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5/26/2018 Tese MECE Aluno 1544 Carlos Nascimento v Final
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UNIVERSIDADE DO ALGARVE
INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA
Anlise da Qualidade
do Ar Interior em
Edifcios Escolares
Mestrado em Energia e Climatizao de Edifcios
Setembro 2011
5/26/2018 Tese MECE Aluno 1544 Carlos Nascimento v Final
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UNIVERSIDADE DO ALGARVE
INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA
Anlise da Qualidade
do Ar Interior em
Edifcios EscolaresCarlos Antnio Gonalves Nascimento
Dissertao para obteno do grau de Mestre em Energia e Climatizao de Edifcios
Orientadores:
Prof. Dr. Antnio Manuel de Sousa Baltazar Mortal
Prof. Joo Vicente Madeira Lopes
Setembro 2011
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Agradecimentos
Aos orientadores Prof. Doutor Antnio Mortal e Prof. Joo Lopes expresso os
mais sinceros agradecimentos pela valiosa e indispensvel orientao, apoio,
dedicao e por todo o conhecimento transmitido.
Gostaria de agradecer aos professores Armando Inverno, Paula Cabral e Srgio
Anastcio pela inteira disponibilidade que sempre demonstraram para que durante as
suas aulas se pudesse efectuar as medies.
Tambm agradeo aos colegas da turma do 2 Mestrado de Energia e
Climatizao de Edifcios, turma do 1 e 2 ano de Engenharia Alimentar 2010/2011,
turma do Curso de Especializao Tecnolgica em Instalaes Solares 2010/2011,
pela disponibilidade para participar como ocupantes nas medies, algumas delas
em condies de desconforto.
Ao concluir este trabalho quero manifestar a todas as pessoas, nomeadamente os
amigos Graa Nascimento, Paula Duarte, Antnio Barras e Bruno Carmo, que de
diferentes formas contriburam para a realizao do trabalho, o meu agradecimento.
Dedico este trabalho aos meus filhos e esposa, pelo apoio, compreenso e pela
fora que me deram para ultrapassar alguns momentos mais difceis.
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Resumo
Com este trabalho pretende-se aprofundar os conhecimentos da forma como
evoluem alguns dos parmetros fsicos e qumicos, analisados no mbito da qualidade
do ar interior, em salas de aula com diferentes sistemas de ventilao.
As salas de aula so espaos com elevado ndice de concentrao de ocupantes,
com ciclos de utilizao no uniformes.
O nvel de concentraes de CO2neste tipo de espaos revelador da qualidade
da ventilao, pelo que normalmente se assume, que se os nveis de CO 2estiverem
dentro dos limites recomendados os restantes poluentes que dependem directamente da
ventilao, muito provavelmente o estaro.
Este estudo analisa quatro tipos de salas de aula existentes no Campus da Penha
em Faro, com e sem sistemas de ventilao mecnicos, procurando simular a
utilizao normal das salas.
Com os resultados das medies e com equaes matemticas conhecidas, foi
estabelecido um conjunto de clculos numa folha de clculo, comparando-a com a
evoluo da situao real, e deste modo testar um modelo que possa permitir a
simulao de outros tipos de utilizao, alterar caudais de ar novo, nmeros deocupantes, volume da sala, nvel de actividade e dados antropromtricos dos
ocupantes.
Verificou-se que nas salas sem sistemas de ventilao, s com as janelas abertas
ser possvel manter os poluentes abaixo dos valores indicados no RSECE, mesmo
assim nunca com o mximo de ocupantes.
Nas salas de aula com sistemas de ventilao mecnica os caudais ar novo
indicados no projecto esto abaixo dos nveis actualmente definidos pelo RSECE. A
manuteno dos sistemas de AVAC inexistente, os filtros de ar esto totalmente
colmatados, pondo em perigo as condies de higiene do ar. Em algumas das salas de
aula, tambm foi verificado que alguns dos contaminantes tm valores acima dos
valores definidos pelo RSECE, com especial ateno para o CO2, compostos orgnicos
volteis e partculas PM10.
Palavras chave
qualidade do ar interior, QAI, poluentes AVAC, ventilao, escolas
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Abstract
The aim of this work is to study and analyze the behavior of some of the physical
and chemical parameters related with the indoor air quality, in classrooms with
different ventilation systems.
The classrooms are spaces with a high occupant density and non-uniform cycles
of use.
The CO2 concentration level is a good indicator of the quality of the ventilation,
so it can be assumed that if the CO2 concentration level is in the recommended
concentration limits, the other pollutants that are directly dependent on the ventilation
are probably in the limits too.
This study analyzes four types of classrooms at the Universidade of Algarve in
Campus da Penha in Faro, with and without mechanical ventilation systems, in
common use of the classrooms.
With the measurement results and mathematical equations, it was established a
model in a spreadsheet, that allows the simulation with different use conditions, like to
change the outside airflows, the occupancy, the room volume, the level of activity and
the anthropometric data of the occupants.
It can be concluded that in the classrooms without mechanical ventilation it is
possible to maintain the pollutants below the values define by RSECE, if the windows
are open, and the number of occupants are inferior to the maximum.
In the classrooms with mechanical ventilation the outdoor air considered in the
project are below the levels defined by RSECE. The maintenance of the HVAC
systems is inexistent, and the air filters are very dirty, to endanger the hygienic
conditions of the air. In some classrooms, it was also verified that some contaminants
have values above values defined by RSECE, with special attention to the CO2, VOCs
and PM10particles.
Keywords
Indoor air quality, IAQ, pollutants, HVAC, ventilation, schools
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NDICE GERAL
Pgina
Resumo .......................................................................................................................... iv
Abstract .......................................................................................................................... v
NDICE GERAL .......................................................................................................... vi
NDICE DE FIGURAS................................................................................................ ix
NDICE DE TABELAS ............................................................................................... xi
Lista de abreviaturas .................................................................................................. xii
1 -Introduo ................................................................................................................. 11.1 -Enquadramento ................................................................................................... 3
1.2 -Objectivo ............................................................................................................. 5
1.3 -Organizao ........................................................................................................ 6
1.4 -Metodologias ....................................................................................................... 7
2 -Qualidade do ar interior .......................................................................................... 92.1 -Poluentes ............................................................................................................. 9
2.1.1 -Poluentes fsico-qumicos ............................................................................ 9
2.1.1.1 -Partculas em suspenso no ar .............................................................. 9
2.1.1.2 -Dixido de Carbono (CO2) ................................................................. 112.1.1.3 -Monxido de Carbono ........................................................................ 11
2.1.1.4 -Ozono .................................................................................................. 11
2.1.1.5 -Compostos orgnicos volteis (COVs) ............................................... 13
2.1.1.6 -Formaldeido ........................................................................................ 14
2.1.1.7 -Rado .................................................................................................. 14
2.1.2 -Amianto ...................................................................................................... 15
2.1.3 -Poluentes microbiolgicos ......................................................................... 18
2.1.3.1 -Bactrias .............................................................................................. 18
2.1.3.2 -Fungos ................................................................................................. 19
2.1.3.3 -Legionella ........................................................................................... 21
2.1.4 -Alergenos de caros ................................................................................... 22
2.2 -Legislao, normas e regulamentos da QAI ..................................................... 23
2.2.1 -Legislao Portuguesa ............................................................................... 25
2.2.1.1 -Concentraes mximas de referncia (RSECE): .............................. 26
2.2.1.2 -Nota tcnica NT-SCE-02 .................................................................... 26
2.2.2 -Resumo das normas utilizadas no clculo da ventilao ........................... 262.2.2.1 -Standard 62.1, ANSI/ASHRAE .......................................................... 27
2.2.2.2 -EN 13779 - requisitos do desempenho da ventilao para sistemas deventilao e ar condicionado ................................................................. 28
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2.3 -Equipamentos de medio usados na campanha ............................................... 31
2.3.1 -Sonda multi-gas ......................................................................................... 31
2.3.2 -Contador de partculas ............................................................................... 32
3 -Sistemas climatizao e ventilao, seu impacto da QAI ................................... 34
3.1 -Introduo ......................................................................................................... 34
3.2 -Objectivos da ventilao ................................................................................... 35
3.3 -Especificaes dos tipo de ar ............................................................................ 38
3.4 -Sistemas de climatizao .................................................................................. 38
3.4.1 -Classificao em funo do fluido trmico ................................................ 39
3.4.1.1 -Sistemas tudo ar .................................................................................. 39
3.4.1.2 -Sistemas ar gua .................................................................................. 39
3.4.1.3 -Sistemas tudo gua .............................................................................. 40
3.4.1.4 -Sistemas tudo refrigerante .................................................................. 40
3.4.2 -Classificao em funo da rea que o sistema ir climatizar ................... 41
3.4.3 -Classificao em funo do nvel de segurana ......................................... 42
3.5 -Tipos de ventilao ........................................................................................... 42
3.5.1 -Ventilao natural ...................................................................................... 42
3.5.2 -Ventilao mecnica .................................................................................. 44
