Post on 14-Aug-2018
Durante todo o teatro, no fundo do palco estão sempre presentes uma cruz grande (de preferência uma
cruz da unidade) com quatro velas, também grandes, mesmo em frente à cruz.
ACTO I FÉRIAS DE VERÃO
CENA I
Entram quatro jovens em palco, dois rapazes e duas raparigas. Ambiente de festa. PASSA MÚSICA 1, os
jovens festejam o fim das aulas e dos exames. Assim que começam a falar, PÁRA MÚSICA 1
(gradualmente).
Rapaz 1: Que maravilha, finalmente chegaram as férias de Verão! Já não podia com aulas e
com exames, finalmente vamos ter tempo para nos divertirmos!
Rapariga 1: É verdade, este ano não foi mesmo nada fácil! Mas ao menos o esforço foi
recompensador, consegui ter óptimas notas!
Rapaz 2: Eu também tive boas notas! E ainda bem porque nos tempos que correm temos
mesmo que ser bons. Senão, já sabem… Desemprego!
Rapariga 2: Ainda por cima aqui em (nome da terra onde estão a ser as missões) as
oportunidades não são assim muitas! Eu tento sempre exigir o máximo de mim!
Rapaz 1: Sim, sim mas agora vamos lá deixar-nos de tretas e vamos falar do que interessa!
Afinal, as aulas já acabaram e... (dando uns pequenos mas ritmados passinhos de dança) temos
de ir festejar! Lembram-se da viagem que combinámos fazer agora no Verão?
Rapariga 2: Claro, estamos a pensar nesta viagem há meses! Bora lá malta! A aventura chama
por nós!!
Rapaz 1: Que maravilha! E já alguém tem ideias? Eu tinha pensado em arrancarmos para um
interrail, tive a fazer contas e acho que com jeitinho talvez não gastemos assim muito
dinheiro!
Rapariga 1: Pois, é bom que não! Não estamos em tempos para isso! Eiiicchh... vai ser
BRUTAAAAL!!
Rapaz 1: Claro que sim! E pensem bem na nossa aventura: vamos poder ir sair todas as noites
sem ter que dar justificações a ninguém! Vamos viver por nossa conta, não vamos ter ninguém
a controlar-nos, vai ser de loucos!
Rapaz 2: Eu por acaso até tenho outra proposta…
Rapariga 2: Então?
Rapaz 2: Não ouviram falar nas Jornadas Mundiais da Juventude em Madrid?
Rapaz 1: O quê?! Mas tu queres abdicar das tuas férias para ir para as Jornadas Mundiais da
Juventude?! E os copos? E as miúdas?
Rapaz 2: Eu acho que não estou a abdicar das minhas férias, muito pelo contrário! Acho que
pode ser até uma aventura bastante diferente! E gostava muito de ver o Papa, confesso!
Rapariga 2: Eu não sou assim muito católica, nem vou muitas vezes à missa. Só vou no Natal e
na Páscoa e só vou porque a minha mãe insiste. E, no fundo, porque é tradição...
Rapariga 1: Pois, eu por acaso até costumo ir à missa. Mas confesso que às vezes não presto
muita atenção ao que o padre diz…
Rapariga 2: (interrompendo a Rapariga 1) E as velhinhas são sempre as mesmas, a cada
semana que passa estão mais desafinadas!
Rapaz 1: Pois, pois! Acho bem que tirem o cavalinho da chuva que eu cá não alinho nessas
beatices! As férias são para aproveitar e eu estou mortinho por ir para o Algarve, São Martinho
do Porto, Praia Grande, Vila Nova… Aqueles spots do Verão!
Rapaz 2: Mas já imaginaram o que é estar em Madrid com milhões de jovens em torno de uma
só pessoa? Isto não vos diz nada?
Rapaz 1: (discordando totalmente, como se fosse óbvio que nunca iria alinhar num programa
desses) Não…!!!
Rapariga 1: Talvez até seja uma experiência engraçada! Uns amigos meus foram às Jornadas
de Colónia em 2005 e adoraram! Bem… Porque não?
Rapariga 2: Eu cá tenho as minhas dúvidas. O que é que se faz por lá? Vamos estar sempre a
rezar? Por acaso também me apetecia mais conviver com os magos do social!
Rapaz 1: (dando uma palmadinha amigável no ombro da rapariga 2) Saaaaaabes…!
Rapaz 2: Já percebi que estão numa de se fazerem de difíceis! Mas pensem numa coisa… Se
calhar nenhum de vocês se identifica com a Igreja porque nunca lhe deu realmente uma
oportunidade! As pessoas têm uma ideia completamente errada da Igreja e de Deus. Posso-
vos lançar um desafio?
Rapaz 1: (como um tom de desprezo; riso sarcático) Hahaha, claro! Mas duvido que me
convenças…!
Aqui é importante o tom de voz e a posição confiante do rapaz 2. Vai propôr aos amigos um desafio e
por isso tem de apresentar uma postura inabalável e muito forte.
Rapaz 2: (sacando dum livro) Tenho aqui um livro que talvez gostassem de ler! Relata a história
de alguns santos, talvez vos faça perceber o significado da mensagem de Cristo! São
testemunhos impressionantes e o mais interessante de tudo é que se reporta a pessoas que
viveram no século XX! Tudo baseado em histórias verídicas, garanto-vos!
Rapaz 1: (com um ar muito puco convencido...) Não sei se vou ter paciência para ler isso..
