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Saúde Mental
em Dados:
Prevenção do uso de álcool e outras
drogas em escolas e comunidades
(2013-2015)
Ministério da Saúde Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Ações Programáticas Estratégicas Coordenação Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas
Dezembro de 2015 – documento complementar à publicação “Saúde Mental em Dados 12”
Sumário
Uma prosa 3 Famílias Fortes: porque fica mais suave 18
Os elos entre os pequeninos: porque eles se sentem espertos 7 Evidências de Pesquisa 19
Evidências Pesquisas 8 Alcance 2013 - 2014
20
Alcance 2013 - 2014 9 Alcance 2015 21
Alcance 2015 10 Conexão 23
Todos juntos: porque quando a gente aprende ou tenta aprender a gente muda
12
Evidência Pesquisas 14
Alcance 2013 - 2014 15
Indicador de Cobertura por Ano 16
3
Uma Prosa
Figura 1: Capas dos materiais didáticos das metodologias preventivas ao uso de álcool e outras drogas dos Programas de Prevenção
Há trajetórias brasileiras da prevenção ao uso problemático de álcool e outras
drogas em escolas e comunidades, desde iniciativas locais, do envolvimento de
instituições de pesquisa, de diversos setores e de políticas públicas. Mas há, também,
uma necessidade emergente de criar conexões entre essas ações de modo a torná-las
mais potentes quanto a suas capacidades de produção de mudança.
Estamos aqui falando de estratégias que ampliem as chances de crianças e de
jovens não só terem a possibilidade de escrever seus projetos de vida e de sociedade,
mas que tenham assegurados um conjunto de fatores que os protejam para que esses
projetos sejam inscritos em suas biografias.
O uso problemático de álcool e outras drogas está inserido em contextos
amplos de influências individuais, culturais, ambientais e sociais e por isso a resposta
ao mesmo não pode ser dada isoladamente por instituições ou campos de saberes.
Ela exige de todos nós, onde quer que seja nosso lugar de contribuição com a
sociedade, uma abertura para ouvir, ver e sentir as realidades, uns aos outros, e os
saberes já construídos.
A prevenção nos convoca à criação de novas linguagens sobre o uso de
drogas, de novos consensos. Deve ser entendida como uma estratégia que, porque
contribui com a proteção de trajetórias de vida, é também uma ferramenta de
mudança do mundo.
4
A construção de consensos predispõe cooperação. E para cooperar é precisa alinhar,
tecer um acordo ético de seguirmos com ações que mudem o mundo e rejeitarmos aquelas que
mantém padrões de isolamento, sejam eles individuais ou sociais. A equidade, princípio tão
precioso para a construção de uma saúde para todos, precisa ser entendida como um princípio
da prevenção. É por isso que os discursos e ações de guerra às drogas, de amedrontamento, de
punição, de culpabilização, de informação desassociada de um processo crítico, devem todas
ser rejeitadas.
Deixemos de lado o que não funciona. Quando se fala que as drogas matam, que
“quem usa é viciado”, criamos condições de isolamento entre pares. Reforçamos uma cultura
em que o adulto – seja ele pai, professor ou profissional de saúde – sabe mais do que a criança
e o jovem. Em que esse saber deve ser imposto, e em que tudo o que coloca esse saber em
questão é marginalizado. Isolados uns dos outros, mantemos um suposto controle que é, na
prática, o estabelecimento de vínculos sem o exercício dos afetos.
A prevenção que muda o mundo é aquela que acontece na coordenação entre crianças,
jovens e adultos, e em que nessa coordenação cada uma das partes aceita o outro como
legítimo outro, para exercício do conviver. Somente quando somos acolhidos como quem
somos é que é possível criar um estado emocional, de afetos, capaz de produzir acordos.
