Post on 16-Dec-2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
CAMPUS JATAÍ
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DE GRADUAÇÃO
TERAPÊUTICA DA MASTITE UTILIZANDO MEDICAMENTOS
HOMEOPÁTICOS
Gustavo Naciff Ximenes
Orientador: Prof. Dr. Edgar Alain Collao Saenz
JATAÍ
2009
ii
GUSTAVO NACIFF XIMENES
TERAPÊUTICA DA MASTITE UTILIZANDO MEDICAMENTOS
HOMEOPÁTICOS
Trabalho de conclusão de Curso de Graduação em Medicina Veterinária para obtenção do título de Médico Veterinário junto ao Campus Jataí da Universidade Federal de Goiás.
Orientador: Prof. Dr. Edgar Alain Collao Saenz
Supervisor:
Med. Vet. Valdir Chiogna Junior
JATAÍ
2009
iii
GUSTAVO NACIFF XIMENES
Trabalho de conclusão de Curso de Graduação defendido e aprovado em 11/11/2009
pela Banca Examinadora constituída pelos professores:
Prof. Dr. Edgar Alain Collao Saenz
(Presidente da Banca)
Profa. Dra. Ana Luisa Aguiar de Castro (Membro da Banca)
Profa. Dra. Vera Lucia Banys (Membro da Banca)
iv
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por tudo que tem me proporcionado e por
nunca ter me abandonado em nenhum momento da minha vida.
Aos meus pais José Ximenes Filho e Lívia Naciff Ximenes, que sempre me
deram força, sendo muito mais do que pais, a eles devo tudo.
Aos meus irmãos Rodrigo e Thiago por estarem presente em minha vida,
mostrando o que é amizade verdadeira.
Ao meu tio Luiz Augusto Ximenes, por toda força durante esse tempo de
faculdade, por ter me ajudado muito na realização desse sonho. Muito obrigado.
Aos meus companheiros da República Overgole, onde passei os melhores
momentos da minha vida e fiz amigos para toda eternidade entre eles: Apolo,
Sapim, Taberaí, Spiga, Porquim, Espingarda, Professor, Chassi, Pará, Alemão,
Buda, Obama, Bruno, Coró, Mosquete, Cigano, Rimtimtim. E aos agregados
Moita e Vespa. Obrigado pela amizade e companheirismo.
À minha namorada Joyce, que tanto me deu força e apoio para chegar até
aqui.
Aos professores e funcionários da UFG, por tudo o que me ensinaram, em
especial ao Prof. Dr. Edgar Alain Collao Saenz, que além de professor se tornou
um grande amigo. Às Professoras Vera Lúcia Banys e Ana Luisa Aguiar de Castro
pelos valiosos ensinamentos e co-orientação na realização deste trabalho.
Aos Médicos Veterinários André Luís Presotto e Valdir Chiogna Junior pela
oportunidade de fazer estágios e aprender mais. Obrigado pelos ensinamentos.
Aos amigos de Caçu - GO, que tanto me ajudaram durante o estágio
supervisionado.
Aos integrantes da IX Turma de Medicina Veterinária, que agora além de
amigos se tornaram colegas de profissão, podem contar comigo sempre.
E a todos que indiretamente me ajudaram a alcançar esse sonho.
v
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 01
2. DESCRIÇÃO DOS ATENDIMENTOS 03
3. REVISÃO DE LITERATURA 05
3.1. MASTITE 05
3.2. MASTITE CONTAGIOSA 06
3.3. MASTITE AMBIENTAL 09
3.4. MASTITE CLÍNICA 10
3.5. MASTITE SUBCLÍNICA 10
3.6. QUALIDADE DO LEITE 11
3.7. IMPORTÂNCIA DA EXCELÊNCIA NA HIGIENE 12
3.8. SAÚDE PÚBLICA 15
3.9. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA 16
3.10. ESTRATÉGIAS PARA PREVENIR NOVAS INFECÇÕES
INTRAMAMÁRIAS
17
4. HOMEOPATIA 18
4.1. LEI DOS SEMELHANTES 20
4.2. HOMEOPATIA POPULACIONAL 21
4.3. FUNDAMENTOS DA HOMEOPATIA POPULACIONAL 22
4.4. AÇÃO DO MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO 24
4.5. TEORIA DA MEMÓRIA DA ÁGUA 27
5. HOMEOPATIA NA MASTITE 28
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 32
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 33
8. ANEXO: INSTRUÇÃO NORMATIVA 7, ANEXO IV 39
1. INTRODUÇÃO
A mastite é uma doença que causa grandes prejuízos econômicos pela
redução em quantidade e qualidade da produção de leite e seus derivados, o que
afeta toda a cadeia produtiva, desde os produtores até os consumidores finais.
Para o tratamento dessa doença, convencionalmente, são utilizados
produtos químicos, geralmente, antibióticos e antiinflamatórios, os quais podem
deixar resíduos tóxicos e promover efeitos colaterais indesejáveis e, nestas
condições, o leite torna-se impróprio para o consumo humano, levando ao
descarte do mesmo, além de contribuir para o desenvolvimento de resistência dos
microrganismos.
É crescente o interesse dos produtores por métodos terapêuticos que
apresentem baixo custo e dispensem a necessidade do descarte do leite devido
aos resíduos. Por este motivo, a homeopatia se torna importante alternativa e,
atualmente, é aceita nacional e internacionalmente, aumentando, cada vez mais,
os números de adeptos a essa ciência.
A agricultura orgânica vem ganhando força em todo o mundo devido à
crescente preocupação com questões ambientais, sociais e à procura por
alimentos livres de contaminação, que faz com que os consumidores conscientes
procurem, cada vez mais, os alimentos orgânicos. No Brasil, a produção orgânica
foi regulamentada inicialmente pela Instrução Normativa do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), N°007 de 17 de maio de 1999 e,
posteriormente, ratificada pela Lei N°10.831 de 23 de dezembro de 2003, que
dispõe sobre a Agricultura Orgânica e dá outras providências (Documento em
anexo). ALMEIDA (2004) cita as normas para a produção animal, com as práticas
permitidas e proibidas e, conforme o item 1 do Anexo IV desta lei. A homeopatia é
uma das condutas terapêuticas desejadas e recomendadas no controle sanitário
do rebanho, enquanto que a utilização de antibióticos e esteróides, que são os
medicamentos empregados no tratamento convencional de mastites, estão
classificados no item 3 como técnicas proibidas.
O estágio de conclusão de curso foi realizado em período integral, de 10 de
julho a 18 de setembro de 2009, totalizando 400 horas, na CENTROVET empresa
2
composta por três Médicos Veterinários, que prestam serviço de assistência
veterinária aos produtores rurais do sudoeste goiano atendendo animais de
grande porte a campo.
O objetivo da presente revisão é apresentar uma caracterização da mastite
e a possibilidade de prevenção e tratamento da doença com produtos
homeopáticos.
3
2. DESCRIÇÃO DOS ATENDIMENTOS
Durante o período de estágio curricular supervisionado foram
desenvolvidas diversas atividades em distintos campos da Medicina Veterinária
entre elas, como pode ser visualizado na Tabela 1.
Tabela 1. Descrição de casos atendidos, durante o estágio curricular supervisionado na Centrovet
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ESPÉCIE N° DE
ANIMAIS
CLÍNICA CIRÚRGICA
Descorna Bovina 22
Castração Equina 01
Cirurgia de casco Bovina 13
Cesareana
Desmotomia patelar
Bovina
Bovina
01
01
CLÍNICA MÉDICA
Mastite Bovina 87
Otite
Papilomatose
Bovina
Bovina
06
15
Tristeza parasitária bovina Bovina 01
REPRODUÇÃO
Diagnóstico de gestação
Sincronização de cio
MANEJO NUTRICIONAL /
Pré-parto
Lactação
Propriedades atendidas com produtos homeopáticos
Fonte: ARQUIVO PESSOAL
Bovina
Bovina
MANEJO
Bovina
Bovina
Bovina
SANITÁRIO
1200
47
30
43
12
4
A empresa é também distribuidora dos produtos homeopáticos REAL H®,
sendo que o responsável técnico para o Sudoeste goiano, o Médico Veterinário
Valdir Chiogna Junior, o supervisor deste estágio. A loja está situada na Rua
Neca Borges, 1060, Centro, Caçu – GO e as áreas de atuação no estágio
curricular supervisionado foram clínica cirúrgica, clínica médica, manejo sanitário,
reprodução, produção e nutrição de ruminantes.
Durante o estágio foi dada maior ênfase ao trabalho realizado com
produtos homeopáticos, por ser uma área em desenvolvimento e, acredito por
algumas dissertações de Mestrado consultadas, de grande potencial futuro como
terapia alternativa aos medicamentos convencionais. Embora a presente revisão
trate especificamente sobre mastite, foi interessante observar a grande linha de
produtos homeopáticos disponíveis para diversas espécies de animais, entre eles
podemos citar o parasitário o qual auxilia no controle de ecto e endo parasitas;
papilomatose que é indicado para o tratamento preventivo ou curativo da
papilomatose bovina; pasta entérica que atua no tratamento preventivo e curativo
da diarréia em animais; e o convert h leite que atua promovendo o equilíbrio do
úbere, da qualidade do leite e da produtividade leiteira.
5
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1 MASTITE
O termo mastite é derivado do grego “mastos”, que significa glândula
mamária e do sufixo “ite”, inflamação de. Caracteriza-se por ser um processo
inflamatório da glândula mamária (COSTA, 1998), que pode ser causada por
inúmeros microrganismos (LANGONI, 2000), havendo relatos de mais de 140
diferentes tipos de agentes causadores de mastite (PHILPOT & NICKERSON,
2000) incluindo-se bactérias, fungos, algas e vírus (LANGONI, 2000). Porém, na
maioria das vezes, a mastite é provocada por bactérias que conseguem penetrar
o canal do teto (DOMINGUES & LANGONI, 2001).
Esta doença constitui-se a principal afecção dos rebanhos leiteiros e é
caracterizada por alterações físicas, químicas e bacteriológicas do leite, bem
como do tecido glandular mamário (LANGONI, 2000) que, se não tratadas
rapidamente, provocam destruição irreversível das células secretoras de leite
(DOMINGUES & LANGONI, 2001). A reação inflamatória é mecanismo de defesa
para eliminar o microrganismo infectante, neutralizar as toxinas e auxiliar no
reparo dos tecidos produtores de leite para que a glândula possa voltar à sua
função normal (PHILPOT & NICKERSON, 2000).
