Post on 27-Dec-2015
Revolução Francesa
Participantes Sociedade francesa
Localização França
Data 1789–1799
Resultado Abolição e substituição damonarquia, aristocracia e da igreja por uma
república democráticasecular radical, que, por sua vez, tornou-se mais
autoritária, militarista e baseada na propriedade;
Mudança social radical baseada nonacionalismo, na democracia, em
princípiosiluministas de cidadania e em direitos inalienáveis;
Ascensão de Napoleão Bonaparte;
Conflitos armados com outros países europeus.
Revolução Francesa (em francês: Révolution Française, 1789-1799) foi um período de
intensa agitação política e social na França, que teve um impacto duradouro
na história do país e, mais amplamente, em todo o continente europeu. A monarquia
absolutista que tinha governado a nação durante séculos entrou em colapso em
apenas três anos. A sociedade francesa passou por uma transformação épica, quando
privilégios feudais, aristocráticos e religiosos evaporaram-se sob um ataque
sustentado de grupos políticos radicais de esquerda, das massas nas ruas e de
camponeses na região rural do país.1 Antigos ideais da tradição e da hierarquia de
monarcas, aristocratas e da Igreja Católica foram abruptamente derrubados pelos
novos princípios de Liberté, Égalité, Fraternité (em português: liberdade, igualdade e
fraternidade). As casas reais da Europa ficaram aterrorizadas com a revolução e
iniciaram um movimento contrário que até 1814 tinha restaurado a antiga monarquia,
mas muitas reformas importantes tornaram-se permanentes. O mesmo aconteceu com
os antagonismos entre os partidários e inimigos da revolução, que lutaram
politicamente ao longo dos próximos dois séculos.
Antecedentes
A França tomada pelo Antigo Regime era um grande edifício construído por cinquenta
gerações, por mais de quinhentos anos. As suas fundações mais antigas e mais profundas
eram obras da Igreja, estabelecidas durante mil e trezentos anos.
A sociedade francesa do século XVIII mantinha a divisão em três Ordens ou Estados típica
do Antigo Regime – Clero ou Primeiro Estado, Nobreza ou Segundo Estado, e Povo ou
Terceiro Estado – cada qual regendo-se por leis próprias (privilégios), com um Rei
absoluto (ou seja, um Rei que detinha um poder supremo independente) no topo da
hierarquia dos Estados. O Rei fora antes de tudo o obreiro da unidade nacional através do
seu poder independente das Ordens, significando que era ele quem tinha a última palavra
sobre a justiça, a economia, a diplomacia, a paz e a guerra, e quem se lhe opusesse teria
como destino a prisão da Bastilha. A França sofrera uma evolução assinalável nos últimos
anos: não havia censura, a tortura fora proibida em 1788, e a representação do Terceiro
Estado nos Estados Gerais acabava de ser duplicada para contrariar a Nobreza e o Clero
que não queriam uma reforma dos impostos. Em 14 de julho de 1789, quando a Bastilha
foi tomada pelos revolucionários, albergava oito prisioneiros.
Ao longo da História, a miséria tem provocado muitos motins, mas em regra não provoca
revoluções. A situação da França, antes da Revolução, era a de um Estado pobre num
país rico.
Causas
As causas da revolução francesa são remotas e imediatas. Entre as do primeiro grupo, há
de considerar que a França passava por um período de crise financeira. A participação
francesa na Guerra da Independência dos Estados Unidos da América, a participação (e
derrota) na Guerra dos Sete Anos, os elevados custos da Corte de Luís XVI, tinham
deixado as finanças do país em mau estado.
Os votos eram atribuídos por ordem (1- clero, 2- nobreza, 3- Terceiro Estado) e não por
cabeça. Havia grandes injustiças entre as antigas ordens e ficava sempre o Terceiro
Estado prejudicado com a aprovação das leis.
Os chamados Privilegiados estavam isentos de impostos, e apenas uma ordem sustentava
o país, deixando obviamente a balança comercial negativa ante os elevados custos das
sucessivas guerras, altos encargos públicos e os supérfluos gastos da corte do rei Luís
XVI.
O rei Luís XVI acaba por convidar o Conde Turgot para gerir os destinos do país como
ministro e implementar profundas reformas sociais e econômicas.
Política
Em fevereiro de 1787, o ministro das finanças, Loménie de Brienne, submeteu a uma
Assembleia de Notáveis, escolhidos de entre a nobreza, clero, burguesia e burocracia, um
projeto que incluía o lançamento de um novo imposto sobre a propriedade da nobreza e do
clero. Esta Assembleia não aprovou o novo imposto, pedindo que o rei Luís
XVI convocasse os Estados-Gerais.
Em 8 de agosto, o rei concordou, convocando os Estados Gerais para maio de 1789.
Fazendo parte dos trabalhos preparatórios da reunião dos Estados Gerais, começaram a
ser escritos os tradicionais cahiers de doléances, onde se registraram as queixas das três
ordens.