Esse estado emocional de aceitação é o fio que tece a rede do consenso. Não se trata
aqui de transmitir um saber, mesmo que esse esteja vestido de jogos e interações. É preciso
estabelecer nas salas de aula, nas casas, nos consultórios, nas praças, um estado de aceitação,
de amor, que produza convívios sociais capazes de proteger projetos de vida.
Uma Prosa
5
Se cada um parar para pensar no que é inesquecível em sua vida irá encontrar alguém. Não
um lugar ou um objeto, mas sim uma vivência de aceitação. Um professor que acreditou na sua
capacidade de superação, um médico que pôde ouvir seu incômodo, um líder religioso que leu seu
coração, uma marca de emoção.
Há regras na nossa sociedade, nas nossas instituições. E essas regras devem servir para
produção de convivência e não segregação. Se nossas regras estão reafirmando ou produzindo
desigualdades, podemos questionar a regra ou o modo como as temos colocado em prática.
Não é adequado que uma criança ou jovem faça um uso problemático de drogas. Não é
adequado que a experimentação se dê nessa faixa etária. É proibido o consumo de substância
lícitas a menores de 18 anos. Essas são as regras, e os avanços das ciências e dos saberes
confirmam que essas regras são corretas. Mas confirmam também que há modos de se produzir a
adesão à regra que são mais eficazes.
A prevenção que é realizada por meio de abordagens lúdicas e interativas permite que
surjam emoções de aceitação do outro, e o adulto tem um papel essencial de introduzir e mediar
regras que sustentem e preservem esse ambiente lúdico de aceitação. As regras servem para evitar
que as relações caminhem para estados de competição, rejeição e isolamento de indivíduos.
Estados que seriam, na verdade, de negação do outro. Quando se opta por uma ação de “diga não
às drogas” o que se está abrindo mão é de dizer sim para as diversidades, para o diálogo e, enfim,
para a aceitação do outro.
Uma Prosa
6
A promoção de habilidades de vida, que permite aprender sobre a lidar com as emoções,
sobre a comunicação eficaz e não violenta, sobre autoconhecimento e auto controle, pensamento
crítico e criativo, tomadas de decisão, é um paradigma que deve ser incorporado nas práticas de
prevenção. Toda ação de prevenção deve ser tomada como uma prática educativa, seja ela no
contexto da saúde, da assistência social e da própria educação. É educativa porque serve ao
empoderamento dos sujeitos para que realizem decisões que estão sob sua responsabilidade ao
mesmo tempo em que produz cooperações que melhoram a qualidade do conviver humano.
Vamos conversar. A conversa é um espaço relacional de excelência na ação educativa. A
Coordenação Geral de Saúde Mental, álcool e outras drogas do Ministério da Saúde do Brasil em
parceria com a Secretaria Nacional de Políticas sobre drogas do Ministério da Justiça e com o
Escritório das Nações Unidades sobre drogas e crimes (UNODC) começaram uma conversa. Esse
“papo” virou movimento, nas escolas e comunidades, e em 2015 atingimos as cinco regiões
brasileiras experimentando sotaques, sabores e gingados de uma ação educativa cuja finalidade é
produzir uma mudança no fazer da prevenção, para mudarmos trajetórias, que vão mudar o
mundo.
Roberto Tykanori Kinoshita
Coordenador Geral de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas
Uma Prosa
7
Os elos entre pequeninos: porque eles se sentem espertos
O Jogo Elos – Construindo Coletivos é um
programa escolar desenvolvido pela Coordenação
Geral de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas,
voltado para crianças entre 6 (seis) e 10 (dez) anos
que cursam do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental I.
Trata-se de uma estratégia de caráter lúdico que
auxilia o educador a mediar interações sociais em sala
de aula, do modo a contribuir para o
desenvolvimento de relações harmônicas e
cooperativas entre os educandos e educadores, bem
como para o desenvolvimento de determinadas
habilidades de vida, cognitivas e acadêmicas – sendo
elas: autoconhecimento, autocontrole, concentração,
autoconfiança, autonomia, tolerância, empatia,
assertividade e cooperação.
