Post on 25-Jul-2015
Literatura Portuguesa – As Intermitências da
Morte
Resumo:
Em um país não identificado, José Samarago
desnaturaliza o papel da morte na sociedade.
Na virada de ano, a morte abandona seu ofício e
deixa de matar. História que divide-se em três
partes, na primeira a ausência da morte é vista como
uma benção, com advento da eternidade humana.
Entretanto, a princípio essa população não consegue
enxergar os desdobramentos que o desaparecimento
da morte causaria.
Com o passar do tempo (segunda parte) as pessoas
começam a entender que este fenômeno só acontece
neste país, e o quanto a morte é necessária. Sua
ausência cria implicações e crises sociais, no Estado
(em suas instituições), na economia (falência de
funerárias e lotação em espaços de saúde pública,
por exemplo), na Igreja (já que sem morte não há
ressureição e sem a ressureição não tem por quê a
existência da igreja), e socialmente, no cotidiano. No
medo de só envelhecer, adoecer e não morrer. Com
isso, cria-se um sistema de tráfico, a maphia, que
tem por objetivo auxiliar neste processo que está
interrompido por tempo indeterminado, levando os
doentes para o outro lado da fronteira, para que
possam falecer. Mas isso socialmente é mal visto, já
que a ausência dessas pessoas, para os familiares que
ficam dentro da fronteira, ficam visto como
assassinos.
Na terceira parte a morte ganha forma mais visível
de personagem, decide reaparecer e voltar a matar.
Mas não conta com uma paixão por um músico que
a faz deixar de ser morte, quando decide ficar com
ele.
Temas que podem ser abordados a partir da obra
de José Samarago: Desnaturalização e
estranhamento, e o papel do Estado e sua relação
com as instituições sociais em momento de crise.
José Saramago
Filho de camponês, nasceu
em 16 de Novembro, 1922,
em Azinhaga, uma pequena
povoação situada na
província do Ribatejo, na
margem direita do rio
Almonda, a uns cem
quilómetros a nordeste de
Lisboa. Mudou-se para
Lisboa aos 3 anos de idade.
Foi um escritor,
argumentista, teatrólogo,
ensaísta, jornalista,
dramaturgo, contista,
romancista e poeta
português. Foi galardoado
com o Nobel de Literatura
de 1998.
Faleceu em 18 de Junho de
2010.