Post on 05-Jul-2015
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Profª. Néli Lima
O Romantismo foi marcado por dois acontecimentos históricos importantes: as Revoluções Industrial e Francesa.
A vida social estava dividida entre a burguesia industrial e o surgimento da classe operária, os proletariados.
A burguesia ganhava poder e o capitalismo se desenvolvia cada vez mais, enquanto os impérios feudais e a aristocracia que dependia deles encontrava-se em situação de calamidade.
Era o fim do absolutismo na Europa (causado pelos dois movimentos revolucionários citados anteriormente) e o início da industrialização (que se espalhou por toda Europa).
O ideal da Revolução Francesa de liberdade, igualdade e fraternidade alcançou a América Latina e foi um marco para um período de independência nas colônias da Espanha e Portugal. Assim, houve a independência de: Paraguai, Argentina, Venezuela, Chile, Equador, Peru, México, Brasil, América Central, Bolívia e Uruguai.
Já na literatura, a fase romântica rompeu com a tradição clássica, imposta pelo período árcade, e apresentou novas concepções literárias, dentre as quais podemos apontar: a observação das condições do estado de alma, das emoções, da liberdade, desabafos sentimentais, valorização do índio, a manifestação do poder de Deus através da natureza acolhedora ao homem, a temática voltada para o amor, para a saudade, o subjetivismo.
O Romantismo brasileiro surgiu em 1836 com a publicação de "Suspiros Poéticos e Saudades" de Gonçalves de Magalhães. Mas se originou mesmo na Alemanha e Inglaterra no final do séc. XVIII e se desenvolveu no Brasil durante o séc. XIX.
A característica principal da Poesia Romântica é a expressão plena dos sentimentos pessoais, com os autores voltados para o seu mundo interior e fazendo da literatura um meio de desabafo e confissão. A vida passa a ser encarada de um ângulo pessoal, em que se sobressai um intenso desejo de liberdade.
O estilo romântico revela-se inicialmente idealista e sonhador, depois, crítico e retórico mas sempre sentimental e nacionalista.
-Exaltação dos sentimentos pessoais;-Expressa os estados da alma;-Exaltação da liberdade, igualdade e reformas sociais;-Valorização da natureza;-Sentimento nacionalista
1ª Geração - conhecida também como nacionalista ou indianista, pois os escritores desta fase valorizaram muito os temas nacionais, fatos históricos e a vida do índio, que
era apresentado como " bom selvagem" e, portanto, o símbolo cultural do Brasil. Destaca-se nesta fase os
seguintes escritores: Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias, Araújo Porto Alegre e Teixeira e Souza.
2ª Geração - conhecida como Mal do século, Byroniana ou fase ultra-romântica. Os escritores desta época retratavam os temas amorosos levados ao extremo e as poesias são marcadas por um profundo pessimismo, valorização da
morte, tristeza e uma visão decadente da vida e da sociedade. Muitos escritores deste período morreram ainda
jovens. Podemos destacar os seguintes escritores desta fase: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Junqueira
Freire. 3ª Geração - conhecida como geração condoreira, poesia
social ou hugoana. textos marcados por crítica social. Castro Alves, o maior representante desta fase, criticou de forma direta a escravidão no poema Navio
Negreiro.
“A expressão plena dos sentimentos pessoais e das paixões atingiu seu ponto mais alto com os poetas da segunda geração romântica, que escreveram principalmente nas décadas de 1840 e 1850.
Influenciados pelos românticos europeus, sobretudo Byron e Musset, esses poetas representam o Ultra-Romantismo (também chamado de “Mal-do-Século”), cuja poesia é extremamente egocêntrica e sentimental, exprimindo um pessimismo doentio, uma descrença generalizada, um tédio pela vida e uma obsessão pela morte que impregna tudo de tristeza e desilusão.
A poesia desta geração é quase sempre superficial e artificial, servindo como desabafo das próprias tristezas e frustrações, procurando envolver emocionalmente o leitor.”
George Gordon Byron foi um poeta romântico inglês que influenciou toda uma geração de escritores com sua poesia ultrarromântica. A ele estão associados termos como o spleen, que significa tédio, mau humor e melancolia, geralmente causados por amores não correspondidos ou pela descrença na vida em razão da aproximação da morte, temáticas comuns na poesia ultrarromântica.
De família aristocrática (porém, com dívidas), passava a vida a escrever poesia e a gastar dinheiro, vivendo no ócio. Suas principais obras são Horas de Lazer (1870), A Peregrinação de Childe Harrold(1812-1818) e Don Juan (1819-1824).
1.Álvares da Azevedo (1831 – 1851)= ”Lira dos Vinte Anos”, “Poema do Frade”, “Noite na Taverna”, “Macário”. Apesar da curta vida ele é o melhor representante da
poesia Ultra-Romântica brasileira. Seus poemas expressam uma concepção do amor que ora
idealiza a mulher, identificando-a como um anjo, ora a representa envolvida por um grande erotismo e sensualidade; nos 2 casos ela é sempre inacessível, distante do poeta. O sentimento de morte e o tema da evasão (fuga da vida real para um mundo de sonhos e fantasias) são outros temas abordados em sua poesia.
faleceu, vítima da tuberculose
2.Junqueira Freire= “Inspirações do Claustro” 3.Laurindo Rabelo (1826 – 1864)= “Trovas” 4.Casimiro de Abreu (1839 – 1860) (um dos mais
populares poetas românticos)= “As Primaveras”, onde cantou as saudades da terra natal, da infância e da família, além das desilusões e emoções do amor adolescente.
5.Fagundes Varela (1841 – 1875) = “Cantos e Fantasias”
Pálida, à luz da lâmpada sombria,Sobre o leito de flores reclinada,Como a lua por noite embalsamada,Entre as nuvens do amor ela dormia!
Era a virgem do mar! Na escuma friaPela maré das águas embalada!Era um anjo entre nuvens d'alvoradaQue em sonhos se banhava e se esquecia!
Era mais bela! O seio palpitando...Negros olhos as pálpebras abrindo...Formas nuas no leito resvalando...
Não te rias de mim, meu anjo l indo!Por t i - as noites eu velei chorando,Por t i - nos sonhos morrerei sorrindo!
Se eu morresse amanhã,viria ao menosFechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreriaSe eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!Que aurora de porvir e que amanhã!Eu pendera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
Que sol! que céu azul! que dove n'almaAcorda a natureza mais loucã!
Não me batera tanto amor no peito,Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devoraA ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menosSe eu morresse amanhã!