A mastite bovina é o fator que mais provoca perdas econômicas na cadeia
produtiva do leite pela redução da quantidade e pelo comprometimento da
qualidade do leite produzido (DUQUE et al., 2005) ou pela perda total da
capacidade secretora da glândula mamária (RIBEIRO et al., 2003). As perdas
monetárias diretas provocadas pela mastite são devidas a diversos fatores como
os custos com assistência veterinária, com medicamentos necessários ao
tratamento e com o descarte das vacas afetadas. Já as perdas indiretas mais
representativas são devidas, principalmente, pela presença de mastite subclínica
resultando em diminuição de quilos de leite produzidos e elevada contagem de
células somáticas (CCS; TELLES & GONÇALVES, 2009).
6
As células somáticas são todas as células presentes no leite (PELEGRINO
et al., 2008), ou seja, o conjunto de células de origem do sangue (linfócitos,
macrófagos e neutrófilos) e células epiteliais da descamação da própria glândula
mamária presentes no leite. As células somáticas tem duplo propósito no úbere,
combater os microrganismos infecciosos através da fagocitose, processo no qual
o microrganismo é envolvido e destruído e, assistir na reparação dos tecidos de
secreção do leite, danificados pela infecção ou lesão (PHILPOT & NICKERSON,
2000). A CCS serve como indicativo da ocorrência de inflamação intramamária e
pode ser usada para distinguir uma glândula mamária infectada de uma não
infectada (SANTOS & FONSECA, 2007). A CCS é influenciada por fatores como
a época do ano, raça dos animais, estágio de lactação, produção de leite, número
de lactações, problemas nutricionais e condições climáticas (MULLER, 2002).
Para a realização da CCS pode-se utilizar métodos diretos de contagem
através de microscopia óptica ou contadores eletrônicos, ou por métodos indiretos
como o teste CMT (California Mastits Test; ALMEIDA, 2004).
Epidemiologicamente, a mastite bovina divide-se em mastite contagiosa e
ambiental (PEDRINI & MARGATHO, 2003; TELLES et al., 2006). De acordo com
a forma de manifestação da infecção, as mastites podem ser classificadas como
sendo clínicas ou subclínicas, sendo esta última a forma mais prevalente e que
causa maiores perdas econômicas, representando de 5% a 25% da produção
leiteira (PHILPOT & NICKERSON, 2000).
3.2. Mastite Contagiosa
A mastite contagiosa é definida pela forma de transmissão de animal para
animal e é causada por patógenos, cujo “habitat” preferencial é o interior da
glândula mamária e a superfície da pele dos tetos (LANGONI, 2007). Caracteriza-
se pela apresentação de baixa incidência de casos clínicos e alta incidência de
casos subclínicos, persistindo por longo tempo e apresentando alta contagem de
células somáticas (PINTO, 2009). As infecções se disseminam entre as vacas ou
tetas durante a ordenha, pois neste momento o orifício do teto está aberto. As
bactérias são transferidas da glândula mamária infectada para outra sadia, pelo
equipamento de ordenha contaminado, pelo bezerro ao mamar ou pelas mãos
7
dos ordenhadores (DOMINGUES & LANGONI, 2001). Além disso, a participação
das moscas como agentes transmissores da mastite contagiosa pode ser
importante em fazendas com alta infestação desses insetos, especialmente no
que diz respeito à contaminação de novilhas no pré-parto (SANTOS & FONSECA,
2007).
As bactérias causadoras da mastite contagiosa se dividem em patógenos
principais e patógenos secundários. Entre os principais destacam-se o
Staphylococcus aureus e o Streptococcus agalactiae e entre os secundários o
Corynebacterium bovis é o representante mais importante (TELLES et al., 2006).
O termo Staphylococcus aureus pode ser traduzido por “cacho” que
significa staphylo; “esfera” que é o significado de coccus e “dourado” que significa
aureus. Portanto, um cacho dourado de esferas. São classificados como cocos
Gram-positivos e são encontrados na pele dos tetos, mas colonizam ou crescem
prontamente na queratina do canal do teto (PHILPOT & NICKERSON, 2000). Não
é organismo obrigatório da glândula mamária e pode colonizar outras áreas do
corpo. No entanto, a fonte de infecção principal é a secreção de quartos
infectados, alastrados pelas mãos dos ordenhadores e pelo equipamento de
ordenha (REBHUN, 2000). O Staphylococcus aureus é apontado pelo
International Dairy Federation (IDF), como o principal patógeno em 18 países,
entre os 23 pesquisados (DOMINGUES & LANGONI, 2001). Na grande maioria
dos países, este agente pode ser encontrado em, praticamente, todos os
rebanhos leiteiros, com a prevalência variando entre 81% a 94% nos rebanhos
(SANTOS, 2003).
As infecções causadas por esse agente apresentam-se geralmente, na
forma subclínica. Uma vez infectado, o quarto, passa a ser reservatório do
agente. Pode ainda ocorrer, com menor freqüência, casos agudos que resultam
em mastite gangrenosa que podem levar à morte do animal (SANTOS &
FONSECA, 2007). A infecção por Staphylococcus aureus é crônica e as
autocuras são raras. Além da redução da produtividade, as glândulas afetadas
sofrem danos parenquimatosos permanentes, com fibrose e formação de
microabcessos (REBHUN, 2000). Segundo LANGENEGER et al. (1981) as
perdas por mastite subclínica causada por Staphylococcus aureus causam três
vezes mais prejuízos do que a mastite clínica.
8
Uma vez estabelecido dentro do rebanho, o Staphylococcus aureus
difícilmente é eliminado (REBHUN, 2000), pois quando dentro da glândula
mamária, fixa-se às células epiteliais e estabelece a infecção, além de possuir
grande capacidade de invasão, o que permite a instalação em partes profundas
da glândula mamária. Além disso, geralmente, há formação de “bolsões” de
bactérias que impede o acesso de antibióticos ao local da infecção, conferindo
uma das principais características do agente que são as infecções de longa
duração, com tendência a cronificação e baixa taxa de cura, tanto espontânea ou
por uso de antibióticos (SANTOS & FONSECA, 2007). Por isso, o Staphylococcus
aureus é conhecido por possuir resistência aos antibióticos, o que torna seu
tratamento difícil (ALMEIDA, 2004).
A elevação da contagem de células somáticas total, no entanto, não se
constitue como indicador altamente sensível do problema da mastite por
Staphylococcus aureus no rebanho, pois até 50% das vacas, podem se infectar
com esse agente, antes da contagem de células somáticas total ficar
alarmantemente elevada. Portanto, pode ocorrer aumento variável na CCS
(REBHUN, 2000). Rebanho com controle de mastite eficaz tem, constantemente,
contagens abaixo de 100.000 céls/mL. Ao contrário, contagens de células
somáticas maiores do que 500.000 céls/mL, indica que um terço das glândulas
mamárias estão infectadas e a perda de leite devido a mastite subclínica é de
pelo menos 10% (TOZZETTI et al., 2008).
Uma segunda espécie de grande importância na mastite de contágio é o
Streptococcus agalactiae. Seu nome pode ser traduzido, literalmente, por “cadeia”
que é o significado de strepto, e “esfera” para coccus, e agalactiae que significa
“sem leite”. Portanto, uma cadeia de esferas que reduz a produção de leite
(PHILPOT & NICKERSON, 2000). É agente patogênico contagioso típico, que se
caracteriza por ser encontrado quase que, exclusivamente, no interior da glândula
mamária, não sobrevivendo por muito tempo fora da mesma (WATTIAUX, 1995).
Este microrganismo foi um dos primeiros agentes a serem isolados dos casos de
mastite, sendo considerado muito importante nos rebanhos leiteiros (SANTOS,
2003).
Os estreptococos apresentam-se sob a forma de cocos Gram-positivos, em
cadeias, como colar de pérolas, mas, às vezes, podem estar dispostos aos pares.
9
São aeróbios, facultativamente anaeróbios, imóveis, com poucas exceções e não
formam esporos (RIET-CORREA et al., 2001). Essas bactérias são eliminadas em
grande número no leite, a partir dos quartos infectados e a disseminação dos
Streptococcus agalactiae para os quartos não infectados ocorre principalmente,
durante a ordenha. Portanto, procedimentos inadequados de ordenha promovem
o alastramento desse microrganismo, enquanto que os procedimentos higiênicos
controlam (REBHUN, 2000).
A infecção por esse agente manifesta-se, na grande maioria das vezes, na
forma subclínica mas, normalmente, apresentam grande elevação da CCS (acima
de 1.000.000/mL; SANTOS & FONSECA, 2007). Os animais podem apresentar-
se assintomáticos e sem sinais reveladores ou podem apresentar discreta
inflamação inicial, aumento da consistência mamária ou aumento de volume e o
leite poderá apresentar-se macroscopicamente normal ou com poucas alterações,
como pequenos grumos, filamentos ou flocos (CORRÊA & CORRÊA, 1992).
Mesmo com o elevado custo da implantação, a erradicação de S.
agalactiae é uma medida que tem retorno econômico, visto que esse agente
causa grande aumento da CCS e redução da produção de leite (SANTOS, 2003).
Quando o diagnóstico é feito rapidamente, são raros os casos de perda do quarto
afetado. A resposta à antibioticoterapia no tratamento de infecções causadas por
S. agalactiae é boa e permite a erradicação do agente do rebanho (SANTOS &
FONSECA, 2007).
3.3. Mastite Ambiental
A mastite ambiental caracteriza-se pela localização dos reservatórios dos
patógenos ser no próprio ambiente de ordenha ou do curral (PEDRINI &
MARGATHO, 2003), principalmente no esterco, urina, barro, camas orgânicas e
água de beber ou de limpeza (PINTO, 2009). Possui alta incidência de casos
clínicos, geralmente de curta duração, freqüentemente, com manifestação aguda
(SANTOS & FONSECA, 2007). A transmissão ocorre, principalmente, durante o
intervalo das ordenhas. Os principais microrganismos envolvidos são a E. coli e
outros coliformes, Pseudomonas aeruginosas, Nocardia spp e Streptococcus
10
uberis, algas como Prototheca spp e fungos Candida sp (DOMINGUES &
LANGONI, 2001).
