construção do conhecimento. E as médias
não permitem isso.”
15 A avaliação contínua, formativa ou diagnóstica, permite que todos
aprendam, ou seja, visa a melhoria da aprendizagem porque é usada para
investigar como os alunos estão aprendendo e o que deve ser feito para
melhorar. Nesse sentido, o trabalho ganha prazer na sala de aula, com as
observações individuais, sempre com possibilidade de sanar as dificuldades
específicas de cada um.
Com esse modelo de avaliação, o professor não tem a preocupação de
classificar melhores e piores, mas procura diversificar seu planejamento e
respeita os alunos em sua individualidade e podem observar seus progressos
em relação a si próprios, dentro de cada ritmo de aprendizagem. Assim,
podemos ter pelo menos dois tipos de avaliação: diagnóstica e formativa.
A avaliação diagnóstica é a que tem como função básica informar
sobre o contexto em que o trabalho pedagógico irá se realizar, bem como
sobre os sujeitos que dele participarão.
Por outro lado, a avaliação formativa é a que ajuda a captar avanços e
dificuldades que forem se manifestando ao longo do processo, ainda em tempo
de tomar providências que possam afastar as dificuldades percebidas. Sua
função é informar sempre o que está acontecendo.
Esse processo de avaliação serve a um projeto de sociedade pautado
pela cooperação e pela inclusão, em lugar da competição e da exclusão. Uma
sociedade em que todos têm o direito de aprender com dignidade, mas para
isso é essencial conhecer cada aluno e suas necessidades.
Não há mais lugar hoje, para valores, comportamentos e verdades
esteriotipadas, que distanciam a escola do que se espera dela: ensinar aos
alunos a aprenderem com prazer e competência.
Sonha-se com uma escola mais justa e inclusiva, onde os alunos
possam realmente ter oportunidades iguais. Assim sendo, busca-se uma
Educação mais abrangente , em que a avaliação seja instrumento de
crescimento e não de punição.
16 A Educação necessita ser desafiadora para vencer a exclusão social e
desenvolver aspectos construtores da cidadania. Para tal, não basta criar
espaços para a mudança, é fundamental que as vivências sejam consideradas
pela escola e demais órgãos competentes com vistas a reorganização
curricular, para que o aluno amplie o conhecimento que vem construindo ao
longo da sua vida e para que o professor organize-se, garantindo a
continuidade, a seqüência e a integração dos conteúdos e objetivos planejados
em seu trabalho. Estes fatos implicam numa reformulação interna, numa
mudança de postura pedagógica e também na flexibilidade e na busca de
aperfeiçoamento teórico.
O momento é propício para essas reflexões porque a população está
exigindo maiores oportunidades de educação e mais competência em busca de
uma ordem pautada pela justiça e dignidade, visto que esse desafio maior
encontra-se nas mãos do professor , na esperança de resgatar a melhoria da
qualidade e garantia de relevância do ensino em suas especialidades.
Atualmente a qualidade está em foco. Toda atividade humana requer
atender o mínimo de requisito de qualidade.De alguma maneira o maior desafio
hoje é resgatar a credibilidade da escola que perante a opinião pública, tem
sua imagem desgastada. Isso vai exigir de cada instituição que inicie um
trabalho interno de real esforço, para fortalecer-se de sua própria comunidade.
É preciso ter coragem para mudar, coragem para decidir, coragem para
se adaptar a uma nova realidade de mercado. A escola pública precisa traçar
seus objetivos, através de um planejamento sólido e de uma equipe
comprometida com o futuro, e não só torcendo pelo time, mas vestindo sua
camisa.
Como escolhe-se o médico que se confia, escolhe-se também a
escola.Confiança não se compra, se adquire pelo trabalho honesto e dedicado
da instituição.
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2. Reprovação no ensino público – Um problema no sistema de ensino brasileiro
Alunos repetentes são rotulados pela marca do fracasso e melhoram sua aprendizagem como se espera. Pelo contrário, seu rendimento piora. Uma conseqüência desse processo é que a maioria dos alunos que abandonam a escola é de repetentes. (Firme, 1994, p.67)
A reprovação e a evasão na escola pública de primeiro grau continuam
ainda hoje a assumir proporções inaceitáveis. Este problema revela-se um
tanto mais grave quando compara-se à décadas passadas e percebe-se sua
antiguidade e persistência.
Estatísticas publicadas na década de trinta já revelavam não só altos
índices de evasão e reprovação, mas também, o então primeiro ano do curso
primário como ponto de estrangulamento do sistema educacional brasileiro.
Segundo Victor H. Paro (Nova Escola,2003) entre 1954 e 1961, de cada
1000 crianças que ingressaram no primeiro ano da escola primária, 395
passaram para o segundo sem reprovações e apenas 53 atingiram oito anos
de escolaridade em 1961. Sua análise converge para uma revelação
surpreendente: a maioria das crianças matriculadas na rede pública de ensino
no país encontra-se na primeira série do primeiro grau. Estes dados
evidenciam que a surrada promessa dos políticos, o insistente sonho dos
educadores progressistas de educação para todos e o permanente desejo de
escolarização das classes populares, conservam ainda hoje, sua condição
apenas de promessa, de sonho e de desejo.
Ao longo desses anos que nos separam do início da instalação de uma
política educacional no país, sucessivos levantamentos revelam que é crônico
este estado de coisas e torna-se praticamente impossível a tentativa de
revertê-lo, seja através de sucessivas reformas educacionais , seja pelo
18 caminho de medidas técnico-administrativas tomadas pelos órgãos
competentes.