Os impactos observados nas inter-relações nas salas de aula
atendidas pelo programa mostram que crianças historicamente
conceituadas pela instituição escolar, pela família e por si próprias –
consequentemente – como incapazes de aprender ou de alcançar
sucessos acadêmicos passam a perceber-se diferentemente. Passam a
experimentar pequenas conquistas e reconhecimentos de seu êxito, a
serem reconhecidas e a sentirem-se seguras em relação a suas
potencialidades.
“Eu me sinto às vezes esperta, porque assim...
quando eu sei de alguma coisa e outra pessoa não
sabe eu posso ir lá e ajudar” (educanda, Jogo Elos,
2014).
8
Evidências de Pesquisa
A fim de sustentar decisões com base em evidências de
efetividade, a implementação da versão brasileira Jogo Elos, em
processo de adaptação cultural às características das escolas públicas
brasileiras, de seus alunos e professores, vem sendo avaliada por
equipes de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina e
Universidade Federal de São Paulo. As informações coletadas no
monitoramento de processos e resultados conduzido pela equipe de
Prevenção da Coordenação Geral de Saúde Mental, Álcool e outras
Drogas do Ministério da Saúde, por sua vez, denota percepções dos
educadores referentes a:
impactos na melhora da relação aluno-aluno
(82%) e professor-aluno (79%) a partir da
implementação do programa, bem como na
percepção positiva do educador sobre si próprio
(79%).
9
Dados 2013 - 2014
JOGO ELOS em números (2013)
Cidade Escolas Professores Educandos
São Paulo – SP 1 1 30
São Bernardo de Campo – SP 2 4 100
Florianópolis – SC 1 17 455
Tubarão – SC 2 13 239
TOTAL 6 35 824
JOGO ELOS em número (2014)
Cidade Escolas Professores Turmas Educandos
Curitiba – PR 1 12 11 324
Florianópolis – SC 3 16 21 329
Fortaleza- CE 2 6 2 43
João Pessoa-PB 2 6 4 96
São Bernardo do Campo – SP 3 12 11 304
São Paulo – SP 3 8 8 235
Taboão da Serra- SP 1 4 4 250
Tubarão – SC 6 14 16 294
TOTAL 21 78 77 1.875
Alcance Jogo Elos 2013:
Alcance Jogo Elos 2014:
A implementação do programa Jogo Elos –
Construindo Coletivos no Brasil teve início em setembro
de 2013, em sua primeira versão (que se configurou
como um Pré-piloto), ocasião em que receberam o Jogo
Elos em suas salas de aula os municípios de Florianópolis
e Tubarão, no estado de Santa Catarina, e de São Paulo
e São Bernardo do Campo, no estado de São Paulo. Em
2014, em uma versão já parcialmente adaptada ao
território nacional e às especificidades das escolas
brasileiras (versão Piloto) foi implementada em mais
quatro municípios: João Pessoa/PB, Fortaleza/CE,
Taboão da Serra/SP e Curitiba/PR.
10
Dados 2015
Alcance Jogo Elos 2015:
No ano de 2015, o programa foi implementado
nos mesmos municípios nas regiões Sul e Sudeste,
enquanto no Nordeste houve a entrada de nove novos
municípios do interior do Ceará (Crateús/CE, Juazeiro do
Norte/CE, Iguatu/CE, Quixeramobim/CE, Barbalha/CE,
Camocim/CE, Tianguá/CE, Aracati/CE e Caucaia/CE).
