Post on 22-Mar-2016
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Elisa Volpato Guia:
Assim como no futebol, a também é umaautomação residencial
caixinha de surpresas. Através de pequenos,
e cada vez mais populares, aparelhos é
possível controlar iluminação, acesso e
climatização. Tudo em nome da comodidade.
Vinhos da Serra que você
PRECISA provar
Estilo: A loucura pelas
unhas pintadas
Turismo: Futebol: Férias na mansão O «fim» dos
cariocas
Entrevista:
ANO 01 EDIÇÃO 03
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(54) 3052 0606 (54) 3242 7626 (54) 3441 1229Bento Gonçalves | Nova Prata | Veranópolis
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TRENDLINE[MAG] . ANO01
Foto Vinícola Gheller Monte Azurro | Divulgação
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TURISMO / GO THERE
QG DO ESTILO / STYLE
IMIGRAÇÃO ITALIANA / SÉRIE PARTE II
CULTURA / !FKFK!
IMPEDIMENTO / FÚTBOL
TELEFONE VERMELHO / CRT
Saint Andrews, Escócia Gramado
A moda das unhas
A arquitetura da colônia
Cadê a cultura de quem faz a cultura?
O «fim» dos cariocas e dos uruguaios
Tempo demais, dinheiro demais
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BONS VINHOS / GUIA 2011
SAÚDE / GOOD LIVING
Dicas para a sua adega
Não deixe o frio congelar a sua forma
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ENTREVISTA / SPOTLIGHT
Elisa Volpatto
NEGÓCIOS / BUSINESS
20 MÍDIA / MEDIA TALKING
Posso opinar no release?
Novalle e Empório São João
E a China?18 MERCADO / MARKET ANATOMY
24CAPA / FEATURED
A bola da vez é a casa inteligente
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Foto Samuel Ramos
Foto Samuel Ramos
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Trimestral
Próxima edição: Setembro 2011
Daschund Comunicação Integrada
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CAROS LEITORES QUEM FAZUma revista de tendências tem o
dever de estar muito bem afinada
com os temas que dominarão as
pautas de domínio público.
Assim, a cada três meses, tratamos
de levantar assuntos que venham
a pontuar o comportamento, o
comércio e a economia em geral.
Essa edição, a quarta que
colocamos na rua (se somar a
edição piloto, de número 0), chega com esse mesmo objetivo.
Tentamos descobrir mais sobre a automação residencial e foi muito
interessante verificar a grande quantidade de aplicações que a
tecnologia oferece para nossos lares.
Esse mercado, que está em amplo crescimento, deve se desenvolver
bastante nos próximos anos, à medida em que os preços forem
caindo e novos usos descobertos.
Ainda não temos a menor ideia do que nos reserva a próxima edição,
a de setembro. Só sabemos que comemoraremos, nessa data, nosso
primeiro ano de Trendline. Não foi um ano fácil, como nenhum ano é
fácil no começo de cada negócio, mas podemos nos orgulhar de ter
alcançado uma resposta muito positiva junto aos nossos leitores e
também de nossos parceiros comerciais. E na edição que antecede
o aniversário de 1 aninho, só temos a agradecer a todos que
contribuem para o nosso sucesso. Vem mais por aí.
Samuel Ramos, o seu editor.
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FOTOS SAMUEL RAMOS
ENTREVISTA / SPOTLIGHT
Por Marcos Beck Bohn*Jornalista, com Mestrado em Comunicação Transnacional e Mídia Global pelo Goldsmiths College, em Londres.
Protagonista da série “Mulher de Fases”, assinatura HBO, Elisa vive, na telinha, a personagem Graça. Opapel que projetou a atriz para o cenário latinoamericano nãomexeu com a sua simplicidade: a exclusiva que nos concedeu não teve fiscalização de assessor e nem restrição contratual.
exibida pelo canal por
Elisa Volpatto, a mulher queé uma Graça
Aos 24 anos, a gaúcha de Nova Prata vive, em 2011, a
sua primeira grande experiência na televisão. Não em
escala nacional, mas continental: é a protagonista de
um projeto que alcança toda a América Latina.
Produzido pela Casa de Cinema de Porto Alegre e
filmado integralmente na capital gaúcha, “Mulher de
Fases” é o terceiro produto financiado pela HBO no
Brasil, e o primeiro realizado fora do eixo Rio-São
Paulo. O trabalho representa um momento de
transição na vida de Elisa, registrado pela TL[mag]
com exclusividade, em quase duas horas de conversa.
O encontro aconteceu no café de uma livraria
bacaninha de São Paulo. A única interrupção veio do
garçom, perguntando se deveria trazer mais dois
cafés. Daqui a algum tempo, no entanto, esse sossego
provavelmente terá desaparecido. Não pela presença
de um assessor a dosar perguntas e respostas (coisa
que parece não combinar com ela), mas por pedidos
de autógrafos e fotografias. Enquanto o principal
objetivo de muitos é ficar famoso, isso é algo com que
Elisa parece não se preocupar. Entende que o sucesso
é uma consequência, que ela já administra com
agradável maturidade, quase preferindo que um
eventual momento de fama exacerbada demore um
pouco mais a chegar. “Fiz uma publicidade aqui em
São Paulo e até a caixa do supermercado me
reconheceu! A televisão aberta é uma coisa muito
louca, todo mundo vê.”
Numa típica tarde de sexta-feira paulistana, com céu
nublado, muito trânsito e temperatura indefinida, Elisa
Volpatto revelou para os leitores da TL[mag] muito
sobre a bela atriz que é – e que nunca teve dúvidas de
que seu papel na vida é atuar.
[mag] Você entrou no Instituto de Artes da UFRGS
antes de ter experiência atuando para valer. De
onde veio a certeza em ser atriz?
Elisa Volpatto Queria fazer artes cênicas. Sabia disso
há muito tempo. E meus pais sempre apoiaram. Eles
não são artistas, mas são pessoas extremamente
sensíveis. Meu pai é médico e minha mãe é professora,
mas na minha casa sempre teve muita música, muito
filme antigo, musicais. Nem sei bem como surgiu, mas
eu tive essa idéia criança ainda: queria ser atriz. E nada
me tirava da cabeça. Nunca tive essa dúvida que todo
mundo tem, “o que eu vou fazer”? Esse dilema das
pessoas eu nunca entendi, porque nunca passei por
isso.
EV Meu pai apoiou totalmente, a mim e ao meu irmão
[formado em música, também na UFRGS]. A partir do
momento em que a gente escolheu, ele disse: “Então,
vão a fundo nisso. Vocês sabem que é uma profissão
não convencional e que vocês vão ter que batalhar
muito”. Vivendo a profissão, a gente percebe. Não tem
uma estabilidade o tempo inteiro. É difícil viver da arte.
EV Sim, fui para Porto Alegre para cursar a UFRGS.
Minha irmã e meu irmão já estavam lá, e fui morar com
eles. Em Nova Prata não tinha curso de teatro, mas eu
fazia tudo que era relacionado à arte. Fazia balé, coral,
flauta doce, piano, inglês também. Todo esse aparato,
tudo que se podia fazer, eu fazia lá.
[mag] A decisão foi bem aceita pela família?
[mag] A mudança para Porto Alegre aconteceu
naturalmente?
TRENDLINE[MAG] . ANO . 0112
Aos 24 anos, Elisa Volpatto já é uma
afirmação na cena cultural brasileira.
O talento e a sagacidade da atriz
devem fazer de «Mulher de Fases»
o primeiro de muitos outros
trabalhos de grande destaque.
FOTO FÁBIO REBELO
A participação no Centro de Tradições Gaúchas, o CTG, integra as atividades da família Volpatto.
Na foto, Elisa, então com quatro anos, posa ao lado da irmã, Marina.
TRENDLINE[MAG] . ANO . 0114
Teatro fui fazer na faculdade. Piano... Se bem que fiz só
um ano de piano, meio que abandonei. [risos].
EV Sempre pensei em fazer outras coisas “também”.
Ser atriz e também fazer alguma outra coisa. Se não
fosse atriz, acho que seria cantora ou bailarina. Isso
meio que anda junto... Cantei muito tempo em CTG
(Centro de Tradições Gaúchas), fiz coral, aula de
técnica vocal, investi na coisa do canto. E dançava,
danço jazz até hoje.
EV Tenho muitas saudades. É uma das coisas mais
lindas que já vivi. Meu irmão tocava, minha irmã
dançava e eu cantava. Íamos para os concursos, as
invernadas, os festivais internacionais de folclore.
Conhecemos gente de todo canto. Fazia tertúlia, um
declamava, outro cantava, alguém dava uma trova, era
riquíssimo! Passávamos noites ao redor do fogo de
chão. E os meus pais acompanhavam muito. Dos doze
aos dezessete anos participei disso, e tem valores que
eu levo que vieram do CTG.
[mag] Uma pergunta clichê, então. Se você não fosse
atriz...?
[mag] Fale mais sobre o CTG.
[mag] Por exemplo?
[mag] Você está há sete meses em São Paulo [a
entrevista foi feita em abril]. Como é olhar para Nova
Prata e Porto Alegre daqui?
EV
também tem no teatro, mas no CTG é uma coisa muito
bonita, um trabalho voluntário, porque ninguém ganha
nada para estar lá. Tu vais dançar, tem ensaio. O CTG
promove um churrasco? Vão todos os pais ajudarem a
servir, a fazer a comida. E isso não existe mais hoje. As
pessoas fazem uma coisa em troca de outra. E isso é
uma coisa que perdura em todos os CTGs. Tem gente
que nem acredita que as pessoas façam isso.
EV Tenho muito carinho por Nova Prata e Porto Alegre,
são os lugares onde eu me fiz e onde tenho todas as
minhas referências. Hoje não teria como viver lá por
causa do meu trabalho, mas olho com respeito e com
carinho.Nova Prata é uma cidade linda, do interior.
Acho linda a maneira como as pessoas vivem lá,
conseguem comer coisas orgânicas, coisas até que
plantam nas suas casas. Minha avó planta alface até
hoje. Eles vivem uma vida tranquila, não têm pressa
para chegar nos lugares. E chegam rápido, se precisar.
A coisa da comunidade, do trabalho em grupo. Que
FOTO ARQUIVO PESSOAL
TRENDLINEMAG . NO . 03 15
[mag] E como você se sente enquanto gaúcha vivendo
em São Paulo?
EV
coisa parecida com São Paulo. E o italiano ainda mais.
“Il lavoro” é uma dignidade. Nunca tive preguiça de
trabalhar. Sempre fui atrás. E, com a educação que tive
em Nova Prata, se eu nem passasse por Porto Alegre,
já me sentiria com coragem e apta para vir para São
Paulo. Nunca me faltou nada, mas sempre soubemos
muito bem o valor das coisas. Essa visão de que temos
as coisas porque a gente trabalha.
