Post on 27-Dec-2018
TRABALHO DE CAMPO NO ESPAÇO URBANO DE CATALÃO/GOIÁS: uma
proposta pedagógica
Magda Valéria da Silva
Professora da Unidade Acadêmica Especial Instituto de Geografia, Universidade Federal de
Goiás/Regional Catalão e do Programa de Pós-Graduação Stricto sensu em Meio Ambiente e
Sociedade, Universidade Estadual de Goiás/Câmpus Morrinhos,
magdaufgcatalao@yahoo.com.br
Resumo:
Este relato de experiência traz algumas informações importantes apreendidas durante dois
trabalhos de campo realizados no espaço urbano de Catalão/GO. O primeiro trabalho foi
realizado em 17 janeiro de 2015 e o segundo em 21 julho do mesmo ano. O primeiro teve
como objetivo apresentar aos alunos do Curso de Geografia - Licenciatura e Bacharelado - da
Universidade Federal de Goiás/Regional Catalão o processo de reprodução do capital no
espaço urbano desta cidade, sendo visitados 10 lugares, escolhidos metodologicamente. Já o
segundo trabalho de campo almejou mostrar o processo de industrialização e produção de
espaços desiguais em Catalão para estudantes do Curso de Geografia da Universidade
Estadual de São Paulo/Câmpus Presidente Prudente, visitantes à área rural e urbana deste
município. Neste último trabalho, visitou-se 6 pontos, sendo que 4 já haviam sido visitados no
primeiro trabalho e dois visitados pela primeira vez. Em termos metodológico os dois
trabalhos de campo iniciaram com visitas à lugares que trazem um pouco da história de
Catalão especialmente do começo do século XX (estação ferroviária e área central de
Catalão); esteve-se em bairros e lugares que marcam a expansão urbana e reprodução do
capital nos anos de 1960 a 1990 (Distrito Mínero-industrial, Vila Liberdade, Vila Mutirão),
assim como fez visitas a lugares e bairros edificados já no século XXI: Condomínio dos
Buritis, Eveline Nour, Copacabana, terminal da empresa Anglo American). Dessa forma, ao
relatar as observações de cada lugar visitado será informado os que foram contemplados no
primeiro trabalho de campo, assim como os visitados no segundo. A partir dessas duas
importantes incursões geográficas é possível apreender como aconte o processo de reprodução
do capital em Catalão, conforme no espaço-tempo e ainda através de uma abordagem didática
e pedagógica associar a realidade encontrada em certas localidades com os pressupostos
teóricos da Geografia, Urbana, Econômica e da Indústria. Contudo, é a partir deste relato de
experiência e dessa produção textual almeja deixar como sugestão didático-pedagógica um
indicativo de roteiro de campo dos lugares visitados para a realização de futuras incursões no
espaço urbano de Catalão. Este roteiro indicativo pode ser utilizado tanto por docentes do
Curso de Geografia/UFG-RC, quanto por professores da disciplina de Geografia da Educação
Básica e do Ensino Médio das unidades escolares deste município objetivo o processo de
ensino-aprendizagem pautado nos conhecimentos geográficos
Palavras-Chave: Trabalho de campo, espaço urbano e reprodução do capital.
1. Um pouco da História de Catalão/Goiás
O surgimento de Catalão, segundo relatos históricos está em volto em várias versões,
mas uma prevalece, sendo a reconhecida oficialmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
Essa versão aponta que Catalão surge a partir do pousio de bandeirantes, que
chegaram aqui por volta de 1722, vindo com Comitiva de Bartolomeu Bueno da Silva "o
Anhanguera", que chegou em Goiás em busca de ouro. (IBGE, 2015).
Assim, um dos capelões desta comitiva, Frei Antônio, espanhol e natural da
Catalunha, apelidado de O CATALÃO que, juntamente com três companheiros, resolveu criar
um ponto de pouso na Fazenda dos Casados, estabelecida as margens do Córrego do Almoço,
tendo em vista a qualidade do solo e a amenidade do clima e, principalmente, a necessidade
de reabastecer a bandeira quando retornasse ao região, plantaram uma roça. (IBGE, 2015).
Em 1828, este povoado contava com 5 casas de telhas e 20 ranchos de capim, já em
1833, o Arraial é elevado à categoria de Vila, separando-se da Comarca de Santa Cruz. No
período compreendido entre 1736 a 1835, pouco se sabe a respeito de Catalão, a não ser a
existência de um pouso de Bandeirantes e da Fazenda do espanhol o CATALÃO, presumindo
assim que a atividade humana era quase inexistente. (IBGE, 2015).
Em 20 de agosto de 1859, Catalão tornou-se Cidade legalmente constituída. Porém,
isolada dos grandes centros de decisões da época em função da inexistência de meios de
transportes e comunicação, fez com que permanecesse por longo tempo num moroso processo
de desenvolvimento.
Em 1873, com o objetivo de dinamizar Goiás com um sistema de transporte, houve a
primeira tentativa de implantar a ferrovia, que fracassou. Numa segunda tentativa datada de
1890 e com a autorização em 1906 para construir e explorar o trecho de Catalão a Goiás, esta
se torna realidade. (RODRIGUEZ, 2011; CAMPOS JR, 2015).
Em 27 de maio de 1911 inicia os trabalhos da construção da Estrada de Ferro Goiás,
em solo goiano, chegando em Catalão entre 1912 e 1913, sendo que em 1920 é construída
uma estação ferroviária, onde está atualmente o Museu Municipal Cornélio Ramos.
Em 1927 o município de Catalão era constituído pelos distritos de Santo Antônio do
Rio Verde, Cumari e Goiandira, estes dois últimos desmembrados em 1931. A área territorial
de Catalão é dividida em 1953, criando-se os municípios de Ouvidor, Três Ranchos,
anteriormente distritos catalanos. (IBGE, 2015).
A perca territorial foi significativa, mas a cidade sobreviveu a esse revés. No entanto,
desde o início do século XX a ferrovia era um marco no dinamismo local e regional, pois
permitia a ligação desta localidade com as maiores cidades do país, sediadas no Sudeste do
Brasil.
Com a decadência da rodovia a partir de 1950, a cidade precisa se reinventar, mas logo
nos anos de 1960 é impactada pela chegada da BR-050, que ligava o Sudeste do país a
Brasília, capital federal recém-inaugurada. Em 15 de setembro de 1970 a Mineração Catalão,
é constituída nos municípios de Catalão (mina) e Ouvidor (operação), com a finalidade de
explorar nióbio. A implantação do projeto industrial começou no segundo semestre de 1974 e,
dois anos mais tarde, a empresa entrou em operação. Desde o início de sua instalação houve
impactos no espaço urbano, assim como na geração de empregos e atração de trabalhadores
imigrantes. Em 1985 outra mineradora se instala em Catalão e Ouvidor, a Copebrás.
