Post on 19-Jul-2020
TECNOLOGIA SUSTENTÁVEL DO
VEÍCULO ELÉTRICO E O CONSUMO
COMPARTILHADO NA CIDADE DE SÃO
PAULO
Regina da Silva Ornellas (USP )
reginaornellas@usp.br
James Terence Coulter Wright (USP )
jtwright@usp.br
O crescimento das cidades e das populações tem promovido o aumento
de renda e consequentemente o aumento do consumo. Alguns
interpretam o crescimento do consumo como sinais de desenvolvimento
de uma sociedade. Porém ao analisar os resultadoos decorrentes do
aumento desse consumo, é percebido que ele traz bons resultados,
juntamente com maus e que podem ser irreversíveis. Esse consumo tem
se caracterizado por ser descontrolado e insustentável, trazendo
malefícios, especialmente ao planeta. Um exemplo desse crescimento á
a frota de veículos, que traz junto com ela aumento do
congestionamento na Cidade, que gera a emissão de gases poluentes.
Em vista desse cenário, o Consumo Colaborativo, que antigamente era
notado apenas como forma usual de compartilhamento (escambo,
empréstimo, troca e aluguel entre pessoas), está sendo estabelecido e
disseminado pelas redes sociais, dispositivos móveis e geolocalização,
que são tecnologias que permitem a qualquer pessoa encontrar locais,
produtos e serviços disponíveis e compartilháveis ao redor do mundo.
Esse movimento que está ganhando caráter e força, juntamente com a
tecnologia para Veículos Elétricos, tem capacidade de transformar os
negócios e o modo de uma sociedade consumir e viver, enfatizando a
filosofia da redução de gastos e o incentivo a que consumidores
passivos passem a ser colaboradores ativos de uma tecnologia
sustentável. O objetivo desse estudo é compreender o funcionamento
do Consumo Colaborativo e o impacto de aderência á esse novo
movimento em Veículos Elétricos.
Palavras-chaves: Consumo Colaborativo; Automóveis; Avaliação de
Impacto; Veículo Elétrico
XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos
Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
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1 Introdução
Alguns argumentam que a sociedade contemporânea é caracterizada por uma visão distorcida
do chamado “desenvolvimento”, em que os defensores dele acreditam que qualquer proposta
que restrinja rotinas e atividades de produção e consumo da sociedade, fará com que essa
regrida. Esses defensores ressaltam que a questão primordial dessa questão não está em
impedir a industrialização e o desenvolvimento de um país e do mundo. Realmente, a criação
de empecilhos para o desenvolvimento de uma sociedade não é a solução para todos os
problemas. A verdadeira incompatibilidade situa-se entre a preservação ambiental e o exagero
como o consumo insustentável e desnecessário e o acúmulo privilegiado de riquezas. O
desenvolvimento não deve ser reconhecido apenas como manifesto através do acumulo de
riquezas, mas a saúde da população e local em que vive, o chamado “meio ambiente” também
podem ser alguns dos fatores que medem o desenvolvimento de uma sociedade.
O crescimento constante das populações vem causando grande problemática ao meio-
ambiente, pois quanto maior é a população humana, maior é o consumo de alimentos e
recursos naturais. Além disso, o consumo de forma excessiva gera uma considerável
quantidade de resíduos sólidos, que não possuem destino definido dando origem a lixões e
aterros que não portam condições para seu armazenamento.(BRANCO, 1997, pág 6)
O consumismo exagerado, somado ao aumento populacional no globo terrestre, faz com que
existam cada vez mais indústrias, que por sua vez, consomem grande quantidade de energia
elétrica e matérias-primas, gerando grandes quantidades de lixo, causando enormes impactos
ambientais. Além disso, ocorre um esgotamento de recursos não renováveis, que uma vez
consumidos não podem ser repostos, como o petróleo e os minérios.
1.1 Consumo Não Sustentável : Aumento da Frota de Veículos em São Paulo
Um dos exemplos de consumo desenfreado é o de veículos. No Brasil em média há 4,4
veículos por km², mas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro esta relação é,
aproximadamente, doze vezes superior.(GUIDORIZZI et al, 2009). Elevadas concentrações
de veículos com pouca infraestrutura viária compõem uma fórmula potencialmente forte para
a geração de congestionamentos. (FOLHA DE SP, 2011)
Na década de 70, São Paulo tinha aproximadamente 965.000 carros e dispunha de 14.000
quilômetros de ruas e para a quantidade atual de veículos dispõe de 17.000 quilômetros de
ruas. Esses números, indicam um crescimento de 725% de carros para 20% a mais de ruas.