JOGO ELOS em números (2015)
Cidade Escolas Turmas Educandos
Florianópolis 2 9 225
Tubarão 5 11 198
São Paulo 7 13 383
São Bernardo do Campo 3 13 390
Taboão da Serra 4 13 426
Fortaleza 2 8 258
Iguatú 2 3 84
Crateús 2 3 101
Quixeramobim 2 3 74
Caucaia 2 4 108
Aracati 2 3 84
Camocim 2 3 84
Juazeiro do Norte 2 2 60
Barbalha 2 2 70
Tianguá 2 2 56
TOTAL 41 92 2601
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O encontro com os pequeninos: porque eles se sentem espertos
Partimos do entendimento de que o programa protege as crianças por incidência em fatores de risco que
aumentam sua vulnerabilidade para lidar com situações em fases posteriores de seu desenvolvimento e, paralelamente,
fomento ao desenvolvimento de habilidades de vida que as tornam melhor preparadas e fortalecidas.
12
Todos juntos: porque quando a gente aprende ou tenta aprender a gente muda
O #Tamojunto é a versão brasileira da estratégia Unplugged,
desenvolvida pelo European Drug Addiction Prevention Trial (EU-Dap)
e é direcionado a educandos de 13 e 14 anos, suas famílias, e
comunidade escolar.
O programa #Tamojunto irá influenciar as interações em sala
de aula pois convoca o professor a exercitar a escuta, diálogo e
demonstração de afeto com os educandos. Com jogos e atividades
lúdicas é feita a mediação para que se crie um ambiente seguro e de
cooperação, no qual se possa trabalhar a temática de manejo de
situações e emoções de maneira honesta, num clima de confiança.
O uso de drogas é abordado a partir das crenças que os
educandos têm sobre a temática, estimulando a pergunta e o
autoconhecimento. Espera-se que com esses exercícios o sujeito seja
capaz de fazer escolhas baseadas numa análise crítica, e que seja
capaz de exercitar a aceitação da diferença e a inclusão.
“Todo mundo está junto um com o outro.
O programa não está só ajudando nesses
negócios de drogas, mas também ajuda a
melhorar a convivência com as pessoas. Eu
mesma não falava muita coisa não. Mas
quando você vai conversando mais, aí você acha
que o colégio é a segunda casa da gente.”
(Educanda, #Tamojunto, 2014)
13
Todos juntos: porque quando a gente aprende ou tenta aprender a gente muda
Além do componente curricular que prevê a
realização de 12 aulas inseridas na rotina escolar, o
componente comunitário propõe 3 encontros para pais
e responsáveis pelos educandos, mediados pelos
profissionais de saúde e de educação. Esses encontros
têm como foco o fortalecimento de vínculos entre
familiares e desses com as políticas públicas de
proteção social (saúde e educação). Num clima de roda
e jogos são abordados modos de interação e estilos
parentais que podem ser mais protetores dos jovens.
“Participo da segunda oficina e gostei muito, aprendi
a escutar mais a minha filha, a prestar atenção, estar
aberta pra ela, para que ela exponha suas angústias, que
muitas vezes ela tem e eu não dava atenção.” (mãe de
educanda, #Tamojunto, 2014)
14
Evidências de Pesquisa
A Universidade Federal de São Paulo e a
Universidade Federal de Santa Catarina foram as
instituições parceiras na transformação da
implementação em dados de efetividade que podem
favorecer o mapeamento de necessidades de adaptação
cultural e de monitoramento do impacto no consumo de
drogas entre os educandos. Estudo quasi-experimental
(2013), demonstrou que os educandos que não
passaram pelo projeto aumentaram o uso de drogas
num porcentual maior do que os que participaram do
#Tamojunto. Em relação a binge drinking (tomar
mais que 5 doses numa ocasião) diminuiu entre
os participantes do #Tamojunto, em relação ao
grupo controle.
Em relação aos resultados do monitoramento de processo,
realizado como rotina da implementação do projeto no ano de
2014, concluiu-se que dos 289 professores que
participaram na implementação do programa em 2014,
somente 5 desistiram (1,7%); 65% dos professores
relatam que utilizaram algumas técnicas do programa
#Tamojunto em outras aulas; os professores relatam
que os educandos estão mais receptivos ao convívio
com ele para além do programa (82% dos relatos); e que
o programa contribui para ampliar positivamente a
percepção sobre si mesmos como educadores sempre
(53% dos relatos) e frequentemente (44% dos relatos).
