Post on 20-Jan-2019
RISCOS DE ACIDENTES COM ENERGIA ELÉTRICA NO COTIDIANO DO ALUNO
Autor: José Remilton Neves1
Orientador: Professor Doutor Ricardo Francisco Pereira2
Resumo
Este artigo é parte integrante do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) da Secretaria de Estado da Educação (SEED), tem como objetivo investigar a concepção dos alunos do Colégio Estadual Bento Mossurunga Ensino Fundamental, Médio e Formação de Docentes, sobre os riscos de acidentes com o manuseio da Energia Elétrica. É sabido que com o desenvolvimento tecnológico constante, novos aparelhos elétricos estão aparecendo no mercado, e praticamente todas as residências possuindo eletricidade, a demanda por esta modalidade de energia é cada vez mais alta, com isto aumentam as notícias de acidentes envolvendo o uso incorreto da eletricidade. O nosso aluno está sempre conectado com esta tecnologia, isto demanda uma educação cada vez mais atualizada, as aulas de Física, geralmente, são ministradas de maneira tradicional, não contemplam estas demandas. Na maioria das vezes nossos alunos desconhecem ou desconsideram que seu uso requer cuidados e atenção, pois faz parte do seu dia a dia. Foi desenvolvido um trabalho que visou mostrar e analisar diferentes tipos de situações do cotidiano do aluno que o manuseio da eletricidade requer cuidados para que possa evitar possíveis riscos, através de aulas práticas, utilizando o laboratório de ciências e analise de textos sobre o tema, com isto foi possível estabelecer um relacionamento entre a teoria e a prática enriquecendo a compreensão do conteúdo.
Palavras-chave: Energia, Eletricidade, Riscos, Acidentes.
1 Professor de Física da Rede Pública Estadual de Educação do Paraná - Colégio Estadual Bento
Mossurunga Ensino Fundamental, Médio e Formação de Docentes- Umuarama Pr -Participante do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE-2012. 2 Professor do Departamento de Física da Universidade Estadual de Maringá – UEM - PR
1 Introdução
O trabalho, ”Riscos de Acidentes com Energia Elétrica no Cotidiano do
Aluno” apresentado no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE é parte
integrante das atividades de formação continuada do professor da Rede Pública da
Secretaria de Educação do Estado do Paraná e foi desenvolvido junto aos alunos do
Colégio Estadual Bento Mossrunga, Ensino Fundamental, Médio e Formação de
Docentes, pertencente ao Núcleo Regional de Educação de Umuarama Pr.
O ensino de Física não vem acompanhando a evolução natural das ciências,
e com isto causando angustia nos professores e falta de interesse dos alunos, pois
eles não conseguem ver no conteúdo ensinado uma aplicação prática no seu
cotidiano. É tarefa do professor, buscar novos conhecimentos e meios para tentar
reverter este quadro. Este trabalho se justifica por contribuir para uma nova
concepção na inovação metodológica das aulas de Física. Segundo (Pietrocola
2001), o mundo físico está intimamente relacionado ao mundo cotidiano, com isto
faze-se necessário que o professor seja o elo dessa ligação entre o mundo científico
e o dia a dia do aluno.
É sabido que as aulas no ensino o ensino de Física na atualidade, em sua
grande maioria é ministrada de modo tradicional dando ênfase ao formalismo
matemático e a aplicação de fórmulas, tornando-se puramente mecânico. Como diz
Paulo Freire:
“a memorização mecânica do perfil do objeto não é aprendizado
verdadeiro do objeto ou conteúdo. Neste caso, o aprendiz funciona
muito mais como paciente da transferência do objeto ou do conteúdo
do que como sujeito crítico, epistemologicamente curioso, que
constrói o conhecimento do objeto ou participa de sua construção”
(FREIRE, 1996).