3.5.2.1 -Sistema por deslocamento Displacement ........................................ 45
3.5.2.2 -Sistema por mistura ............................................................................ 47
3.5.3 -Sistemas hbridos ....................................................................................... 47
3.6 -Recuperadores de calor ..................................................................................... 483.6.1 -Roda trmica .............................................................................................. 48
3.6.2 -Roda trmica higroscpica ......................................................................... 49
3.6.3 -Fluxos cruzados ......................................................................................... 49
3.6.4 -Sistema tubos de calor Heat Pipes .......................................................... 50
3.6.5 -Sistema run around coil .......................................................................... 51
3.7 -Free cooling....................................................................................................... 51
3.8 -Filtros ................................................................................................................ 52
3.9 -Manuteno e operao dos sistemas da QAI ................................................... 53
3.9.1 -Introduo .................................................................................................. 533.9.2 -Manuteno preventiva .............................................................................. 54
3.9.3 -Manuteno correctiva ............................................................................... 55
3.9.4 -Manuteno melhorativa ............................................................................ 55
4 -Modelao numrica dos parmetros da QAI .................................................... 564.1 -Conforto trmico ............................................................................................... 56
4.1.1 -Clculo do ndice PMV .............................................................................. 59
4.1.2 -Percentagem de pessoas insatisfeitas - PPD: ............................................. 61
4.2 -
Simulao evidenciando a relao entre a emisso de CO2 e caudal derenovao ................................................................................................... 62
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4.3 -Clculo da evoluo temporal do CO2.............................................................. 65
4.3.1 -Simulao da evoluo temporal da concentrao de CO2........................ 67
4.4 -Critrio de conformidade NT-SCE-02 .............................................................. 68
5 -Caracterizao do espao escolar em estudo ....................................................... 70
5.1 -Salas sem sistema de ventilao mecnica ....................................................... 72
5.1.1 -Sala n 165 ................................................................................................. 72
5.1.2 -Sala n 136 ................................................................................................. 73
5.2 -Salas e auditrio com ar condicionado e renovao de ar ................................ 73
5.2.1 -Auditrio 0.4 .............................................................................................. 73
5.2.2 -Sala n 2.13 ................................................................................................ 76
5.2.3 -Sala n 6 ..................................................................................................... 77
5.3 -Melhorias dos actuais sistemas ......................................................................... 78
6 -Campanha de medies ......................................................................................... 806.1 -Salas sem sistemas de ventilao ...................................................................... 81
6.2 -Auditrio com ar condicionado e renovao de ar ........................................... 87
6.3 -Salas aula com ar condicionado e renovao de ar ........................................... 90
7 -Anlise dos resultados ............................................................................................ 977.1 -Salas aula sem renovao de ar ......................................................................... 97
7.1.1 -Propostas para melhorias da QAI nas salas 136 e 165 ............................. 103
7.2 -Auditrio com ar condicionado e renovao de ar ......................................... 104
7.2.1 -Propostas para melhorias da QAI no auditrio 0.04 ................................ 1087.3 -Salas aula com ar condicionado e renovao de ar ......................................... 108
7.3.1 -Propostas para melhorias da QAI na sala 2.13 ........................................ 113
7.3.2 -Propostas para melhorias da QAI na sala 6 ............................................. 115
8 -Concluso .............................................................................................................. 1168.1 -Sugestes para trabalhos futuros ..................................................................... 118
9 -Bibliografia ........................................................................................................... 119
Anexos ........................................................................................................................ 1239.1 -Anexo 1 tabela comparativa de vrios poluentes da QAI, com os limites
admitidos em vrias normas ..................................................................... 124
9.2 -Anexo 2 Apresentao dos dados da folha clculo da concentrao deequilbrio de CO2 em funo do caudal de ar novo e idade dosocupantes .................................................................................................. 125
9.3 -Anexo 3 Apresentao dos dados da folha de clculo da simulao daevoluo temporal da concentrao de CO2 ............................................ 127
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NDICE DE FIGURAS
Figura 1 - deposio de partculas no aparelho respiratrio (Leila S. R. Brickus, 1999) ........................ 10
Figura 2 - mineral bruto .................................................................................................... ....................... 16
Figura 3 - fibras de amianto ao microscpio electrnico .................................................. ....................... 16Figura 4 - remoo de telha de fibrocimento ........................................................................................... 17
Figura 5 - evoluo dos requisitos da ASHRAE 62, (European Collaborative Action, 2003) ................. 24
Figura 6 - concentraes mximas de referncia do RSECE ...................................................... ............. 26
Figura 7 - fontes poluidoras com efeitos na sade, adaptado (European Collaborative Action, 2003) ... 27
Figura 8 - multi-sonda IQ-610 ................................................................................. ................................ 32
Figura 9 - medidor de partculas, modelo 3016 IAQ ............................................................................... 33
Figura 10 - tipos de ar segundo EN 13779 ..................................................... .......................................... 38
Figura 11 esquema principio sistema difuso por deslocamento ....................................................... ... 46
Figura 12 esquema principio sistema difuso por mistura .................................................................... 47
Figura 13 recuperador de calor com roda trmica................................................................................. 48
Figura 14 recuperador de calor de fluxos cruzados............................................................................... 49
Figura 15 recuperador de calor tipo tubos de calor Heat Pipes ........................................................... 50
Figura 16 recuperador de calor tipo run around coil .................................................. ....................... 51
Figura 17- tipos de manuteno ........................................................... .................................................... 54
Figura 18 - escala de sensao trmica usada pelo ndice PMV .............................................................. 58
Figura 19 categorias de ambiente trmico, ndices PPD ....................................................................... 58
Figura 20 - relao entre o PMV e o PPD, adaptado (ASHRAE Standard 55P) ..................................... 61
Figura 21 relao PMV e PPD .......................................................... .................................................... 62
Figura 22 - concentrao equilbrio CO2, em funo do caudal de ar novo ............................................. 64
Figura 23 - equao geral da evoluo temporal da concentrao mdia de um poluente num espao
unizona (Alfano, 2010) .................................................................................................................. 66
Figura 24 simulao da evoluo temporal da concentrao de CO2, durante um dia de aulas ............ 68
Figura 25 localizao do Campus da Penha em Faro............................................................................ 71
Figura 26 edifcio do Instituto Superior Engenharia ...................................................... ....................... 71
Figura 27 - edifcios complexo pedaggico ................................................... .......................................... 72
Figura 28 - sala 165 ................................................................................................................................. 73Figura 29 - projecto rede condutas, auditrios piso 0 .............................................................................. 74
Figura 30 - auditrio 0.04 .......................................................... ........................................................... ... 75
Figura 31 - filtro unidade insuflao de ar novo, auditrio 0.04 ........................................................... ... 75
Figura 32 - projecto rede condutas, 2 piso (parcial) ............................................................................... 76
Figura 33 - sala 2.13 ................................................................................................................................ 77
Figura 34 - sala 6 ..................................................................................................................................... 78
Figura 35 evoluo do CO2campanha medies do dia 27 Setembro 2010, sala 165 ........................... 82
Figura 36 - evoluo do COVscampanha medies do dia 27 Setembro 2010, sala 165 ........................ 82
Figura 37 evoluo do CO2campanha medies do dia 18 Outubro 2010, sala 136 ............................ 84
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Figura 38 - evoluo do COVscampanha medies do dia 18 Outubro 2010, sala 136 .......................... 84
Figura 39 evoluo do CO2campanha medies do dia 19 Outubro 2010, sala 136 ............................ 86
Figura 40 - evoluo do COVscampanha medies do dia 19 Outubro 2010, sala 136 .......................... 86
Figura 41 - evoluo da concentrao CO2campanha medies do dia 15 Maro 2011, auditrio 0.4 .. 88
Figura 42 - evoluo da concentrao COVs campanha medies do dia 15 Maro 2011, auditrio 0.488Figura 43 evoluo da concentrao CO2campanha medies do dia 22 Maro 2011, auditrio 0.4 .. 89
Figura 44 - evoluo da concentrao COVs campanha medies do dia 22 Maro 2011, auditrio 0.490
Figura 45 evoluo da concentrao CO2campanha medies do dia 24 Maro 2011, sala 2.13 ........ 91