(ESTADO DE SÃO PAULO, 2011). A mobilidade no Município de São Paulo e na sua
região metropolitana decresceu de 1,53 viagens motorizadas por habitante, em 1977, para
1,32, em 1987, e para 1,23, em 1997, apresentando um pequeno crescimento em 2002, quando
retorna ao índice de 1,33, próximo ao de 1987. (PESQUISA ORIGEM DESTINO, 2002).
Este é um indicador importante porque reflete o nível socioeconômico da população, assim
como as condições de circulação existentes no município. A queda da mobilidade pode ser
uma decorrência do desemprego e a diminuição da renda , dois fatores que levam à redução
dos deslocamentos realizados.
A divisão modal das viagens é a maior causa dos problemas de transporte e trânsito na Região
Metropolitana de São Paulo e das dificuldades de circulação existentes. O Município de São
Paulo é responsável por 63% das viagens motorizadas de toda a Região Metropolitana, sendo
que 90% desses deslocamentos são internos. (PESQUISA ORIGEM DESTINO, 2002).
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Devido aos tempos médios de viagem ter sido sempre significativamente maiores para as
viagens realizadas por modos coletivos do que as de automóvel, isso reforça a percepção
favorável ao automóvel por parte da população e contribui para o agravamento da divisão
modal das viagens. Indicado na fig. 1 são cadastrados diariamente em São Paulo 600 a 1000
veículos; desses 250 estão por dia nas ruas.
Figura 1: Evolução da Frota de Carros na Capital da Cidade de São Paulo
Fonte: Jornal Estado de São Paulo (http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,frota-de-sp-chega-neste-mes-a-
7-milhoes,686964,0.htm) – Mar, 2011.
A Fundação Dom Cabral pesquisou o trânsito de grandes cidades brasileiras como São Paulo,
Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. O resultado é que todas as cidades pesquisadas
estão em um nível alarmante de congestionamentos, que poderão fazer as mesmas
simplesmente travarem daqui alguns anos. De acordo com a pesquisa, São Paulo, por
exemplo, poderá parar em apenas 4 anos. O Rio de Janeiro, daqui há 5 anos. Já as outras duas
capitais, o prazo para pararem com seus congestionamentos é de 12 anos. Há um ano atrás,
São Paulo tinha previsão de 5 anos, o Rio de 6 e as outras duas, 15 anos cada uma. Ou seja,
em 1 ano os níveis de congestionamento aumentaram, assim como as frotas de veículos. Em
São Paulo, os congestionamentos estarão cada vez maiores daqui para a frente, sendo que eles
começarão a se interligar, parando a cidade. Num estudo feito há 4 anos, São Paulo formava
filas de veículos com 100 metros em 1 minuto. Hoje, a fila é de 150 metros, um aumento de
50%. Com cada vez mais carros nas ruas, principalmente com apenas um ocupante, as filas
continuarão a crescer de forma assustadora. Hoje, cada quilometro de engarrafamento
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comporta 750 veículos. Na fig. 2, é indicado o resultado dos congestionamentos em São
Paulo. (NOTÍCIAS AUTOMOTIVAS, 2009).
Figura 2: Fórmula dos Congestionamentos de São Paulo.
Fonte: Jornal Estado de São Paulo (http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,frota-de-sp-chega-neste-mes-a-
7-milhoes,686964,0.htm) – Mar, 2011.
O aspecto econômico pode passar despercebido, mas um trânsito eficiente permite
deslocamento mais rápido dos funcionários para seus locais de trabalho, aumentando a sua
produtividade, bem como diminui sensivelmente os custos das operações logísticas. Como
resultante, há melhoria na qualidade de vida da população, uma maior produtividade
econômica e menos poluição. (NOTICIAS AUTOMOTIVAS, 2009).
2 Consumo Colaborativo
A quantidade e as intenções que levam a aquisição de produtos podem variar, de acordo com
idade, formação, expectativas de futuro e etc., mas todos tem algo em comum: todas as
aquisições primeiramente são construídas na mente para depois serem materializadas. O
economista e sociólogo Thorstein Veblen foi o primeiro a utilizar o termo "consumo
consciente" em 1899 e o utilizou para descrever a classe que até então estava emergindo
durante os séculos 19 e 20. Essa geração tinha por característica evidenciar sua saúde e o
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poder social por usar roupas que tornem visível sua prosperidade e se diferenciar do público
de massa. O mais interessante é o excesso do consumo que culminou após isso, por volta de
meados de 1950, nos Estados Unidos, chamado de hyper consumo, que foi caracterizado pelo
consumo descontrolado e o mais espantoso é a linha que separa esse consumo entre o que é
realmente necessário e o que é conveniente e uma lista interminável, que pode ser chamada de
eu "quero ter".
