Post on 22-Mar-2016
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21 JAN.FEV.MAR.3 Ano6 0,70€
mundo h.MOÇAMBIQUE UMA ESCOLA PRIMÁRIA PARA SANCULO; S.TOMÉ ATENDER A DOENÇA COM DIGNIDADE; PORTUGAL INAUGURA-ÇÃO HELPO NO PORTO; MAIS MUNDO PADRINHOS PELO MUN-DO; ESTÓRIAS PADRINHOS VOLUNTÁRIOS; MAIS DO QUE PADRI-NHOS SORRISO COLGATE; QUEM HELPA UM CONTENTOR RUMO A NACALA; IMAIS FADO SOLIDÁRIO NO FAIAL.
ÍNDICE
EDITORIAL
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apreensão e otimismo.
PORTUGAL
0
uma estação de encontros.
S. TOMÉ E PRÍNCIPE
8
posto de saúde comunitáio - colónia açoreana.
i MAIS
ESTÓRIAS
4
alcoolismo: um problema que São Tomé não reconhece.
noite de fados no faial.
6
sim! É possível!
1 por todos.
MOÇAMBIQUE
4
os sonhos podem concretizar-se!
MAIS DO QUE PADRINHOS
9
criando (novos) hábitos...
natális.
5
concretização de um sonho.
o mundo para além de nós, em 2013
MAIS MUNDO
padrinhos além fronteiras.
3
6
a realização de uma viagem de sonho...
8
alegria a dobrar.
QUEM HELPA
0
em 20 pés, mais de 580 volumes navegam rumo a moçambique.
3
preensão e otimismo são dois sentimentos que nor-
malmente vivem separados… Mas foi assim que a Hel-
po iniciou o ano de 2012: apreensão devido ao contex-
to socioeconómico do país, mas otimismo graças à dedicação
e sacrifício dos nossos padrinhos! Graças a eles conseguimos
fechar o ano de 2012 em linha com o objetivo a que nos tí-
nhamos proposto: somos hoje 4000 padrinhos espalhados por
todo o mundo! Num cenário de crise onde todos somos criati-
vos na gestão do nosso orçamento, o facto de mantermos uma
base sólida de padrinhos demonstra claramente a qualidade do
nosso projeto e a fidelidade dos nossos padrinhos!
Vamos por isso entrar no ano de 2013 com grande determi-
nação e ambição! Em Portugal continuaremos a implementar
projetos comunitários (Veki, Sotão, Brinca, etc…) com o objeti-
vo de dar o nosso contributo para aumentar o índice de desen-
volvimento humano de Portugal. Nesse sentido, inaugurámos
em dezembro passado a segunda casa da Helpo: a nossa sede
no Porto, na estação de São Bento. Um grande passo rumo à
nossa consolidação na zona norte do país, que tão generosa
tem sido com os afilhados da Helpo e que agora, merecida-
mente, recebeu esta resposta. Aguardarmos a visita de todos
os padrinhos, estão formalmente convidados!
Lisboa, Nuno Tavares
EDITORIAL
A
3
APREENSÃO E OTIMISMO.
Moçambique e São Tomé continuarão a ser as nossas zonas de
intervenção. O projeto Helpo é hoje reconhecido como uma
mais-valia para todas as comunidades onde intervimos e é no
mesmo sentido que iremos continuar a caminhar: refeições
quentes, sabão, kits de primeiros socorros, peças de roupa,
cobertores, lanche escolar, géneros alimentícios, calçado, ma-
terial escolar, equipamentos e material desportivo, mobiliário
escolar, uniformes escolares, propinas escolares para os alunos
que frequentam a escola secundária.
Em paralelo, iremos aumentar as fronteiras de comunicação
do projeto Helpo. Com a evolução das tecnologias não é de es-
pantar que tenhamos padrinhos desde os EUA até Macau sem
termos implementado uma estratégia específica para que tal
acontecesse. É neste contexto de evolução que iremos breve-
mente comunicar a marca Helpo de uma forma estruturada e
estratégica no Brasil, país “irmão” e cujas motivações sociais e
solidárias serão certamente interessantes de mobilizar.
Esperamos, assim, com esta estratégia, conseguir continuar a
crescer de uma forma sustentada e, acima de tudo, consolidar
a qualidade do nosso trabalho. Para isso, necessitamos que
continuem a dar a vossa generosa contribuição, que tanto va-
lor tem num mundo tão diferente daquele em que vivemos!
4
os sonhos podem concretizar-se!
MOÇAMBIQUE
4 de novembro de 2012 é uma data
que não esquecerei facilmente. Na
aldeia de Sanculo (distrito da Ilha de
Moçambique), em Moçambique, realizou-
-se um antigo sonho meu: inaugurar uma
escola dedicada à minha estimada profes-
sora primária, Adalgisa Tanara Cesaris.
