Post on 24-Jan-2019
Personagens: Velha de olhos grandes, Velha de nariz grande, Velha de mãos grandes, Rei, Príncipe, José, Ana, Narrador.
Três velhas tecelãs Narrador – José é pai de Ana e tem muito orgulho da fi lha. Conta para todo mundo tudo o que ela sabe fazer e ama tanto a fi lha que muitas vezes exagera no elogio.
José: Minha fi lha cozinha muito bem. É delicada, cuidadosa, tem uma letra linda, sabe cantar, pintar bordar, pular corda, sabe falar inglês, sabe karatê... Ops, karatê está aprendendo, mas dança balé como ninguém.
Narrador – Um dia José elogiava a fi lha e falou no meio da praça que ela era capaz de fi ar transformando linha em tecido de modo tão rápido que parecia ter mãos mágicas. O rei do reino vizinho, que passava por ali com sua comitiva, mandou levar Ana ao castelo e ordenou que ela passasse por três desafi os e se vencesse a todos se tornaria princesa daquele reino.
Rei: Sempre procurei a melhor tecelã do mundo para fazer os mais belos tapetes e tecidos. Se for verdade que suas mãos são mágicas, caso você com meu fi lho. Você se tornará princesa e depois de um tempo rainha!
Ana: Rei, nem sei o que dizer!
Rei: Seu destino tem três fi os, três caminhos. No primeiro, você supera os desafi os e casa-se com meu fi lho. No segundo, você não aceita ser desafi ada e morre por me desobedecer e no terceiro caminho você não consegue cumprir a tarefa, fracassa e morre do mesmo jeito.
Ana: Desafi o aceito! (Ana fala para a platéia) Ai, eu mato meu pai! Quem mandou ser tão exagerado, tão desajeitado com as palavras!
Narrador – O primeiro desafi o a ser enfrentado por Ana era fi ar a quan-tidade de fi os que coubesse no maior salão do castelo. E para isso ela teria apenas uma noite. Ao raiar do sol o rei viria, ou para dar parabéns pelo trabalho realizado ou para levar a menina ao calabouço.
Ana (para a platéia): Ai de mim! Como conseguirei fi ar tanto em tão pouco tempo? Não sou mágica e, pra falar a verdade, nunca gostei das aulas de fi ar!
Narrador – O tempo passava rápido escorregando pela janela. Os pri-meiros raios de sol logo viriam. Ana estava desesperada! Quando, de repente, ouviu uma voz:
Velha de olhos grandes: Acalme-se, menina, estou aqui para ajudá-la. Se você quiser minha ajuda, é claro.
Ana: Quero sim. Sua ajuda é bem vinda!
Velha de olhos grandes: Então prometa que me convidará para o seu casamento e lá na cerimônia me chamará de tia.
Ana: Sim, prometo sim!
Narrador – A velha senhora assobiou. E como se respondessem ao seu chamado, uma enorme quantidade de formigas entrou no salão e começou a fi ar. Juntas as pequeninas fi aram tão rápido que ao amanhecer todos aqueles fi os que antes lotavam o salão real se transformaram em belos tecidos. O rei ao ver se admirou, mas ainda não estava satisfeito.
Rei: Muito bem, menina. Você cumpriu a primeira tarefa. Quero ver agora se consegue fi ar o dobro da quantidade de ontem.
Narrador – Assim foi feito. O rei preparou dois salões repletos de fi os e deu novamente apenas o tempo de uma noite para que a menina os transformasse em tecido. Ao raiar do sol o rei viria, ou para dar parabéns pelo trabalho realizado, ou para levar a meni-na ao calabouço.
Ana (para a platéia): Ai de mim! Como conseguirei fi ar tanto em tão pouco tempo? Se eu soubesse como chamar aquela velha senhora...
Narrador – O tempo passava rápido escorregando pela janela. Os primeiros raios de sol logo viriam. Ana estava desesperada! Quando, de repente, ouviu uma voz:
Velha com nariz grande: Acalme-se, menina, estou aqui para ajudá-la. Se você quiser minha ajuda, é claro.
Ana: Quero sim. Sua ajuda é bem vinda! Você conhece aquela senhora que ontem me ajudou a fi ar?
Velha com nariz grande: Sim, é minha irmã. Eu ajudo você como minha irmã com uma condição: promete que me convida para o seu casamento e lá na cerimônia me chama de tia duas vezes?
Ana: Sim, prometo sim!
Narrador – A velha senhora cantarolou. E como se respondessem a um chamado, uma enorme quantidade de abelhas entrou no
salão e começou a fi ar. Juntas as pequeninas fi aram tão rápido que ao amanhecer todos aqueles fi os que antes lotavam o salão real se transformaram em belos tecidos. O rei ao ver se admirou, mas ainda não estava satisfeito.
Rei: Muito bem, menina. Você cumpriu a segunda tarefa. Quero ver agora se consegue fi ar o dobro da quantidade de ontem.
Narrador – Assim foi feito. O rei preparou três salões repletos de fi os e deu novamente apenas o tempo de uma noite para que a menina os transformasse em tecido. Ao raiar do sol o rei viria, ou para dar parabéns pelo trabalho realizado, ou para levar a meni-na ao calabouço.
