Post on 04-Jul-2015
MAPEAMENTO DE PROCESSOS EM ENFERMAGEM: Fluxogramação
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
Antônio Joaquim Bastos da Silva – Reitor Adélia Maria Carvalho de Melo Pinheiro – Vice‐Reitora
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
Helma Pio Mororó José – Diretora Ricardo Matos Santana – Vice‐Diretor
COLEGIADO DE ENFERMAGEM
Roseanne Montargil Rocha – Coordenadora Aretusa de Oliveira Martins – Vice‐Coordenadora
GERENCIAMENTO DE ENFERMAGEM NOS SERVIÇOS HOSPITALARES
Noélia Silva Oliveira – Docente Assistente Ricardo Matos Santana – Docente Assistente
Sharon Shyrley Weyll Oliveira – Docente Assistente Sonia Maria Isabel Lopes Ferreira – Docente Assistente
Daniela Simões Gomes – Docente Substituta
Ricardo Matos Santana Noélia Silva Oliveira
Sharon Shyrley Weyll Oliveira Sonia Maria Isabel Lopes Ferreira
Daniela Simões Gomes
MAPEAMENTO DE PROCESSOS EM ENFERMAGEM: Fluxogramação
Ilhéus – Bahia 2007
2007 by Ricardo Matos Santana Noélia Silva Oliveira
Sharon Shyrley Weyll Oliveira Sonia Maria Isabel Lopes Ferreira
Daniela Simões Gomes.
Universidade Estadual de Santa Cruz Departamento de Ciências da Saúde
Colegiado de Enfermagem Gerenciamento de Enfermagem nos Serviços Hospitalares
Campus Prof. Soane Nazaré de Andrade Rodovia Ilhéus Itabuna, Km 16 – 45662‐000, Ilhéus, Bahia, Brasil Tel.: (73) 3680‐5108/5116/5114 – FAX: (73) 3680‐5501/5114
http://br.groups.yahoo.com/group/adm_enf_uesc
Capa e Ilustração: Ricardo Matos Santana
Editoração: Ricardo Matos Santana
Autorizamos a reprodução e divulgação total ou parcial desta obra, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.
Dados Internacionais de Catalogação da Publicação (CIP)
Ficha Catalográfica: Silvana Reis Cerqueira – CRB5/1122
M297 Mapeamento de processos em enfermagem: fluxogra- mação : texto de apoio / Ricardo Matos Santana ... [et al.] – Ilhéus, BA, UESC, 2007. 18f. : il. Inclui bibliografia e apêndices. 1. Enfermagem. 2. Enfermagem – Administração. 3. Fluxogramas. I. Santana, Ricardo Matos. II. Título. CDD 610.7306
AUTORES
Ricardo Matos Santana Enfermeiro, Mestre em Enfermagem, Especialista em Saúde Pública,
Especialista em Auditoria de Sistemas de Saúde, Docente Assistente do Departamento de Ciências da Saúde da UESC.
E‐mail: ricmas@uesc.br.
Noélia Silva Oliveira Enfermeira, Mestre em Enfermagem, Docente Assistente do
Departamento de Ciências da Saúde da UESC. E‐mail: nso04@hotmail.com.
Sharon Shyrley Weyll Oliveira Enfermeira, Mestre em Enfermagem, Especialista em Gestão Hospitalar, Especialista em Educação Profissional na Área de Saúde: Enfermagem, Docente Assistente do Departamento de Ciências da Saúde da UESC.
E‐mail: sharonshyrley@yahoo.com.br.
Sonia Maria Isabel Lopes Ferreira Enfermeira, Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente,
Especialista em Gestão Hospitalar, Especialista em Educação Profissional na Área de Saúde: Enfermagem, Docente Assistente do Departamento
de Ciências da Saúde da UESC. E‐mail: soniamilf@yahoo.com.br.