Tenho a lembrança da minha mãe falando, quando a
gente voltava da praia, das férias: “Agora, é trabalhar de
novo! É recuperar!” Tive uma educação muito linda em
Nova Prata. Essa coisa da cidade pequena, todo
mundo se conhece. É uma visão muito bonita.
Quando cheguei em Porto Alegre, já senti um pouco a
frieza da grande cidade, onde as pessoas são mais
anônimas.
E, aqui em São Paulo, mais ainda. Mas acho muito bom
levar isso na essência, porque conheço pessoas que
não tiveram esse tipo de educação e levam a vida de
outra maneira, são mais duras.
O gaúcho tem muito uma cultura de trabalhar, uma
[mag] Conta um pouco dos primeiros tempos por
aqui...
[mag] O Zé Simão [colunista da Folha de S. Paulo] é
que diz, o bom de São Paulo é ter três mil coisas para
fazer, mas ficar em casa...
EV
cidade que oprime um pouco, é muito grande, muita
gente, muitas coisas acontecendo. Tu ficas um pouco
assim “o que estou fazendo aqui?”. Isso foi no começo,
até eu entender bem onde estava, a geografia, que
ônibus pegar. Depois, estabilizou, comecei a conhecer
mais pessoas, o que me deixou mais tranquila, me
senti mais acolhida. E, hoje em dia, já é o meu lugar.
Gosto de voltar para cá. Porto Alegre já não é mais o
meu lugar. Foi, mas por um momento bem específico.
E foi muito legal. Mas, agora, é aqui. Tem a dificuldade
de tudo levar mais tempo para chegar nos lugares, tu
precisas te programar com uma hora de antecedência,
ou mais, e tem o trânsito.
Sem falar na coisa da programação cultural, está
sempre acontecendo muita coisa. E isso me dá uma
ansiedade! Fico louca, tão ansiosa, que eu paraliso, e
não faço nada às vezes.
EV Realmente fico ansiosa, tu ficas querendo ver tudo,
mas tu não vais ver nem a metade! Claro, ao mesmo
tempo, isso é maravilhoso! Ter a opção de ir a todas
essas coisas. Porque algumas só chegam a São Paulo,
ou chegam primeiro a São Paulo.
Acho fantástico estar na cidade onde tudo está
acontecendo, a teu alcance. Sempre quis vir para São
Paulo, a ideia era fazer isso logo que terminasse a
faculdade, em busca de oportunidades melhores. Mas
“Mulher de Fases” surgiu logo depois que me formei,
em agosto de 2009. Primeiro, surgiram os testes, e deu
tudo certo. A partir disso, tinha que fazer toda a
preparação, e as gravações seriam de janeiro a abril de
2010. Então, fiquei em Porto Alegre até terminar a série.
EV É uma co-produção com a Casa de Cinema. O
financiamento vem da HBO, mas a Casa de Cinema
montou a equipe.
Além de ser a primeira vez fora de Rio e São Paulo, é a
primeira vez que investem numa comédia. Queriam
inicialmente lançar no final de 2010, mas tinha eleições,
Copa do Mundo.
Eles acharam que seria perigoso lançar com tantas
outras informações circulando. E aí resolveram lançar
no primeiro semestre de 2011.
Logo que cheguei, senti um pouco de vazio. É uma
[mag] Vamos falar um pouco sobre a série.
O balé foi uma das atividades artísticas de Elisa.
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TRENDLINE[MAG] . ANO . 0116
[mag] Não é estranho ver o trabalho no ar tanto tempo
depois de gravado?
[mag] Os atores são todos gaúchos?
[mag] Houve alguma preocupação em padronizar de
alguma forma o jeito de falar de vocês?
[mag] Já não se percebe muito o gauchês quando
você fala...
EV
gente gravou. Vivemos muitas coisas depois disso.
EV Tem atores gaúchos, daqui de São Paulo e do Rio
de Janeiro. A maioria vem do teatro, e é um pessoal
muito talentoso. Acho que um dos trunfos da série é
que não tem ninguém global, ninguém conhecido. Tem
atores incríveis, novos rostos.
EV Foi mesmo uma misturança de sotaques! Mas não
teve essa preocupação de universalizar.
Eu usei “você”, mas porque ficaria um pouco estranho,
quase todo mundo falando “você”, e a personagem
principal falando aquele “tu” meio gritado. Foi opção
minha, ninguém me impôs.
EV É que não gosto muito quando vejo uma coisa que
não está localizada em Porto Alegre, ou no Sul, em que
grita muito aquele sotaque. Isso porque, em tese, a
história é universal.
Amenizei um pouco, porque também não gostaria de
fazer uma coisa que não gosto de ver.
Para a gente é muito louco, porque faz um ano que a
[mag] Qual a técnica para tirar essa nossa oscilação da
fala?
[mag] E na interpretação, é ainda mais fácil?
[mag] Isso é uma vantagem profissional?
[mag] No “making of” da série, um integrante da
equipe de produção comenta sobre a personagem
principal, que assume diferentes personalidades a
partir da personalidade original dela. Como vocês
chegavam a gravar cenas de três episódios no mesmo
dia, ele se impressionou muito com as mudanças que
você fazia como intérprete. Era sossegado fazer isso?
EV
Eu não tento falar que nem paulista. O “bá” eu falo
sempre. Aí, eu me denuncio. [Risos.]
EV Vai ao natural. O fato de estar interpretando outra
pessoa facilita. Para mim, não é uma dificuldade
eliminar o sotaque. Tenho amigos atores que estão
tendo mais dificuldade, estão se policiando muito. E eu
não tenho sentido isso. Às vezes, me falam que nem
parece que sou gaúcha.
EV Totalmente. Quero me policiar para não deixar isso
[o sotaque] me atrapalhar.
EV Não, é difícil. Requer uma energia. Como a Graça se
modificava também de acordo com os caras com
quem se envolvia, eu tinha que estar muito atenta ao
que cada ator propunha, para fazer a mudança de
acordo com eles. E a gente não teve tanto tempo de
ensaio, então essa criação meio que aconteceu
durante a filmagem.
Tu sabes que eu acho natural? Não é um problema.
O irmão Lucas fazia parceria com Elisa nas apresentações artísticas durante os festivais tradicionalistas.
FOTOS ARQUIVO PESSOAL
É claro que a mudança física ajuda muito a dar essas
nuances. Roupa, cabelo, maquiagem. Mas era um
trabalho diário de muita concentração. E a gente
realmente filmava cenas de três episódios diferentes
no mesmo dia. Isso é coisa de cronograma, não tem o
que fazer. Tem que ser feito.
EV É o maior projeto de que já participei. Quando caiu a
ficha, comecei a perceber que tinha muitas pessoas,
muito dinheiro envolvido. E aí pensei: e se acontecer
alguma coisa, se eu ficar louca, ou se me der alguma
coisa, algum “tilt”? Logo falei com a produtora, para ela
ficar a par dessa minha preocupação. Isso foi antes de
começarem as filmagens. Ela disse: “Tu vais ter tudo o
que precisares.” Mas, realmente, meu trabalho é uma
coisa antes e uma coisa depois de “Mulher de Fases”.
Porque nem estreou e já surgiu um monte de coisa
legal [a série estreou três dias depois da entrevista]. De
alguma maneira, vai mudar. Muita gente vai ter acesso
ao meu trabalho, é uma projeção grande.
EV Olha, se eu estiver trabalhando num filme micro ou
numa série da HBO, a minha postura vai ser a mesma.
É trabalho igual. E, vale falar, é uma coisa que vem dos
meus pais. É da educação, são as minhas referências.
EV Fico um pouco ansiosa. Já estou. Fico pensando no
próximo trabalho que quero fazer. Gostaria de fazer
cinema, um longa, coisa que não fiz ainda. E adoro
cinema brasileiro.
EV Espero trabalhar muito. Estou num momento de
mostrar a cara, mostrar meu trabalho. Por isso também
é que vim para São Paulo. Aqui o ritmo é alucinado,
todo mundo tem um objetivo, e era o que eu queria.
Não quero passar a vida inteira em São Paulo, mas
agora é o melhor lugar em que eu poderia estar no
Brasil. Quero trabalhar com diretores legais e, por mais
que possa soar arrogante, quero poder escolher os
trabalhos que quero fazer. Quero poder recusar uma
coisa que eu ache que não vá acrescentar à minha
carreira. Espero realmente sempre poder escolher
projetos bacanas e coisas que valham a pena.
[mag] E quando caiu a ficha de ser protagonista de
uma série exibida na América Latina inteira?
[mag] A impressão é que você não sente o peso da
camisa...
[mag] Nesse momento, você está justamente
degustando esse processo de mudança na sua
estatura como atriz. Como você se sente?
[mag] Vamos fazer uma projeção. Para daqui a três
meses, quando a revista estiver na rua e a série estiver
terminando, e também para daqui a um ano. O que
você vê em termos de carreira?
TRENDLINEMAG . NO . 03 17
FOTOS ARQUIVO PESSOAL
MERCADOS / MARKET ANATOMY
Por Jarbas Gambogi*mercadoemquatrodimensoes.blogspot.com* Diretor de mercado de capitais em diversos bancos de investimentos; Diretor de Finanças Internacionais da FIESP em 1999; atualmente Gestor Independente de Carteiras registrado na CVM.
Tem tudo para dar um samba um pouco desafinado. A China terápela frente sérios problemas: um grande volume de empréstimos inadimplentes, bolha imobiliária e uma crescente insatisfaçãosocial. Enquanto o País mais capitalista dentre os comunistas tenta desenvolver seu mercado interno, deverá desafinar um tanto.
A economia do Dragão e o mercado do samba
Quem agradece (ou reclama) sobre a invasão dos
manufaturados chineses no comércio global está,
mesmo sem saber, falando da obra de Deng Xiaoping,
sucessor de Mao Tsé-Tung. Afinal, foi ele quem iniciou a
transformação da economia chinesa, fortemente
centralizada até o fim da década de 70, em um modelo
aberto às regras de mercado, mas que ainda se
mantém sob rígida supervisão estatal.
A estratégia de crescimento baseada em incentivos e
subsídios à industrialização e em um modelo
mercantilista elevou a China ao patamar de
superpotência econômica. Em 2010 o país se tornou a
segunda maior economia do mundo. Porém, por trás
de números reluzentes, o DNA da China é marcado por
instabilidades e convulsões sociais que acarretaram
um elevado custo para a sua população.
Os 1,3 bilhões de chineses que habitam a Terra do
Dragão formam uma colcha de retalhos étnicos. A etnia
dominante, Han, conhecida no Ocidente como os
chineses, é identificada na figura ao lado pela cor
marrom. Na região norte o idioma falado por essa etnia
é o mandarim, no sul o cantonês. Embora apresentem
a mesma escrita, a pronúncia é completamente
diferente. Os dialetos das outras etnias são
incompreensíveis para as demais.