Dentro deste contexto, a sociedade moderna na qual nossos alunos estão
inseridos, demanda cada vez mais a aquisição de artefatos tecnológicos, que são,
na maioria das vezes, movidos a energia elétrica, por isso o consumo desta forma
de energia vem crescendo progressivamente, com isto aumentam os riscos de
acidentes envolvendo o seu uso incorreto.
De acordo com (Pietrocola 2001) é necessário mostrar na escola as
possibilidades oferecidas pela Física ou outras ciências, enquanto formas e
realidades sobre o mundo que nos cerca. Diante do exposto é objetivo deste
trabalho mostrar e analisar com os nossos alunos os diferentes tipos de aparelhos
elétricos, verificando sua tensão, sua corrente e sua potência, bem como
experimentos no Laboratório de Ciências do Colégio Estadual Bento Mossurunga
Ensino Fundamental, Médio e Formação de Docentes, trabalhando com circuitos
elétricos e resistências, mostrando o uso de forma correta, com o intuito de
minimizar os riscos de acidentes no manuseio desta forma de energia pelos nossos
alunos.
Foram apresentados trabalhos com textos científicos para discutir o efeito
fisiológico da corrente elétrica nos seres vivos, também estimular o nosso aluno a
ser um consumidor de energia elétrica consciente, e racional mudando hábitos de
consumo, evitando desperdícios, adquirindo aparelhos elétricos que melhor convém
para seu uso no dia a dia, sempre contando com as opiniões e colaborações dos
professores participantes do Grupo de Trabalho em Rede (GTR), realizado no
primeiro semestre de 2013.
2 Fundamentação Teórica
O filósofo Grego Tales de Mileto, no século VI antes de Cristo, observou que
o âmbar, tipo de resina sólida fossilizada das árvores, quando atritado com peles de
amimais ou em um pedaço de lã, adquire a propriedade de atrair pequenos objetos,
isto foi a origem de uma importante área da Física a eletricidade, que se origina da
palavra elektron, nome grego do âmbar.
Apesar dos fenômenos serem conhecidos desde a antiguidade, somente no
ano de 1600, com a publicação do trabalho do médico inglês Willian Gilbert cujo
título é: “Sobre os imãs os corpos magnéticos e o grande imã terrestre”, Gilbert
analisou a atração e a repulsão dos corpos magnetizados ou eletrizados, a partir
deste trabalho é que começaram a ser feitos estudos mais sistematizados e
cuidadosos de fenômenos elétricos.
Em 1729, Stephen Gray, conseguiu conduzir eletricidade por meios de fios,
dependendo do material desse fio, a condução era melhor ou pior, ele percebeu que
os materiais que conduzem bem a eletricidade, são bons condutores elétricos,
outros que não conduzem bem, são chamados de isolantes elétricos.
A partir da ideia de condução elétrica proposto por Stephen Gray, Charles
Du Fay propôs em 1733, dois tipos de eletricidade. Uma delas a vítrea, adquirida
pelo vidro atritado pela seda, outra como resinosa a que se comportava como
resina, como o âmbar atritado em lã.
Por volta de 1750 o físico norte americano Benjamin Franklin propôs a teoria
do fruído, definiu a carga vítrea como positiva e a resinosa como negativa, a ideia de
Franklin era que o corpo teria um fluído único, pois a princípio todo o corpo seria
neutro, mas se um corpo fosse atritado com outro corpo parte desse fluído era
transportado paro outro corpo, o corpo que ficasse com excesso deste fluído estaria
carregado com cargas positivas, e se tivesse com falta era chamado de corpo
carregado com cargas negativas.
Segundo (Young 2006), a eletrodinâmica estuda os movimentos das cargas,
esse movimento de cargas é denominado de corrente elétrica, a corrente é a
quantidade de carga elétrica que atravessa a seção um condutor num determinado
período de tempo. Quando o movimento das cargas ocorre em um circuito fechado,
chama-se esse caminho de circuito elétrico.
