Post on 11-Jul-2015
Edu e amigos
Complementando o e.mail que mandei a todos. Agora listo as cidades que
passaremos (e o roteiro original, com sugestões de parada). A segunda
alternativa de roteiro, eu já lhe coloquei, mas pensando bem... acho que esse
que fiz está legal. Seria interessante fazer aquele lance na Matriz de
Tiradentes e aquelas duas serras em Campos a noite.
Dicas úteis:
- Luvas ajudam o grip – há muitas curvas;
- Pastilhas ou lonas novas nos freios;
- DOT 5 ou DOT 5.1 como fluido de freios (curvas e muitas descidas em
serras);
- Revisar os faróis, buzina e parte elétrica;
- Cintos de segurança de 3 ou 4 pontas (tipo suspensório), é recomendável,
assim como bancos anatômicos;
- Recomenda-se o uso de mini-geladeiras com água ou energéticos, frutas,
além de chocolates ou doces;
- Todas as serras em 50kph.
- Cronometragem em 50kph até 80kph.
- Uma parada antes e depois do almoço para combustível e lugar com
lavatório/bar.
- Avisar postos BR com pódium (pelo que vi... o único encontrado foi o Porto
Real).
Pousadas indicadas para o rallye (Tiradentes): Solar da Ponte (18 ap),
Pousada Mãe D’Água (49 ap), Pousada Richard Rothe (11 ap) e Pousada 3
Portas (9 ap) – todas no centro histórico [há outras fora mas muito chiques
como a Pousada Brisa da Serra (14 ap), Pousada dos Inconfidentes (13 ap),
Pousada Villa Paolucci (9 ap e 3 chalés)]. A Pousada Pequena Tiradentes tem
62 apartamentos (é simples).
Os restaurantes estrelados pelo Guia 4 Rodas, em Tiradentes, são Pau de
Angu ($$), Estalagem do Sabor ($$), Virada’s do Largo ($$), Tragaluz ($$$ -
estive jantando lá – muito bom) e Theatro da Villa ($$$$$). Outros
restaurantes Santíssima Gula ($$$$$), Santo Oficio ($$$), Atrás da Matriz
($$$), Ora-pro-Nóbis ($$) – os grifados estão no centro histórico, perto dos
hotéis recomendados.
Estradas e Cidades que passa o Rallye
Estradas
Rodovia Oswaldo Cruz (SP 125), que liga as cidades de Taubaté a Ubatuba,
teve como origem num antigo traçado de tropeiros, que passava por São Luís
do Paraitinga indo em direção ao Bairro do Registro em Ubatuba, local onde
se registravam as mercadorias que saiam e chegavam ao porto. Durante os
anos de 1932 e 1933, o DER, juntamente com presidiários da Ilha Anchieta,
promoveu o alargamento da estrada e o seu calçamento com pedras, de forma
a permitir a passagem de veículos automotores. A denominação da Rodovia
traduz a homenagem prestada ao Médico Sanitarista Oswaldo Cruz, nascido
em São Luís do Paraitinga.
Estrada dos Tropeiros (SP 068), chamada até 1922, como Trilha da
Independência. Na verdade, a Estrada dos Tropeiros foi o caminho utilizado
no século XVII até parte do XIX, nas viagens dos tropeiros na região Sudeste.
Há várias estradas dos tropeiros no Brasil, mas a mais importante é a atual SP
068, ligando Silveiras até Bananal. A mesma estrada serviu de base para a
antiga Rio-São Paulo, que utilizou as trilhas como orientação do melhor
caminho para chegar até o Vale do Paraíba. Foi pela Estrada dos Tropeiros
que D. Pedro I passou na viagem entre Rio e São Paulo, no ano de 1822,
quando o Brasil conquistou sua independência.
A Estrada Real foi sendo construída nos muitos anos de idas e vindas, das
Minas ao litoral, desde o século XVII, em busca das riquezas. Caminhar pela
Estrada Real é reviver os passos e os caminhos percorridos pelos escravos,
pelo ouro e pela história. Constituída, ainda, pelas vias de acesso, os pontos
de parada, as cidades e vilas históricas que se formaram durante o passar dos
homens e do tempo. Inicialmente, o caminho ligava a antiga Villa Rica, hoje
Ouro Preto, ao porto de Paraty, mas pela necessidade de uma via de
escoamento mais segura e mais rápida ao porto do Rio de Janeiro e, também
por imposição da Coroa foi aberto um "caminho novo". A rota de Paraty
passou a ser o "caminho velho", a partir do século XVIII. Com a descoberta
das pedras preciosas na região do Serro, a estrada se estendeu até o Arraial do
Tejuco (atual Diamantina), deixando Ouro Preto como o centro de
convergência da Estrada Real. Assim se formou o complexo da Estrada Real,
ou seja, mais de 1600 km de patrimônio, cercado de montanhas, natureza,
cultura e arte.