O mapa ao lado também demonstra um item de
importante significado demográfico. A linha preta, que
corta a China de cima a baixo, demarca a isoieta. Ao
redor dela, se localizam os pontos de igual
precipitação de chuvas (15 polegadas).
A leste a chuva é mais abundante e ali se concentra
75% da população chinesa, em uma área que
corresponde à metade dos EUA. Está aí também a
pequena região agriculturável da China, país que
possui a segunda menor área arável per capita do
mundo (ganhando apenas do Japão). A oeste da
isoieta chove menos, o padrão de vida é muito baixo e a
presença da etnia Han é minoritária.
Os surtos de crescimento na China ocorrem nas
regiões próximas à costa, motivo de tensão social no
interior. Atualmente não tem sido diferente. A etnia Han
que habita o coração do país não tem colhido os
benefícios de seus pares da costa: não existem
programas de proteção social e o grau de insatisfação
é enorme.
TRENDLINE[MAG] . ANO . 0118
A isoieta, representada pela linha preta, não apenas demarca os pontos de igual distribuição dechuva, mas também pontua as áreas de maior concentração da população chinesa.
STRATFOR CONSULTORIA
Ciente de que os períodos de crescimento econômico
sempre geraram tensões sociais, Mao Tsé-Tung, com o
emprego do sedutor discurso do igualitarismo, optou
pelo nivelamento da riqueza por baixo, ou seja, pela
pobreza como maneira de reunificar um país
fragmentado após a II Guerra. Seu sucessor, Deng
Xiaoping, apostou no sentido inverso, opção que tem
sido mantida até os dias atuais. O forte crescimento
chinês, desde então, tem sido ancorado em
investimentos massivos de capital bruto. Se no PIB
brasileiro esse item raramente passa de 20%, na China
tem sido mantido acima de 35%. Atualmente gira em
torno de 50%.
Esse alto valor de investimento ainda é reflexo da crise
mundial de 2007/8, quando o governo chinês adotou
uma política fiscal pró-ativa, uma política monetária
frouxa, um pacote de estímulo econômico de quase U$
600 bilhões para estimular o consumo doméstico, um
pacote de redução de impostos em torno de U$ 75
bilhões e determinou aos bancos que abrissem as
comportas do crédito.
Após uma breve pausa no 1º trimestre de 2010,
quando a taxa de crescimento caiu para 6,2%, as
medidas implementadas resultaram no retorno da taxa
de dois dígitos um ano mais tarde. O que esses dados
não mostram, contudo, é a dependência da economia
chinesa em relação ao comércio exterior. Cerca de
60% do PIB chinês depende do comércio global – no
Brasil e nos EUA esse percentual é de pouco mais de
20%.
Os suntuosos investimentos, oriundos do pacote de
re-estímulo, trouxeram consigo um número
preocupante de empréstimos problemáticos (NPL´s –
non performing loans), resultante da opção adotada
após a crise em 2007/8. Há muita controvérsia sobre o
tamanho da encrenca, entretanto diversas fontes
indicam que o percentual não é distante do atingido no
final da década de 90, quando os NPL´s chineses
atingiram cerca de 50% do total dos empréstimos e
40% do PIB chinês. A crise foi evitada com subsídios ao
setor bancário.
Hoje, o quadro da economia mundial é muito diferente.
A economia chinesa cresceu e é a segunda maior do
planeta, e seus problemas aumentaram na mesma
proporção, de maneira que será difícil esperar que a
solução dos anos 90 obtenha o mesmo êxito. Para
piorar, a purgação dos excessos deve pegar os
Tesouros com as calças na mão, já sem bala na agulha
para novos pacotes de salvação. Uma nova recessão
mundial seria consequência natural, bem como a
permanência de perspectivas negativas para a
economia mundial por um longo período.
Sensível aos problemas citados, o governo chinês
planeja a transição do modelo mercantilista para outro
mais dependente do consumo interno. Contudo, para
que haja a transição do modelo será necessário retirar
os subsídios concedidos aos bancos e ao setor
industrial e transferir renda para as famílias.
Um futuro aumento do nível de consumo no mercado
interno da China seria muito benéfico para o Brasil. A
China já é uma grande parceira comercial, sobretudo
na importação de alimentos e produtos in natura, e a
ampliação do mercado consumidor dentro do País do
Dragão deverá impulsionar ainda mais os nossos
números, quem sabe evoluindo para bens com maior
valor agregado. Esta é a notícia boa, mas ela se situa
distante no tempo e a transição do modelo poderá não
ser suave.
A notícia ruim é que dificilmente a China escapará de
uma recessão antes de completada a transição do
modelo exportador para o consumidor.
TRENDLINEMAG . NO . 03 19
Acima, Ordos, a cidade projetada para um milhão de habitantes que se encontra vazia. Abaixo, o New South China Mall: com 892 mil m² e 2.350 lojas, possui cerca de 90% do espaço sem ocupação.
FOTO MICHAEL CHRISTOPHER BROWN
FOTO CADRONEN
Quando uma empresa, entidade ou pessoa física quer
divulgar um produto, um evento ou uma ação logo
pensa em contratar uma assessoria de imprensa.
O que nem todos sabem é que nesse tipo de serviço
não existe fórmula mágica. Aliás, o assessor de
imprensa depende de tudo e de todos, desde o próprio
cliente - aquele que, pressupõe-se, deve fornecer
todas as condições para que o trabalho seja
desenvolvido satisfatoriamente, até o jornalista, de
redação, que se interesse pelo fato.
Jornalisticamente falando, dependemos da notícia,
sua relevância, riqueza de conteúdo e abrangência e
do jornalista em aceitar a sugestão de pauta. Assim,
criamos uma rede de relacionamentos onde a
confiança é o principal ingrediente. Apesar de não
sermos repórteres, detemos acesso direto a
informação e quando isso é levado a sério faz toda a
diferença. Com relações abertas, sem entraves, fica
muito mais fácil construir uma imagem positiva,
saudável, forte e duradoura. Por outro lado, empresas
fechadas, que não investem em relacionamento, são
sempre vistas com desconfiança.
E não basta comunicar, é preciso agregar valor à
informação. Se o conteúdo não fizer sentido para o
público alvo, então também não fará sentido manter
uma estratégia de comunicação na organização.
E como executar tudo isso? Técnica ou bom senso?
Inteligência ou perspicácia? Sensibilidade ou
padronização? Agilidade ou cautela? Diria que tudo
isso e um pouco mais, tal como, por exemplo, força
editorial.
E, claro, sorte. Muita sorte.
PAPO DE MÍDIA / COMUNICATE
Por Lucinara Masiero*lucinara@conceitocom.com.br* Asessora de Comunicação e diretora da Conceito.com
Você já trabalhou com um Assessor de Imprensa? Ele é o seucanal de contato com jornalistas que trabalham nas redaçõesdos sites, jornais, revistas, canais de televisão e emissoras derádio. É ele quem informa, direciona, sugere, instiga e responde para e sobre sua empresa perante os veículos de comunicação. Um trabalho nada fácil, mas que sempre pode ficar mais difícil.
Quando a pauta não «se vende»
Poderíamos elencar outras atitudes e comportamentos
que mesmo assim nunca chegaríamos a uma receita
pronta. É também por isso que o papel do assessor de
imprensa deixou de ser uma especialidade para se
tornar multifuncional. A rapidez da informação, as
novas necessidades, as mídias sociais, enfim, o
mundo mudou e junto com ele as formas de se
comunicar. Não basta redigir excelentes releases, é
preciso saber conquistar credibilidade, trabalhar no
acesso e preparar as fontes.
Muitas vezes também precisamos redigir releases
nada atrativos, sem novidade alguma. Nesta hora
sabemos que o retorno será mínimo. Nem tudo é
notícia, nem tudo rende uma bela reportagem. E ainda
tem quem diga que pauta se “vende” sozinha.
É preciso entender que mesmo que um jornalista
participe de uma coletiva ou faça uma entrevista isso
não significa que será algo publicado a respeito. O
objetivo estratégico não é simplesmente sair em algum
veículo de comunicação e sim divulgar corretamente
sua empresa ou seu produto ao público que interessa.
Boas notícias exigem, sim, estratégias. Ah, e, por favor,
chega de pedir para ler a matéria antes da publicação
ou ditar declarações ao jornalista. Cada macaco no seu
galho!
Vivemos cada dia gerenciando crises. E a primeira
coisa que as empresas fazem nessa hora é cortar
‘comunicação’. É preciso repensar o modo de ser e
agir, tarefa nada fácil, mas essencial. Hoje não há mais
tolerância. É preciso se adequar a esta nova realidade
para criar novas perspectivas e, quem sabe, maior
visibilidade, empreitada que não dispensa o assessor
de imprensa.
TRENDLINE[MAG] . ANO . 0120
Se você NÃO gosta de ler sobre
FofocaNovelas / BBBReleasesMaterial copiado da internetHoróscopoImprensa rosaImprensa marromSensacionalismoFait Divers
Então a TL[mag] é a sua revista.
Assinatura anual a partir de R$ 51,90
Se você gosta de ler sobre
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www.trendlinemag.com.br/assine
NÃO
Então a é a sua revista.TL[mag]
Acesse
Novalle, no Vale!
Uma boa ideia, em geral, é aquela tão óbvia, mas tão
óbvia, que somente é enxergada (e executada) por
alguém que enxerga mais longe.
E foi exatamente isso que fizeram as gurias da Módulo
Comunicação & Eventos, ao inaugurar, em pleno Vale
dos Vinhedos, Bento Gonçalves, um espaço
chiquérrimo para eventos: o Novalle.
O local conta com salão principal, com capacidade
para até 220 pessoas, acessibilidade completa,
lounge, deck envidraçado - com uma vista para o Vale
que é de chorar -, gazebo com pergolado para
cerimônias externas, espaço aberto para colocação de
toldos e cozinha estruturada para receber os buffets.
A sacada do espaço foi tão bem aceita na região que o
Novalle recém inaugurou e já está com agenda lotada
para o fim do ano, além de já ter reservas para eventos
sociais e corporativos em 2012 e 2013.
Para consul tar informações adicionais:
Fone: (54) 3055 4032www.espaconovalle.com.br
Por Redação Trendline [mag]redacao@trendlinemag.com.br
NOVOS NEGÓCIOS / BUSINESS TRENDS
TRENDLINE[MAG] . ANO . 0122
Vem aí o Empório São JoãoÉ sábado. Ou domingo. Em Nova Prata. E você acorda
tarde, louco para fazer um rango, e o único lugar aberto
para fazer uma boquinha é a «crássica» lancheria da
cidade, onde são servidos os melhores ovos em
conserva que o dinheiro pode comprar. Não mais!