15
Dados 2013 - 2014
#TAMOJUNTO em números (2013)
Cidade Escolas Professores turmas educandos
São Paulo – SP 3 9 23 837
São Bernardo de Campo – SP 1 4 17 547
Florianópolis – SC 4 23 20 777
TOTAL 8 36 60 2.161
#TAMOJUNTO em números (2014)
Cidade Escolas Professores
Profissi
onais
da
Saúde
Turmas Educandos
Curitiba – PR 12 22 27 55 1.954
Cruzeiro do Sul- AC 3 4 6 5 157
Distrito Federal 6 16 5 35 1.072
Florianópolis – SC 12 29 8 35 1.070
Fortaleza- CE 13 42 11 48 1.456
João Pessoa-PB 18 33 17 39 1.071
Rio Branco-AC 4 8 5 12 481
Rodrigues Alves – AC 1 2 2 2 65
São Bernardo de Campo – SP 12 25 12 47 1.360
São Paulo – SP 39 79 33 113 3.619
Taboão da Serra-SP 6 21 20 31 1.072
Tubarão – SC 4 8 6 10 212
TOTAL 130 289 152 432 13.589
Alcance #Tamojunto 2013:
Alcance #Tamojunto 2014:
A implementação do programa #Tamojunto,
em sua primeira versão em 2013 (que se
configurou como um Pré-piloto), foi realizada
em salas de aula dos municípios de
Florianópolis, no estado de Santa Catarina, e
de São Paulo e São Bernardo do Campo, no
estado de São Paulo. Em 2014, em uma versão
já adaptada ao território nacional e às
especificidades das escolas brasileiras (versão
Piloto) foi implementado em mais nove
municípios: João Pessoa/PB, Fortaleza/CE,
Taboão da Serra/SP, Curitiba/PR, Tubarão/SC,
Rodrigues Alves/AC, Rio Branco/AC, Cruzeiro
do Sul/AC, Distrito Federal.
16
Dados 2015
No ano de 2015, o programa foi implementado nos mesmos municípios
nas regiões Sul e Sudeste, enquanto no Nordeste houve a entrada de nove novos
municípios do interior do Ceará (Crateús/CE, Iguatu/CE, Quixeramobim/CE,
Barbalha/CE, Camocim/CE, Tianguá/CE, Aracati/CE, Sobral/CE e Caucaia/CE).
#TAMOJUNTO em números (2015)
MUNICÍPIOS nº de
escolas nº de
professores nº de
turmas nº de
educandos nº de profissionais de
saúde nº de multiplicadores
locais
SÃO PAULO - SP 63 142 212 7.527
239
62
SÃO BERNARDO DO
CAMPO - SP 13 17 46 1.554 2
TABOÃO DA SERRA - SP 5 26 22 896 8
FLORIANÓPOLIS -SC 17 38 39 1.164
35
12
TUBARÃO -SC 3 2 4 76 4
CURITIBA - PR 11 28 49 1.471 15 5
DISTRITO FEDERAL -DF 7 11 39 1.282 10 4
JOÃO PESSOA - PB 18 38 54 1.377 15 6 CEARÁ - ESTADO (9
MUNIC.) 16 19 28 928
35
9
FORTALEZA - CE 17 26 43 1.365 4
RIO BRANCO - AC 7 28 33 1.190
28
10
CRUZEIRO DO SUL - AC 7 12 15 418 8
RODRIGUES ALVES - AC 1 1 1 25 2
TOTAL 185 388 585 19.273 377 136
Alcance #Tamojunto 2015:
17
Todos juntos: porque quando a gente aprende ou tenta aprender a gente muda
O programa incide sobre produção de afetos e de aceitação das singularidades, no qual o professor muda
junto com os educandos, e essa mudança liberta uns aos outros de paradigmas que os mantinham no
isolamento.