Os discursos de nossas autoridades educacionais estão repletos de
belas propostas que nunca chegam a se concretizar inteiramente, porque no
momento de sua execução, faltam os recursos e a vontade política.
As desigualdades sociais existentes são constantes e por mais que a
classe dominante afirme a igualdade de todos perante a lei, tudo é contraditório
porque nem todos têm direito à educação.
Sabe-se que nem todas as pessoas conseguem usufruir da melhor fatia
do bolo, garantida pelo Estado, assim com um permanente fracasso ajudam a
reforçar a pirâmide de um sistema educacional falido que está apenas
preocupado em escolarizar uma grande massa para dar conta das tarefas
elementares.
Não há porque se espantar diante das redobradas repetências das crianças, se considerarmos que nada se modifica, volta-se a percorrer um caminho que deu certo, repetem-se fórmulas fracassadas, formulam-se exigências que se provaram desproporcionais às possibilidades da clientela, da professora, da escola. Não há nenhum mistério na repetência dos repetentes. O mistério é a manutenção do status quo, o imobilismo, a rigidez do sistema para fazer frente ao desafio anualmente lançado por essas crianças.(Rosenberg,1984,p.74)
Na realidade a escola pública procura se passar por democrática, mas
percebe-se com clareza que ela está longe de ser a escola para todos, pois
como é visto com freqüência, a repetência é um dos fatos mais sérios da
sociedade atual pelo modo seletivo como afeta a classe desfavorecida.
De acordo com Firme (1994, p.30), “a reprovação embora pareça um ato
pedagógico e paradoxalmente “bem intencionado”, é essencialmente um ato
político que serve a reprodução das desigualdades sociais.”
Em outras épocas, o fracasso foi louvado porque se acreditava que
quanto mais o professor reprovasse, melhor ele era. Diante disso, a culpa da
reprovação era sempre dos alunos que, pobres e ignorantes, abaixavam a
19 cabeça, assumindo a responsabilidade pelo fracasso. Apesar desses fatos,
pode-se afirmar que os pobres são os que mais precisam aprender e não
devem pelas condições socioeconômicas serem excluídos e condenados ao
fracasso. Como diz Paín (2000, p.25), “a escola não pode educar cada criança
apenas segundo as suas possibilidades. A pobreza tem de ser atacada, porque
essas crianças precisam mudar suas vidas, por meio da escola, para melhor.”
A reprovação é um tipo de fracasso que consegue provocar prejuízos à
auto-estima de muitos indivíduos que acabam rotulados pela escola como
incapazes, inadequados e excluídos.
“Os próprios excluídos do sistema são levados a assumir a culpa pelo
fracasso, passando a se considerar incapazes de estudar e aprender, seja por
“burrice”, seja por “falta de vontade”. Rosenberg (1984, p.20).
Obrigados a freqüentar novamente a mesma série que acabaram de
concluir, e ainda rever os mesmos conteúdos, até mesmo os já assimilados.
Essa história se repete há décadas. No ensino fundamental, muitos alunos
fracassam pela segunda ou terceira vez e essa situação vergonhosa que
prolifera no país, é uma questão que pouco tem sido feito para reverter com
sucesso esse caos social. Manter a estrutura que premia a reprovação e punir
os alunos custa muito caro, sem contar a dor de cabeça que causa para o
governo federal, estadual e municipal, para os diretores de escola, os
coordenadores, os professores etc.
A escola serve à classe dominante, ela se entrega de corpo e alma a esse serviço: O sistema de ensino contribui de maneira insubstituível para perpetuar a estrutura das relações de classe e ao mesmo tempo para legitimar. (Rosenberg apud Bourdieu e Passeron ,1984, p.25)
2.1. Causas da distorção idade-série
Todo ano milhões de indivíduos com idade entre 7 e 14 anos são
matriculados no ensino fundamental. Muitos jovens acima de 15 anos estudam
em turmas e séries não compatíveis com sua idade. A situação preocupa a
20 muitos educadores, mas a principal causa da distorção idade-série é a tão
famosa repetência.
A influência das condições internas à escola na determinação do sucesso ou fracasso das crianças de origem social mais baixa não é absoluta – mas existe. Qualquer atuação no sentido de melhorar essas condições deverá repercutir nas probabilidades de promoção e continuidade nos estudos desses alunos. (Rosenberg, 1984, p.76)
Segundo a Revista Época (2003), após pesquisa da UNESCO, em 41
países, a rede pública de ensino brasileira obteve resultados ruins, ocupando o
penúltimo lugar no ranking. Apenas os peruanos foram considerados piores
que os brasileiros. Alunos com 15 anos ainda estão no chamado nível 1 de
alfabetização, demonstrando as dificuldades para a leitura e ou uso dessa
ferramenta em outras disciplinas. Com índice de repetência nas alturas, pois
25% do alunado de 1ª a 4ª série é reprovado. Como comprova a UNESCO,
esses resultados estão diretamente ligados à qualidade do sistema
educacional. Se ele é bem estruturado, pode ajudar a superar barreiras
socioeconômicas, mas esse não é o caso do Brasil.
