Post on 08-Mar-2016
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Poemas de Rogério Mattos
Contato: rogeriomattos28@gmail.com
CAMINHO DAS ESTRELAS
- Não te aflijas, filho,com as calamitosas tempestadesde tua vida
Muitos e graves erroscobrem a tua existência
Inúmeras e incontáveisexperiências levarãoo selvagem ao caminhodas estrelas
Se tens casaco de pedrairá te ensinar um livroa ter linhagem de prata
Paligenesia
Onde está o TempoQue na pedra o ventoBate sem parar
ESTELAÀ Camille Flammarion
Estela é o nome da musaQue prepara todas as auroras
Quem se atreve a comer com elaNão cozinha nem precisa se alimentarMistura-se ao astro poenteQue nenhuma câmara de filme pode filmar
Flama de amor ferventeSe não queima o corpoSomente o coração perceberá
Seus olhos – límpidas retinas – São como o corpoQue só quem possuir almaencontrará
MADRIAGAL EM HOMENAGEM A GUIMARÃES ROSA
Quando a toada da noite surgirO chefe vai cantar seu madrigalA lua ponteia em JacuíÉ quando segura mais forte seu embornal
Quando aparece o AlaripeMano bom de mui fina moralA lua ponteia em JacuíAnunciando a luta do bem contra o mal
O velho já ouviu o juritiPássaro voa no matagalJá se anunciou no Serro-CuríChefe-velho apareceu no matagal
Quando aparece o AlaripeJá se anunciou em todos GeraisChefe-velho está plantado no sertão Como buritiÉ senhor do bem e do mal
Sob o céu
Sabia que viveria esse momentoSob as montanhas de JubarteEla me amavaO sol reapareceriaDepois desapareceriaComo as noites de luar
Nascimento da Lua
Gostar é como o desabrochar da florPaixão que se move sem quererPrende o olharCelebra o amorCanta sem poder
Não é a toa que nos faz sofrerCala ao me darGotas de melSangra sem doer
E o que nos faz a dorSe não levar a reviverReparte o olharA boca de melSob o luarJá não sou mais meu Nem seu
E o que nos faz sonharSe não a partilha de viverCada olharÉ como o melDoce ilusão de viver