18
Famílias fortes: porque fica mais suave
O “Famílias Fortes" é a versão brasileira da estratégia
Strengthening Families Programme, e é direcionado para famílias com
jovens de 10 a 14 anos. Indicamos que ele seja realizado em
equipamentos da rede de proteção social – sejam eles CAPS, UBS,
CRAS, entre outros – para que possam ter não só o efeito de
ampliação e fortalecimento dos vínculos entre jovens e seus
familiares, como também ser promotor do reconhecimento da rede de
políticas públicas atuando na ampliação do acesso aos serviços e
realizando o princípio da equidade.
O programa promove as habilidades de demonstração de
afetos e estimula o estabelecimento de acordos para tornar mais
positivo o convívio familiar. Os encontros são momentos, muitas vezes
únicos na semana, em que cuidadores e jovens dedicam um tempo
para olhar para as relações familiares e pensarem juntos em maneiras
de torná-las mais cooperativas, criativas e amorosas a partir da troca
entre de sentimentos e projetos de vida.
“Existem coisas que não moldam a realidade da nossa família, mas tem muita coisa que funciona como a gente poder estar tratando mais com nossos filhos, elogiando mais, valorizando, eu realmente percebi que tinha uma falha neste lado. Eu achava que era obrigação deles, e eu nunca elogiando e pelo contrário eles têm que ser elogiados, motivados.” (pai de jovem, Famílias Fortes, 2014)
19
Evidências de Pesquisa
No Brasil, os dados de avaliação da intervenção brasileira, realizada
pela Universidade de Brasília (UnB), demonstram que os jovens e seus
familiares identificaram-se com as atividades e fizeram ótima adesão
às ações. Os participantes apresentaram bons níveis de
participação, satisfação com os procedimentos e apreciação dos
temas como relevantes para a própria vida.
Em relação aos resultados do monitoramento de processos, realizado
como rotina da implementação do projeto em 2014, conclui-se que:
56% dos(as) facilitadores(as) se sentiram confortáveis na
condução dos encontros e 24% muito confortáveis; numa
escala de 1 a 5 o projeto foi
avaliado em 32% como nível 4 de
contribuição para o
fortalecimento dos vínculos da
família com o serviço e em 44% no
nível 5.
“(...) mudou, nós somos bem mais conhecidos do que antes, a gente se ouve mais, conversamos, antes a gente não conversava, gritava, um queria impor a vontade e na verdade quem acabava impondo a vontade era eu, por ser a responsável. E eles acabavam sempre por baixo, saíam chateados, e agora uma coisa que mudou muito é que nos tornamos companheiros, a gente conversa, sei ouvir e eles sabem, eles entendem o motivo porque digo não, porque eu quero, porque falo determinadas coisas.” (mãe de jovem, Famílias Fortes, 2014)
20
Dados 2013-2014
A implementação do programa
Famílias Fortes teve início 2013, em sua
primeira versão (que se configurou como
um Pré-piloto), ocasião em que
receberam o programa em seis cidades
do entorno de Brasília/DF. Em 2014, em
uma versão já parcialmente adaptada ao
território nacional (versão Piloto) foi
implementado em novos municípios:
Fortaleza/CE, Florianópolis/SC,
Rodrigues Alves/AC, Rio Branco/AC,
Cruzeiro do Sul/AC, Mâncio Lima/AC,
São Paulo/SP Distrito Federal.