Sabe-se que os aparelhos elétricos para funcionar precisa de energia
elétrica, ao receberem essa energia eles a transformam em outra forma de energia,
quanto mais energia transformada em um menor espaço de tempo, maior será a
potência desse aparelho. Um aparelho de maior potência requer maior quantidade
de corrente num mesmo determinado tempo, requerendo maior cuidado com seu
manuseio.
A ideia de energia faz parte do conhecimento de nossos alunos fruto de suas
experiências no cotidiano, ela é um dos recursos que fornecem um dos principais
fundamentos de toda a atividade humana e desempenha um papel importante para
a realização de nossos objetivos, e está ligada ao desenvolvimento humano quer no
campo social, econômico e ambiental. Apesar dessa ideia empírica de nossos
alunos sobre o tema é importante que eles avancem em outros tópicos como
conceito e conservação, a respeito escreveu o Físico Richard P. Feynman:
É importante observar que hoje nós não sabemos o que é energia. O que sabemos é que existe uma lei governando todos os fenômenos naturais conhecidos até hoje. Não existe nenhuma exceção conhecida a essa lei, que é conhecida pelo nome de Lei da Conservação da Energia. Ela estabelece que há uma certa quantidade, que nós chamamos energia, cujo valor não se altera, nas vária mudanças que ocorrem na natureza. Ela não é a descrição de um mecanismo ou qualquer coisa concreta. É uma lei abstrata porque é um princípio matemático. Ela exprime o fato de que, quando calculamos certo número (o valor da energia) no início de um processo e no fim do processo, os resultados são iguais. (R.P FENMAN, R, B, LEIGTON, M, SANDS, LECTURES ON PHYSICS, MASSACHUSETTS: ADDISON-WESLEY, 1963. V.1.)
A partir do século XXI a educação brasileira tem sido marcada por
mudanças frequentes, palavras como contextualização e interdisciplinaridade fazem
parte deste contexto. Estas mudanças é um desafio para nós educadores, pois é
preciso mudar hábitos, romper rotinas, e muitas vezes trabalhando com incertezas e
inseguranças de um novo modelo.
Estes novos rumos da educação devem ser voltados para uma formação de
cidadãos que atua no mundo de forma autônoma, para que possa adquirir
instrumentos para compreender e valorizar os seus direitos e os seus deveres como
cidadão em uma sociedade de consumo.
Segundo a (DCE 2008) um sujeito é fruto de seu tempo histórico, das
relações sociais em que está inserido, mas é também, um ser singular, que atua no
mundo a partir do modo como compreende e como dele é possível participar. Por
isso é função da escola repensar as demandas da sociedade naquele determinado
período histórico, também nas necessidades mais significativas dos nossos alunos,
ajudando a se organizar num mundo mais tecnológico, cada vez mais complexo
sempre em transformação.
É importante que a escola veja os conteúdos escolares vinculados a
interesses sociais, políticos e econômicos. Segundo (Forato in: SILVA, 2006, p.
192):
Discutir a construção do saber científico como um produto da cultura humana sujeita ao contexto de cada época pode auxiliar o educador a apresentá-la de maneira crítica aos seus alunos e contribuir para transpor os conhecimentos científicos para a sala de aula. Conhecer uma proposta alternativa àquela trazida pelos livros didáticos fornece ao professor um embasamento útil para esse desafio.
Diante destes pressupostos é interessante uma metodologia que deve
considerar o conhecimento dos estudantes, fruto de suas experiências de vida, e
suas relações sociais, as concepções trazidas pelos estudantes ajudam na
apropriação dos conceitos científicos.
Para (Carvalho 2006) o conhecimento deve-se processar contra um
conhecimento anterior. Na realidade, toda aquisição de conhecimento deve-se
superar o conhecimento pré-existente, por isso é importante que o professor leve em
consideração o que os alunos conhecem sobre o tema para que ocorra uma
aprendizagem efetiva.
