Post on 25-Mar-2021
TH 2 A Arquitetura Muçulmana
Profª. Ana Paula Zimmermann
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Escola de Artes e Arquitetura
Curso de Arquitetura e Urbanismo
Arquitetura Islâmica
• A arquitetura islâmica absorveu traços estilísticos dos povos conquistados, que no entanto souberam adaptar muito bem ao seu modo de pensar e sentir, transformando-os em seus próprios sinais de identidade.
• Cúpulas bizantinas passaram a coroar suas mesquitas, e os esplêndidos tapetes persas, combinados com os coloridos mosaicos, as decoraram.
O edifício mais importante: A Mesquita
• Edificações diferentes são construídas para os diferentes níveis de oração.
• A masjid é uma edificação de tamanho modesto que contem um nicho para orações mas não tem um salão específico para culto.
Mihrab
• O Idgab é um espaço ao ar livre, grande, com um muro para orações num dos lados.
• O local mais importante é a mesquita, onde o culto semanal da sexta feira é realizado com toda a congregação.
• Os fieis se reunem em fileiras muito proximas entre si, se colocando o mais proximo possivel do muro de orações.
• As orações são direcionadas para Meca e exigem todo um ritual dos fieis.
• Purificação na fonte das abluçoes, uma serie de reverencias, prostrações e recitações do Alcorão.
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• A mesquita é construída em torno de um eixo voltado para Meca. O mihrab, um pequeno nicho central que marca a parede mais próxima de Meca, é onde o Imame faz suas orações.
• Esse ato deve ser observado de outras partes da
câmara de oração. A congregação reúne-se em filas que atravessam o eixo principal e responde ao Imame.
• Quibla: Parede que marca a direção a Meca (antes para Jerusalém);
• Minbar : Designa um púlpito presente numa mesquita, a partir do qual o imã profere o sermão da sexta-feira.
Minbar e mihrab na mesquita an-Nasir Muhammad no Cairo.
• Minarete: Torre cilíndrica ou octogonal situada no exterior da mesquita a uma altura significativa, para que a voz do almuadem ou muezim pudesse chegar até todos os fiéis, convidando-os à oração.
• Sua posição no núcleo urbano era sempre privilegiada, permitindo visualiza-la a distância.
Fonte de abluções na Mesquita
Mohammed Ali
Fonte das Abluções
• “Ó vós que credes! Sempre que vos dispuserdes a observar a oração, lavai o rosto, as mãos e os antebraços até aos cotovelos, esfregai a cabeça, com as mãos molhadas e lavai os pés, até os tornozelos. E, quando estiverdes polutos, higienizai-vos." (Alcorão 5:6)
A ablução é um rito de purificação, com símbolos, atos e significados variados em diversas situações. Relacionam-se a ritos de preparação para o sacrifício. As abluções são feitas com água, folhas (ramos), e areia.
Ornamentação Anicônica
• Significa uma ornamentação simbolica ou sugestiva, sem representações literais.
• São utilizados padrões geométricos, repetições e simetria de elementos abstratos ou versos do Alcorão.
A origem: A CASA DE MAOMÉ
• A casa de Maomé em Medina: constituía uma planta quadrangular, com um pátio voltado para o sul e duas galerias com teto de palha e colunas de tronco de palmeira.
• Era local de reuniões para oração, centro político, hospital e refúgio para os mais pobres.
• Essas funções foram herdadas por mesquitas e alguns edifícios públicos.
Variações regionais da mesquita
• Mesquitas colunadas: região norte da Africa e peninsula Ibérica. Possuem o salão hipostilos.
• Mesquitas com iwan: Irã e Ásia Central. Patio interno retangular ladeado por iwans, grandes espaços abobadados.
• Mesquitas cupuladas e de organização central: Turquia
Mesquita do sultão Ahmed ou Mesquita Azul Istambul
A MESQUITA • A mesquita islâmica desde seu início foi o local
apropriado de ensinamento da religião e das várias ciências desenvolvidas pelos muçulmanos.
• Aliando religião e conhecimento, representava o poder do governante da dinastia.
• A mesquita, portanto, é a representação de três valores para a cultura muçulmana: a religiosidade, a sabedoria e o poder.
• Diferentemente do espaço litúrgico dos cristãos, a mesquita é tão somente um espaço destinado à difusão da palavra do profeta, não contendo em si o caráter de “morada do Senhor” onde, portanto, nem ele se encontra representado nem o profeta.
Grande Mesquita de Jerusalém ou Cúpula do Rochedo, séc. VII.
Fonte das abluções
Grande Mesquita de Jerusalém ou Cúpula do Rochedo, séc. VII.
• Monte Moriá – sagrado para os judeus (local do sacrifício do filho de Abraão) e local do Templo de Salomão – local onde Maomé ascendeu ao Paraíso
• Santuário centralizado em torno do qual os fieis circulam
HABITAÇÃO
A arquitetura da casa é bem especial. A porta de entrada de cada casa dá da rua, para um pátio, do qual no centro geralmente se encontra um grande tanque de água corrente. É comum os quartos rodearem o pátio , que nas maiores casas são dotado de um peristilo. O pátio central está presente em grande parte da arquitetura árabe, ele cria um ambiente sombreado, pois muitas vezes é dotado de vegetação, e por possuir água, favorece o conforto térmico.
O pátio era o coração da residência e a sua peça fundamental, a partir do qual se distribuíam os outros compartimentos: salão, alcova, latrina e cozinha.
• O modo como se apresenta o corredor de acesso, quebrado na forma de um cotovelo, impedindo, assim, que da rua as pessoas possam ver seu interior, principalmente o pátio interno, onde, geralmente, estão as mulheres em suas atividades domésticas.
• Todas elas eram espaços encerrados sobre si, virados para dentro e com raras aberturas ao exterior, de forma a preservar a intimidade dos moradores.
• A construção das zonas de acesso obedecia a estratégias de caráter defensivo, a qual não era isenta de cuidados de proteção simbólica, como se a casa fosse, mais do que uma morada, um refúgio.
As pessoas sentavam-se sobre tapetes ou mantas tendo à sua frente refeições servidas em tigelas coletivas, sendo os demais elementos mobiliários muito reduzido e facilmente transportável, como é o caso das arcas, das esteiras e dos tapetes.
Pátio interno de uma mansão - Cairo, Egito
• Proxima aula:
• Palácio e o Jardim
• Cidade Islâmica
• Taj Mahal