RFO3204 - Sistema e Funções Estomatognáticas Deglutição · 2020. 7. 3. · •Contração da...

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Deglutição

RFO3204 - Sistema e Funções Estomatognáticas

Luciana Vitaliano Voi Trawitzki

Segurança: sem a entrada de substâncias na via aérea.

(MARINQUE, 1999; COSTA, 2004)

ATO NEUROMUSCULAR

CAVIDADE ORAL, FARINGE, LARINGE E ESÔFAGO, CONTROLADAS

POR COMPONENTES VOLUNTÁRIOS E REFLEXOS.

-Garantir um bom estado nutricional (Mendell e Logeman 2002)

Cavidade Oral

Estômago

Estruturas e inervação

Fonte: NETTER, F. H. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Trigêmio (V), facial (VII), glossofaríngeo (IX),

Vago (X), hipoglosso (XII).

Centro da deglutição

Organização complexa de elementos neurais do CÓRTEX CEREBRAL e do TRONCO ENCEFÁLICO.

Apesar de ainda não ser totalmente conhecida a sua

representação cortical, há ativação de áreas motoras e

somatossensoriais corticais bilateralmente pela

ressonância magnética funcional. Michou, Hamdy (2009)

(Garcia e Queija 2017)

Centro da deglutição

Estímulo primário

Receptores

da boca e

faringe

Ativam regiões centrais da deglutição.

A partir do seu início, as fases oral e faríngea parecem ser controladas por geradores de padrão programados,

localizados dentro dos centros da deglutição do tronco cerebral.

*Dinâmica pode ser modificada pelo

volume e consistência do bolo alimentar. (Garcia e Queija 2017)

FASES DA DEGLUTIÇÃO

ANTECIPATÓRIA ORAL

(LEOPOLD e KAGEL, 1983)

FASE ANTECIPATÓRIA

• Antecede a entrada do alimento a boca

• Modulações cerebrais para receber o alimento

• Envolve: intenção de se alimentar, consciência, atenção, fome, sentidos (visão, olfato, paladar), estado emocional.

(Barros e Ferraz, 2017)

FASE PREPARATÓRIA ORAL

• Voluntária

• Aceitação do bolo alimentar (Andrade e Limongi , 2012)

• Lábios ocluídos (evitar o escape extraoral e manter pressão intraoral

(Bazzotti, 1998; Furkim, 2009)

• Respiração nasal (faringe e laringe em repouso, VA aberta)

• Preparação (mastigação) - ação saliva

• Bolo alimentar posicionado/organizado entre a língua (dorso) e o palato duro

FASE PREPARATÓRIA ORAL

Nos bebês esta fase compreende a sucção, tem curta duração. O tempo aumenta com a introdução de novas texturas

O impulso sensorial informa aos centros de controle neural sobre o processo de mastigação, de modo que o bolo seja preparado até uma consistência desejável e as forças propulsivas da língua são preparadas para transportar o bolo eficientemente para a faringe. (Steele e Miller, 2010)

FASE ORAL

Voluntária e consciente

• Oclusão dos lábios

• Dentes – oclusão cêntrica – ação mm elevadores mdB (sólido) - complexo suprahioideo – eleva osso hioide.

• Língua – porção anterior se eleva contra o palato duro e a base fica rebaixada e posteriorizada, em movimentos ondilatórios

Frequência da deglutição tamanho e lubrificação

• Tempo de trânsito oral: medida de tempo do fim da mastigação até o início do reflexo faríngeo

Felício (2004)

FASE ORAL

Preparação Mastigação

Secreção de saliva

Qualificação Percepção das características do

bolo (volume, consistência, umidade)

Organização Posicionamento do bolo

(ação da língua)

Ejeção Pressão propulsiva da língua

(transferência de pressão para faringe)

Para alguns autores: fase preparatória!

*A qualidade da organização do bolo alimentar interfere na ejeção oral e na fase faríngea *As informações sensoriais do alimento bem como sua localização dentro da cavidade oral auxiliam na programação da fase faríngea Segurança

Costa (1998); Garcia e Queija 2017

FASE FARÍNGEA

Involuntária e consciente.

• Resposta reflexa

• Início com elevação do palato mole e fechamento da nasofaringe (aumenta a pressão intrafaríngea e contribui para o direcionamento do bolo alimentar para o esôfago)

• Dorso da língua se deprime e o bolo alimentar desliza para orofaringe

• Movimento ântero-superior da laringe

• Simultaneamente a laringe é fechada para proteção da VA (fechamento glótico, descida da epiglote)

• Contração dos músculos constritores da faringe – onda peristáltica

(Jotz e Angelis, 2017)

1) Propulsor: empurra o bolo para o esôfago pela ação dos músculos superior, médio e inferior da faringe, inervados pelo plexo faríngeo (nervos glossofaringeo-IX e vago-X).