2.1 Mudanças provocadas pelo Consumo Colaborativo
Diariamente as pessoas têm praticado Consumo Colaborativo e ao mesmo tempo o Consumo
Colaborativo tem habilitado pessoas para realizar benefícios além de simplesmente acessar
serviços e produtos e ao mesmo tempo economizar recursos, espaço e tempo, mas também
possibilita o contato social. Quando o gasto de uma sociedade sofre aumento, é um sinal de
maior consumo – que não é por si só um ato sustentável ou saudável. (BOTSMAN; ROGERS,
2010.p. 11). De acordo com Thomas Friedman, o ano de 2000 que foi marcado pelo ataque da
grande recessão nos Estados Unidos pode ser encarado como se a “Mãe Natureza” e Mercado
ordenassem um bloqueio do consumo.
Consumo Colaborativo pode ser definido como “colocar um sistema” em um lugar onde
pessoas podem compartilhar recursos sem sofrerem penalidade por isso, com liberdade ou
sacrifício á suas vidas. O conceito de não ser dono ou ter posse não é recente. No mundo dos
negócios isso é muito utilizado como forma de redução de custos. Por consumidores, esse
conceito também não é recente. A diferença é que agora com a Web 2.0 criou-se a
oportunidade de compartilhar produtos de forma conveniente e custo acessível, de acordo com
sua própria demanda e diferente de formas tradicionais de aluguel. Muitas pessoas possuem
objetos que nunca utilizaram ou que simplesmente utilizaram uma única vez. Isso gera dois
problemas: um empilhamento de itens e o aumento de lixo nas cidades. Isso não se aplica
somente a produtos físicos, mas também a informações que são coletadas e simplesmente
armazenadas – sem uso algum. (BOTSMAN; ROGERS, 2010.p. 12). A coletividade e os
valores de viver em comunidade transformaram-se em "eu". Fabricantes e a indústria do
marketing tem incentivado a que as pessoas utilizem seu tempo livre para escolher melhores
carros, melhores casas e etc. O tempo livre que até então era utilizado para a socialização,
agora é utilizado para trabalho, compras e acesso á redes sociais a fim de compartilhar .
opiniões com outras pessoas, fotos, afazeres e etc. As estatísticas mostram que essa geração é
mais competitiva, comercial e ambiciosa do que qualquer outra - porém ela abandonou os
valores de suas anteriores gerações e tem desenvolvido seus próprios valores e tem
desenvolvido um mundo que compartilha e que quebra barreiras de elitismo e hierarquia para
promover um mundo de participação, que compartilha e se conecta com pessoas que tenham
interesse em comum.( BOTSMAN; ROGERS, 2010.p. 54-56).
2.2 Sistemas de Consumo Colaborativo
O novo mecanismo promissor economicamente e socialmente que inicia realiza um balanço
entre as necessidades individuais e as comunidades e o planeta - Consumo Colaborativo -
provavelmente também provocará um desequilíbrio. Ele é baseado nas três sistemas:
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1- Sistema de Produtos e Serviços que habilita múltiplos produtos de uma companhia para
serem compartilhados ou produtos privados que podem ser compartilhados ou alugados um a
um.
2- Redistribuição de Mercados que encoraja ao reuso e a redistribuição de itens antigos ou
que não estão em uso e contribui significativamente para redução de lixo
3- Estilos de Vida Colaborativos que consiste na interação de pessoas com interesses
similares e que podem e querem compartilhar dos seus conhecimentos, recursos, espaço,
dinheiro com outros.
Através do Consumo Colaborativo a sustentabilidade é tida como uma das consequências. E
essa nova geração, caracterizada por uma ligação com a tecnologia, tem construído uma larga
parte de liberdade através do que “temos” e uma identidade através do que “fazemos”. Essa
geração está provocando uma ruptura de conceitos e tem gerado novos canais em ascensão.