No fim de julho abre o Empório São João. Misto de
bistrô, wine bar, armazém e atelier de artesanato,
pretende oferecer um lugar bacana para o happy hour
sagrado de nosso dia (com espumante, cervejas
especiais e artesanais) e também servir late brunchs e
pequenas refeições. Assim, você que acorda às 14h no
domingo, após um Moinho pegado, vai poder,
finalmente, almoçar sem precisar sair da cama às 11 da
madrugada.
Outros diferenciais: um armazém, que se dedica
exclusivamente aos produtos locais e regionais e o
atelier de artesanato. Coisa colonial MESMO.
Onde fica? Av Adolfo Schneider, 227 - Centro - Nova
Prata - RS - Fones: (54) 3242.1331 - (54) 9908.5160
FOTOS EVANDRO SOARES
TRENDLINEMAG . NO . 03 23
Por Redação Trendline [mag]redacao@trendlinemag.com.br
ANEXO / MISSING POINT
Complementando...
Na edição passada, fizemos uma bela matéria sobre
locais que oferecem degustação de cervejas
artesanais. Lamentavelmente deixamos de citar dois
lugares interessantíssimos, que com certeza valem
uma visita.
O primeiro deles é o Doppio Malto, em Bento
Gonçalves. Localizado no bairro Planalto, bem atrás
do Dall’Onder Grande Hotel, o pub conta com mais de
100 rótulos de cervejas artesanais, premium e
importadas e dispõe de um ambiente muito descolado.
Desde a inauguração, que ocorreu em abril, se tornou
um ponto disputado para degustação de produtos
especiais.
No cardápio, além das cervejas, petiscos, salgados e
trufas (para adoçar a vida). Visite:Rua 15 de Novembro, 122B. Planalto - Bento Gonçalves - RSFone: (54) 9917 6105www.doppiomalto.com.br
Outro pub bastante disputado da Serra Gaúcha,
especialista em cervejas especiais, é o Bier Haus Bar e
Armazém, de Caxias do Sul.
Localizado dentro do novo perímetro da boemia
caxiense, a cerca de 5 minutos do agito noturno da
Estação Férrea, no bairro São Pelegrino, o Bier Haus se
orgulha por oferecer um impressionante número de
rótulos de cerveja - cerca de 250 -, o que o coloca como
provável número um no Estado na variedade oferecida.
Além das boas brejas, o pub também conta com
apresentações regulares de música ao vivo, em
especial de rock e soul, sendo, inclusive, berço de
lançamento de muitas bandas de destaque da região -
a Banda Disco é o exemplo mais recente.
Passe por lá:Rua Tronca, 3068B. Rio Branco - Caxias do Sul - RS Fone: (54) 3221.6769 www.bierhaus.com.br
FOTOS SAMUEL RAMOS
Em casa, tudo sobcontrole
CAPA / FEATURED
Texto e fotos de Samuel Ramos*samuel@trendlinemag.com.br* Jornalista e editor da TL[mag]
Automação das residências cresce ao oferecer conforto, comodidade e segurança. Para todos os gostos.Então você chega em casa, cansado depois de um
dia de labuta no escritório, afinal depois que as
empresas adotaram a palavra meta como sinônimo de
EMPREGO, acabou a moleza e os dias de cafezinho
até às 18 horas ficaram para trás. Aí você entra na sua
residência, colocando a impressão digital na
fechadura da porta, e um oásis se revela: banheira de
hidro cheia - no ponto ideal -, climatização do ambiente
perfeita e persianas em meia luz. Tudo isso porque
enquanto seus amigos mordiam a testa de raiva com o
tráfego parado da hora do rush, você mandou um
comando via SMS, através do seu celular, para que a
sua casa estivesse pronta para tirar dos seus ombros a
meia tonelada acumulada durante o dia.
Parece interessante?
Pois é esse o maior apelo oferecido pelos serviços de
automação residencial: transformar a sua casa num
templo sagrado de adoração ao ócio, em que a simples
menção da palavra trabalho seja punida com sessões
de chibatadas, com bambu embaixo das unhas e trilha
sonora de música sertaneja.
Tamanha sofisticação e comodidade está ganhando
cada vez mais adeptos. E além de caber em diversos
tipos de bolso, também envolvem uma gama cada vez
mais complexa de possibilidades: vídeo, áudio,
climatização e iluminação já viraram commodity. Ou,
conforme resume Paulo Alves, gerente comercial da
Home & Tech, de Caxias do Sul, «Qualquer
equipamento que seja ligado na luz elétrica pode ser
automatizado. Se você acorda todo dia às 7 da manhã
e quer levantar com o café pronto e a torrada feita basta
criar uma programação para que isso aconteça».
TRENDLINE[MAG] . ANO . 0124
Paulo Alves, da Home & Tech.
Sistemas de controle de iluminação e de persianas
estão entre os mais populares, permitindo
regular cada ambiente de acordo com diferentes
cenários e necessidades.
E quanto custa abrincadeira?
Como em qualquer proposta comercial que envolva
um grande número de possibilidades, a resposta para
o investimento total da automatização é: depende.
Existem diferentes sistemas, que executam diferentes
tarefas e, obviamente, os preços acompanham o
alcance de cada um. O módulo mais simples, que
controla apenas a iluminação (até doze pontos), fica
na faixa dos R$ 3 mil, mais o custo do projeto (em torno
de R$ 2 mil). Já se você preferir colocar o controle das
persianas junto com o da luz a conta sobe para uns R$
7 mil + projeto.
Se você quiser a experiência completa, que envolve
automação de tomadas, acionamento de comandos
via internet/SMS ou telefonia, com controle total de
todas as funções da sua casa, prepare-se para investir
entre R$ 20 e R$ 70 mil.
O módulo mais completo possui muitos diferenciais,
que vão além da simples automatização em busca de
comodidade. Envolve opções de segurança, tais
como acionar as luzes da casa via SMS, trancar
determinados cômodos, avisar algum familiar se
houver movimentação estranha for detectada no pátio
e ainda obter relatórios completos de presença via
email.
«Você pode ganhar praticidade acionando
equipamentos domésticos que estejam ligados à luz
elétrica, mas também dispõe de importantes itens de
segurança. É possível monitorar o nível do monóxido
de carbono na garagem, o nível de água nos cômodos
- para prevenir inundações -, controlar o portão de
acesso através da leitura automática da placa do carro
e também programar a fechadura biométrica para
executar diferentes funções, de acordo com a
impressão digital lida» explica.
É possível, por exemplo, fazer com que ao passar um
dos dedos a porta seja aberta ao mesmo tempo em
que tranca o cômodo do cofre e aciona a polícia ou um
grupo que preste serviços de segurança. E também é
possível programar para que o outro dedo abra a
porta, ligue as luzes, baixe as persianas e ligue o som,
para os dias em que você chega bem acompanhado.
TRENDLINE[MAG] . ANO . 0126
O limite de combinações do sistema completo de
automação é realmente surpreendente. «Ele trabalha
com o que chamamos de pulsadores, tudo que
funcione com motor elétrico pode ser controlado»,
reitera. Câmeras de segurança, ar condicionado,
banheiras, calefação, cinema e som são apenas as
opções mais simples.
Os chamados pulsadores também podem funcionar
como sensores que programam atividades de acordo
com o horário ou através da identificação de
movimento nos cômodos. «Se o seu filho costuma
acordar à noite para ir ao banheiro, você programa o
sensor para ligar automaticamente as luzes que estão
no trajeto do quarto até o toalete. Assim que ele voltar
para a cama, as luzes apagam. Da mesma maneira,
você pode programar a cafeteira, a tostadeira ou a
máquina de pão para deixar o café da manhã pronto,
no horário desejado, e ao sair da cama encontrar tudo
pronto para começar o dia», resume.
E a conta de luz?
Com tanta coisa ligada na rede elétrica, a questão
direcionada ao Paulo foi: e a fatura da luz, sobe?
Segundo ele, não!
«Na verdade, monitoramos uma redução de até 30%
no consumo de energia dos projetos instalados.
Aconselhamos o uso de lâmpadas dicroicas e elas
automatizadas usam, em média, apenas 70% da sua
capacidade, e daí vem a economia», ensina.
Paulo também explica que nos projetos de automação
as lâmpadas são ligadas e desligadas de maneira
progressiva, fazendo com que tenham uma
durabilidade muito maior do que se estivessem
ligadas em uma delas por um interruptor comum, sem
o uso de um dimmer.
No caso dos módulos automatizados, o dimmer é
acionado de maneira suave, fazendo com que as
lâmpadas durem muito mais. Os sensores de
movimento também impedem que luzes acesas sejam
esquecidas em cômodos vazios.
Tá, mas e se faltar luz?
Nesse caso, o Paulo nos explicou que existem
condicionadores de energia que mantêm todo o
sistema de inteligência residencial funcionando
normalmente, pelo prazo de até 48 horas.
TRENDLINEMAG . NO . 03 27
Schumacher, um dos sócios
da RSW Abadessa, e o slogan
da marca.Abaixo, instalações
em Pareci Novo, RS.
INFORMAÇÕES DE CONTATO:
RSW ABADESSAwww.abade.com.br(51) 3026 6789
TRENDLINE[MAG] . ANO . 0128
Preços em queda, uso em ascenção
A tendência de opção por sistemas de automação
residencial, também conhecidos por ‘casas
inteligentes’, tem crescido no país na mesma
proporção em que os preços caem. «Nos últimos anos
registramos uma redução de cerca de 30% nos
produtos e módulos. A tendência é que continuem
caindo», avalia.
A evolução dos equipamentos também barateia o
preço da comodidade, visto que muitos deles já
dispensam obras no ambiente, pelo fato de virem sem
tantos fios, como eram os das primeiras gerações.
Com os preços em queda, abre-se o apetite para que
mais e mais residências invistam em tecnologias de
automação. «Nosso maior mercado hoje é o do
residencial, é o que mais cresce. E não só aqui no
Estado, de acordo com a Aureside (Associação
Brasileira de Automação Residencial), mais de 200 mil
casas passaram por algum tipo de instalação
automatizada no ano passado, número que com
certeza será superado em 2011", pondera.
E engana-se quem pensa que tudo se resume a
disponibilizar conforto e comodidade aos lares. «Há
quem busque comodidade, há quem busque status,
mas a maior motivação de quem nos procura é
sempre gastar menos com energia e também trazer
mais segurança para os seus familiares. Essas são as
duas maiores preocupações de nossos clientes»,
explica Paulo.
Quando perguntado sobre o que vem pela frente, e se,
enfim, viveremos a utopia Jetson em nossas casas,
Paulo diz que os avanços estão chegando: «A próxima
geração irá integrar a Internet aos refrigeradores e
televisores, além de permitir a troca de arquivos, tais
como áudio, vídeo e imagem. Aplicativos para
smartphones também já são uma realidade e à
medida que os preços forem melhorando, terão maior
alcance comercial».