Ana (para a platéia): Ai de mim! Como conseguirei fi ar tanto em tão pouco tempo? Se eu soubesse como chamar aquela velha senhora ou sua irmã...
Narrador – O tempo passava rápido escorregando pela janela. Os primeiros raios de sol logo viriam. Ana estava desesperada! Quando de repente ouviu uma voz.
Velha de mãos grandes: Acalme-se, menina, estou aqui para ajudá-la. Se você quiser minha ajuda, é claro.
Ana: Quero sim, sua ajuda é bem vinda! Você conhece aquela senhora que ontem me ajudou a fi ar? Conhece sua irmã que me salvou na primeira noite?
Velha de mãos grandes: Sim, elas são minhas irmãs - (para a platéia) somos trigêmeas! Eu ajudo você como
minhas irmãs com uma condição: promete que me convida para o seu casamento e lá na cerimônia me chamará de tia três vezes?
Ana: Sim, prometo sim!
Narrador – A velha senhora cantarolou. E como se res-pondessem a um chamado, uma enorme quantidade de esperanças entrou saltitando no salão e começou a fi ar. Juntas as pequeninas fi aram tão rápido que ao amanhe-cer todos aqueles fi os que antes lotavam o salão real se transformaram em belos tecidos. O rei ao ver se admirou,
e dessa vez fi cou muito satisfeito!
Ordenou que a tecelã se casasse com seu fi lho, o príncipe.
Ao conhecer o príncipe, Ana caiu de amores por ele, que também fi cou caidinho por ela. O rei mandou preparar o casamento e nunca se viu festa tão bonita!
(Música de casamento)
Narrador – Mas Ana não estava feliz.
Ana: Ai de mim! Vou me casar com o homem que amo, um príncipe belo e gentil, mas minha felicidade não pode durar se ele não souber o segredo que carrego. Jamais fi ei aqueles fi os, e pra falar a verdade nunca gostei de fi ar! Como vou continuar as tarefas de tecelã se não tenho os poderes que meu pai disse?
Narrador – Mesmo com a noiva tristonha foi feito o casamento. Um pouco antes do momento de dizer “sim” apareceu a primeira velha. A noiva estava ajeitando o vestido e o véu.
Ana: Minha tia, que bom vê-la! Sente-se aqui perto do altar.
Narrador – O príncipe, que nunca tinha visto aquela senhora, achou estranho. Ela tinha olhos enormes, pareciam querer saltar do rosto! Pouco tempo depois chegou a velha de nariz grande.
Ana: Minha tia! Sente-se ali para ver o casamento, minha tia!
Narrador – O príncipe também nunca tinha visto aquela senhora e achou estranho. Ela tinha um nariz imenso! Assim que ela se sentou, chegou a velha de mão grandes.
Ana: Minha tia! Que alegria sinto em vê-la, tia! Sente-se, escolha o lugar que quiser, minha tia!
Narrador – Dessa vez o príncipe pensou que sua noiva tinha tias muito engraçadas! Ele nunca tinha visto aquela senhora, achou estranho que ela tinha dedos gigantescos, fi nos e tortos.
Antes da entrada da noiva o príncipe puxou um pouco de conversa com as senhoras. Estava curioso diante da aparência delas e um pouco sem jeito em perguntar.
Príncipe: Bem vindas sejam as tias! Eu gostaria de perguntar à senhora sentada aqui na ponta sobre que segredos guardam olhos tão grandes!
Senhora de olhos grandes: Ó, belo rapaz, meus olhos eram
lindos quando eu era mocinha. Mas de tanto apertá-los para enxergar o fi o e a agulha eles incharam, cresceram e fi caram como você vê.
Narrador – O príncipe pensou nos delicados olhos de sua noiva e teve medo de que se tornassem enormes!
Príncipe: Eu gostaria de perguntar à senhora ao lado de que parente vem tão avantajado nariz.
Senhora de nariz grande: Foi o tempo, príncipe, e o trabalho de tecelã. Teci tanto que o cheiro das linhas fez crescer meu nariz!
Narrador – O príncipe se apavorou! Pensou no delicado nariz de sua amada e sem demora conversou com a terceira senhora. Ele já estava até com medo da resposta!
Príncipe: Conte-me, senhora, a história de suas mãos.
Senhora de mãos grandes: Fiei demais!
Príncipe: Não precisa dizer mais nada, minha senhora.
Narrador – Afl ito, o príncipe pediu a palavra e assim que a noiva entrou na igreja ele disse diante de todos os convidados:
Príncipe: Declaro diante de todos que só me caso com uma condição: que minha mulher jamais fi e outra vez. Nem um lenço, nem um pedaço de tecido sequer! Nunca mais.
Narrador – A princesa deu um sorriso de alivio tão grande que ilumi-nou tudo ao redor. A primeira senhora piscou o olho e sumiu, a segun-da coçou o nariz e desapareceu, a terceira bateu palmas e evaporou no ar como areia no deserto.
O rei foi obrigado a aceitar a condição do fi lho, e dizem que aquela princesa se tornou a rainha mais bela entre as rainhas de seu tempo.
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