sensacionalismo na TV

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AULA DA MATÉRIA TEÓRICA CRÍTICA DE MÍDIA SOBRE O SENSACIONALISMO, ABORDANDO DIVERSOS AUTORES.

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SENSACIONALISMO TVAula Crítica de Mídia. PROFESSORA TATIANA CIONI COUTO.

O SENSACIONALISMO

No setor da informação é muito procurado o sensacionalismo (isto é, essa faixa de real onde o inesperado, o bizarro, o homicídio , o acidente , a aventura irrompem na vida quotidiana) p.36

MORIN, 2005

Espectador participa

• O espectador moderno é aquele que se devota à televisão, isto é, aquele que sempre vê tudo em plano aproximado, mas ao mesmo tempo numa impalpável distância: Ele participa do espetáculo, mas sua participação é sempre pelo intermédio do mediador, do jornalista, locutor, cameraman...p. 70

MORIN, 2005

Quanto mais espetacular, melhor

• O sensacionalismo é tanto mais privilegiado quanto é espetacular: as grandes catástrofes são quase cinematográficas, o crime é quase romanesco, o processo é quase teatral .• A imprensa seleciona as situações carregadas de

uma grande intensidade afetiva p. 100

MORIN, 2005

Imaginário e Informação

• Heróis do imaginário cinematográfico são também os heróis da informação vedetizada. Estão presentes nos pontos de contato entre a cultura de massa e o público: entrevistas, festas de caridade, exibições publicitárias, programas televisados ou radiofônicos. Eles fazem os 3 universos se comunicarem; a do imaginário, o da informação, o dos conselhos, das incitações e das normas – p. 108

MORIN, 2005

A MÍDIA

• A mídia – em especial, a televisão se qualifica como competente dispositivo de mediação....tem o encargo de “dar uma estrutura representativa” a fatos ocorridos – p. 149

POLISTCHUK; TRINTA. 2003

Receptor reconhece mensagens

• Um “receptor” costuma reconhecer as mensagens, no sentido de que as submete, para fins de interpretação, ao crivo referente aos valores sociais que defenda , ao grau de instrução escolar que possua, à experiência de vida que tenha e à lógica de raciocínio que habitualmente adote – p. 150

POLISTCHUK; TRINTA. 2003

PROGRAMAS DE TELEVISÃO

• Por volta das décadas de 60 e 70 a sociedade brasileira já era abordada por programas de televisão como Silvio Santos, Jacinto Figueira Júnior, Chacrinha, que tratavam os espectadores e os telespectadores com uma dose de humor forçado pelas as aberrações humanas, as deformidades, as deficiências alheias.

FRUGOLI

“Prêmios”

• Chacrinha dava um abacaxi ou uma “bacalhoada” na cabeça dos aspirantes a cantores em seu programas expulsando-os sem qualquer tipo de pudor quando se apresentavam de forma ruim

FRUGOLI

MATÉRIA-PRIMA

• Na maioria das vezes a matéria-prima para o sucesso do programa é a infelicidade alheia, a mendicância, as deformidades físicas, etc.

FRUGOLI

Formatos de programas

Em meados da década de 90 temos outros tipos de programas de televisão que exploram com este mesmo formato:•Domingão do Faustão• Programa do Ratinho• Boa Noite Brasil e Sabadaço•Domingo Legal

FRUGOLI

Ser humano como produto comercial• Nas programações veiculadas diariamente, não

foi difícil enxergar isso. São espaços que usam o ser humano como produto comercial, e na briga pela audiência favorecem a discriminação. Neles, os apresentadores usam da parcialidade e defendem a visão pessoal como uma única verdade.

VITAL

Inocência

• Quadros que, diariamente, vão ao ar são assistidos por milhares de pessoas, muitas sem conhecimento acadêmico, e sem informações básicas que lhes ofereçam embasamentos para construir seus próprios conhecimentos, ou visões sobre os fatos. Sendo assim, eles acreditam naquilo que está na tela e que são apresentados pelos comunicadores.

VITAL

O GROTESCO

• O grotesco se caracteriza pelo rebaixamento operado por uma combinação insólita e exasperada de elementos heterogêneos, com referência frequente a deslocamentos escandalosos de sentido, situações absurdas, animalidade, partes baixas do corpo, fezes e dejetos.

RIPARDO

DESARMONIA DO GOSTO

• O grotesco é o fenômeno da desarmonia do gosto, que atravessa as épocas e as diversas conformações culturais. O grotesco é algo que se tem feito presente na Antiguidade e nos tempos modernos. Atravessa tempos diversos, à maneira de uma constante supratemporal

RIPARDO

MODALIDADES

• O grotesco assume modalidades diversas:a) escatológica: trata-se de situações caracterizadas por referências a dejetos humanos, secreções, partes baixas do corpo, etc.:b) teratológica: referências risíveis a monstruosidades, aberrações, deformações, bestialismos, etc.

RIPARDO

Sátira e Ironia

• O grotesco revela-se na exasperação tensa ou violenta dos contrários, com recursos da caricatura, da sátira e da ironia. Manifesta-se também pela crueldade com que se tiram os véus das regras ou das convenções ditas civilizadas.