3 Justificativa
Com o desenvolvimento tecnológico constante, novos aparelhos elétricos
aparecendo no mercado e praticamente todas as residências possuindo eletricidade,
a demanda por energia elétrica é cada vez mais alta, com isso aumentam as
notícias de acidentes envolvendo o uso incorreto da eletricidade.
O nosso aluno está cada vez mais conectado com esta tecnologia, isto
demanda uma educação cada vez mais atualizada, as aulas de Física ministrada na
maioria das vezes de maneira tradicional, não contemplam estas novas demandas.
Segundo (Menezes 2005), é preciso ensinar Física “com mais gente e com
menos álgebra”, é importante que o professor seja o agente desta transformação,
ensinando uma Física onde os conceitos científicos estão atrelados ao cotidiano de
nossos alunos.
Apesar dos nossos alunos terem acesso à eletricidade, eles desconhecem
ou desconsideram os riscos que o seu uso requer cuidados e atenção no manuseio
dos aparelhos elétricos que eles estão em contato no seu dia a dia, em casa, no
trabalho ou mesmo na escola.
Barreto (2007) ressalta que a importância da escola está na possibilidade de
realizar a dupla face da pesquisa: apetrechar tecnicamente para fundar a
competência tecnológica e fazer pensar e se repensar na linha de transformação,
nesse sentido o professor tem a oportunidade de ser um mediador do conhecimento
científico e o conhecimento do dia a dia dos alunos.
4 Desenvolvimento
4.1 Procedimentos metodológicos
Na etapa inicial deste trabalho foi realizado um levantamento bibliográfico
com a finalidade de obter um referencial teórico sobre o método de ensinar Física
em nossas escolas, através das concepções de diversos pesquisadores sobre o
tema e dos fundamentos baseados nas Diretrizes Curriculares do Ensino de Física
(DCE) do Estado do Paraná. Após esta etapa, a proposta foi levada ao
conhecimento dos alunos do 4º ano Magistério e 3º ano do Ensino Médio, visto que
é nestas séries que é estudado com mais ênfase o conteúdo de Eletricidade,
enfatizando o objetivo e a relevância do trabalho, paralelamente também foi
apresentado aos professores participantes do Grupo de Trabalho em Rede (GTR),
na qual gerou uma rica discussão sobre o tema, sempre focando as necessidades,
as dificuldades e a vontade de melhorar metodologicamente suas aulas no ensino
de Física, no intuito de atrair a atenção dos alunos. Também foi feito uma discussão
sobre o trabalho junto ao corpo docente Colégio Estadual Bento Mossurunga Ensino
Fundamental, Médio e Formação de Docentes, na qual gerou uma ampla discussão
e muita curiosidade sobre os fenômenos elétricos, já que grande parte dos
professores presentes, eram de outras disciplinas.
Em seguida foram apresentados os conteúdos da Produção Didática
Pedagógica com o objetivo de proporcionar estudos para que os alunos adquiram
conhecimentos e entendam o funcionamento dos aparelhos elétricos que requer o
uso da energia elétrica no seu cotidiano, investigando suas concepções sobre o uso
correto e racional da energia elétrica, bem como compreender os riscos e os perigos
da utilização desta fonte de energia de forma incorreta e fora das normas de uso.
Procedendo ao estudo de várias unidades assim descritas:
4.1.1 Unidade 01 - Corrente Elétrica
No desenvolvimento desta unidade foi feito uma explanação sobre o
conceito de corrente elétrica, tendo como objetivo verificar os fenômenos oriundos
da eletricidade como raios, e os efeitos fisiológicos da corrente em nosso corpo.
Foi proposta aos alunos participantes a leitura de um texto sobre Raios1 e
outro sobre os Efeitos Fisiológicos da Corrente Elétrica2, gerando uma rica discussão
entre os participantes, inclusive com citações de casos reais acontecidos no entorno
de sua comunidade narrando acidentes com eletricidade, vitimando desde animais
e, até pessoas de seu convívio social e familiar. 1Disponível no site, http://www.para-raios.com.br.