2) Válvula (proteção da VA): interrupção das conexões entre as estruturas

• cavidade oral-faringe: elevação da raiz da língua e ação das fauces, e depende da constrição dos músculos intrínsecos da língua, músculo estiloglosso, músculo estilo-hióideo e do músculo palatoglosso.

• cavidade nasal-orofaringe: constrição do músculo superior da faringe e elevação do palato mole, sendo esta última ação produzida pela contração do músculo elevador do véu palatino e dos músculos da úvula.

FASE FARÍNGEA - mecanismos

(Kohda, Hisazumi,Hiramatsu, 1994)

• faringe-laringe: excursão ântero-superior da laringe (proteção da VA, favorece a abertura por tração do EES e a ampliação da faringe para a passagem do bolo) – músculos genioglosso, palatofaríngeo, salpingofaríngeo, estilofaríngeo.

– fechamento do vestíbulo laríngeo, descida da epiglote sobre as cartilagens aritenóides, fechamento das falsas pregas vocais, inclinação das aritenóides anteriormente, para baixo e medialmente e fechamento das pregas vocais verdadeiras (mm. intrínsecos da laringe)

• faringe-esôfago: abertura do EES para a passagem do bolo da faringe para o esôfago ocorre por força de tração em sua parede anterior devido à contração dos músculos supra e infra-hiódeos. Depois da passagem do bolo o EES se fecha (mm constritor faríngeo inferior e cricofaríngeo )

FASE FARÍNGEA - mecanismos

(Kohda, Hisazumi,Hiramatsu, 1994)

FASE ESOFÁGICA Involuntária e inconsciente

• Bolo alimentar conduzido do esôfago ao estômago por movimentos peristálticos reflexos

• Esfíncter esofágico superior (EES) – junção hipofaringe-esôfago (fechado no repouso, aberto na deglutição – pressão negativa )

• Esfíncter Esofágico Inferior (EEI) então se relaxa para permitir a passagem do bolo para o estômago, e logo recupera seu tônus basal para impedir a regurgitação gastroesofágica.

• Impulsos sensoriais da faringe e do esôfago são vitais nesta fase.

Desenvolvimento da Deglutição

• Função existente desde a vida intra uterina

• Primeiros movimentos de sucção de deglutição (segundo trimestre ±12 semanas)

• Deglutição do líquido aminiótico

• Preparação para o nascimento

• Coordenação SxRxD: 32 a 34ª semana

Felício (2004)

Deglutição infantil ou visceral

• Movimentos rítmicos e coordenados da sucção

• Guiada pela relação entre lábios e língua.

• Língua entre os coxins gengivais, preenche toda cavidade oral (pequena)

• Contração da musculatura facial e bolsas de gordura nas bochechas -estabilizar a mandíbula

• Laringe mais elevada, língua próxima a faringe e palato mole- favorece a respiração nasal (ate 4 meses) – proteção das vias aéreas Fonte: https://linkstudio.info/portfolio/pediatric-swallowing/

Felício (2004)

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=HDz3vLmuuws

Deglutição infantil ou visceral

Acontece gradativamente, favorecida pelos seguintes fatores:

• Maturação neuromuscular

• Surgimento da postura ereta da cabeça

• Desenvolvimento dentário,

• Desejo instintivo de mastigar

• Capacidade de manipular alimentos de várias texturas

• ±12-15 meses idade (Moyers, Carlson, 1998)

Transição para a deglutição madura

Deglutição Madura

• Aparecimento dos 1º molares decíduos e da mastigação

• Dentes em oclusão e mandíbula estabilizada pela ação dos músculos elevadores

• Terço anterior da língua atrás dos incisivos superiores e lábios unidos com contração mínima

• ±3 anos idade.

Deglutição Madura

• Comando voluntário

• Depende da integridade de vários sistemas neuronais

• Vias aferentes, integração dos estímulos no SNC

• Vias eferentes, resposta motora, integridade das estruturas envolvidas

Deglutição no envelhecimento

musculatura e saúde oral

Felício (2004)

Gênero

Consistência

Grau de Trituração

Volume

Lubrificação

Idade

Fatores que modificam a deglutição

Fases Preparatória e Oral

“ Adaptações e Compensações”