Seja como for, a automação residencial e as casas
inteligentes chegaram para ficar. A única dúvida que
fica é quanto o preço cairá e que tipos de serviços
serão oferecidos.
A resposta a essas duas perguntas, em especial a
primeira, é que determinará o tamanho que esse
mercado atingirá.
Serra Gaucha 54 3242 1288 l Porto Alegre 51 3339 0008 l Litoral 51 3416 0800
TRENDLINE[MAG] . DEZ 2010 JAN/FEV 201122
VINHOS RECOMENDADOS 2011 / GOOD WINES
Texto e fotos de Samuel Ramossamuel@trendlinemag.com.br
Vinhos que a sua adegaMERECE
Você que cansou do vinho importado barato, daqueles que custam US$ 4 na fronteira - e chegam a R$ 30 na carta dos restaurantes -, pode expandir seu horizonte enófilo com as quatro indicações de vinhos gaúchos que separamos.
TRENDLINE[MAG] . ANO . 0136
Não é mais preciso ser um enófilo com ataques de
xenofobia para não concordar com o clichê "Não se faz
vinho bom no Brasil". No caso da nossa região, é
preciso admitir que a imensa maioria dos vinhos acaba
se rendendo à acidez da uva, ou então naufraga na
tentativa de amenizar a má qualidade através do uso de
açúcar, corretivos e aditivos (ação que deveria ser
proibida!). Porém, daí a afirmar que a Serra Gaúcha
não oferece bons vinhos é tratar injustamente aquelas
vinícolas que trabalham sério para desenvolver um
mercado legítimo de apreciadores. Temos, sim, bons
vinhos. Alguns tão bem construídos que só carecem de
melhores preços para tornar o consumo mais
frequente (a exemplo do que ocorre na Europa).
Porém, encontrar esses vinhos é uma tarefa complexa.
Com mais de mil vinícolas na região, identificar o crème
de la crème é algo que exigirá muito tempo, muita
grana e um fígado 5.0, totalflex tricombustível.
Foi para evitar esse trabalho todo que contatamos o
pessoal do Canta Maria, de Bento Gonçalves, nas
figuras de Emiliano Castaman e Ana Paula Bruscato,
em busca de indicações e novidades para melhorar a
nossa experiência enófila durante a corrente
temporada do rigoroso inverno gaúcho.
O contato foi procedente, visto que o Canta Maria,
assim como os demais restaurantes do Grupo Di
Paolo, realiza um trabalho consistente com vinhos da
região, oferecendo uma grande variedade de rótulos,
sem abusar dos preços (os vinhos oferecidos custam
praticamente o mesmo que você pagaria no varejo das
vinícolas).
Isso posto, vamos às indicações. A lista é sucinta, mas
não poderia ter ficado melhor.
Confira!
Emiliano e Ana Paula
TRENDLINEMAG . ANO01NO.01TRENDLINEMAG . ANO01NO.01
DAS RECÉM FUNDIDAS
GHELLER / MONTE AZURRO
[ACIMA], À ALMAÚNICA E À
VIAPIANA, HÁ UMA AMOSTRA
MUITO CONSISTENTE DE
VINHOS BEM CONSTRUÍDOS
DA REGIÃO DA SERRA
GAÚCHA.
FOTO DIVULGAÇÃO GHELLER MONTE AZURRO
22 TRENDLINE[MAG] . ANO . 0138
VitralVinícola: Gheller Monte AzurroOrigem: Guaporé - RSSafra: 2005Varietais: 50% Cabernet Sauvignon, 30% Merlot e 20% CarménèreProdução: 8.500 garrafasnumeradasBarrica: doze meses em carvalho francêsGraduação: 13%Faixa de preço: R$ 75
www.vinicolagheller.com.br
Teroldego Gran ReservaVinícola: Don GuerinoOrigem: Alto Feliz - RSSafra: 2007Varietais: 100% TeroldegoProdução: n.d.Barrica: quatorze mesesem barricas francesasGraduação:13%Faixa de preço: R$ 50
www.donguerino.com.br
Reserva SyrahVinícola: Almaúnica
Origem: Bento Gonçalves - RS
Safra: 2010Varietais: 100% Syrah
Produção: 7.900 garrafasnumeradas
Barrica: doze meses(50% carvalho
francês e 50% carvalhoamericano)
Graduação: 13,5%Faixa de preço: R$ 55
www.almaunicacom.br
Via 1986 MarselanVinícola: ViapianaOrigem: Flores da
Cunha - RSSafra: 2009
Varietais: 100% MarselanProdução: 3.500 garrafas
Barrica: dezoito meses emcarvalho americanoGraduação: 12,8%
Faixa de preço: n.d.
www.viapiana.com.br
Para finalizar, não podemos deixar de mencionar o
Suco de Uva Branco da Vistamontes. Produzido em
lote piloto, de apenas 850 garrafas, é uma grata
surpresa: leve, sem ser excessivamente doce e
extremamente saboroso, sobretudo se consumido na
temperatura certa - com um pouco de resfriação.
A experiência deu tão certo que no ano que vem o
produto entra, oficialmente, na linha da Vistamontes.
Sobre a indicação
Os quatro vinhos apontados foram provados por nós
informalmente. Não foram atribuídas notas,
vencedores ou rankings, tampouco foram feitas
anotações, o que significa que não promovemos uma
«avaliação» no sentido restrito e técnico da palavra.
Tratou-se muito mais de uma degustação, em que
trocamos percepções sobre cada um dos vinhos, não
nos preocupando em pontuar/ranquear os rótulos,
mas sim em absorver as diferenças entre cada um e
perceber as características de cada produtor.
O que tiramos de conclusão nessa experiência de
degustação, sempre bastante pessoal, é que os quatro
rótulos indicados ao lado apresentam vinhos de
personalidade bem definida, bem construídos e de
grande evolução: o Viapiana Marselan, uma hora
depois de aberto, viu o seu perfume inicial se
transformar em um um aroma sensacional; o Vitral, da
Gheller Monte Azurro, assim como o Teroldego, da
Don Guerino, abriu um paladar muito macio depois de
duas horas de «respiro» e o Almaúnica Syrah, o caçula
da amostra, possui taninos curtos, muito agradáveis.
O Vitral, por ser safra 2005, é o vinho de maior corpo
dentre os quatro degustados (e nos deixou curiosos
para provar o Cabanha e o Crepusculum, dois novos
rótulos da vinícola). Assim como os outros três ele deve
melhorar com mais alguns anos de guarda - isso para
quem conseguir não abrir. Em resumo, são vinhos
muito interessantes, e que merecem ser provados.
Canta Maria, em Bento Gonçalves
Suco de Uva BrancoVinícola: Vistamontes
Origem: Bento Gonçalves - RSSafra: 2010
Varietais: 100% Uva Niágara Branca
Produção: 850 garrafasFaixa de preço: R$ 7 (venda
exclusiva no Canta Maria)
www.vistamontes.com.br
TRENDLINEMAG . NO . 03 33
TURISMO / GO THERE
Texto e fotos de Samuel Ramos*samuel@trendlinemag.com.br* Jornalista, editor da TL[mag].
Saint Andrews, GramadoHotel de Gramado é o primeiroExclusive House do Brasil.
A caminho do Saint Andrews, não estranhe se os
habitantes locais da charmosa Gramado responderemqualquer pergunta sobre a localização do hotel com
um «Ah, você está procurando o castelo?».
É que o primeiro Exclusive House do Brasil instalou-se
seguindo esse conceito internacional de transformar
grandes e belas propriedades em hotéis exclusivos, a
exemplo do que ocorreu com diversos castelos da
Toscana.
E o casarão em que está o Saint Andrews, na Serra
Gaúcha, antiga residência de final de semana de uma
abonadíssima família de Novo Hamburgo, apesar de
ter sido construído no começo da década passada,
ganhou o direito de ser chamado de castelo pelos
moradores da cidade.
Durante as diversas horas que caminhamos pelo hotel,
a melhor definição do Saint Andrews veio através de
um relato de uma jovem hóspede.
De acordo com Miguel Becker, gerente de
hospedagem, o relato de uma menina de 14 anos
descreve a experiência: «Ela deixou escrito que a
semana que esteve aqui foi como passar férias em uma
mansão. Sentia como se estivesse invadindo a casa de
alguém muito rico e que estava vivendo como uma
milionária», enfatiza, com um sorriso.
E foi realmente assim que nos sentimos lá. Tão logo
cruzamos o portão do fim da Rua das Flores, dentro do
loteamento Vale do Bosque, nos sentimos como se
adentrássemos em uma das mansões do Tio Patinhas.
O pátio - com um gramado impecável -, o lago, as
fontes, gazebos, espaços de meditação, tudo conspira
para que nos joguemos em alguma das áreas externas
e esqueçamos da vida.
É impossível cruzar o vão da porta sem perder alguns
minutos observando a bela vista do Vale dos
Quilombos, que dá para a parte de trás do Saint
Andrews. Sobretudo se em um dos gazebos,
convenientemente transformado em casa de pães e
pizzas, estiver saindo o café da manhã ou o lanche da
tarde.
TRENDLINE[MAG] . ANO . 0134
NO SAINT ANDREWS, CADA
SUÍTE É UM MUNDO. SÃO
ONZE QUARTOS NO TOTAL,CADA UMA COM UMACARACTERÍSTICA PRÓPRIA.
O papel de antessala do pátio externo é um grande
complemento do que vemos ao pisar o mármore
marrom da entrada do hotel: ali o hóspede é recebido
por um mordomo (vestindo casaca, sim, c-a-s-a-c-a),
uma taça de champagne e um atencioso serviço de
concièrge.
A decoração é suntuosa: para onde você olha, percebe
o brilho dos lustres, que rivalizam com a beleza e a
textura da seda e do veludo que foram aplicados
através de papeis de parede ingleses: «Mandamos vir
da Europa esses materiais. Ao todo são 35 chandeliers
tchecos, que chegaram aqui desmontados. Os
técnicos levaram quase uma semana para colocar
todos no lugar», resume Miguel.
As demais peças do mobiliário e da decoração seguem
o mesmo padrão de luxo: uma grande parte são
móveis clássicos que foram replicados, outros foram
recuperados, e os objetos que adornam os ambientes
foram cuidadosamente garimpados ao longo de quase
2 anos.
A riqueza de detalhes é tão ampla que precisaríamos
de dias apenas para poder analisar cada peça e cada
ambiente: «Assumimos o prédio em 2009 e levamos
quase um ano e meio redecorando e reformando»,
explica.