Figura 46 - evoluo da concentrao COVs campanha medies do dia 24 Maro 2011, sala 2.13 ..... 91
Figura 47 evoluo da concentrao CO2campanha medies do dia 31 Maro 2011, sala 2.13 ........ 92
Figura 48 evoluo da concentrao COVs campanha medies do dia 31 Maro 2011, sala 2.13 ..... 93
Figura 49 evoluo da concentrao CO2campanha medies do dia 7 Abril 2011, sala 2.13 ............ 94
Figura 50 evoluo da concentrao COVs campanha medies do dia 7 Abril 2011, sala 2.13 ......... 94
Figura 51 evoluo da concentrao CO2campanha medies do dia 2 Maio 2011, sala 6 ................. 95
Figura 52 evoluo da concentrao COVs campanha medies do dia 2 Maio 2011, sala 6 .............. 96
Figura 53 campanha medio do dia 27/9/2010, sala 165 ................................................................. ... 98
Figura 54 - campanha medio do dia 18/10/2010, sala 136 ................................................................... 99
Figura 55 - campanha medio do dia 19/10/2010, sala 136 ................................................................. 102
Figura 56 resumo evoluo CO2nos vrios ensaios, sala 136 ............................................................ 103
Figura 57 - campanha medio do dia 15/3/2011, auditrio 0.4 ........................................................... . 105
Figura 58 - campanha medio do dia 22/3/2011, auditrio 0.4 ........................................................... . 107
Figura 59 - campanha medio do dia 24/3/2011, sala 2.13 .................................................................. 109
Figura 60 - campanha medio do dia 31/3/ 2011, sala 2.13 ...................................................... ........... 110
Figura 61 - campanha medio do dia 7/4/2011, sala 2.13 .................................................................... 111
Figura 62 evolues da concentrao CO2,medido nas vrias campanhas da sala 2.13 ..................... 112
Figura 63 - campanha medio do dia 2/5/2011, sala 6 ......................................................................... 114
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NDICE DE TABELAS
Tabela 1 categorias do ar exterior em funo dos nveis de concentrao dos poluentes,
EN13779:2003 ....................................................... ........................................................... ............. 29
Tabela 2 tipos de ar interior em funo dos nveis de CO 2 e caudais de ar novo, EN13779:2006 ........ 29Tabela 3 classe de filtro mnima recomendada em funo da QAI pretendida, EN13779:2006 ........... 30
Tabela 4 - resumo campanha medies do dia 27 Setembro 2010, sala 165 ........................................... 81
Tabela 5 - resumo campanha medies do dia 18 Outubro 2010, sala 136 ............................................. 83
Tabela 6 - resumo campanha medies do dia 19 Outubro 2010, sala 136 ............................................. 85
Tabela 7 - resumo campanha medies do dia 15 Maro 2011, auditrio 0.4 ......................................... 87
Tabela 8 - resumo campanha medies do dia 22 Maro 2011, auditrio 0.4 ......................................... 89
Tabela 9 - resumo campanha medies do dia 24 Maro 2011, sala 2.13 ............................................... 90
Tabela 10 - resumo campanha medies do dia 31 Maro 2011, sala 2.13 ............................................. 92
Tabela 11 - resumo campanha medies do dia 7 Abril 2011, sala 2.13 ................................................. 93
Tabela 12 - resumo campanha medies do dia 2 Maio 2011, sala 6 ...................................................... 95
Tabela 13 quadro resumo de verificao de conformidade com RSECE, dia 27/09/2010, sala 165 .... 98
Tabela 14 - quadro resumo de verificao de conformidade com RSECE, dia 18/10/ 2010, sala 136 .. 100
Tabela 15 - quadro resumo de verificao de conformidade com RSECE, dia 19/10/2010, sala 136 ... 102
Tabela 16 - quadro resumo de verificao de conformidade com RSECE, dia 15/3/ 2011, auditrio 0.4
.................................................. ............................................................ ........................................ 106
Tabela 17 - quadro resumo de verificao de conformidade com RSECE, dia 22/3/2011, auditrio 0.4
.................................................. ............................................................ ........................................ 107
Tabela 18 - quadro resumo de verificao de conformidade com RSECE, dia 24/3/2011, sala 2.13 .... 109
Tabela 19 - quadro resumo de verificao de conformidade com RSECE, dia 31/3/2011, sala 2.13 .... 110
Tabela 20 - quadro resumo de verificao de conformidade com RSECE, dia 7/4/2011, sala 2.13 ...... 111
Tabela 21 - quadro resumo de verificao de conformidade com RSECE, dia 2/5/2011, sala 6 ........... 114
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Lista de abreviaturas
ADENE Agncia para a Energia
APA: Agncia Portuguesa do Ambiente
ASHRAE : American Society of Heating Refrigerating and Air-ConditioningEngineers
AVAC: Aquecimento, Ventilao e Ar Condicionado
CEN: Comit Europeu de Normalizao
CO: monxido de carbono
CO2: dixido de carbono
COVs : Compostos Orgnicos Volteis
EPA: Environmental Protection Agency
EUA: Estados Unidos da Amrica
ISO: International Organization for Standardization
OMS: Organizao Mundial de Sade
PM : Partcula (particulate matter)
PMV : Predicted Mean Vote (voto mdio estimado)
PPD : Predicted Percentage of Dissatisfied
ppm: partes por milho
QAI : qualidade do ar interiorRCCTE: Regulamento das Caractersticas de Comportamento Trmico dos
Edifcios
RPH : Renovaes por hora
RSECE: Regulamento dos Sistemas Energtico e de Climatizao dos Edifcios
SCE: Sistema Nacional de Certificao Energtica e da Qualidade do ArInterior nos Edifcios
g/m3: Micrograma por metro cbico
UFC : unidades formadoras colniasUTA : unidade de tratamento de ar
VAV: sistema ventilao de volume de ar varivel
VRV: sistema de volume de refrigerante varivel
VC: sistema ventilao de volume constante
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1 - Introduo
Alguns dos factores que contribuem para a m qualidade do ar interior podem ter
origem no projecto de climatizao inadequado, outros podem ser apenas no controlo da
gesto do edifcio, tais como a manuteno do sistema de climatizao e da quantidade
de ar exterior insuflado para os espaos.
Outro tipo de factores est relacionado com a ocupao dos edifcios,
nomeadamente os materiais utilizados nas obras de renovao, de produtos e acessrios
que so utilizados na construo, exemplo disto so os revestimentos, pinturas e
mobilirio.
Na limpeza e manuteno geral do edifcio necessria a colaborao tanto da
gesto do edifcio, como de todas as pessoas que trabalham ou utilizam o mesmo. Por
estas razes, a qualidade do ar interior uma responsabilidade partilhada.
As boas prticas de gesto da qualidade do ar interior podem fazer uma grande
diferena. No entanto, alguns factores como reaces aos contaminantes do ar nos
indivduos altamente susceptveis ou a qualidade do ar exterior, podem no estar dentro
de um controlo imediato de ningum. Tambm importante lembrar que todo o
edifcio, mesmo que bem explorado, pode sofrer perodos de qualidade do ar interiorinaceitvel devido avaria de equipamentos, manuteno inadequada, ou em alguns
casos, as aces dos ocupantes do edifcio.
importante ter em mente que muitos problemas de qualidade do ar interior so
muitas vezes problemas de conforto, tais como temperatura, humidade, caudal de ar a
circular no espao, que pode ser muito baixo ou muito alto, rudo, luminosidade. Alm
disso, muitos sintomas, como dores de cabea, podem ter outras causas no relacionadas
com o edifcio.
Estudos de investigao conduzidos por (Mendell M.J., 2005) concluram que,
associado a reduzidas taxas de ventilao podero levar a um desempenho reduzido na
aprendizagem.
A terminologia ar interior e QAI so utilizadas nos ambientes interiores no
industriais e, por isso, aplica-se aos edifcios utilizados pelo sector tercirio, aos
edifcios de utilizao pblica (escolas, hospitais, teatros restaurantes, espaos
comerciais, etc.) e aos edifcios destinados habitao.
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No caso do ambiente interior, a exposio caracteriza-se por ser mltipla e de
baixos nveis. Os efeitos na maioria dos casos, no se traduzem numa doena especfica
mas num estado de desconforto (que se manifesta num conjunto de sintomas muitas
vezes difusos) no absentismo, na perda de produtividade, na falta de ateno ou
concentrao.
A informao sobre os efeitos da exposio de baixas doses a mltiplos agentes
escassa. Por outro lado, a populao exposta no restrita (como no caso da exposio
profissional no sector secundrio) e inclui grupos vulnerveis, nomeadamente crianas,
idosos e pessoas com estado de sade debilitado. Assim, difcil estabelecer com rigor
em que medida a m qualidade do ar interior pode afectar a sade e estabelecer critrios
para a sua classificao, com base na relao causa/efeito.A qualidade do ar interior (QAI) no tem uma definio simples pois um conceito
complexo que integra agentes diversos e interaces de factores que afectam o tipo, o
nvel e a importncia dos poluentes do ambiente interior. Estes factores incluem: as
fontes emissoras dos poluentes e odores; o desenho, montagem e manuteno dos
sistemas de ventilao; a humidade e a percepo (forma como so interpretadas pelo
indivduo as condies do ambiente interior) e a susceptibilidade dos ocupantes.
Existem, tambm, factores psicolgicos que, adicionalmente, afectam o conforto e/ou apercepo da QAI.
Num sentido lato, a QAI pode ser definida como aquela que no afecta o bem-estar
dos ocupantes do espao em causa. Numa definio mais tcnica, a QAI ser atingida
quando permitir satisfazer os trs requisitos bsicos que regulam a ocupao humana
dos espaos: ambiente trmico aceitvel; manuteno das concentraes normais dos
gases expirados - dixido de carbono; remoo dos poluentes ou sua diluio de modo a
manter os seus nveis dentro dos limites aceitveis para a sade e controlo de odorespassveis de criar incomodidade (Mayan, 2010).
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1.1 -EnquadramentoEstudar e conhecer a qualidade do ar interior uma preocupao crescente nas
sociedades mais desenvolvidas, e que preocupa cada vez mais os responsveis e
utilizadores dos edifcios, acrescido da legislao especfica que indica nveis mximosadmitidos para um conjunto de contaminantes.
A qualidade do ar de interior (QAI) tornou-se um tema de pesquisa importante na
rea de sade pblica nos ltimos 30 anos. Este interesse ocorreu aps a descoberta de
que as baixas taxas de renovao do ar nestes ambientes ocasionam um aumento
considervel na concentrao de poluentes qumicos e biolgicos no ar.
Boa parte da vida diria das pessoas nas sociedades mais desenvolvidas passada
em recintos fechados, seja em casa, na escola, no trabalho, no transporte, ou mesmo em
locais de lazer, pelo que a preocupao com concentraes de contaminantes no ar em
ambientes fechados justificvel.
A disciplina que estuda a qualidade do ar interior, chamada "Indoor Air Quality"
relativamente recente, com cerca de 35 anos no mundo, em Portugal foi regulamentada
em 2006 pelo Decreto-lei 79/2006 de 4 de Abril. uma nova rea de estudo que rene
profissionais de diferentes disciplinas, principalmente qumicos, microbiologistas,
engenheiros e arquitectos.
Nestas ltimas dcadas, nos pases mais desenvolvidos, houve um significativo
aumento do nmero de queixas relacionadas com a qualidade de ar em locais fechados,
principalmente em edifcios climatizados. Essas queixas deram origem a estudos que
foram conduzidos em diferentes pases e perodos, revelando que nas grandes cidades
industrializadas o ar nos locais fechados pode estar mais poludo do que o ar exterior.