Os agentes ambientais são oportunistas (REBHUN, 2000) e geralmente, se
manifestam em rebanhos bem manejados e com baixa CCS uma vez que a alta
CCS dos rebanhos advinda da mastite contagiosa e a alta prevalência da mastite
subclínica conferem proteção parcial contra os agentes ambientais (PINTO,
2009).
3.4. Mastite Clínica
Chama-se mastite clínica os casos da doença em que existem sinais
evidentes de manifestação da mesma, tais como, edema, aumento da
temperatura, endurecimento e dor na glândula mamária e/ou aparecimento de
grumos, pús ou qualquer alteração das características do leite,
independentemente da CCS do leite (SANTOS & FONSECA, 2007).
É facilmente detectável pelas alterações visíveis no leite e no úbere, e
queda na produção leiteira (DOMINGUES & LANGONI, 2001). A gravidade pode
variar durante o curso da doença, o que permite classificar a mastite clínica em
clínica subaguda, clínica aguda, clínica hiperaguda, mastite crônica, não
específica e latente (PHILPOT & NICKERSON, 2000).
3.5. Mastite Subclínica
Ao contrário da mastite clínica, a mastite subclínica é branda e mais difícil
de ser detectada. A vaca na maioria das vezes se apresenta sadia, o úbere não
mostra nenhum sinal de inflamação e o leite parece normal. Entretanto,
microrganismos e células brancas do sangue (células somáticas) que são defesas
contra a infecção, são encontradas em número elevado no leite (WATTIAUX,
1995).
A mastite subclínica pode ser caracterizada por alterações na composição
do leite, tais como aumento na CCS, aumento nos teores de Cl-, Na+ e proteínas
séricas, diminuição nos teores de caseína, lactose e gordura do leite (LIBERA et
al., 2001). No Brasil, segundo BRANT & FIGUEIREDO (1994), a mastite
11
subclínica apresenta alta incidência, com índices variando de 45% a 97% e a
redução da produção de leite resultante de 25% a 43%.
Na forma subclínica não existem sinais evidentes da doença, portanto, não
é possível diagnosticá-la sem a utilização de testes auxiliares tais como o CMT e
a condutividade elétrica do leite (SANTOS & FONSECA, 2007).
A prevalência da mastite subclínica é muito maior do que da mastite clínica,
chegando a primeira a ser responsável por 90% a 95% dos casos da doença
(TELLES et al., 2006). Segundo PHILPOT & NICKERSON (2000), para cada caso
clínico de mastite existem de 15 a 40 casos subclínicos.
3.6. Qualidade do Leite
O leite é considerado o mais nobre dos alimentos por sua composição rica
em proteína, gordura, carboidratos, sais minerais e vitaminas. Além das
propriedades nutricionais, o leite oferece elementos anticarcinogênicos presentes
na gordura, como o ácido linoléico conjugado, esfingomielina, ácido butírico, β-
caroteno, vitaminas A e D (MULLER, 2002). No Brasil, a produção de leite, está
se tornando uma atividade cada vez mais competitiva e, com isso, os produtores
buscam quantificar e qualificar os fatores que interferem na produção do leite de
qualidade, e do maior ganho com a atividade (DUQUE et al., 2005).
A presença da mastite proporciona o aumento das qualidades indesejáveis
do leite, tais como enzimas proteolíticas, sais e rancidez. Ao mesmo tempo,
diminui as qualidades desejáveis, como proteína, gordura e lactose, assim como a
aptidão para a fabricação de queijo e a estabilidade térmica (PHILPOT &
NICKERSON, 2000).
A condição sanitária do rebanho leiteiro, as boas práticas de higiene
durante a ordenha e a conservação do leite em baixas temperaturas (4 a 5ºC), até
o momento do processamento, são importantes para evitar o desenvolvimento
dos microrganismos indesejáveis que ocasionam a deterioração do leite podendo,
inclusive, torná-lo não recomendável para o consumo humano (CAVALCANTI,
2006).
No Brasil, a partir dos anos 90, gradativamente, alguns laticínios iniciaram
a implantação de programas de pagamento do leite por qualidade (MULLER,
12
2002; PINTO, 2009), que é influenciada por muitas variáveis, entre as quais se
destacam os fatores zootécnicos associados ao manejo, alimentação, potencial
genético dos rebanhos e fatores relacionados à obtenção e armazenagem do leite
(MULLER, 2002).
Entre os parâmetros de qualidade do leite, a análise dos componentes
principais que determinam a integridade, o potencial industrial do produto e a
CCS, que permite monitorar o nível de mastite e as perdas relacionadas à
qualidade do leite, são os critérios que mais vêm sendo utilizados para a indústria
efetuar o pagamento por qualidade na maioria dos países (SANTOS &
FONSECA, 2007).
Nesse sentido, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
propôs legislação pertinente para a modernização do setor lácteo no Brasil,
através da Instrução Normativa 51, que se refere à qualidade do leite que, em
linhas gerais, pretende implantar a CCS como indicativo da sanidade da glândula
mamária e parâmetro legal da qualidade do leite cru resfriado, comercializado em
todo país (LANGONI, 2000). Esse programa começou a vigorar em 2005 e o
limite inicial para a CCS, que era de 1.000.000 céls/mL foi reduzido para 750.000
céls/mL em 01/07/2008 e deverá ser reduzido para 400.000 céls/mL em
01/07/2011 nas regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste (PELEGRINO et al., 2008).
A melhoria da qualidade do leite é resultado de uma série de fatores, que
passam pela educação e treinamento dos produtores e técnicos, sendo
necessária a conscientização do produtor rural no cumprimento das medidas
higiênico-sanitárias na produção e na estocagem do leite, para que possa ser
ofertado ao consumidor um produto compatível com a legislação (CAVALCANTI,
2006).
3.7. Importância da Excelência na Higiene
O princípio sobre o qual se baseia o controle da mastite envolve a
prevenção da doença, minimizando o número de patógenos aos quais os tetos
são expostos durante a pré-ordenha, ordenha, pós-ordenha e nos intervalos das
ordenhas (PHILPOT & NICKERSON, 2000). Um programa de controle de mastite
deve ter como metas principais a erradicação da mastite contagiosa por
13
Streptococcus agalactiae, controlar a mastite por Staphylococcus aureus, manter
o mais baixo possível o índice de mastite ambiental, manter a CCS abaixo de
200.000/mL de leite, diagnosticar menos de 2% de episódios clínicos/mês e
manter 85% das vacas livres de mastite subclínica (PELEGRINO et al., 2008;
MULLER, 2002).
A ordenha das vacas é uma das atividades mais importantes da
propriedade leiteira, devido a três aspectos principais: 1- é nessa hora que o
produtor coleta o leite, produto resultante de todos os esforços realizados na
propriedade; 2- é no momento da ordenha que existe alto risco das vacas
contraírem a mastite; e 3- é o momento de alto risco de contaminação microbiana
do leite (SANTOS & FONSECA, 2007). Por isso, a ordenha deve ser realizada por
pessoas treinadas, com tranqüilidade, obedecendo a uma rotina pré-estabelecida
(PELEGRINO et al., 2008).
Não existe manejo de ordenha único e definitivo para todas as
propriedades, uma vez que cada uma apresenta particularidades quanto ao tipo
de mão-de-obra, ao número de animais, ao tamanho e ao modelo da sala de
ordenha e ao padrão genético do gado. Todavia, deve-se ter como objetivo
principal assegurar que os tetos estejam limpos e secos antes do início da
ordenha (SANTOS & FONSECA, 2007).
A rotina da ordenha pode ser descrita pelos seguintes tópicos:
• deve-se estabelecer uma linha de ordenha, de modo que as vacas infectadas
fiquem para o final da ordenha ou sejam apartadas (PELEGRINO et al., 2008).
Geralmente, é feita, primeiro, a ordenha das novilhas de primeira cria, seguida
das vacas que nunca tiveram mastite, vacas que tiveram mastite clínica há mais
de seis meses e, por fim, vacas que tiveram mastite clínica nos últimos seis
meses (PINTO, 2009). Tem sido demonstrado que em rebanhos infectados por
patógenos contagiosos tais como S. aureus, após a ordenha de um animal
infectado, a unidade de ordenha pode se constituir em veículo para a infecção de
até seis animais que vierem a ser ordenhados a seguir. Este fato endossa a
necessidade de se implantar a linha de ordenha, para diminuir o número de novas
infecções ocasionadas por patógenos contagiosos (COSTA, 2008);
14
• deve ser realizada a higiene das mãos do ordenhador utilizando água e sabão,
seguida por desinfecção ou pode-se recomendar a utilização de luvas de látex
(SANTOS & FONSECA, 2007);
• deve ser realizado o teste da caneca, que consiste na retirada dos primeiros
jatos de leite em uma caneca telada ou de fundo preto, que possibilita o
diagnóstico de mastite clínicas e estimulam a descida do leite (MULLER, 2002);
• pode ser realizada a limpeza dos tetos e da superfície inferior do úbere, pois o
objetivo principal é ordenhar tetos limpos e secos. Nos casos de vacas com tetos
visualmente sujos pode-se realizar a limpeza somente das partes dos tetos que
entram em contato com as teteiras, entretanto, tal prática deveria ser evitada
sempre que possível (PHILPOT & NICKERSON, 2000; SANTOS & FONSECA,
2007);
• imersão dos tetos em solução desinfetante antes da ordenha (pré-dipping).
Deve-se permitir que o desinfetante fique em contato com o teto por 20 a 30
segundos, antes de ser seco por papel toalha individual – uma folha/teto. Calcula-
se redução de até 50% na taxa de novas infecções com a adoção desse
procedimento (REBHUN, 2000);
• deve-se realizar a colocação das teteiras 1 minuto após a retirada dos primeiros
jatos, otimizando a ação da ocitocina, e proporcionando uma ordenha mais rápida
e completa (SANTOS & FONSECA, 2007);
• ajustar as teteiras durante a ordenha, para evitar que ocorra o seu deslizamento.