3 Tecnologia: Veículo Elétrico
O consumo abundante de combustíveis fósseis, derivados do petróleo, é a principal causa do
fenômeno conhecido como Aquecimento Global. Veículos movidos a motor de combustão
liberam na atmosfera gases poluentes como o dióxido de carbono (CO2). De acordo com o
Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, 75% das emissões de CO2 dos
últimos 20 anos derivam da queima de combustíveis fósseis. A ideia do Veículo Elétrico é
promover a substituição do petróleo por fontes de energia renovável e não poluentes, que
ofereceriam qualidade de vida às cidades. O mundo inteiro tem somado esforços nesse
sentido. Na Dinamarca, 20% da eletricidade é gerada com o uso do vento. Brasil e Paraguai
são países detentores de recursos naturais, sobretudo hídricos, com vocação para energia
hidráulica e os biocombustíveis. (CHAUD et al, 2012)
Uma alternativa de fonte de energia limpa e renovável para o petróleo é a hidreletricidade.
Essa solução que aproveita a força da água corrente, sem reduzir sua quantidade e sem gerar
subprodutos tóxicos. Embora somente 33% do potencial hidrelétrico tenham sido
aproveitados, esse percentual evita a emissão de gases correspondente à queima de 4,4
milhões de barris de petróleo/dia.
Os veículos elétricos atuais - em teste, já lançados ou anunciados - usam quatro tipos de
tecnologia. Os híbridos ou Hybrid Electric Vehicle (HEV) combinam a energia de um motor
elétrico com a de um motor convencional de combustão interna (MCI), a gasolina,
biocombustível, ou flex. Percorrem curtas distâncias iniciais (10 a 15 km) exclusivamente
com eletricidade e, quando a bateria se esgota ou quando o veículo atinge uma determinada
velocidade, entra em funcionamento o motor de combustão interna, acionando as rodas e
também recarregando o conjunto de baterias. O modelo híbrido mais vendido atualmente, o
Toyota Prius, foi lançado em 1997 e chegou ao final de 2010 a 2 milhões de unidades
vendidas. A configuração híbrida paralela usa ambos os motores – de combustão interna e o
elétrico – para fornecer propulsão mecânica para as rodas, em conjunto ou de forma
independente. Na configuração em série, as rodas são mecanicamente conectadas somente ao
motor elétrico; o motor de combustão gera eletricidade diretamente para o motor elétrico e
para recarregar a bateria.
Os híbridos plug-in ou Plug-in Hybrid Electric Vehicle (PHEV) também combinam motor a
combustão interna e motor elétrico, sendo esse, porém, recarregável na rede elétrica; imagina
se que, no futuro, esses veículos poderão até armazenar eletricidade e devolvê-la à rede em
horários de pico. Todos os híbridos no mercado têm um sistema de frenagem regenerativa,
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que captura a energia cinética do veículo e a transforma em energia elétrica. Nos veículos
elétricos puros ou Electric Vehicle (EV) a bateria deve ser recarregada na rede elétrica (fonte
primária de energia), uma vez que um veículo elétrico não tem capacidade a bordo para
recarregar o conjunto de células de baterias.
O Veículo Elétrico é um tipo de veículo que utiliza propulsão por meio de motores elétricos
para transportar ou conduzir pessoas, objetos ou uma carga específica. É composto por um
sistema primário de energia, uma ou mais máquinas elétricas e um sistema de acionamento e
controle de velocidade ou binário. Os veículos elétricos fazem parte do grupo dos veículos
denominados Zero-Emissões, que por terem um meio de locomoção não poluente não emitem
quaisquer gases nocivos para o ambiente, nem emitem ruído considerável pois são bastante
silenciosos. (IEA, 2009).
4 Problema de Pesquisa
A cidade de São Paulo sofre o efeito do consumo descontrolado, especialmente em relação ao
setor de veículos e isso tem gerado más consequências, em que podem ser resumidas em
aumento de poluição do ar e constantes problemas de trajeto – as quais podem ser
minimizadas com projetos diferenciados de trânsito. Um desses projetos que podem ser
caracterizados entre “melhoramentos urbanos” poderia ser a implementação da tecnologia do
Veículo Elétrico no movimento de Consumo Colaborativo de Veículos, por meio do
compartilhamento de veículos inicialmente na Região Metropolitana de São Paulo. Portanto,
mediante essa análise, o problema de pesquisa proposto é: Quais são os impactos do Consumo
Colaborativo de Veículos Elétricos na cidade de São Paulo em 2040?
