Post on 27-Dec-2018
TOP SER HUMANO ABRH-RS 2016 - CATEGORIA ORGANIZAÇÃO
Responsável pelo Projeto: Patrícia Mesquita Fonseca Campos
Transformando Valores:
Resumo do trabalho
Introdução
O Programa Transformando Valores:de 0 a 100 — 0% de discriminação e 100% de inclusão
Objetivoseodesafiodamudançadeparadigma
Abuscadeconhecimento
Metodologiaeaçõesdeenvolvimentocomospúblicos
ResultadosdoProgramaTransformandoValores: de0a100—0%dediscriminaçãoe100%deinclusão
Conclusão
Bibliografia
1
2
6
6
7
12
23
27
29
1.
2.
3.
3.1
3.2
3.3
3.4
4.
5.
Índice
Resumo do trabalho
Este trabalho apresenta o Programa Transformando Valores: de 0 a 100 –
0% de discriminação e 100% de inclusão. Por meio dele, o Centro Clínico Gaúcho
transformou o conceito de atendimento à cota de PCDs (Pessoa com Deficiência)
— e cumprimento das exigências do Ministério do Trabalho — em um entendimento
mais amplo e coletivo da necessidade de inclusão pelo aspecto social e humano.
A partir da busca de referências, conhecimento e aprimoramento em diversas
empresas e instituições que implantaram programas semelhantes com sucesso
comprovado e reconhecido, e do desenvolvimento de uma equipe que compartilha
conhecimento, aprende com as diferenças e valoriza o talento individual e único de
cada pessoa, o Centro Clínico Gaúcho atualmente conta com 34 colaboradores com
deficiência, que estão distribuídos em praticamente todos os ambientes da empresa,
no gozo de todos os seus direitos e deveres.
Construído apoiado no diferencial de incluir e integrar familiares de colaboradores
com deficiência, para que estes conhecessem o ambiente de trabalho, colegas e equipe
que fazem parte do dia a dia desses colaboradores, o Programa vem possibilitando
a quebra de paradigmas e a consolidação de atuação como empresa humanizada,
cada vez mais consciente de seu papel e de seus valores de respeito e valorização
do ser humano, como será demonstrado aqui.
1
1
Introdução
O Centro Clínico Gaúcho é uma operadora de planos de saúde com 25 anos
de atuação no mercado gaúcho. Concebido por um grupo de profissionais com vasta
experiência na prestação de serviços de saúde, o Centro Clínico Gaúcho iniciou suas
atividades no município de Canoas, vizinho a Porto Alegre, onde nasceu fortemente
identificado com a comunidade local, então carente de qualidade na área de assistência
médica e odontológica.
Com a Missão de “Preservar a saúde e a qualidade de vida das pessoas a
partir de um atendimento profissional, ético, humano e personalizado”, o Centro Clínico
Gaúcho logo se expandiu pela região metropolitana de Porto Alegre, inaugurando
centrais nas cidades de Gravataí, Viamão, Guaíba, São Leopoldo, Alvorada e
Cachoeirinha. Apoiado nos valores de compromisso com o usuário, ética nos negócios,
educação e formação de pessoas, disposição e energia positiva, responsabilidade
social, respeito e valorização do ser humano, responsabilidade pelos resultados,
transparência e qualidade de produtos e serviços, a empresa chegou a Porto Alegre
em 1995 e atualmente é um grupo com 19 unidades em todo o Rio Grande do Sul.
Ao longo desses 25 anos de atuação como uma empresa que tem como visão
estratégica ser reconhecida como a melhor operadora de planos de saúde do Rio
Grande do Sul através da excelência em atendimento, processos e resultados, o
Centro Clínico Gaúcho tem muito presente para si a importância do papel das pessoas
na consecução de tal propósito.
E a área de Recursos Humanos tem responsabilidade fundamental nisso. É
a partir dela, e de seu papel estratégico de assumir desafios voltados à formação
2
2
dos indivíduos dentro das empresas, que se obterá como consequência um alto
desempenho para a organização. E, justamente por lidar com os indivíduos, a área
reflete, particularmente, um momento de transição da economia: o da migração para
um modelo de atuação mais humanizada por parte das empresas.
Essa atuação mais humanizada, onde os valores de um capitalismo consciente
demandam práticas de recursos humanos mais humanistas e inclusivas, representa,
segundo Sisodia, Wolf e Sheth (2015), a essência do respeito pelos indivíduos, assim
como os pilares da transparência, da formação de equipe e do empoderamento. Essas
são características que contextualizam o empregado como uma pessoa integral, em
vez de um componente de produção impessoal, onde a diversidade e o respeito são
demonstrados pelo incentivo da administração para que os colaboradores tenham
inclusão e participem das tomadas de decisões da empresa, independente da sua
função e de sua condição
O Brasil ainda precisa evoluir muito em relação à gestão da diversidade, e o
Centro Clínico Gaúcho entende que é seu papel fazer parte dessa conquista. Pessoas
com deficiências tiveram, ao longo da história, muitos direitos desrespeitados, em
decorrência da dificuldade de se alcançar a inclusão na sociedade. Como consequência,
muitas pessoas ficaram à margem, sem acesso a educação, profissionalização, e sem
garantias do direito de ir e vir. E vivendo assim, fatalmente foram banidos da atuação
profissional, fonte de renda que poderia permitir uma melhora em suas condições de
vida e autonomia.
