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CADERNO TEMTICO
Glaclia Quadros
CURITIBA 2009
SSEECCRREETTAARRIIAA DDEE EESSTTAADDOO DDAA EEDDUUCCAAOO UUNNIIVVEERRSSIIDDAADDEE FFEEDDEERRAALL DDOO PPAARRAANN
PPRROOGGRRAAMMAA DDEE DDEESSEENNVVOOLLVVIIMMEENNTTOO EEDDUUCCAACCIIOONNAALL
Que motivos levam o aluno (a) preso (a) a
interromper e/ou retornar aos seus estudos?
GLACLIA QUADROS
Que motivos levam o aluno (a) preso (a) a interromper e/ou retornar aos seus estudos?
Caderno Temtico apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, da Secretaria de Estado da Educao do Estado do Paran.
Orientadora: Prof. Dr. Sonia Maria Chaves Haracemiv.
CURITIBA 2009
INTRODUO
Ningum conhece verdadeiramente uma nao at que tenha estado em suas prises.
Nelson Mandela/1994 O educador cresce quando analisa seu desempenho profissional e a ao
que foi desenvolvida. Quando refletimos sobre a forma de ensino que atuamos
percebemos que a Educao de Jovens e Adultos/EJA est relacionada s
contradies sociais de nosso pas.
Sob este prisma, procuramos repensar nossa prtica pedaggica
desenvolvida no interior das Unidades Penais do Sistema Penitencirio do Estado
do Paran, em unidades localizadas na cidade de Curitiba e regio metropolitana.
Atuamos no Centro Estadual de Educao Bsica para Jovens e Adultos Dr. Mrio
Faraco, instituio responsvel pela educao formal oferecida aos alunos-internos,
privados de liberdade. Pelo Programa de Desenvolvimento Educacional/PDE,
propiciado pelo Governo do Estado, elaboramos um projeto de interveno na
referida escola, denominado As Memrias das Vivncias Escolares e as
Representaes de Escola do Aluno-Interno, Privado de Liberdade. Este Caderno
Temtico parte integrante deste projeto.
O projeto foi desenvolvido considerando que o aluno interno (re) descobre
a escola dentro do Sistema Penitencirio e se encanta com ela. Encanta-se tambm
com as habilidades e possibilidades que descobre em si mesmo. Nossa
investigao, ao final do curso PDE, ter como um de seus objetivos desvelar: as
experincias anteriores, vivenciadas na escola, influenciaram sua condio
atual de aluno-interno, preso?
Este Caderno Temtico, destinado s discusses pedaggicas entre
docentes que atuam no interior dos crceres, busca novos olhares sob a nossa
prtica pedaggica, a partir das vozes dos alunos do Primeiro Segmento do Ensino
Fundamental (no qual atuamos como docentes), em relatos coletados pelos colegas
professores. Procurar compreender como o processo de estudo dentro do espao
prisional o desafio deste trabalho, muito mais provocador reflexo que
orientador.
Glaclia Quadros
IDENTIFICAO DOS MOTIVOS DE INTERRUPO E RETORNO
Para poder relatar seus sofrimentos, uma pessoa precisa antes de mais nada encontrar uma escuta.
Pollak (1989, p. 4).
Desde que ingressei no ensino pblico, h mais de duas dcadas, sempre
inquietei-me com muitas coisas e procurei respostas em inmeras fontes, nos vrios
nveis que compem a estrutura do Sistema Pblico de Ensino e em muitos
pensadores.
Nesta caminhada, todas as vezes em que ouvia a expresso educao
de qualidade, ela estava sendo usada para completar o pensamento de algum a
respeito de determinado assunto: um pedao da complexa teia do sistema de
ensino estadual. Percebi, ao longo dos anos, que aquilo que se impunha era uma
viso fragmentada da educao, como se nveis, etapas e modalidades da
educao no fossem momentos de um processo, cada qual com um objetivo
particular, mas dentro de uma unidade geral.
As questes que envolvem os motivos de interrupo e de retorno aos
bancos escolares dos alunos-internos, privados de liberdade, desnudam o retrato da
educao brasileira em aspectos bem mais profundos do que ousamos encarar.