2 Fonte: Compreendendo a Física- Alberto Gaspar- volume 03
4.1.2 Unidade 02 - Resistência Elétrica
Nesta unidade foi exposto o conceito de resistência elétrica, bem como a
relação matemática e o conceito da Lei de Ohm, tendo como objetivo conhecer este
dispositivo que contém nos aparelhos elétricos, para que o aluno possa operar
dentro das especificações e neutralizar possíveis riscos no manuseio, foi
apresentado o texto Choque e Resistência Elétrica3, onde foi discutido com os
alunos participantes o efeito do choque em nosso corpo, também se discutiu os
cuidados que deveremos ter quando tomamos um banho com um chuveiro elétrico
ou manuseamos uma torneira elétrica tão presente no cotidiano de nossos alunos.
Fonte: Física volume único- Aurélio Gonçalves Filho e Carlos Toscano.
4.1.3 Unidade 03 - Efeito Joule
Nesta Unidade discutiu-se o gasto destes aparelhos que transforma energia
térmica em energia elétrica (efeito joule), cujo objetivo foi proporcionar aos alunos
participantes o entendimento do funcionamento dos aparelhos elétricos, também
verificar a transformação e a conservação de energia. Também foi realizado um
experimento no laboratório sobre o efeito joule, com duas pilhas grandes, ligando-as
num suporte com dois terminais de fios flexíveis com pontas descascadas, depois foi
colocada uma palha de aço sobre a base metálica e encostado sobre a palha em
dois pontos próximos. Verificou-se que houve a queima da palha de aço, deste
modo os alunos participantes verificaram a transformação de energia por efeito joule
através do experimento.
4.1.4 Unidade 04 - Medidas Elétricas
Nesta unidade foram apresentados os dispositivos de medidas elétricas
como corrente elétrica e tensão elétrica, tendo como objetivo a utilização de
aparelhos de maneira correta, juntamente com os alunos participantes, para ilustrar
foi realizado no laboratório do colégio um experimento chamado “Pilha de Limão”,
onde foi utilizada uma placa de cobre, e outra de zinco, além de fios de cobre e um
limão, no final do experimento foi medida a tensão desta pilha através de um
Multímetro.
4.1.5 Unidade 05 - Dispositivos de Segurança
Nesta unidade foram apresentados dispositivos de segurança que são
necessários para proteger os circuitos elétricos, eles são responsáveis pela
interrupção da corrente elétrica caso a intensidade dessa corrente seja maior que a
suportada pelo aparelho, este procedimento evita um curto circuito que pode
danificar o aparelho, correndo riscos com acidentes, em seguida foi realizada uma
pesquisa elencado as vantagens e desvantagens do uso desses dispositivos (como
o fusível e o disjuntor) nas instalações elétricas, além de estar verificando o
funcionamento destes aparelhos no próprio colégio, visto que os mesmos fazem
parte das instalações elétricas do estabelecimento.
4.1.6 Unidade 06 - Transformação e Utilização de Energia Elétrica
Nesta unidade foi realizada uma explanação sobre a importância da energia
num mundo tecnológico, que é muito importante para o nosso conforto e para
facilitar o desempenho das tarefas do nosso dia a dia. Diante disso foi levada para a
sala de aula, aparelhos elétricos, como o chuveiro, lâmpada incandescente e ferro
de passar roupa, mostrando quanto cada aparelho consome, através de sua
potência, utilizando a fórmula matemática En= p x t, verificando o consumo de cada
aparelho num determinado tempo, o objetivo foi mostrar aos alunos participantes a
transformação e conservação de energia além disso o senso de consumo
consciente, racional e seguro desta fonte de energia.