Na contramão das vagas
Outra característica do Saint Andrews é o reduzido
número de habitações disponíveis: a proposta não é
para qualquer bolso. São apenas 11 suítes, cujas
diárias variam entre R$ 1.200 e R$ 3.800.
A opção por um número reduzido faz parte da
estratégia do hotel: «As grandes cadeias investem em
grandes prédios, com centenas de quartos. Nós
preferimos seguir um caminho diverso. Queremos que
os hóspedes se sintam em casa», avalia Miguel. E para
tirar a cara de hotel, nada de número na porta ou
cartões magnéticos na fechadura. «Não queremos que
a experiência que oferecemos lembre a de hotéis
convencionais. Mesmo quando estamos com a casa
cheia, chamamos cada um dos hóspedes pelo nome»,
enfatiza.
O padrão das suítes permite mesmo esse tipo de
conexão: todas oferecem um espaço amplo (a maior
tem mais de 120 m²), decoração única e muito, mas
muito luxo. Além disso, as variações da decoração de
cada suíte oferecem experiências diferentes: há desde
o quarto mais rock’n’ roll, até aquele de «menininha»,
típico para casais apaixonados.
Luxuoso restaurante do Saint Andrews, sob o comando da chef Marina Fontes, é uma das atrações
que também está aberta para não hóspedes (mediante reserva).
TRENDLINE[MAG] . ANO . 0136
Outro grande destaque do Saint Andrews é o
restaurante da casa. Com capacidade para até 33
comensais, e um menu de degustação completo (7
pratos) na faixa de R$ 260 por pessoa, oferece a
hóspedes (e não hóspedes, mediante reserva prévia)
uma verdadeira experiência gastronômica.
A chef Marina Fontes, sempre presente, muito
simpática e atenciosa, começa seu menu de
predominância mediterrânea a partir da escolha dos
ingredientes: «O que decide o cardápio é o que temos
de mais fresco no dia. Eu mesma mantenho uma
hortinha orgânica, aqui no hotel, para poder trabalhar
com alguns alimentos e temperos recém-colhidos»,
comenta.
Dentre as maravilhas preparadas pela chef, duas
especialidades provocam água na boca: o bacalhau
com cará e o sagu late harvest com sorbet de maracujá.
São absolutamente imperdíveis. E o menu completo,
de 7 pratos, é uma refeição mais do que completa (se
não estiver com MUITA fome, peça um menu reduzido,
pois a chef Marina não brinca em serviço e vai fazer
cada centavo dos seus R$ 260 valer a pena).
Para harmonizar as refeições, uma adega mais do que
completa está a um andar de distância, e ela inclui mais
de 250 rótulos, entre vinhos da região e importados,
tais como Barolos, Chiantis, Valpolicellas, Brunellos,
dentre outras maravilhas engarrafadas. A carta de
vinhos foi cuidadosamente preparada pelo sommelier
Gustavo Bertolucci. Na adega também são feitas
degustações para grupos fechados, sempre com
cardápio assinado pela chef Marina.
E se tanto ócio e comilança não for o suficiente para
relaxar, o Saint Andrews ainda oferece piscina térmica
e serviço de spa: há duas salas de massagens e sauna
úmida e seca.
Além disso, os hóspedes também podem solicitar
tratamentos faciais e corporais, terapias com pedras
quentes e aromaterapia, tudo incluso no menu do Day
Spa, que é realizado com cosméticos europeus da
conceituada grife Germaine de Capuccini.
Para finalizar, duas curiosidades sobre o Saint
Andrews. A primeira: seu nome é inspirado nos
castelos dessa região, na Escócia. E, a segunda: o seu
diretor, José Eduardo Guinle, comandou por décadas
o Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, luxuoso hotel
da praia de Copacabana que figura entre os mais
famosos do Brasil.
TRENDLINEMAG . NO . 03 37
A MAIOR SUÍTE, A PISCINA,
A ADEGA E O BACALHAU.
TUDO COM A CARA DO
SAINT ANDREWS.
As unhas são o novo foco do segmento de beleza.
E as mulheres estão adorando se atualizar na moda com
um investimento bem pequeno como o de um simples esmalte.
ESMALTEmania
ESMALTEmania
ESMALTEmania
ESMALTEmania
ESMALTEmania
ESMALTEmania
ESMALTEmania
ESMALTEmania
22 TRENDLINE[MAG] . ANO . 0138
QG DO ESTILO / STYLE
Por Quéli Giuriatti*twitter.com/quelig
*Jornalista e Professora de Moda
FOTO AGÊNCIA FOTOSITE / DIVULGAÇÃO
Você já reparou como as mulheres estão ligadas em
esmaltes hoje em dia? Não que anos atrás nós não
amássemos colorir as unhas, mas na verdade éramos
mais conservadoras. Era um tal de Renda pra cá,
Renda pra lá. O que havia de ousadia era um vermelho
misturado com marrom e nada mais.
Mas os tempos mudaram e as consumidoras
transformaram o momento manicure em uma
brincadeira de cor e efeito. Ficaram enterradas no
passado as combinações de cor entre mão e pé, os
tons de unha esbranquiçados e o medo de colorir as
unhas dos pés.
De olho nesse movimento, dezenas de marcas
nacionais de maquiagem passaram a lançar seus
próprios esmaltes. Até marcas de calçados entraram
nessa. E as empresas já tradicionais do ramo
passaram a realizar lançamentos periódicos a cada
temporada de moda, buscando sempre inovar, estar à
frente.
Quem saiu ganhando fomos nós, apaixonadas por
unhas coloridas, festivas. Eis aqui uma seleção de
novidades que, até o fim do inverno, irá deixar sua
manicure louquinha!
M.A.C.Sally Hansen
Risqué
A coleção Wonder Woman acaba de chegar ao Brasil e
é coisa de colecionador. As embalagens dos itens de
make estão incríveis. E não seria diferente com os
esmaltes. Dois Nail Lacquers lindos de morrer vão fazer
você se sentir superpoderosa mesmo. O vermelho
chama-se Obey Me e o azul navy Spirit of Truth. Cada
um custa, em média, R$ 52.
A linha Xtreme é lançamento
da marca diva de esmaltes
Sally Hansen.
Quem frequenta os free
shops da fronteira ou viaja
com frequência para a
Europa ou Estados Unidos já
conhece esses esmaltes, que
têm uma cobertura incrível e
duram um montão nas
unhas, além de serem
antialérgicos.
O valor varia de R$ 20 a R$ 40
no Brasil, dependendo da cor
e do acabamento.
Mas lá fora sai bem mais
barato e vale muito o
investimento!
O negócio da Risqué neste inverno é o rock. E a
lindíssima top model Isabeli Fontana é a curadora da
coleção chamada de Edição Especial Sweet Rock’n
Roll. São cores fortes, algumas com um brilho especial
e delicado, fazendo um contraponto bem feminino.
Isabeli escolheu com a equipe da Risqué as cores e
batizou os vidrinhos: royal, preto, roxo, prata, cinza e
um glitter furtacor belíssimo, Star, fazem parte da
linha.O valor médio de cada esmalte é de R$ 2,75.
22 TRENDLINE[MAG] . ANO . 0140
TRENDLINEMAG . NO . 03 41
Sancion AngelMundial Impala
Océane Femme
Neste inverno, a Sancion Angel aposta em cores
fechadas, mas sem deixar de lado o brilho, do qual a
consumidora brasileira, pelo visto, não abre mão.
Na linha Premium, os esmaltes Beatrix, Dorothy e
Neytiri – que fazem parte da coleção de holográficos da
marca –, apresentam tons voltados para o dourado,
azul-petróleo e o vermelho, todos com efeito 3D.
Já na coleção Flakies, os destaques ficam por conta
dos esmaltes Cassie, Evita e Sheila, que trazem verde,
vermelho e o azul com um apelo dark. O grande
diferencial desta última linha é a presença de flocos
irregulares, produzidos a partir de nanopartículas
banhadas em cristal líquido, que promovem diferentes
efeitos conforme a incidência da luz. O valor médio
deles é de R$ 10 cada.
A coleção de outono inverno Impala Novo 70 tem
cores com nomes ripongas, como Love Story, Paz e
Amor, Boca de Sino, Hippie Rua, Bata Rosa e Boho
Chic.
São oito tons que revelam a liberdade e a psicodelia
setentista, com frascos custando cerca de R$ 3,50,
para as cores cremosas e peroladas, e R$ 5,00, para as
coberturas flocadas.
Aliás, estas últimas contêm nanopartículas em
diferentes tamanhos banhadas em cristal líquido, o que
rende um efeito überbrilhante!
Já pensou em tirar o esmalte com um lenço? Ou
melhor, viajar e levar um removedor de esmalte que
não vai vazar na nécessaire?
Então você precisa conhecer os lenços Océane
Femme, verdadeiros achados. A novidade da marca
para esta temporada é a fragrância. Além da
praticidade, agora os lencinhos têm cheirinhos
gostosos – Strawberry e Acqua Breeze –, muito
distantes dos antigos esmaltes fortes. Há também uma
opção sem perfume. Todos disponíveis em
embalagens de 25 lencinhos removedores, com preço
médio de R$ 6.
Os imigrantes italianos chegaram às colônias e
ergueram suas casas seguindo preceitos de sua
bagagem cultural arquitetônica, ou seja: o projeto das
moradias procurava seguir habitações encontradas na
Itália, havendo, claro, a necessidade de adaptação aos
materiais e condições de construção disponíveis no
Brasil.
Assim, após a derrubada da mata, construíram as
primeiras casas, muito rudimentares, que mediam
cerca de 4,00m x 6,00m. Eram habitações de uma
porta e uma ou duas janelas, com telhados feitos com
tábuas lascadas, que depois de encaixadas davam
caimento à água da chuva.
A grande dimensão dos lotes rurais possibilitou que,
após o período inicial, as habitações melhorassem e
houvesse ampliações, envolvendo diversos cômodos,
com finalidades distintas. A cozinha e o banheiro, por
motivo de segurança e higiene, eram separados. A
partir de então, as casas da colônia transformaram-se
em um complexo que englobava, além do local de
moradia, as instalações onde se realizavam as
atividades cotidianas: estábulos, paióis, horta, tanque,
forno, chiqueiro, pomar, parreiral e roça. Isso
diferenciava as habitações daqui das italianas, porque
lá, na maior parte dos casos, as atividades eram
realizadas em uma única edificação.
O material mais abundante para a construção das
casas na Serra Gaúcha era a madeira, retirada das
matas que os imigrantes derrubavam para o plantio.
Acima, registro de como eram as primeiras casas
provisórias, feitas de taipa de mão.
Abaixo, a transformação da colônia Caxias em
cidade, processo que ocorreu com a
aproximação das propriedades.
Por Ângela Pomatti *angelapomatti@yahoo.com.br*Mestre em História das Sociedades Ibero-Americanas - PUC-RS.
