Terapêutica medicamentosa e prescrição em cbmf 2013

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Prof. Guilherme Terra

São substâncias ministradas ou prescritas aos

pacientes com o intuito de controlar, prevenir

ou erradicar a sensação dolorosa, inflamações,

infecções, o medo e/ou a ansiedade.

(Burke, 1961; Randolph, Resnik & Misch, 2008)

Tópica: Efeito local; a substância é aplicada diretamente onde deseja-se sua ação.

Enteral: Efeito sistêmico; recebe-se a substância via trato gastrointestinal.

Parenteral: Efeito sistêmico; a substância é aplicada por outra forma que não pelo trato gastrointestinal.

(Pacca et al., 2000)

Importante fenômeno biológico para a defesa do organismo.

Porém, desconfortável para o indivíduo acometido.

Inerente a procedimentos odontológicos, principalmente aos cirúrgicos, sendo sua intensidade relacionada diretamente com a extensão e tempo de exposição ao trauma.

(Rossi Jr, 2002)

Antiinflamatórios esteroidais;

Antiinflamatórios não-esteroidais (AINEs);

Analgésicos;

(Burke, 1961; Randolph, Resnik & Misch, 2008)

Os corticóides são definidos como hormônios sintéticos que mimetizam as ações do cortisol endógeno secretado pela glândula adrenal.

Seus efeitos terapêuticos são atribuídos à supressão dos mecanismos envolvidos na resposta inflamatória, levando a uma diminuição dos níveis de mediadores químicos pró-inflamatórios no local da injúria.

(Randolph, Resnik & Misch, 2008)

Os corticóides estão indicados no controle de processos inflamatórios agudos.

Em altas doses e o uso contínuo pode levar distúrbios metabólicos como hiperglicemia e queda na secreção de corticóides endógenos.

Pacientes que fazem uso prolongado de corticóide podem, ainda, apresentar maior predisposição a infecções.

(Randolph, Resnik & Misch, 2008)

Uma única dose de corticosteróide, mesmo que elevada ou por poucos dias de tratamento não produzirá efeitos nocivos ao paciente.

O uso de corticosteróides é contra-indicado em pacientes portadores de:

Doenças fúngicas;

Portadores de herpes simples ocular;

Histórico de doenças psicóticas;

Portadores de tuberculose ou histórico;

Em situações de hipersensibilidade à droga.

(Randolph, Resnik & Misch, 2008)

Podem ser utilizados apenas como medicação pré operatória ou como pré e pós operatória.

As drogas de eleição seriam a Betametasona (Celestone®) ou a Dexametasona (Decadron®).

4 Mg 1 hora antes para o pré operatório.

4 Mg por dia durante dois ou três dias no pós operatório.

(Randolph, Resnik & Misch, 2008)

Agem sobre a cicloxigenase

Não seletivos – inibem totalmente Cox 1 e 2 Diclofenacos – ácido fenilacetico

Nimesulida - nimesulide

Ácido mefenâmico - fenamato

Ibuprofeno – ácido propiônico

Naproxeno – ácido propiônico

Piroxicam - Oxicanas

Meloxicam - Oxicanas

Tenoxicam - Oxicanas

Seletivos – inibem apenas Cox 2 Rofecoxibe – Vioxx 25 mg

Celecoxibe – Celebra 200mg

Valdecoxibe – Bextra 40mg

Eficácia comprovada;

Seguros e muito estudados;

Podem levar a distúrbios gastrointestinais;

(Randolph, Resnik & Misch, 2008)

Os mais usados na Odontologia.

Dosagem eficaz de 150 Mg por dia em três doses, por três a quatro dias.

As Marcas comerciais mais conhecidas são o Voltaren® e o Cataflam®.

(Anvisa, 2009)

Nisulid – 100 mg

Dose diária 200 mg ( 2 x 100 mg)

Dose máxima – 400 mg ( 2 x 200 mg)

Postan – 500mg

1 comp – 3 vezes ao dia

Seletividade para inibição da Cox-2 quase 10 vezes maior que dos diclofenacos.