4.1.7 Unidade 07 - Condutores e Isolantes de Eletricidade
Nesta unidade foi confeccionado no laboratório de ciências do colégio um
circuito elétrico simples, com fio de cobre, pilhas e lâmpada incandescente, com o
objetivo de verificar os materiais que fecham o circuito, são condutores de
eletricidade ou um isolante elétrico, foram feitos vários procedimentos com diversos
materiais, como o sal de cozinha, a madeira o ferro a colher de metal, a maioria
destes utensílios encontravam-se no próprio laboratório do colégio, após esta etapa
foi realizado pelos alunos participantes um relatório com os materiais condutores e
isolantes de eletricidade, além de explicar porque alguns são condutores e outros
isolantes.
5 Análise e Resultados
Os alunos participantes do projeto são provenientes de diversos bairros da
cidade de Umuarama e dos municípios vizinhos, como Perobal, Maria Helena
Xambrê e Alto Piquiri, o Colégio Bento Mossurunga é o único a ofertar o curso de
Formação de docentes na região.
As salas do curso de formação docentes são compostas prioritariamente de
alunos do sexo feminino, verificou-se que a maioria delas são reticentes ao
manuseio das atividades experimentais com eletricidade, pois a eletricidade
apresenta riscos e perigos, algumas que se destacaram nestas atividades tem em
casa alguém da família que trabalha com eletricidade, mas todas se destacaram nas
produções de texto e nas pesquisas da Produção Didática. Também houve a
colaboração dos alunos dos 3º anos do ensino médio, que tiveram participações
destacadas, ajudando em muitos casos na montagem dos experimentos. Portanto
notou-se que a grande maioria tem pré-conhecimento sobre o tema, que faz parte do
seu cotidiano.
Os resultados obtidos após a aplicação do Projeto de Intervenção
Pedagógica e da Produção Didática Pedagógica foram discutidos de acordo com o
desenvolvimento de cada unidade didática.
Na primeira unidade (Corrente Elétrica), verificou-se pelos alunos
participantes, que o conceito de eletricidade e corrente elétrica, só era associado
com aparelhos eletrônicos e residências, porém, a eletricidade pode ser entendida
também como causa de efeitos fisiológicos que causam riscos a saúde dos seres
vivos e também como fenômenos da natureza como descargas elétricas através dos
raios, que também leva perigo aos seres humanos.
Na segunda unidade (Resistência Elétrica) e na terceira unidade (Efeito
Joule), após a discussão, houve uma preocupação por parte dos participantes tanto
com a demora no banho quanto com a parte de segurança, também com os gastos
altos de energia por parte destes aparelhos, gastos estes que impactam no
orçamento de suas famílias.
Na quarta unidade (Medidas Elétricas) verificou-se que em sala de aula as
medidas elétricas não são apenas um número acompanhado de sua unidade no
quadro negro ou no seu caderno, mas com o uso do multímetro essas mesmas
medidas tomam outras dimensões no aprendizado dos alunos, ajudando a
compreender melhor os conceitos de Resistência Elétrica, Corrente Elétrica e
Tensão Elétrica.
Na quinta unidade (Dispositivos de Segurança) os alunos participantes
comentaram sobre estes dispositivos que existem em suas residências e que na
maioria das vezes passam despercebidos e muitos nem sabiam qual seria sua
utilidade.
Na sexta unidade (Transformação e Utilização de Energia Elétrica) foi
comparado através da potência e do tempo de ligação do aparelho o consumo de
energia, os alunos participantes tiveram a oportunidade de verificar que um chuveiro
consome muito mais energia que uma lâmpada incandescente, por exemplo.
Na sétima unidade (Condutores e Isolantes de Eletricidade) foi retomado o
conceito de corrente elétrica, com isto foi possível verificar em que material houve a
movimentação de cargas elétricas, que seria um condutor elétrico e no material que
não passava cargas elétricas que seria um isolante elétrico.