Cidades (Em ordem alfabética)
Aiuruoca (1.000m de altitude – Caminho Velho da Estrada Real): Fundada
em 1706 - o nome tem origem no tupi = casa de papagaio. Está entre a Serra
do Papagaio e a Reserva Ambiental do Matutu.
Bananal (altitude 998m – Estrada dos Tropeiros) – O nome tem origem em
Banani (em tupi-guarani significa rio sinuoso). Com o ciclo do Café, Bananal
tornou-se uma potência econômica, a ponto de já no Brasil Império ter sido
necessário o aval de fazendeiros da região, para que o Banco Rotschild
emprestasse dinheiro ao Brasil. A riqueza da cidade era tanta, que chegou,
durante bom tempo, a ter moeda própria, financiar a construção de uma
ferrovia e importar em 1888 uma estação ferroviária (de metal), inteira da
Bélgica, exemplar único na América Latina. Dentre os fazendeiros mais ricos,
estava Manoel Aguiar Vallim, dono da Fazenda Resgate, que, ao morrer em
1878 teria 1% de todo papel moeda existente no Brasil. Lá existe a farmácia
mais antiga do Brasil: Pharmácia Popular (antes Pharmácia Imperial), que
funciona desde 1830.
Barbacena (1164m de altitude – Caminho Novo da Estrada Real): No inicio
do século 18, o capitão Garcia Rodrigues Paes Leme, (filho do bandeirante
Fernão Dias), era dono da Fazenda Borda do Campo, onde originou-se
Barbacena, como freguesia em 1725 (lá moraram 5 conspiradores, dentre eles
o padre Carlos Manuel da Costa). Tiradentes teve seu corpo esquartejado e
distribuído ao largo da Estrada Real/Caminho Novo (em Barbacena ficou o
seu braço) – Visconde de Barbacena (que deu nome a cidade) foi quem
ordenou como governador de Minas, a prisão dos inconfidentes.
Caxambu (895m de altitude – Caminho Velho da Estrada Real) - Tem 12
fontes de águas minerais descobertas em 1814 (foram construídos vários
hotéis no século 19, para utilizar as águas como tratamento medicinal). Em
1868 A Princesa Isabel e seu marido Conde D’Eu, passaram o ano de 1868 lá
como uma verdadeira estação de águas (dizem que ela se curou da esterilidade
– mandando construir como agradecimento a igreja Santa Isabel).
Cruzilia (1.038m de altitude): Surgiu como encruzilhada da Estrada Real –
Caminho Velho (chamava-se São Sebastião da Encruzilhada, depois,
Encruzilhada até chegar ao nome atual).
Itamonte (800m de altitude – Caminho Velho da Estrada Real) – Está
localizada entre o parque do Itatiaia e a Serra do Papagaio. O nome mistura
Tupi e o Português: Ita=Pedra / Monte=Monte (Picu é uma formação rochosa
da região com 2.150m de altitude – O Parque Estadual da Serra do Papagaio
tem 2.359m de altitude).
Lídice (540m de altitude) – recebeu esse nome em 1944 em homenagem à
Vila Tcheca que durante a Segunda Guerra mundial foi vítima de um
massacre de toda sua população pelos nazistas. Os moradores da Lídice
original (República Tcheca), eram suspeitos de abrigar os assassinos de um
general de Hitler. O líder nazista, mandou fuzilar todos os homens da cidade
maiores de 15 anos, encaminhou as mulheres para o campo de concentração e
as crianças para reformatórios. Não contente, mudou o curso do rio e aterrou a
cidade, que sumiu do mapa. Há 3 túneis escavados por escravos – era
caminho para a chegada do tráfego de escravos.
Lima Duarte (704m de altitude – Caminho Novo da Estrada Real) – foi
fundada por bandeirantes no final do século 17 à beira do Rio do Peixe. Era
ponto de parada de exploradores de ouro. Abriga o Parque Estadual do
Ibitipoca.
Maria da Fé (1.300m de altitude - Caminho Velho da Estrada Real):
Construída por ex-escravos (negros libertos) e meeiros, por volta de 1815.
Tornou-se ponto de partida dos tropeiros. Incrustada na Serra da Mantiqueira,
é cercada pelo pinheiro-brasileiro, conhecido como Araucária. Desta cidade
que surgiu a canjiquinha (comida típica mineira, feita de costelinha de porco e
farelo de milho branco). O Pico das Bandeiras está a 1.683m de altitude. A
estação ferroviária foi construída em 1891 e abriga a locomotiva Baldwin de
1918, que servia a região.