Um dos impactos mais significativos da instalação dessas mineradoras em Catalão
refere-se a expansão urbana e a abertura de novos bairros nos anos 1970 e 80, dentre eles:
Vila Liberdade I e II, Vila Margon I e II, Vila Teotônio Vilela e outros mais. Os dois
primeiros para abrigar os operários e o segundo para atender as demandas da classe média alta
na cidade, o terceiro para abrigar os excluídos socialmente em um sistema precário de
moradias.
O fim dos anos de 1990 é marcado novamente por vultos econômicos, mediante a
instalação de uma montadora automotiva Mitsubsihi Motors Corporation do Brasil S.A.
(MMCB) e da montadora de colheitadeiras de cana, John Deere do Brasil, ambas impactaram
no mercado de trabalho, setor comercial, de serviços e tecnológico em Catalão, além de atrair
trabalhadores qualificados, que demandaram moradias consequentemente induzindo um
processo crescente da expansão urbana.
Desde então, o processo de reprodução do capital no espaço urbano tem-se acirrado, a
cidade vem apresentando em sua paisagem urbano os marcos da modernidade, mas também
apresenta processos de exclusão social promovidos especialmente pelo acesso desigual a
distribuição de renda. Desse modo, a demanda por moradia pelas classes sociais menos
provida economicamente é crescente, acirrando a especulação imobiliária, tanto na venda
quanto na locação de imóveis.
Pós-2000 vários loteamentos emergem no espaço urbano e a cidade passa por um
processo de espraiamento urbano, parte desses novos bairros e até condomínios são para
atender as demandas das classes média e alta, mas os bairros periféricos são destinados os
pobres, que em muitos casos esperam serem atendido por programas de moradias de interesse
social.
As questões relativa ao processo de uso e ocupação do solo urbano de forma desigual
e excludente estão associadas ao crescimento populacional, impulsionado pela dinâmica
econômica da cidade e do marketing urbano que projeta Catalão no cenário regional e
nacional nas ultimas décadas. Sobre isso é importante dizer que no último Censo
Demográfico em 2010, o município possuía 86.647 habitantes, sendo que 81.064 são
residentes na área urbana e 5.583 habitantes no campo. Já segundo estimativa populacional,
em 2014 o município possuía 96.836 habitantes.
Segundo dados do IMB 2012 os aspectos econômicos e sociais, assim como outros
levaram Catalão a ser a 5ª economia goiana e 3ª cidade em industrialização. Na agropecuária
ocupa a 6ª posição estadual e no setor de serviços a 5ª posição, sendo que a renda per capita
do catalano é de R$ 60.915,30, sendo a 6ª maior do estado de Goiás. Nesse limiar, o seu IDH-
M em 2010 foi de 0,766, considerado alto (0,700 e 0,799), também um dos maiores do estado
de Goiás.
O que se pode dizer é que do início do século XX às décadas iniciais do século XXI -
após 100 anos - a cidade de Catalão passa por transformações socioespaciais significativas,
tais como: crescimento e expansão urbanos, marcados pelo surgimentos de vários bairros e
êxodo rural; chegada de capital minerador; dinamização da agropecuária com a modernização
da produção agrícola e pecuária; produção de fertilizantes; indústria automotiva e de
maquinários agrícolas e empresas diversas, assim como empresas de tecnologia em sementes
e outras mais.
Portanto, após essa breve descrição sobre o processo histórico de crescimento urbano e
econômico de Catalão, passar-se-á a alguns apontamentos importantes sobre os lugares
visitados nos dois trabalhos de campo realizados na área urbana de Catalão, com o fim de
contribuir pedagogicamente para o processo de ensino-aprendizagem dos saberes geográficos
mediante a indicação de um roteiro que pode ser usado tanto Geografia acadêmica quanto na
disciplina de Geografia escolar.
2 - Lugares e Bairros Visitados: Conhecendo o Espaço Urbano de Catalão.
2.1 - Primeiro Lugar Visitado: Museu Histórico Municipal Cornélio Ramos, Catalão-GO
A escolha do Museu Histórico Municipal Cornélio Ramos (foto 1) desse local para ser
o primeiro ponto de visita dentro do espaço urbano de Catalão tem relação com o processo
histórico de formação socioespacial deste município, que remonta a chegada da ferrovia -
Estrada de Ferro Goiás - e a construção de uma estação ferroviária. Esse ponto foi visitado
nos dois trabalhos de campo realizados em 17 de janeiro e em 21 de julho de 2015.
Foto 1: Museu Histórico Municipal Cornélio Ramos.
Fonte: BLOG DARC PRA (2015a)
A chegada de ferrovia em Goiás é um marco importante, por isso esforços privados,
estatais e políticos foram empenhados para que se estabelece e implantasse a Estrada de Ferro
Goiás, conforme afirma Rodriguez (2011, p. 71):
[...] dois anos após o começo da implantação do trecho localizado na cidade de
Araguari, no marco zero da ferrovia. Já em 1912, as obras avançaram 80
quilômetros, chegando, dessa cidade mineira, muito próximo à cidade goiana de
Goiandira.
O significado desse advento não era apenas local, mas regional, pois pautava-se em
"uma alternativa para romper o estrangulamento da economia goiana, quanto à sua demanda
por um meio de transporte que viesse atender às necessidades de escoamento de sua
produção". (CAMPOS JR, 2015, p. 2).
Assim sendo, entre 1912 e 1913 a ferrovia chega a Catalão, mas somente anos mais
tarde é construída uma estação ferroviária (1920), onde se encontra atualmente o Museu
Histórico Municipal Cornélio Ramos.
Segundo Matos (2012, p. 195) a ferrovia foi importante para Goiás e para o sudeste
goiano, pois "Com o advento da ferrovia, em se tratando da economia o estado de Goiás
elevou a produção agrícola, tendo o arroz como principal produto [...]. Além da produção de
arroz, destacou-se, no Sudeste Goiano a produção de milho e cana-de-açúcar".
Em 2003, a antiga Estação Ferroviária de Catalão foi restaurada e preservada as
características originais, como o sino que marcava a chegada e a saída do trem, os pisos de
cerâmicas portuguesas, portais e bancos de madeira maciça, os lampiões que iluminavam a
antiga estação, além das características preservadas, foi realizado um trabalho de pintura nos
vitrais do museu que contam a histórias como o reinado dos congos, a base econômica da
cidade e outras histórias.