Ironicamente, o movimento mundial de conservao de energia desencadeado nadcada de 70, contribuiu de uma forma bastante marcante para as preocupaes actuais
referentes qualidade do ar interior. Com o intuito de obter uma melhor eficincia
energtica com os sistemas de refrigerao e aquecimento e, com isso, minimizar o
consumo de energia, os prdios de escritrios e residenciais (principalmente em pases
desenvolvidos localizados em climas frios) a partir daquela dcada, foram construdos
visando um isolamento trmico mais eficiente, minimizando as taxas de renovao de ar
nos espaos, surgindo assim os denominados prdios selados.
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Paralelamente, houve um grande aumento na diversidade de produtos para
revestimentos, acabamentos dos edifcios e mobilirio que contm substncias qumicas
passveis de serem dispersas no ar interior. Esses materiais, na maioria dos casos, foram
desenvolvidos sem uma preocupao com as suas emisses. Actualmente, sabe-se que
uma das causas da deteriorao da qualidade do ar de interiores devida emisso de
substncias qumicas, principalmente compostos orgnicos volteis (COVs) presentes
na composio de materiais de construo, limpeza e mobilirio.
A combinao desses dois factores pode ocasionar uma baixa qualidade do ar
interior. Em resumo, a existncia dos denominados "edifcios doentes" coincide com as
mudanas no meio ambiente interno que ocorrem, no apenas devido introduo de
novos produtos de materiais de construo, consumo e mobilirio, como tambm, strocas arquitectnicas no ambiente interno com o intuito de economizar energia.
A QAI envolve a combinao de vrios factores complexos que esto sofrendo
alteraes constantemente. Logo, a avaliao e a resoluo dos problemas relacionados
com a QAI requerem um completo conhecimento das fontes de emisso, da ventilao
do edifcio e das salas e dos processos que afectam o transporte e o destino dos
contaminantes. Juntos, esses processos determinam as concentraes finais dos
contaminantes que, aps serem detectados e quantificados, possibilitam a avaliao daQAI.
As escolas, nomeadamente as salas de aulas so ocupadas por elevado nmero de
alunos e, como consequncia, a concentrao de poluentes tende a ser elevada, entre
eles o CO2que tem relao directa com a funo respiratria dos ocupantes, que ser
tanto maior quanto maior for a actividade fsica.
A grande maioria das salas de aula em Portugal encontram-se em edifcios com
mais de 20 anos, possuindo condies de ventilao natural ou forada bastante
deficitrias. Mesmo em edifcios mais recentes, equipados com ventilao forada o
controlo e manuteno dos sistemas muitas vezes descorado, quer pelos prprios
utilizadores como pelos responsveis pelos edifcios.
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1.2 -ObjectivoOs edifcios escolares, nomeadamente as salas de aula, so espaos com grande
variao do nmero de ocupantes ao longo do dia, pelo que face ao pouco conhecimento
de como evolui a qualidade e quantidade de poluentes nestes espaos, com ndices deocupao muito variveis, aliado aos vrios sistemas de AVAC em funcionamento em
salas diferentes um desafio aprofundar o conhecimento deste tema.
O objectivo desta dissertao verificar como evoluem as concentraes de alguns
poluentes ao longo do tempo de utilizao, realizando ensaios em salas de aula com
ocupantes, alterando as formas de ventilao, verificando a influncia da existncia da
ventilao mecnica ou natural atravs da abertura de janelas e portas.
Os parmetros medidos so:
Dixido de Carbono (CO2)
Ozono (O3)
Monxido de Carbono (CO)
Compostos Orgnicos Volteis Totais (COVs)
Temperatura
Humidade relativa e absoluta
Partculas suspensas no ar (PM10)
Baseado nas concentraes de CO2, e com modelos matemticos conhecidos,
desenvolver uma folha de clculo que permita estimar qual o caudal de ar de renovao
ao longo de cada ensaio.
Partindo dos mesmos modelos, desenvolver uma folha de clculo que permita
simular a evoluo da concentrao do CO2em fase de projecto.
Pretende-se demonstrar que mesmo salas e sistemas de ventilao, que no foram
dimensionados com as regras actuais, relativamente aos caudais mnimos de ar novo
exigveis, possvel obter uma qualidade do ar satisfatria (com concentraes de CO2
at os 2.500 mg/m3).
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1.3 -OrganizaoEsta dissertao constituda por oito captulos e 3 anexos e encontra-se
organizada da seguinte forma:
No primeiro captulo, que serve de introduo, so indicados os objectivos do
trabalho, a organizao e a metodologia.
No segundo captulo, faz-se uma descrio dos poluentes qumicos e biolgicos
estudados e quantificados no mbito da QAI. Faz-se tambm, um resumo da legislao
e normas portuguesas, europeias e americanas sobre a QAI e ventilao. Faz-se, ainda,
uma descrio dos equipamentos de medida utilizados nos ensaios de campo.
No terceiro captulo so abordados os vrios sistemas de climatizao, ventilao,
filtros e manuteno desses sistemas e o seu impacto na QAI.
No quarto captulo feita uma abordagem terica modelao numrica de alguns
parmetros da QAI, abordando-se o conforto trmico, clculo do ndice PMV (voto
mdio estimado Predicted Mean Vote) e PPD (percentagem de pessoas insatisfeitas),
bem como, um descrio detalhada do mtodo de clculo das concentraes de CO2em
funo dos caudais de ar novo e do tipo dos ocupantes usando uma folha de clculo para
realizar as simulaes e ver a evoluo temporal.No quinto captulo caracteriza-se os edifcios e salas onde se realizaram os ensaios.
So descritos os tipos de sistemas de climatizao e ventilao.
No sexto captulo so descritos e indicados os valores das campanhas de medies
aos quatro tipos de salas estudadas.
No stimo captulo so analisados os resultados das medies, representando a
evoluo da concentrao do CO2medida, a determinada com o mtodo de clculo da
evoluo temporal do CO2 e a corrigida para a ocupao mxima da sala conforme
definida na Nota Tcnica NT-SCE-02.
Por fim, no oitavo captulo, apresenta-se as concluses finais bem como algumas
sugestes para trabalhos futuros.
Relativamente aos anexos, apresenta-se:
No anexo 1, a tabela comparativa de vrios poluentes da QAI, com os limites
admitidos em vrias normas e legislaes;
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No anexo 2, o clculo da concentrao de equilbrio de CO2em funo do caudal
de ar novo e idades dos ocupantes;
No anexo 3, a simulao da evoluo temporal da concentrao de CO2.
1.4 -MetodologiasO objectivo deste trabalho medir como evoluem alguns dos parmetros de
controlo obrigatrio no Regulamentos dos Sistemas Energticos e de Climatizao dos
Edifcios (RSECE), em alguns espaos escolares do Campus da Penha, simulando-se,
tanto quanto possvel, vrias tipologias de utilizao dos espaos.
Posteriormente, desenvolver ou ajustar modelos matemticos a ferramentas de
clculo, que permitam simular a evoluo do CO2nos espaos estudados.
Trabalho de campo foi realizado nas salas de aula, 165, 136, 2.13 e 6, anfiteatro
0.04, do Campus da Penha, localizado no concelho de Faro.
Registando ao longo do ensaio os vrios parmetros da QAI, nomeadamente:
Dixido de Carbono (CO2)
Ozono (O3)
Monxido de Carbono (CO)
Compostos Orgnicos Volteis Totais (COVs)
Temperatura
Humidade relativa e absoluta Partculas suspensas no ar (PM10)
Para que se possam elaborar modelos foi registado o nmero de pessoas presentes
em cada momento nos espaos em estudo.
Para medir os parmetros do CO2, CO, O3, COVs, temperatura, humidade relativa,
foi usado o equipamento, sonda multi-gs da marca GrayWolf, modelo IQ-610.
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Para medir as partculas suspensas no ar PM10 foi usado o equipamento da marca
Lighthouse modelo Handheld 3016-IAQ
Para os parmetros, CO2, CO, O3, COVs, temperatura, humidade relativa, foram
registados valores com intervalo de tempo de um minuto, iniciando-se os registos,sempre que possvel algum tempo antes da utilizao do espao, terminando algum
tempo depois.
A medio das partculas suspensas no ar PM10, foi efectuada nos perodos de
entrada e sada de ocupantes, durante a aula em intervalos de tempo de
aproximadamente quinze minutos.
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2 - Qualidade do ar interior
2.1 -PoluentesExistem muitos poluentes que influenciam a qualidade do ar, alm dos poluentes
com verificao obrigatria no RSECE. Neste trabalho faz-se uma abordagem terica
aos mais comuns, nomeadamente o amianto e os caros.
2.1.1 - Poluentes fsico-qumicos2.1.1.1 -Partculas em suspenso no ar
As partculas em suspenso podem ter vrias dimenses e quanto mais pequenas
mais perigosas se tornam. A forma de entrarem no corpo humano atravs da inalao.
Enquanto as partculas de maiores dimenses so normalmente filtradas pelo nariz
e garganta, as partculas inferiores a 10 m (PM10) podem alojar-se nos brnquios e nos
pulmes.
As PM10so pequenas partculas em suspenso no ar, de dimetro no superior a
10m. Em meios urbanos, as partculas so essencialmente geradas pela combusto de
veculos com motor a gasolina e a gasleo.As partculas inferiores a 2,5 m (PM2,5), podem alojar-se nos pulmes e at
penetrar no sistema sanguneo.
As partculas em suspenso so a forma mais visvel de poluio do ar e
razoavelmente fcil de se determinar quantitativamente com instrumentao mnima.
