Seminário Internacional 2019 - UBI...5 Figura 1.2. Área de exploração de Carboneras (Maio de...

Post on 07-Jul-2020

1 views 0 download

Transcript of Seminário Internacional 2019 - UBI...5 Figura 1.2. Área de exploração de Carboneras (Maio de...

Seminário Internacional 2019

VISITAS TÉCNICAS

J_Krenz:_Covilhã_panorama

25 DE NOVEMBRO DE 2019

UBI | COVILHÃ | PORTUGAL

Universidade da Beira Interior e

Comissão Portuguesa de Geotecnia Ambiental - Sociedade Portuguesa de Geotecnia

VISITA TÉCNICA Nº1

MINA DE ARGILAS ESPECIAIS

TAMAME DE SAYAGO

ZAMORA, ESPANHA

VISITA TÉCNICA Nº2

MINA C-57

GONÇALO – SEIXO AMARELO

GUARDA, PORTUGAL

2

Hora PT Hora ESP Descrição Local País

06:45 - Partida da Covilhã Largo do Rato

Covilhã Portugal

07:30 -

Paragem (5 min) na estação de serviço.

Entrega do KIT Lanche de Viagem

Guarda Portugal

09:30 10:30 Paragem (15 min) na estação

de serviço Região de Salamanca

Portugal/Espanha

- 11:30 Visita guiada à mina de

Tamame Zamora Espanha

- 12:30 Fim da Visita nº 1 Zamora Espanha

- 14:00 Almoço Espeja

Salamanca Espanha

14:30 15:30 Partida para visita nº 2 Espeja

Salamanca Espanha/Portugal

16:00 - Visita guiada à mina C571 Gonçalo, Seixo

Amarelo Portugal

18:00 - Fim da Visita nº 2 Gonçalo, Seixo

Amarelo Portugal

18:30 - Jantar Vela Portugal

21:00 - Chegada à Covilhã Largo do Rato

Covilhã Portugal

O Kit Lanche de Viagem é constituído por uma sandes de fiambre e/ou queijo, um sumo,

uma água, uma fatia de bola e fruta.

O almoço no restaurante “Los Chopos” 37497 Espeja, perto de Cidade Rodrigo, tem um

custo adicional de 10€. Os participantes nesta visita podem optar por comer ao balcão.

.

Jantar no pavilhão multiusos da Junta de Freguesia da Vela, oferecido pela Câmara

Municipal da Guarda.

É obrigatório levar capacete e colete refletor; recomenda-se as mãos livres e o uso de

calçado prático (botas impermeáveis) para as visitas.

1 Mestre Alexandra Carolino, Geóloga Sénior.

3

OBJETIVOS

Observação da geologia local e compreensão da génese do deposito de argilas especiais

de Tamame de Sayago.

LOCALIZAÇÃO E HISTÓRIA

A mina de argilas especiais de Tamame de Sayago localiza-se na província de Zamora

(Espanha), perto desta localidade. Começou a sua exploração como mina de caulino nos

anos 80 do século passado, sendo a empresa concessionária Arcillas Blancas S.A.

Posteriormente, já nos anos 90, foi adquirida pelo Grupo Mineiro SAMCA, passando a

fazer parte de “Arcillas y Feldspatos Río Pirón” que engloba várias explorações mineiras

relacionadas com o sector cerâmico. Além do caulino extrai-se também bentonites e

produtos intermédios. A produção de caulino foi aumentando nos últimos anos até chegar

às 133 000 t em 2016 (último dado publicado em Panorama Minero). Na zona do jazigo

mineral existem três barreiros abertos: Navalacruz, Roderica Y Carboneras (Figura 1.1,

1.2 e 1.3). O caulino destina-se principalmente ao sector cerâmico tendo também

aplicações na agricultura. À medida que a exploração avança a quantidade de bentonite

extraída aumenta, superando em 2016 as 10 000 t.