Nesse sentido, a legislação vigente (Leis no 7.853/89, no 8.213/91 e no
13.146/15 e Decretos no 3.298/99 e no 7.617/11) determina que haja uma cota de
3
contratação de Pessoa com Deficiência (PCD) dentro do quadro das empresas. Pelo
fato, no entanto, de essas contratações acontecerem por força da lei, há inúmeros
fatores que podem gerar um pensamento equivocado de favor ou de caridade. E isso
certamente pode comprometer o desempenho profissional do colaborador, bem como
dificultar as relações interpessoais no ambiente de trabalho e consequentemente
prejudicar o processo de fidelização do colaborador com deficiência a essa empresa,
aumentando, neste caso, o turnover.
Segundo Carvalho-Freitas (2009), os estudos sobre a gestão da diversidade
enfocando especificamente PCDs apresentam três vertentes de dificuldade para inserir
e gerir o trabalho dessas pessoas: a maneira de os gestores encararem a deficiência,
a adequação de práticas de RH por parte das empresas, e a necessidade de avaliar
a satisfação das pessoas com deficiência inseridas no mercado.
Muitas fantasias relacionadas às dificuldades e comportamentos diferenciados
no trato com esses colaboradores são criadas nas relações profissionais, tanto
entre os colegas de trabalho como com a equipe de gestores responsáveis pelo
desenvolvimento profissional de todos os colaboradores de sua equipe, incluindo os
com deficiência.
No entanto, pessoas com deficiências podem exercer qualquer atividade
profissional, considerando apenas as limitações da deficiência que não são maiores
que a força das limitações de acessibilidade. Sendo oferecido um espaço e recursos
adequados, além de estimulação e valorização, podem contribuir — e contribuem —
de forma positiva e construtiva na atuação profissional.
4
Com relação ao Centro Clínico Gaúcho, a criação de um projeto para a inclusão
de PCDs teve início a partir de janeiro de 2015, com a implantação do Programa
Transformando Valores: de 0 a 100 — 0% de discriminação e 100% de inclusão das
pessoas portadoras de deficiência. Trata-se, além da questão de enfrentar os desafios
propostos acima, de uma quebra de paradigma e de uma mudança de cultura para o
Centro Clínico Gaúcho, que até então se preocupava principalmente em atingir as cotas
determinadas pelo Ministério do Trabalho. E nem sempre com sucesso, até mesmo
porque a empresa contrata principalmente médicos, onde é mais difícil a busca de
colaboradores PCDs. Ao mesmo tempo, a contratação de PCDs para outras funções
não poderia ocorrer simplesmente gerando um aumento insustentável da estrutura.
Buscando, portanto, transformar o conceito de atendimento à cota e cumprimento
das exigências do Ministério do Trabalho para o entendimento mais amplo e coletivo
da necessidade de inclusão pelo aspecto social e humano, e também observando
quão grande era a oportunidade de aprender e se desenvolver enquanto equipe de
trabalho que compartilha conhecimento, que aprende com as diferenças e valoriza
o talento individual e único de cada pessoa, é que se pode contextualizar o trabalho
apresentado aqui.
Trata-se, conforme será demonstrado, de um trabalho que envolveu a busca de
referências e de conhecimento em muitas empresas e instituições, e que demandou
a reestruturação completa decorrente de uma nova abordagem para a maneira com
que o Centro Clínico Gaúcho até então tratava a questão. Um trabalho construído
a partir do interesse em incluir e integrar inclusive familiares de colaboradores com
deficiência, para que estes conhecessem o ambiente de trabalho, colegas e equipe
que fazem parte do dia a dia desses colaboradores.
5
O Programa Transformando Valores:de 0 a 100 — 0% de discriminação e 100% de inclusão
Objetivos e o desafio da mudança de paradigma
O Programa Transformando Valores: de 0 a 100 — 0% de discriminação e 100% de
inclusão é um projeto inovador que começou a ser planejado em 2015, e envolveu grande
parte dos colaboradores da empresa. Por meio dele, o Centro Clínico Gaúcho realiza
o acolhimento, a integração e o acompanhamento de colaboradores com deficiência,
ampliando sua atuação dentro dos seus valores de respeito e valorização do ser
humano e, ao mesmo tempo, atendendo a legislação vigente do Ministério do Trabalho.
O Programa Transformando Valores: de 0 a 100 — 0% de discriminação e
100% de inclusão foi estabelecido com os seguintes objetivos:
• Gerar acolhimento não apenas dos profissionais, mas também dos seus
familiares, para que se sintam mais próximos do ambiente de trabalho, trazendo
tranquilidade e confiança;
• Aumento da satisfação dos colaboradores, para que se sintam incluídos na
empresa e na equipe da qual fazem parte;
• Busca de bons níveis de retenção entre os colaboradores PCDs, o que é um
importante desafio, na medida em que envolve a necessidade de manter os
colaboradores constantemente motivados e não se sentindo como se apenas
estivessem preenchendo uma cota por meio de favor.