Rapariga 1: (muito motivada e a tentar espalhar entusiasmo) Fazemos assim: se tu (apontando
para o rapaz 1) ficares convencido, depois de leres o livro, vamos todos para as Jornadas
Mundiais da Juventude! Se não, arrancamos para o nosso interrail.
Rapariga 2: De acordo!
Rapaz 2: (aproximando-se do rapaz 1, pondo o braço à sua volta e dando-lhe um encontrão,
marcando o início do desafio) Então fica combinado! Mas então é para leres mesmo o livro
ouviste?!
Rapaz 1: (com ar de gozo) Pois claro!
Rapariga 2: Bem, eu estou a gostar muito da conversa mas já se está a fazer tarde! E eu ainda
tenho que me arranjar, não se esqueçam que hoje combinámos ir sair com a malta lá da
faculdade!
Rapariga 1: É verdade, eu vou contigo!
Rapaz 2: Sendo assim, também vou andando! Vemo-nos mais logo, hasta!
Rapaz 1: Até lopes!
Saem todos de cena menos o rapaz 1.
Rapaz 1: Ai, ai, se ele acha mesmo que eu vou ter paciência para ler isto está muito enganado.
Ai, ai, os filmes em que me meto…
Quando está a sair de cena deixa cair o livro, que fica aberto no chão. Ao apanhá-lo, detém-se numa
página. Começa a ler com ar desconfiado. Olha à sua volta para verificar que ninguém o está a observar.
Depois puxa duma cadeira e senta-se a ler o livro. PASSA MÚSICA 2
ACTO II PASTORINHOS DE FÁTIMA – LÚCIA, FRANCISCO E JACINTA
CENA I
PASSA VÍDEO 1. Imagens antigas de Fátima.
Lúcia, Francisco e Jacinta estão no centro do palco, a comer e a conversar. De repente, ouve-se um
relâmpago – PASSA MÚSICA 3
Lúcia: É melhor abrigarmo-nos, vai começar a chover! Francisco traz as ovelhas!
Francisco: Ok! É melhor abrigarem-se junto daquela azinheira! (apontando para um dos lados
do palco)
Lúcia e Jacinta encaminham-se para lá, Francisco (finge que) encaminha as ovelhas com um cajado.
Assim que Francisco se chega perto da azinheira, ouve-se novo relâmpago – PASSA MÚSICA 4. Caem
todos para trás e tapam a cara, ofuscados pela luz.
N.S.: Não tenhais medo. Eu não vos faço mal.
Lúcia: Mas… Quem é você? De onde vem?
N.S.: Sou do Céu.
Lúcia: E o que quer de nós?
N.S.: Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, no dia 13, a esta mesma hora.
Depois vos direi quem sou e o que quero. E ainda voltarei aqui uma sétima vez.
Lúcia: E eu também vou para o céu?
N.S.: Sim, vais.
Lúcia: E a Jacinta e o Francisco? (apontando para ambos)
N.S.: Também. Mas têm de rezar muitos terços. Quereis oferecer-vos a Deus para suportar
todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em acto de reparação pelos pecados com que
Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?
Lúcia: Sim, queremos!
N.S.: Ides pois ter muito que sofrer mas a graça de Deus será o vosso conforto. Rezem o terço
todos os dias para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra.
N.S. sobe aos céus. PÁRA MÚSICA 4
Lúcia: Vocês… Vocês viram o mesmo que eu?
Francisco e Jacinta: (em coro) Sim!
Jacinta: Mas… Como conseguiste falar com ela?
Francisco: Tu conseguiste sequer ouvi-la?
Lúcia: Claro! Mas vocês não ouviram?
Francisco: Não…
Jacinta: Eu ouvi perfeitamente! Mas não consegui falar.
Lúcia: Deixem-me ver se percebi… Eu conseguir falar, ouvir e ver; tu (apontando para Jacinta)
conseguiste ouvir e ver; e tu (apontando para Francisco) apenas conseguiste ver. Foi isto?
Francisco e Jacinta: (novamente em coro) Sim!
Jacinta: Mas vocês percebem o que isto significa?! Deus existe mesmo, tivemos aqui a prova!
Temos de ir a correr contar a toda a gente!
Francisco: Sim! Vamos contar o que vimos às pessoas! E explicar que durante os dias 13 dos
próximos meses vamos voltar a testemunhar este milagre!
Lúcia: Sim, vamos!
PASSA MÚSICA 5. Os pastorinhos vão tentar convencer as pessoas do que viram. Umas reagem com
alguma curiosidade, outras riem-se na cara das crianças e troçam delas. Quaisquer actores podem
desempenhar este papel. Esta cena é feita sem diálogos, apenas se ouve a música; os diálogos são
encenados.
CENA II
Entram duas velhas em cena. PASSA MÚSICA 6. Conversa de velhas durante uns instantes (dores na
anca, programa do Goucha, etc). A idade não perdoa e, por isso, a velha 1 é quase surda.
Velha 1: (falando muito alto, apesar da proximidade) Oh Maria da Adelaide! Ouviste falar da
história daqueles garotinhos?
Velha 2: (incomodada com o volume de voz da amiga, tenta afastar-se um bocadinho,
respondendo também aos gritos) Ouvi pois! A Luciazinha falou-me disso, conheço os meninos
muito bem!
PÁRA MÚSICA 6
Velha 1: Então não achas que os gaiatos estão fazendo pouca da gente?
Velha 2: Qual quê! Os meninos são umas jóias, estão falando verdade!
Velha 1: Então aquela história das aparições é mesmo verdade?