5 Método de Pesquisa
Para atingir seus objetivos, a pesquisa ocorreu em duas etapas: a primeira, com caráter
qualitativo, que tem por objetivo o entendimento do aumento descontrolado do consumo, suas
consequências e Consumo Colaborativo: como uma tendência que já é confirmada em alguns
países e ainda não difundida no Brasil e especificamente na cidade de São Paulo. A pesquisa
qualitativa ocorreu por meio do levantamento em fontes secundárias. A segunda parte será
realizada pela construção de Cenários, seguindo a metodologia de Wright e Spers. (WRIGHT;
SPERS, 2006).
5.1 Avaliação de Impacto
A Avaliação de Impacto pode ser definida como um conjunto de passos que ajudam a avaliar
impactos econômicos, sociais e ambientais antes de propor novas iniciativas. (PORTER et al,
2011). É utilizada como uma ferramenta que dá subsídio ao processo de tomada de decisão.
Considerando que o objetivo da Avaliação de Impactos é assegurar que os problemas em
potenciais sejam previstos e solucionados ou remediados no estágio inicial da elaboração do
projeto. Na literatura, não há uma única metodologia que pode ser aplicada para a Avaliação
de Impacto. Para essa pesquisa serão utilizadas a Delphi e Cenários.
5.2 Construção de Cenários
A metodologia aplicada no estudo é a elaboração de cenários. As decisões que são feitas hoje,
e que moldam o futuro, são baseadas na extensão dos conhecimentos atuais, que são incertos.
Portanto, tendo em vista que os conhecimentos sobre a situação atual são insuficientes para a
tomada de decisões de forma precisa, os gestores precisam de ferramentas que os possibilitem
lidarem da melhor forma possível com as incertezas. O futuro é desconhecido e impossível de
ser previsto com precisão, uma vez que não existe uma técnica ou “bola de cristal” perfeita.
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(PORTER et al, 1991). De acordo com Wright e Spers (2006), há três possibilidades de visões
do futuro: a visão extrapolativa, exploratória e normativa. A visão extrapolativa busca projetar
o futuro, a partir do que ocorreu no passado. Na visão exploratória, admite-se que o futuro
pode ser diferente do passado, e busca-se prever diferentes cenários daquilo que possa
acontecer. Por fim, a visão normativa busca projetar o que a organização deseja que ocorra no
futuro. Seria, dessa forma, o melhor cenário possível. O método de elaboração de cenários
elaborados utilizado nessa pesquisa segue oito etapas (RINGLAND, 1998)
6 Elaboração de Cenários
Tendo por base o modelo e as etapas apresentadas, foram elaborados os cenários que
contemplam o Consumo Colaborativo de Veículos na cidade de São Paulo.
Etapa 1: Definição do Escopo e Objetivos dos Cenários
Foi realizada uma projeção de alternativas estratégicas de médio e longo prazos com
horizonte de tempo de 2040.
Com relação ao público principal a quem se destinam os cenários, destacam-se os seguintes
grupos:
- População da Cidade de São Paulo;
- Usuários de Veículos na Cidade de São Paulo;
- Empresas montadoras de Veículos;
- Empresas revendedoras de Veículos;
- Empresas fornecedoras de Energia;
- O Governo do Estado de São Paulo (especialmente entidades como Departamento de
Tráfego);
- Empresas locadoras convencionais de Veículos;
- Empresas locadoras de Veículos no Sistema Colaborativo;
- Empresas atuantes no setor de Estacionamentos na Cidade de São Paulo.
Quanto aos competidores, há grandes empresas no mercado de locação convencional de
veículos, tais como a Avis, Unidas, Hertz, Rentcars, Localiza e outras. Dentro do movimento
de Consumo Colaborativo, há na Cidade de São Paulo apenas uma empresa: Zazcar – porém
assim como as locadoras convencionais, ela atua com Veículos movidos a combustão.
Desta forma, considerando o contexto do setor, os grupos de interesse e as decisões a apoiar,
os cenários deverão tratar das seguintes questões:
- Compartilhamento de Veículos: alternativa a posse e ao aluguel tradicional de Veículos;
- Mobilidade: o uso de alternativas para deslocamento, mas que não gerem ou contribuam
com o congestionamento;
- Economia: redução de custos advindos da posse do Veículo;
- Conveniência: comodidade de resgatar o Veículo Compartilhado em locais convenientes
para o usuário;
- Sustentabilidade: redução de veículos (contribuindo para a redução de congestionamento
na cidade); redução de lixo (pelo acúmulo de materiais após depreciação gerados pelo veículo
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próprio); redução da emissão de gases (pela tecnologia elétrica); economia de combustíveis e
redução da poluição sonora;
- Qualidade de Vida: com a redução de congestionamento e horas no trânsito da Cidade, a
Qualidade de Vida tende a ser maximizada;
- Produtividade: com uma qualidade de vida melhorada, a produtividade da população
poderá ser maior e consequentemente a produtividade da Cidade de São Paulo poderá ser
ampliada, o que influencia diretamente no PIB da Cidade.