Nos países em que são adotados critérios fixos e rígidos de promoção, um grande contingente de alunos deixa a escola e dos que permanecem, somente um reduzidíssimo número termina a educação básica sem repetições. As pesquisas e a prática pedagógica têm demonstrado que “repetir o ano” não garante maior aprendizagem porque fatores essenciais para que o aluno aprenda são seriamente prejudicados com a repetência. Em outras palavras, o aluno perde o interesse, a autoconfiança e o gosto pela escola”. ( Firme, 1994, p.28)
O estrago é grande, pois além de causar sérios problemas de
aprendizagem, até a sua ameaça consegue provocar a evasão escolar. Hoje, o
motivo da distorção não é mais pela entrada tardia do indivíduo na escola,
porque a partir de 1996, as secretarias começaram a criar vagas para todos por
receberem recurso de acordo com o número de alunos matriculados na rede
pública de ensino.
O aluno que repete não consegue ter um bom desempenho e isso não
acrescenta nada em termos de aprendizagem, pois irá rever os mesmos
conteúdos com os mesmos métodos arraigados ao lado de colegas mais
novos, que nem sempre compreendem a sua situação. De acordo com Firme
21 (1994, p.36), “é preciso desmontar mitos que há muito vêm servindo como
fundamentos que justificam as práticas de reprovação, como se estas fossem
necessárias para garantir a qualidade do sistema educacional.”
2.2. Ciclos para combater a repetência
Atualmente surgiram no cenário educacional, o sistema de ciclos, que
apresentam como espécie de solução e melhor antídoto contra a cultura da
repetência que só serve para condenar jovens e crianças ao fracasso.
O regime de ciclos conseguiu romper com círculo vicioso da repetência.
Antes o aluno não aprendia e ficava retido. Sendo assim, agora a escola tem
responsabilidade de ensinar sem deixar ninguém para trás. Essa mudança
reflete no comportamento dos alunos, pois finaliza o sistema de notas e
aumenta a interação entre eles.
Muitas escolas adotaram esse sistema de ciclos, outras, preferiram
permanecer com as séries tradicionais, pois ainda existe uma forte resistência
em relação ao sistema de ciclos. Em alguns casos, os professores resistem por
acharem que perderam o poder de decisão nos rumos da sala de aula, e que
tudo foi imposto pelas secretarias de educação, visto que qualquer mudança no
cotidiano da sala de aula deve ser feita a partir de um trabalho coletivo, de
forma que todos que participam da escola estejam envolvidos no processo,
Da forma como está sendo implantado, o sistema de ciclos pode ter um resultado perverso. Se o professor continua acreditando que alguns de seus alunos estão condenados ao fracasso, não há decreto capaz de mudar isso. Ao contrário, dá a impressão de que vai esquecer ainda mais do último da classe. Por isso a progressão precisa ser graduada para ter chance de sucesso. (Paín, 2000, p.23)
Os ciclos organizam o tempo escolar de acordo com as fases de
crescimento do aluno. Ajustam os conteúdos ao processo de desenvolvimento
infantil, adequando o tempo do aluno à atividade escolar. Assim, ao final do
ciclo o aluno dificilmente apresentará problemas de aprendizagem. O ciclo
22 muda o processo do conhecimento, faz surgir o respeito as diferenças de cada
um.
No sistema de ciclos o aluno deve ser avaliado sempre. A esse processo
de avaliar denomina-se Progressão Continuada. A cada semana, a cada mês,
a cada ano, é preciso saber quantos dominam tudo o que foi proposto, quantos
avançaram ou quantos ainda estão por avançar. Os ciclos garantem ao aluno
um tempo maior do que o ano letivo para aprender e ao detectar suas
dificuldades, logo recebe o reforço, portanto os ciclos se apresentam como
caminhos para combater a distorção idade-série.
A incompetência da escola para prover seus alunos do saber que
proclama oferecer, retratada, apenas em parte, nos altos índices de repetência
e evasão, parece vir perdendo sua capacidade de impressionar os estudiosos
do assunto, talvez pela insistente permanência da mesma situação por várias
décadas, ou pela desilusão desses estudiosos diante da total insensibilidade
sucessivamente apresentada pelas autoridades governamentais, que nada
fazem para sequer reduzir suas dimensões. Essas dimensões da
incompetência da escola mostram-se ainda maiores quando retomamos o fato
de que os índices de evasão e reprovação expressam apenas em parte tal
incompetência, porque mesmo a imensa maioria das pessoas que são
aprovadas está longe de apresentar um padrão satisfatório de apreensão dos
conteúdos que a escola diz oferecer.
É por isso que, quando se fala em melhorar a qualidade do ensino
público, os remédios que se apresentam soem pretender fazer a escola de hoje
caminhar para uma qualidade que ela tinha no passado, sem preocupar-se
com o fundamental, que é fazer uma escola competente para atender o seu
usuário de hoje. Porém, é preciso mais uma vez insistir em que adequar-se aos
usuários não significa “baratear” conteúdos, mas sim colocar-se em
consonância com as características e com os reais interesses da população a
que se destinam.
23 Assim, se a população usuária mudou e se mudam os objetivos da
escola pública, é preciso mudar também seus métodos e conteúdos. Os
conselhos de classe , por exemplo, precisam perder seu caráter meramente
burocrático e responsabilisador do baixo rendimento dos alunos.
É preciso criarem-se mecanismos institucionais que avaliem, e avaliem
bem, não apenas o desempenho do aluno, mas todo o processo escolar,tendo
também os pais e os alunos como avaliadores, pois eles são os usuários da
escola e seus interesses é que devem ser levados em conta na identificação
dos problemas e no levantamento das soluções.