Famílias Fortes em números (2013)
Centro de Orientação Sócio Educativa Grupos Famílias
Sobradinho – DF 2 13
Taguatinga – DF 2 20
Ceilândia – DF 1 10
Gama Leste – DF 1 8
Núcleo Bandeirante – DF 1 5
Paranoá-DF 1 8
TOTAL 8 64
Famílias Fortes em números (2014)
Município Facilitadores certificados Grupos Famílias
Cruzeiro do Sul - AC 17 1 7
Distrito Federal 85 9 50
Florianópolis - SC 56 1 11
Fortaleza - CE 30 8 58
Mâncio Lima - AC 4 - -
Rio Branco-AC 35 1 7
Rodrigues Alves - AC 2 - -
São Paulo-SP 32 - -
TOTAL 262 20 133
Alcance Famílias Fortes 2013
Alcance Famílias Fortes 2014
21
Dados 2015
Famílias Fortes em números (2015)
Município Facilitadores certificados Grupos Famílias
São Paulo/SP 34 10 60
São Bernardo do Campo/SP
25 5 37
Fortaleza/CE 37 7 36
Ceará (10 municípios) 35 11 115
Rio Branco/AC 14 6 37
Região Juruá CZS/AC 36 10 72
Guajará/AM 3 1 9
TOTAL 184 50 366
Alcance Famílias Fortes 2015
No ano de 2015, o programa foi implementado nos municípios de São
Paulo e São Bernardo do Campo, no estado de São Paulo; em Rio Branco,
Cruzeiro do Sul e Rodrigues Alves, no estado do Acre; no município de Guajará,
no estado do Amazonas; enquanto no Nordeste houve a manutenção do trabalho
em Fortaleza e a entrada de dez novos municípios do interior do Ceará
(Crateús/CE, Juazeiro do Norte/CE, Iguatu/CE, Quixeramobim/CE, Barbalha/CE,
Camocim/CE, Tianguá/CE, Aracati/CE, Sobral/CE e Caucaia/CE).
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Famílias fortes: porque fica mais suave
O programa favorece a transformação de padrões de relacionamento que produzem isolamento para
uma comunicação eficaz que torna possível a realização de projetos de vida de jovens, inscritos em
contextos de regras acordadas de maneira amorosa.
23
Conexão
A prevenção ao uso de álcool e outras droga que
construímos ao longo desses anos é aquela que
desinstitucionaliza padrões de interação em escolas,
famílias e comunidades e promove a liberdade, num
exercício de escuta, aceitação e escolha crítica.
Ela requer o trabalho em rede e a interação das diversas
políticas. Ela acontece na Rede de Atenção Psicossocial, na
Rede de Educação, na Rede de Assistência Social.
Transborda e transforma o trabalho em rede, conectando
trabalhadores e comunidades num princípio comum,
sustentado pela ética da felicidade.
“Nada é impossível de mudar
Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito
como coisa natural, pois em tempo de desordem
sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade
consciente, de humanidade desumanizada, nada deve
parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar.”
Bertold Brecht
Coleta de Dados, redação, arte /diagramação e editoria: Equipe da Coordenação Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas/DAPES/SAS/MS:
Adélia Benetti de Paula Capistrano, Adriana Assmann Simonsen, Alexandre Teixeira Trino, Aline Godoy Vieira, Ana Carolina Conceição, Andrea Borgli Moreira Jacinto, Aretuza Santos de Oliveira Freitas, Barbara Coelho Vaz, Cinthia Lociks de Araújo, Clarisse Moreira Aló, Claudio Antônio Barreiros, Daniel Adolpho Daltin Assis, Daniela Piconez e Trigueiros, Darlene Cardoso Ferreira, Debora Estela Massarente Pereira, Enrique Araújo Bessoni, Fernanda Rodrigues da Guia, Flora Moura Lorenzo, Gabriela Hayashida, Isadora