Tomar como ponto de anlise a situao pedaggica a partir do Sistema
Penitencirio analisar o ponto de estrangulamento e acomodao do trabalho
pedaggico escolar.
Infelizmente, nosso pas conta com ndices alarmantes no atendimento
educacional. As altas taxas de repetncia e evaso no ensino fundamental deixam o
pas atrs do Paraguai no relatrio divulgado pela Unesco. De acordo com o IPEA, a
taxa de desemprego entre jovens de 15 a 24 anos 3,5 vezes maior que a dos
adultos.
No quesito analfabetismo o Brasil conta com ndice pior do que a mdia
latino-americana. Utilizando as palavras da Dra. Jussara Pugliesi Santos(UFPR),
pronunciadas no Curso de Atualizao para Profissionais da Educao do Sistema
Penitencirio (2008), os filhos pedaggicos (Sistema Penitencirio) so frutos dessa
excluso, dessa escola que esvaziou o contedo e que resultou que este cidado se
encontre atrs das grades.
Para os filhos que deram certo (ns que estamos do lado de fora das
grades) as narrativas dos alunos indicam muitos motivos para seu abandono dos
bancos escolares sobre os quais, pensamos, todo o sistema de ensino deveria se
debruar. No questionamos aqui se os relatos dos filhos que no deram certo, os
encarcerados, que esto sob o olhar de um retrovisor, alterado para mais ou para
menos. Acreditamos que a narrativa coletada nos exprime uma angstia profunda e
nos imprime uma necessidade de compreend-la, e, a partir dela, repensarmos
nossa prtica, e, qui, alterar esta realidade com um trabalho mais consciente e
respeitoso. Pois, quando vivemos a autenticidade exigida pela prtica de ensinar-
aprender participamos de uma experincia total, diretiva, poltica, ideolgica,
gnosiolgica, pedaggica, esttica e tica, em que a boniteza deve achar-se de
mos dadas com a decncia e com a seriedade. (FREIRE, 1996, P. 24) No
importa se acreditamos
que a narrativa de vida exprime fielmente a realidade da vida. O que no impede que as pessoas sejam bastante sinceras e que a narrativa de vida seja uma mina de informaes precisas e valiosas. O que no a remete, to pouco, para o domnio da iluso. Pelo contrrio, ela um momento crucial no processo de construo da realidade, o da passagem pela grelha de percepo identitria. (KAUFMANN/2004 p. 133.).
Conhecer o contexto onde desempenhamos nossas funes constitui o
ponto de partida para que a prpria comunidade escolar identifique e supere os
problemas e entraves que a impedem de cumprir o seu verdadeiro papel de ensinar,
de levar seus educandos a adquirirem o bem maior: o conhecimento.
A escuta aos interesses que trazem, nem sempre ocultados, inclui descobrir o valor que atribuem aos temas: tica, direitos humanos, drogas, sexualidade e cidadania na educao no crcere, temas de muitas interdies prticas na vida de apenados, ou constituintes de burlas continuadamente praticadas no claro-escuro das cadeias. E apreender esses temas implica aprender com eles os sentidos e as significaes que construram na pele esfolada da privao de liberdade. (PAIVA, 2008 Salto para o Futuro)
Na busca de aprender com eles os sentidos e as significaes (PAIVA,
2008 Salto para o Futuro) da escola, do peso do estudo ou a falta deste na vida de
uma pessoa, da responsabilidade da escola no ato de ensinar e a importncia da
participao dos pais neste processo que procuramos, nas vozes dos
encarcerados, algumas pistas que nos permitissem esse vislumbre.
A VOZ DA RESPONSABILIDADE DOS PAIS E DA ESCOLA Os motivos os quais parei de estudar quando era criana, por falta de
administrao dos pais. Eu toda vida sempre gostei de estudar, sempre tinha notas boas, fazia sempre o mais correto possvel.
Mas quando eu tinha 11 anos eu estava bem no embalo, gostava dos amigos, da professora, porque era muito estudioso. Portanto, quando parei de estudar a professora at mandou chamar meu pai, mas ele no foi.
Aluno da Colnia Penal Agrcola - 38 anos A palavra violncia est to arraigada em nossa vida cotidiana que no
nos atentamos para seu verdadeiro significado e as inmeras situaes em que
pode ser aplicada. Por exemplo: mata-se apenas quando se d um tiro? E quando
abandonamos, no estamos matando a esperana de viver? No estamos
violentando a esperana, a f em uma vida digna?