ESPECIAL / A IMIGRAÇÃO, PARTE 2
22 TRENDLINE[MAG] . ANO . 0142
Na segunda parte da série sobre a imigração italiana na região daSerra Gaúcha, a historiadora Ângela Pomatti descreve as primeiras
habitações dos colonos, e como a evolução da arquitetura levou à construção das belas casas que ainda resistem ao tempo.
Das casinhas de madeira aos porões de pedra
Fotos via Daniela Ketzer Milano: «Uma vila operária na colônia italiana: o caso Galópolis (1906-1941)» / PUC R.Porto Alegre, 2010.
Na maioria dos casos, um desses quartos recebia a
função de despensa e nele era instalada também,
quando houvesse um sótão, a escada de acesso ao
mesmo. O alto da casa era um local livre e ventilado,
que podia ser utilizado para a secagem de cereais,
bem como para abrigar dormitórios dos filhos homens,
já que os dormitórios das filhas mulheres eram
localizados no primeiro pavimento, próximo ao quarto
dos pais, para facilitar a vigilância.
Com o passar do tempo e a transformação das áreas
rurais em cidades os estábulos, roças, galinheiros
deram espaço a construções de edifícios únicos, mais
próximos uns dos outros, mas que ainda guardavam
muitas das características arquitetônicas iniciais.
Disso podemos ter certeza ao observarmos a parte
mais antiga das nossas cidades.
Apesar de não dominarem amplamente a técnica da
construção em madeira, esta foi assimilada
rapidamente. A região da Serra era também rica em
basalto, o que originou um grande número de casas de
pedra, bem como moradias mistas, compostas de
porões de pedras irregulares e a parte superior de
madeira. O uso do basalto era familiar aos imigrantes,
visto que grande parte deles provinha da região do
Vêneto, onde esta técnica era comum.
Os materiais de construção eram preparados pelos
próprios colonos, devido ao difícil acesso aos centros
urbanos. O imigrante costumava cortar as tábuas,
talhar as pedras e produzir tijolos e telhas. Como a
região também é rica em barro, foram construídas
edificações com tijolos maciços, feitos inicialmente
manualmente e depois produzidos nas olarias das
colônias.
Nas primeiras habitações, a cozinha era separada da
casa principal e mais tarde era ligada a ela por uma
espécie de varanda, que juntava o local onde era feito o
fogo ao espaço em que os alimentos eram
consumidos. A primeira forma de preparar os
alimentos consistia no focolaro, que era uma caixa
retangular de terra batida e revestida de madeira, onde
era feito o fogo. No centro, uma panela era pendurada
por correntes. Ali era cozido o alimento.
Essa técnica trazia grande risco de incêndio e só após
a invenção do fogão a lenha, ou de chapa, é que a
cozinha passou a ser incorporada à casa principal. O
banheiro, por sua vez, por muitos anos permaneceu
afastado da moradia principal, pelo fato de não haver
sistemas de despejos de dejetos.
Havia também outros setores em que a casa era
dividida: o terreno irregular da Serra fazia com que
muitas habitações fossem construídas em declive,
permitindo que uma parte do porão ficasse semi-
enterrada. Este era o local utilizado para guardar
ferramentas e ali faziam e armazenavam vinho e
alimentos derivados da carne e do leite, pois se tratava
da área mais fria da casa.
O acesso à parte superior da habitação era feito, na
maior parte das vezes, por uma escada externa de
madeira ou de pedra e recebia a ala social e íntima da
casa, composta, geralmente, por um salão principal –
que servia para as festas familiares, bem como para os
velórios – e os quartos de dormir.
TRENDLINEMAG . NO . 03 43
Acima, casa de madeira elevada do solo pelo porão de
pedras, onde funcionavam a cantina e o quintal, em uma
das Colônias, entre1875 e 1900. Coleção Família Darsie.
Abaixo, residência composta por dois volumes:
casa principal e cozinha, unidas por varanda coberta
também chamada de tabique. Veranópolis .
AndréVejo há um bom tempo na entrada principal da cidade de Nova Prata uma placa com a seguinte frase: «Nova Prata, cidade cultura».
Cidade cultura? Tá de piada!
Cidade Cultura?
Tchê, quem é que foi o responsável por uma
barbaridade dessas, diria o mais "gauchão" de todos.
Onde é que está a cultura nessa terra?
Quem trabalha e é o responsável por ela?
Nova Prata cresce para todos os lados - seja em
numero de prédios e residências ou na economia. Nem
tanto no número de habitantes - que estagnou,
conforme o último censo do IBGE. Porém,
culturalmente, parece que anda para trás.
É a típica cidade do tinha.
Tinha uma feira anual? Tinha. Porém, uma provável
briga politica enterrou tudo, e a mostra nunca mais
aconteceu. Cidades vizinhas, algumas com menos de
3 mil habitantes, seguem realizando a cada dois anos
as suas feiras, com várias atividades culturais e de
visitação, mas por aqui, na "cidade cultura", nada.
Tinha um Festival Internacional de Folclore,
considerado o melhor da América Latina? Tinha. Parou
por quase cinco anos. A boa notícia é que será
retomado esse ano, e espero que possa continuar nos
próximos.
Seguindo a sina do tinha: aqui havia uma sala de
cinema. Hoje o prédio está caindo e ninguém nunca se
dedicou em lutar pela sua restauração. Propostas de
reativação do espaço caíram por terra diante do alto
valor (absurdamente irreal) que os donos queriam para
alugar/vender. Parece que preferem ver o belo prédio,
histórico, caindo aos pedaços.
Aqui tinha um carnaval de qualidade. Atualmente está
na mão de uma, duas ou três pessoas interessadas em
lucrar o máximo possível com isso e elas ainda tem o
apoio da Prefeitura Municipal.
Aqui tinha uma festa de São João, que é o padroeiro da
cidade, porém dias atrás me apavorei com a tal festa
junina, promovida junto ao largo da prefeitura: a
atração era uma lona gigante e a música era "tocada"
(=assassinada) por um grupo de bandinha de bailão,
sacrificando o real sentido das festas juninas. Para
piorar, toda a barulheira bem na frente do hospital (!!!!)
da cidade. Se houvesse alguém se recuperando nos
quartos de frente, deveria ter ido parar na UTI, tamanha
a fuzarca e a má qualidade das músicas.
Aqui tínhamos atividades de cultura regional, contudo
nem o rodeio acontece mais na cidade. Esses dias um
tradicionalista comentou comigo, em tom de
reclamação, que tiveram negativa do poder público
para bancar uma ajuda de custo de R$ 300, que visava
levar a bandeira de Nova Prata em uma cavalgada
importante na cidade de Vacaria.
O que nos resta é olhar para as cidades vizinhas e ver
shows, feiras, manifestações populares atraindo
turistas de outras localidades e regiões, que entram e
saem dos municípios, movimentando o comércio, o
setor de serviços, hotelaria, gastronomia e outros.
Menos mal que no setor de cultura jovem e de noite
temos quem cria e também quem copia. Isso faz com
que a noite cresça e se destaque cada vez mais na
região e no estado.
Já disse outra vez e repito: cultura e diversão são
investimentos e devem ser tratados de forma séria.
NOITE É CULTURA / !FKFK!
Por André Luis de Barros*twitter.com/Andreluisbarros* Empresário e Dj
TRENDLINE[MAG] . ANO . 0144
Julho é o e o
traz para você muitasatrações especiais.
Programe-se!
Mês Mundialdo Rock Moinho
02/07 - Super Tributos 002AC/DC Cover + André Luis
- Show Histórico, a
referência do rock progressivo nacional + Rafa Gasparini
30/07 - É férias, é Moinho!Master Groove + Aninha (Warung)
13/08 - Aguarde!
16/07Casa das Máquinas
contato@moinhopub.com.brwww.moinhopub.com.br
twitter.com/moinhopubfacebook.com/moinhopub
EM FORMA / GOOD LIVING
Por Maria Cristina Frazon Telles*mcritell@pressa.com.br* Personal Trainer, Pós Grad. em Fisiologia do Exercício – UGF/RJ
O frio chegou e sabemos muito bem o seu efeito em nossa “disposição”: ficamos muito mais aptos a passear e se enpanturrardo que com vontade e ânimo para ir à academia.
Não fique em casa porcausa do frio!
Para ajudar a manter o ritmo, atente para alguns
truques que ajudam bastante a continuar cuidando do
corpo e da saúde:
- Ao chegar do trabalho, troque de roupa e nem pense
em sentar! Coma alguma coisa (um sanduíche de pão
integral com frios e verduras vai muito bem) e vá direto
para a academia;
- Exercícios físicos e frio podem ser parceiros. É natural
sentir mais fome, então capriche nos treinos para
utilizar a energia extra ingerida nas refeições;
- Não gosta de musculação? Procure por alternativas
que ajudam a espantar o frio, tais como treinos
aeróbicos.
Caso tenha oportunidade, não deixe de experimentar
as aulas de “bike indoor”, uma ótima opção de
condicionamento físico e emagrecimento. Este
treinamento é muito agradável, e possui duração
média de 50 min. A pedalada é também uma atividade
que pode e deve ser adaptada para diferentes faixas
etárias e de condicionamento físico.
Mesmo para quem nunca praticou atividade física, a
bike é uma ótima opção para dar o primeiro passo
durante o frio do inverno gaúcho.
PersonalTrainer MusculaçãoPilatesGinástica Bike Indoor
Rua Pinheiro Machado, 770Galeria da SOAL, Veranópolis-RS
Fone: (54) 3441-7237
Não há como negar: sair de casa para ir malhar com
chuva, frio e serração é um exercício de superação
maior do que o de erguer pesos. Não há dúvidas de
que a vontade de se exercitar é muito maior nos dias
quentes, porém não podemos permitir que o frio bote a
perder todo o benefício que conseguimos no período
de calor.
É malhando duro no inverno que se chega ao verão
com tudo em cima. Não podemos esperar para
começar a treinar apenas depois de novembro, afinal
de contas, a nossa região nem é assim tão quente.
E por falar em região e frio, temos um agravante: a
culinária típica da Serra Gaúcha é rica em gorduras e
carboidratos. Junte a essa dieta, rica em calorias, uma
dose extra de preguiça e o resultado são quilos extras,
sedentarismo e moletons que deixam de servir.
É justamente por isso que é muito importante não fugir
da academia durante o inverno. Sem manter a rotina de
atividade física, você terá dificuldades extremas para
perder os quilos extras antes do próximo verão.
Não existe milagre, o melhor momento para preparar o
corpo é manter a regularidade de exercícios durante o
inverno.
"Cães não precisam de carros luxuosos, casas grandes ou de roupas chiques. Água e alimentos já são o bastante.