Daniela Simões Gomes Enfermeira, Especialista em Saúde Pública, Docente Substituta do
Departamento de Ciências da Saúde da UESC. E‐mail: gomesds@uol.com.br.
MAPEAMENTO DE PROCESSOS EM ENFERMAGEM: Fluxogramação
RESUMO Dentro do serviço de enfermagem, ao levarmos a efeito trabalhos de análise de processos em enfermagem, sentimos a necessidade de substituir os relatórios, expressos em palavras, por uma apresentação gráfica, que possibilite uma visualização dos eventos e que seja ao mesmo tempo, racional e sistematicamente organizada. Esses gráficos são encontrados de vários tipos, contudo o mais conhecido e mais utilizado no estudo de processos administrativos é o fluxograma, que utilizando‐se de símbolos previamente convencionados, apresenta a seqüência de um trabalho de forma analítica, caracterizando de forma clara e precisa as operações, os responsáveis e/ou unidades organizacionais envolvidos no processo, permitindo, se a situação exigir, redesenhar o fluxo ou seqüência deste. O fluxograma é uma ferramenta potente quando utilizada no gerenciamento e na sistematização da análise dos processos executados pela enfermagem. Buscando conhecer e compreender a ferramenta fluxograma, este texto é produto de um estudo exploratório bibliográfico, com vistas à sua utilização como material instrucional do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, Ilhéus ‐ Bahia, principalmente da Disciplina Gerenciamento de Enfermagem nos Serviços Hospitalares. Abordaremos conteúdos referentes à importante técnica de representação gráfica conhecida como fluxograma, que permite esquematizar e visualizar os processos de uma forma racional, clara e concisa, facilitando seu entendimento geral por todos os envolvidos nos processos executados pela enfermagem. Contemplando uma apresentação compreensiva do processo de fluxogramação das ações de enfermagem, numa referência bibliográfica ainda não disponível na enfermagem. O material é apresentado de forma clara, de fácil aprendizado, oferecendo diretrizes para o desenvolvimento de fluxogramas, bem como para o incremento da organização de processos nos diversos campos de atuação do Enfermeiro. Palavras‐chave: enfermagem, administração, processos, organização, métodos.
SUMÁRIO
RESUMO ....................................................................................................................... v
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 7
2. A FERRAMENTA FLUXOGRAMA ..................................................................................... 7
3. VANTAGENS DA FLUXOGRAMAÇÃO .............................................................................. 8
4. ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE FLUXOGRAMAS .......................................................... 8
5. ORIENTAÇÕES TÉCNICAS ............................................................................................... 9
6. TIPOS DE FLUXOGRAMAS .............................................................................................. 11
6.1. Fluxograma de Rotina .......................................................................................................... 12
6.2. Fluxograma Global ou de Colunas ........................................................................................ 13
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 14
APÊNDICE A – Desdobramento do Fluxograma de Rotina das principais atividades da administração de recursos materiais exemplificado na Figura 5 .............. 15
APÊNDICE B – Outra forma de arrumação para o desdobramento do Fluxograma de Rotina das principais atividades da administração de recursos materiais exemplificado na Figura 5 ....................................................................... 16
APÊNDICE C – Outra forma de arrumação para o desdobramento do Fluxograma de Rotina das principais atividades da administração de recursos materiais exemplificado na Figura 5 ....................................................................... 17
APÊNDICE D – Outra forma de arrumação para o desdobramento do Fluxograma de Rotina das principais atividades da administração de recursos materiais exemplificado na Figura 5 ....................................................................... 18
Mapeamento de Processos em Enfermagem: fluxogramação SANTANA, R.M.; OLIVEIRA. N.S.; OLIVEIRA, S.S.W.; LOPES‐FERREIRA, S.M.I.; GOMES, D.S.
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1. INTRODUÇÃO
Dentro do serviço de enfermagem, ao levarmos a efeito trabalhos de análise de processos em enfermagem, culminando com a racionalização ou implantação de novos métodos e/ou processos, sentimos a necessidade de substituir os relatórios, expressos em palavras, por uma apresentação esquemática, que possibilite uma visualização dos eventos e que seja ao mesmo tempo, racional e sistematicamente organizada (SÁ REGO apud CURY, 2005).