3
3.1
6
• Reforçar em toda a empresa a importância do respeito à diferença, despertando
o espírito de equipe e a sensibilização do quadro de colaboradores.
Trata-se, fundamentalmente, de uma importante mudança de paradigma.
Nos últimos anos, em todo o mercado, vem crescendo o número de oferta de vagas
e de contratações de pessoas com deficiência. Contudo, a falta de informação dos
empregadores, a ausência de pessoal qualificado e o preconceito, seja por parte
dos gestores das empresas ou dos colegas de trabalho — inaptos a lidar com a
diversidade — são responsáveis por um sentimento de exclusão.
Para dar conta desses fatores, o Centro Clínico Gaúcho se viu, inicialmente,
desafiado a entender melhor o contexto específico no qual estava inserido. Tratando-se
de um projeto que representa uma mudança de cultura — deixar de ser uma empresa
que se preocupava em cumprir as cotas do Ministério do Trabalho para tornar-se uma
empresa que possibilita a verdadeira inclusão pelo aspecto social e humano —, ele
foi estabelecido e aperfeiçoado através de uma extensa busca de conhecimento em
instituições, empresas e entidades.
7
A busca de conhecimento
A concepção e o aprimoramento do Programa Transformando Valores: de 0
a 100 — 0% de discriminação e 100% de inclusão vêm envolvendo uma série de
iniciativas de busca de conhecimento e referências. O Centro Clínico Gaúcho, desse
modo, vem realizando Benchmarking nas seguintes instituições:
3.2
a) AMCHAM:
No dia 27/05/2015, profissionais
do Centro Clínico Gaúcho participaram
do encontro de RH no Amcham Business
Center, onde foi discutido o tema da
inclusão social e as maneiras como
as empresas estão lidando com a
questão da gestão da diversidade.
b) InBetta (Grupo Bettanin):
No dia 03/06/2015, profissionais
do Centro Clínico Gaúcho se reuniram
com a área de Recursos Humanos
do Grupo Bettanin para conhecer as
práticas ligadas ao projeto de inclusão
que a empresa realiza no setor industrial.
c) Escola Liberato:
Em 26 de junho de 2015 ocorreu, na Fundação Escola Técnica Liberato Salzano
Vieira da Cunha, no município de Novo Hamburgo, o IV Semináro de Acessibilidade
Liberato Inclusiva e o II Seminário de Esporte Acessível. O Centro Clínico Gaúcho,
representado pelos colaboradores Caroline da Silva Fernandes e Marcelo Nunes
Oliveira, estava presente no evento. O evento foi
de grande valia, pois trouxe atualizações e novos
conhecimentos sobre a questão de acessibilidade
de pessoas com deficiência.
8
d) SOUL:
No dia 25/08/15, os monitores de
acompanhamento e desenvolvimento de
colaboradores PCD’s do Centro Clínico Gaúcho
Maria Teresa Rodrigues e Marcos Lourenzon
estiveram presentes na empresa SOUL – Sociedade de Ônibus União Ltda, localizada em
Alvorada-RS. A SOUL apresentou um programa com o nome de Crescendo com as diferenças.
Atualmente, a empresa apresenta 66 colaboradores PCD´s. No encontro participou a
Gerente de RH Leticia e a Assistente Social responsável pelo programa Daiane Oliveira.
e) Freios Controil:
No dia 16/09/15, os monitores de acompanhamento e desenvolvimento de jovens
aprendizes e PCD’s do Centro Clínico Gaúcho Marcelo Oliveira e Marcos Miranda
Lourenzon estiveram presentes na empresa Freios Controil, localizada no município
de São Leopoldo/RS. O intuito da visita tinha como objetivo a troca de informações
sobre as atividades e programas desenvolvidos por ambas as empresas a respeito
dos colaboradores que possuem algum tipo de deficiência (PCD’s). A empresa Freios
Controil estava representada pela Sra. Bruna Borges, colaboradora do setor de Recursos
Humanos. Juntamente no encontro estava a Sra. Márcia Gonçalves, consultora
da empresa Desenvolver — Consultoria em Inclusão de Pessoas com Deficiência.
Ambas desenvolvem uma parceria para a seleção, treinamentos e acompanhamentos
das pessoas com deficiência que entram na Freios Controil. O projeto da Freios
Controil, desenvolvido desde 2011, é semelhante
ao do Centro Clínico Gaúcho, e portanto a troca
de informações serviu para ampliar ainda mais a
obtenção de conhecimento.
9
f) HERC:
Também no dia 16/09/15,
no turno da tarde, os monitores de
acompanhamento e desenvolvimento
colaboradores PCD’s do Centro Clínico
Gaúcho Maria Teresa Rodrigues e
Larissa Nunes estiveram presentes
na empresa HERC — Indústria de
Plásticos localizada em Porto Alegre,
para a troca de informações sobre as atividades e programas desenvolvidos por
ambas as empresas.
A empresa HERC apresentou o programa De Braços Abertos, reconhecido
pelo Top ser Humano da ABRH-RS. No encontro, participaram outras empresas que
relatavam suas experiências em contratações e ações de desenvolvimento, e também
foram apresentados os profissionais com deficiência da HERC, que expuseram um
emocionante relato de vida, como também do tempo de empresa e de como desenvolvem
suas funções. Tal apresentação serviu de base para ação implantada pelo Centro
Clínico Gaúcho de exposição
em vídeo de depoimentos de
colaboradores, demonstrada
mais adiante neste case.