GEOLOGIA DO DEPÓSITO

O jazigo de argilas especiais, caulino-bentonite, de Tamame de Sayago, desenvolvem-

se em sucessivas fases da alteração de um granito varisco (Figura 1.4). A sobreposição

de diferentes processos de alteração conduz a uma associação de minerais de argila

pouco comuns. Em primeiro lugar e com uma idade pre-Terciária, produziu-se uma

alteração meteórica do granito que deu lugar à caulinização dos feldspatos.

Posteriormente (entre o final do Cretácico e o início do Paleogénico), relacionada com

formação da bacia do Douro, reativaram-se fraturas tardi-variscas na zona, afetando os

materiais mais superficiais. A fracturação ocorreu num regime de extensão que deu

origem a blocos abatidos. Produziu-se uma circulação de fluídos hidrotermais de baixa

temperatura dando origem a uma nova mudança de composição da rocha granítica

caulinizada. Estes fluidos trazem principalmente Si e Mg e dão lugar à neoformação de

argilas esmectitícas dioctaédricas; forma-se assim beidellites por transformação da

caulinite pré-existente e montmorilonite por precipitação direta. Este processo de

bentonização é muito penetrante e afeta, em maior ou menor grau, todos os materiais do

jazigo podendo encontrar-se caulinite e esmectite em várias proporções (Figura 1.5).

Ocasionalmente encontram-se filões de esmectite pura ou com pequenas quantidades de

minerais do grupo da alunite (Figura 1.6). A preservação do jazigo relativamente ao

processo erosivo, deve-se à sua localização num bloco afundado que foi recoberto por

sedimentos terciários mais modernos.

4

EXPLORAÇÃO, TRATAMENTO E MEIO AMBIENTE

Como já se referiu, a caulinite e as esmectites aparecem intimamente misturadas em todo

o depósito, encontrando-se materiais cauliníticos com impurezas de esmectites, materiais

bentoníticos com impurezas de caulinite e outros minerais do grupo das argilas. Todos

estes contêm pequenas quantidades de quartzo, micas muito alteradas e vestígios de

feldspatos. As argilas são classificadas nas frentes do jazigo à medida que a exploração

avança, em cinco categorias em função da proporção de caulinite: esmectite.

Posteriormente são agrupadas em diferentes zonas para posterior tratamento e

processamento de modo independente, já que as diferentes proporções destes minerais

dão lugar a aplicações distintas.

O processamento das argilas na lavaria de tratamento realiza-se em várias fases por via

húmida reciclando-se a água sem recorrer ao uso de agentes contaminantes.

O grupo mineiro SAMCA destaca em todas as suas explorações o cuidado pelo meio

ambiente. A exploração de argilas realiza-se em pedreiras pelo método de transferência

de modo que à medida que uma frente avança, a frente oposta vai sendo preenchida. O

solo é retirado e colocado cuidadosamente para voltar a ser recolocado novamente

quando se realizar o recobrimento da zona. Quando se completar o preenchimento da

zona explorada e a recolocação do solo faz-se um plantio com vegetação autóctone ou

fica a zona novamente para a agricultura de cereais (Figura 1.1).

Visto que as argilas se extraem como todo uno, os materiais de preenchimento são

unicamente os sedimentos terciários, cuja espessura variável desde cerca de 1-2 m até

20 m, dá lugar a uma perda de volume importante que se vai traduzir numa descida da

superfície topográfica nas zonas restauradas sem afetar contudo a rede hidrográfica.

Figura 1.1. Fotografia aérea da zona do jazigo com indicação das diferentes zonas de exploração,

áreas restauradas e zona de processamento do mineral.

5

Figura 1.2. Área de exploração de Carboneras (Maio de 2019).