PARA SABER MAIS
A violncia tem como fundamento a coisificao do humano, marcada pela discriminao, humilhao e passividade. Tendo sua origem no latim violentia, a palavra violncia tem seu significado associado violao, dilacerao, despedaamento, agresso, desordem, alm de aludir a uma quebra, ruptura de um tabu, ultrapassagem de um limite, transgresso de uma proibio, indo at a idia de abuso de um corpo, falta de respeito, etc (ALBORNOZ, 2000, p.13).
Ora, sabido de todo o Sistema de Ensino que a srie em que mais se
enfrenta problemas na 5. srie. nesta fase, entre 10 a 12 anos, que as crianas
vivem sua maior aventura: sair da infncia para adentrarem na adolescncia e
posteriormente na vida adulta. a fase das contradies. Os autores Aberastury e
Knobel nos relacionam pelo menos trs fenmenos fundamentais, relacionados ao
processo de desenvolvimento da personalidade dos adolescentes:
1. Do ponto de vista biolgico: aumento da atividade hormonal, amadurecimento sexual e reprodutor, processo conhecido como puberdade. 2. Do ponto de vista social: despedida da infncia e entrada no mundo adulto. Com a assuno de papis adultos e a autonomia em relao aos pais.
3. Do ponto de vista psicolgico: estruturao de uma identidade definitiva para a subjetividade. Pois, acontece a substituio do vnculo simbitico com os pais por relaes objetais que possam proporcionar a autonomia plena.
Nesta fase, os interesses e o corpo modificam-se, e ainda sem saber
como lidar com as novas situaes e os desequilbrios provocados por essas
mudanas, as crianas/adolescentes vivem seus lutos simblicos: luto pelo corpo
infantil que vai dando lugar, desengonadamente, ao novo corpo de adulto; luto pela
identidade e pelo papel - no mais uma criana e tambm ainda no um adulto,
e no sabem como lidar com as situaes que se lhes apresentam e lhes so
exigidas; luto pelos pais da infncia que j no so mais seus dolos. Neste perodo
os amigos so fundamentais para o seu curso na vida. Se suas escolhas forem
adequadas, coordenadas pelos adultos que so responsveis por ele, contarem com
acompanhamento adequado e o acolhimento da escola for efetivo, certamente este
adolescente ter boas oportunidades e chances de crescer e adquirir sua
maturidade sem grandes traumas. No entanto, a voz que nos chama a ateno para
estas questes no contou com esta sorte. Tanto seus pais quanto a escola foram-
lhe omissos no crucial momento da vida. A encruzilhada apontava-lhe duas setas:
uma para as oportunidades consideradas boas e normais e a outra para a
ingenuidade que lhe ceifou no s a adolescncia mas o abandono trouxe com ele
inmeros prejuzos que, hoje sabemos, no podem ser plenamente reparados. As
marcas seguiro com ele at o fim de seus dias. E a escola, ainda lembra dele?
Tomou conhecimento de sua ausncia ou foi apenas mais um que no tem jeito?
A VOZ DA FALTA DE LIMITES O motivo que me levou a interromper os meus estudos foi simples. Em
primeiro lugar eu nem cheguei a conhecer meu pai ... quando criana eu fazia tudo o que queria, foi a que resolvi a no ir mais para a escola, no sabia a importncia que o estudo.
Aluno da Colnia Penal Agrcola - 22 anos) Em setembro de 2007 a SIS (Sntese dos Indicadores Sociais), divulgava
pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica), que o nmero de mulheres
consideradas "chefes" de famlia no Brasil teve um aumento de 8,2 milhes em dez
anos (de 1996 a 2006). Em 1996, o nmero de mulheres indicadas como a pessoa
de referncia da famlia era de 10,3 milhes. Em 2006 o nmero subiu para 18,5
milhes. Em termos relativos, esse aumento corresponde a uma variao de 79%.
Os dados so relativos a um universo de 57,463 milhes de famlias brasileiras em
2006.