Tudo nasceu em Génova, à mesa de um
café, onde conversava com o meu amigo
Marco, que me apresentou uma amiga
sua, Joana Clemente, da Associação Helpo.
A Joana começou a falar-me do trabalho
da Associação em Moçambique e acabei
por lhe falar do meu sonho “guardado na
gaveta”.
Ao ouvi-la, plantou-se-me um fascínio
pelos projetos concretizados pela Asso-
ciação, e veio-me à cabeça perguntar se
poderia deslocar-me a Moçambique para
ver como poderia ajudar a Helpo.
Em julho de 2011, aterro em Nampula,
onde conheço uma pessoa excecional:
Carlos Almeida. Com ele, passo uma se-
mana emocionante, percorro as aldeias
onde a Helpo já deu início a alguns proje-
tos, e sigo-o na auscultação dos responsá-
veis locais pelas políticas educativas, nas
localidades que necessitam mais urgente-
mente de uma escola primária completa
inexistente. Finalmente, a aldeia identifi-
cada foi Sanculo, localizada na zona conti-
nental do distrito da Ilha de Moçambique
(Classificada como Património Mundial da
Génova, Pietro Fugazza
2
5
Humanidade, pela Unesco).
Não parto sem me comprometer com o
Carlos e com Paulino, o chefe da aldeia de
Sanculo, em financiar brevemente a cons-
trução de uma escola. Assim, em novem-
bro de 2011, decido dar início ao projeto
“Gisa for Children”, cujo primeiro objetivo
será angariar fundos para construir uma
escola através da ajuda da Helpo. Após
alguns avanços e recuos, reféns das ques-
tões práticas, iniciaram-se os trabalhos
sob a supervisão do Carlos Almeida, e
depressa se chega à data da inauguração.
24 de novembro foi o dia marcado, com a
presença confirmada de todas as autorida-
des locais e televisões nacionais.
Não podia faltar ao compromisso e assim,
feitas as malas, parto rumo a Moçambi-
que para sentir na pele a concretização do
meu sonho feito realidade.
Além da emoção do momento, que me
assaltou ao ver a escola edificada e se pro-
longou por alguns dias, não poderei es-
quecer os rostos e sorrisos dos habitantes
da aldeia de Sanculo e das suas crianças,
os verdadeiros protagonistas desta grande
celebração.
Trouxe comigo, no coração, uma grande
emoção que não esquecerei em toda a
minha vida, e por isso agradecerei sempre
ao Carlos e à Joana, da Associação Helpo,
e ao meu amigo Marco, que me colocou
em contacto com pessoas tão especiais!
Ficha técnica
Zona de ação: Sanculo, Distrito de Ilha de Moçambique, Província de Nampula (a 7 km da cidade da Ilha de Moçambique e a
180 km da cidade de Nampula).
Nº de Beneficiários: As salas de aula de Sanculo irão funcionar este ano como salas anexas da EPC de Jembesse e irão acolher
um total de 440 alunos, divididos por 6 turmas. A partir do ano lectivo de 2014 irá funcionar como Escola Primária Gisa de
Sanculo.
Custos do projeto: 30.000,00€.
Data da inauguração: 24 de Novembro de 2012.
6
MOÇAMBIQUE
Sim! É possível!Nampula, Carlos Almeida
A chegada de um voluntário ao terreno envolve sempre mais questões do que a simples decisão de ir e o ato de partir. Muitas pessoas
têm uma visão muito romântica do que é passar um período de meses em África, longe do conforto do lar, pensando apenas no bem
que podem fazer e das coisas positivas que irão receber. Há muita coisa boa para se receber quando se decide ir com tudo e, sobre-
tudo, com o coração cheio para ajudar o próximo, mas a verdade crua e nua, é que nem todas as pessoas se adaptam à dureza da
realidade de África. Não quero com isto dizer que uns são melhores que outros, mas simplesmente que nem todas as pessoas estão
talhadas para sentir certos “pesos” que neste continente são amplificados. É difícil explicar a dureza que por vezes se sente em África
e ainda mais difícil é explicar os seus múltiplos encantos. África não se conta, sente-se, e um dos últimos voluntários a passar uma
temporada em Cabo Delgado já tinha sentido África, literalmente de alto a baixo.
Joaquim Batista já passou a barreira do meio século, mas o seu corpo franzino, o brilho dos seus olhos e a sua postura de quem tem
pilhas alcalinas de longa duração, não deixam enganar: estamos perante um homem todo-o-terreno, de corpo e espírito. Quem não
confiar no golpe de vista e precisar ver o CV, logo percebe que este viajante inveterado tem, entre outras loucuras (saudáveis), o facto
de ser um dos mais famosos adeptos da Seleção Nacional, fundador da Paixão Lusitana, e uma travessia de África de camião, por al-
turas do Mundial de 2010, em que teve oportunidade de visitar Moçambique pela primeira vez e conhecer a sua afilhada na escolinha
do Marrere, em Nampula.