A entrada de ar causa flutuação de vácuo, podendo resultar em fluxo reverso, que
pode conduzir microrganismos para dentro do teto, o que aumenta os riscos de
mastite (PHILPOT & NICKERSON, 2000);
• ao fim da ordenha, deve ser realizada a retirada dos insufladores, após o
fechamento do registro de vácuo para evitar lesões nos tetos e nos esfíncters
(MULLER, 2002);
• imersão dos tetos após a ordenha (pós-dipping). É uma das medidas mais
importantes para o controle da mastite e deve ocorrer imediatamente após a
retirada dos insufladores. A imersão dos tetos deve ser total, utilizando-se frascos
de imersão que não permitem o retorno do produto (MULLER, 2002; SANTOS &
FONSECA, 2007). Pode ser utilizado desinfetante a base de clorexidina 0,5%,
iodo 0,5% e 1% ou amônia quaternária (DOMINGUES & LANGONI, 2001). Após a
15
ordenha é recomendável o fornecimento de alimentos para as vacas permaneçam
em pé até que o fechamento do esfíncter aconteça, geralmente em torno de uma
hora (REBHUN, 2000);
• segundo DOMINGUES & LANGONI (2001), a higienização das teteiras entre
ordenhas é uma técnica que pode trazer resultados no controle da mastite
contagiosa em rebanhos, no entanto, pode tornar a ordenha um processo muito
demorado.
3.8. Saúde Pública
O leite é um alimento rico em nutrientes e muito susceptível à
contaminação por diferentes microrganismos, os quais têm sido frequentemente
associados a infecções e toxinfecções em seres humanos (COSTA, 2008). O
risco de veiculação de microrganismos patogênicos e/ou suas toxinas através do
leite atestam a importância das mastites e suas implicações em saúde pública,
como salmoneloses, colibaciloses, listerioses, campilobacterioses,
micobacterioses e intoxicações alimentares causadas por toxinas produzidas por
Staphylococcus (ANDREATTA, 2008).
De acordo com COSTA (2008), o Staphylococcus aureus é considerado um
dos principais agentes envolvidos nas intoxicações alimentares em várias regiões
do mundo, o que gera grande preocupação com relação à sua presença nos
alimentos, principalmente, alimentos lácteos.
O Staphylococcus aureus produz TSST-1 (toxina) e outras enterotoxinas
que causam, respectivamente, a síndrome do choque tóxico e intoxicações
alimentares em humanos e tem grande associação com a mastite bovina, tendo
sido isolado em casos de mastite nos rebanhos brasileiros.
Além da contaminação por microrganismos, o leite pode conter resíduos do
tratamento de mastite (antibióticos), o que pode provocar aumento na resistência
de microrganismos. A preocupação crescente com essa presença de resíduos de
antibióticos no leite gera procura de métodos alternativos de tratamento da
mastite (ALMEIDA et al., 1999) destacando entre eles a homeopatia populacional.
16
3.9. Importância Econômica da Mastite
Segundo SANTOS & FONSECA (2007), a mastite continua sendo a
doença que mais causa prejuízos à indústria leiteira afetando diretamente o
produtor, os processadores e o consumidor final.
A maioria dos produtores de leite percebe essa perda através dos casos
clínicos encontrados, animais que precisam descartar e custos com
medicamentos e veterinários. A perda menos óbvia, porém mais importante, é a
que ocorre na produção dos quartos afetados e alterações na composição físico-
química do leite (COSTA, 2008). A redução na produção leiteira por quarto
acometido por mastite subclínica é de 6% a 46% e de 5% a 84% por vaca afetada
(COSTA, 1998). Entretanto, o impacto da mastite prossegue ocasionando
mudanças na composição do leite e reduzindo sua qualidade. Além disso, o
antibiótico utilizado para o tratamento da mastite pode deixar resíduos causando
prejuízos e preocupações para a indústria e saúde pública, além de interferir nos
processos de fabricação de muitos produtos lácteos como o queijo e outros
produtos fermentáveis (TOZZETTI et al., 2008).
Por outro lado, em sistemas de remuneração por qualidade, elevadas CCS
significam menor retorno financeiro ao produtor, os quais sofrem penalidades
aplicadas pelos laticínios, recebendo menos pelo leite e, para a indústria, significa
problemas no processamento do leite e redução no rendimento (PINTO, 2009).
De acordo com ALMEIDA (2004) o custo médio dos casos clínicos de
mastite é de US$ 100,00/caso, incluindo-se nesse valor a perda da produção, o
descarte do leite, custo de tratamento e custos associados ao descarte, morte
prematura, e trabalho extra. O mesmo autor, realizou um estudo onde foram
avaliados os custos de tratamento da mastite infecciosa com antibiótico e
medicamentos homeopáticos. Como tratamento convencional, utilizou-se o
Cefoperazone Sódico 250mg/seringa em aplicação intramamária uma vez ao dia
por 3 – 5 dias em cada teto afetado. Em média cada aplicação teve o custo
médio de R$ 4,50/bisnaga. O custo do tratamento com homeopatia foi
aproximadamente de R$ 0,04/animal a cada três dias. Portanto, sob o aspecto de
custo de tratamento mesmo sem contabilizar o descarte do leite do animal
17
tratado, tendo concluído que houve vantagem no uso de medicamentos
homeopáticos no tratamento da mastite clinica em vacas leiteiras.
3.10. Estratégias para Prevenir Novas Infecções Intramamárias
De acordo com GODDEN (2008), as estratégias de prevenção podem ser
agrupadas em:
•terapias antimicrobianas para vacas secas, a qual consiste em tratar todas
as vacas utilizando antibióticos na secagem dos animais, curando infecções
subclínicas existentes causadas por patógenos susceptíveis, além de proteger em
curto prazo. Apesar do sucesso, essa estratégia pode não ser necessária para
animais não infectados. Além disso, a proteção antibiótica será incompleta, pois
nem sempre é efetiva em infecções crônicas ou contra todos os possíveis agentes
causadores da mastite e, também, pode haver resíduos no leite no pós-parto, se o
período seco for curto, menor que 60 dias;
•selantes externos para os tetos. Consistem em produtos que quando
aplicados secam nos tetos, formando um filme de látex, acrílico ou outro material
baseado em polímero, prevenindo a entrada de bactérias patogênicas para dentro
do canal do teto. O problema desse produto é a duração de aderência, sendo
necessário o exame da ponta dos tetos frequentemente e várias embebições para
manter uma barreira efetiva;
•o tratamento durante a lactação é recomendado imediatamente após a
detecção da mastite pelo teste da caneca de fundo preto, mas apresenta o
inconveniente da necessidade do descarte do leite com resíduo de antibiótico;
•minimização do desafio intramamário, ou seja, proporcionar ao animal
ambiente limpo, arejado e seco. Realizar a manutenção adequada dos
equipamentos de ordenha e seguir corretamente a rotina de ordenha, sempre
mantendo a higiene;
•maximização das defesas do hospedeiro, ou seja, realizar a maximização
das funções imunitárias dos animais levando a eliminação mais rápida de novas
infecções e à diminuição na frequência, duração e severidade dos casos clínicos
de mastite. Os métodos mais usados atualmente são a melhoria na nutrição dos
animais mantendo-os em balanço energético positivo, fornecendo micronutrientes
18
minerais e vitamínicos os quais tem relação direta com o funcionamento
adequado do sistema imune; uso de vacinas contra a mastite que é uma das
maneiras mais eficientes de aumentar a resposta imune das vacas, porém,
apresenta resultados insatisfatórios devido a grande diversidade de
microrganismos causadores da mastite, dos fatores de virulência e da imunidade
que não são totalmente conhecidos, da dificuldade na manutenção dos níveis
elevados de anticorpos no leite e dos esquemas de vacinação deficientes; e a
utilização da homeopatia, que vem conquistando a adesão de um número cada
vez maior de Médicos Veterinários interessados em conhecer essa ciência que
aparece como alternativa segura e barata no controle da mastite contagiosa.
4. HOMEOPATIA
A palavra homeopatia originada do grego significa homeo = semelhante +
pathos = doença, e é a ciência que trata os indivíduos doentes, e não as doenças,
por meio de medicamentos preparados em diluições infinitesimais capazes de
produzir em indivíduos sadios sintomas semelhantes aos sintomas constatados
nos doentes, ou seja, trata a doença com medicamentos que causam uma
doença semelhante (ALVES, 2008). É uma especialidade médica que consiste em
ministrar, ao doente, doses mínimas do medicamento para evitar a intoxicação e
estimular a reação orgânica (SIQUEIRA, 2009). É utilizada para o tratamento das
doenças humanas e animais e foi desenvolvida no final do século XVIII pelo
Médico alemão Cristiano Frederico Samuel Hahnemann (1755 – 1843) e, desde
então, vem sendo praticada por Médicos e Médicos Veterinários no mundo inteiro
(MEMENTO VETERINÁRIO REAL H, 2009).
A homeopatia desafia o processo terapêutico original apoiada numa
abordagem tanto empírica quanto conceitual da doença, de sua integração na
personalização do doente e de seu tratamento (CORNILLOT, 2005), o que
permite ao homeopata tratar seus pacientes sob a expectativa de poder curar
muitos processos comuns e supostamente incuráveis, de um modo menos
perigoso do que os usados convencionalmente (ALVES, 2008).
19
De acordo com BENITES (2003) citado por MANGIÉRI JR (2005), a
homeopatia se sustenta em duas leis básicas, a lei dos semelhantes e a do
vitalismo, sendo a última a condição que rege e harmoniza o ser vivo. Baseado
nessas duas leis surgiram os princípios fundamentais à prática da homeopatia,
que segundo REAL (2008) são, a obediência à lei dos semelhantes; uso de
fármacos diluídos e dinamizados; experimentação no animal sadio e; uso do
remédio único e individualizado.