O termo "chefe de famlia" agrupa mulheres com diferentes histrias de
vida: h aquelas que assumiram o lar aps a viuvez, que passaram a chefiar suas
famlias depois da separao; as abandonadas por maridos ou namorados; e ainda
aquelas que optaram por viver apenas com filhos, entre outras.
(http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=848980).
O IBGE revelou que cerca de 31% das famlias chefiadas por mulheres no
Brasil viviam, em 2006, com rendimento mensal de at meio salrio mnimo per
capita, ou seja, R$ 175,00. Naquela oportunidade, aquele rgo, j alertava para o
aumento de mes adolescentes no pas. Segundo a pesquisa, o percentual de
jovens de 15 a 17 anos com filhos aumentou de 6,9% em 1996 para 7,6% em 2006.
Os dados do IBGE revelam tambm uma maior quantidade de filhos nas
famlias mais pobres. J a reduo da taxa de fecundidade ocorreu, principalmente,
entre as mulheres nas famlias com melhores condies de vida.
indiscutvel a dificuldade para criar filhos e trabalhar ao mesmo tempo
com o agravante de faz-lo sem o apoio de um companheiro. Porm, este cenrio,
como demonstra os dados divulgados, est cada vez mais corriqueiro. Para as
mes, sobram-lhes responsabilidades e faltam-lhes tempo, conhecimento e recursos
para educarem seus filhos. Aos filhos, falta-lhes a figura paterna, que quando est
http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=848980
presente no significa que desempenha sua funo de mostrar o mundo ao filho e
acompanh-lo em seu crescimento. Esses indicativos vo-se somando s rebeldias,
s brigas e indo para as ruas - l as tentaes so inmeras e em dado momento,
certamente, a polcia vai entrar em ao.
Na escola, percebe-se claramente, que para o papel de educador esto
sendo imputadas mais responsabilidades. E a pergunta inevitvel a essa voz de
limites: como contribuir com o estabelecimento dos limites para a criana?
Preparando-a para entender que no pode fazer o que quiser na hora que quiser.
necessrio discutir com ela sobre as razes dos limites que tem que respeitar.
(PARRAT-DAYAN, 2008, p. 79). Embora o rejeito seja simples, na prtica, doses
cavalares de pacincia e bom senso so necessrias para os casos considerados de
indisciplina que proliferam a cada dia. Pois, no fundo, o essencial nas relaes entre
educador e educando, entre autoridade e liberdades, entre pais, mes, filhos e filhas
a reinveno do ser humano no aprendizado de sua autonomia. (FREIRE, 1996,
p. 94).
A VOZES DA EXPULSO
Eu fui expulso da escola porque eu faltava muito, mais eu sempre
respeitei as professoras que me ensinavam... Aluno da Colnia Penal Agrcola 21 anos
... continuei a estudar na 4. Srie, antes de terminar eu tive uma briga com um menino e fui expulso da escola, ento no mais estudei. Logo comecei a me envolver com uns amigos que conheci. Eles fumavam e tambm roubavam...
Aluno do Centro de Deteno e Ressocializao de Piraquara
Quando ocorrem casos de expulso de alunos, ser que a omisso foi responsvel pelas implicaes dos problemas de convivncia no interior das
escolas? Todos os rgos que atuam no interior dos espaos escolares tomaram
conhecimento das situaes que envolviam estas vozes? Quais foram as medidas
tomadas pelas vrias instncias e profissionais que nela atuam: professores,
pedagogos, diretores, conselhos escolares...? Qual a relao das escolas com a
comunidade escolar? Os pais, atenderam aos chamados das escolas?
PARA REFLETIR
A (IN) DISCIPLINA NA ESCOLA
Segundo Ferreira (1986, p.595) o termo indisciplina pode ser
definido como procedimento, ato ou dito contrrio disciplina; desobedincia; desordem; rebelio. Assim, indisciplinado o indivduo que se insurge contra a disciplina. As definies em foco efetuam uma relao entre disciplina e obedincia das normas, das regras sociais. A indisciplina manifesta por um indivduo ou um grupo, compreendida, normalmente, como um comportamento inadequado, um sinal de rebeldia, intransigncia, desacato, traduzida na falta de educao ou de respeito pelas autoridades, na baguna ou agitao motora". Nessa viso, as regras so essenciais ao ajustamento, controle de cada aluno e da classe como um todo. (...)