É certo de que existem muitas falhas que precisam ser urgentemente
corrigidas. Se “a escola é, segundo Claudius Ceccon (1998 p.81) uma peça
numa engrenagem ainda maior, que é a sociedade que vivemos”, é preciso que
haja a união de todos para “consertar a engrenagem”, ou seja, abandonar o
velho vício de responsabilizar o outro pelo fracasso escolar, arregaçar as
mangas e trabalhar em prol de uma educação menos excludente e mais
igualitária.
24
3. O papel da escola, da família e da sociedade: Novos compromissos em torno da educação
Nos últimos anos, esse tema tem sido motivo de grande preocupação
para professores, orientadores, diretores, secretários, ministros da Educação e
pais. Renovar a escola soou para muitos como sinônimo de reinventá-la.
Reforma passou a ser a palavra de ordem.
Repensar a escola hoje é democratizar sua ação transformadora,
buscando a melhoria da qualidade de ensino. Mas ainda é um tanto precária a
escola de hoje, pois todo processo de mudança gera trabalho e nem todos
estão engajados nesta proposta. Para esse trabalho ser bem feito precisa-se
de tempo para crescer e amadurecer e para tal é necessário que a escola
tenha uma filosofia e uma prática de trabalho que permita o envolvimento de
todos:escola , família e sociedade. Mas para isso é preciso vontade, é preciso
confiança, é preciso coragem!
Se antes a escola pública era para muito poucos – portanto não era pública e sim grátis, possuía bons padrões gerais de eficiência e eficácia para com seus objetivos. Agora, a escola pública é para muitos, mas como não foi planejada e estruturada para essa missão encontra-se desorientada, sem energia suficiente para suas ações e com todos padrões anteriores desejados se deteriorando. (Freitas, 2000,p.121)
Antigamente, a escola tradicional com perspectiva autoritária, arbitrária e
conservadora, se esbarrava com problemas diversificados envolvendo o
alunado que dela fazia parte, mas não vivenciava situações tão alarmantes
como vem acontecendo atualmente.
Os problemas relacionados a família, a aprendizagem e os distúrbios de
comportamentos já existiam, mas os alunos naquele contexto eram mais
educados e ou controlados na escola, o professor mais respeitado enquanto
autoridade na sala de aula, e a educação corria de maneira bem diferente.
A questão da fome já era um problema que atingia boa parte da
população. Os problemas com pais alcoólatras, espancamento, abuso sexual,
25 a violência doméstica de um modo geral já aconteciam, só não eram tão
divulgados como hoje acontece através de meios de comunicação que
apontam sempre a miséria como meio de explicar os graves casos de violência
dia após dia no ambiente escolar. “Os índices de violência estrita nas escolas ,
mesmo sendo baixos, geram uma repercussão tremenda. É como se existisse
um lacre de inviolabilidade da escola no imaginário popular.” (Aquino, 1999,
p.13)
Sabe-se que, no dia-a-dia nas grandes cidades, os jovens são cada vez
mais envolvidos no mundo do crime. É claro que para recrutar esses jovens
para suas quadrilhas, os chefes que comandam o tráfico de drogas os fazem
porque sabem que o tempo da penalidade é pequeno para eles e também
porque geralmente os jovens ficam fascinados pelo dinheiro fácil e pelo
respeito que a vida criminosa lhes traz.
O sistema de ensino precisa se preparar para lidar melhor com esses jovens e os problemas que traz consigo. A educação é um direito de todos, sem exceção, e o adolescente que tenha um conflito com a lei não pode ser excluído. Nós, educadores, somos preparados para lidar com crianças e adolescentes em situação de risco fazem parte da clientela da educação. Professores, diretores, supervisores e orientadores não recebem capacitação especifica para lidar com esse contexto. (Costa, 2004, p.29)
O que se pretende nesse contexto não é banir do menor infrator a
possibilidade de educação, visto que esta é um direito de todos, mas a escola
está isolada para reverter a questão da criminalidade devido ao descaso por
parte do sistema de ensino no que diz respeito a essa situação, nem faz por
onde minimizar o número de infrações que estão diretamente ligadas à
carência socioeconômica.
Hoje com a falta de respeito e de limites para com os pais, professores e
outras pessoas,os alunos não se preocupam mais com suas atitudes e
desprezam hábitos importantes para a convivência em grupo, que são de
grande valor para sua formação enquanto cidadão.
Vê-se nessa exposição, que a escola não está sozinha nesse mar de
problemas que envolve a educação brasileira. A família precisa e deve
26 também fazer a parte que lhe cabe neste universo. É sobre esta que pretende-
se abordar neste momento.
Nota-se as transformações que ocorreram na sociedade que influenciam
nas famílias, desde as estruturais, econômicas e religiosas dentre outras.
Os tempos mudaram . Chegou a eletricidade e com ela o rádio, a
televisão, a geladeira, o computador etc. As escolas se multiplicaram e a
criançada aprendeu a ler, escrever, navegar e questionar. Sabem comentar
desde programas infantis e até sobre política. Crianças, adolescentes e jovens
entram em contato com outras culturas, outros modos de se comportar e viver,
porém com um agravante, pouco ou nenhum acompanhamento familiar.
Nem sempre foi assim. Os antepassados viviam numa família numerosa
e todos se instalavam junto ou próximos ao chefe da família. Era a família
patriarcal.