Sendo criado em maio de 2003 pelo Prefeito de Catalão, Dr. Adib Elias Júnior, tendo
como lugar o antigo prédio da Estação Ferroviária, o Museu Histórico Municipal Cornélio
Ramos. Prédio em estilo Art Décor, construído na década de 1920, foi tombado como
Patrimônio Histórico Municipal pela Lei nº 1.370 e pelo Decreto nº 376 de 01/08/2001, sendo
portanto, uma tentativa de preservar parte da história relatada anteriormente.
O Museu Histórico Municipal Cornélio Ramos em seus 12 anos de existência tem
arquivado e disponibilizado para a sociedade local parte dos acontecimentos que marcaram
fatos importantes na história de Catalão, principalmente aqueles que ficaram registrados em
livros, documentários, relatos, oralidade, fotografia, equipamentos, objetos e documentos
diversos.
O prédio do Museu chama atenção e transcreve parte da história de Catalão, pois a
Estação Ferroviária de Catalão, representou um marco no desenvolvimento da cidade, foi pela
estrada de ferro que chegaram os primeiros imigrantes árabes e europeus, mas foi também
através desta estação que Goiás tinha uma relação comercial mais próxima e continua com o
Sudeste do Brasil.
Seguindo esse caráter de preservação do patrimônio material e imaterial de Catalão, o
nome do Museu também relata uma história, o nome foi escolhido em homenagem ao senhor
Cornélio Ramos que, nascido em Minas Gerais, adotou Catalão desde quando aqui chegou, na
década de 1950, para ser chefe dos ferroviários, eternizou importantes fatos históricos da
cidade através de seus inúmeros livros.
As histórias e acontecimentos não param, o museu conta com um acervo de mais de
1.000 peças que retratam parte da história e tradição de Catalão. O Museu hoje materializa
apenas parte da importância que foi a ferrovia para Catalão e para Goiás. Seguindo o mesmo
grau de importância, o segundo lugar a ser visitado é a Praça Getúlio Vargas e Avenida 20 de
Agosto, cujos dizeres estão a seguir.
2.2 - Segundo Lugar Visitado: Praça Getúlio Vargas e Avenida 20 de Agosto
O segundo lugar visitado especificamente no primeiro trabalho de campo, foi a Praça
Getúlio Vargas (foto 2) é a principal praça da área central da cidade de Catalão, cuja
construção data do mandato municipal do Coronel Augusto Netto (1927-1931).
Foto 2: Praça Getúlio Vargas em revitalização em 2015.
Fonte: BLOG DARC PRA (2015a)
Esta Praça até fins dos anos 1980 era um dos principais pontos de lazer da cidade,
concentrando a sala de cinema, além do comércio. Já nos anos de 1990 o cinema fecha e sua
função passa a mesclar entre atividades comerciais durante o dia e a presença de bares e
restaurantes abertos no período noturno, cujo fim era atender as juventude Catalão, assim
como da região. No mandato do prefeito José de Fátimo Moreira, entre 1993-97, a praça foi
restaurada e assim se mantém atualmente.
É importante dizer que essa Praça marca a história de mudanças socioespaciais da
cidade, porém conserva parte da arquitetura do início do século XX. O seu entorno foi
paulatinamente modificado, as antigas construções cederam lugar a ambientes mais modernos
conforme a cidade foi-se dinamizando. Sendo até hoje palco de grandes manifestações sociais
e políticas dos catalanos, possuindo uma representatividade histórica no imaginário popular.
Uma das avenidas que circunda a Praça é a Avenida 20 de Agosto.
A Avenida 20 de Agosto é principal avenida da cidade desde o século XX (fotos 3 e 4)
acompanha as transformações socioespaciais que Catalão teve no espaço-tempo. Foi nesta
avenida que os primeiros estabelecimentos comerciais, financeiros e serviços se instalaram e a
medida que o capital foi reproduzindo no espaço urbano, esta foi acompanhando esse
processo de reprodução e teve sua paisagem sendo transformada.
Foto 4: Avenida 20 de agosto em 2012
Fonte: Portalcatalão (2015)
Foto 4: Avenida 20 de agosto em 1920
Fonte: MUSEU (2015)
Em termos comparativos as fotos 3 e 4 mostram a evolução da paisagem da Avenida
20 de agosto ao longo dos anos, assim como das ruas adjacentes.
Deus (1996, p. 77) já alertava sobre essas mudanças:
O centro da cidade era o local de moradia da elite catalana, misturavam-se o
pequeno comércio com as residências, como comprovam as construções existentes
até hoje principal rua da cidade, avenida 20 de agosto. Na década de 70 e em
especial na década de 80, devido ao crescimento da cidade, a avenida 20 de agosto,
principal avenida do centro, foi paulatinamente, ocupada pelo comércio, enquanto os
moradores foram se mudando para os bairros próximos ao centro.
As transformações ao longo das décadas citadas pelo autor marcaram o processo de
reprodução do capital no espaço urbano de Catalão, denotando as mudanças de funções de
certos lugares/espaços da cidade, nesse sentido, a Avenida 20 de Agosto é exemplo
emblemático por apresentar alteração da função residencial para comercial e de serviços,
conforme também pode ser comprovado nas fotos 3 e 4.
Seguindo esse pensamento Silva (2011, p. 6) afirma que: "Dessa forma, pode-se dizer
que a cidade é modificada de acordo com o tempo, isto é, ela assume a cada momento da
história uma paisagem, que é fruto da sociedade que a construiu – um novo espaço".
Assim, no caso da Avenida 20 de Agosto “é como se a avenida fosse toda destruída e
em seguida construída outra nova”. (DEUS, 1996, p. 77). Se essa avenida outrora apresenta
uma estrutura e função residencial na atualidade assume outras funções.
A Avenida 20 de Agosto ainda é a principal avenida comercial de Catalão, abriga
estabelecimentos de redes de comércio nacional e regional, assim como instituições
financeiras, é uma das avenidas que apresenta maior valor venal e de locação de imóveis, bem
como maior fluxo de pessoas e veículos.
Silva (2011, p. 5) afirma que esse processo não acontece apenas na Avenida 20 de
Agosto, mas na área Central de Catalão, que teve sua paisagem modificada nos últimos anos,
pois houve "a substituição dos espaços vazios e residenciais em algumas ruas por obras
imponentes. Assim, as antigas casas cederam lugar a estabelecimentos comerciais geralmente
modernos, principalmente, em áreas próximas as instituições financeiras".