10
g) UFRGS:
No dia 26/09/15, profissionais do Centro Clínico Gaúcho participaram de uma
apresentação e treinamento do projeto SolAssist. Esse projeto visa expor, através
de uma biblioteca virtual de soluções assistidas, meios para que uma pessoa com
deficiência possa desempenhar o seu trabalho minimizando ou eliminando dificuldades
encontradas com relação aos meios físicos (rampas, calçadas, móveis) e aparelhos
eletroeletrônicos.
Trata-se de um projeto elaborado pelo grupo TEIAS — Tecnologias em Educação
para Inclusão e Aprendizagem em Sociedade — da UFRGS, do qual participam
pesquisadores associados, alunos de doutorado, mestrado e bolsistas de iniciação
científica e tecnológica de diversos cursos da UFRGS.
h) Sistema Mãe de Deus:
No dia 6/11/2015, no turno da tarde, os monitores de acompanhamento e
desenvolvimento de colaboradores PCD’s do Centro Clínico Gaúcho Kelen Franco,
Larissa Condesso e Marcos Lourenzon estiveram presentes no II Jornada Acolher do
Sistema de Saúde Mãe de Deus localizada na ULBRA em Canoas/RS. O objetivo da
participação era conhecer programas de acolhimento de profissionais com deficiência
em diferentes empresas. Um encontro de sensibilização, capacitação, troca de
conhecimentos sobre as atividades, contratações
e ações de desenvolvimento profissional além de
integração e diferentes metodologias aplicadas
por diversas empresas a respeito da inclusão
dos colaboradores que possuem algum tipo de
deficiência (PCD’s).
11
12
Metodologia e ações de envolvimento com os públicos
Para se compreender a metodologia e as ações de envolvimento com os públicos
realizadas no Programa Transformando Valores: de 0 a 100 — 0% de discriminação
e 100% de inclusão, é preciso que se observe inicialmente a amplitude do escopo
de deficiências enfrentadas pelos PCDs, a partir das quais o Centro Clínico Gaúcho
desenvolve ações com foco em priorizar a inclusão.
Deficiência, para fins de proteção legal, é conceituada como uma limitação
física, mental, sensorial ou múltipla, que incapacite a pessoa para o exercício de
atividades normais da vida e que, em razão dessa incapacitação, a pessoa tenha
dificuldades de inserção social. Uma Deficiência Permanente é aquela que ocorreu ou
se estabilizou durante um período de tempo suficiente para não permitir recuperação ou
ter probabilidade de que se altere, apesar de novos tratamentos (Decreto nº3.298/99,
art. 3º, II).
O Centro Clínico Gaúcho tem, em seu quadro PDCs, os seguintes tipos de deficiência:
a) Deficiência Física:
É a alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano,
acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de
paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia,
tripasia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia
cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as
deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções.
3.3
b) Deficiência Auditiva:
É a perda bilateral, parcial ou total, de 41 decibéis (dB) ou mais, aferida por
audiograma nas freqüências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz.
c) Deficiência Visual:
• Cegueira — na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor
olho, com a melhor correção óptica;
• Baixa Visão — significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com
a melhor correção óptica;
• Casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos
for igual ou menor que 60º;
• Ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores.
d) Deficiência Mental:
É o desenvolvimento intelectual significativamente inferior à media, com
manifestação antes dos 18 anos e limitações associadas a duas ou mais área de
habilidades adaptativas, tais como:
• Comunicação;
• Cuidado pessoal;
• Habilidades sociais;
• Utilização dos recursos da comunicação;
• Saúde e segurança;
13
• Habilidades acadêmicas;
• Lazer.
e) Deficiência Múltipla:
É a associação de duas ou mais deficiências.
É a partir desse contexto, portanto, que se pode definir o público envolvido no
Programa. Trata-se de pessoas com limitações importantes em aspectos determinantes
do dia a dia, tanto na ótica pessoal como na ótica profissional, e que necessitam de
acolhimento e acompanhamento. Mas trata-se, por outro lado, de pessoas conscientes
de suas limitações, e que gostariam — e merecem — ser tratadas da mesma forma
como outros colaboradores, de modo que suas limitações sejam respeitadas e
consideradas, mas também que essas pessoas não sejam vistas apenas a partir
dessa condição.
Nesse sentido, o Centro Clínico Gaúcho desenvolve uma série de ações que
possibilitam que o Programa Transformando Valores: de 0 a 100 — 0% de discriminação
e 100% de inclusão esteja cumprindo com seus objetivos:
a) Designação de duas pessoas da área de Recursos Humanos para realizar
acompanhamento e visitas nos setores em que os colaboradores com deficiência
estão alocados, para assim verificar sua motivação, facilidades e dificuldades,
tendo um acompanhamento profissional de retenção e adaptação.