O Patriarca tinha um papel decisivo e definido junto à família e
principalmente a seus filhos. A sua presença era constante e marcante.
De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil de
1988, onde se lê no capítulo VII, artigo 227, encontra-se referências às
responsabilidades da família para com suas crianças:
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, á saúde, à alimentação, à educação, ao lazer , à profissionalização, à cultura , à dignidade , ao respeito, a liberdade e a convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Percebe-se que a família, a priori, é que tem o dever de assegurar aos
seus pequenos todos os direitos os quais eles têm, porém, em caso de
omissão ou na falta de um representante da mesma , a sociedade e o Estado
intervêm para que a lei seja cumprida.
27 Desta forma se vê que todos, em todas as esferas da sociedade estão
mobilizados para melhor amparar e atender as crianças, pois são o futuro da
nação.
Vive-se num momento de crise social. As famílias estão num processo
galopante de desagregação e degeneração. O desemprego, as drogas, o
alcoolismo, a prostituição, entre tantos outros, são fatores negativos que tem
empurrado os filhos para fora do seio familiar e para dentro do tráfico, das
instituições assistenciais e assistencialistas, que pouco oferecem, mesmo
assim não preencheriam os vazios em que os mesmos vivem.
Abalados pela crise ética, os pais de hoje não impõem limites às crianças e não ensinam o que é certo e o que é errado. Há necessidade de mobilizar os pais para que se imponha “rédeas e freios”, pois assim estarão verdadeiramente proporcionando educação moral aos seus filhos (Zagury, 2000 p.15)
Quando a família não é de todo alheia à vida escolar dos seus filhos, há o
outro lado da questão, os pais que trabalham mais tempo fora de casa, e
inclusive mães, e ao retornarem do trabalho estão cheios de culpa pela
ausência e em vista disso, para compensá-los e diminuir esse sentimento, se
tornam mais permissivos, deixando de impor limites e de ensinar o que é certo
ou errado.
No passado, via-se a família empenhada em “quase forjar” valores,
hábitos e atitudes nos seus filhos, hoje vive-se uma crise ética institucional no
Brasil. Os escânda-los e a impunidade geram cidadãos deformados em suas
atitudes, onde o que mais importa é se dar bem, mesmo que seja passando por
cima de tudo e de todos. Essa inversão de valores afetou negativamente as
famílias. Como conseqüência, acabam transferindo a responsabilidade da
educação moral para os professores, reforçando a tese de que hoje o papel de
educar as crianças para a cidadania está sobrando para a escola, porém como
já foi abordado, a mesma não tem condições de arcar com o ônus desta
responsabilidade sozinha.
Hoje deparamos com a existência de escolas sem sociedade. Há muitos
alunos para as quais a escola não tem sentido nem valor, que são oriundos de
28 família que não vêem benefícios na aquisição de conhecimentos, cultura e que
são completamente alheias ao percurso de seus filhos.
Estamos diante de uma ruptura, de uma nova realidade sem paralelo na
história: a ausência de sociedade. Pode-se imaginar as conseqüências dessa
ausência para o futuro?
O conceito de família foi se perdendo ao longo dos anos. Os problemas
que a sociedade vivencia hoje, são causados por estas perdas. Assim
pode-se afirmar que, todo bônus advindo dos cuidados que a família tem com
os seus filhos, é para si própria, porém, o ônus do descaso e do desamor é a
sociedade, como um todo, quem paga.
29
4. O Papel do professor no processo ensino x aprendizagem
A escola atual tem como sua preocupação primeira ser conteúdista. Ensinamos demais e os alunos aprendem menos e cada vez menos. Aprendem menos porque os assuntos são cada dia mais desinteressantes e distantes da realidade, da vida.(Freitas, 2000, p. 124)
Não há mais lugar hoje para valores, comportamentos e verdades
esteriotipadas que distanciam a escola do que se espera dela: ensinar aos
alunos a aprenderem com prazer e competência.
Quando se analisa a escola brasileira de um modo geral, constata-se
que a baixa qualidade da aprendizagem se manifesta, por exemplo, nos
elevadíssimos índices de reprovação, no rápido esquecimento por parte dos
alunos daquilo que foi ensinado.
Há sempre uma preocupação do professor referente a aprendizagem do
aluno, portanto talvez não se pare para pensar quais os fatores que levam o
aluno a querer aprender.
Na maioria das vezes o que ocorre na sala de aula é a famosa
¨transmissão¨ de conhecimento. Porém quando o aluno não pode perceber
como um passo conduz ao seguinte, a retenção é mínima e ele não tarda a
sentir-se desestimulado. Um dos reflexos deste desinteresse é a inquietude em
sala de aula, muitas vezes diagnosticada pelo professor como indisciplina. E
isso é grave.
Quando a aprendizagem é falha, é de costume que se encontre
respostas culpando o aluno, tipo: não presta atenção na aula, não gosta de
estudar, só está aqui atrás do diploma, a culpa é da família, enfim motivos não
faltam para se justificar o baixo rendimento do aluno, e também é verdade que
ele tem sua parcela de responsabilidade, mas com certeza não é o único
responsável pelo fracasso escolar. E poucos se questionam se a principal
30 causa do fracasso do ensino não estaria no próprio ensino e não na resistência
dos aprendizes, até porque se o aluno não aprende, todo esforço para ensiná-
lo estaria perdido.