Dose única diária de 15mg por três a quatro dias.

Marca comercial mais conhecida é o Movatec®.

(Anvisa, 2009)

Dose única diária de 20mg por três a quatro dias.

Nome comercial: Feldene®

Não deve ser utilizado em pacientes que faz uso de anticoagulantes.

(Anvisa, 2009)

Tilatil - 20 mg

Genérico – 20 mg

Tilatil injetável – 20 mg

Dose diária – 20 mg

Dose máxima – 60 mg ( 3 x 20 mg)

Antiinflamatório mais estudado e utilizado nos EUA.

Dose de 400 mg, três vezes ao dia, 3 a 4 dias.

A marca comercial mais conhecida é o Motrin®.

(Randolph, Resnik & Misch, 2008)

Os inibidores seletivos da Cox-2, conhecidos como coxibs, vieram com o objetivo de, teoricamente, reduzir os efeitos colaterais provenientes da inibição da Cox-1, sendo o principal deles, os distúrbios gastrintestinais.

Estão caindo em desuso por sua questionada segurança e diminuição de efeitos colaterais.

(Rossi Jr, 2002)

Alguns autores concordam que os inibidores

seletivos da Cox-2 não substituem os

antiinflamatórios convencionais no tratamento

da dor de curta duração e que os coxibs seriam

mais indicados em tratamentos longos.

(Rossi Jr, 2002)

Foi o primeiro coxib desenvolvido;

Ainda pouco estudado;

Custo elevado;

(Rossi Jr, 2002)

É o que apresenta maior especificidade para a Cox-2.

Muitos trabalhos determinaram 120 mg de etoricoxib, como sendo a dose mínima eficaz no controle da dor aguda, porém esta dosagem foi recentemente tirada do mercado.

(Rossi Jr, 2002)

São indicados no tratamento de dores leves e moderadas.

Deprimem diretamente o nociceptor sensibilizado através do bloqueio da entrada de cálcio nas terminações nervosas livres.

(Randolph, Resnik & Misch, 2008)

Elevada atividade analgésica e antipirética.

Suas reações adversas, bem como contra-indicações estão relacionadas à hipersensibilidade e discrasias sangüíneas.

Lisador®, Anador® e Novalgina®.

A dose recomendada é de 2 gramas ao dia, dividida em 4 doses.

(Randolph, Resnik & Misch, 2008)

Não causa irritação gástrica, não inibe a agregação plaquetária e não prolonga o tempo de sangramento.

Seus efeitos adversos limitam-se aos casos onde há superdosagem.

Tylenol®; Dôrico®;

A dose indicada é de 3 gramas ao dia, dividida em 4 doses.

(Randolph, Resnik & Misch, 2008)

O princípio de ação dos opióides está

relacionado com a depressão dos mecanismos

centrais envolvidos na nocicepção, ou seja,

afetam a percepção e reação aos impulsos que

atingem o sistema nervoso central.

(Randolph, Resnik & Misch, 2008)

São indicados no tratamento de dores agudas

moderadas e intensas, onde os analgésicos de

ação periférica não apresentaram resultados

satisfatórios.

(Randolph, Resnik & Misch, 2008)

Têm efeitos colaterais consideráveis. Depressão respiratória, constipação intestinal,

náuseas e vômitos, boca seca, hipotensão arterial e retenção urinária.

A prescrição deve ser feita em receituário controlado. Seu uso prolongado pode causar dependência.

(Randolph, Resnik & Misch, 2008)

Cloridrato de Tramadol (Tramal®). A dose recomendada é de 50mg de 6 em 6 Horas.

Cloridrato de oxicodona (Oxycontin®). A dose recomendada é de 10mg a cada 12 horas.

Acetaminofeno + Codeína (Tylex®). A dose recomendada é de 30 Mg a cada 4 horas.

(ANVISA, 2009; Randolph, Resnik & Misch, 2008)

São medicamentos empregados para o tratamento e prevenção de qualquer ocorrência infecciosa.