14
b) Realização de busca de pessoas voluntárias dentro dos setores na empresa,
para auxiliar colegas com deficiência em sua adaptação à rotina de trabalho.
c) Realização de palestra de sensibilização de gestores — com o propósito
de facilitar e ampliar a multiplicação da consciência e do desenvolvimento
pessoal e profissional, rompendo antigos paradigmas e estabelecendo novas
visões sobre a questão da pessoa com deficiência, 26 gestores do Centro
Clínico Gaúcho participaram, no dia 26/05/15, de palestra de sensibilização
no auditório da empresa.
O Centro Clínico Gaúcho entende que
a direção da empresa deve fazer parte
desse processo, disseminando os
parâmetros do respeito à diferença e
da responsabilidade social. Despertar
o espírito de equipe é fundamental
para envolver coletivamente a
empresa na ação pela inclusão.
d) Inclusão e acompanhamento de PCDs no Programa Jovem Aprendiz — o
Programa Jovem Aprendiz, realizado pelo Centro Clínico Gaúcho em parceria
com o SENAC — Zona Norte na Escola Mesquita, busca preparar os jovens
para o mercado de trabalho por meio de aulas teóricas e monitoramento de
desenvolvimento de cada um. Atualmente, o Centro Clínico Gaúcho realiza
anualmente a seleção para o programa e possui 18 jovens participando, sendo
que 10 deles são PCDs. Há também uma parte prática, onde realizam atividades
administrativas dependendo do seu desempenho e dificuldades. Os setores em que
15
os PCDs são inseridos são
escolhidos de acordo com
a localização, atividades
e equipe de trabalho, de
modo que possam sempre
ser acompanhados e
orientados. As contratações
d e s s e s j o v e n s s ã o
realizadas pelo Centro
Clínico Gaúcho, pela equipe de recrutamento e seleção, e desse processo
de seleção sempre participam os pais ou responsáveis por esses jovens. No
dia 18/06/15, na sede do Centro Clínico Gaúcho, houve uma reunião com o
representante do SENAC com o intuito de realizar as avaliações dos jovens
aprendizes que já estavam desenvolvendo suas atividades de aprendizagem
na empresa. Estavam também presentes o Engenheiro de Segurança do
Trabalho Marcos Miranda Lourenzon e a Psicóloga Maria Teresa Rodrigues,
ambos representantes do Centro Clínico Gaúcho.
e) Formação de equipe de monitores para acompanhar o desenvolvimento de
PCDs e jovens aprendizes — o Centro Clínico Gaúcho formou uma equipe de
7 monitores de funções diversas dentro da empresa para acompanhar de perto
o desenvolvimento e adaptação dos PCDs e jovens aprendizes. A equipe de
monitores é formada por:
16
17
Maria Teresa RodriguesAnalistadeGestãoEmpresarial(Psicóloga)
Os monitores cumprem um calendário de reuniões mensais, onde avaliam o
acompanhamento e a performance dos PCDs, discutem as oportunidades de
novas visitas de benchmarking a empresas e instituições, e trocam experiências
ligadas à realização de suas funções.
f) Distribuição de uma cartilha de inclusão.
g) Adaptação de algumas políticas da empresa para inclusão, tais como ajustar
determinados cargos para carga horária de 6 horas diárias.
Marcos M. LourenzonEngenheirodeSegurançadoTrabalho
Carolina FernandesAuxiliarAdministrativa
José Leandro Melgar NérisTécnicodeSegurançadoTrabalho
Kelen FrancoTécnicadeSegurançadoTrabalho
Marcelo OliveiraAnalistadeGestãoEmpresarial
18
h) Divulgação ampla do Programa Transformando
Valores: de 0 a 100 — 0% de discriminação e 100%
de inclusão, bem como de suas
ações e desdobramentos, para
todos os colaboradores do
Centro Clínico Gaúcho.
i) Criação de curso de Libras
— como forma de facilitar
a comunicação com os
colaboradores PCDs, além
de atender ao cumprimento
da Lei nº 10.436 de 24 de
abril de 2002, que oficializa a
Libras — Língua Brasileira de
Sinais — como um meio legal
de comunicação expressão, o Centro Clínico Gaúcho ofereceu, em parceria
com o SENAC Zona Norte, o curso de Libras no auditório da empresa. Nessa
oficina, participaram 21 colaboradores de diferentes setores, aprendendo
linguagem de libras através de teoria e atividades dinâmicas. No final da oficina,
todos os participantes receberam certificados do SENAC. Além de atender a
demanda por qualificação de intérpretes,
visto que a empresa têm recebido
incentivos na contratação de pessoas
portadoras de deficiência auditiva, o curso
forma profissionais capacitados para se
comunicar com este público no dia a dia.
19
Você deve agir naturalmente ao dirigir-se a uma pessoa com deficiênciaintelectual. Trate-as com respeito e consideração. Uma pessoa com deficiência intelectual deve ser tratada segundo sua idade.Trate um adulto como adulto e uma criança como criança. Não as ignore. Cumprimente e despeça-se delas normalmente, como fariacom qualquer pessoa. Não superproteja. Deixe que ela faça ou tente fazer sozinha tudo o quepuder. Ajude apenas quando for realmente necessário.
Deficiência IntelectualComo agir?