O termo PM (particulate matter) refere-se matria total (na fase lquida e/ou
slida no ar) que colectvel. Partcula inalvel refere-se somente quelas partculas
que so bastante pequenas para passar pelas vias areas superiores e alcanar o pulmo
(figura 1). Contudo, existe, ainda, muita controvrsia relacionada com o tamanho da
partcula que depositada no aparelho respiratrio. Enquanto se discute a faixa de
tamanho da partcula que consegue atingir as diferentes partes do aparelho respiratrio,
a medida da partcula inalvel, por sua vez, muito importante. Pois, parte do que
inalado pode ser irreversivelmente depositado nas vias respiratrias.
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Legenda :1 - aparelho respiratrio superior, as partculas entre 5 e 30 m so retidas2 - aparelho respiratrio inferior, as partculas menores que 1 m de dimetro alcanam o alvolo e so depositadas nos
pulmes3 - as partculas entre 1 e 5 m so depositadas
Figura 1 - deposio de partculas no aparelho respiratrio (Leila S. R. Brickus, 1999)
Os dimetros das partculas determinam o seu destino. Isto , se se iro depositar
em superfcies horizontais e verticais, se ficaro suspensas no ar ou se sero removidas
por filtros de ar condicionado. E, uma vez inaladas, se sero removidas pelas vias areas
superiores ou se iro atingir os alvolos e depositar-se irreversivelmente.
A composio qumica das partculas no ar, em ambientes fechados, altamente
varivel, podendo ser constituda por esporos de mofo, amianto, fibras sintticas, plen,
aerossis de produtos de consumo (desodorizante, fixador de cabelos). Portanto, o
conhecimento da composio das partculas de um determinado ambiente possibilitar a
previso de efeitos especficos que sejam adversos sade.
Existem vrios mecanismos pelos quais as partculas do ar nos recintos fechados
podem ser produzidas ou tornar-se areas. O atrito entre os objectos que semovimentam produzir partculas slidas; varrer, tirar a poeira ou limpar utilizando
aspirao facilita a reentrada de partculas slidas no ar; humidificadores e vrios tipos
de "sprays" produzem partculas lquidas. O acto de fumar ou mesmo cozinhar, produz a
condensao de aerossis, tanto slidos como lquidos.
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2.1.1.2 -Dixido de Carbono (CO2)O dixido de carbono gerado nos ambientes interiores, principalmente atravs do
metabolismo humano, podendo ser exalado a uma taxa de cerca de 0,3 litros por minuto
quando se executam tarefas leves (APA, 2009), variando em funo da actividade fsicae da idade da pessoa.
O CO2 (tambm denominado anidrido carbnico ou gs carbnico) um composto
qumico constitudo por dois tomos de oxignio e um tomo de carbono. um gs
incolor e inodoro.
O CO2 que se encontra em concentraes mais elevadas no interior dos edifcios
deve-se essencialmente funo metablica dos seus ocupantes. A sua concentrao no
ar interior dos edifcios pode, sob determinadas circunstncias, dar uma boa indicao
da taxa de ventilao.
2.1.1.3 -Monxido de CarbonoO monxido de carbono um gs inodoro e incolor. altamente perigoso, pois
liga-se de forma irreversvel hemoglobina, no permitindo que haja o transporte de
oxignio no sangue. Resulta da oxidao incompleta durante a combusto, deaquecedores a gs, fornalhas, lareira, e sobretudo em transportes rodovirios.
Dispositivos de combusto com instalao ou manuteno deficientes (por exemplo
caldeiras ou esquentadores) em locais pouco ventilados e sem a correcta exausto dos
gases queimados so extremamente perigosos.
Dentro de edifcios importante ter em ateno as entradas de ar junto a garagens,
parques de estacionamento e caldeiras de aquecimento.
Em concentraes moderadas poder causar problemas de viso e reduo da
funo cerebral. Em concentraes elevadas a exposio a este gs pode ser fatal.
2.1.1.4 -OzonoO ozono um composto qumico que, em baixas concentraes, pode no se sentir
o cheiro. Tem trs tomos de oxignio mas o terceiro tomo de oxignio est sempre
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pronto para "reagir" com alguma coisa. Caso se trate das vias areas, pulmes ou olhos
pode causar problemas de sade.
O ozono um gs instvel que se forma naturalmente no ambiente, mais
concretamente na estratosfera atravs da aco dos raios ultravioleta. A suaconcentrao altera-se com a altitude e latitude. Este gs extremamente oxidante e
reactivo, sendo um poluente perigoso para a sade quando presente na troposfera em
excesso.
Quantidades relativamente pequenas podem causar dores no peito, tosse, respirao
acelerada e irritao na garganta. O ozono pode tambm agravar doenas respiratrias
crnicas (tais como a asma) e comprometer a capacidade do corpo de combater
infeces respiratrias. Pessoas saudveis, assim como as com dificuldadesrespiratrias, podem sofrer de problemas respiratrios quando expostos ao ozono.
Ozono no interior dos edifcios
As fontes interiores de ozono (por ex., geradores de ozono, purificadores de ar
electrostticos, fotocopiadoras, e impressoras a laser) podem ser responsveis por
elevadas concentraes interiores, no entanto, o ozono existente no exterior motivo de
nveis mais elevados de ozono no interior dos edifcios.
Geralmente, mais saudvel estar no interior dos edifcios em dias de grandes
concentraes de ozono exterior, a no ser que exista um equipamento gerador de ozono
no interior.
As concentraes de ozono nos espaos interiores podem variar significativamente,
entre 10% a 80% dos nveis do exterior. Esta variao causada por diversos factores
tais como, infiltrao de ar, insuflao pelos sistemas AVAC, a circulao do ar interior,
composio das superfcies interiores (por ex., tapetes, tecidos, moblia, etc.,) e porreaces com outros componentes do ar interior. Nas situaes em que existe uma fonte
de ozono no interior, tal como purificadores de ar com gerao de ozono,
fotocopiadoras, etc., as concentraes de ozono podem variar entre os 0,12 e os 0,80
ppm.
Em concentraes normais, as reaces do ozono com determinadas molculas
orgnicas encontradas em ambientes interiores, podem produzir produtos com um
tempo de vida curto que so altamente irritantes e que podem ter toxicidade crnica ouser cancergenos (APA, 2009)
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2.1.1.5 -Compostos orgnicos volteis (COVs)A designao Compostos Orgnicos Volteis, COVs dada aos compostos de
carbono cujo ponto de ebulio, presso normal, suficientemente baixa para que a
sua vaporizao temperatura ambiente ocorra rapidamente e, estando presentes na
atmosfera, podem contribuir (devido a reaces fotoqumicas) para a formao de
ozono troposfrico (ozono prejudicial) e para a destruio da camada do ozono
estratosfrico (ozono benfico).
As principais fontes de COVs no interior dos edifcios so as tintas e vernizes, colas
e solventes, alcatifas e papel de parede, mobilirio, produtos de limpeza, produtos de
higiene pessoal e cosmtica.
Devido elevada volatilidade destes compostos, as molculas dos COVs que fazem
parte da composio da maioria dos materiais utilizados na construo dos edifcios,
sobretudo nos revestimentos interiores, so libertadas ao longo do tempo e passam para
o ar interior, respirvel pelos ocupantes, constituindo um dos principais factores da m
qualidade do ar.
A emisso deste poluente mais intensa quando a aplicao dos materiais deconstruo recente devido maior quantidade de COVs que neles esto presentes,
diminuindo ao longo do tempo. Por outro lado, no caso dos materiais slidos (como
mobilirio, txteis e revestimento de soalhos) a emisso de COVs , inicialmente,
menos intensa mas mantm-se durante um maior perodo de tempo.
Os principais efeitos na sade registados so, por ordem decrescente de frequncia
de sintomas, irritao da garganta, dores de cabea, distrbios visuais, leses do fgado
e dos rins e aumento do risco de cancro.
De acordo com o RSECE, a concentrao mxima admissvel definida para os
compostos orgnicos volteis totais (COVT), o que inclui um vasto nmero de
substncias moleculares tais como aldedos (acetaldedo e formaldedo), cetonas e
hidrocarbonetos como benzeno, tolueno e xileno. Apesar do formaldedo estar includo
no grupo dos COVs considerado separadamente devido aos seus efeitos nocivos na
sade e utilizao de um mtodo diferente de medio da concentrao.
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2.1.1.6 -FormaldeidoO formaldedo um gs incolor. O odor irritante indica, frequentemente, a sua
presena numa concentrao superior a 0,2 ppm. As principais fontes de formaldedo
so os materiais dos edifcios, os contraplacados, os tecidos/decorao, lquidos delimpeza e adesivos.
As concentraes nos espaos interiores dependem das fontes presentes, da
ventilao, da temperatura interior e exterior e da humidade. As concentraes de
formaldedo tambm variam ao longo do dia e da estao do ano. Os resultados das
medies podem ser comparados com as vrias normas existentes, devendo os nveis
nos espaos interiores em avaliao ser inferiores a 0,1 ppm.
O formaldedo uma substncia qumica irritante e desperta a sensibilidade das
mucosas. Os sintomas incluem a garganta seca ou dorida, dores de cabea, fadiga,
problemas de memria e concentrao, nuseas, vertigens, falta de ar, ardor nos olhos.
Os efeitos irritantes tm sido associados a concentraes numa gama mdia de 0,5 ppm.
Concentraes inferiores a 0,01 ppm tm sido assinaladas como poderem afectarem
indivduos sensveis (WHO, 2010).
2.1.1.7 -RadoO rado um gs radioactivo contido naturalmente nos solos e nas rochas, por
consequncia, nos materiais de construo.
O tipo de construo, os materiais utilizados e os hbitos dos moradores (ventilao
da casa) so factores que influenciam os nveis de rado no ar interior.