Figura 1.3. Frente da área de Navalacruz em agosto de 2012. Os números indicam o tipo de

material argiloso para a classificação do material em stock

Figura 1.4. Esquema geológico da zona do jazigo. 1, 2 e 3 granitos Variscos. 1- leucogranito de

grão grosso, 2: leucogranito de grão fino, 3: granitóide biotítico de grão grosso. 4, 5, e 6 –

materiais sedimentares, 4: Areias e lutitos com paleossolos, 5: séries siderolítica de Paleocénico

com conglomerados, areias e lutitos, 6: series detríticas com conglomerados do Eoceno-

Oligoceno, 7: sedimentos quaternários.

6

a b

c d

Figura 1.5: Imagens do microscópio eletrónico de varrimento de materiais representativos do

jazigo. a: agregados argilosos entre os que mostram partículas euédricas de caulinite com

morfologia pseudo-hexagonal. b: caulinite maciça. c: aspeto geral de materiais bentoníticos,

donde se observam agregados argilosos, principalmente esmectitícos com aspeto típico da

textura em “corn flakes”. d: filão de esmectites com alunite (no centro da imagem).

Figura 1.6. Fotografias de filões esmectíticos da área de Navalacruz.

7

OBJETIVOS

Compreensão do processo de exploração do pegmatítico litinífero, feldspato litinado, e

sensibilização para valorização geoambiental. Disseminação do Projeto de inovação em

curso - "iTarg3T", com o apoio da E.I.T. Reginal Innovation Scheme.

LOCALIZAÇÃO E HISTÓRIA

As crescentes emissões globais de carbono e as constantes situações de poluição nas

grandes cidades mundiais estão a despertar uma crescente consciencialização ecológica

da sociedade. De acordo com os mais recentes relatórios e conferências (Paris, 2015), o

caminho deve ser cada vez mais a aposta em tecnologias de baixo carbono. Uma dessas

tecnologias, e com grande impacto na política de tecnologias verdes, são os carros

híbridos e elétricos, sem esquecer o potencial dos grandes complexos de armazenamento

energético. Empurrados pela pegada ecológica, novas e inovadores tecnologias foram

desenvolvidas, quer nas tecnologias de armazenamento, quer na extração de lítio dos

minérios, levando à redução dos custos de extração, tratamento e produção de lítio, mais

concretamente nos depósitos de massas litiníferas como os pegmatitos. Os depósitos

europeus de lítio têm uma localização geográfica estratégica, muito próximos da indústria

automóvel e de produção de baterias. Na Península Ibérica existe uma das maiores

cinturas de depósitos de lítio da Europa, alguns dos quais com concessões mineiras ativas.

A Pegmatítica Soc. Mineira de Pegmatites, Lda., é uma empresa sediada em Mangualde

(distrito de Viseu), centro de Portugal. A empresa tem a concessão da mina a céu aberto,

C-57, em Gonçalo, a cerca de 20 km da Guarda e da Covilhã. Os produtos explorados são

feldspatos litiníferos extraídos de um pegmatito com lepidolite. Estas matérias-primas são

atualmente consumidas na indústria cerâmica existente quer em Portugal quer em

Espanha. Trata-se de uma pequena empresa criada em 1980 por um ramo familiar após

vários processos de herança e partilha, trabalhando sempre na mesma região. Os

documentos mais antigos da atividade são anteriores a 1932 e estão relacionados com o

fornecimento do feldspato tradicional para a porcelana fina.

EXPLORAÇÃO E TRATAMENTO

Os depósitos Ibéricos de lítio são essencialmente corpos pegmatíticos litiníferos,

encaixados quer em rochas metassedimentares, quer em granitos. Estes pegmatitos estão

espacialmente e/ou geneticamente associados a granitóides Variscos ao longo de uma

faixa de direção NNO-SSE nas zonas da Galiza-Trás-os-Montes e Centro-Ibérica

prolongando-se para a meseta castelhana (Figura 2.1). A intrusão destes corpos

pegmatíticos induziu na zona granítica encaixante fenómenos de metassomatismo, com

substituição da biotite e da moscovite por minerais de Li. A maioria das soleiras são sub-

horizontais com possanças inferiores a 3,5m (Figura 2.2). Além do quartzo, feldspatos e

moscovite, outras fases minerais de Li, Be, Nb, Ta, e Sn também ocorrem, permitindo

8

definir três tipos de soleiras pegmatíticas: filões litiníferos, ricos em lepidolite; filões

estaníferos e filões mistos (Figura 2.3).