Complementa dizendo que:
As residências com uma arquitetura que denotam a memória da cidade são raras, isto
significa dizer que a maioria foi transformada em estabelecimentos comerciais e
assumiram novas funções na cidade capitalista. Diante desta situação as formas
espaciais do passado estão desaparecendo com o dinamismo e reprodução do capital
no espaço urbano em Catalão. Algumas construções antigas que resistiram no tempo
e no espaço, não se sabem se ainda permanecerão por muito tempo. O centro
histórico de Catalão perdeu sua história, ficando apenas na lembrança dos antigos
moradores e em algumas poucas fotografias. (SILVA, 2011, p. 5).
Portanto, ao visitar esse lugar percebeu-se como essa Avenida se transformou no
espaço-tempo, pois observa-se ainda construções do início do século XX contrastando com
construções que possuem arquitetura moderna e recente. As poucas rugosidades existentes,
traduzem um pouco do que era Catalão num passado não muito distante, e como a reprodução
do capital foi e ainda é perversa, a ponto de destruir parte da história social, cultural e política
desta cidade. É em meio a esse contraste da paisagem urbana, das funções, das estruturas e
dos processos que a cidade se constrói e seus lugares trazem toda essa diversidade
materializada.
Após visita a Avenida 20 de Agosto seguiu-se para um bairro residencial, construído
fim dos anos de 1960 voltado para atender a demanda por moradia dos trabalhadores das
mineradoras e da classe pobre de Catalão.
2.3 - Terceiro Lugar Visitado: Praça da Vila Liberdade
A Praça da Vila Liberdade foi escolhida para ser o ponto de parada por estar localizada
na confluência da Vila Liberdade I com a Vila Liberdade II, ou seja, de um lado encontra-se a
Vila Liberdade I e de outro a Vila Liberdade II.
A Vila Liberdade I e II são conjuntos habitacionais financiados pelo Banco Nacional
de Habitação (BNH), estes bairros foram construídos em duas etapas de duzentas casas cada
um. A Vila Liberdade I teve sua construção iniciada e finalizada em 1968, já a Vila Liberdade
II foi inaugurada em 1981.
O BNH (1964-1986) era condutor da política habitacional no Brasil no período em que
fora construído esses dois bairros em Catalão. Este banco possuía a premissa de construir
moradias usando financiamento via o Sistema Financeiro da Habitação contemplado pelo
Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e pelo resgate do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço (FGTS) dos trabalhadores para tal, essas condições de acesso ao crédito
habitacional fez alavancar a circulação de capitais e fez do BNH a segunda maior instituição
financeira do país, além disso o financiamento da moradia passar ser uma realidade possível
para se ter o sonho da casa própria realizado.
A Vila Liberdade I e II fazem parte de um projeto da Companhia de Habitação
(COHAB), que era o agente imobiliário que organizava o sistema de construção e
financiamento das casas durante vigência do BNH. A atuação da COHAB como agente
imobiliário condutor do processo de financiamento de moradias se iniciou em 1968 em todo o
país.
Os bairros são ocupados por imigrantes de diversas partes do país, atraídos pela
mineração em curso na cidade. Muitos desses moradores financiaram suas moradias usando o
sistema financeiro do BNH (uso de empréstimos, poupanças e FGTS).
Observou-se in loco que a infraestrutura do bairro não foi pensada dentro do contexto
da urbanização em voga nos anos de 1970 em diante, nem considerou o contexto do
desenvolvimento da economia nacional, assim como a possibilidade de ascensão social por
parte da classe trabalhadora.
Os dois bairros apresentam ruas estreitas impossibilitando o fluxo de veículos pesados,
assim como ausência na maior parte das ruas de duas vias de fluxo, notou-se que as calçadas
são estreitas e o espaço para varandas e garagem ficaram comprometidos, devido a um projeto
arquitetônico deficitário e insuficiente para atender as necessidades de qualidade de vida, uso
e ocupação do solo urbano, código de conduta e posturas e plano diretor municipais.
Ciríaco (2003) ao pesquisar sobre a Vila Liberdade I e II e como estes bairros se
inserem no espaço urbano, afirma que:
Contudo, grande parte dos bairros hoje existente foi loteada a partir de 1974, época
conhecida pelo progresso “urbano e industrial da cidade”. Isso me leva a refletir
sobre a cidade que os novos habitantes da década de 70 e também os anteriores a tal
período estão falando em suas entrevistas: cidade em transformação. Para os
moradores, as imagens rememoradas da cidade trazem diferenças marcantes sobre o
processo de crescimento e melhoramento dos equipamentos urbanos e também do
viver na cidade. Trata-se de algo que é específico das experiências de viver em
Catalão num período que antecede a década de 70. (CIRÍACO, 2003, p. 38).
A construção desses dois bairros aconteceu em um momento de crescimento
econômico e urbano em Catalão, mas conforme pesquisa realizada por Ciríaco (2003) boa
parte de seus moradores não eram naturais de Catalão e chegaram na cidade para trabalhar na
indústria mineradora em ascensão, ou no comércio e/ou na agricultura em expansão. Com o
processo de urbanização crescente no pós-1970 Catalão começou apresentar um déficit
habitacional, culminando num processo de segregação socioespacial, sendo que alguns casos
são marcados por ações do Estado através da implementação de políticas públicas para o setor
de moradia. Tal questão será tratada a seguir e terá como exemplo a Vila Teotônio Vilela.
2.4 - Quarto Lugar Visitado: Vila Teotônio Vilela (Vila Mutirão)
Outro local para visita nos dois trabalhos de campo foi o Bairro Teotônio Vilela (Vila
Mutirão) foi construído em 1982, resultante de um mutirão realizado em dois dias comandado
pelo Governo Estadual, no mandato de Íris Rezende Machado. (ROSA, 2008).
Esse mutirão envolveu diretamente a população, durou dois dias e construíram-se 100
casas pré-moldadas (figura 1), ou seja, as paredes são de placas de cimento, telhado de telhas
de amianto. O Estado doava os materiais usados na construção e a população a mão-de-obra.
Figura 1: Projeto original das casas da Vila Mutirão, Catalão/GO.
Fonte: Martins (2012, p. 3).
Cabe ressaltar que a infraestrutura das casas difere das demais da cidade, foram
construídas em placas de cimento, conforme apresenta foto 5.
Esse bairro possui uma área formada por 15 quadras, cuja área total é de 248.000 m2,
no momento possui ruas asfaltadas, rede de energia elétrica e de água tratadas, depois de mais
de 40 anos de existência é que recebeu rede de esgoto, em processo de finalização. O conjunto
habitacional correspondia em 2008 em torno de 1% da área urbana total de Catalão. (ROSA,
2008).