Cury (2005, p. 339) sobrepõe que:
"Para atingir esse resultado, inclusive aumentando o grau de detalhamento, utilizamos gráficos, com símbolos representativos das ocorrências observadas, além dos textos elucidativos. Tanto o texto quanto os símbolos são dispostos no esquema de acordo com certas regras, de uso generalizado, com a finalidade de tornar o fluxo de trabalho mais compreensível, sistemático e racional."
Esses gráficos, de acordo com Araújo (2001) são encontrados de vários tipos, contudo o mais conhecido e mais utilizado no estudo de processos administrativos é o fluxograma. O qual afirma Cury (2005) ser este um gráfico universal, que representa o fluxo ou a seqüência normal de qualquer trabalho, produto ou documento.
Permitindo‐nos acreditar que é perfeitamente aplicável na análise e gerenciamento de processos em enfermagem, onde o enfermeiro utiliza o Processo de Enfermagem adaptado à prática administrativa para sistematizar a análise dos processos executados pela enfermagem, a ferramenta fluxograma é bastante útil no momento de investigação. Onde o enfermeiro busca reunir informações que revelarão a seqüência de atividades desenvolvidas dentro do processo a ser analisado, realizando, em seguida, o mapeamento desse processo através do fluxograma, para facilitar a análise e posterior definição dos diagnósticos administrativos de enfermagem.
Dessa forma, esse texto favorece o conhecimento e a compreensão da ferramenta fluxograma como importante técnica para esquematizar e visualizar as ações de Enfermagem, facilitando a organização dos seus processos de trabalho
2. A FERRAMENTA FLUXOGRAMA
O mapeamento de processos em enfermagem serve para indicar a seqüência de atividades desenvolvidas dentro de um processo, sejam eles processos assistenciais, administrativos, educativos ou até de pesquisa. Deve ser feito de forma gráfica, utilizando‐se a ferramenta fluxograma, para representá‐lo (BRASIL, 2005).
O fluxograma, por sua vez, representa com racionalidade, coerência, clareza e síntese os processos ou procedimentos, bem como seus respectivos responsáveis e/ou unidades organizacionais (OLIVEIRA, 2002). Procurando, de maneira geral, como afirma Araújo (2001), apresentar o processo passo a passo, ação por ação.
Sintetizamos que o fluxograma é a representação gráfica que, utilizando‐se de símbolos previamente convencionados, apresenta a seqüência de um trabalho de forma analítica, caracterizando de forma clara e precisa as operações, os responsáveis e/ou unidades organizacionais envolvidos no processo, permitindo, se a situação exigir, redesenhar o fluxo ou seqüência deste.
Esta técnica de mapeamento de processos está presente em abordagens contemporâneas de análise e gestão organizacional, onde as modernas ferramentas de estudo e gestão organizacional apontam a análise de processos como a melhor alternativa para a busca de uma melhor dinamicidade do cotidiano das organizações. Tendo a análise do dia‐a‐dia, da movimentação, do melhor uso da informação e o conhecimento de processos, impulsionado a substituição dos modelos de gestão fundamentados em organogramas e manuais de organização (ARAÚJO, 2001).
Oliveira (2002, p. 258) salienta que:
“Os fluxogramas procuram mostrar o modo pelo qual as coisas são feitas, e não o modo pelo qual o chefe diz aos funcionários que as façam; não a maneira segundo o qual o chefe pensa que são feitas, [...]. Eles são, portanto, uma fotografia exata de uma situação real em foco.”.