Lembre-se:
As pessoas com deficiência intelectual algumas vezes possuemdificuldade de comunicação. Portanto, empenhe-se em facilitar essacomunicação. Não subestime sua inteligência. As pessoas com deficiênciaintelectual levam mais tempo para aprender, mas podem adquirir muitashabilidades intelectuais e sociais.Agir com naturalidade e respeito.
Nem sempre as pessoas com deficiência visual precisam de ajuda, mas seencontrar alguma que pareça estar com dificuldades, identifique-se, faça-aperceber que você está falando com ela e ofereça auxílio; Nunca ajude sem perguntar antes como deve fazê-lo. Caso a ajuda seja aceita,ofereça seu braço para ela segurá-lo e nunca segure você o braço dela; Procure avisar antecipadamente a existência de degraus, pisos escorregadios,buracos e obstáculos em geral durante o trajeto; Para ajuda-la a sentar-se, você deve guiá-la até a cadeira e colocar a mão delasobre o encosto da cadeira, informando se esta tem braço ou não. Deixe que apessoa sente-se sozinha;
Deficiência VisualComo agir?
Lembre-se:Trate-as com o mesmo respeito e consideração que vocêtrata todas as pessoas. Deficientes visuais são como você, sóque não enxergam. No convívio social ou profissional, não exclua as pessoascom deficiência visual das atividades normais. Deixe que elasdecidam como podem ou querem participar. Quando for embora, avise sempre o deficiente visual.
Deficiência Auditiva
•Procure falar pausadamente, mantendo contatovisual, pois, se desviar o olhar, ela poderá entenderque a conversa acabou.•Fale articuladamente, movimentando bem os lábios,evitando colocar objetos ou a própria mão na boca,para não atrapalhar a leitura labial.•Enquanto estiver conversando, mantenha contatovisual.•Evite ficar contra a luz. A pessoa precisa ver suaexpressão facial para entender.
Lembre-se: •Pessoas surdas se comunicam de maneiraessencialmente visual e pela língua de sinais.•Para iniciar uma conversa com uma pessoa surda,acene ou toque levemente em seu ombro ou braço.Quando o surdo estiver acompanhado de intérprete,fale diretamente com a pessoa surda, não com ointérprete.•Se necessário, e você não souber a língua de sinais,comunique-se por meio da escrita ou de mímicas egestos que possam indicar o que você quer dizer.•As expressões faciais são super importantes aoconversar com um surdo, pois eles não podem ouvir otom da sua voz, tendo dificuldade para identificar osseus sentimentos.
Como agir?
j) Cartazes de orientação e esclarecimento — o Centro Clínico Gaúcho criou,
com o propósito de educar e incluir, ao mesmo tempo em que privilegia a
convivência, cartazes que demonstram aos colaboradores a melhor maneira
de agir diante de situações que envolvam diferentes tipos de deficiência.
Tais cartazes inclusive cumprem o papel de demonstrar aos colaboradores
PCDs como a empresa está atenta à sua inclusão e adaptação.
k) Criação do Programa Indicação Premiada — por meio do programa, os
colaboradores que indicarem PCDs para se candidatar a fazer parte do Centro
Clínico Gaúcho recebem um prêmio em dinheiro. O colaborador precisará indicar
via preenchimento de formulário próprio no RH, e a contratação dependerá da
disponibilidade de vagas. Em casos de reprovação no processo de seleção,
por uma questão de confidencialidade, não será informado o motivo a quem
indicou, e o candidato indicado deverá possuir laudo específico de PCD de
acordo com as exigências do Ministério do Trabalho e Emprego.
20
l) Encontros de integração com os
familiares — um dos diferenciais do
Programa Transformando Valores:
de 0 a 100 — 0% de discriminação
e 100% de inclusão é a participação
dos familiares dos PCDs. Para
tanto, o Centro Clínico Gaúcho
realiza Encontros de integração
com os familiares, que ocorreram
em 18/12/15 e 03/06/16, onde,
somado às atividades de integração
e ao almoço, os colaboradores
compartilham relatos sobre sua
acolhida, seu dia a dia e suas
perspectivas na empresa.
No encontro de 03/06/15 a gerente de
RH Patrícia Campos fez a abertura
trazendo informações sobre o programa,
ações realizadas até o momento,
e posteriormente ocorreu palestra
com Melissa Danda, Publicitária e
Jornalista, abordando temas como
Marketing Pessoal, Comunicação e Auto
Conhecimento. Após encerramento da
palestra, aconteceu o almoço com equipe,
colaboradores com deficiência e familiares.
Encontro de integração com familiares de 18/12/15
Encontro de integração com familiares de 03/06/16
21
m) Comemorando com o Centro Clínico
Gaúcho — a atividade busca dar oportunidade
para que os PCDs comemorem o seu
aniversário com os colegas na empresa.