Figura 2.1 - Campo pegmatítico de Gonçalo e principais ocorrências litiníferas da Península

Ibérica (Roda-Robles et al., 2016).

Figura 2.2 – Frente da mina com filão sub-horizontal na bancada superior

9

O AMBIENTE

Esta matéria-prima sempre teve, como cliente final, a indústria cerâmica, uma vez que

permite uma poupança significativa de energia e, consequentemente, alguns benefícios

ambientais.

A introdução de “pegmatito litinífero” não foi pacífica junto dos clientes consumidores

geralmente de “pasta cerâmica de pavimento”, mas já na época os consumos energéticos

começavam a ser uma preocupação para o preço final num mercado já muito competitivo

liderado por italianos, espanhóis e portugueses. Esta adição permitiu baixar

consideravelmente a temperatura de cozedura, bem como o alargamento do tempo de

moldagem, verificando-se também uma diminuição das peças rejeitadas o que se traduziu

em grandes poupanças essencialmente energéticas.

Como uma pequena mineração e com uma produção anual de feldspato/pegmatito

litinífero, a mina opera sazonalmente e em período diurno, na maioria das vezes com

serviços de outsourcing para o seu processo de extração e processamento, contribuindo

assim para a criação de emprego altamente especializado (com Mestrado, Doutoramento

e pós-doc), bem como para proporcionar a fixação de jovens quadros, da área e areas afins

na região. Além da atividade mineira propriamente dita, a empresa Pegmatítica Soc.

Mineira de Pegmatites, Lda. apoia na zona programas culturais, científicos e turísticos,

(sempre que solicitada) tendo para isso concorrido a vários Projetos europeus e nacionais

nos últimos anos.

Destacamos sobretudo projetos de investigação para a valorização do jazigo e dos seus

produtos e de novas praticas inovadoras de exploração mineira (MIREU, REMIX,

iTARG3T, LÍTIO, entre outros). A monitorização das águas, solos superficiais e do ar

(poeiras e ruído) (Figura 2.4 e 2.5), tem sido uma prioridade da empresa, que além da

obrigatoriedade legal, pretende a minimização dos riscos desta atividade extrativa. O

dimensionamento de bacias de retenção de águas superficiais, e a plantação dum

revestimento vegetativo são também algumas das ações levada a cabo nos anos mais

recentes.

Figura 2.3 – Aspeto do zonamento observado em alguns filões litiníferos, ricos em lepidolite

10

Figura 2.4 - Localização das amostragens de água (WS), solos (SS) e do ar (AQML) realizadas na

mina C-57 no âmbito do projeto LÍTIO (SAICT023720/2016).

Figura 2.5 – Aspetos ambientais - monitorização da qualidade do ar (a) e recolha de amostras de

solos(b); trabalhos de apoio à exploração (levantamentos topográficos – (c) e modelação do teor

de Li no filão com equipamento LIBS – (d)), no âmbito de projetos de investigação com

Instituições de Ensino Superior.

a b c d

11

VISITA TÉCNICA Nº 1

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

VISITA TÉCNICA Nº 2

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

12

Informações

Comissão Organizadora do Seminário Internacional (SIGAUBI2019)

DECA - Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura

Faculdade de Engenharia da Universidade da Beira Interior

Calçada Fonte do Lameiro

6200-358 Covilhã

Telefone: 275 329 992 | 275 329 726

Email: sgubi2019@gmail.com

Seminário Internacional – Visitas Técnicas

APOIOS

SIGAUBI2019