África marcou-o e a Helpo também, por isso decidiu voltar para pôr as mãos na massa:
Carlos Almeida: Quais as motivações que te levaram a abraçar o
projeto de voluntariado de longa duração?
Joaquim Batista: Como pessoa atenta no que respeita a Direitos
Humanos e às difíceis condições de vida dos povos de países
subdesenvolvidos, algumas incursões como “viajante” em países
dos continentes africano, asiático e da América Latina despole-
taram em mim a vontade, que há muitos anos tinha, de poder
ajudar a melhorar as condições de vida dessas pessoas. Se algu-
mas dúvidas houvesse, foram completamente desfeitas em 2010
aquando da visita à minha afilhada na comunidade do Marrere,
onde tive oportunidade de verificar o excelente trabalho que a
Helpo estava a desenvolver. Foi aí que decidi passar da vontade
à prática, criando as condições profissionais para o fazer. Pen-
so que o percurso de vida de um ser humano terá sempre que
passar pela defesa das causas em que acredita, ser solidário e
essencialmente ter capacidade de sair das tão cómodas “zonas
de conforto”. O passo seguinte foi a inscrição e frequência do
workshop “Mais Voluntário”, de preparação para Voluntariado
Internacional, organizado pela Helpo, onde fui selecionado para
uma missão em Moçambique.
C. A. : Quais eram as expectativas antes de conheceres a reali-
dade?
J. B. : Com a formação prestada pela Helpo, e pelo conhecimen-
to anterior de algumas vivências “in loco”, aquando das minhas
viagens, estava minimamente preparado para não criar grandes
expectativas, pois sabia de antemão que a realidade, que iria en-
contrar, exigia uma grande componente psicológica, capacidade
de trabalho e muita dedicação, entreajuda com a equipa Helpo
já instalada no terreno e, essencialmente, disponibilidade para
executar qualquer tipo de tarefa que o momento exigisse.
C. A. : Como foi o choque com essa realidade?
J. B. : A realidade é sempre nua e crua! É óbvio que o conheci-
mento superficial que tinha foi atropelado por uma enxurrada
de necessidades básicas nas comunidades onde a Helpo está a
trabalhar. Só no terreno se consegue perceber as dificuldades
e carências que as populações têm no seu dia a dia. Destaco a
falta de água, que implica a inexistência de cuidados de higiene
básica, em adultos e crianças, e que transversalmente é causado-
ra de inúmeras doenças e impeditiva de uma assídua presença
nas aulas por parte das crianças. De realçar que, em relação a
equipamentos, entrega de materiais e lanches escolares, é notó-
rio o trabalho efetuado pela Helpo. Pedra a pedra, tem construí-
do inúmeras instalações para escolinhas e escolas e, com a ajuda
de todos (equipa Helpo, padrinhos, patrocinadores e financiado-
res), vai-se pintando os rostos das crianças de esperança, felici-
dade e alegria!!!!!
C. A. : Como foi a experiência das vivências e do trabalho na Co-
munidade de Mahera?
J. B. : Todas as diretrizes e tarefas que me foram atribuídas,
foram executadas com todo o gosto e dedicação, mas foi com
enorme entusiasmo que participei na remodelação/reconstru-
ção da Escola Primária Completa de Mahera.
Quando cheguei ao terreno e olhei para um edifício construído
no início dos anos 70, completamente obsoleto, sem portas e
janelas, chapas de zinco danificadas e rotas, com quadros esco-
lares feitos em cavaletes e crianças sentadas no chão a assistir
às aulas, pensei que era possível com as verbas disponibilizadas
7
transformar um “monstro” numa “donzela”. Mãos à obra, e com
a ajuda de algumas pessoas da comunidade local e do emprei-
teiro, foi possível tornar o sonho em quase realidade. E só não
foi totalmente realizado, porque, aquando dos acabamentos da
obra, estive ausente da mesma durante um par de dias. Tempo
suficiente para que o meu amigo Sanjane (o empreiteiro) não
executasse as diretrizes deixadas para o efeito: aplicou algumas
grelhas fora de esquadria e deixou a “donzela” um pouco em-
penada! Pormenores de pouca importância que só eu, como um
“perfecionista desmedido”, tomei em consideração.
Quando as paredes foram pintadas e as secretárias colocadas, a
“donzela” engalanou-se e voltou a brilhar! As crianças e a comu-
nidade de Mahera, uma das mais pobres onde trabalhei, preci-
savam e mereceram toda a dedicação e entrega na reconstrução
da Escola.