Etapa 2 . Identificação das variáveis, tendências e eventos fundamentais
Uma vez definido o escopo e os objetivos dos cenários do Consumo Colaborativo de Veículos
na cidade de São Paulo, e fazendo uma análise do panorama atual do setor, foi possível
identificar uma lista das principais variáveis dos cenários:
- Renda da população;
- Linhas de Crédito;
- Poluição na Cidade de São Paulo;
- Congestionamento;
- Disponibilidade de Recarga de Energia;
- Custo de Recarga de Energia;
- Desemprego em Empresas Montadoras de Veículos a Combustão
Etapa 3 . Estruturação das variáveis dos cenários
Neste sentido foi possível identificar fatores invariantes relevantes para o Consumo
Colaborativo de Veículos na cidade de São Paulo, como o crescimento e perfil populacional
(envelhecimento da população), assim como a distribuição de renda, que deverá melhorar em
todos os cenários analisados, sendo considerada uma tendência pesada.
Estas variáveis foram organizadas utilizando o Modelo das Cinco Forças Competitivas, de tal
forma a garantir que os cenários contemplem todos os elementos relevantes para o setor de
Veículos Elétricos no sistema de Consumo Colaborativo na Cidade de São Paulo, conforme
Fig. 3.(PORTER, 1986).
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Figura 3: Matriz das Cinco Forças no Consumo Colaborativo de Veículos Elétricos
Fonte: Adaptado pelos autores com base nas Matriz das Cinco Forças de Porter.
As relações entre as variáveis foram identificadas de forma manual e com a análise dos
autores, que tem por objetivo identificar as variáveis que irão determinar os cenários. A
divisão de variáveis foi feita com base na técnica de Análise e Estruturação de Modelos.
(WRIGHT, 1991).
- Variáveis resultantes: desordem no tráfico urbano, evolução de tecnologias substitutivas,
inovação em formas de consumo e sustentabilidade.
- Variáveis intermediárias: número da frota de veículos, locadoras de veículos, número de
usuários pessoais e profissionais de automóveis, tráfego intenso, geração de resíduos, emissão
de gases poluentes e esgotamento de fontes naturais para combustão.
- Variáveis causais: necessidade de mobilidade urbana, fatores econômicos e incentivos a
posse do automóvel (mídia e cenário econômico).
A relação entre as variáveis, combinada aos resultados das projeções dos estados futuros das
variáveis, permitiu a elaboração da matriz de variáveis dos cenários.
Etapa 4 . Projeção dos estados futuros das variáveis
Nesta etapa são feitas projeções qualitativas de dois a quatro estados futuros por variável, com
base nas opiniões dos especialistas consultados. A técnica utilizada nessa etapa é a Delphi. A
Rodada 1 contou com oito questões detalhadas, a partir das quais foi possível caracterizar os
estados futuros das variáveis que compõem os cenários. Na primeira rodada houve uma
participação de 20 pessoas, que são enquadradas como usuários de veículos e residentes de na
Cidade de São Paulo. A partir dos resultados da Rodada 1 foi possível identificar um cenário
mais provável e dois cenários contrastados para o consumo do Veículo Elétrico em São Paulo,
até 2040, utilizando os futuros estados das variáveis. Estes cenários foram apresentados na
Rodada 2, com o objetivo de refinar as opiniões da Rodada 1 e gerar dados para a elaboração
de um cenário desejado, para completar a matriz de cenários.
Na Rodada 2 participaram 15 pessoas que puderam contrastar as opiniões apresentadas na
Rodada 1. A partir dos resultados da Rodada 2 foi possível montar uma estrutura das variáveis
do cenário e uma matriz de cenários completa, com um cenário mais provável, um desejado e
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dois cenários contrastados ou exploratórios, e a partir desta matriz os textos sobre os cenários
são desenvolvidos.
Etapa 5 . Identificação de temas motrizes dos cenários
A partir da primeira e segunda rodada do Delphi, utilizando os dados, assim como as
justificativas das respostas e os dados qualitativos, foram definidos:
- Cenário mais provável: Cidade em perigo.
- Cenário contrastado 1: Cidade em reestruturação.
- Cenário contrastado 2: Cidade responsável, mas sem recursos.