Velha 2: Eu cá não tenho a certeza de nada. Mas os meninos disseram-me para aparecer na
Cova da Iria no dia 13 de Outubro, parece que vai lá estar uma multidão para assistir a um
milagre!
Velha 1: Oh mulher, eu também quero assistir a isso! Mas dia 13 de Outubro não é hoje?!
Velha 2: (levando uma mão à testa) Ai valha-me os deuses e os meus santinhos todos, filha!
Atão queres ver que eu me distraí com as datas mulher!
Entra um velho a correr pelo outro lado do palco, apressado.
Velha 2: Oh sr. Joaquim, onde é que vai com tanta pressa homem?
Velho: (muito apressado) Então, onde é que havia de ser? Não ouviram falar da história dos
pastorinhos? (sussurando para o lado, num tom mais baixinho) Estas velhas gaiteiras nunca
sabem de nada, só ligam às novelas...!
Velha 1: Estávamos agora mesmo a falar disso!
Velho: (muito espantado, continuando o caminho em passos acelerados) Ah, Deus é grande!!
Então venham, ponham-se a caminho! É bom que cheguemos cedinho, diz que vão aparecer
umas 50 mil pessoas!
Velha 2: (para a velha 1) Credo! Tanta gente! Ai, vamos filha, que eu não quero perder isto!
Velha 1: (acelerando o passo) Vamos, vamos!
Enquanto os velhos saem, entram dois jovens pelo outro lado do palco, um rapaz e uma rapariga.
Rapaz: Tu acreditas mesmo nestes boatos que correm?
Rapariga: Já te disse que não são boatos! Eu mesma estive lá há um mês, em Setembro!
Rapaz: O quê? Tu viste o tal milagre acontecer?!
Rapariga: Bem, não sei bem! Mas lá que aconteceram uns fenómenos estranhos, lá isso
aconteceram. E estávamos lá umas 20 mil pessoas, só para teres uma ideia!
Rapaz: Mas que fenómenos estranhos foram esses?
Rapariga: Não sei bem explicar. Houve um súbito refrescar da atmosfera, o sol empalideceu
até ao ponto de se verem as estrelas. Começou a chover mas a chuva não era normal; as gotas
pareciam pétalas ou flocos de neve que desapareciam antes de pousar na terra. Mas o mais
estranho foi ter visto um globo luminoso que se movia lentamente.
Rapaz: Não sei se consigo acreditar nisso.
Rapariga: Porque não vens lá hoje ver com os teus olhos? Dizem que vamos testemunhar um
milagre!
Rapaz: Muito bem, vamos a isso!
CENA III
Em palco estão os 3 pastorinhos ajoelhados a rezar o terço. Entram as velhas e o velho. O velho e a velha
2 ajoelham-se logo de imediato, benzendo-se; a velha 1 fica a contemplar, desconfiada. Atrás, entram os
jovens. A rapariga ajoelha-se, benzendo-sse; o rapaz não. Está a chover intensamente.
Velha 1: (espantada e sussurando a bom volume) Oh Meu Deus, nunca tinha visto tanta gente
junta! Oh Joaquim, bem que dizias que íamos estar cá uns 50 mil!
Rapaz: (impaciente) Então mas e agora? É suposto ficarmos à espera do nada, aqui à chuva?!
Antes do rapaz acabar de falar PASSA NOVAMENTE MÚSICA 4. Assim que começa a música, todos
tapam a cara, ofuscados.
Lúcia: O que quer de nós?
N.S.: Quero dizer-vos que façam aqui uma capela em Minha honra, que sou a Senhora do
Rosário; que continuem sempre a rezar o terço todos os dias. A guerra vai acabar e os militares
voltarão em breve para as suas casas.
Lúcia: Eu tinha muitas coisas para Lhe pedir: se curava uns doentes e se convertia uns
pecadores...
N.S.: Uns sim, outros não. É preciso que se emendem, que peçam perdão pelos seus pecados.
Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor que já está muito ofendido.
As luzes diminuem de intensidade.
PASSA VÍDEO 2. Milagre em torno do sol
Lúcia vira-se para a multidão
Lúcia: Olhem o Sol!
Espanto geral da multidão. Os que estavam de pé, ajoelham-se e exclamam “milagre!”
Lúcia: Que este milagre que todos presenciamos seja motivo de esperança para todos nós!
Que os nossos corações conservem esta luz que recebemos!
Rapaz: Mas… E o que fazemos a partir de agora?
Lúcia desloca-se para o fundo do cenário, acende um fósforo e uma das velas. PÁRA MÚSICA 4
Lúcia: (de frente para o público) A mensagem de Nossa Senhora foi clara. Ela pede-nos que
rezemos o terço incessantemente e pede-nos que sejamos testemunhos vivos de Cristo. Esta
luz que recebemos é um sinal daquilo que devemos ser: luz do mundo!
ACTO III MADRE TERESA DE CALCUTÁ
CENA I
PASSA VÍDEO 3 - Estamos na Índia, em Calcutá, no ano de 1946. Guerra Civil entre Hindus e
Muçulmanos, Lei de Gandhi vs Lei Muçulmana. As ruas de Calcutá apinhadas de gente, o som de
disparos paira no ar, gritos de horror e desespero.
PASSA MÚSICA 7. No palco encontram-se duas personagens indianas (personagem 1 e 2) encostadas ao
portão do convento (simulem um portão numa das pontas do palco). Fazem muito esforço para não
deixarem entrar no convento quem está do outro lado a pedir ajuda e a empurrar o portão.
M.T. (a correr em direcção ao portão): Deixem entrar! Deixem entrar! Eles precisam da nossa
ajuda!