Essa comemoração é organizada pela área
de Recursos Humanos do Centro Clínico
Gaúcho em conjunto com o setor onde o
colaborador PCD está inserido.
n) Ação na Redenção — realização de
uma ação no Parque da Redenção de
divulgação, para a comunidade, do Programa
Transformando Valores: de 0 a 100 — 0%
de discriminação e 100% de inclusão.
o) Vídeos com depoimentos — criação de vídeos com depoimentos de
colaboradores PCDs, expondo suas percepções sobre a inclusão, suas
expectativas, suas dificuldades, suas vitórias, e que trazem duas importantes
vantagens: servem como motivação, uma vez que são divulgados para toda
a empresa, e servem como exemplo aos demais colaboradores e estímulo
para que continuem buscando se aprimorar no relacionamento com os PCDs.
p) Café Saúde — o Centro Clínico Gaúcho promoverá entre setembro
e outubro deste ano o Café Saúde. Trata-se de um evento para trocar
experiências entre profissionais de diferentes segmentos, com cerca
de 200 presentes, e será tratado, por meio de palestra do professor
Steven Dubner (especialista em esporte para PCDs) o tema do
22
Programa Transformando Valores: de 0 a 100 — 0% de discriminação
e 100% de inclusão a partir do paralelo entre o esporte adaptado
para pessoas com deficiência e o desafio dos negócios, estratégias,
gerenciamento de dificuldades, superação e trabalho em equipe.
q) Acessibilidade nas Unidades — o Centro Clínico Gaúcho está padronizando
suas unidades com itens de acessibilidade tais como facilidade no acesso
à copa, ao vestiário, apoio especial para pés, banheiro adaptável, cadeira
ajustável, rampa para cadeirante e, onde se faz necessário, elevador.
Destaca-se ainda que, como metodologia de acompanhamento, os monitores
de PCDs e colaboradores da área de Recursos Humanos do Centro Clínico Gaúcho
realizam visitas periódicas às unidades e áreas onde os PCDs estão alocados,
verificando seu desempenho, necessidades e demandas de adaptação.
Por outro lado, o Centro Clínico Gaúcho realiza um questionário de avaliação
onde busca informações sobre:
- Como o colaborador PCD foi recebido no Centro Clínico Gaúcho;
- Que atividades desempenha em sua função;
- Quais delas têm dificuldade ou facilidade em realizar;
- Se existe alguma dificuldade em seu posto de trabalho;
- Como é seu acesso à unidade;
- Como se sente realizando seu trabalho;
- Como é o relacionamento com a chefia;
- Como é o relacionamento com os colegas;
- O que lhe motiva a trabalhar na empresa.
As respostas a esses questionamentos ajudam a área de Recursos Humanos
a aperfeiçoar cada vez mais a metodologia e as ações do Programa Transformando
Valores: de 0 a 100 — 0% de discriminação e 100% de inclusão.
23
Resultados do Programa Transformando Valores: 3.4de 0 a 100 — 0% de discriminação e 100% de inclusão
O Programa Transformando Valores: de 0 a 100 — 0% de discriminação e
100% de inclusão já traz, em seu primeiro ano completo de implantação, resultados
expressivos para o Centro Clínico Gaúcho.
Considerando que até 2015 a empresa não tinha, embora praticando os
valores de respeito ao ser humano, uma política clara de gestão da diversidade
através da inclusão de PCDs, o Programa representa uma mudança de paradigma
e de cultura no dia a dia do Centro Clínico Gaúcho.
Hoje, conforme pode ser observado nos anexos do case, a empresa possui
34 colaboradores PCDs ativos, e mantém uma taxa de turnover bastante baixa
dentro desse público. O que é um indicador de relevância, uma vez que, se por
um lado, reflete o alto grau de satisfação desses colaboradores, por outro lado a
própria teoria ressalta que uma das dificuldades maiores das empresas é justamente
adaptar e estimular a permanência de PCDs.
Depoimentos como os dos colaboradores a seguir, por outro lado, reforçam
a importância do Programa:
24
“Estou gostando
de trabalhar na empresa e
pretendo ficar aqui muito tempo.
O tratamento aqui é muito bom,
tem colegas que me ajudam em
meu trabalho, o pessoal de RH
me apoia e aprendi muitas
coisas novas.”
“Os colegas no Centro
Clínico Gaúcho gostam muito
dele. Me sinto muito orgulhosa
em vê-lo trabalhando, em vê-lo
reconhecido, tudo com relação
a ele é uma batalha diária.”
Lucas Maciel Vergilino,PCDdedeficiênciamental,AuxiliarAdministrativo.
Eda Tim Dutra,mãedePCDdedeficiênciamentalTiagoDutra,JovemAprendiz.
Destaca-se, ainda, no Programa Transformando Valores: de 0 a 100 — 0% de
discriminação e 100% de inclusão:
• A quantidade e a qualidade das ações de envolvimento realizadas com os
públicos;
• A preocupação em ter um programa verdadeiramente consistente, que de
fato ajude aos colaboradores como um todo, seja PCDs ou não, a se tornarem
melhores seres humanos;
• O alinhamento da gestão e dos colaboradores com a causa da inclusão e
da gestão da diversidade;
• O envolvimento não apenas com os PCDs, mas também com suas próprias
famílias, na medida em que esse público desperta um tipo de atenção especial
dos familiares, e o seu crescimento pessoal e profissional, bem como a
continuidade dentro da empresa, depende muito do apoio de seus familiares.
Podemos, por fim, trazer aqui o caso da colaboradora Tainara da Luz Correia,
portadora de deficiência física, contratada pelo Centro Clínico Gaúcho em julho de
2015, conforme depoimento a seguir:
25
Tainara da Luz Correia,PCDdedeficiênciafísica,AuxiliarAdministrativa.