A Revolução
O período da Assembleia Constituinte decorre de 9 de julho de 1789 a 30 de
setembro de 1791. As primeiras ações dos revolucionários deram-se quando, em 17 de
junho, a reunião do Terceiro Estado se proclamou "Assembleia Nacional" e, pouco depois,
"Assembleia Nacional Constituinte". Em 12 de julho, começam os motins em Paris,
culminando em 14 de julho com a tomada da prisão da Bastilha, símbolo do poder real e
depósito de armas. Sob proposta de dois aristocratas, o visconde de Noailles e do duque
de Aiguillon, a Assembleia suprime todos os privilégios das comunidades e das pessoas,
as imunidades provinciais e municipais, as banalidades, e os direitos feudais. Pouco
depois, aprovava-se a solene "Declaração dos direitos do Homem e do Cidadão", contudo
a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, não foi aprovada pela mesma
Assembleia e a idealizadora, Olympe de Gouges, foi executada. O lema dos
revolucionários era "Liberdade, Igualdade e Fraternidade", mas logo em 14 de junho de
1791, se aprovou a Lei de Le Chapelier que proibia os sindicatos de trabalhadores e as
greves, com penas que podiam ir até à pena de morte. Em 19 de abril de 1791, o Estado
nacionaliza e passa a administrar todos os bens da Igreja Católica, sendo aprovada em
julho a Constituição Civil do Clero, por intermédio da qual os padres católicos passam a
ser funcionários públicos.
Datas e Fatos Essenciais[editar | editar código-fonte]
1787: Revolta dos Notáveis
1789: Revolta do Terceiro Estado; 14 de julho: Tomada da Bastilha; 26 de
agosto: Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
1790: Confisco dos bens do Clero.
1791: Constituição que estabeleceu a Monarquia Constitucional.
1791: Tentativa de fuga e prisão do rei Luís XVI.
1792: Invasão da França pela Áustria e Prússia.
1793: Oficialização da República e morte do Rei Luís XVI; 2ª Constituição.
1793: Terror contra os inimigos da revolução.
1794: Deposição de Robespierre.
1795: Regime do Diretório — 3ª Constituição.
1799: Golpe do 18 de brumário (9 de novembro) de Napoleão.
Referências
1. Ir para cima↑ French Revolution.
2. Ir para cima↑ Donald Greer, The Incidence of the Terror during the French Revolution:
A Statistical Interpretation (1935).
3. Ir para cima↑ BELL, David Avrom. The First Total War: Napoleon's Europe and the birth
of warfare as we know it. New York: Houghton Mifflin Harcourt, 2007. p. 51. ISBN 0-618-
34965-0
4. Ir para cima↑ Pierre Gaxotte (da Academia Francesa), La Révolution Française, Paris,
Librairie Arthème Fayard, 1957, pp. 31-54.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Francesa
http://www.infoescola.com/historia/revolucao-francesa/
Pode se dizer que a Revolução Francesa teve relevante papel nas bases da sociedade de
uma época, além de ter sido um marco divisório da história dando início à idade
contemporânea.
Foi um acontecimento tão importante que seus ideais influenciaram vários movimentos ao
redor do mundo, dentre eles, a nossa Inconfidência Mineira.Esse movimento teve a
participação de vários grupos sociais: pobres, desempregados, pequenos comerciantes,
camponeses (estes, tinham que pagar tributos à nobreza e ao clero).Em 1789, a população
da França era a maior do mundo, e era dividida em três estados: clero (1º estado), nobreza
(2º estado) e povo (3º estado).Clero
Alto clero (bispos, abades e cônicos)
Baixo clero (sacerdotes pobres)
Nobreza
Nobreza cortesã (moradores do Palácio de Versalhes)
Nobreza provincial (grupo empobrecido que vivia no interior)
Nobreza de Toga (burgueses ricos que compravam títulos de nobreza e cargos
políticos e administrativos)
Povo
Camponeses
Grande burguesia (banqueiros, grandes empresários e comerciantes)
Média burguesia (profissionais liberais)
Pequena burguesia (artesãos e comerciantes)
Sans-culottes (aprendizes de ofícios, assalariados, desempregados). Tinham este
nome porque não usavam os calções curtos com meias típicos da nobreza.
O clero e a nobreza tinham vários privilégios: não pagavam impostos, recebiam pensões do
estado e podiam exercer cargos públicos.
O povo tinha que arcar com todas as despesas do 1º e 2º estado. Com o passar do tempo e
influenciados pelos ideais do Iluminismo, o 3º estado começou a se revoltar e a lutar pela
igualdade de todos perante a lei. Pretendiam combater, dentre outras coisas, o absolutismo
monárquico e os privilégios da nobreza e do clero.
A economia francesa passava por uma crise, mais da metade da população trabalhava no
campo, porém, vários fatores ( clima, secas e inundações), pioravam ainda mais a situação
da agricultura fazendo com que os preços subissem, e nas cidades e no campo, a população
sofria com a fome e a miséria.