Os medicamentos homeopáticos são preparados a partir de substâncias
extraídas da natureza, provenientes dos três reinos (animal, vegetal e mineral) e
são utilizados diluídos ou dinamizados (MEMENTO VETERINÁRIO REAL H,
2009) e, para que a substância da natureza seja usada como medicamento
homeopático, é necessário prévio conhecimento de sua potencialidade curativa,
através da experimentação no animal são. Tais substâncias podem ser tanto
tóxicas quanto inertes, desde que, quando experimentadas, ofereçam a melhor
similitude aos sintomas da doença a ser tratada. As preparações básicas dessas
substâncias recebem o nome de tinturas-mãe e a partir delas são iniciados os
processos das diluições sucessivas. As diluições chegam a ultrapassar o número
de avogadro (limite da divisibilidade da matéria) podendo ser decimais ou
centesimais (SELEGHINI, 2002).
No início das suas experiências, Hahnemann diluiu os medicamentos e
verificou que, quanto mais diluía, minimizavam-se as reações indesejáveis.
Percebeu também que, ao fazer diluições sucessivas das substâncias e agitá-las
diversas vezes, obtinha sempre melhores resultados e, assim, chegou às doses
mínimas. Desta maneira, a toxicidade das substâncias é atenuada e o potencial
curativo é aumentado. Ao processo de diluição seguido de agitação, deu-se o
nome de dinamização (dynamis – do grego = força). Através da dinamização, se
consegue despertar na substância a capacidade de agir sobre a força vital do
organismo (SELEGHINI, 2002). A dinamização é uma sequência pré determinada
de agitações realizadas entre uma diluição e a seguinte. A experimentação no
animal sadio objetiva a construção das patogenesias, verdadeiros “retratos” da
ação dos medicamentos que orientarão na identificação medicamento/paciente
visando a aplicação da Lei dos Semelhantes – Similia Similibus Curantur (do
20
Latim = que sintetiza o método) – O Semelhante Cura o Semelhante (MEMENTO
VETERINÁRIO REAL H, 2009).
4.1. Lei dos Semelhantes
A Lei dos Semelhantes, Simila Similibus Curantur, sobre a qual se baseia a
Homeopatia e segundo a qual determinada doença é curada pela substância
capaz de reproduzir os mesmos sintomas da doença, não é um princípio criado
para justificar uma forma terapêutica, trata-se de um princípio natural reconhecido
e comprovado desde a antiguidade (REAL, 1996).
Segundo BARBOSA NETO (2006), Hipócrates, relatou que são três os
princípios de cura das doenças:
•Natura Medicatrix: a natureza é o médico das doenças que, sem instrução e sem
saber, faz aquilo que é mais conveniente;
•Contraria Contraribus Curantur: ao conhecer a causa da doença cria-se
condições de administrar o que é útil, tomando nos contrários a indicação dos
remédios, pois os tratamentos são supressão do que está em excesso ou
suplementação do que está em falta;
•Simila Similibus Curantur: a doença é produzida pelos semelhantes e pelos
semelhantes que são administrados o paciente volta da doença a saúde. A febre
é suprimida por aquilo que a produz e é produzida por aquilo que a suprime.
Na realidade estes três princípios gerais de cura sintetizam a ação da
Medicina até os dias atuais. O progresso e a evolução sofridos pelo conhecimento
médico no campo semiológico, de diagnóstico e da terapêutica, relegaram ao
esquecimento o Natura Medicatrix o que, no entanto, não elimina a sua validade
em determinadas circunstâncias (REAL, 1996).
Em 1787, Samuel Hahnemann, que era Médico e estava insatisfeito com a
Medicina praticada, que considerava perigosa e inefetiva, resolveu parar de
exercer a profissão, pois achava que não curava seus pacientes (AMARAL,
1999), com o uso de medicamentos venenosos, sangrias, laxantes, vomitivos e
outros, objetivando expulsar a matéria morbífica e causando sofrimento ainda
maior ao doente (HONORATO, 2006).
21
Como era poliglota e falava mais de oito idiomas, para sustentar a família
passou a traduzir textos científicos e, foi traduzindo a matéria Médica de Cullen,
em 1790, que falava sobre o quinino no tratamento da malária, que Hahnemann
discordou do autor e decidiu então experimentar o quinino em si mesmo (ALVES,
2008).
Ingeriu durante vários dias doses de quinino e passou a sentir
manifestações de febre intermitente, em tudo semelhante as que ocorriam no
quadro de malária, para cuja doença o quinino era naquele tempo o único
medicamento eficaz. As semelhanças entre as manifestações clínicas provocadas
pelo quinino e o quadro da malária não passaram despercebido por Hahnemann
que repetiu o experimento do quinino, em si próprio, várias vezes obtendo os
mesmos resultados.
Hahnemann não limitou seus estudos experimentais ao quinino, utilizou-se
também de outras drogas em si e em seus familiares, constatando o mesmo
fenômeno, os sintomas provocados pelos medicamentos reproduziam nas
pessoas sãs os mesmos sintomas das doenças que eram capazes de curar.
Estava, assim, redescoberto o princípio básico Similia Similibus Curantur e sobre
o qual se fundamenta a homeopatia (REAL, 1996).
Outras experiências se seguiram utilizando substâncias tóxicas, como o
mercúrio e o arsênico, que exigiram diluição e a agitação. Dessa forma,
descobriu-se que as substâncias perdiam seu efeito tóxico, mas continuavam
capazes de provocar os sintomas das doenças que pretendiam curar. Estava
elaborado então, o princípio da dinamização dos medicamentos (HONORATO,
2006).
4.2. Homeopatia Populacional
Visando amenizar as conseqüências de um criatório estressante e
considerando a necessidade de assegurar bem estar mínimo aos indivíduos, foi
desenvolvida a técnica da Homeopatia Populacional para usar os medicamentos
homeopáticos de modo coletivo. Seu surgimento representou a ruptura do
paradigma de que a homeopatia tem caráter individual e curativo (REAL, 2008).
A prática da homeopatia populacional significa uma nova forma de utilizar o
22
método desenvolvido por Samuel Hahnemann. Seu uso coletivo decorre do
emprego de grupos de medicamentos associados, que são produzidos segundo
as regras da farmacotécnica homeopática (MEMENTO VETERINÁRIO REAL H,
2009).
A Homeopatia Populacional tem custo reduzido, eficácia, ausência de
toxidez e de possibilidade de deixar resíduos na carne ou leite e, por isso, é ideal
para prevenção e o tratamento de enfermidades (REAL, 2009). Esta técnica se
encontra hoje amplamente difundida no país e cada vez mais se generaliza sua
utilização (REAL, 1996).
O tratamento tem caráter Bio-estimulatório Preventivo e/ou Curativo em
face às necessidades do sistema produtivo ou das doenças prevalentes nas
populações animais. Seu foco primordial é o bem estar animal que é
acompanhado de maior produtividade. Na forma preventiva, o tratamento objetiva
estimular as defesas e o organismo do animal, de forma natural, mantendo-os
dinamicamente equilibrados, ativos e mais produtivos. Na forma curativa, age
estimulando a recuperação dos órgãos ou sistemas afetados dos animais, de
forma a restabelecer o equilíbrio orgânico perdido e permitindo que os animais
voltem ao estado de saúde (MEMENTO VETERINÁRIO REAL H, 2009).
4.3. Fundamentos da Homeopatia Populacional
De acordo com REAL (2008) os fundamentos básicos da homeopatia
populacional são três:
1° Fundamento: O rebanho como um só organismo
A homeopatia populacional considera o rebanho como um só organismo
onde cada animal integra um todo indivisível, independente da faixa etária e
função (REAL, 2008). Como se o rebanho fosse uma colméia de abelhas, onde
cada indivíduo não representa a si, porém parte de um todo (ARENALES, 2002).
Ao se analisar as variáveis que envolvem o comportamento dos rebanhos
ou grupo de animais (lotes, tanques, gerações...), este conceito se apresenta de
forma objetiva, visto que os animais estão inseridos no mesmo ambiente, onde
23
sofrem a ação das mesmas variáveis (MEMENTO VETERINÁRIO REAL H, 2009),
e estão submetidos ao mesmo manejo; sofrem a ação das mesmas variações
climáticas, temperatura, umidade, pressão atmosférica, ocorrência de chuvas,
tempestades...; alimentam-se das mesmas pastagens, rações e/ou suplementos;
bebem das mesmas fontes de água; são manejados da mesma forma, e nas
mesmas ocasiões, recebem vacinas coletivas, vermífugos...; e apresentam
frequência genotípica muito semelhante (raças, linhagens) (REAL, 1996).
2° Fundamento: O rebanho em permanente desequilíbrio
A evolução da criação dos animais passou do sistema artesanal para o
sistema industrial. A criação intensiva é especializada e exclusiva, se limitando a
uma espécie ou a um tipo específico de exploração desses animais, sendo
comum o confinamento e a concentração de animais (DANTZER E MORMÉDE,
1984 citados por REAL, 1996). Neste sistema os animais tornam-se números e
são manejados em linha de produção. Estas condições levam os animais a
reagirem através de uma sequência de reações orgânicas diretas e indiretas,
denominadas estresse. A situação estressante é permanente e dura toda vida
produtiva dos animais, o que causa, como conseqüência direta, a queda na
produtividade. Os produtos homeopáticos atuam reduzindo a resposta orgânica
dos animais frente aos fatores estressantes, permitindo melhor convivência com a
situação adversa. Desta forma, sob sua ação, o organismo fortalecido mantém-se
em equilíbrio de modo constante e duradouro e este bem estar favorece a maior
resistência e a produtividade (MEMENTO VETERINÁRIO REAL H, 2009).
3° Fundamento: Ação moduladora
Este terceiro fundamento diz respeito à própria natureza do medicamento
homeopático e à forma como o mesmo estimula o organismo. A ação moduladora
dos medicamentos homeopáticos, repetida e diária, atua como informação
energética via sistema neuro-endócrino, promovendo a eliminação de toxinas e a
harmonia funcional, restaurando as defesas e o equilíbrio orgânico perdido
(MEMENTO VETERINÁRIO REAL H, 2009).
24
4.4. Ação do Medicamento Homeopático
A forma de atuação dos medicamentos homeopáticos é um assunto
complexo, que vem sendo objeto de aprofundados estudos e, embora ainda não
se tenha chegado a explicar todas as etapas dos seus mecanismos de atuação, já
se conhecem explicações parciais (REAL, 2008). Segundo SILVA (2009), no
entanto, muito pouco se sabe da ação de produtos homeopáticos sobre a
fisiologia animal.