Personagem 1: Madre Teresa, não podemos abrir! Se abrirmos, o convento será
completamente invadido por esta gente!
Personagem 2: Esta guerra parece nunca mais ter fim! Os hindus e os muçulmanos não se
entendem e agora Calcutá está transformada num mar de violência e sofrimento!
M.T.: (insistindo, aflita) Abram o portão, meus filhos, eles precisam de nós! Por favor!
Personagem 1 e 2 (em coro): Não podemos Madre Teresa! Nesta guerra, não podemos tomar
partidos! Sabe quais são as ordens!
M.T. (gritando): ABRAAAAM!
As personagens 1 e 2 abrem o portão e entram dois cidadãos indianos a transportar um terceiro cidadão
que foi ferido no peito com um tiro – quaisquer actores que não entrem nesta cena podem fazer de
indianos, não têm falas sequer.
M.T.: Entrem, entrem meus amigos! Sigam-me rápido!
Personagens 1 e 2 fecham o portão. PÁRA MÚSICA 7. Do outro lado do palco, encontra-se uma manta
estendida. Madre Teresa corre em direcção à manta e pede para pousarem lá o ferido.
M.T.: (com uma mão na cabeça do ferido, tentando acalmá-lo) Fique aqui, eu vou procurar o
médico! Vai tudo correr bem, tenha calma!
A luz apaga-se durante poucos segundos. Madre Teresa vai para o outro lado do palco, onde já está a
Madre Superiora.
Ainda com a luz apagada.
M.S.: (com um tom de voz zangado e aborrecido) Madre Teresa, não percebe que, aqui no
convento da Ordem de São Loreto, não são permitidas atitudes como a sua?!
Acende-se a luz. PASSA MÚSICA 8
M.T.: (o seu tom de voz e a sua postura transmitem impotência e insatisfação) Madre, mas
qual atitude? Não compreendo o que há de errado em ajudar os que mais precisam! Calcutá
está mergulhada numa guerra terrível entre hindus e muçulmanos, é difícil assistir a tanto
sofrimento sem poder fazer nada. No meio de tanta escuridão não acha que devíamos assumir
uma postura diferente?
M.S.: A questão não é essa, Madre Teresa! Simplesmente não cumpriu as regras e isso não
podemos permitir! Não percebe que o facto de ajudarmos hindus, demonstra que a nossa
Ordem está a tomar partidos?! Se algum dia os muçulmanos sequer desconfiarem do que
aconteceu, Madre Teresa, o que acabou de fazer pode ter posto o nosso Convento em muito
maus lençóis!
PÁRA MÚSICA 8
M.T.: Madre Superiora… Independentemente de tudo, eu voltaria a fazer exactamente o
mesmo.
M.S.: Pois bem… Fique sabendo que a sua atitude vai-lhe valer uma punição.
CENA II
PASSA MÚSICA 9. M.T. caminha pelas favelas de Calcutá. Barracas e pobreza extrema. O cenário está
imundo. Em palco estão, para além de M.T., um mendigo adormecido e uma mendiga que segura um
bebé ao colo numa das pontas do palco. Qualquer actor que não entre nesta cena pode fazer de
mendigo. De repente,ouve-se uma mãe chorar.
M.T.: (com um tom de voz preocupado) Desculpe… Posso ajudá-la?
Mãe: (soluçando) O meu bebé… O meu bebé não consegue respirar! Já lhe dei tudo o que
tenho mas não há meio de o salvar!
M.T.: (baixando-se ao nível da criança) Deixe-me vê-lo... (pegando no bebé ao colo; em aflição)
Temos de o levar imediatamente para um hospital, senão não resistirá!
M.T. começa a correr para o lado contrário do palco com a criança ao colo. Do outro lado está um
doutor à sua espera. PÁRA MÚSICA 9.
M.T.: Doutor, por favor, ajude-me! Tem de salvar esta criança! Ela precisa de ser internada
urgentemente!
Doutor: (olhando e analisando brevemente a criança) Lamento madre mas como certamente
saberá só temos autorização para internar aqueles que têm cura. Não podemos fazer nada por
essa criança.
M.T.: (indignada)Não me diga isso doutor! É uma criança, devemos lutar até ao fim pela sua
vida! (tocando no braço do doutor, com um tom de voz suplicante) Por favor, imploro-lhe que
tenha piedade! Nem que seja para esta pobre criança morrer em paz e aconchegada…
Doutor: (hesitante) Bem… Vamos abrir uma excepção! (de repente a atitude do médico muda
totalmente) Dê-me depressa essa criança, vamos interná-la imediatamente! Talvez ainda haja
esperança!!
M.T.: Muito obrigado doutor!
O médico leva a criança para fora do palco. M.T. volta para o outro lado do palco, onde já tem a Madre
Superiora novamente à sua espera. Acompanha-a o arcebispo de Calcutá. PASSA MÚSICA 10
M.S.: Madre Teresa, era precisamente consigo que queríamos falar. Deixe-me apresentar-lhe
antes de mais o arcebispo de Calcutá.
M.T.: (com um ar assustado, cumprimenta educadamente o arcebispo) Muito prazer.
(dirigindo-se à M.S.) Mas… Passa-se alguma coisa?
M.S.: Diga-me uma coisa: certamente que sabe que nós não temos autorização para ajudar e
acompanhar os moribundos da rua certo?
M.T.: (com um ar abatido e triste) Sim, infelizmente…
M.S.: Mas mesmo assim não deixou de enviar um pedido ao Vaticano para inverter esta
situação, certo Madre Teresa?