Além da agricultura, a indústria têxtil também passava por dificuldades por causa da
concorrência com os tecidos ingleses que chegavam do mercado interno francês. Como
conseqüência, vários trabalhadores ficaram desempregados e a sociedade teve o seu número
de famintos e marginalizados elevados.
Toda esta situação fazia com que a burguesia (ligada à manufatura e ao comércio) ficasse
cada vez mais infeliz. A fim de contornar a crise, o Rei Luís XVI resolveu cobrar tributos ao
povo (3º estado), em vez de fazer cobranças ao clero e a nobreza.
Sentindo que seus privilégios estavam ameaçados, o 1º e 2º estado se revoltaram e
pressionaram o rei para convocar a Assembléia dos Estados Gerais que ajudaria a obrigar
o povo a assumir os tributos.
OBS: A Assembléia dos Estados Gerais não se reunia há 175 anos. Era formada por
integrantes dos três estados, porém, só era aceito um voto para cada estado, como clero e
nobreza estavam sempre unidos, isso sempre somava dois votos contra um do povo.
Essa atitude prejudicou a nobreza que não tinha consciência do poder do povo e também
porque as eleições para escolha dos deputados ocorreram em um momento favorável aos
objetivos do 3º estado, já que este vivia na miséria e o momento atual do país era de crise
econômica, fome e desemprego.
Em maio de 1789, após a reunião da Assembléia no palácio de Versalhes, surgiu o
conflito entre os privilegiados (clero e nobreza) e o povo.
A nobreza e o clero, perceberam que o povo tinha mais deputados que os dois primeiros
estados juntos, então, queria de qualquer jeito fazer valer o voto por ordem social. O povo
(que levava vantagem) queria que o voto fosse individual.
Para que isso acontecesse, seria necessário uma alteração na constituição, mas a nobreza e
o clero não concordavam com tal atitude. Esse impasse fez com que o 3º estado se
revoltasse e saísse dos Estados Gerais.
Fora dos Estados Gerais, eles se reuniram e formaram a Assembléia Nacional Constituinte.
O rei Luís XVI tentou reagir, mas o povo permanecia unido, tomando conta das ruas. O
slogan dos revolucionários era“Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.
Em 14 de julho de 1789 os parisienses invadiram e tomaram a Bastilha (prisão) que
representava o poder absoluto do rei, já que era lá que ficavam os inimigos políticos dele.
Esse episódio ficou conhecido como "A queda da Bastilha".
O rei já não tinha mais como controlar a fúria popular e tomou algumas precauções para
acalmar o povo que invadia, matava e tomava os bens da nobreza: o regime feudal sobre os
camponeses foi abolido e os privilégios tributários do clero e da nobreza acabaram.
No dia 26 de agosto de 1789 a Assembléia Nacional Constituinte proclamou a Declaração
dos Direitos do Homem e do Cidadão, cujos principais pontos eram:
O respeito pela dignidade das pessoas
Liberdade e igualdade dos cidadãos perante a lei
Direito à propriedade individual
Direito de resistência à opressão política
Liberdade de pensamento e opinião
Em 1790, a Assembléia Constituinte reduziu o poder do clero confiscando diversas terras da
Igreja e pôs o clero sob a autoridade do Estado. Essa medida foi feita através de um
documento chamado “Constituição Civil do Clero”. Porém, o Papa não aceitou essa
determinação.
Sobraram duas alternativas aos sacerdotes fiéis ao rei.
1. Sair da França
2. Lutar contra a revolução
Muitos concordaram com essa lei para poder permanecer no país, mas os insatisfeitos
fugiram da França e no exterior decidiram se unir e formar um exército para reagir à
revolução.
Em 1791, foi concluída a constituição feita pelos membros da Assembléia Constituinte.
Principais tópicos dessa constituição
Igualdade jurídica entre os indivíduos
Fim dos privilégios do clero e nobreza
Liberdade de produção e de comércio (sem a interferência do estado)
Proibição de greves
Liberdade de crença
Separação do estado da Igreja
Nacionalização dos bens do clero
Três poderes criados (Legislativo, Executivo e Judiciário)
O rei Luís XVI não aceitou a perda do poder e passou a conspirar contra a revolução, para
isso contatava nobres emigrados e monarcas da Áustria e Prússia (que também se sentiam
ameaçados). O objetivo dos contra-revolucionários era organizar um exército que invadisse a
França e restabelecesse a monarquia absoluta (veja Absolutismo na França).
Em 1791, Luís XVI quis se unir aos contra-revolucionários e fugiu da França, mas foi
reconhecido, capturado, preso e mantido sob vigilância.
Em 1792, o exército austro-prussiano invadiu a França, mas foi derrotado pelas tropas
francesas na Batalha de Valmy. Essa vitória deu nova força aos revolucionários franceses e
tal fato levou os líderes da burguesia decidir proclamar a República (22 de setembro de
1792).