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Considerando que qualquer tipo de trabalho realizado por uma equipe de enfermagem deve integrar um processo, e não a simples expressão de normas e rotinas, a fluxogramação dos seus processos buscará evidenciar a seqüência real de um trabalho, permitindo a visualização das atuações incoerentes e a dispersão de recursos materiais e humanos. Onde o enfermeiro consegue articular as diversas etapas, ou momentos, de um processo depois da inevitável divisão e distribuição das tarefas (OLIVEIRA, 2002).
Harrington (1993), por sua vez, afirma que a elaboração de um fluxograma cria uma disciplina mental. Onde a comparação de um fluxograma com as atividades do processo real irá destacar aquelas áreas em que as regras ou políticas não são claras, ou estão sendo até desobedecidas, começando, então a revelar as diferenças entre a forma como uma atividade deve ser executada e como ela está sendo executada na realidade.
3. VANTAGENS DA FLUXOGRAMAÇÃO
O fluxograma pode constituir uma ferramenta de trabalho muito útil para os enfermeiros, por que possui muitas vantagens que facilitam o desenvolvimento da etapa de análise e redesenho do processo em estudo. Tomando como base os escritos de Araújo (2001), Cury (2005) e D'Ascenção (2001) podemos citar as seguintes vantagens como principais:
− Apresentação real do funcionamento de todos os componentes de um processo em enfermagem, facilitando a análise de sua eficiência e eficácia;
− Possibilidade da apresentação de uma filosofia de enfermagem, atuando, principalmente, como fator psicológico;
− Possibilita a verificação, de maneira clara e precisa, das falhas de operações, dos gargalos, da duplicidade de procedimentos e de outros problemas oriundos do processo em estudo;
− Entendimento mais simples e objetivo do que o de outros métodos descritivos;
− Aplicação a qualquer processo, desde o mais simples aos mais complexos;
− Propiciar o uso de convenções de simbologias, o que possibilita uma leitura mais simples e lógica do processo, não permitindo dupla interpretação, por parte de toda a equipe de enfermagem, tanto pela elaboradora quanto pela executora;
− Permite fácil atualização, e de maneira mais adequada, pela melhor clareza das alterações introduzidas, incluindo suas causas e efeitos.
4. ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE FLUXOGRAMAS
Como já foi dito anteriormente, os fluxogramas, por serem instrumentos de ordenação dos eventos, devem retratar uma situação de fato, portanto, procuram demonstrar como as coisas são realmente feitas, não o modo pelo qual o chefe diz ou pensa que são feitas, tampouco da forma pela qual os manuais da empresa mandam que sejam feitas (OLIVEIRA, 2001).
Para elaborar um fluxograma, o enfermeiro, por meio de uma pesquisa sistematizada junto à equipe e unidade organizacional, na fase de investigação do Processo de Enfermagem adaptado à prática administrativa, precisa definir um processo a ser diagramado e que tipo de fluxograma vai ser criado, para, em seguida, fazer um levantamento dos passos que envolvem o trabalho, considerando desde fator desencadeante do processo, o operador inicial até o final e, também, os impressos envolvidos no processo (com seus destinos, inclusive sua vias, se houver).
Sugerimos considerar as seguintes etapas, como roteiro de elaboração do fluxograma de processos executados pela enfermagem: comunicação, coleta de dados, fluxogramação e avaliação.
Na primeira etapa, comunicação, os enfermeiros responsáveis pelo gerenciamento de processos em enfermagem participam aos membros da equipe, e outros envolvidos fora da equipe de enfermagem, da realização do trabalho e os seus objetivos.
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Na segunda etapa, a coleta de dados, seguindo um roteiro sistematizado, o processo é descrito passo a passo, podendo ser a descrição de um processo formal (expressados por normas e rotinas), a descrição de um processo informal (desenvolvidos pela equipe de forma independente) ou os dois.
Em virtude da lacuna sempre existente entre o que as pessoas dizem e o que efetivamente fazem, é importante buscar dados primários (fornecidos pelos executores do processo) utilizando a entrevista e a observação direta (“in loco”) do processo e dados secundários que são fornecidos pela instituição (manual de normas e rotinas, etc.).