“Me sinto lisonjeada,
realizada. O Centro Clínico
Gaúcho me recebeu de portas
abertas. Me tratam como uma
pessoa de verdade, avaliando
meu desenvolvimento real. Foram
eles que levantaram minha
autoestima de verdade.”
26
Tainara sofreu um grave acidente rodoviário
aos seis anos, no qual quatro pessoas de sua
família morreram, e teve de ficar 40 dias em coma
em função de um traumatismo craniano. Hoje,
trabalhando no Centro Clínico Gaúcho, Tainara
encontra um significado importante para sua
trajetória de vida.
Conclusão
O Programa Transformando Valores: de 0 a 100 — 0% de discriminação e
100% de inclusão do Centro Clínico Gaúcho é inovador para a cultura da empresa por
representar a concretização de um projeto que promove uma nova visão: a de atuar
dentro de um modelo mais humanizado, condizente com o estágio de modernidade da
economia mundial, no qual o capitalismo é mais consciente e a gestão da diversidade
é fundamental.
Dentro desse modelo, a possibilidade de o Centro Clínico Gaúcho poder
contextualizar o empregado PCD como uma pessoa integral, respeitando suas
diferenças, suas limitações, e tratando de forma madura uma questão que é problemática
em todo o território brasileiro, vem fazendo com que um novo paradigma seja superado
pela empresa: observar a questão da diversidade não mais como a necessidade
de simplesmente cumprir uma determinação da lei, e sim como a oportunidade de
atuar na prática cada vez mais de acordo com aquilo que pratica em seus valores,
disseminando a cultura da convivência, do respeito e da tolerância por todos os setores
da empresa.
Nesse sentido, o presente trabalho apresentou uma série de ações e iniciativas
concretas de recepção, integração e monitoramento do desempenho de PCDs. Também
demonstrou como a empresa se preocupou em formar, em seu próprio quadro de
colaboradores, pessoas capazes de aprender a lidar com a diferença e representar
um novo ciclo de gestão de Recursos Humanos.
4
27
A iniciativa, por outro lado, de procurar fontes de referência e de aprendizado
em empresas de diversos setores da economia e em instituições de ensino de
credibilidade fez com que o Programa Transformando Valores: de 0 a 100 — 0% de
discriminação e 100% de inclusão fosse aperfeiçoado ao longo de sua trajetória, com
a implementação de ações que comprovadamente funcionaram em empresas que
obtiveram reconhecimento e sucesso em seus projetos.
Por meio do Programa, o Centro Clínico Gaúcho comprovou de fato que
pessoas com deficiências podem se superar, exercendo de forma eficaz importantes
atividades profissionais, desde que o espaço, os recursos e inclusive os colegas os
estimulem a construir essa possibilidade.
O Programa Transformando Valores: de 0 a 100 — 0% de discriminação e
100% de inclusão do Centro Clínico Gaúcho vem sendo caracterizado pelo profundo
envolvimento de seus colaboradores.
Trata-se de um programa que se destaca, finalmente, pela confiança
construída com os familiares, o que faz com que eles estejam presentes nas ações
de desenvolvimento em um verdadeiro trabalho de equipe.
28
Bibliografia
BRASIL. Constituição (1988). Constituição [da] Republica Federativa do Brasil.
Brasília, DF: Senado Federal.
BRASIL. LEI Nº 8.213, DE 24 DE JULHO DE 1991, lei de contratação de Deficientes
nas Empresas [on line]. Brasília, DF: Senado Federal. Disponível em: http://www.
deficienteonline.com.br/lei-8213-91-lei-decotas-para-deficientes-e-pessoas-com-
deficiencia___77.html. Acesso em: 13 maio 2012.
BRASIL, LEI Nº 13.146, DE 06 DE JULHO DE 2015. Lei Brasileira de Inclusão da
Pessoa com Deficiência.
CARVALHO-FREITAS, Maria Nivalda de. MARQUES, Antônio Luiz (Org). O trabalho e
as pessoas com deficiência: Pesquisas, Práticas e Instrumentos de Diagnóstico.
Curitiba, Jeruá. 2009.
FIGUEIRA, Emilio. Introdução à Psicologia e pessoas com deficiência. São Paulo,
Ag Book. 2014.
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, A inclusão de pessoas com deficiência
no mercado de trabalho. 2 ed. – Brasília: MTE, SIT, 2007.
SISODIA, Raj; WOLFE, David B.; SHETH, Jag. Empresas Humanizadas: Pessoas,
Propósito e Performance. São Paulo: Instituto Capitalismo Consciente Brasil, 2015.
5
29
Sites:
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)
www.mte.gov.br
Ministério Público do Trabalho
www.mpt.gov.br
Conselho Nacional Dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência (CONADE)
www.mj.gov.br/sedh/ct/conade/noticias1/asp
Acessibilidade Brasil
www.acessibilidade.org.br
30
• Formulário de PCDs Ativos
• Emails Marketing de Divulgação do Programa Transformando Valores: de 0 a
100 – 0% de discriminação e 100% de inclusão.
Anexos