M.T.: Sim…
A.C.: Madre Teresa, diga-me uma coisa. Sabe quem é esta senhora? (passando-lhe uma
fotografia)
M.T.: Claro que sim. É a fundadora da nossa Ordem, das Irmãs de São Loreto.
A.C.: (mostrando alguma sabedoria, começa a andar pelo palco em passos lentos e arrastados)
Uma mulher de fé e caridade extraordinárias. Em 1690, ela pediu autorização para trabalhar
com os pobres, tal como a senhora. Na altura, também não era possível as freiras andarem
pelas ruas a ajudar os moribundos. Tal e qual como a senhora, Madre. O Vaticano recusou e
ordenou mesmo que fosse presa. E não entendo porque é que, 300 anos depois, ao receber o
mesmo pedido, o Vaticano disse... SIM à Madre Teresa!
O arcebispo estende a carta a M.T. que grita de alegria. No meio desta felicidade, entra a mãe da
criança a gritar “o meu filho vai viver, o meu filho vai viver, milagre!”, abraçando a Madre Teresa com
todas as suas forças. Sai em êxtase pelo outro lado do palco. PÁRA MÚSICA 10
M.S:. Mas explique-nos madre… Porquê esta vontade tão grande de ajudar aqueles pobres
coitados? (apontando para o local por onde saiu a mãe com a criança)
(M.T. desloca-se para o fundo do cenário, acende um fósforo e uma das velas)
M.T.: (para o público) Não basta rezarmos a Deus incessantemente para nos tornarmos
santas. É preciso que as nossas palavras se reflictam nas nossas acções. Temos de conseguir
ser sempre um refúgio e um motivo de esperança para os outros. No meio da escuridão,
devemos ser sempre a luz do mundo!
ACTO IV KAROL WOIJTYLA – BEATO JOÃO PAULO II
CENA I
PASSA VÍDEO 4 - Estamos em Cracóvia, na Polónia, em 1939, altura em que começou a 2ª Guerra
Mundial e os nazis invadiram a Polónia.
PASSA MÚSICA 11. Estão 4 personagens em cena, duas mulheres e dois homens. Atenção que, neste
momento da sua vida, Karol ainda não era sequer sacerdote.
Personagem 1: (completamente desesperada, a chorar) Porquê?! Porquê?! Porque se repetem
estes horrores todos os dias? O que é que torna olhos, corações e mentes tão incapazes de
sentir piedade e respeito? Quem são estes seres humanos que têm mães, irmãos e filhos,
maridos e mulheres que abraçam à noite? Estas criaturas são feitas à imagem de Deus?!
Momento de silêncio, apenas de ouve o choro da mulhe (personagem 1).
Personagem 2: (com um ar determinado e revoltado; no seu tom de voz há fúria e desespero)
Acabou-se! Chega! Eu recuso-me a ficar parado enquanto nós, judeus, somos exterminados!
Temos de pegar em armas e alistar-nos no exército polaco! (bate com o pé no chão e faz
movimentos de revolta com os braços) Temos de combater os nazis!
Personagem 3: (aproximando-se da personagem 2, confrontando-a) Mas e o teatro?! Vamos
deixar de fazer as nossas peças? Não se esqueçam que é através do teatro que espalhamos
uma mensagem de esperança e que preservamos a nossa cultura que está a ser destruída!
Personagem 2: (com fúria) Recuso-me a ficar parado! Recuso-me a representar quando, todos
os dias, milhares de judeus morrem à nossa volta! Temos de partir para a guerra!
Personagem 4: E não nos podemos esquecer que se quisermos continuar com o teatro
teremos de avançar para a clandestinidade! Os nazis não podem sonhar que andamos a
encenar peças que encorajam a luta contra eles. Teremos de representar em caves ou em
apartamentos e para um público reservado!
Personagem 2: A Polónia está nas garras do terror e da loucura e tu queres fazer teatro?!
Devias ter vergonha!
Entra Karol. PÁRA MÚSICA 11
Personagem 1: (dirigindo-se a Karol) Estamos a pensar em alistar-nos no exército! Todos nós!
Personagem 3: (interrompendo a personagem 1) Eu não! Vocês lutam com armas, eu quero
lutar com palavras! (com determinação) O nosso teatro tem de continuar. Temos de manter
viva a palavra. A palavra é mais poderosa do que a bala!
Personagem 2: Experimente responder a isso com uma pistola apontada à cabeça!
Personagem 4: Realmente não me parece que haja outra solução! Temos de partir! (gritando
muito alto) Resistência armada!
Personagens 1 e 2 concordam e gritam também fortemente “resistência armada!” enquanto se
deslocam com a personagem 4 para uma das pontas do palco, como se fossem sair de cena.
Karol: Esperem! Esperem!
As personagem 1, 2 e 4 param e viram-se para Karol e para a personagem 3. PASSA MÚSICA 12
Karol: (falando com calma, conseguindo chamar à atenção de todos) Compreendo e respeito
as pessoas que recorrem às armas. Os nazis exterminaram pessoas e querem também
exterminar a nossa cultura. Querem acabar com a língua polaca! A única forma de termos
futuro é salvando o nosso passado! Mas, quem escolher as armas, tem todo o direito de o
fazer. Mas é importante mantermos viva a nossa cultura. Vamos levar o teatro para a
clandestinidade!
Personagem 2: Vocês terão o vosso teatro e nós teremos a nossas armas.
Karol: Muito bem! Travamos a mesma batalha, com a mesma esperança, contra o mesmo mal
mas em campos diferentes.