Educação é mais do que transferência de conteúdos necessita do ambiente relacional onde haja respeito e diálogo para possibilitar a compreensão do outro. Mas só compreenderemos o outro quando o respeitarmos em sua diversidade, quando o amarmos.(Freitas,2000 pg. 2)
Essencialmente, a tarefa do professor é fazer com que o conteúdo a ser
aprendido seja significativo para o aluno e que esteja associado a sua
realidade. O ensino só se tornará interessante se tiver aplicabilidade a vida do
educando. Por esse motivo torna-se impossível não se dá importância a vida
afetiva, familiar e condição financeira do aluno que se vai educar.
A aprendizagem sofre influência de um conjunto de variáveis, como
aptidão, interesse, capacidade de perceber o problema, valores cívicos, morais
e religiosos. Por isso, é importante que o professor perceba que o seu aluno
não está isolado do mundo, as suas informações tem que estar integrada a
sociedade, para que se possa interagir e colher bons resultados.
O aluno deve ser educado para atingir pelo próprio esforço, sua plena
realização como pessoa. Para isso precisa ser motivado. A motivação em
todas as instâncias é como um motor que dinamiza o homem. Sem ela os
interesses seriam dispersos. Caso contrário, a retenção é mínima e ele não
tarda a sentir-se perdido e a resposta a isso vem no número elevado de
reprovação e evasão escolar.
É importante que o professor esteja sempre atento ao seu aluno , uma
vez que a escola mal informada pode causar ao seu educando prejuízos
irreparáveis em toda sua caminhada educativa.
Mas como esperar tal ação docente se na maioria das escolas nem mesmo há apoio efetivo – da área pedagógica? Claro que isso não ocorre em todas as escolas, mas é importante assinalar que ocorre na grande maioria das vezes. O professor é abandonado em sua ação docente ou no máximo a área pedagógica intervem – por ignorância ou seduzida pelo poder inerente da função, ditando
31 determinações, quando poderiam ser construídas num clima de parceria.(Freitas, 2000 p.30)
Atualmente, a escola não se limita mais à transmissão de conteúdos. Ela
hoje está exercendo, além desta função, papéis que, até então, eram
exclusivamente familiares e sociais. A sociedade exige que os professores
resolvam todos os problemas, dos seus alunos, e isso é muito sério.
Além do conhecimento e da cultura, cobra-se dos professores que
inculquem valores nos jovens, ou que pelo menos os ajudem a resgatar alguns
desses valores. Como por exemplo, orientação sobre uso de drogas,
orientação sexual, o perigo das doenças sexualmente transmissíveis, gravidez
na adolescência e muitos outros. Seria esse mesmo o papel do professor?
Espera-se muito dos professores, porém os mesmos podem muito, mas
não podem tudo. São apenas profissionais da educação (já não é pouco) que
assumem sem sentir o papel de salvadores da sociedade.
O professor absorveu um papel que não lhe competia exercer, vimos
agora uma ïncompetência¨no exercício destas atividades que na realidade não
lhe cabem, de ser pai ou mãe de vários ao mesmo tempo. E isso põe em risco
a sua competência profissional de educador, pois espera-se que ele preencha
uma lacuna que a família deixou, e que assuma o papel de anjo redentor da
sociedade.
O corpo docente é um dos elementos mais importantes que a escola
possa oferecer na realização do trabalho escolar e, por outro, porque quando
se pretende realizar um trabalho de efetiva qualidade, trata-se de uma força de
trabalho especial que requer longos períodos para sua adequada formação,
porém pouco se faz por essa qualificação.
A situação precária em que se encontra o ensino público, em especial o
de 1º grau no Brasil, é fato incontestável. A situação também não é nova, vem
se arrastando por décadas.Esse fato leva a se colocarem sérias dúvidas a
respeito do real interesse do Estado em dotar a população, em especial as
camadas trabalhadoras, de um mínimo de escolaridade, expresso na própria
32 Constituição, mas que não encontra correspondente em termos de sua
concretização. Parece assim que o caso da educação escolar constitui apenas
mais um exemplo do descaso do poder público para com a sociedade.
A deterioração da qualidade da força de trabalho docente na escola
pública fundamental está ligada a determinantes históricos os mais diversos,
mas todos eles remetendo de alguma forma à despreocupação do Estado para
com a qualidade do produto que essa escola possa oferecer. Com a saída
da escola pública dos grupos sociais que tinham maior poder de pressão, o
Estado deixa de se interessar-se pela qualidade do ensino básico. Como
acontece em todo processo de produção, a baixa qualidade esperada de um
bem ou serviço a ser oferecido possibilita a utilização, em sua elaboração de
meios de produção e de força de trabalho também de baixa qualidade. Ou seja,
aqueles que em geral, estão disponíveis no mercado em maior quantidade e a
preços mais baixos.
Foi isso precisamente, o que aconteceu no processo de progressiva
desqualificação do trabalho do professor e aviltamento de seu salário, porque
não lhe interessava prover as massas trabalhadoras de um ensino de
qualidade, o Estado passou a dar importância cada vez menor à escola
pública.Endereçando para aí recursos progressivamente mais insuficientes e
descurando cada vez mais das condições em que se realizava o ensino de
massa. Tudo gerou a multiplicação de classes superlotadas, recursos didáticos
precários e insuficientes, precaríssima qualificação profissional e baixíssima
remuneração do professor e do pessoal da escola em geral.