Um cachorro não liga se você é rico ou pobre. Esperto ou não. Inteligente ou não. Dê o seu coração e ele lhe dará o dele. De quantas pessoas podemos dizer o mesmo?"John Grogan
realização:
Todos os dias, o trabalho voluntário
incansável de associações de proteção
permite a sobrevivência de animais
inocentes, a maior parte abandonados pelo
descaso de seres que sequer merecem
serem chamados de humanos.
Você pode ajudar essas instituições e
tornar essa tarefa menos árdua
colaborando com ração, medicamentos,
cobertores, casinhas, roupinhas, material
de limpeza e até jornais velhos.
E se a sua casa anda meio vazia, sem
graça, você também pode praticar a
adoção consciente, garantindo um lar para
um desses muitos animais que precisam
de uma família para lhe dispensar carinho
e atenção.
Entre em contato, se engaje e ajude!
Em Caxias do Sul:
Soama - Central de Doações
Rua Marcílio Dias, atrás da Prefeitura.
Fone (54) 3025 5935
www.soama.org.br
Em Bento Gonçalves:
APABG | www.apabg.net
Em Nova Prata:
APANP | (54) 3242 1781Central de Doações: Supermercado Porta,
na Rua Borges de Medeiros
Em Veranópolis:
APAVE | (54) 3441 1268
IMPEDIMENTO / FUERADEJUEGO
por Luís Felipe dos Santos*www.impedimento.org* Jornalista e editor do Impedimento
A vez dosunderdogsDurante anos, os programas esportivos brasileiros
lamentaram as decadências do futebol carioca e do
futebol uruguaio, que tanto contribuíram para a
tradição do desporto na América Latina. Hoje, vemos o
Uruguai semifinalista da última copa, o Peñarol finalista
da Libertadores, o Flamengo e o Fluminense levando o
campeonato brasileiro - em sequência - e o Vasco
levando a Copa do Brasil.
O que mudou?
No futebol carioca, é possível dizer que houve um
avanço em relação à organização. O Flamengo, depois
de desconstituída a grande geração de Zico, teve
aportes financeiros gigantes devido à sua imensa
torcida e ao potencial de TV que possui - porém,
durante os anos 90, não soube aproveitar esse
potencial para se afirmar como o clube mais
importante do Brasil, ou ganhar títulos significativos.
Mesmo com dinheiro e atração suficientes para
contratar o melhor jogador do mundo na época -
Romário, em 1995 - o Flamengo de Kléber Leite era
uma bagunça, na qual a falta de comando imperava.
Com a gestão de Edmundo Santos Silva e a grana da
ISL, o Flamengo conseguiu construir um Centro de
Treinamento (CT) para tirar os jogadores da balbúrdia
diária da Gávea - o Fla-Barra - mas a falência da ISL por
questões de lavagem de dinheiro provocou um baque
gigante.
O Grêmio, também associado à parceira, se viu
mergulhado em dívidas impagáveis durante anos - o
mesmo aconteceu com o Flamengo, que inclusive
perdeu o seu CT na Barra devido a isso.
Após flertes constantes com o rebaixamento, como no
ano de 2004, o Flamengo se reorganizou através de um
investimento forte nas categorias de base. Mesmo sem
a organização necessária para um clube do seu
tamanho, o rubronegro passou a revelar - e vender -
jogadores de boa qualidade, e intercalar essas vendas
com contratações pontuais. Com Petkovic e Adriano
(formado no próprio clube e voltando da Europa) e
uma base de jogadores jovens e cumpridores (Juan,
Toró, Aírton, Willians, entre outros), o Flamengo levou o
Brasileiro de 2009.
TRENDLINE[MAG] . ANO . 0148
FOTO DIVULGAÇÃO
Com o Fluminense, a profissionalização do
departamento de futebol teve seus prós e contras - e os
prós foram vistos na vitória no Campeonato Brasileiro
de 2010. O clube passou a perder revelações com
grande frequência (os laterais Fábio e Rafael, que
foram ao Manchester United por preço de banana, e o
meia Thiago Neves são exemplos), porém o seu
orçamento do futebol, administrado por Roberto
Horcades e financiado pela Unimed, passou a ficar
alheio às vicissitudes de um clube com sérios
problemas estruturais e financeiros. Se é verdade que
as Laranjeiras são um local inadequado para um time
de futebol profissional atualmente - briga que levou à
demissão de Muricy Ramalho - também é verdade que
o clube tem dinheiro para manter nomes como Fred e
Conca, expoentes na conquista do últ imo
campeonato.
O Vasco, porém, avança mais em relação à
profissionalização. Após a queda para a segundona e a
troca da diretoria, o clube investiu em profissionais
para o futebol, como Rodrigo Caetano, e organizou-se
financeiramente para buscar mais investimentos e
atletas de maior qualidade, como Diego Souza e
Alecsandro. Intercalado com um bom aproveitamento
de jogadores da base, como Dedé, Fagner e Bernardo,
o trabalho tem se mostrado bem sucedido.
No Uruguai, a diferença entre a crise administrativa do
Peñarol dos últimos anos e o Peñarol finalista da
Libertadores está em um nome: Juan Pedro Damiani. O
economista, filho do 'El Contador' Damiani, ex-
presidente do clube que morreu aos 88 anos em 2007,
é um notório conquistador de fortunas no pequeno
país. Aproveitando a crise de transações financeiras na
Argentina no ínício da década passada, construiu um
pequeno império financeiro, através de um banco de
crédito que possibilita investimentos em empresas.
Essa sua habilidade somou-se à tolerância
política. O seu pai, 'El Contador', brigara com a
Federação, com a Tenfield (dona dos direitos de
TV) e com o dono da emissora, Paco Casal,
maior empresário do futebol uruguaio,
vinculado a sérios problemas com a Receita
Federal Uruguaia por lavagem de dinheiro. Ao
reatar laços com Casal, Damiani filho ganhou
três jogadores de presente: Carlos Bueno, Lolo
Estoyanoff e Rúben Olivera, ainda no ano de
2009. Com esses jogadores e sob o comando
de Diego Aguirre, o Peñarol voltou a ser
campeão uruguaio naquele ano - o que não
acontecia desde 2003.
Entre percalços, como a perda de revelações e
as eliminações precoces em competições
internacionais, Diego Aguirre, revelação como
treinador, voltou ao Peñarol. Aguirre, lenda do
clube desde o gol do título da Libertadores de
1987, é um treinador que sabe lidar com
jogadores jovens e tem comando suficiente
para apagar a arrogância de estrelas. Com isso,
conseguiu dar confiança ao jovem goleiro
Sosa, ao incipiente meia Martinuccio e à ex-
revelação do Rentistas, Matías Mier, três
expoentes do time finalista da Libertadores - e
ao mesmo tempo, colocar jogadores rodados
como Diego Alonso e Lolo Estoyanoff a esperar
por um lugar no time.
A reedição do protagonismo de times cariocas
e uruguaios não tem tanto a ver com
organizações de clubes e com futebol empresa.
Tem mais a ver com aproveitar boas
oportunidades com parcos recursos.
Esperamos que persista por muitos anos esse
retorno dos clubes tradicionais a lugares de
destaque no futebol mundial.
FOTO IURI MÜLLER
TRENDLINEMAG . NO . 03 49
TELEFONE VERMELHO / CRT
Por Marcos Beck Bohn** Jornalista, com Mestrado em Comunicação Transnacional e Mídia Global pelo Goldsmiths College, em Londres.
Sair de casa é perder tempo e dinheiro.
O CCB(Custo Cotidiano Brasil)
Falta pouco para as cinco da tarde. Escrevo em uma
lanchonete do aeroporto de Congonhas, em São
Paulo. Acabo de tomar um café espresso (razoável) e
um copo de água mineral, pelos quais paguei R$ 6,50.
Vim até aqui com o ônibus oferecido pelas companhias
aéreas aos passageiros que se deslocam de
Guarulhos a Congonhas, e vice-versa. O trajeto foi
pouco agradável. O motorista, provavelmente
preocupado em cumprir horário diante do trânsito
sempre intenso, guiou de forma bastante brusca. Os
menos de trinta quilômetros são cumpridos em uma
hora e cinco minutos.
Pousamos em Guarulhos por volta das duas da tarde.
Dentro do avião parado, os passageiros são
orientados a aguardar sentados o acoplamento do
túnel de desembarque, o que toma aproximadamente
dez minutos.
Durante o vôo, alguma turbulência retarda o serviço de
bordo. O sabor do suco servido lembra o gosto
químico de uma laranja artificial. Uma imitação da
imitação. A bolachinha crocante de ervas finas tem
aroma de manjericão, mas quando colocado em
excesso no molho ao pesto. Efetuado o desembarque,
as bagagens levam cerca de quinze minutos para
surgir nas esteiras. Com a posse de minha mala, e já
fora da área restrita do aeroporto, encontro facilidade
para sacar dinheiro e pôr créditos no celular.
Sem ter almoçado, mas igualmente sem fome para
uma refeição completa, opto por um lanche qualquer.
Meio sanduíche de peito de peru (ruim), um suco de
laranja (natural) e um café grande (bom) saem por R$
25.
Ainda em Porto Alegre, cheguei apressado ao Salgado
Filho. Feito o check-in e transposto o controle dos
pertences de mão, descubro-me surpreendentemente
adiantado.
O avião que efetuaria o voo até São Paulo está
atrasado.
Deixei São Leopoldo, dirigindo, às nove e vinte da
manhã. A idéia era estar com folga em Porto Alegre,
onde deixo o carro. O trânsito na BR-116, no entanto,
amplia a duração deste trecho da jornada. São onze
horas quando alcanço a capital. Desisto do café com
minha irmã, perco a carona e pulo no táxi que me leva
ao aeroporto – R$ 20,00.
Na sala de embarque, o inesperado tempo extra
sugeriu momento apropriado para o café que não
tomei. Antecipando a frugalidade do voo, peço
também alguma coisa para comer. Aposto e invisto
numa pequenina torrada de presunto e queijo. Mesmo
quente, o gosto é de pão de queijo amanhecido e frio. A
conta fica em R$ 8,00.
Custo parcial do dia: R$ 59,50.
No conjunto, esse itinerário de São Leopoldo a São
Paulo foi tranquilo. Fora um problema no Trensurb, que
pode ter provocado mais trânsito entre a Grande Porto
Alegre e a capital gaúcha, nada de extraordinário
aconteceu.
Levei oito horas para chegar ao destino.
Também me parece que não cometi exorbitâncias,
exceto talvez pelos muitos cafés. Mas tenho a sincera
impressão que, pelo pouco que consumi e pela
pequena distância que percorri, gastei tempo demais e
dinheiro demais.
Problema meu, é verdade.
Não estou reclamando, só quis comentar e dividir.
TRENDLINE[MAG] . ANO . 0150
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