Emotivas despedidas e fortes abraços. Uns saem para um lado palco, os outros saem para o outro. A
personagem 1 fica estática, hesitante, no meio do palco. Após uns breves instantes decide partir para o
lado de Karol e da personagem 3. PÁRA MÚSICA 12.
CENA II
Estão duas personagens em cena: Karol (ainda não é sacerdote) e a Personagem 1
Personagem 1: (hesitante) Karol… Diz-me sinceramente o que pensas. É possível mantermos a
esperança?
Karol: Já Descartes dizia: “O Homem encontra-se no meio, entre Deus e o nada. E tem de
escolher”. Vivemos num momento de grande escuridão, sem dúvida. Mas não podemos
perder a esperança nem a fé porque, se o fizermos, estamos a escolher o “nada”.
Personagem 1: Mas como podemos manter a fé numa altura destas? Como é que Deus cria
estes seres humanos e permite que façam tanto mal?
Karol: Esse é o grande mistério da nossa vida: a liberdade que Deus confere ao Homem! Se
virmos as coisas por outro lado vamos perceber que é precisamente aí que, no entanto, reside
a sua maior prova de amor para connosco!
Personagem 1: Isso quer dizer que sou livre ao ponto de praticar o mal que quiser?!
Karol: Ou livre para praticares o bem que quiseres! “O Homem está no meio, entre Deus e o
nada. E tem de escolher”. Podes ser escuridão ou podes ser luz para o mundo. Apenas a ti te
compete essa escolha, Deus não interferirá…
PASSA MÚSICA 13. Entram 2 soldados. Karol e a Personagem 1 escondem-se para não serem vistos. Os
soldados atravessam o cenário, olhando por vezes para o público. Saem. PÁRA MÚSICA 13)
Personagem 1: Ou seja… No fundo, tudo reside na fé e no amor?
Karol: Sem dúvida. Ganharemos com amor e com fé, e não com armas (apontando para o local
por onde os soldados saíram). Os nazis desaparecerão porque o mal devorar-se-á a si próprio.
Mas, se o amor não ganhar, os nazis voltarão com outro nome.
Personagem 1: Faz todo o sentido. Admiro muito a tua fé e a tua esperança nestes tempos
difíceis…
Karol: Já chorei muitas mortes. Mas tendo visto todo o horror destes tempos, tudo me tem
encaminhado para algo bom. Quero lutar pela dignidade de cada pessoa humana e viver Deus
a partir do meu interior.
PASSA NOVAMENTE MÚSICA 13. Voltam a entrar os 2 soldados, desta vez conseguindo agarrar Karol e a
Personagem 1. Ambos se tentam soltar até que um dos soldados saca da pistola. PÁRA MÚSICA 13)
Soldado 1: (com ar de gozo) Ai, ai, que gente tão estúpida e que vida tão inútil...! Sabem o que
acontecem a todos aqueles que se escondem? Vou-vos explicar de uma forma bem simples:
esta é a última coisa que todos vocês verão (levantando a pistola), antes de perceberem que o
vosso futuro não passa de uma ilusão.
Soldado 2: (rindo-se) Hahaha! É horrível ser colocado diante do nada não é?
Karol: (com um tom de voz calmo, mas assustado) Aquilo a que chama nada eu chamo tudo.
Onde vê escuridão, eu vejo luz. Quando diz destruição, eu digo salvação.
Soldado 1: Muito bem, estou a ver que temos aqui um poeta! Sabes o que acontece a todos
aqueles que se opõem ao nosso regime? SABES?! (apontando a pistola à cabeça de Karol)
Personagem 1: NÃÃÃÃÃÃÃOOOO!!!!
(PASSA MÚSICA 14. Antes do soldado 1 conseguir disparar, entram a correr as personagens 2, 3 e 4 que
saltam para as costas dos soldados. Grande aparato no palco. Luta entre as personagens 2, 3 e 4 e os
soldados. Karol e a personagem 1 ficam estendidas no chão. Durante a luta, as personagens podem ir
para junto dos espectadores para tornar a cena mais próxima do público. Tentem que esta cena seja o
mais real possível para o teatro não perder seriedade, veracidade e clima. No final, os soldados ficam
desarmados, estendidos no chão. A personagem 2 aponta a pistola à cabeça de um dos soldados)
Personagem 1: (tentando impedir a personagem 2) O que é que pensas que vais fazer?!
Personagem 2: (com violência, pronto para a vingança) Vou acabar com estes canalhas!
Soldado 1: (desesperado) Não! Eu tenho uma mulher e dois filhos para sustentar! Não faças
isso, por favor!
Soldado 2: (implorando) Piedade! Eu apenas me limito a cumprir ordens, não nos matem!
(Karol mete-se entre a Personagem 2 e os soldados)
Karol: (determinado e cheio de coragem, disposto a travar os seus próprios amigos) Nós não
podemos ser como eles! O sangue destes homens não te vai trazer de volta os que já partiram.
A vingança só te vai tornar igual a eles!
A personagem 2 hesita. Começa a tremer, baixa a arma e deixa-se cair de joelhos desolado. Karol
abraça-o. PÁRA MÚSICA 14
Karol: (falando muito alto, sem gritar) A nossa fé será a nossa salvação! No dia em que não
acreditarmos no Homem, toda a vida perderá sentido!
Os soldados saem a correr para um dos lados. Um deles comenta para o público”Deus existe!”. As outras
personagens saem calmamente pelo outro lado do palco
CENA III
PASSA MÚSICA 15. Estamos numa sala de aula com 3 alunos (podem estar sentados no chão). Karol
entra.