Durante a verificação “in loco” é importante buscar colaboração dos executantes do processo, explicando‐os que irá acompanhar a execução completa para fazer um diagrama mostrando o trabalho daquele processo, sendo provável o surgimento de dúvidas, que serão dirimidas através de uma comunicação essencial, entre observador e executor(es), gerando empatia e facilitando a coleta de dados.
O roteiro de coleta de dados poderá conter as seguintes questões, adaptadas de Cury (2005) e Oliveira (2002):
− Qual o cargo ou função?
− De quem recebe o trabalho?
− Em que consiste o trabalho? O que é feito? Como é feito o trabalho?
− Porque esse trabalho é necessário? Há, realmente, uma necessidade absoluta desse trabalho?
− Onde esse trabalho deve ser feito? pode ser ele executado mais perfeitamente, em menos tempo e com menos transporte, se for mudada a localização de funcionários ou de equipamentos? Tal mudança de local é viável?
− Quem deve executar esse trabalho? Existe alguém mais qualificado para executá‐lo? Seria mais lógico ou conveniente que outra pessoa realizasse esse trabalho?
− Para quem passa o trabalho após terminar essa parte?
− Quantas vezes por dia realiza esse mesmo trabalho?
− Quanto tempo gasta para realizar esse trabalho?
Os enfermeiros responsáveis pelo mapeamento de processos em enfermagem devem ter o discernimento para identificar quais outras perguntas devem ser efetuadas para o adequado desenvolvimento dos trabalhos, considerando que as perguntas acima apresentadas são necessárias, mas não são suficientes (OLIVEIRA, 2002).
Na etapa de fluxogramação propriamente dita, o enfermeiro elabora o fluxograma do processo estudado.
Após a etapa de fluxogramação o enfermeiro deve fazer uma avaliação do fluxograma elaborado e, não estando os eventos muito claros, estando o fluxo incompleto ou apresentando incoerências deverá retornar às fontes de dados para: certificar‐se da correção dos dados; colher informações adicionais; ouvir opiniões dos executores dos serviços; fazer observação pessoal das rotinas que apresentam incoerências (CURY, 2005, p. 342).
Ao término da análise do processo é importante formalizar um relatório descritivo dessa análise. Ele deve conter, no mínimo, o fluxograma do processo inicial, o sugerido e as justificativas e expectativas das alterações propostas. Esse relatório será útil para demonstrar a evolução dos processos, o histórico de sugestões e mudanças. Além disso, facilitará futuras análises, para propor novas melhorias, pois saber o que existia antes e o que foi proposto certamente poupará muito trabalho. (RODRIGUES, 2008).
5. ORIENTAÇÕES TÉCNICAS
Existem diversos símbolos utilizados na construção de fluxogramas, mas a maioria dos fluxogramas são elaborados com os símbolos básicos apresentados no Quadro 1.
É possível a enfermagem utilizar símbolos diferentes dos convencionados no Quadro 01, desde que não ofereçam dificuldade de compreensão para o leitor e que sejam definidos previamente pela equipe.
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O símbolo de atividade (ou operação) é um retângulo que indica um passo do processo. Uma breve descrição da atividade é descrita dentro do retângulo.
O símbolo decisão é um losango que designa uma checagem ou um desdobramento de atividade. A descrição da decisão é escrita dentro do símbolo, geralmente na forma de uma pergunta. A resposta à pergunta determina o passo a ser tomado. Cada passo é intitulado para corresponder à resposta.
O símbolo terminal é um retângulo arredondado que identifica o início e o fim do processo. "Início" e "Fim" são mostrados dentro do símbolo.
Linhas de Fluxo são usadas para representar o progresso dos passos em seqüência. A seta da linha de fluxo indica a direção do fluxo do processo. A seta tracejada indica fluxo informal. Linhas sem seta (sólidas ou tracejadas) podem ser utilizadas para ligar um retângulo com comentários ou explicações à qualquer símbolo do fluxograma.