Ao visitar o referido conjunto habitacional notou-se que com o passar dos anos muitas
casas ainda mantém o padrão original, outras foram modificadas parcialmente e ainda outras
totalmente. Além disso o bairro serviu nos anos de 1980 como uma tentativa de conter parte
do déficit habitacional na cidade, bem como em Goiás, pois havia desde os anos de 1970 um
intenso processo de migração campo-cidade, induzida pela modernização da produção
agropecuária, captura do campo pelo capital, que se territorizaliza de forma desigual e
excludente e o desenvolvimento industrial neste município, excluindo camponeses e
obrigando-os a migrar para as áreas urbanas.
Tais fatos podem ser comprovados quando de compara os dados populacionais
urbanos entre 1970 e 1980, notando-se que há um índice de urbanização acentuado neste
município, conforme aponta Silva (2005, p. 65): "Podemos constatar o crescimento
populacional de Catalão de 1970-80 foi de aproximadamente 4,32% a.a.; de 1980-91, de
3,55% a.a.; de 1991-96 o crescimento atingiu 1,47% a.a.; de 1996-2000, foi de 2,49% a.a.
[...]".
Em 1970 Catalão tinha 27.809 habitantes, sendo que 15.674 residiam em área urbana e
12.135 na área rural. (LIMA, 2010, p. 2). Já nos anos de 1980 dos 39.172 habitantes a
população urbana era de 30.685 habitantes contra 8.487 do campo. Nas décadas de 1990,
2000 e 2010 a população urbana continua a crescer, respectivamente, 47.152, 57.606, 81.064
habitantes em detrimento da diminuição da população rural, ou seja, o campo continuava a
perder população, conforme comprova a sequência de dados 7.373, 6.741, 5.583 habitantes
rurais. (IMB, 2015a).
Ressalta-se que a infraestrutura precária da maior parte das moradias deste conjunto
habitacional associado a limitações econômicas de seus proprietários leva a um processo de
segregação socioespacial e de exclusão socioeconômica dos moradores em relação aos
equipamentos disponíveis em outros bairros. No caso em tese, observa-se que a cidade se
recria mediante uma padronização das construções, como se os moradores não tivesse vontade
e gostos próprios, contribuindo dessa forma para uma paisagem homogênea e sem identidade.
Padronização que se repete nos Bairros Evelina Nour I e II, próximo ponto de visita.
2.5 - Quinto lugar visitado: Bairros Evelina Nour I e II
O Jardim Evelina Nour I foi inaugurado em 16 de janeiro de 2006, possui 260
unidades habitacionais que foram construídas mediante investimentos realizados a partir da
parceria entre Prefeitura Municipal de Catalão e Caixa Econômica Federal. As 260 famílias
sorteadas financiaram parte da construção e continua pagando as mensalidades em até 204
meses. Para conseguir a casa própria as famílias beneficiadas passaram por uma triagem
obedecendo aos critérios da CAIXA.
Segundo Kipper (2015):
O projeto dessas casas populares no Jardim Evelina Nour é pioneiro no Brasil, para
ser desenvolvido em Catalão, a Caixa Econômica Federal destinou uma verba de R$
3.582.000,00 [três milhões, quinhentos e oitenta e dois mil reais] para o material de
construção das casas. A prefeitura municipal, doou o terreno, que é de cerca de 50
mil metros quadrados, para ser loteado e ainda a mão de obra.
Esse bairro surge da parceira entre Município e União (instituição financeira estatal),
sendo criado para diminuir o déficit habitacional em Catalão e atende a interesses sociais
locais.
Já o Evelina Nour II conta 450 casas, sendo inaugurado em 29 de junho 2011.
Construído pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, este bairro já possui rede de esgoto e
áreas destinada para construção de praças, escolas e postos de saúde. (PORTALCATALAO,
2015b).
Durante o processo de construção das moradias a Prefeitura de Catalão conseguiu um
importante aditivo para os beneficiados, trocando os pisos de cimento por cerâmicas,
implantando uma área de serviço, alicerces dos muros e fazendo as calçadas, melhorando um
pouco as condições das residências.
Sobre o bairro Rosa (2008, p. 62) faz uma importante observação: "O J. Evelina N.
constitui uma ilha de casas populares no perímetro da malha urbana, com uma ligação à
cidade ainda incipiente". Essa situação perdura até o momento, algumas obras foram
realizadas no bairro no sentido deste oferecer uma infraestrutura mínima na área da educação
e de saúde a seus moradores.
Somente em fevereiro de 2014, após 8 anos de existência do Evelina Nour I e de 3
anos do Evelina Nour II, que inaugurou o Centro Municipal de Educação Infantil "Natália
Safatle Soares", custeado pelo Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2), com
investimento de R$ 1.196.259.75,00 através de recursos liberados pelo Ministério da
Educação e Cultura (MEC). Outro unidade de serviço público importante construída foi a
Unidade Básica de Saúde "Cristina de Cássia Rodovalho", inaugurada em 20 de agosto de
2015, cuja obra resultou da parceria entre os governos federal e municipal, que investiram,
respectivamente, R$ 512 mil e R$ 530 mil. (PREFEITURA, 2015a, PAC 2, 2015).
Durante andanças pelas ruas do bairro observou-se que parte das casas mantém o
projeto arquitetônico original, sendo padronizadas, idênticas entre si e produzindo uma
paisagem homogênea e sem identidade. Algumas famílias beneficiadas conseguiram
modificar a infraestrutura existente, mas em geral a paisagem é monótona, homogênea,
padronizada não permitindo o estabelecimento de uma identidade da família com a moradia, o
espaço do bairro permanece programado como no projeto arquitetônico.
Há poucos estabelecimentos comerciais, e os poucos existentes são pequenos e não
atende a maior parte das necessidades de consumo dos moradores. Outra questão observada é
que o tipo de moradia e sua respectiva infraestrutura padronizada resulta em um processo de
segregação socioespacial a partir da questão residencial. Nesse caso a segregação é induzida,
pois a partir de ações estatais programadas que esses bairros são construídos para atender a
interesses sociais por moradia e acabem sendo implantados em áreas periféricas e longe da
área central, notadamente a mais bem equipada e desenvolvida da cidade, ou seja, induz e
obriga as pessoas a residirem nas franjas do espaço urbano.
Essas são as questões mais visíveis e que merecem serem investigadas a posteriori. Na
sequência o sexto lugar visitado foi o Condomínio dos Buritis.
2.6 - Sexto Lugar Visitado: Condomínio dos Buritis
O Condomínio dos Buritis foi fundado em 1999, mas sua construção iniciou-se nos
anos iniciais de 2000, foi o primeiro condomínio horizontal fechado da cidade de Catalão,
possui 94 lotes, atualmente quase todos construídos. (fotos 6 e 7).