A entrada deste poluente nos espaos faz-se normalmente pelas zonas em contacto
com a superfcie do terreno, atravs de fissuras nas lajes do cho ou remates das
canalizaes mal executados, etc.
Os efeitos nefastos para a sade provocados pelo rado podem ser minimizados
adoptando uma boa ventilao (de preferncia criando um vazio sanitrio bem
ventilado) e reduzindo ao mnimo a utilizao de materiais de construo que usem
inertes de rochas granticas.
O rado e extremamente perigoso, estando provado que cancergeno.
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2.1.2 - AmiantoO amianto (tambm conhecido por asbesto) um mineral fibroso constitudo por
diferentes variedades, ao longo do tempo teve as mais variadas aplicaes, sobretudo ao
longo do sculo XX. Actualmente est proibido o seu fabrico e comercializao em todaa Unio Europeia e em muitos pases do resto do mundo. No entanto, continua por
resolver o problema das exposies actuais s poeiras de amianto devido a anteriores
aplicaes.
O amianto foi utilizado desde os primrdios da civilizao, inicialmente, para
reforar utenslios cermicos conferindo-lhes propriedades refractrias. Com o intenso
desenvolvimento no uso industrial, principalmente, ps Revoluo Industrial (sculo
XVIII) para isolar termicamente mquinas a vapor. O amianto tambm passou a serpesquisado pelos malefcios causados sade dos trabalhadores expostos nos seus
ambientes de trabalho e, posteriormente, pelos danos provocados sade na populao,
em geral, que tinham exposies indirectas e mesmo ambientais s suas fibras.
No inicio do sculo XX, mais precisamente em 1906, estudos cientficos
demonstraram que o amianto podia causar doenas graves, progressivas e incurveis
nos trabalhadores como a asbestose, uma fibrose pulmonar, cujo tratamento consiste em
apenas aliviar sintomas de falta de ar (dispneia progressiva), sintomas que se vo
acentuando com o tempo, mesmo que os trabalhadores sejam afastados da exposio ao
p das fibras.
Nas dcadas de 40 e 50 comprovou-se, tambm, que o amianto no era apenas um
problema dos trabalhadores expostos mas que atingia outras populaes que se
expunham de maneira eventual e at mesmo indirecta s suas fibras. Estas foram
classificadas pela Agencia Internacional de Pesquisa sobre o Cancro (IARC) da
Organizao Mundial de Sade (OMS) como reconhecidamente cancergenas para os
seres humanos.
Todos os tipos de amianto so classificados, portanto, como cancergenos, mesmo
que alguns possam ter um maior grau de letalidade ou agressividade ao organismo
humano, como, por exemplo os amiantos azul e cinzento, que na verdade representam
menos de 5% de todo o amianto explorado no mundo e que h mais de 20 anos j esto
proibidos na maioria dos pases.
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Figura 2 - mineral bruto
De "seda mineral ou mineral magico", o amianto passou, ento, a ser denominado
"a poeira assassina" e, da em diante, comeou a sofrer srias restries sua utilizao
em todo o mundo.
As fibras microscpicas que compem o amianto (catalogadas como substncias
cancergenas de categoria 1 pela Portaria 286/93 de 12 de Maro) quando inaladas,
alojam-se nos pulmes podendo levar ao aparecimento de cancro, conhecido por
mesotelioma da pleura.
O asbesto, conhecido comercialmente como amianto, uma fibra mineral natural
sedosa e resistente que est presente em abundncia na natureza sob duas formas:
- cristilo, amianto branco em forma de serpentina;- anfbola, a amosite (de cor cinzento escuro) e a crocidolite (amianto azul) em
forma de agulha.
Figura 3 - fibras de amianto ao microscpio electrnico
Sendo que, o cristlio corresponde a mais de 95% dos asbestos usados
comercialmente devido sua abundncia natural nas formaes rochosa no planeta. Os
asbestos tipo cristilo so resistentes alcalinidade forte mas no so estveis acidez.
Sendo bons isolantes trmicos e muito usados nas indstrias txteis e cermicas.
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Os asbestos anfbola so mais estveis ao calor e acidez que os cristilos mas
mais vulnerveis forte alcalinidade. So utilizados na indstria do fibrocimento, papel
e carto.
Em Portugal foram usados durante vrias dcadas na construo civil, em especialno fibrocimento, que possui na sua constituio de cerca de 20% de amianto. O
fibrocimento pode ainda ser encontrado nos edifcios em pavimentos, placas onduladas
para telhados, tubos, depsitos de gua e chamins.
H o perigo de elevadas concentraes de partculas areas de amianto poderem
ocorrer nos materiais que o contenham desde que estes sejam manipulados por
quaisquer actividades de desmantelamento, corte ou raspagem. Em actividades mal
sucedidas de remoo destes materiais podem soltar-se as fibras para o ar.
Figura 4 - remoo de telha de fibrocimento
Uma exposio a elevados ndices, mesmo que de curta durao, pode resultar em
doenas respiratrias num curto espao de tempo. Entretanto, doenas mais graves, tais
como, asbestosis (acumulao das fibras no pulmo, reduzindo a capacidade pulmonar),cancro de pulmo e um outro tipo de cancro que ocorre no peito e no tecido de
revestimento do estmago, s aparecem depois de muitos anos da exposio ter
acontecido.
importante salientar o facto das exposies ao amianto manterem latentes os seus
efeitos cancergenos durante vrios anos. Os sintomas das doenas provocadas pelo
amianto aparecem, geralmente, 10 a 40 anos aps o seu contacto. Quanto mais jovem
for o indivduo exposto s fibras de amianto maiores so as probabilidades de
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desenvolver cancro. No entanto, se tais materiais no forem manipulados,
permanecendo em repouso, no oferecem nenhum risco aos utilizadores.
O amianto ou asbesto uma fibra mineral natural sedosa que, pelas suas
propriedades fsico-qumicas (alta resistncia mecnica e s altas temperaturas,incombustibilidade, boa qualidade isolante, durabilidade, flexibilidade,
indestrutibilidade, resistente ao ataque de cidos, lcalis e bactrias, facilidade de ser
tecida etc.), abundncia na natureza e, principalmente, baixo custo tem sido largamente
utilizado na indstria. extrado fundamentalmente de rochas compostas de silicatos
hidratados de magnsio, onde apenas de 5 a 10% se encontram na sua forma fibrosa de
interesse comercial.
Os nomes latino e grego, respectivamente, amianto e asbesto, tm relao com suasprincipais caractersticas fsico-qumicas, incorruptvel e incombustvel.
2.1.3 - Poluentes microbiolgicos2.1.3.1 -Bactrias
As bactrias so organismos procariontes onipresente de uma nica clula,
compreendendo uma abundncia de espcies. Podem ser encontradas na poeira e em
todas as superfcies, incluindo aqueles sem problemas de humidade.
As principais fontes de bactrias em ambientes fechados sem renovao de ar so
as pessoas e o crescimento bacteriano no interior.
Conforme acontece com os fungos, a gua um requisito essencial para o
crescimento bacteriano.
De fato, as bactrias necessitam para a sua actividade gua, em valores mais
elevados do que a maioria dos fungos. A temperatura e as exigncias nutricionais so
geralmente satisfeitos na maioria dos ambientes fechados. Surpreendentemente, poucos
estudos tm sido realizados sobre o crescimento bacteriano em casas hmidas.
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2.1.3.2 -FungosA contaminao fngica dos ambientes interiores poder influenciar a infeco
fngica dos seus ocupantes, estando a mesma dependente de vrias variveis
ambientais, nomeadamente: os aspectos construtivos, o sistema de ventilao e/ou arcondicionado e a sua operao, as condies do ambiente exterior, o nmero de
ocupantes no espao interior, bem como as actividades nele desenvolvidas.
Os fungos podem ser encontrados sempre que existem condies ideais de
temperatura, humidade, oxignio, fontes de carbono e nitrognio e de minerais que
precisam. As suas actividades biolgicas de biodegradao e biodeteriorao dependem
das suas actividades enzimticas, das condies ambientais, do fenmeno de
competio e da natureza do substrato.
Ainda no foi possvel estabelecer uma relao causal entre a extenso da presena
fngica, tempo de exposio e efeitos na sade especficos com a frequncia e a
severidade dos sintomas referidos.
Os estudos realizados apenas tendem a demonstrar a existncia de relao entre a
exposio a fungos e o desenvolvimento de sintomas.
O ambiente interior pode confinar os bioaerossis contribuindo para o aumento dacontaminao fngica, apresentando por esse motivo maior risco de exposio para os
ocupantes dos espaos do que o ambiente exterior.
Alguns dos microrganismos, que podero fazer parte dos bioaerossis so os
fungos filamentosos (possuem vrias clulas e formam miclios) e fungos
leveduriformes (possuem uma nica clula), sendo tambm considerados para o efeito
os seus esporos e toxinas produzidas.
As espcies fngicas so genericamente identificadas como a causa de doenas
alrgicas, cefaleias, irritao ocular, obstruo das vias respiratrias, tosse e outros
sintomas.
Mais de oitenta espcies fngicas esto associadas a sintomas de alergia no tracto
respiratrio e quase todos os alrgenos microbianos so de origem fngica, sendo os
principais os gneros Penicillium, Aspergillus, Cladosporium e Alternaria.
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Os fungos so os microrganismos mais disseminados num edifcio com problemas
de infiltraes e humidade, pois requerem menos humidade do que as bactrias para
proliferarem.
Enquanto que para os fungos apenas necessrio humidade relativa entre 75 85%para crescerem, as bactrias necessitam de humidades relativas mais elevadas (95%) e
da presena abundante de gua.