O símbolo documento representa informação escrita pertinente ao processo. O título ou a descrição do documento é mostrado dentro do símbolo.
O símbolo documentos representa informação escrita em múltiplas vias. O título ou a descrição e a quantidade de vias do documento é mostrado dentro do símbolo.
O símbolo informação verbal representa comunicação verbal pertinente ao processo. O título ou a descrição da comunicação é mostrado dentro do símbolo.
O símbolo arquivo temporário é um triângulo com equilíbrio sobre seu ápice e identifica material armazenado ou estocado em caráter temporário ou indeterminado.
O símbolo arquivo definitivo é um triângulo assentado sobre sua base e identifica material armazenado ou estocado.
O símbolo banco de dados (data base) representa informações armazenadas eletronicamente pertinentes ao processo. O título ou descrição da mesma é mostrada dentro do símbolo.
O conector de rotina é um círculo usado para indicar a continuação do fluxograma na mesma página. Uma letra ou um número é mostrado dentro do círculo.
O conector de página é usado para indicar a continuação do fluxograma em outra página. Uma letra ou um número é mostrado dentro do símbolo.
O símbolo demora, representado pela letra D, indica uma espera para se iniciar ou sequenciar determinada atividade.
Quadro 1. Simbologia utilizada nos fluxogramas
Fonte: Araújo (2001), Ballestero‐Alvarez (2000), Cury (2005), D’Ascenção (2001), Oliveira (2002).
Essa situação é justificada pelas características amplas e abrangentes de atuação da enfermagem que exigem essa flexibilidade.
A elaboração, ou desenho de um fluxograma, requer atenção a algumas orientações básicas:
− Os símbolos devem ter tamanhos e formas bem uniformes e guardar a devida proporção entre si;
− O tamanho do desenho do fluxo varia de acordo com a complexidade do processo em estudo, e o tamanho ideal é aquele que permite visualizar o processo sem grandes movimentos, tanto lateral como verticalmente;
− O desenho deve ser feito da esquerda para a direita e de cima para baixo, como no sentido horário (Anexo B), ou de cima para baixo e da esquerda para a direita, como se estivesse ziguezagueando (Figura 6 e 10). Tudo que estiver em sentido inverso deve estar claramente identificado;
− Evite o uso de linhas de comunicação muito longas. Dê preferência às linhas horizontais e verticais, evitando as diagonais e inclinadas que poluem o fluxograma.
Existem no mercado, à disposição dos enfermeiros, e qualquer outro profissional, réguas do tipo gabarito especiais para a confecção manual de fluxogramas (Figura 1).
Figura 1 – Gabaritos para fluxogramas
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Com o crescente processo de informatização do trabalho na enfermagem, os profissionais podem utilizar softwares específicos para a confecção de fluxogramas que rodam em microcomputadores, oferecendo uma gama muito grande de recursos que nos ajudam na elaboração de um fluxo de processo. Podendo utilizar, também, os recursos disponíveis em processadores de texto, planilhas e de apresentação em multimídia – botões localizados na barra de ferramentas Desenho – como mostra as Figuras 2, 3 e 4.
6. TIPOS DE FLUXOGRAMAS
Existem na literatura corrente vários tipos de fluxogramas, no entanto reconhecemos dois tipos básicos para a utilização no mapeamento dos processos executados pela enfermagem. Aqueles que são mais adequados para descrever pequenos processos ou processos executados em uma única unidade organizacional, os quais chamaremos de Fluxogramas Rotina (Figura 5 e 6), pois apresentam poucos eventos que, em boa parte dos casos, podem ser tratados como seqüências; e aqueles mais adequados para descrever processos mais complexos, envolvendo uma grande quantidade de ações, funções, decisões e unidades organizacionais, os quais denominaremos de Fluxogramas Global ou de Colunas (Figura 12) (BALLESTERO‐ALVARES, 2000).