6 Considerações Finais
A mudança de metodologia no ensino de Física é cada vez mais necessária,
inovar para torná-la interessante e, instigar a curiosidade de nossos alunos é um dos
desafios da escola atual e dos educadores de maneira geral. Esta preocupação está
expressa nas interações com o Grupo de Trabalho em Rede (GTR) quando os
professores participantes relatam que sempre estão preocupados em preparar e
pesquisar uma aula mais dinâmica, saindo do cotidiano da sala e da zona de
conforto, verificou-se através dos relatos que muitos estão buscado aperfeiçoamento
através de cursos, simpósios e interações com as Universidades.
Outra questão que permeou as intervenções do GTR, ligado ao tema deste
artigo foram os relatos dos professores participantes quanto as instalações elétricas
de nossas escolas, que na maioria são antigas e inadequadas podendo causar
curtos circuitos, colocando em perigo a integridade física das pessoas que
frequentam o ambiente escolar, além dos prejuízos financeiros com a possível
danificação de aparelhos elétricos.
Em relação a proposta de investigar a concepção dos alunos sobre o tema
Energia Elétrica, utilizando diversas metodologias, verificou-se que os objetivos
propostos foram alcançados, e o trabalho proporcionou aos alunos participantes a
compreensão que o uso da eletricidade no seu cotidiano requer cuidados e
racionalidade.
O professor deve estar sempre mudando sua prática, pois o mundo em que
vivemos está em constante transformação, e nossos alunos também é fruto desta
evolução, isto nos remete a novas possibilidades de estudos deste tema, que não
foram contemplados neste trabalho.
REFERÊNCIAS:
BARRETO, E.S. de S. A avaliação da Educação Básica entre dois modelos. In: WWW.anped.org.br/rreuniões/23/textos/0524/.pdf.acesso em: 28/11/2007.
CARVALHO, SÍLVIA H. M. de. Mestrado em Ensino de Ciências – Modalidade Ensino de Física. Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Cência e Arte. Razão e Imaginação – complementos necessários à compreensão da Física Moderna, 2006.
FÍSICA /vários autores, - Curitiba: SEED-PR, 2006, p.232.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessário à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra (Coleção Leitura), 1996.
GASPAR, ALBERTO, Compreendendo a física: ensino médio / Alberto Gaspar, -- São Paulo: Ática, 2010.
GONÇALVES FILHO, AURÉLIO. Física, Volume Único: ensino médio / Aurélio Gonçalves Filho, Carlos Toscano,-- São Paulo: Scipione, 2005.
MENEZES, L. C. A matéria – Uma Aventura do Espírito: Fundamentos e Fronteiras do Conhecimento Físico. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2005.
PARANÁ, SEED. Diretrizes Curriculares de Física para o Ensino Médio. Secretaria de Estado Educação do Paraná, Superintendência da Educação, 2008. In: BARRETO, E. S. de S. A avaliação da educação básica entre dois modelos. <www.anped.org.br/reunioes/23/textos/0524/.pdf> Acesso em: 28/11/2007.
PIETROCOLA, MAURÍCIO.”Construção e Realidade: modernizando o mundo através da Física’’. In: Ensino de Física: Conteúdo, metodologia e epistemologia numa concepção integradora. Florianópolis: Ed. Da UFSC, 2001.
SILVA, C. C. (org) Estudos de história e filosofia das ciências: subsídios para aplicação no ensino. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2006. R.P FENMAN, R, B, LEIGTON, M, SANDIS, Lectures on Physics, Massachusetts: Addison-Wesley, 1963. v.1)
YOUNG, HUHG D.; FREEDMAN, Roger A. Física III. 10ª ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2006.
Sites:
http://www.bauru.unesp.br/curso_cipa/3_seguranca_do_trabalho/5_eletricidade.htm acessado em: 30/05/2012
http://educar.sc.usp.br/ciencias/fisica/mf2.htm acessado em: 30/05/2012