A disseminao de estruturas fngicas viveis e de esporos est muito dependente
das suas dimenses, das suas caractersticas biolgicas, da temperatura do ar,
disponibilidade de oxignio, presena de nutrientes, textura das superfcies e vibraes
das superfcies.
Os fungos libertam os seus esporos devido a correntes de ar ou a reaces
provocadas em situaes desfavorveis, como por exemplo, o rpido aumento ou
decrscimo na humidade ou, ainda, para alcanar novas fontes de nutrientes.
Alguns esporos tm uma parede rija e mantm-se agregados atravs de muco,
formando corpos pesados, no sendo, por esse motivo, facilmente transportados pelo ar,
como o caso dos fungos do gnero Acremoniume Exophiala. Por outro lado, gneros
de fungos como Penicilliume Cladosporiumtm esporos com paredes secas, fceis de
dissociar e leves, sendo por isso mais fceis de dispersar no ar.
Na vertente legislativa, a nvel nacional o Decreto-Lei no 79/2006 de 4 de Abril que
aprova o Regulamento dos Sistemas Energticos de Climatizao em Edifcios estipula,
para ambientes interiores, a concentrao mxima de referncia de 500 UFC/m3no ar,
no mencionando critrios de avaliao no que concerne s espcies fngicas
identificadas.
Com o objectivo de complementar o diploma legal referido, a NT-SCE-02 de 2009sugere para a avaliao quantitativa e qualitativa da contaminao fngica no ar o
parecer de no conformidade quando se verifique a existncia de crescimento visvel de
fungos em qualquer superfcie ou a concentrao fngica no interior superior a
detectada no exterior.
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2.1.3.3 -LegionellaA bactria Legionella pneumophila associada contaminao do ar interior de
edifcios. A doena dos Legionrios uma doena que foi conhecida no ano 1976 aps
um surto de pneumonia num hotel de Filadlfia que afectou os membros da legioamericana que celebravam a sua conveno anual. A doena denominou-se por Doena
dos Legionrios por ter sido associado o seu conhecimento com a referida conferncia.
Esta bactria para alm de se encontrar nos ambientes aquticos naturais, como rios
e lagos, tambm se pode multiplicar nos sistemas artificiais de abastecimento de gua,
sobretudo em depsitos e redes de distribuio de guas quentes sanitrias sempre que
encontrem condies favorveis sua multiplicao, tais como:
- estagnao da gua em grandes reservatrios ou tanques;
- existncia de nutrientes na gua, biofilmes;
- factores fsico-qumicos, como temperatura, pH, corroso das tubagens.
Dos factores que favorecem a contaminao comLegionelladas redes prediais dos
grandes edifcios h a destacar: a temperatura da gua, as condies ptimas de
multiplicao bacteriana ocorrem com temperaturas entre os 20 e 45C e para o pH, as
condies ptimas situam-se entre 2 e 8,5.
Tambm se tem encontrado Legionella em fontes, chuveiros, jacuzzis,
humidificadores e outros equipamentos que usam gua, incluindo a gua potvel de
residncias. Esta bactria, implicada em pneumonias de consequncias graves e por
vezes fatais, tem merecido especial destaque nos principais meios de comunicao
atravs da Europa e outras partes do mundo.
A doena dos legionrios um tipo de pneumonia que, para alm de afectar os
pulmes, tem efeitos noutros rgos. Esta doena manifesta-se inicialmente por febres
altas, dores musculares e de cabea, surgindo rapidamente o aparecimento de tosse seca
e dificuldades respiratrias. Em alguns pacientes desenvolve-se por vezes diarreias,
vmitos, estados de uma certa confuso e delrio. A falta de tratamento adequado e
imediato poder ser de consequncias fatais. O perodo de incubao varia de 12 a 36
horas.
A infeco transmite-se ao homem por via area (respiratria) atravs da inalao
de gotculas de gua (aerossis) contaminadas com a bactria. importante referir que a
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infeco no se transmite de pessoa para pessoa, nem pela simples ingesto de gua
contaminada.
A Legionella uma bactria amplamente distribuda capaz de sobreviver em
condies ambientais hostis por longos perodos, o que contribui para a sua fcildisseminao e da resultar uma elevada probabilidade de exposio do homem a este
agente.
A Legionella pneumophila est associada a duas doenas: a Doena dos
Legionrios e a febre de Pontiac, cuja incidncia depende do grau de contaminao dos
reservatrios de gua, da susceptibilidade da pessoa exposta e da intensidade da
exposio. A infeco no ocorre quando a exposio muito baixa e o sistema
imunitrio est intacto. Nos casos em que a sade esteja debilitada, a susceptibilidadedo hospedeiro aumenta.
Os princpios bsicos que devem ser seguidos para minimizar o risco de exposio
bactria devero ser como se segue. Sempre que houver uma paragem longa dos locais
que micronizem a gua formando aerossis (torres de arrefecimento, chuveiros,
jacuzzi, piscinas teraputicas, aparelhos de tratamento por gua, etc.) aconselhvel:
- deixar correr a gua durante um perodo de tempo;
- colocar os aparelhos em funcionamento sem a presena de ocupantes;
- manter a gua quente nos reservatrios a temperaturas superiores a 55/60 C.
2.1.4 - Alergenos de carosOs caros so artrpodes no visveis vista desarmada. At data foram
encontradas variadas espcies de caros do p, sendo os mais frequentes os
Dermatophagoides pteronyssinus, frequentemente designados por caros do p europeu.
Estes caros so encontrados nas habitaes e no interior de edifcios e alimentam-se
dos diversos componentes constituintes do p: pele humana e pele de animais
(principalmente gerada por alteraes dermatolgicas), resduos alimentares, bactrias e
fungos.
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A presena de caros no significa falta de higiene ou limpeza. Os caros fazem
parte das nossas habitaes ou espaos de trabalho, encontrando-se em todo o tipo de
txteis, especialmente em colches, almofadas, alcatifas, cortinados e sofs.
Os caros do p dependem de valores de temperatura na ordem dos 25 a 27C,obscuridade e humidade de 60 a 65%, condies normais encontradas nos colches e
almofadas, para um rpido desenvolvimento e propagao. Da se explica a razo de
muitos doentes apresentarem sintomas alrgicos particularmente graves durante a noite.
A anlise de caros importante, uma vez que estes microrganismos provocam
doenas nos animais e no homem pela sua simples presena. Os caros do p esto
frequentemente associados produo de alrgenos podendo causar ataques de asma
brnquica, rinites alrgicas e irritaes dermatolgicas, podendo levar a leses de pele,dermatoses persistentes e seborreias.
A presena de caros afecta de maneira diferente os diversos indivduos mas
reveste-se de particular importncia quando em presena de pessoas idosas, crianas ou
indivduos com propenso para alergias.
2.2 - Legislao, normas e regulamentos da QAIOs requisitos de ventilao tm variado bastante ao longo do tempo.
Os caudais de ar indicados nas normas so o resultado de uma ponderao de
interesses diversos, por exemplo, qualidade do ar, sade, energia, produtividade. Este
processo de ponderao fortemente influenciado por factores externos (crise do
petrleo na dcada de setenta) novas descobertas da investigao (o impacto sobre a
sade e a produtividade).Dado a falta de conhecimento preciso sobre alguns destes factos, no
surpreendente que os requisitos de caudais de ar padro possam variar
consideravelmente ao longo do tempo.
A ASHRAE 62 um bom exemplo da evoluo dos caudais de referncia ao longo
dos ltimos 30 anos, dos quais, cada reviso o resultado de um processo de reviso
amplamente estudado e ponderado.
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Na figura 5 apresentada a evoluo das necessidades de caudais de ar novo por
pessoa:
a) ASHRAE 1973, ANSI/ASHRAE Standard 62-1973, Standard for Natural and
Mechanical Ventilation, 2,5 l/s (9 m3
/h)
b) ASHRAE 1981, Standard 62-1981, Ventilation for Acceptable Indoor Air
Quality, 2,5 l/s (9 m3/h)
c) ASHRAE 1989, Standard 62-1989, Ventilation for Acceptable Indoor Air
Quality, 7,5 l/s (27 m3/h)
d) ASHRAE. 2001. ANSI/ASHRAE Standard 62-2001, Ventilation for
Acceptable Indoor Air Quality, 10 l/s (36 m3/h)
A partir da Standard 62-2007 os caudais de ar novo so calculados em funo do
nmero de pessoas e da rea, o que no permite uma comparao directa com as normas
anteriores.
Figura 5 - evoluo dos requisitos da ASHRAE 62, (European Collaborative Action, 2003)
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
1965 1975 1985 1995 2005
(/)
(3/
)
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25
2.2.1 - Legislao PortuguesaA QAI foi regulamentada em Portugal no ano de 2006 com a publicao do
Decreto-Lei n. 78/2006, designado pelo Sistema Nacional de Certificao Energtica e
da Qualidade do Ar Interior (SCE) e tem como objecto:
- Assegurar a aplicao regulamentar, nomeadamente no que respeita s condies
de eficincia energtica, utilizao de sistemas de energias renovveis e, ainda, s
condies de garantia da qualidade do ar interior, de acordo com as exigncias e
disposies contidas no Regulamento das Caractersticas de Comportamento Trmico
dos Edifcios (RCCTE) e no Regulamento dos Sistemas Energticos de Climatizao
dos Edifcios (RSECE);
- Certificar o desempenho energtico e a qualidade do ar interior nos edifcios;
- Identificar as medidas correctivas ou de melhoria de desempenho aplicveis aos
edifcios e respectivos sistemas energticos, nomeadamente, caldeiras e equipamentos
de ar condicionado (quer ao desempenho energtico, quer qualidade do ar interior).