Figura 5 – Exemplo de Fluxograma de Rotina (resumo das principais atividades da administração de recursos materiais)
Figura 2 – Ferramenta para fluxogramas em software de apresentação ‐ Formas
Figura 3 – Ferramenta para fluxogramas em software de apresentação ‐ Conectores
Figura 4 – Ferramenta para fluxogramas em software de apresentação – Cor do preenchimento da forma
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6.1. Fluxograma de Rotina
Por sua ampla visão do sistema analisado, esse fluxograma permite que qualquer trabalho, por mais complexo que seja, possa ser representado graficamente, facilitando o estudo do processo (Figura 6). É de grande valia para a pesquisa de fluxos de trabalho, porque por meio de uma ordenada, complexa, detalhada e fidedigna exposição dos fatos, como realmente ocorrem, permitem identificar pontos falhos, das mais diversas origens, que podem responder pelas deficiências constatadas na execução das diversas atividades de enfermagem (CURY, 2005).
Na elaboração do fluxograma de rotina devem ser observadas algumas instruções:
a) Inicie e finalize o fluxograma com o símbolo
terminal, colocando em seu interior e identificação “INÍCIO” e “FIM” (ou “TÉRMINO”). Como exemplificado na Figura 7.
b) Um conector é utilizado para evitar muitas intersecções de linhas, permitindo simplificar a vinculação de sub‐rotinas e/ou fluxogramas. Dessa forma, dentro do símbolo deve‐se colocar uma letra ou número que permita a identificação de onde se encontra a rotina em continuação (OLIVEIRA, 2002). Como é mostrado na Figura 8.
c) Pode ocorrer a necessidade de ocupar mais de uma página para completar o fluxograma. Para isso utiliza‐se o símbolo conector de página. A saída do fluxo recebe uma letra ou número que volta a se repetir no momento da entrada do fluxo em outra página (Figuras 9 e 10).
Figura 7 – Uso do símbolo terminal
Figura 8 – Uso do conector de rotina
Figura 6 – Exemplo de análise de processo com o uso do Fluxograma de Rotina
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d) Para demonstrar um ponto do processo em que é necessário seguir por caminhos diferentes, é utilizado o símbolo decisão. Geralmente dentro do símbolo encontra‐se a pergunta (ou a assertiva) e a saída é sempre binária: SIM ou NÃO. A bifurcação
da saída nasce em dois ângulos do símbolo (Figura 11).
6.2. Fluxograma Global ou de Colunas
Figura 9 – Uso do conector de página.
Figura 10 – Uso do conector de página com indicação da página de continuidade.
Figura 11 – Alternativas para o uso do símbolo decisão.
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Esse fluxograma recebe esse nome pela visão global que oferece do fluxo de trabalho e também porque os órgãos aparecem no fluxo sob a forma de colunas (Figura 12).
Esse tipo de fluxograma é apropriado para representar o fluxo de trabalho de toda a organização (CURY, 2005). Podendo representar áreas, cargos, funções, atividades, decisões, formulários, decisões, níveis hierárquicos, fluxo de informações, enfim, toda e qualquer variável que intervenha num determinado momento (BALLESTERO‐ALVARES, 2000) (Figuras 13, 14 e 15).
Esse tipo de fluxograma utiliza os mesmos símbolos e instruções do fluxograma de rotina, com a diferença de que, no global, a folha do fluxograma é dividida em
segmentos verticais, colocando na horizontal a ordem dos agentes ou unidades organizacionais envolvidas no
processo. O desenho deve ser feito de cima para baixo e, ao mudar de coluna, da esquerda para a direita. Tudo que estiver em sentido inverso deve estar claramente identificado (OLIVEIRA, 2002).
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, L. C. G. de. Organização, Sistemas e Métodos e as Modernas Ferramentas de Gestão Organizacional: arquitetura, benchmarking, empowerment, gestão pela qualidade total, reengenharia. São Paulo: Atlas, 2001. Cap. 5, p.64‐81, Análise de Processos ‐ Fluxogramas.