Paraty (10m de altitude – Caminho Velho da Estrada Real) – Em 1531 seria a
data provável do descobrimento de Paraty. Ainda preserva o seu casario
colonial e suas ruelas de pedra. Chegou a ter mais de 250 engenhos de açúcar.
Em 16 de janeiro de 1726, Paraty deixa de pertencer a Capitania de São
Paulo, para ser um povoado do Rio de Janeiro (em 1950 chega o primeiro
automóvel a Paraty, através da estrada Paraty-Cunha – são os primeiros
turistas paulistas). Em 1925 uma nova estrada para automóveis é aberta
aproveitando Trechos do antigo Caminho, mas fazendo um atalho que parte
do Bairro dos Penhas (onde está a capela de N. S. da Penha), a 8 kms de
Paraty, até encontrar-se novamente com o Caminho do Ouro na localidade de
Estiva Preta, hoje conhecida como Fecha Nunca. Por esta estrada veio em
1929, o primeiro automóvel a chegar na cidade, que desceu mas não
conseguiu subir de volta, ficando em Paraty – neste caminho (do Ouro), ficam
as ruínas da famosa Casa do Registro ou Casa dos Quintos. É uma cidade
criada pela maçonaria: cores azul e branca nas janelas; o traçado das ruas
tortas foi feito para evitar o vento encanado nas casas e distribuir
equitativamente o sol nas residências. Outro exemplo típico é a proporção dos
vãos entre as janelas, em que o segundo espaço é o dobro do primeiro, e o
terceiro é a soma dos dois anteriores; isto é, A+B=C, ou seja, a soma das
partes é igual ao todo, que se resume no retângulo áureo de concepção
maçônica. Até as plantas das casas, feitas na escala 1:33.33. Paraty possui 33
quarteirões e, na administração municipal da época, existia o cargo de Fiscal
de Quarteirão, exercido por 33 fiscais.
Pouso Alto (875m de altitude - Caminho Velho da Estrada Real) – Era parada
dos bandeirantes que exploravam o ouro na Serra da Mantiqueira.
São João Del Rei (1338m de altitude – Caminho Velho da Estrada Real) –
era pólo de troca de mercadorias, que durou até o século 19. Abriga a fábrica
de utensílios de estanho fabricados por John Somers. A Basílica Nossa
Senhora do Pilar (1750), foi construída sobre a capela destruída em 1709 na
Guerra dos Emboabas. A igreja de São Francisco de Assis tem sua portada de
autoria do Aleijadinho (o lustre de cristal Bacarat, que decorava o Ministério
das Relações Exteriores, foi presente de D. Pedro II – no cemitério do fundo,
estão enterrados Tancredo Neves e sua mulher Risoleta).
São José do Barreiro (altitude 500m – Estrada dos Tropeiros) - Entrada para
o Parque Nacional da Serra da Bocaina (tem picos com 2 mil metros de
altura). As travessias de rio no caminho, com o constante tráfego de tropas,
transformava a região num grande atoleiro. Em épocas de cheias, as tropas
eram obrigadas a aguardar que as águas baixassem para poder transpor o
obstáculo cheio de barro. Com o tempo, surgiram ranchos de descanso para os
tropeiros, e o local passou a ser conhecido como "Barreiro".
São Luiz do Paraitinga (742m de altitude) - Em 1769 a povoação recebe o
nome de São Luiz e Santo Antonio do Paraitinga e em 1873, obteve a
denominação de "Imperial Cidade de São Luiz do Paraitinga". Paraitinga
(Tupi-Guarani - "Águas Claras") é o nome do Rio onde, desde os tempos dos
bandeirantes havia um posto avançado por onde passavam o café e o ouro
mineiro. Nos primeiros dias de 2010 a cidade sofreu com uma forte
enchente do Rio Paratininga que a fez perder oito de seus edifícios históricos,
incluindo a Igreja Matriz do município, construída no século XVII (A Igreja
Matriz do município era o principal símbolo da cidade e desabou sobre si).
Taubaté (580m de altitude) - Onde nasceu Monteiro Lobato, cidade que
serviu de inspiração da criação do Sítio do Pica-Pau Amarelo onde, inclusive
Mazzaropi se inspirou para criar o personagem Zeca Tatu.
Tiradentes (927m de altitude – Caminho Velho da Estrada Real) – Cidade
representativa da febre do ouro do século 18. Ruas de pedra. Visual da Serra
de São José (altitude média de 1.100m). Foi em meados do século 18, no
porão da casa do Padre Toledo, que lideres regionais armaram a chamada
Inconfidência Mineira, para se opor contra o controle fiscal da Coroa
Portuguesa sobre a produção de ouro. A Matriz de Santo Antonio (1710)
estilo barroco, com madeira talhada e folhada a ouro é a segunda mais rica do
Brasil. As esculturas da fachada e na porta foram feitas por Aleijadinho. O
órgão português de 1788 é o mais antigo do Brasil. O Chafariz São José foi
feito em 1749, para servir água aos moradores, para lavagem de roupas e
saciar a sede dos animais. 70% da população de Tiradentes era negra até o
século 19, por isso a construção da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos
Pretos.