A sua construção invadiu parte de uma Área de Preservação Permanente (APP), onde
se encontra nascentes dos afluentes do ribeirão Pirapitinga, que corta o perimetro urbano de
Catalão. Construído para ser local de residência da elite catalana, bem como de executivos
que chegaram na cidade devido sua ascensão industrial.
Catalão atualmente conta com mais três condomínios horizontais: Villa Borghese,
Green Park e Campo Belo (os dois últimos em construção), além de condomínios verticais
finalizados (Residencial Olinda, Residencial Riviera) e em construção: Ypé Catalunha, Torres
do Lago, Barcelona. Além do projeto em estudo para implantação do Residencial Parque das
Águas, com 10 torres, totalizando 360 apartamentos.
Esse novo padrão de habitação, visto somente nas grandes cidades, chega a Catalão,
que possui ares de cidade média, mas com uma renda per capita elevada, porém concentrada
em uma pequena parte da população (elite), que devido as suas condições econômicas
escolhem morar em lugares que lhes dão conforto, comodidade, segurança e status social.
(IMB, 2015a).
Assim sendo, os condomínios residenciais sejam horizontais ou verticais almejam
separar um grupo de moradores do corpo da cidade, através do processo de cercamento e da
construção de muros, deixando evidente a auto segregação1. Esse novo processo espacial
urbano chega a cidade e deixa ainda mais evidente a presença de espaços desiguais no espaço
urbano, notadamente, ocupados por classes sociais com condições econômicas contrastantes.
1 Ver Moreira Júnior, Orlando. Cidade partida: segregação Induzida e auto-segregação urbana.
Caminhos de Geografia, Uberlândia v. 13, n. 33 mar/2010 p. 1 - 10.
Foto 6: Vista frontal do condomínio dos Buritis
Fonte: GRUPOCAP
Foto 7: Vista frontal do condomínio dos Buritis
Fonte: GRUPOCAP
Se de um lado temos condomínios fechados em Catalão voltados para classes sociais
abastadas, de outro temos condomínios populares voltados para os pobres, as diferenças entre
esses dois modos e estilos de morar são gritantes, conforme pode ser observado no próximo
bairro visitado.
2.7 - Sétimo Ponto Visitado: Bairro Copacabana e Residencial Copacabana
O bairro Copacabana foi instalado em 2010 e vendido pela Construtora Sudeste,
empresa de capital local.
O loteamento foi aberto para abrigar moradores da classe média catalana, além de
estabelecimentos comerciais ligado ao setor agropecuário. Limita-se com a Av. Dr. Lamartine
Pinto de Avelar e BR-050, cujas margens dão possibilidades para construção comerciais, fato
que vem se consolidando, inclusive com transferência de alguns estabelecimentos de outras
áreas da cidade para esse bairro. O acesso ao distrito de Santo Antônio do Rio Verde e Campo
Alegre de Goiás - regiões produtoras de commodities e consumidoras de insumos agrícolas - é
facilitado pela presença da rodovia federal, uma vantagem tanto para produtores quanto para
comerciantes.
O bairro vem sendo ocupado paulatinamente com a construção de residências com boa
infraestrutura, as ruas são largas e possui uma área relativamente plana, mas ainda não conta
com rede de esgoto.
Além disso, essa estrutura padrão, o bairro possui um condomínio popular vertical,
construído pelo Programa Habitacional Minha Casa, Minha Vida, o qual possui 176
apartamentos, que foram entregues em 11 de agosto de 2014. (foto 8). O Programa Minha
Casa Minha Vida é um projeto habitacional do Governo Federal, em parceria com os estados,
municípios e iniciativa privada, gerido pelo Ministério das Cidades e financiado pela Caixa
Econômica Federal. O objetivo é a construção de casas destinadas a pessoas com duas faixas
de renda (Famílias com renda até R$ 1.600,00 - de interesse social; Famílias com renda até
R$ 5.000,00 mensais), no caso do residencial Copacabana são moradias para atender
interesses sociais e a prestação é de até 5% da renda, ou seja, as parcelas são de, no máximo,
R$ 80 mensais. (BLOG, 2015).
Foto 8: Vista parcial do residencial Copacabana e atuais
moradores.
Fonte: BLOG DE OLHO NA CIDADE (2015).
Devido a presença deste residencial no bairro, está em construção uma USB, orçada
em R$ 754.632,83, sendo que o valor para a prefeitura é R$ 346.632,83, o prédio está
atualmente em construção, mas ainda não se fala em construção de escola ou creche para
atender os moradores locais. (PREFEITURA, 2015b).
Nota-se que no bairro visitado de forma muito próxima há contrastes sociais enormes,
enquanto se tem de um lado casas bem estruturadas e amplas, tem-se de outro prédios com
apartamentos de aproximadamente 50 m2, frisando que as pessoas residem de acordo com sua
condição econômica. É nesse ambiente de desigualdades que o capital se produz e reproduz
no espaço, sendo capturado por agentes sociais diversos.
Saindo deste bairro dirigiu-se para o Distrito Mínero-industrial de Catalão, local onde
estão instaladas a maior parte das indústrias da cidade.
2.8 - Oitavo Ponto Visitado: Distrito Mínero-industrial de Catalão (DIMIC)
O DIMIC foi fundado nos fim dos anos de 1980, pelo Governo do Estado de Goiás,
cujo objetivo era abrigar e fomentar o processo de industrialização do estado Goiás. O DIMIC
assim como todos os distritos industriais em Goiás são administrados pelo Goiasindustrial.
O objetivo de industrializar Goiás advém desde os anos de 1970, quando a Lei n°.
7.766, de 20/11/73, criou a Companhia dos Distritos Industriais de Goiás – a atual
Goiasindustrial –, responsável por expandir as atividades agroindustriais. Segundo Cunha
(2010, p. 76-77):
Essa instituição ficou responsável por mapear as diversas regiões do estado,
observando as potencialidades econômicas e sociais de cada sub-região de Goiás,
visando à implantação de distritos, o que representou uma nova fase para a
industrialização goiana.
Ainda na segunda metade dos anos de 1970, o Goiásindustrial ao dar continuidade à
política de industrialização começou a escolher as cidades que sediariam os primeiros distritos
industriais. Três cidades foram escolhidas para serem as primeiras a recebe-los, sendo:
Catalão, Gurupi (antes da criação do estado do Tocantins) e Anápolis. O Distrito
Agroindustrial de Anápolis (DAIA) foi o primeiro a ser inaugurado em 19 de setembro de
1976, sendo seguido pelos demais
O DIMIC atualmente é um dos principais distritos industriais goianos, por abrigar
grandes empresas de capital nacional e internacional, possui uma área de 278 hectares.