Um dos fatores que so elencados (LA TAILLE, 1996; AQUINO,
1996; REGO, 1996; ARAJO, 1996) como possveis causadores de manifestaes de indisciplina no contexto escolar a perda de autoridade do professor, tanto no que se refere ao conhecimento, quanto postura em sala de aula.
Outro aspecto capaz de influenciar significativamente o processo
educativo desenvolvido na instituio escolar, diz respeito viso dos diferentes componentes da comunidade escolar (professores, tcnicos, gestores, pais e alunos, entre outros) sobre as causas da indisciplina.
a) indisciplina do aluno; b) indisciplina do professor; c) indisciplina da escola; d indisciplina da famlia; e) indisciplina ligada ao descumprimento das regras.
TREVISOL, Maria Teresa Ceron e LOPES, Anemari Luersen Vieira, 2008)
E voc, concorda com as colocaes das autoras?
Voc j presenciou alguma ocorrncia que tenha resultado em expulso de aluno(s) nas escolas em que trabalhou?
Quais foram os motivos que levaram a essa medida extrema?
Quais encaminhamentos foram dados?
Relate este fato para sua tutora no Blog do Grupo de Trabalho em
Rede/GTR no stio https://www.e-escola.pr.gov.br
A VOZES DA REPROVAO
... 1. a 4. srie onde eu reprovei duas vezes mas na terceira tentativa
eu passei e fui para outro colgio ... onde fiz 5.a 8.a srie. Reprovei duas vezes como eu j estava com 18 anos parei de vez com os estudos.
Aluno da Colnia Penal Agrcola - 25 anos.
Quando pequena eu passei 6 anos estudando, na 1., 2. e 3. eu at
que fui bem, mas chegou na quarta eu dei uma enroscada e fiquei estudando 3 anos na 4. e no passava nunca, isso fez com que eu me revoltasse e jogasse tudo para o alto e no pensei duas vezes antes e fui logo abandonando a escola.
Aluna da Penitenciria Feminina A legislao brasileira determina a responsabilidade da famlia e do
Estado no dever de orientar a criana em seu percurso scio-educacional. A Lei de
Diretrizes e Bases da Educao-LDB/1996, bastante clara a esse respeito:
Art. 2. A educao, dever da famlia e do Estado, inspirada nos princpios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exerccio da cidadania e sua qualificao para o trabalho.
No sistema educacional h registros significativos sobre a questo do
fracasso escolar no Brasil, nas dcadas de 1960 e 1970. FREITAG (1980, p. 61)
aponta que:
"Dos 1000 alunos iniciais de 1960, somente 56 conseguiram alcanar o primeiro ano universitrio em 1973. Isso significa taxas de evaso 44% no ano primrio, 22% no segundo, 17% no terceiro. A elas se associam taxas de reprovao que entre 1967 e 1971 oscilavam em torno de 63,5%.
Infelizmente, parece que ainda estamos longe de ter o quadro ideal
acerca desta questo. Recentemente LAHZ (in Revista Exame, 2000) afirmava que
de cada 100 crianas que iniciaram os estudos em 1997, s 66 chegaro oitava
srie. O PNAD/2007 aponta que 1,3 milhes de crianas e adolescentes com idade
entre 7 e 14 anos no sabem ler nem escrever.
Atualmente, o discurso da democratizao e da universalizao da escola
encontra respaldo nos nmeros oficiais que apontam que a oferta de ensino tem se
elevado substancialmente em todos os nveis de ensino. A letra da lei, cada vez
mais, aponta para mecanismos que favoream a permanncia do aluno na escola
(no Paran, um deles a Ficha de Comunicao do Aluno Ausente/FICA). No
faltam modelos pedaggicos e metodologias diferenciadas para acolher e saber lidar
com a diversidade cultural e social dos alunos que se encontram no interior das
escolas. Ento, porque ainda encontramos vozes que nos alertam sobre uma das
formas mais perversas de excluso escolar, a repetncia? Ser a falta de aptido
para o exerccio da profisso e de conhecimento da prpria profisso? Ser devido
ao acmulo de trabalho, aos baixos salrios, a instabilidade e a rotatividade? Ou
ser falta de convico naquilo que se faz? Quais os responsveis pelas vozes que
sofrem as conseqncias com as repetidas reprovaes? Que responsabilidade da
escola e que responsabilidade cabe aos pais no desempenho deficiente do aluno na
escola? O que pensa a escola, a famlia e a criana a respeito da reprovao e da
evaso escolar? Qual a real estrutura dos Conselhos Tutelares?