Karol: (com um sorriso na cara) Muito bom dia a todos. Vamos começar a aula de hoje com
uma pergunta. Quem quer começar?
Um dos alunos levanta o braço.
Karol: Força!
Aluno 1: (com timidez) Professor… O que o levou a tornar-se sacerdote?
Karol: (rindo-se) Hahaha! Terei todo o gosto em explicar-te isso no final da aula. Mas agora
gostava que fizessem uma pergunta menos pessoal…
Aluno 2: Professor… Porque se comportam alguns homens como feras e outros se tornam
heróis? O que faz alguns homens traírem os seus próprios amigos, e outros sacrificarem a vida
por pessoas que nem conhecem?
Karol: (surpreendido por ter sido colocada uma pergunta tão interessante) E quem sabe
responder?
Outro dos alunos levanta o braço.
Aluno 3: (muito determinado) As pessoas são más porque têm medo e são infelizes. Por isso,
podem ser levadas à violência e à autodestruição.
Karol: Ora aí está um tema interessante: felicidade e infelicidade. E alguém sabe onde reside a
chave da felicidade?
Aluno 1: (duvidoso) No amor?
Karol: Sem dúvida. E, no entanto, não há nada mais misterioso e desconhecido que o amor.
Temos todos uma necessidade profunda e desesperada de amor. O amor não se ensina;
porém, é crucial que aprendamos sobre ele. Isso pode significar muito sofrimento mas é a
única forma de amar…
Aluno 2: (muito interessado) E como podemos levar esse amor aos outros?
Karol: Apenas de uma forma.
Karol desloca-se para o fundo do cenário, acende um fósforo e uma das velas. PÁRA MÚSICA 15
Karol: Sendo testemunho vivo de Cristo. Sendo exemplo para os outros. Sendo luz do mundo.
ACTO V BEATO JOÃO PAULO II, MADRE TERESA E FÁTIMA
CENA I
PASSA VÍDEO 5. O Papa João Paulo II está no coração do Vaticano quando é baleado inesperadamente
por um homem.
No palco está um homem (muçulmano) numa cela, sentado e cabisbaixo. O Papa João Paulo II entra em
cena. O homem fica espantado por vê-lo.
Homem: (completamente surpreendido) Mas… Não pode ser possível, você está vivo! Não
pode…
Papa: Encontramo-nos hoje como homens. Ou melhor, como irmãos. Vim aqui para repetir em
pessoa o meu perdão. O meu sincero perdão.
Homem: Como é que não morreu? Quando me disseram não acreditei. Sei que apontei bem e
que a bala era devastadora e mortal. Porque é que não morreu?
Papa: A bala passou a rasar a aorta mas sem tocar. E depois passou a milímetros da coluna.
Um percurso incrível! Em qualquer um dos casos teria morrido! Talvez alguém tenha querido
proteger-me.
Homem: (sem perceber) Mas quem?
PASSA MÚSICA 16
Papa: Fátima! Mas não a filha de Maomé! Há uma nova Fátima, onde apareceu a mãe de
Cristo.
Homem: E eu tentei matá-lo no dia dela?
Papa: Exacto. No dia 13 de Maio. É precisamente por isso que penso que Nossa Senhora de
Fátima me salvou a vida.
Homem: (perdendo a esperança, desmotivado, triste) Mas se a deusa de Fátima é assim tão
poderosa, vai querer vingar-se de mim. Vai acabar comigo...
Papa: (compreensivo) Não. Maria é a mãe de Deus. Ama todos. É até venerada por muitos
muçulmanos.
Homem: (com uma postura de ansiedade) Então, não me vai castigar?
Papa: Pelo contrário, vai ajudá-lo a mudar de vida.
O homem e o Papa dão um abraço emocionados. Apagam-se as luzes. PÁRA MÚSICA 16. O Papa dirige-
se para o lado contrário do palco, onde já se encontra a Madre Teresa. As luzes voltam a acender-se.
Papa: Madre Teresa, que surpresa!
M.T.: (rindo-se) Como está Santo Padre? Não poderia vir a Itália sem fazer uma visita a Sua
Santidade!
Papa: E que boa visita! (soltando uma pequena gargalhada) Já soube do prémio Nobel que lhe
foi entregue! Mais do que lhe dar os parabéns, queria agradecer a sua coragem!
M.T.: Muito obrigado!
PASSA MÚSICA 17
Papa: Madre, queria pedir-lhe que fosse embaixadora da vida nas viagens que faz pelo mundo.
Fale em meu nome, principalmente naqueles locais onde não posso ir. A sua mensagem é
muito forte, toca o coração das pessoas. E é muito mais eficaz do que as minhas palavras
(rindo-se)!
M.T.: (intimidada) Mas, Santo Padre…
Papa: Peço-lhe. Fale em defesa da vida, da família, em defesa das mulheres e da sua
dignidade. Precisamos de pessoas como você, que sejam luz do mundo! E não tenha medo,
Cristo está sempre consigo.
M.T.: Você trouxe uma nova esperança ao mundo e à Igreja! Nós é que temos de agradecer
tudo o que faz por nós!
Papa: (caminhando no palco em passos leves) Temos de lutar pela dignidade de cada pessoa
humana. A Igreja tem de estar ao lado de cada indivíduo, independentemente da sua cor, raça,
cultura, religião ou nacionalidade! (mostrando um pouco mais de determinação) Temos de
combater aquelas que querem tomar conta do mundo através da política. Assistimos
diariamente a crimes imperdoáveis. A Igreja não pode cruzar os braços. (mais cabisbaixo) E
para ser referência para os outros, deve começar por pedir perdão pelos seus próprios
pecados, pelos crimes que também já cometeu ao longo da História.