- Cenário desejado: Cidade Inteligente
Etapa 6 . Montagem da matriz morfológica dos cenários
Foi feita uma análise, com combinação consistente entre todas as variáveis dos cenários,
gerando uma matriz dos cenários, que serviu de base para a redação dos cenários para o
Consumo Colaborativo do Veículo Elétrico em 2040, indicada na Fig. 4.
Etapa 7 . Redação dos cenários 2040
A metodologia apresentada neste estudo possibilitou a participação estruturada de usuários de
veículos na Cidade de São Paulo, promovendo uma reflexão sobre o futuro da Cidade, que
deverá melhorar a qualidade de suas ações por meio da compreensão das implicações dos
cenários para a situação atual e futura da Cidade de São Paulo. A redação dos cenários está
contida á partir da página 10 dessa pesquisa.
8- Elaborar os cenários de transição ou de planejamento
A elaboração de cenários foi realizada, de acordo com as etapas em desenvolvimento que
permitiram a construção de cenários de curto e médio prazo, coerentes com os cenários de
longo prazo identificados.
Matriz Morfológica para 2040
Variáveis Cenário 1 Mais Provável
Cidade em Perigo
Cenário 2 Contrastado
Cidade em Reestruturação
Cenário 3 Contrastado II
Cidade Responsável e Sem
Recursos
Cenário 4 Desejado
Cidade Inteligente R
end
a d
a p
op
ula
ção
Permanecerá equilibrada, com
lentos reajustes e por isso ela
avaliará uma mudança de hábito no
consumo desde que promova
economia de custos e manutenção.
Continuará a ser uma das
dificuldades da Cidade, porém o
início da preocupação com o
meio ambiente pode promover
mudanças nos hábitos de
consumo.
A renda não sofrerá aumento e por
isso estará mais propicia ao
momento de repensar valores e
hábitos. A adoção de novas
tecnologias que promovam a
sustentabilidade será considerada.
A renda será considerada o retorno
recebido pelo trabalho, que deve
ser investido em ações que visem a
preservação da geração atual e das
posteriores. Para isso, serão
adotadas ações e tecnologias
inovadoras.
Lin
ha
s d
e C
réd
ito
As linhas de crédito facilitarão a
aquisição de produtos,
especialmente veículos, que
proporcionarão para alguns a
demonstração de sucesso na vida.
As linhas de crédito estarão
disponíveis, com juros especiais
para projetos e produtos que
visem ação para o meio
ambiente.
As linhas de crédito estarão
escassas, visto que a situação
econômica da Cidade estará em
declínio. Isso provocará
dificuldades em disponibilidade e
alta taxa de juros das entidades
detentoras.
Muitos incentivos para acesso a
linhas de crédito, inclusive para
aquisição de produtos que visem a
sustentabilidade.
Po
luiç
ão
na
Cid
ad
e
de
Sã
o P
au
lo
A poluição continua a vigorar na
Cidade com altas taxas.
A poluição continuará alta porém
haverá ações governamentais a
fim de controlar a geração de
poluição, especialmente em
veículos movidos a combustão.
A poluição na Cidade sofrerá
declínio, mas não sendo resultado
de ações governamentais, mas em
virtude da situação econômica da
Cidade que não estará propicia a
custos com Veículos.
A poluição na Cidade estará
controlada, sendo resultado tanto
de ações governamentais como
incentivos fiscais, econômicos,
ambientais para aquisição de
tecnologias alternativas que visem
o ar do planeta.
Co
ng
esti
on
am
ento
O congestionamento continuará
alto, por conta de não haver
investimentos em transporte
público e por isso os residentes na
Cidade não tem outra alternativa
para locomoção.
O congestionamento na Cidade
continuará alto, mas propenso a
reduções pois a Cidade
incentivará o uso de transportes
coletivos e promoverá
infraestrutura para isso.
O congestionamento estará
equilibrado pois a Cidade estará
mais propensa ao uso do transporte
coletivo, mesmo que esse não
suporte a população e não
promova infraestrutura suficiente.
O congestionamento permanecerá
sem reduções, mas propenso a
melhorias devido a incentivos para
adoção de transportes alternativos,
como Veículo Compartilhado,
Ciclovias e etc.
Dis
po
nib
ilid
ad
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e
Rec
arg
a d
e E
ner
gia
Por se tratar de uma tecnologia
ainda em estudo, a disponibilidade
para recarga elétrica ainda será
restrita. Isso será um implicante
para adoção da tecnologia na
Cidade.