Em Cirurgia, os mais comumente utilizados são os antibióticos e os bochechos.

Como prevenção pode ser utilizado no pré e pós operatório.

(Burke, 1961; Randolph, Resnik & Misch, 2008)

De acordo com os riscos de contaminação, as cirurgias são classificadas em:

Limpas

Potencialmente contaminadas

Contaminadas

Infectadas

Cirurgias Limpas

Cirurgias em que não ocorrem penetrações nos tratos digestivo, respiratório ou urinário.

São realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação, na ausência de processo infeccioso local.

Cirurgia cardíaca, Neurocirurgia, Procedimentos cirúrgicos ortopédicos, Mastoplastia, etc...

Cirurgias Potencialmente Contaminadas

Ocorre penetração nos tratos digestivo, respiratório ou urinário sem contaminação significativa.

São as realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana pouco numerosa, em tecidos cavitários com comunicação com o meio externo, ou de difícil descontaminação

Histerectomia, cirurgia do intestino delgado, Cirurgia gástrica e duodenal, Cirurgias cardíacas prolongadas com circulação extracorpórea, etc...

Cirurgias Contaminadas

Ocorre penetração nos tratos digestivo, respiratório ou urinário sem contaminação significativa.

São as realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana abundante, de difícil descontaminação

Cirurgia de cólon, Debridamento de queimaduras, Cirurgia de orofaringe, Cirurgia bucal, etc...

Cirurgias Infectadas

São as realizadas em qualquer tecido, na presença de processo infeccioso local.

Drenagem de abcesso

Risco de Infecção

Cirurgia Limpa – 1 à 5%

Cirurgia Potencialmente Contaminada – 3 à 10%

Cirurgia Contaminada – 15%

Cirurgia Infectada – 30%

Elevam o Risco

Extremo de Idade

Corpo Estranho

Re-entrada Cirúrgica

Doenças Sistêmicas

Antibiótico utilizado no pré-operatório.

O principal objetivo é prevenir a infecção durante o período de cicatrização inicial da ferida cirúrgica.

Instalação de implantes;

Enxertos;

Sítios previamente infeccionados;

Risco de Endocardite (Dose diferente das demais).

(Burke, 1961)

1 grama de Amoxicilina 1 hora antes do procedimento.

600 Mg de Clindamicina 1 hora antes do procedimento.

1 grama de Cefalexina 1 hora antes do procedimento.

(Randolph, Resnik & Misch, 2008)

Prevenção da Endocardite infecciosa;

Segundo a AHA os Antibióticos de eleição em profilaxia antibiótica são a Amoxicilina e a Clindamicina.

Pode ser utilizado também a Cefalexina;

(American Heart Association, 2008)

Deve ser utilizada em procedimentos cirúrgicos, endodônticos e outros que promovam sangramento abundante.

(American Heart Association, 2008)

2 gramas de Amoxicilina 1 hora antes do procedimento.

600 Mg de Clindamicina 1 hora antes do procedimento.

2 gramas de Cefalexina 1 hora antes do procedimento.

(American Heart Association, 2008)

Antibiótico ministrado somente no pós-operatório.

Utilizada sempre em Cirurgia após intervenções cirúrgicas de natureza mais traumática, prolongada e/ou em caso de quebra da cadeia asséptica.

As infecções pós-operatórias ocorrem entre o 3º e 4º dia.

Os antibióticos mais utilizados são a Amoxicilina, Clindamicina e Cefalexina.

(American Heart Association, 2008)

Amoxicilina 500mg, 1.5 gramas em 3 tomadas diárias durante 7 dias.

Clindamicina 300mg, 900 mg em 3 tomadas diárias durante 7 dias.

Cefalexina 500 mg, 2 gramas em 4 tomadas diárias durante 7 dias.

(Randolph, Resnik & Misch, 2008)

Estudos demonstraram melhora na cicatrização do tecido mole e um adjunto efetivo na redução da placa bacteriana.