De pouco adianta atacar o problema da má formação do educador se
não se atacam concomitantemente seus determinantes. E uma das causas
mais importantes da baixa formação do professor da escola fundamental e
média são os baixos salários oferecidos. Além disso , com baixos salários e
precárias condições de trabalho, o profissional se sente muito pouco
estimulado a atualizar-se e a procurar aperfeiçoar-se em serviço. No caso do
professor, além do desestimulo, tem o fato de ter que ter mais de um emprego
para compensar os baixos salários, restando-lhe pouco tempo para dedicar-se
33 a formação continuada. Por outro lado, para que se preocuparem com uma
preparação profissional de alta qualidade se vão ganhar tão pouco? Isso é
conflitante.
Com a deteriorização das condições de trabalho, não é raro observar-se nos professores uma postura de total alienação com respeito às conseqüências de sua atividade profissional, como quem diz: Trabalho mal porque ganho pouco. (Paro, 2001, p.98)
Esta postura parece muito perigosa porque, além de denotar uma
desistência pela luta por melhores condições de trabalho e por melhor ensino,
da oportunidade ao Estado de continuar apostando em seu argumento de que
o professor ¨ganha pouco porque trabalha mal¨.
Como qualquer outro trabalhador, o professor tem o direito de lutar por
salários justos e melhores condições de trabalho, porém o que não pode ser
esquecido é a importância do seu trabalho para a sociedade , o seu papel
político na distribuição do saber, e o seu compromisso em formar cidadãos
críticos lhes proporcionando um ensino de qualidade, que é direito do cidadão.
O professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor. Educador, ao contrário, não é profissão, é vocação. E toda vocação nasce de um grande amor, de uma grande esperança. (Freitas, 2000, p.34)
Existe um grande diferencial entre educador e professor. O educador
olha e interage com o seu aluno, em seu contexto, na sua diversidade. O
professor vê seus alunos em sua disciplina. O educador é movido por sua
vocação no seu campo de trabalho, na vida, enquanto o professor atua
somente em sua profissão, mas que também não pode deixar de atuar com
ética, sinceridade e amor.
Problemas e dificuldades sempre existirão em qualquer profissão,
porém não bastará oferecer as autoridades educacionais condições
adequadas para o docente exercer suas atividades se o mesmo não tiver amor
ao que faz, tendo consciência da função social que desempenha.
O maior desafio do educador é incutir na vida de seus alunos,
principalmente os da escola pública , que em sua maioria são tão sofridos e
34 descrentes diante da sua realidade de vida, que se deve sonhar sempre e
acreditar na sua capacidade de transformar seu sonho em realidade.
Espera-se sinceramente que cada professor seja um educador.Pois o
segredo do bom ensino é o entusiasmo pessoal do professor que vem de seu
amor a ciência e aos alunos. É preciso antes de tudo que se tenha vocação
para ensinar.
35
CONCLUSÃO
Ao término desse trabalho, depois de sérias reflexões em torno dessa
temática, confirma-se as hipóteses levantadas nesta pesquisa sobre os fatores
que influenciam o baixo rendimento dos alunos do ensino fundamental nas
escolas da rede pública municipal.
Através dos estudos realizados, conclui-se que qualquer mudança para
melhoria na qualidade do ensino público dependerá de muito esforço de toda a
sociedade brasileira.
Os belos discursos retratados nos livros, como se estes fossem
referenciais corretos, não servirão de apoio ou tábua de salvação a ninguém,
se não houver um minucioso comprometimento por parte de todos os
envolvidos,(sociedade, família, escola, política pública) assumindo cada um
sua parcela de responsabilidade no que diz respeito ao caos existente. É
preciso definir papéis e exigir que cada um cumpra o seu compromisso em
detrimento do trabalho do outro.
As desigualdades sociais existentes são constantes e por mais que o
discurso da classe dominante afirme igualdade de todos perante a lei, tudo é
contraditório, porque nem todos têm direito a educação.
Nota-se o esforço do governo em criar mecanismos de facilitação do
ingresso dos jovens no terceiro grau, com o discurso de “igualar as
oportunidades”. Nada mais demagogo e preconceituoso, pois os estudantes de
escola pública não são incapazes, nem se mede a competência de uma
pessoa através de sua origem ou cor de pele. É preciso sim, fortalecer a base
propiciando a este jovem um ensino de qualidade em todo decorrer de sua vida
escolar.
A educação brasileira está doente. Doente por falta de força e coragem
para gritar e exigir independência daqueles que se julgam sábios pelo poder de
36 formular leis, pareceres, sem conhecer o verdadeiro cotidiano da escola
pública, driblando a sociedade sem ter capacidade e formação.
Que país é este? Por que não ressuscitar hábitos considerados
esteriotipados e enquadrá-los a essa sociedade falida de ética? A ética é
essencial para nortear a conduta do ser humano. Ignorar certos padrões da
vida social é facilitar para poucos a melhor fatia do bolo e negar a muitos a
equidade. Qualidade em educação exige ética.
O papel do educador diante desse quadro é inegável em sua
importância, principalmente como agente de transformação, mas com certeza
não só as pobres mãos do educador conseguirão reverter esse quadro caótico.
Que tal se todos fizessem valer essas responsabilidades tão exigidas aos
professores, que são cobrados por tudo: pela formação, pela capacitação, pela
postura e pelos fracassos. Como se não bastasse ainda “adotam” filhos que
não são seus, por ausência de uma família.
O que se pretende nessa reflexão é demonstrar que está tudo errado.