Já em 1842, Hahnemann explicou que para o medicamento homeopático
atuar sobre a saúde de homens e animais este deve ser mantido em contato
próximo com o corpo, normalmente por consumo ou aspiração (SILVA, 2009).
Os medicamentos homeopáticos, por serem utilizados a maior parte das
vezes em diluições que ultrapassam o número de Avogadro, não contém mais
matéria original, só possuem a energia de natureza eletromagnética desenvolvida
pelo processo de dinamização (LASNE, 1997; CONTE et al., 1997, 2000 citados
por REAL, 2008). O processo de industrialização (diluição/dinamização) gera na
estrutura molecular da solução alterações físico-químicas. Estas mudanças criam
no produto um “novo status energético” de natureza eletromagnética. Esta energia
desenvolvida é específica para cada produto e permite ser copiada para suas
dinamizações sucessivas, mantendo presente a informação da substância original
(SELEGHINI, 2002).
Segundo REAL (2008) o sistema nervoso é o responsável pela percepção
de todas as energias que a eles aportam e é correto admitir que seja o próprio
sistema nervoso o responsável pela captação da energia eletromagnética
presente nos medicamentos homeopáticos. Uma vez tendo entrado em contato
com o produto homeopático as terminações nervosas captam a informação
energética e as transferem aos centros nervosos superiores que fazem a tradução
para o organismo do significado destes estímulos. Este mecanismo é rápido,
sendo sua intensidade diretamente proporcional à intensidade do estímulo (dose)
e/ou da quantidade/qualidade das terminações nervosas envolvidas, permitindo
perceber seu estado de conforto e/ou desconforto. Esta condição será percebida
pelo sistema nervoso do animal de forma fisiológica, como um estímulo natural,
ainda não rastreável pelos métodos usuais. Como os medicamentos
25
homeopáticos não armazenam grandes potenciais elétricos, visto a própria
natureza de sua fabricação, os estímulos precisam ser repetidos, advindo daí a
prática Médica de repetição das doses (MEMENTO VETERINÁRIO REAL H,
2009).
Segundo SOUZA-FRANCISCO (1998) citado por SILVA (2009), o
medicamento homeopático exerce efeito sobre o sistema imunológico por
mecanismo direto ou indireto. O indireto seria mediado por efeitos hormonais,
emocionais, eletrolíticos ou metabólicos. Por este mecanismo, os medicamentos
homeopáticos atuariam sobre o sistema Psíquico-Neuro-Imuno-Endórino (eixo
PNIE), regulado pelo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal. Na homeopatia o ideal é
selecionar um medicamento, na potência (diluição e sucussão) adequada, para
sensibilizar o eixo PNIE e, assim, regular o sistema imunológico de forma suave e
efetiva.
SILVA (2009) também cita trabalhos que sugerem que um importante e
possível mecanismo de ação das drogas homeopáticas seria regulação da
expressão genética que poderia ser alcançada pela ativação de hormônios e
enzimas reguladoras da indução e/ou repressão dos mecanismos de transdução
e transcrição gênica nas células alvo, restaurando o funcionamento normal de
sistemas biológicos.
De acordo com REAL (2008), os níveis de ação dos medicamentos
homeopáticos melhor estudados até hoje são:
• Ação de Drenagem Celular e Orgânica
Esse mecanismo diz respeito ao processo de limpeza orgânica, conhecido
como Drenagem Homeopática, é a eliminação das toxinas acumuladas no
organismo que podem ser geradas tanto internamente como serem de
procedência externa. Sob a ação dos medicamentos homeopáticos, os sistemas
naturais de eliminação do organismo são estimulados a executar o seu papel na
excreção das toxinas, permitindo que os órgãos restabeleçam suas funções de
forma mais eficaz. Um fato importante, que pode ser observado no início de um
tratamento homeopático, é a possibilidade de um período de agravamento do
quadro, resultante do processo de liberação e de eliminação das toxinas que
começa a ocorrer. Este fenômeno é, frequentemente, observado em vacas em
26
lactação e se caracteriza por um aumento inicial de CCS. Este tipo de ocorrência
é chamado de Agravação Medicamentosa e é indicativo de que o tratamento está
no caminho correto (MEMENTO VETERINÁRIO REAL H, 2009).
• Ação Sobre o Desenvolvimento das Bactérias Patogênicas
Segundo REAL (2008), estudos recentes mostraram que as bactérias
possuem capacidade de se comunicarem e, desta maneira agirem de forma
coordenada no seu efeito patogênico. De acordo com MEMENTO VETERINÁRIO
REAL H, (2009), os estudos demonstraram que as bactérias lançam, no meio
circundante, moléculas ou substâncias sinalizadoras de sua presença. Desta
forma, a concentração dessa substância vai aumentando e permite que as
bactérias circunvizinhas tomem conhecimento dessa presença, como se fosse
uma “percepção coletiva” da densidade populacional e, consequentemente, de
força coletiva. Esta característica das bactérias foi denominada de Quorum
Sensing, termo que pode ser entendido como sensação de força coletiva do grupo
bacteriano envolvido (REAL, 1998).
Os medicamentos homeopáticos atuam interferindo, através do organismo,
na organização e no crescimento dos microrganismos, desordenando essas
populações, impedindo que atinjam o quorum mínimo ou desfazendo-o e, em
sequência, restabelecendo o equilíbrio orgânico, propiciando o retorno à saúde e
a produtividade (MEMENTO VETERINÁRIO REAL H, 2009).
• Ação Estimulatória das Defesas Orgânicas
Esta modalidade de ação diz respeito ao conjunto e a qualidade do
estímulo que produzem sob a totalidade das defesas inespecíficas e específicas
do organismo. O uso da homeopatia deixa o organismo num estado de alerta
diferenciado, ou seja, torna-se capaz de responder mais prontamente às
agressões do meio. Animais com sistema imune ativo adoecem menos e
convivem melhor com as situações adversas sem prejuízo da produção ou com
menor prejuízo em relação aos rebanhos não tratados (MEMENTO
VETERINÁRIO REAL H, 2009).
27
4.5. Teoria da Memória da Água
Trata-se da possível transferência da atividade farmacológica molecular
entre sistemas biológicos através de processos que envolvem campos
magnéticos (BONAMIN, 2007). De acordo com DAVENAS et al., (1988) &
GERBER, (1988) citados por SILVA (2009) uma explicação sobre o
funcionamento dos produtos homeopáticos altamente diluídos é a teoria da
memória da água. Por esta teoria, a água tem a capacidade de ser “carregada”
com diversos tipos de informações, armazenando-as em suas moléculas. Essa
água carregada é capaz de induzir alterações na fisiologia e no crescimento de
plantas e organismos vivos em geral, mesmo sem conter nenhuma substância.
O conhecimento da estrutura da água é importante no processo de
dinamização homeopática, pois as diluições e os movimentos mecânicos de
sucussão têm efeitos diretos sobre a conformação do veículo utilizado, que passa
a ser importante, na condução da informação e na adição de energia ao
medicamento homeopático (SILVA, 2009).
28
5. HOMEOPATIA NA MASTITE
Atualmente, a demanda por produtos lácteos processados de alta
qualidade é crescente por parte da população, provocando uma tendência
progressiva de adaptação, por parte da indústria leiteira, a essas exigências
ditadas pelo mercado consumidor (ALVES, 2008). A mastite é um problema
recorrente na bovinocultura leiteira e, a terapêutica convencional que se utiliza de
antibióticos e antiinflamatórios é onerosa, além de todo o leite produzido pelo
animal ficar comprometido, independentemente do número de tetos tratados. Já o
leite de vacas tratadas com homeopatia pode ser aproveitado normalmente,
desprezando-se apenas o leite alterado. No tratamento convencional, o animal só
é tratado se apresentar sinais clínicos ou subclínicos e o antibiótico é introduzido
por via intra-mamária, procedimento doloroso e invasivo, além de estressante, ou
é aplicado por via intramuscular, que também gera grande estresse nos animais
(TELLES & GONÇALVES, 2009). Nos tratamentos em que se utilizam
medicamentos homeopáticos a administração ocorre por via oral, ou seja de
administração fácil e não invasiva, os produtos dos animais não apresentam
resíduos e, por isso, é utilizada em modelos orgânicos de produção (SOUZA,
2002).
As respostas aos medicamentos homeopáticos não são matemáticas,
desta forma, observam-se respostas diferentes em diferentes propriedades
(ARENALES, 2002). SILVA (2007) analisou um rebanho de 50 vacas holandesas
PO registradas, mantidas em regime de semi confinamento, de alta produção
leiteira, no biênio 2006-2007 na região do Alto Paranaíba (MG). Durante o
experimento o rebanho apresentava padrões de higiene e manejo estáveis,
ordenha mecânica, armazenagem do leite em tanque de resfriamento, e
alimentação com ração balanceada e formulada na própria fazenda. A higiene
incluía a remoção mecânica do excesso de matéria orgânica e lavagens diárias
do ambiente. A mastite no rebanho estava controlada, sendo o leite
rotineiramente classificado na classe 2 (CCS de 181 a 400 x 103 ou ECS até
5,00), (UFC 41 a 100) ou 3 (CCS de 401 a 500 x 103 ou ECS até 5,00), (UFC 101
a 200) do estabelecimento captador. O diagnóstico da qualidade do leite era
realizado com amostras obtidas do tanque de expansão, com conservante, por
29
meio da contagem de células somáticas, eletronicamente, pelo aparelho
SOMACOUNT™300 no laboratório de controle de qualidade NESTLÉ – Unidade
Ibiá-MG. Para fins estatísticos a CCS foi transformada para escore de células
somáticas (ECS) em que CCS é o numero de células por micro litro. Os valores
de média mensal de 2006 em relação ao ano de 2007 de ECS e UFC foram
comparados pelo teste t. Foi utilizada a abordagem Homeopatia Populacional,
fazendo uso de complexos homeopáticos comerciais. Como havia interesse em
reduzir a CCS, foi utilizado um complexo de Colibacilinum 10-60, Streptococcus
uberis 10-60, Streptococcus B- hemolyticum 10-60, Ricinus communis 10-30 em
veículo inerte, calculada a dose de consumo médio em 6g/cabeça/dia. Quando
era detectado um princípio de mastite, esta dose era dobrada durante uma
semana. Toda medicação foi ministrada através do alimento concentrado, no
momento do seu preparo semanal, incorporado através do misturador de ração.