Um estudo da Secretaria Nacional de Direitos Humanos informou que o
custo para manter uma criana ou adolescente infrator internado chega, em alguns Estados, at a R$ 7.000 mensais. O gasto mdio no pas, de acordo com o estudo, de R$ 4.000, aproximadamente quatro vezes o valor de uma mensalidade nas melhores escolas de ensino mdio do Brasil. Dinheiro que, muitas vezes, jogado fora. A taxa de reincidncia alta e, pior, frequentemente a internao serve de estgio de aperfeioamento "profissional" no crime.
(...) Dois dias depois da divulgao do estudo da Secretaria Nacional de Direitos
Humanos, divulgou-se, com mais preciso, o tamanho do problema. Um documento do Unicef informou que, dos 21 milhes de jovens brasileiros de 12 a 17 anos, 8 milhes (38%) vivem em reas de risco.
Eis a matemtica do terror infanto-juvenil: 1,3 milhes de jovens, entre
aqueles 8 milhes, so analfabetos ou semi-analfabetos; 3 milhes deles no esto na escola; 2 milhes, que esto na faixa etria de 10 a 14 anos, estudam e trabalham; 3,2 milhes, com idades entre 15 e 17 anos, somente trabalham. A esto os candidatos a viver na fronteira da irreversibilidade.
(DIMENSTEIN, http://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/gilberto/gd161202.htm , acessado em
16/02/09)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/gilberto/gd161202.htm
A VOZ DO VCIO
Quantas vezes ns precisvamos correr pro meio do mato. A me e os
filhos dormiam no meio da enxurrada. Eu com 5 anos de idade, ele (o pai) me obrigava a beber pinga com ele. Se eu no bebesse, eu apanhava e todos os outros. Comeava pela minha me e terminava no filho menorzinho, mas assim mesmo, sem a aprovao de meu pai eu ia pra escola escondido. Eu trabalhava na roa e quando dava 11:30 o fiscal vinha e dizia:
- Filha, j hora de ir para a escola. Vai, o seu pai est entretido no trabalho. Vai
com Deus. Eu saa correndo, chegava em casa, l tinha uma sacolinha destas de arroz com meu caderno, um lpis e uma borracha. Eu s dizia bena me, estou indo. Ela dizia Minha filha, vai com Deus e se cuide. Eu sabia que na hora que eu chegasse da aula tarde, eu iria apanhar e todos os dias era assim.
Aluna da Penitenciria Feminina
O significado da violncia e suas inmeras formas so novamente
identificados nesta voz que relata o emprego da fora fsica, moral, cerceamento de
direitos, apatia, submisso, insegurana, maus tratos em oposio esperana e
aos sonhos. A famlia revelada por pesquisas como a principal responsvel pela
violncia mental, e, sobretudo, fsica, contra crianas e adolescentes. (MACHADO
OAB, 2006 p. 19). O Centro de Combate Violncia Infantil - CECOVI aponta que
70% das agresses so de pais biolgicos: me agride mais, pai causa leses mais
graves. Infelizmente os nmeros da violncia so extremamente agressivos:
De hora em hora morre uma criana queimada, torturada ou espancada pelos
prprios pais (UNICEF) Por minuto, so 12 crianas menores de 14 anos vitimadas no Brasil (SOC.
INT. PREV. ABUS. NEG. INFANTIL) Para cada caso de abuso sexual notificado h vinte que no o so. (MULLER,
1990)
Embora o Estatuto da Criana e do Adolescente - ECA j tenha atingido a
sua maioridade (1980), os jornais, todos os dias, destacam casos de violncia contra
crianas e adolescentes; evidenciam que, embora exista o aparato estatal para
administrar estas situaes, a estrutura de funcionamento destinada a eles,
juntamente com o deficiente preparo profissional dos que nela atuam, as
desigualdades sociais, o elevado nmero de brasileiros sem estudo e sem trabalho,
o aumento desenfreado do trfico e o uso abusivo de lcool acabam por compor o
triste quadro de violncia que presenciamos todos os dias.