A inversão de papéis criou um certo desestímulo na longa jornada do
educador, o que faz parar para pensar sobre o assunto. Mas a coragem ao
encontrar uma luz no fim do túnel, faz desse educador um sonhador, que a
cada desafio sonha uma gota de esperança, procurando transformar esse
sonho em realidade. Nessa luta incessante por um sistema de ensino menos
arraigado, com currículos flexíveis, salários compatíveis e uma sociedade mais
justa, o educador busca fazer o seu trabalho com amor e consciência da
importância do seu papel na sociedade.
Mas para isso é preciso ter força, é preciso ter garra, é preciso ter sonho
sempre!!!
Sugere-se para uma nova pesquisa que se faça um estudo junto à
comunidade, procurando identificar a real necessidade desse alunado,visando
adaptar o currículo escolar a sua realidade, criando projetos, que motivem o
aluno e a comunidade a querer participar das atividades escolares.
37 A motivação é como um motor que dinamiza o homem, sem ela os
interesses seriam dispersos. Cabe a escola atrair esse aluno para os bancos
escolares, lhe proporcionando um ensino de qualidade.
Como outra sugestão pode-se pesquisar sobre a formação profissional
dos docentes, na intenção de se verificar a necessidade de complementação
específica através de cursos de capacitações.
Cabe ao gestor a difícil tarefa de administrar esse universo de
diversidades. É necessário que se repense no que leva o aluno ao baixo
rendimento escolar. É permitido ter dificuldades sim, só não é permitido que se
renuncie a busca de uma solução, de uma convivência, de uma gestão dessas
dificuldades.
Se cada um fizer a sua parte, mesmo que possa parecer uma gota
nesse mar de problemas, já é um grande começo.
Por isso faz-se necessário que se reflita em torno desse assunto com a
intenção de encontrar novos rumos e novas expectativas para a educação
brasileira, pois somente com um ensino de qualidade, é que teremos uma
escola mais justa onde os alunos possam realmente ter oportunidades iguais.
38
BIBLIOGRAFIA
AQUINO, Júlio. Revista Nova Escola: setembro 1999.
CECCON, Claudius. A vida na Escola e a Escola da vida. São Paulo: 15ª
edição. Editora vozes 1982.
Constituição da República Federativa do Brasil.
COSTA, Antônio Carlos Gomes da. Revista Nova Escola: março 2004
FIRME, Teresa Penna. Avaliação de Políticas Públicas em Educação. Revista
Ensaio nº 1 vol.2. Rio de Janeiro: Cesgranrio, 1994.
FORTES, Nadabe. Salas Numerosas, espaço de conhecimento ou
informação?. São Paulo: Editora Alínea, 2000.
FREITAS, Nilson Guedes de. Pedagogia do Amor. Rio de Janeiro: Wark
Editora Ltda. 2000
HOFFMANN, Jussara. Revista Nova Escola: fevereiro 2003 nº 159.
PAIN, Sara. Revista Nova Escola. Novembro 2000 nº 137.
PARO, Vitor Henrique. Gestão Democrática. Rio de Janeiro: Editora DP&A,
1999.
PATTO, Maria H.S. A produção do fracasso escolar. São Paulo, T.A. Queiroz
Editor, 1993.
ROSENBERG, Lia. Educação e Desigualdade Social. São Paulo: Loyola 1984.
ZAGURY, Tânia. Revista Nova Escola: março 2000 nº 130.
40
ÍNDICE
CAPA ............................................................................................................ 01
FOLHA DE ROSTO....................................................................................... 02
AGRADECIMENTOS.................................................................................... 03
DEDICATÓRIA............................................................................................... 04
EPÍGRAFE..................................................................................................... 05
RESUMO....................................................................................................... 06
SUMÁRIO...................................................................................................... 07
INTRODUÇÃO................................................................................................ 08
1.ENSINO DE QUALIDADE – DIREITO DO CIDADÃO................................ 11
1.1. REPENSANDO CURRÍCULO,SALA DA AULA, GESTÃO ESCOLAR E PRÁTICA AVALIATIVA.................................................................................. 12
1.1.1.CURRÍCULO.......................................................................................... 12
1.1.2.SALA DE AULA..................................................................................... 13
1.1.3.GESTÃO ESCOLAR.............................................................................. 13
1.1.4. PRÁTICA AVALIATIVA........................................................................ 14
2. REPROVAÇÃO NO ENSINO PÚBLICO – UM PROBLEMA NO SISTEMA DE ENSINO BRASILEIRO............................................................................. 17
2.1. CAUSAS DA DISTORÇÃO IDADE-SÉRIE.............................................. 19
2.2. CICLOS PARA COMBATER A REPETÊNCIA........................................ 21
3. O PAPEL DA ESCOLA, DA FAMÍLIA E DA SOCIEDADE: NOVOS COMPROMISSOS EM TORNO DA EDUCAÇÃO.......................................... 24
4. O PAPEL DO PROFESSOR NO PROCESSO ENSINO X APRENDIZAGEM............................................................................................ 29
CONCLUSÃO.................................................................................................. 35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................... 38
ANEXO............................................................................................................ 39
41
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Pós-Graduação “Lato Sensu” Administração Escolar
TÍTULO: O papel do gestor na busca pela melhoria da qualidade
do ensino fundamental da rede pública municipal de São Gonçalo.
Data da Entrega: 28/01/2006
Avaliação:
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Avaliado por: ________________________ Grau:______________
Niterói,______ de _______________ de 2006.