Já no mês seguinte ao início do tratamento estava evidente a redução da CCS,
comparando-se tanto a média mensal correspondente ao ano anterior quanto a
faixa de bonificação da indústria captadora. A média do ECS no ano de 2006 foi
de 5,2 (+/- 0.6501) e em 2007 de 4,36 (+/- 0.2423) e apresentaram um valor
consideravelmente significante estatisticamente (P=0,0065) nos valores pareados
mês a mês. Foi observada uma elevação súbita e pontual, do ECS no mês de
julho, retornando a seguir ao valor do mês anterior e, comparado ao ano anterior,
tendência à redução. Ao aglutinar as médias do ECS foi possível visualizar uma
nítida tendência de redução em 2007 em relação ao ano anterior. Da mesma
forma, os valores de UFC reduziram de 19.667 (+/- 10.772) para 6.909 (+/- 5.449)
respectivamente, em 2006 e 2007 apresentando significância estatística
(P=0,0119).
TELLES et al., (2006) conduziram experimento em uma propriedade leiteira
(Estância Jumma), localizada no município de Campo Grande – MS, nos meses
de abril e maio de 2006. Inicialmente foi feito um levantamento sanitário do
rebanho de 60 vacas em lactação, com exame clínico e CMT de todos os quartos.
O lote problema era integrado por vacas que apresentaram quartos com três ou
mais cruzes no teste de CMT, totalizando 12 animais, com 450 a 500 Kg de PV e
produção média de 10 a 15 litros de leite. O manejo não foi alterado, as vacas
foram mantidas a pasto e receberam ração farelada na hora das ordenhas. Foram
30
coletadas amostras de leite para analise microbiológica antes a após o período de
tratamento. A colheita do leite foi realizada com a lavagem prévia dos tetos,
secagem com papel toalha e auxílio de algodão com álcool iodado passado nos
tetos e mãos. Foram desprezados os primeiros jatos de leite e as amostras foram
colhidas assepticamente em frascos estéreis para análise. No dia imediato a
coleta das amostras as vacas problema passaram a receber, o núcleo
homeopático comercial na ração na dosagem de 100g de manha e 100g de tarde,
durante 12 dias seguidos. Na coleta feita no 13°dia, verificou-se uma redução
significativa no número total de isolamentos e também na quantidade de espécies
isoladas quando comparadas aos resultados das coletas feitas no inicio. Os
autores concluíram que a ação do núcleo homeopático foi eficaz e contribuiu para
a redução da infecção dos úberes das vacas problemas.
Em outro experimento realizado por TELLES & GONÇALVES (2009) no
município de Dourados – MS. Os produtos homeopáticos foram fornecidos de
modo contínuo para as vacas em lactação em doses de 10 a 20g/cab/dia. Para o
experimento foram utilizadas nove vacas, escolhidas a partir do exame clínico do
úbere avaliando-se a higidez em conjunto com teste CMT (California Mastitis
Test). Numa primeira etapa do experimento, durante treze dias consecutivos as
vacas escolhidas receberam quantidade de 100g/cab/dia do Homeo Bovis
Mastite®, dividido em dois tratos após a ordenha (manhã/tarde). O produto foi
misturado na silagem de milho, na ração e na massa de mandioca, quando as
vacas ficavam sob restrição separadas. O período de tratamento com o produto
homeopático foi do dia 07/10/08 ao dia 20/10/08. Na segunda etapa que iniciou-se
a partir o 14°dia, o fornecimento do produto foi interrompido totalmente, tendo as
vacas do lote seguido com a mesma alimentação e manejo da fazenda. Após dez
dias sem receber o produto, o grupo foi novamente avaliado do ponto de vista
clínico, realizado novo teste CMT e encaminhado amostras de leite para analises
microbiológicas e CCS. Para o exame microbiológico, as amostras de leite de
cada quarto mamário de todas as nove vacas, foram coletadas diretamente em
frascos estéreis e colocados em caixas isotérmicas com gelo. Após a análise, os
autores concluíram que o uso de produto homeopático em vacas leiteiras
saudáveis e produtivas, promove estímulo extra do sistema imune inespecífico,
com aumento da CCS, o que contribui para a eliminação das toxinas
31
armazenadas no úbere ao longo das lactações. O isolamento de bactérias
patogênicas no leite se reduz, sob o efeito de produto homeopático e se eleva de
modo significativo após período sob influência intensa, isto permite considerar que
os prazos de utilização devem ser mais prolongados.
Estudando o uso de produtos homeopáticos na qualidade do leite, SILVA
(2009) avaliou o efeito de uma combinação homeopática em 32 vacas
holandesas, com mais de 60 dias de lactação, os animais foram colocados em
pares com base na produção de leite e aleatoriamente colocadas a um dos dois
tratamentos por 63 dias de um período de comparação, posterior a um período de
padronização de 14 dias. Os tratamentos foram suplementação diária com 150g
de uma combinação homeopática (Hypotalamus 10-30, Colibacilinum 10-30,
Streptococcus Beta Hemolyticum 10-60, Streptococcus uberis 10-60, Phytolacca 10-
60, CalciumPhosphoricum 10-30, Natrum Muriaticum 10-60, Urtica Urens 10-30,
Silicea Terra 10-400) em veículo mineral ou 150 gramas do mesmo veículo mineral
(controle). A suplementação com homeopatia aumentou o teor de proteína no leite
de 3,09 para 3,19% (P= 0,01) e tendeu a aumentar a secreção diária de proteína
de 0,737 para 0,776kg (P=0,10). Houve tendência de aumento na contagem de
células somáticas do leite de vacas homeopatizadas. A suplementação de vacas
leiteiras com a combinação homeopática aumentou o teor de proteína do leite.
VARSHNEY et al., (2005) citado por HONORATO (2006), utilizou
combinações de medicamentos homeopáticos para tratamento de mastite em
vacas leiteiras da Índia, quando comparadas aos tratamentos com antibióticos.
Com o tratamento homeopático obtiveram uma taxa de cura de 86,6% nos casos
de mastite aguda. O grupo correspondente tratado com antibióticos resultou em
uma taxa de cura de 59,2%.
Porém, MEANEY (1995) citado por HONORATO (2006), não observou
redução da contagem de células somáticas e nem na incidência de infecção
intramamária em vacas leiteiras tratadas com produtos homeopáticos.
32
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A mastite provoca redução em quantidade e qualidade do leite e seus
derivados e muitas vezes pode passar despercebida. Seu tratamento
convencional com antibióticos e antiinflamatórios pode deixar resíduos
indesejáveis no leite.
Produtos homeopáticos surgem como alternativa terapêutica para o
tratamento da mastite contagiosa de bovinos leiteiros. Sua utilização pode
também melhorar a quantidade de sólidos no leite e evitar prejuízos com o
descarte do leite.
Existe ainda controvérsia quanto à utilização desses produtos, portanto, é
necessário um maior estudo sobre a ação da homeopatia para melhorar sua
fundamentação científica.
33
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ALMEIDA, A. C.; FONSECA, Y. M.; SOARES, T. M. P.; SILVA, D. B.; BUELTA,
T. T. M.; SILVA, G. L. M. E.Tratamento de mastite subclínica em bovinos
utilizando bioterapia, Universidade de Alfenas, 5; 199-203, Alfenas-MG, 1999.
2. ALMEIDA, L. A. B. Avaliação do tratamento alopático e homeopático de
mastite bovina em animais inoculados com Staphylococcus aureus. 2004.
104 f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.
3. ALVES, A. A. Avaliação de medicamento homeopático comercial sobre a
composição físico-química e a contagem de células somáticas de leite cru
em uma propriedade leiteira. Belo Horizonte, 2008. xx p. Monografia
(Especialização em Homeopatia Veterinária) – Instituto Homeopático Jacqueline
Peker.
4. AMARAL, M. T. C. G. Homeopatia Veterinária. [on line] 1999. Disponível em:
http://www.homeopatiaveterinaria.com.br/homeot.htm. Acesso em: 14/10/2009.
5. ANDREATTA, E. Avaliação da qualidade do leite cru utilizado na fabricação de
derivados: revisão, Jaguariuna-SP. Revista Acadêmica Digital do Grupo POLIS
Educacional, V.4, 2008. 15p. Disponível em:
http://www.seufuturonapratica.com.br/intellectus/PDF/08_ART_Veterinaria.pdf
Acesso em: 30/10/2009
6. ARENALES, M. D. C. Homeopatia em gado de corte. In: Conferência Virtual
Global sobre Produção Orgânica de Bovino de Corte,I, Anais... São Paulo, 2002.
11p. Disponível em:
http://www.cpap.embrapa.br/agencia/congressovirtual/pdf/portugues/02pt05.pdf
Acesso em: 30/10/2009.
7. BARBOSA NETO, R. M. Bases da homeopatia, Campinas: UNICAMP, 2006,
70p. Disponível em: http://br.geocities.com/homeopatia_unicamp/biblioteca/virtual/
Acesso em: 30/10/2009.
34
8. BONAMIN, L. V. Dados experimentais que fundamentam teorias interpretativas
sobre ultradiluições. Tributo a Madeleine Bastide. Revista Cultura Homeopática,
n.21, p. 29-35, 2007. Disponível em:
http://www.feg.unesp.br/~ojs/index.php/ijhdr/article/viewPDFInterstitial/36/29
Acesso em: 30/10/2009.
9. BRANT, M. C.; FIGUEIREDO, J. B. Prevalência da mastite subclínica e perdas
de produção em vacas leiteiras. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e
Zootecnia,Belo Horizonte, v. 46, p. 595-606. 1994.
10. CAVALCANTI, E. R. C. Fatores que interferem na qualidade do leite,
(Centro Federal de Educação Tecnológica de Urutaí-GO), Urutaí-Go:CEFET,
2006. 5p. Disponível em:
http://www.ifgoiano.edu.br/urutai/documentos/publicacoes/artigo_leite.pdf Acesso
em: 30/10/2009.