(CHAVES, 2009, p. 78). Isso tem contribuído para que Catalão seja umas das cidades mais
industrializadas do Estado, ocupando posições importantes nos últimos anos no PIB
industrial, conforme (IMB, 2015b, p. 19):
Em terceiro lugar ficou o município de Catalão que apresentou o maior incremento
no VA da indústria do Estado (R$ 408,651 milhões), participando com 8,8% do VA
estadual, em 2012, ante 8,1% em 2011, com incremento de 0,7 p.p (o segundo maior
incremento estadual). Na economia municipal a indústria participou com 52,0% do
VA. O ganho de participação foi verificado na indústria de transformação, e na
extrativa mineral. Na primeira, devido à maior produção de automóveis, de
colheitadeiras e da blindagem de veículos, na segunda devido ao bom desempenho
das indústrias do ramo de adubos, fertilizantes e de beneficiamento mineral.
(destaques do autor).
Cabe dizer que as empresas instaladas no DIMIC contribuem para o PIB industrial em
Goiás, assim como as que estão instaladas no Distrito Químico de Catalão (local também
visitado).
O DIMIC foi visitado nos dois trabalhos de campo e observamos que atualmente
diversas empresas estão sediadas em sua área, dentre elas: BSB Serviço Logístico Ltda.;
Central Metalúrgica Catalana Ltda.; Dicebel Beneficiamento de Cereais e Comércio
Atacadista de Bebidas em Geral Ltda.; Embrasatec Indústria e Comércio Têxtil Ltda.;
Fórmula R Indústria e Comércio de Peças para Automotores Ltda; MMC Automotores do
Brasil S.A. (montadora Mitsubishi); Mult Pedras D & D Ltda.; Stilrevest Indústria e
Comércio Ltda.; Têxtil Catalana Ltda.; Walter Vieira Rezende Goiasflora Empreendimentos
Florestais.; Weldmatic Automotive Ltda; MVC Componentes Plásticos; SBV Veículos
(montadora Suzuki); John Deere do Brasil (montadora de colheitadeiras); Cerâmica Catalão;
Pionner Sementes e outras mais.
2.9 - Nono Ponto Visitado: Distrito Químico de Catalão (DIQUIC)
Catalão possui atualmente três mineradoras em operação: Mineração Catalão,
Copebrás (as duas primeiras pertencentes ao grupo Anglo American plc) e Vale Fertilizantes.
E com eminência de nos próximos anos receber mais uma mineradora (Five Star), só que de
extração de diamantes.
A Vale S.A., antiga "Ultrafertil" e "Goiásfertil", iniciou a produção de fosfato em
caráter industrial, a partir de novembro de 1982. Seu produto serve de matéria-prima para as
fábricas de fertilizantes do próprio grupo, algumas sediadas em Catalão e outras não. Entre as
sediadas em Catalão tem-se a Heringer Fertilizantes, Adubos Sudoeste, Fertigran, Adubos
Moema, Adubos Araguaia, Nutrion Gesso Agrícola e outras. (Fotos 9 e 10).
O Grupo Anglo American do Brasil é de capital africano e inglês possui na região duas
mineradores: Mineração Catalão (1976) e Copebrás (1985), ambas presentes em
Ouvidor/Goiás e Catalão, com terminais e lavras próprios nestes municípios. Em Catalão, está
sediada parte de suas infraestrururas e lavras exploratórias de fosfatados e nióbio.
Foto 9: Empresa de fertilizantes Adubos
Sudoeste, sediada no DIQUIC.
Fonte: Silva, M. V. da. (2015).
Foto 10: Empresa de fertilizantes FERTIGRAN
Fertilizantes, sediada no DIQUIC.
Fonte: Silva, M. V. da. (2015).
A Copebrás opera as minas de fosfatados e nióbio, possuindo um terminal de
processamento sediado próximo a área urbana da cidade, onde está abrigado o polomínero-
químico da empresa.
A empresa fabrica fertilizantes fosfatados e insumos para alimentação animal, além de
fabricar produtos para fins industriais, como ácido fosfórico, sulfúrico e fluossilícico.
O grupo Anglo American Fosfatados tem acesso a cerca de 15% dos recursos de
fosfato conhecidos do Brasil. Cuja mina em Ouvidor tem os melhores teores de fosfato do
país, com previsão para mais de 30 anos com o nível atual de produção. (ANGLO
AMERICAN, 2015)
A mina Boa Vista Fresh Rock sediado no município de Catalão, próximo a
Comunidade Mata Preta, vai aumentar a capacidade de produção para 6.800 toneladas por
ano, tornando o segundo maior produtor de nióbio do mundo. O minério de nióbio extraído
desta mina que é a céu aberto. O processamento é feito em Catalão e em Ouvidor, formando a
liga de ferro-nióbio, sendo exportado para as principais usinas siderúrgicas da Europa,
América do Norte e Ásia. (ANGLO AMERICAN, 2015)
Os investimentos chegam a 325 milhões de dólares para expandir as operações. O
projeto Boa Vista Fresh Rock (BVFR) vai aumentar a capacidade de produção em quase 50%,
para 6,5 mil toneladas ao ano e fará da empresa o segundo maior produtora de nióbio do
mundo. O aumento da demanda está sendo impulsionado pela China e pela Índia e, de forma
mais moderada, pelos EUA e Japão. (ANGLO AMERICAN, 2015)
Todavia, cabe dizer que parte do processamento do nióbio e dos fosfatados e feito
parte nesse terminal - antigo terminal da Copebrás (fotos 11 e 12) - e parte em Ouvidor. Para
tal usa-se produtos de alta periculosidade como: acido fosfórico, sulfúrico e amônia.
Ressalta-se que a presença de várias empresas de fertilizantes e os terminais das duas
mineradora (Anglo American - nióbio e fostatados) e da Vale Fertilizantes, formam o
DIQUIC. Essas empresas utilizam da potencialidade de transporte da Ferrovia Centro
Atlântica (FCA) para escoar parte dessa produção, assim como diversos caminhões que
transportam matéria-prima e produtos transformados para diversas localidades do país. Dessa
forma, o fluxo de caminhões e locomotivas é intenso neste distrito industrial, principalmente
durante a semana.
Após essa visita deslocou-se para a última parada, o subcentro do bairro São João.
Foto 11: Terminal de processamento da Anglo
American, sediada no DIQUIC.
Fonte: Silva, M. V. da. (2015).
Foto 12: Terminal de processamento da Anglo
American, sediada no DIQUIC.