A Certificao Energtica obrigatria para os seguintes edifcios:
- Todos os novos edifcios a construir ou aqueles sujeitos a grandes intervenes de
reabilitao, nos termos do RSECE e do RCCTE;
- Edifcios de servios existentes, sujeitos a auditorias peridicas, conforme
especificado no RSECE;
- Edifcios existentes, para habitao e para servios, aquando da celebrao de
contratos de venda ou aluguer;
- Os Certificados so emitidos por peritos qualificados e posteriormente registadosna ADENE;
- A validade dos Certificados, para os edifcios que no sejam sujeitos a auditorias
ou inspeces peridicas, no mbito do RSECE, de 10 anos.
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2.2.1.1 -Concentraes mximas de referncia (RSECE):As concentraes mximas de referncia indicadas no RSECE esto resumidas no
quadro (figura 6) :
/3
P
(PM10) 0,15
D (CO2)
1800 1000
M
(CO) 12,5 10,9
O (O3) 0,2 0,1
F 0,1 0,08
C
, CO 0,6 0,29
R
500 FC/3
500 FC/3
100 FC/
400 B/3
C
B
( )
F
( )
L
( )
PARMERO MICRORGANISMOS C
Figura 6 - concentraes mximas de referncia do RSECE
2.2.1.2 -Nota tcnica NT-SCE-02A nota tcnica NT-SCE-02 estabelece a metodologia para auditorias peridicas de
QAI em edifcios de servios existentes no mbito do RSECE para desta forma,
harmonizar os procedimentos dos peritos qualificados.
2.2.2 - Resumo das normas utilizadas no clculo da ventilaoA maioria das normas e regulamentos so descritivos. Basicamente, significa que as
exigncias no so expressas em termos de nveis mximos permitidos de exposio
mas em termos de variveis que se supe terem um certo vnculo com os nveis de
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exposio permitido, por exemplo, caudais no caso de sistemas de ventilao mecnica,
de seces transversais das aberturas naturais para fornecimento de ar.
O processo de avaliao sobre os efeitos na sade devido s fontes poluidoras na
construo bastante complexo (figura 7). Por um lado, temos os poluentesprovenientes de vrias fontes dentro e fora do edifcio, por outro, o ser humano que est
parcialmente exposto a contaminao do ar exterior e, parcialmente, ao ar contaminado
do interior.
A exposio total depende, entre outras coisas, da:
- Fonte de contaminao, variando no tempo e no local;
- Distribuio dos ocupantes, do tempo passado ao ar livre e em ambientes
fechados em locais diferentes.
Figura 7 - fontes poluidoras com efeitos na sade, adaptado(European Collaborative Action, 2003)
2.2.2.1 -Standard 62.1, ANSI/ASHRAEA norma Standard 62.1-2010 a ltima edio da Norma 62.1 publicada pela
ASHRAE e aprovada pela ANSI. A edio de 2010 combina Standard 62.1-2007 e as20 adendas aprovadas e publicadas desde a edio de 2007.
Publicada pela primeira vez em 1973, a Standard 62.1 actualizada regularmente
atravs de procedimentos de manuteno contnua da ASHRAE, publicando um
suplemento em cada 18 meses aps nova edio da norma ou cada trs anos aps uma
nova edio completa da mesma.
A Standard 62.1-2007 define os requisitos de ventilao e de concepo dos
sistemas de limpeza de ar, instalao, projecto, operao e manuteno. Aplica-se a
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todos os espaos destinados ocupao humana, excepto residncias unifamiliares,
veculos e aeronaves.
Esta norma fixa as taxas de ventilao mnima para reas internas ou fechadas com
ocupantes humanos e assume que o ar exterior est isento "incomum" de contaminantes,o conforto humano no considerado, por exemplo, nveis de humidade que so
desconfortveis no so um problema a menos que, estes incentivam o crescimento de
fungos.
reconhecido que, o que aceitvel para a maioria das pessoas (80%) pode ser
perigoso para populaes mais vulnerveis (idosos, doentes, crianas) e que os odores
so percebidos de forma diferente pelas pessoas.
Est estabelecido que o caudal mnimo de ar novo, em salas de aula, com alunos de
idades superiores a 9 anos, de 5 l/s por pessoa ou 0,9 l/s por m2 e a densidade de
ocupao de 35 pessoas por cada 100 m2.
2.2.2.2 -EN 13779 - requisitos do desempenho da ventilao para sistemas deventilao e ar condicionado
A norma europeia EN 13779 estabelece indicaes de como obter um ambienteinterno confortvel e saudvel em todas as estaes do ano a custos aceitveis de
instalao e funcionamento.
A norma especifica o desempenho exigido dos filtros para um sistema alcanar uma
boa qualidade do ar interior (QAI), levando em considerao o ar exterior. O ar exterior
classificado em 3 nveis: de ODA 1 (em que o ar puro, excepto por poluio
temporria, como o plen) at ODA 3 (com altas concentraes, tanto de gases como de
partculas). As partculas referem-se quantidade total de partculas slidas ou lquidas
presentes no ar.
A maioria dos manuais que abordam a temtica do ar de interior ainda usa como
referncia as PM10 (dimetro de partculas de at 10m). Mas, para finalidades de
proteco sade, h uma crescente aceitao de que se deve dar nfase s partculas
muito menores do que 10m. Os poluentes gasosos referem-se a concentraes de CO2,
CO, NO2, SO2e COVs (compostos orgnicos volteis).
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A tabela 1 indica nveis tpicos de concentrao no ar exterior, juntamente com uma
sugesto de como diferenciar por categorias a qualidade do ar.
2 2 10
() (/3) (/
3) (/
3) (/
3)
ODA 1 350 54
IDA 2 QAI 400 600 36 54
IDA 3 QAI 600 1.000 22 36
IDA 4 QAI > 1.000 < 22
Tabela 2 tipos de ar interior em funo dos nveis de CO2 e caudais de ar novo, EN13779:2006
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A tabela 2 mostra variaes tpicas de nveis de CO2e caudais recomendados de ar
novo, visando obter diferentes categorias de qualidade de ar interior. Note-se que
nenhum dos dois mtodos leva em considerao os poluentes em forma de gs ou de
partculas trazidos para dentro do edifcio juntamente com o ar novo.
A norma indica que existem diferentes tcnicas de filtragem de ar, a sua adequao
depende do facto do ar exterior estar poludo com gases, partculas ou ambos (e do
tamanho das partculas). No h definies universalmente aceites para os nveis
aceitveis de qualidade do ar exterior e, as que existem, no se destinam ao apoio nos
projectos de sistemas de ventilao. As decises de projecto dependem de:
- a legislao local em vigor;
- adoptar regulamentos e directrizes;
- escolhas individuais do projectista sobre a importncia de poluentes especficos
que no so regulamentados (por exemplo, plen, esporos de fungos de origem no
exterior).
A correcta seleco dos filtros do ar exterior importante para cumprir os
requisitos do ar interior do edifcio (IDA), tendo em conta a categoria do ar exterior
(ODA).O dimensionamento das seces do filtro deve ser o resultado de uma optimizao,
tendo em conta a situao especfica (durao, carga de p, poluio local, caudais,
perda de carga disponvel, etc.)
1 () 2 () 3 () 4 ()
ODA 1 ( ) F9 F8 F7 F5
ODA 2 ( ) F7 / F9 F6 / F8 F5 / F7 F5 / F6
ODA 3 (
)F7 / GF/ F9
F7 / GF/ F9
F5 / F7 F5 / F6
GF ( ) /
( )
Tabela 3 classe de filtro mnima recomendada em funo da QAI pretendida, EN13779:2006
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- 15242 - Ventilao de edifcios - mtodos de clculo para a determinao das
taxas de fluxo de ar em edifcios, incluindo infiltrao;
- 15241 - Mtodo de clculo para as perdas de energia devido ventilao e
infiltrao;
- 15603 - Clculo de toda a energia usada no edifcio;
- NP 1796:2007 Segurana e Sade do Trabalho - Valores limite de exposio.
Na anlise da lista anteriormente apresentada, verifica-se que existe uma grande
variedade de normas e directrizes para a QAI. Esta constatao mais acentuada com as
orientaes relativas aos poluentes do ar interior em ambos os tipos de substncias e osnveis de cada substncia, ver resumo no anexo 1.
2.3 -Equipamentos de medio usados na campanhaOs equipamentos usados pertencem ao laboratrio do departamento de Engenharia
Mecnica do Instituto Superior de Engenharia da Universidade do Algarve.
2.3.1 - Sonda multi-gasO equipamento usado foi a sonda multi-gas da marca GrayWolf, modelo IQ-610
possui quatro sensores que permitem obter at nove medies: Temperatura, Humidade
Relativa, Monxido de Carbono, Ozono, Dixido de Carbono e COVs e utilizada para
medir a qualidade do ar interior.
O equipamento Multi-gas IQ-610 (figura 8) composto por uma sonda e um PDA.
Foi verificado que o equipamento tinha o documento que comprava a validade da
sua calibrao data de realizao das medies.
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Figura 8 - multi-sonda IQ-610
Durante os ensaios, a multi-sonda foi configurada para efectuar registos em
intervalos de um minuto.
2.3.2 - Contador de partculasO equipamento usado foi o contador de partculas da maca HANDHELD modelo
3016 IAQ, figura 9.
Este equipamento mostra dados da contagem de partculas cumulativas ou
diferenciais, dados de concentrao de massa e dados de temperatura/humidade relativa,
no ecr tctil. Os dados so facilmente descarregados usando