Simões de Souza, Izadora Greice Borges Innocêncio, Isa Soares Luz, Janaina Barreto Gonçalves, Jaqueline Tavares de Assis, Hinara Helena Silva Pereira de Souza, Ivana Gomes de Almeida, Jane Lopes Moraes, Julianna Godinho Dale Coutinho, Joamara Mota Borges, June Correa Borges Scafuto, Kayan Vogado Alves, Karen Costa Oliva, Keyla Kikushi Câmara, Larissa de Andrade Gonçalves, Leisenir de Oliveira, Lorena Alves de Souza Araújo, Marcel Henrique de Carvalho, Mariana da Costa Schorn, Mariana Russo Voydeville Damasceno, Marina de Souza Pedralho, Marina Ramos da Rocha Paes, Marina Rios Amorim, Michaela Batalha Juhasova, Milena Leal Pacheco, Nathan Luz de Beltrand, Patricia Portela de Aguiar, Patrícia Santana Santos, Paula Silva Oliveira, Pedro de Lemos MacDowell, Pedro Henrique Marinho Carneiro, Polliana Barbosa da Rocha, Pollyanna Fausta Pimentel de Medeiros, Raquel de Aguiar Alves, Raquel Turci Pedroso, Rebeca Chabar Kapitansky, Regina Rocha Reynaldo Tibúrcio, Roberto Tykanori Kinoshita, Rubia Cerqueira Persequini, Samia Abreu Oliveira, Taia Duarte Mota, Thais Soboslai, Thiago Monteiro Pithon e Viviane Paula Rocha
Agradecimentos: Alice Vignoli Reis, Aline Garcia Aveiro, Ana Cecília Miranda de Araújo, Andrea Leite Ribeiro Valerio, Anissa Rahnamaye Rabbani, Arthur Chioro, Camila Marilac, Camila di Aquino Morais, Carina Bernardes, Carolina Schiesari, Cintia Clara Guimarães da Silva, Daniela Ribeiro Schneider, Eliana Hoch Berger, Greici Cristhina Justino (in memorian), Guilherme Pereira de Moraes Silva, Ingrid Hrusa Coutinho da Silva, Inocência Negrão, Juliana Seidl, Kauara, Leon de Souza Lobo Garcia, Rodrigues Dias Ferreira,Fernandes de Oliveira, Larissa Nobre Sandoval, Luiz Felipe Zago, Lumena Almeida Castro Furtado, Marcela Alcântara Noman, Maria Carolina Ferigolli, Naiara Campos, Nara Araujo, Paula Yamaoka, Rafael Franzini, Roberta Ataides, Rodrigo Morais Lima Delgado, Rogéria Freire, Ronaldo Ferreira Negrão, Sabrina Faria Leal Horácio, Tauane Paula Gehm, Sheila Giardini Murta, Silvana Santiago Di Maio, Stephania Kurkdjian Restiffe, Viviane Paula Rocha e Zila Sanchez
Agradecimentos a parceiros internacionais: Anja Kristiina Kurki, Debora Allen, FabrizioFaggiano, Gail Gareen Chan, Gregor Burkhart, Jeannne Poduska, Lindsey Coombes, Peer Van Der Kreeft e Wadih Maalouf
Agradecimentos especiais: aos gestores e trabalhadores dos Estados e Municípios de Cruzeiro Do Sul/AC, Mâncio Lima/AC, Rio Branco/AC, Rodrigues Alves/AC, Guajará/AM, Aracati/CE, Barbalha/CE, Camocim/CE, Caucaia/CE, Crateús/CE, Fortaleza/CE, Iguatú/CE, Juazeiro do Norte/CE, Quixeramobim/CE, Sobral/CE, Tianguá/CE, Distrito Federal/DF, João Pessoa/PB, Curitiba/PR, Florianópolis/SC, Tubarão/SC, São Paulo/SP, São Bernardo do Campo /SP e Taboão Da Serra /SP Disponível nos portais: www.saude.gov.br e www.saude.gov.br/bvs/saudemental Edição fechada em Dezembro de 2015.
Elaboração, distribuição e informações: Ministério da Saúde Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Ações Programáticas Estratégicas Coordenação Geral de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas Setor Administrativo Federal Sul (SAF Sul) Trecho 2, Bloco F, Edifício Premium, Torre II, Sala 13 CEP 70.070-600 Brasília/DF Fone (61) 3315.9144 Endereço eletrônico: saudemental@saude.gov.br