BALLESTERO‐ALVAREZ, M. E. Manual de Organização, Sistemas e Métodos: abordagem teórica e prática da engenharia da informação. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2000. Cap. 6, p. 119‐313, Instrumentos e Ferramentas.
BRASIL, MINISTÉRIO DA DEFESA, EXÉRCITO BRASILEIRO. Programa de Excelência Gerencial: Análise e Melhoria de Processos (notas de Instrução). Disponível em: <http://www.exercito.gov.br/06OMs/gabcmtex/PEG‐EB/Documentos/anmelhor.pdf> Acesso em: 20 ago 2005.
CORDEIRO, N. R. Construção de um modelo de gerenciamento de processos para organizações prestadoras de serviços utilizando o balanced scorecard e o marketing de relacionamentos. Florianópolis, 2001. 182 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) ‐ Área de Engenharias, Universidade Federal de Santa Catarina.
CURY, A. Organização e Métodos: uma visão holística. 8 ed. São Paulo: Atlas, 2005.
HARRINGTON, H. J. Aperfeiçoando processos
Figura 12 – Exemplo de Fluxograma Global ou de Colunas (o Processo de Enfermagem)
Figura 13 – Alguns campos utilizados no fluxograma global de um atendimento hospitalar
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empresariais. São Paulo: Makron, 1993.
D’ASCENÇÃO, L. C. M. Organização, Sistemas e Métodos: análise, redesenho e informatização de processos administrativos. São Paulo: Atlas, 2001.
FARIA, A. N. de. Organização e Métodos. 2 ed. Rio de Janeiro: LTC ‐ Livros Técnicos e Científicos, 1984.
OLIVEIRA, D. de P. R. de. Sistemas, Organização e Métodos. 13 ed. São Paulo: Atlas, 2002. Cap. 10, p. 255‐296, Técnicas de Representação Gráfica.
PALADINI, E. P. Gestão da Qualidade no Processo: a qualidade na produção de bens e serviços. São Paulo: Atlas, 1995.
RITTO, A. C. Organizações Caórdicas: modelagem de organizações inovadoras. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2005.
RODRIGUES, R. C. Fluxogramas de processo: como fazer passo a passo. E‐book. Disponível em: <http:www.wordpress.com> Acesso em: 05 dez 2008.
APÊNDICE A – Desdobramento do Fluxograma de Rotina das principais atividades da administração de recursos materiais exemplificado na Figura 5.
Figura 14 – Alguns campos utilizados no fluxograma global de um atendimento em pronto socorro
Figura 15 – Alguns campos utilizados no fluxograma global de um atendimento no Sistema Municipal de Saúde
Mapeamento de Processos em Enfermagem: fluxogramação SANTANA, R.M.; OLIVEIRA. N.S.; OLIVEIRA, S.S.W.; LOPES‐FERREIRA, S.M.I.; GOMES, D.S.
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APÊNDICE B – Outra forma de arrumação para o desdobramento do Fluxograma de Rotina das principais atividades da administração de recursos materiais exemplificado na Figura 5.
Mapeamento de Processos em Enfermagem: fluxogramação SANTANA, R.M.; OLIVEIRA. N.S.; OLIVEIRA, S.S.W.; LOPES‐FERREIRA, S.M.I.; GOMES, D.S.
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APÊNDICE C – Outra forma de arrumação para o desdobramento do Fluxograma de Rotina das principais atividades da administração de recursos materiais exemplificado na Figura 5.
Mapeamento de Processos em Enfermagem: fluxogramação SANTANA, R.M.; OLIVEIRA. N.S.; OLIVEIRA, S.S.W.; LOPES‐FERREIRA, S.M.I.; GOMES, D.S.
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APÊNDICE D – Outra forma de arrumação para o desdobramento do Fluxograma de Rotina das principais atividades da administração de recursos materiais exemplificado na Figura 5.
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