Fonte: Silva, M. V. da. (2015).
2.10 - Décimo Lugar Visitado: Subcentro do Bairro São João
O Subcentro do Bairro São João inicia-se a partir da confluência das Avenida
Cristiano Victor, São João, JK e Dr. Lamartine Pinto de Avelar, que se encontram na
Subestação Rodoviária do São João.
O Subcentro do São João, está sediado em um dos bairros mais antigos de Catalão, e é
resultante a partir do processo de descentralização da área central de Catalão em voga nos
últimos anos, conforme afirma Silva (2011, p. 12 apud Reis, 2007):
[...] o Subcentro é fruto do processo de descentralização das atividades centrais para
outras áreas na cidade, sendo marcadas de um lado, por fatores de repulsão da área
central e, por outro, pelos de atração das áreas não-centrais. Entre os fatores de
repulsão estão: alto valor dos imóveis e de impostos, tráfego intenso de automóveis
e congestionamentos etc. Estes fatores não são encontrados nas áreas não-centrais,
pois apresentam baixo valor dos imóveis (aluguel/compra), moderada circulação de
veículos; possibilidade de desenvolver comércios especializados; fixar filiais de
lojas já localizadas no centro etc.
Todavia os fatores de repulsão existentes na área central são indutores do processo de
descentralização e assim da formação de subcentros ou eixos de comércio. Da mesma forma a
formação de subcentros se tornam viáveis, devido à condições mais acessíveis de uso e
ocupação do solo urbano e também de localização geográfica favorável, que induz a
descentralização de certas atividades e viabiliza o aumento de lucros para esses segmentos
que se deslocam.
O Subcentro São João até poucos anos atrás era eminentemente residencial, mas
devido sua localização no espaço urbano tornou-se receptor de moradores oriundos de cidades
vizinhas, de povoados e distritos municipais, assim como da zona rural. Pelo fato de abrigar
por muitos anos a única subestação rodoviária da cidade tornou-se um local atrativo para a
abertura de estabelecimentos comerciais e de serviços, tendo em vista que haveria um público
alvo constante. É nesse caminho que a abertura de estabelecimentos comerciais diversos e de
serviços ocorre paulatinamente, transformando esta área numa das mais dinâmicas de Catalão.
Atualmente, este subcentro abriga uma infinidade de estabelecimentos comerciais
(lojas agropecuárias, vestuários, calçados, medicamentos, construção etc.), sistema bancário
(com duas agências bancárias, casa lotérica, postos de auto-atendimentos bancários), agência
dos Correios, prestadores de serviços, órgãos públicos diversos, restaurantes e bares, dentre
outros mais.
O mesmo tem se desenvolvido principalmente após-2005, devido o desenvolvimento
da estrutura da Universidade Federal de Goiás que aumentou significativamente o número de
alunos, professores e funcionários, aumentando assim a demanda por produtos e serviços
próximos a essa instituição, além dos diversos moradores de bairros subjacente que
necessitam desta infraestrutura urbana. Dessa forma, a Avenida Dr. Lamartine Pinto de
Avelar ganha destaque no processo de organização deste subcentro, tornando-se uma das mais
dinâmica e movimentada da cidade, atraindo inclusive filiais de empresas sediadas na área
central de Catalão, tais como: Cacau Show, O Boticário, Sapataria Brasil, Porão Modas e
outras.
Além disso, nota-se que essa avenida em especial apresenta duas funções: uma diurna
ligada ao comércio e serviços públicos e outra noturna, ligada ao ramo de alimentação e lazer.
3. Considerações Finais:
O presente relato trouxe algumas informações importantes apreendidas durante a
realização de dois trabalhos de campo no espaço urbano de Catalão/GO, sendo um em 17 de
janeiro de 2015 e outro em 21 de julho do mesmo ano.
Nestes dois trabalhos de campo - uma prática pedagógica - foi possível observar as
modificações do espaço urbano em Catalão no espaço-tempo, presenciando lugares com
dinâmicas diferentes, assim como a reprodução do capital também se dá de forma
diferenciada. Cada bairro e lugar visitado foi possível verificar as especificidades destes
ambientes, resultantes de processos históricos, sociais e espaciais que se consolidavam em
Catalão conforme os acontecimentos e seu desenvolvimento.
Notou ainda que o processo de industrialização crescente elevou o déficit habitacional,
de um lado, acirrou a especulação imobiliária e a construção de conjuntos habitacionais de
interesse social levando a segregação socioespacial, mas de outro levou a construção de
condomínios e abertura de bairros suntuosos para atender as classes media e alta aumentando
a auto segregação.
É a partir destes contraste que o espaço urbano em catalão vai se delineando e
apresentando as vicissitudes do capital em reprodução através de diversos agentes sociais,
além disso, esse contraste se materializa nas residências e na infraestrutura dos bairros, a
divisão social do trabalho.
A cada ponto visitado as perguntas por parte dos alunos foram inevitáveis, a
curiosidade e o processo de associação da teoria vista em sala de aula com a paisagem
materializada a sua frente resultou em observações interessantes, contribuindo sobremaneira
para o processo de ensino-aprendizagem dos saberes geográficos. O olhar para além da teoria
desvela uma realidade e contrasta o significado dos termos científicos que não conseguem
apreender a grande significância e complexidade dos processos socioespaciais, é preciso ter
contato com a realidade e o real para entender a dimensão da teoria e o efeito desta no saber-
fazer e no processo pedagógico desenvolvido em sala de aula.
Portanto, a partir dessas duas incursões geográficas (trabalho de campo) apresentadas
neste relato de experiência que arrisca-se ao propor um indicativo de roteiro de campo a partir
dos lugares visitados para a realização de futuras incursões no espaço urbano de Catalão. A
sugestão desse roteiro indicativo poderá ser utilizado como prática pedagógica tanto por
docentes do Curso de Geografia/UFG-RC, quanto por professores da disciplina de Geografia
da Educação Básica e do Ensino Médio das unidades escolares deste município para realizar
suas atividades de campo.
Referências:
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mundo. Disponível em: <http://brasil.angloamerican.com/nossos-negocios/niobio?sc_lang=pt-PT.>. Acesso em: 07 set 2015.
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<http://blogdarcpra.blogspot.com.br/2013_02_26_archive.html>. Acesso em: 07 set. 2015a.
BLOG DARC PRA. Infraestrutura: Prefeitura trabalho na revitalização da Praça Getúlio Vargas. Disponível
em <http://blogdarcpra.blogspot.com.br/2015/07/infraestrutura-prefeitura-trabalho-na.html>. Acesso em: 07 set.
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