Ubatuba (580m de altitude) – A maioria das 75 praias, ainda são intocadas e
80% da sua Mata Atlântica, ainda está preservada.
Roteiro
Primeiro Dia (400 kms)
Ibirapuera-Av. 23 de maio-Marginal Tietê-Rod. Ayrton Senna/Rod. Carvalho
Pinto (SP 070) – Rod. Dutra – BR 116 (Taubaté) – Rodovia Oswaldo Cruz
(Taubaté-Ubatuba SP-125) – BR 101 (Rio-Santos em direção para Paraty).
Frade (18kms depois da Usina Nuclear).
Obs: Almoço na Marina Porto Real aproveitar para reabastecer lá (tem
Podium) – uns 94kms do Frade. Na verdade seria um almoço leve, tendo em
vista que lá não é muito grande.
Segundo Dia (600 kms)
Frade (Rio-Santos BR 101). 9kms depois entra a esquerda na RJ 155 (para
Lidice) – Serra d´Água-Rio Claro-Getulândia.
Getulândia pega a SP 088
(SP 064) Arapei-São José do Barreiro-Areias-Queluz
A direita pela Dutra (BR 116) entra em direção a Itamonte (BR 354)
Itamonte-Santana do Capivari-Pouso Alto-Caxambu (ainda BR 354), pega a
BR 267 para Aiuroca-Bom Jardim de Minas-Lima Duarte (em direção a Juiz
de Fora - termina da BR 040).
A esquerda na BR 040 – Ewbank da Câmara-Santos Dumont-Barbacena.
A esquerda na BR 265 – Barbacena-Barroso (entra a direita para Tiradentes).
Obs.: Almoço
Antes da Serra
- Em São José do Barreiro – Porto da Bocaina (represa do Funil) acesso pelo
km 260 da SP 068 p/ Areias
- Em São José do Barreiro - Fazenda Clube dos 200 (parque) SP 068 p/
Bananal km 277 - foi inaugurado em 24 de março de 1928, dez dias antes da
abertura da antiga estrada Rio-São Paulo, hoje Rodovia dos Tropeiros (SP-
68). Esse hotel marca, portanto, o início da era rodoviária do país. A
construção foi realizada pelo Presidente da República Washington Luis e seus
199 sócios, daí o nome "Clube dos 200". Em 1934 o Automóvel Clube do
Brasil, mas tem 47 lugares no restaurante (145kms do Frade).
- Fazenda Boa Vista em Bananal (Estrada dos Tropeiros, km 327) – já
almoçamos lá.
Depois da Serra
- ou atravessamos a Dutra, subimos a serra e em Itamonte – no Hotel São
Gotardo – Km 0 da BR 354 [3 km após a divisa SP/RJ, na Saída 330 (Eng.
Passos) deixar a Dutra, cruzar para outro lado pelo viaduto e subir a serra pela
BR 354 - sentido Itamonte, São Lourenço. Após 26 km serra acima chega-se
na Garganta do Registro, no alto da serra e no km zero. Aí, à esquerda, está o
Portal do Hotel São Gotardo – está a 1.750m de altitude].
Parada – Lanche ou ficar lá (tem 68 apartamentos)
Em Barbacena: tem o SENAC Grogotó (fica a 62 kms de São João Del Rei).
É hotel-escola, Rua Cruz das Almas, acesso pelo km 699 da BR 040 p/ Juiz
de Fora, 3 km.
Terceiro Dia (600 kms)
Tiradentes (pega a BR 265) – Rio das Mortes (entra na BR 383 a esquerda
para Arcângelo) – Madre de Deus de Minas-São Vicente de Minas-Minduri-
Cruzilia (pega a BR 267 a direita para Caxambu).
Caxambu pela BR 267para Soledade de Minas (MG 347) – São Lourenço-
Carmo de Minas (a esquerda para Cristina) – Maria da Fé-Itajubá (em Itajubá
BR 459 a direita) – Piranguinho (MG 295)-Brasópolis-Paraisópolis-São Bento
do Sapucaí-Sapucaí Mirim-Santo Antonio do Pinhal (serra de Campos do
Jordão)-Rod. Carvalho Pinto-Rod. Ayrton Senna-Marginal Tietê-Ibirapuera.
Obs.: Almoço em Caxambu - Hotel Glória ou em Pouso Alto no Hotel
Serraverde (parque) R. Hélio D’Alessandro Sarmento, 210 (almoço depois da
serra) – prefiro o Hotel Glória que era um ex-cassino.
Luis Cezar