Haverá disponibilidade suficiente
para recarga de energia, embora
a adoção do Veículo Elétrico
ainda esteja em fase inicial.
Em virtude da situação econômica
da Cidade, os investimentos em
pesquisa e desenvolvimento serão
escassos. Por isso, a
disponibilidade de recarga de
energia será de propriedade
privada e restrita.
A Cidade será munida de energia
suficiente para adoção inicial do
Veículo Elétrico, porém será
necessário contínuo estudo para
investigação de novas formas de
energia sustentável.
Cu
sto
de
Rec
arg
a d
e
En
erg
ia
O custo da recarga será alto. Se
tratando de uma tecnologia ainda
em desenvolvimento com um custo
alto para manutenção, o usuário não
estará disposto a adoção imediata.
Embora o custo esteja em estudo
para melhoria, ainda estará alto
para um usuário particular. Por
conta disso, a adoção inicial será
governamental, aplicada em
transporte coletivo e frotas de
táxis.
O custo será equilibrado para
adoção pois trata-se de propriedade
privada, que intenciona o
desenvolvimento de uma gama de
usuários, que terão como
primordial intenção a negociação
do custo para adoção do produto.
Se este promover um custo inferior
ao Veículo a Combustão, a adoção
poderá ser imediata.
O custo de recarga será melhorado
pois com o avanço em estudos,
haverá possibilidade de redução
por inovações e melhorias no
desenvolvimento do sistema.
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ust
ão
O desemprego no setor de Veículos
permanecerá equilibrado, desde que
as variáveis de disponibilidade e
custo de recarga elétrica
permaneçam constantes.
O desemprego no setor de
Veículos estará em equilíbrio,
visto que a adoção para uma
nova tecnologia ainda está em
andamento e ainda é considerada
uma incerteza.
Visto que a adoção da tecnologia
Elétrica estará em
desenvolvimento, o desemprego
em setores apenas movidos a
combustão sofrerá aumento - mas
ainda considerado pequeno.
O desemprego estará equilibrado.
Porém haverá uma busca por
pessoas com habilidade em
pesquisa e desenvolvimento, que
tenham aptidão para novas
tecnologias e descobertas
sustentáveis.
Figura 4: Matriz Morfológica de Cenários para 2040. Fonte: elaborado pelos autores.
7 Conclusão
Quando é analisado o Cenário Desejado ou “Cidade Inteligente”, é possível identificar que
esse cenário contempla tudo que a Cidade precisa para continuar ainda sendo considerada a
principal Cidade de Negócios do país e ainda preservar o meio ambiente, propiciar Qualidade
de Vida para a população; qualidade essa que seria representada por saúde, emprego, poder de
compra e mobilidade urbana de qualidade, sustentável e eficiente. Porém é também possível
identificar a diferença extrema entre o Cenário Mais Provável “Cidade em Perigo” e “Cidade
Inteligente”. Para que hajam as mudanças necessárias que transformem a atual Cidade de São
Paulo em uma Cidade Inteligente, é necessária, inicialmente, uma mudança cultural por parte
da população; que incite nos habitantes da Cidade uma visão do Cenário Atual e das
consequências geradas pelo comportamento pessoal e industrial são absolvidas pelo meio
ambiente e irá afetar grandemente a população nos próximos anos. A adoção da tecnologia
Elétrica pela Cidade de São Paulo poderá beneficiar não somente de forma ambiental, mas
também de forma econômica. É de compreensão que uma transformação como a desenvolvida
no cenário Cidade Inteligente exige muitas ações, que vão além de uma mudança na
população e sim exigirá uma atitude mais pragmática governamental, que pode ser conseguida
de forma gradual, mas que já poderá ser o início da transformação de uma “Cidade em
Perigo” para uma “Cidade Inteligente”.
8 Limitações e Proposições para Novos Estudos
A pesquisa tem como principal limitação á análise dos cenários desenvolvidos por
profissionais dos setores de Veículos, especialmente por profissionais do setor Elétrico. Pela
dificuldade na seleção de profissionais no setor, a pesquisa Delphi e a construção de cenários
esteve limitada apenas a painelistas usuários de Veículos na Cidade de São Paulo.
O estudo foi limitado a analisar apenas o impacto da adoção de veículos elétricos na Cidade
de São Paulo. Em vista das ações descritas nos cenários, como a opção de transportes
alternativos, um estudo poderia ser conduzido para verificar o impacto da tecnologia elétrica
desenvolvida em outras opções de transporte como frota de ônibus, motocicletas e etc.
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Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
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