Podemos afirmar que alguns dos maiores concorrentes da escola, na
atualidade, certamente so os entorpecentes e o lcool. Junto com eles a
drogadio e o trfico nas portas das escolas ou nelas infiltrados. Em ambos os
casos os resultados sero desatrosos.
No ano de 2007, desenvolvemos uma pesquisa de opinio junto aos
alunos do 1 Segmento do Ensino Fundamental, na Penitenciria Central do
Estado/PCE, com o intuito de traarmos um perfil da turma na qual lecionvamos.
Foram entrevistados 20 alunos. Todos confirmaram que foram apresentados droga
em algum momento de suas vidas e esta acabou sendo uma das grandes
responsveis por sua condio atual de aluno-preso.
Diante desta realidade, no Paran, ainda persiste a discusso se os
jovens de 14 a 18 anos devem estudar no Ensino Regular ou na Educao de
Jovens e Adultos. Enquanto os legisladores discutem com os dirigentes do Sistema
de Ensino, os jornais publicam, juntamente, o aumento da criminalidade nesta faixa
etria, com expressivo nmero de jovens fora dos bancos escolares. Segundo a
Pesquisa Nacional por Amostragem em Domiclio (PNAD) de 2006, do IBGE, no
Paran, 19% dos 1,8 milhes de jovens nessa faixa etria no estudam nem
trabalham. Entre jovens de 15 a 24 anos a violncia cresceu 31,3% - mais do que na
populao adulta. S em 2006 foram mais de 17 mil mortes.
Quais as reais causas da violncia entre jovens?
Haver algum vnculo entre o aumento da criminalidade nas faixas
etrias dos 15 a 24 anos com o esvaziamento do ensino noturno e
a elevao da idade para ingresso na EJA/PR?
A VOZ DO ACOLHIMENTO
Escola: no consegui parar nela, a vida na rua era dura. Quem sabe
se tivesse recebido conselho, teria sido diferente minha vida.
Aluno da Penitenciria Estadual de Piraquara/PEP, 27 anos
A relao entre os seres humanos fundamentalmente marcada pelo
dilogo que conseguem estabelecer entre si no intuito de superar as distncias
psicolgicas que os separam. As distncias, por sua vez, so estabelecidas pelo que
cada um est vivenciando em determinado momento. Porm, em se tratando da
relao entre adultos e crianas, pressupe-se que o primeiro tenha certa
maturidade e conhecimento para percorrer o caminho que leva o segundo a se
afastar e traz-lo de volta. Na educao, as relaes no podem ser deixadas ao
acaso. A educao uma tarefa social total, em duplo sentido: a) de que nada est
isento dela; b) de que permanente ao longo de toda a vida do indivduo.(PINTO,
1987 p. 69).
Sob o olhar endgeno tudo o que ocorre dentro da escola, dentro da sala
de aula, com cada aluno, com os fatos que o cercam, so importantes. A atuao de
cada profissional do sistema de ensino vai ser determinante para aqueles com os
quais trabalha: os alunos. O que passa despercebida ou lhe atribudo menor
importncia, pode vir a gerar srias conseqncias como a desta voz que no foi
percebida.
Sob o olhar exgeno constatamos que h muitas situaes que
extrapolam a atuao da escola, que lidam com suas conseqncias: a drogadio,
o lcool, o fumo, as gangues, a dissoluo de famlias, o desemprego, distrbios de
comportamento, a crise de valores que vivenciamos atualmente, entre outros.
Temos que tomar cuidado com esta delicada questo para no
incorrermos no erro de pensarmos que a escola a redentora de tudo ou ainda pior,
a culpada por todas as mazelas da sociedade. Ao escolhermos a profisso de
ensinar, o nosso intuito era a magia de trabalhar com a apreenso do conhecimento,
desempenhando a funo de mediadores deste processo.