Bochecho pós-operatório: Clorhexidina 0,12%, 2 vezes ao dia durante 14 dias.

(Randolph, Resnik & Misch, 2008)

Amoxicilina 500 Mg 1 Cápsula de 8 em 8 horas, durante 7 dias.

Diclofenaco Sódico 50 Mg

1 Drágea de 8 em 8 horas, durante 3 ou 4 dias.

Dipirona Sódica 500 Mg ou Paracetamol 750 Mg 1 Comprimido de 6 em 6 horas, em caso de dor.

Para Sr. (a) Fulano de Tal

USO INTERNO

1) Amoxicilina 500 Mg - 21 Cápsulas

Tomar 1 Cápsula por via oral, a cada 8 horas, 3 vezes ao dia, durante 7 dias.

2) Diclofenaco Sódico 50 Mg – 12 Drágeas

Tomar 1 Drágea por via oral, a cada 8 horas, 3 vezes ao dia, durante 4 dias.

3) Paracetamol 750 Mg

Tomar 1 Comprimido por via oral, a cada 6 horas , em caso de dor.

São Paulo, ______ / _______ / ________.

RECONHECIDA - PORTARIA MINISTERIAL MEC N 2.376/05 - DOU DE 05/07/05

Av. Interlagos, 1329 – Chácara Flora – SP – Tel.: 5694-7900 – Fax.: 5524-8121 – CEP 04661-100

IDENTIFICAÇÃO DO COMPRADOR IDENTIFICAÇÃO DO FORNECEDOR

Nome: ___________________________ ________________ ASSINATURA DO FARMACÊUTICO DATA: ______/____/_____

Ident.: __________ Órg. Emissor: ____ End.: ____________________________

Cidade: _________________ UF: _____ Telefone:_________________________

Dr. Guilherme Terra Cirurgião Dentista CRO-SP 85.806

Podemos lançar mão de medicações benzodiazepínicos ansiolíticos para controlar o medo e ansiedade diante de um tratamento odontológico, principalmente intervenções cirúrgicas.

Normalmente deve ser tomado momentos antes da cirurgia. Para pacientes extremamente ansiosos, recomenda-se uma dose na noite anterior.

(Misch, Resnik & Dietsh, 2008)

É o ansiolítico mais empregado em procedimentos ambulatoriais.

A dosagem usual para adultos varia de 5 a 10mg, 01 hora antes do procedimento.

Os efeitos clínicos desaparecerem de 2 a 3 horas.

(Misch, Resnik & Dietsh, 2008)

A dosagem usual para adultos é de 3 Mg, 01 hora e antes do procedimento.

Não deve ser utilizado com outros medicamentos que atuem no SNC.

Os efeitos clínicos desaparecerem de 6 a 8 horas.

(Misch, Resnik & Dietsh, 2008)

A dosagem usual para adultos é de 2 Mg, 01 hora antes do procedimento.

Os efeitos clínicos desaparecerem de 6 a 8 horas.

(Misch, Resnik & Dietsh, 2008)

A dosagem usual para adultos é de 0,5 Mg, 01 hora antes do procedimento.

Os efeitos clínicos desaparecerem de 12 a 15 horas.

Pouco estudado em Odontologia.

(Misch, Resnik & Dietsh, 2008)

A dosagem usual para adultos é de 7,5 Mg, momentos antes do procedimento.

Os efeitos clínicos desaparecerem de 2 a 4 horas.

Não deve ser utilizado com outros medicamentos que atuem no SNC.

(Misch, Resnik & Dietsh, 2008)

A dosagem usual para adultos é de 0,25 Mg, 30 minutos antes do procedimento.

Em idosos a dosagem ideal é de 0,125 Mg.

Os efeitos clínicos desaparecerem de 2 a 4 horas.

(Misch, Resnik & Dietsh, 2008)

Prof. Ms. Guilherme Teixeira Coelho Terra

drguilhermeterra@yahoo.com.br