M.T.: Estou de acordo consigo. Na Índia presenciamos todos os dias injustiças tremendas que
têm de ser combatidas. Temos de lutar por cada pessoa isoladamente, a Igreja deve estar ao
lado daqueles que realmente precisam. E temos de irradiar esta luz para que os cristãos
entendam esta mensagem e a levem aos outros.
Papa: Conto consigo Madre Teresa!
Dão um forte abraço. PÁRA MÚSICA 17
ACTO VI J.M.J.
CENA I
Em cena está o Rapaz 1 a ler o livro muito atento. De repente, entram as raparigas 1 e 2 em cena.
Rapariga 1: Aaaahhh, então estás aqui!!
Rapaz 1: (atrapalhado, escondendo logo o livro) Pois, é que… Eu… Distraí-me com as horas!
Rapariga 2: Distraíste-te com as horas? Mas ontem nem apareceste!
Rapaz 1: Sim, pois foi! (tentando esconder a derradeira e difícil realidade de ter de facto ficado
preso ao livro) É que fiquei a fazer umas coisas sabem...? Compromissos inadiáveis…
Entra o Rapaz 2.
Rapaz 2: Boas gente! Tudo bem disposto?
Raparigas: Sim!
Rapaz 2: Então e tu? (para o Rapaz 1)
Rapaz: (ainda meio atrapalhado) Sim, sim, tudo óptimo! Tudo a andar...
Rapaz 2: (perguntando às raparigas) Mas o que é que se passa com ele? (para o rapaz 1) Que
bicho te mordeu, pá?
Rapaz 1: (completamente atrapalhado, mas tentando assumir) Eu… Eu… Eu tomei uma
decisão!
Rapariga 1: Siiiim…
Rapaz 1: Bem, malta… Vamos às Jornadas Mundiais da Juventude!
Rapariga 2: (surpreendida) O quê?! Estás a brincar não? Mudaste de opinião do dia para a
noite?
Rapaz 1: Não foi bem isso. É que eu…
Rapaz 2: Leste o livro que te dei?! Foi isso não foi?? (pulando de alegria) Eu sabia!!!
Rapariga 1: (‘’metendo-se’’ com o rapaz 1) Aaaahh, por isso é que nem apareceste ontem à
noite!
Rapaz 1: Pois, é verdade. E confesso que gostei bastante do que li, aprendi muito sobre a
Igreja, principalmente sobre a história dos pastorinhos, da MadreTeresa de Calcutá e do Papa
João Paulo II! Aliás, do Beato João Paulo II!
Rapariga 2: (cheia de curiosidade) A sério? E que mais?
Rapaz 1: Percebi que a Igreja não era bem aquilo que eu pensava. E que Deus precisa de
instrumentos que se prestem a servi-lo no mundo. Precisa de pessoas que não tenham medo
de dar o seu “sim”. Por isso é que aceitei o desafio das JMJ…
Rapaz 2: Muito bem, que maravilha! Então vamos preparar-nos!
Rapariga 1: Vamos a isso, o prometido é devido!
Saem do palco todos a conversar, animados.
CENA II
PASSA VÍDEO 6 . Jornadas Mundiais da Juventude
Entram os quatro jovens, distribuem-se pelo palco, dirigidos para o público. PASSA MÚSICA 18
Rapaz 2: As Jornadas Mundiais da Juventude foram um evento inesquecível em que
mostrámos a todo o mundo a força que a Igreja ainda hoje tem!
Rapariga 2: (aproximando-se do rapaz 2) Juntámos mais de 2 milhões de jovens em torno do
Papa e provámos que Deus está mais vivo do que nunca no coração dos jovens!
Rapariga 1: E mostrámos também que somos uma geração com muita esperança, que não
quer cruzar os braços face às difíceis situações que o mundo enfrenta!
Rapaz 1: (aproximando-se da rapariga 1) Até a mim o Papa convenceu com as suas palavras e
com o seu testemunho! Percebi realmente que a Igreja quer estar junto de todos nós e que
quer enriquecer os nossos corações com o amor de Cristo!
Rapariga 1: E eu percebi que Cristo é a resposta para muitas das minhas inquietudes pessoais!
E que, independentemente de tudo, independentemente de todos os meus pecados e de
todas as minhas falhas, Ele vai estar sempre comigo, nunca me vai deixar sozinha!
Rapariga 2: Porque Deus é amor e porque Deus conhece os nossos corações como ninguém!
PÁRA MÚSICA 18
Rapaz 2: Tal como os Pastorinhos de Fátima, tal como a Madre Teresa e tal como o Beato João
Paulo II, também eu quero fazer a diferença! Eu quero testemunho vivo de Deus!
Rapaz 1: Aconteça o que acontecer, lembrem-se: o nosso mundo precisa mais do que nunca
de exemplos, de referências, de heróis! Precisa de luzes que mostrem qual o caminho certo a
percorrer!
Rapariga 1: E é por isso que todos juntos dizemos:
Todos: Queremos ser luz do mundo!!!
Deslocam-se os quatro para o fundo do cenário, um dos jovens acende um fósforo e a última vela. No
momento em que se acende a vela, PASSA MÚSICA 19 . Se tiverem tempo, preparem uma coreografia
para esta parte ou, em vez da música e da coreografia, cantem o hino no palco com todos os outros
missionários
FIM