O caminho que o professor escolheu para aprender foi ensinar. No ato do ensino ele se defronta com as verdadeiras dificuldades, obstculos reais, concretos, que precisa superar. Nessa situao ele aprende. (PINTO, 1987, p. 21)
Porm, para aprendermos, como sugere o autor, preciso que estejamos
atentos e dispostos a intervir. E, para intervir, temos que conhecer os
encaminhamentos legais, a estrutura que o Estado disponibiliza, nosso campo de
atuao e quais outros rgos e instituies podem caminhar conosco para que
outras vozes como esta sejam devidamente orientadas e atendidas. Ao nos
defrontar com as verdadeiras dificuldades, obstculos reais, concretos (Idem,
1987), perguntamos: Quem deveria orientar esta criana? Quem o responsvel
para dar o conselho? No havia pertencimento de famlia para esta criana? Que
vnculos foram desenvolvidos por esta famlia que a deixou ficar nas ruas? A
omisso parte da convivncia diria ou o respeito por este ser em formao e
tambm de nossa responsabilidade, enquanto educadores, considerado
prioritrio?
Diante das vozes coletadas no interior das Unidades Penais do Sistema
Penitencirio do Estado do Paran, no h como negar que se no acolhermos, de
fato, as crianas que chegam escola, com afeto, com dedicao, com respeito,
com pacincia, com profissionalismo, possivelmente, muitas delas podero vir a ser
adultos em privao de liberdade matriculados nas escolas do crcere.
Reportagem Publicada em: 15/08/2003
Curitiba tem cerca de 80 gangues com 2.500
membros entre 12 e 25 anos
Vania Mara Welte
Sem emitir um grito sequer, definha cada vez mais a existncia da
infncia brasileira. O filhote do bicho homem se torna "adulto", sem limites, cada vez mais cedo, diminuindo os anos destinados prpria infncia, ao ser criana. O alerta pode ser observado nos dados divulgados pela Organizao das Naes Unidas para a Educao, Cincia e Cultura (Unesco) sobre a pesquisa que avalia as aes dos jovens, sobretudo em relao Aids e ao uso de drogas ilcitas. O resultado mostra que se o menino ou menina tem cerca de 15 anos de idade, provavelmente, j transou, experimentou bebida alcolica, cigarro e, pelo menos, alguma droga ilcita. Esse o retrato da nova gerao que se divide em grupos, tribos, "galeras" ou gangues, a maioria violenta. Em Curitiba, divididas por reas, j h cerca de 80 gangues e somam 2.500 jovens com idades que variam de 12 a 25 anos. At o final de junho deste ano, na capital paranaense, policiais militares j prenderam e detiveram 4.542 adolescentes e jovens, de 12 a 18 anos de idade.
http://www.coav.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=169
&tpl=printerview&sid=105
Caro (a) Professor (a),
Quando nos debruamos sobre este tema sabamos que seria uma tarefa difcil,
porm compensadora. No entanto, no tnhamos idia de quo instigante ela acabou se
tornando. De quo profundas so as denncias das vozes que acabamos coletando.
Como dissemos no incio, essa uma parte do trabalho de pesquisa do Programa
de Desenvolvimento Educacional PDE, que desenvolvemos e que est longe do ideal e do
fim. Penso tambm que estamos distantes de responder pergunta ttulo deste estudo: Que
motivos levam o aluno (a) / preso (a) a interromper e/ou retornar aos seus estudos?
Pensando que educao um processo em construo realizado a muitas mos,
propomos a todos que se dedicarem a estas reflexes, que compartilhem conosco suas
concluses ou sugestes.
No Grupo de Trabalho em Rede/GTR, na Unidade 4 e 5, dedicar-nos-emos
anlise, reflexo e testagem desse material. Ser a partir de suas vozes que este Caderno
Temtico ser complementado, incorporando suas leituras, diagnsticos, sugestes e
crticas.
Desde agora agradeo, profundamente, sua colaborao e sua participao neste
construir a Educao de forma cada vez mais consciente dos benefcios que retornaro a
todos ns: - alunos, professores e sociedade.
Glaclia Quadros
REFERNCIAS
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Caderno Temtico apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, da Secretaria de Estado da Educao do Estado do Paran.Orientadora: Prof. Dr. Sonia Maria Chaves Haracemiv. IDENTIFICAO DOS MOTIVOS DE INTERRUPO E RETORNOREFERNCIAS