RIPARDO

FOCOS

• O grotesco tem obsessão pela corporalidade humana comer, defecar, copular, arrotar, vomitar. Também se faz referência à nudez e ao sangue.

RIPARDO

Testar os limites da audiência

• Nossa TV caracteriza-se por uma atmosfera sensorial de “praça pública”, a praça como “feira livre” das expressões diversificadas da cultura popular (melodramas, danças, circo, etc.)

RIPARDO

Atua sobre o imediato da vida

• A televisão se especializou num tipo de programa voltado para a ressonância imediata, atuando sobre a imediatez da vida coditiana. E como procedimento básico a TV privilegia fortemente a óptica do grotesco

RIPARDO

Riso Cruel

• Primeiro, porque suscita o riso cruel (o gozo com o sofrimento e o ridículo do outro);

RIPARDO

Impotência humana compensada por prêmios• segundo, porque a impotência humana, política

ou social de que tanto se ri é imaginariamente compensada pela visão de sorteios e prêmios, uma vez que se tem em mente o sentimento crescente de que nenhuma política de Estado promove ou garante o bem -estar pessoal;

RIPARDO

Grotesco chocante• terceiro, porque o grotesco chocante permite

encenar o povo e, ao mesmo tempo, mantê-lo a distância dão-se voz e imagem a ignorantes, ridículos, patéticos, violentados, mutilados, disformes, aberrantes, para mostrar a crua realidade popular, sem que o choque daí advindo chegue às causas sociais, mas permaneça na superfície irrisória dos efeitos.Na realidade, as emissoras oferecem aquilo que elas e seu público desejam ver.

RIPARDO

JORNALISMO E ENTRETENIMENTO• A ideia é confundir cada vez mais jornalismo e

entretenimento, criando na cabeça das pessoas a falsa ideia de que o mundo se resume num desfile de bobagens. O problema se agrava no momento em que um pseudo-repórter, ao entrevistar um suspeito de crime, por exemplo, age como policial, ou quando determinado apresentador de um programa esportivo ou de variedades se expõe como palhaço de feira, ou achando que nós é que somos os palhaços.

SILVA

EFEITOS E DRAMATIZAÇÃO

• Os efeitos de montagem e dramatização deixam a mensagem da TV mais interessante e emocionante. Por outro lado deixam a realidade comunicada deformada. As ilusões fabricadas pela TV são constantes

RODRIGUES

A PAUTA

• Informar-se de como andam as ações para combater a criminalidade na cidade ou em determinado bairro é sempre positivo. O problema é a pauta. Ela nasce com defeitos na redação do jornal, depois é comentada pelo apresentador e morre na mesa do almoço de quem ainda insiste em assistir às rondas diurnas ou noturnas do árduo trabalho policial e do trabalho telejornalístico barato.

RODRIGUES

O PIOR A SER MOSTRADO

• Sem contextualização socioeconômica, sem criatividade, sem criticidade ou aprofundamento de questões básicas que envolvem políticas públicas, legislação e o desenvolvimento humano, muitas emissoras mostram, com estes programas, o que de pior pode ser produzido na comunicação: o grotesco.

RODRIGUES

JULGADO PELO APRESENTADOR

• Muitas emissoras, em horário nobre, mostram as ações policiais nas quais quem é exposto e julgado pelo apresentador do programa é apenas o ladrão pé-de-chinelo ou o traficante preso com “cinco papelotes de droga”.

RODRIGUES

QUADROS QUE VULGARIZAM

• Isso sem contabilizar os quadros que vulgarizam pobres, mulheres, negros, homossexuais, deficientes, indígenas, reportagens sobre anomalias humanas e outras situações “exóticas”, compondo o circo eletrônico.

RODRIGUES

Bibliografia• FRUGOLI, Marcio Daliberto. ProgRama Pânico na TV: o bizzro

na televisão brasileira!. Disponível em http://www3.unip.br/ensino/pos_graduacao/strictosensu/comunicacao/download/comunic_marciodalibertofrugoli.swf

• MORIN, Edgar. Cultura de Massas no Século XX. Volume 1: Neurose. Rio de Janeiro: Forense, 2005.

• POLISTCHUK, Ilana; TRINTA, Aluzio Ramos. Teorias da Comunicação: O pensamento e a prática da Comunicação Social. Ed. Campus, 2003

• RIPARDO, Sérgio. “Império do Grotesco” ajuda a entender “jornalismo Tiririca”. Disponível em :http://www.dincao.com.br/noticias/2010/09/02/imperio-do-grotesco-ajuda-a-entender-jornalismo-tiririca/

BIBLIOGRAFIA

• RODRIGUES, Éder. O grotesco nosso de cada dia. Disponível em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed691_o_grotesco_nosso_de_cada_dia.

• SILVA, Alan Barreto. Disponível em http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/o_grotesco_impera_na_programacao.

• VITAL, Cleyton Douglas. Ridicularização na TV: A sociedade e o grotesco