11. CORNILLOT, P. Tratado de homeopatia. Artmed, 2005. 616p. [on line].
Disponível em: http://www.scribd.com/doc/2541451/Pierre-Cornillot-Tratado-de-
Homeopatia-LIVRO-Artmed-616-paginas. Acesso em 14/10/2009.
12. CORRÊA, W. M.; CORRÊA, C, N, M. Enfermidades infecciosas dos
mamíferos domésticos. 2. ed., São Paulo, Ed. Médica e Científica Ltda.1992.
943 p.
13. COSTA, E. O. Importância da mastite na produção leiteira do país. Revista de
Educação Continuada do CRMV-SP. São Paulo, V.1, n.1, p.3 – 9. 1998.
Disponível em: http://www.hostcentral.com.br/crmv/PDF/v1n1a02.pdf Acesso
em:01/11/2009.
14. COSTA, G. M. Mamite bovina em rebanhos leiteiros da região Sul do
Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte: UFMG, 2008. 123p. Tese (Doutorado),
Universidade Federal de Minas Gerais, 2008. Disponível em:
www.bibliotecadigital.ufmg.br/.../tese_formatada_geraldo_m_rcio_15_4.pdf
Acesso em: 01/11/2009.
15. DOMINGUES, P. F.; LANGONI, H. Manejo sanitário dos animais. Rio de
Janeiro, RJ: EPUB, 2001. 210p.
35
16. DUQUE, P. V. T.; BORGES, K. E.; PICCININ, A. Mastite bovina: descrição da
doença e seus impactos na economia brasileira. In: SIMPÓSIO DE PATOLOGIA
VETERINÁRIA DO CENTRO-OESTE PAULISTA, 2., 2005, Garça. Anais...,
Garça, SP, 2005. 5p. Disponível em:
http://www.revista.inf.br/veterinaria05/anais/artigo28.pdf Acesso em: 01/11/2009
17. GODDEN, S. Uso de selantes para tetos na prevenção de novas infecções no
período seco. In: NOVOS ENFOQUES NA PRODUÇÃO E REPRODUÇÃO DE
BOVINOS, 12. Anais..., Uberlândia,MG, 2008.
18. HONORATO, L. A. A interação humano-animal e o uso de homeopatia em
bovinos de leite. (Dissertação Mestrado em Agroecossistemas) Florianópolis,
SC:UFSC, 2006. 120p.
19. LANGENEGER, J.; VIANI, M. C. E.; BAHIA, M. G. Efeito do agente etiológico
da mastite subclínica sobre a produção de leite. Pesquisa Veterinária Brasileira,
v.1, n.2, p.47-52. 1981.
20. LANGONI, H. Tendências de modernização do setor lácteo: monitoramento da
qualidade do leite pela contagem de células somáticas. Revista de Educação
Continuada do CRMV-SP, São Paulo, v. 3, n. 3, p. 57 – 64. 2000.
21. LANGONI, H. Mastite bovina: conceitos e fundamentos. In: ENCONTRO DE
PESQUISADORES EM MASTITES, 4, 2007, Botucatu. Anais..., p. 8-17, 2007.
22. LIBERA, M. M. P. D.; ARAÚJO W. P.; COSTA, E. O.; GARCIA, M.; TÁVORA,
J. F. P.; BENATTI, L. A. T. Características físico-químicas e microbiológicas do
leite de vacas sem alterações ao exame físico da glândula mamária e com alta
contagem de células somáticas. Revista Brasileira de Saúde e Produção
Animal, v. 1, n. 2, São Paulo, 2001.
23. MANGIÉRI JR, R. Comparação entre a contagem de células somáticas
obtidas da secreção láctea de vaca com mamite sub-clínica, antes e depois
de tratamento homeopático. Tese de dissertação. São Paulo : USP, 2005. 72p.
Disponível em: www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/arquivos/arquivo_167_cesaho.pdf
Acesso em: 01/11/2008
36
24. MEMENTO VETERINÁRIO HOMEOPÁTICO (Campo Grande,MS). Real H
nutrição e saúde animal. 6. ed. Campo Grande: Memento Veterinário
Homeopático. 2009, 71p.
25. MULLER, E. E. Qualidade do leite, células somáticas e prevenção da mastite.
In: SIMPÓSIO SOBRE SUSTENTABILIDADE DA PECUÁRIA LEITEIRA NA
REGIÃO SUL DO BRASIL, 2., 2002, Maringá,PR. Anais... Maringá-PR: 2002.
p.206-217. Disponível em: http://www.nupel.uem.br/qualidadeleitem.pdf Acesso
em: 01/11/2009.
26. PEDRINI, S. C. B.; MARGATHO, L. F. F. Sensibilidade de microrganismos
patogênicos isolados de casos de mastite clínica em bovinos frente a diferentes
tipos de desinfetantes. Arquivo do Instituto Biológico., São Paulo, v.70, n.4,
p.391–395, 2003.
27. PELEGRINO, R. C.; MELLO, F. C.; AMARAL, G. A. C.; PINTO, E. A. T.
Mastite em vacas leiteiras. Revista Científica Eletrônica de Medicina
Veterinária, v. 6, n. 10, 2008. 7p. Disponível em:
http://www.revista.inf.br/veterinaria10/revisao/edic-vi-n10-RL56.pdf Acesso em:
01/11/2009.
28. PHILPOT, W. N.; NICKERSON, S. C. Vencendo a luta contra a mastite.
Naperville, IL: Westfalia, Surge Ing, 2000. 192p.
29. PINTO, T. R. Mastite: revisão, Monografia (Curso de Pós-graduação Lato
sensu em Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal), UFRJ, Rio de
Janeiro, 2009. Disponível em:
http://www.qualittas.com.br/documentos/Mastite%20-
%20Thiago%20Ramos%20Pinto.pdf Acesso em: 01/11/2009
30. REAL, C. M. Lei dos semelhantes. In: CONGRESSO PANAMERICANO DE
CIÊNCIAS VETERINÁRIAS, 15., Anais... Campo Grande, MS, 1996.
31. REAL, C. M. Homeopatia populacional – fundamentos, ruptura de um
paradigma. A Hora Veterinária, v. 28, n. 164, jul/ago/2008.
32. REAL, C. M. Homeopatia populacional. [on line] 2009. Disponível em:
http://www.realh.com.br/artigo.php?id=34. Acesso em 15/10/2009.
37
33. REBHUN, W. C. Doenças do gado leiteiro. São Paulo: ROCA, 2000. 642p.
34. RIET-CORREA, F.; SCHILD, A. L.; MÉNDEZ, M. C.; LEMOS, R. A. A.
Doenças de ruminantes e eqüinos. Ed. Varella. São Paulo: v.2, 2001. p. 574.
35. RIBEIRO, M. E. R.; PETRINI, L. A.; AITA, M. F.; BALBINOTTI, M.; STUMPF
JR, W.; GOMES, J. F.; SCHRAMM, R. C.; MARTINS, P. R.; BARBOSA, R. S.
Relação entre mastite clínica, subclínica infecciosa e não infecciosa em unidades
de produção leiteiras na região Sul do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira
Agrociência, v.9, n.3, p.287–290. 2003.
36. SANTOS, M. V. Biossegurança aplicada ao controle de mastite. Balde
Branco, São Paulo, v.463, p.62-65, maio. 2003.
37. SANTOS, M. V.; FONSECA, L. F. L. Estratégias para controle de mastite e
melhoria da qualidade do leite, Ed. Manole, São Paulo: 2007.
38. SELEGHINI, H. A. De que são feitos os medicamentos homeopáticos, [on
line], 2002. Disponível em:
http://www.drseleghinimedicohomeopata.com.br/duvidas.htm. Acesso em
31/10/2009.
39. SILVA, S. L. M. Avaliação do efeito de medicamentos homeopáticos e as
alterações da contagem global de células somáticas, de unidades
formadoras de colônia no leite cru e os efeitos no manejo de ectoparasitas
em um sistema de produção de leite bovino. Belo Horizonte, 2007. 29p.
Monografia (Especialização em Homeopatia Veterinária), Instituto Homeopático
Jacqueline Peker, Belo Horizonte, 2007.
40. SILVA, J. R. M. Desempenho produtivo e eficiência alimentar de vacas
leiteiras suplementadas com uma combinação homeopática. 2009.
Lavras:UFLA, 86p. Tese (Doutorado em Zootecnia) Departamento em Zootecnia -
Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG. 2009.
41. SIQUEIRA, C. M. Alterações celulares induzidas por um novo bioterápico
do tipo nosódio vivo sobre as linhagens MDCK e J774.G8. Rio de
Janeiro:UFRJ, 2009. 125p. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) -
Faculdade de Farmácia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
2009.
38
42. SOUZA, M. F. A. Homeopatia veterinária, In: Conferência Virtual Global sobre
Produção Orgânica de Bovino de Corte, Anais... São Paulo, 2002.
43. TELLES, D. Z.; SILVESTRE, L.; GOMES, O. P. Avaliação microbiológica de
amostras de leite oriundo de mamites sub-clínicas antes e após tratamento
homeopático. Campo Grande-MS, Real e Cia Ltda, 2006. 8p. Disponível em:
http://www.sovergs.com.br/conbravet2008/anais/cd/resumos/R1194-1.pdf Acesso
em 30/10/2009.
44. TELLES, D. Z.; GONÇALVES, A. R. Alterações quantitativas e microbiológicas
no leite de vacas HPB sadias, induzidas por doses extras de núcleo homeopático
específico para mastite bovina, In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
HOMEOPATIA VETERINÁRIA, 4., 2009, Campo Grande - MS, Anais... 2009.
11p.
45. TOZZETI, D. S.; BATAIER, M. B. N.; ALMEIDA, L. R.; PICCININ, A.
Prevenção, controle e tratamento das mastites bovinas – revisão de literatura.
Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, V.6, 10, 2008. 7p.
Disponível em: http://www.revista.inf.br/veterinaria10/revisao/edic-vi-n10-
RL74.pdf. Acesso em: 30/10/09
46. WATTIAUX. M. A. Mastite: a doença e sua transmissão, Coleção Dairy
Essentials, 1995, The Babcock Institute, Tradução Fernanda Hoe, 1995. 4p.
39
8. ANEXO
40
41
42
43