KOSHUKURU MAHERA!* (*Obrigado, Mahera)
C. A.: Ficou vontade de repetir a experiência?
J. B. : Se houver, por parte da Helpo, necessidade dos meus prés-
timos em futuros projetos, estou completamente disponível para
repetir a experiência. Aliás, gostaria de deixar o meu agradeci-
mento à equipa em Moçambique e em Portugal, que me deu
um grande apoio na concretização deste sonho.
A grande vantagem deste tipo de experiências é que nós rece-
bemos muito mais do que damos. O contato com as crianças e
adultos é tão enriquecedor, que nos faz pensar: é possível viver
no limiar da pobreza, carente dos bens essenciais (água, comida,
roupa, calçado, etc.) e sempre com um sorriso nos lábios? Sim, é
possível! Esta é a grande aprendizagem da minha experiência.
KIOHRUÁ MOÇAMBIQUE!* (*Adeus, Moçambique)
Ficha técnica
Zona de ação: Mahera, Distrito de Ancuabe, Província de Cabo
Delgado (a 120km da cidade de Pemba).
Nº de Beneficiários: A Escola de Mahera tem um total de 640
alunos, dos quais aproximadamente 170 usufruem destas
salas, divididos por 4 turmas.
Custos do projeto: 6.150,00€.
Data da inauguração: 5 de dezembro de 2012.
Nota: Este projeto foi possível como o especial apoio da GFK.
8
“Por norma cada
família ocupa uma
das salas. Dentro
destes armazéns
dorme-se,
cozinha-se, vive-se
o dia a dia”
São Tomé, Tiago Coucelo
posto de saúde comunitário - colónia açoriana.
SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
Helpo iniciou, em maio do ano
passado, um projeto no âmbito
da saúde em São Tomé e Prín-
cipe. Para isso, estabeleceu uma parce-
ria com a Santa Casa da Misericórdia do
país e começou a prestar o, até então
inexistente, serviço de acompanhamen-
to nutricional no Centro Social de Apoio
à Infância de Ribeira Afonso, distrito de
Cantagalo. Sob a batuta da nutricionista
Elisabete Catarino, identificámos crianças
carenciadas e delineámos toda a nossa
intervenção.
Atuamos no distrito 4 dias por semana,
seja em Ribeira Afonso, seja nas roças
circundantes. As visitas da nossa profis-
sional são feitas em conjunto com uma
equipa médica do Ministério da Saúde,
que se desloca a todas as roças do distrito.
Importanta mencionar que o nosso tra-
balho está a ser elogiado e reconhecido
por diversos parceiros, tendo a Helpo sido
convidada a colaborar diretamente com
o Ministério, na visita a outras roças que
não faziam parte da nossa intervenção ini-
cial, de forma a estendermos a nossa ação
a todo o distrito que, segundo os últimos
sensos, tem 19 000 habitantes.
Nas deslocações que são feitas às roças,
deparamo-nos com situações de pobreza
extrema. Casos que, muitas vezes erra-
A damente, se julga não existirem nesta
ilha paradisíaca. Acredito que muitos dos
turistas que visitam este território não fa-
çam ideia desta vivência, sem produtos e
sem serviços essenciais. São comunidades
isoladas, com acessos difíceis, com falta
de saneamento básico, energia elétrica,
serviços de saúde e outros.
Uma dessas comunidades é a Colónia
Açoreana, uma antiga roça com uma sé-
rie de armazéns que atualmente estão
degradados, mas que ainda servem de ha-
bitação a uma boa parte dos habitantes.
Por norma, cada família ocupa uma das
salas. Dentro destes armazéns dorme-se,
cozinha-se, vive-se o dia a dia. No interior
sente-se intensamente o cheiro a fumo,
a cozinhados e à humidade entranhada.
Também aqui, numa das salas, se localiza
o posto de saúde onde a equipa móvel
intervém.
Nesta comunidade, a Helpo tem 11 das 56
crianças que atualmente fazem parte do
9
nosso programa de acompanhamento e
reabilitação nutricional.
O posto sanitário não apresentava as con-
dições mínimas de atuação. A entrada era
feita pelo corredor escuro do armazém, a
sala estava despida de qualquer mobiliá-
rio, a janela encontrava-se danificada e
as paredes e chão estavam em condições
miseráveis.
Assim, após conversa com a Delegada
de Saúde de Cantagalo – Dra. Leila Silva,
grande impulsionadora da nossa interven-
ção -, decidimos avançar para uma pro-
funda remodelação do Posto Sanitário da
Colónia Açoreana.
As obras iniciaram-se a 6 de novembro e
incidiram no melhoramento da sala de
consultas e apetrechamento da sala com
algum mobiliário.
A primeira intervenção foi a abertura de
uma porta para que se possa aceder ao
posto independentemente. O acesso dei-
xa de ser feito pelo corredor escuro, onde
muitas vezes se cozinha e se estende a
roupa. Depois fizemos uma janela maior
para que a sala seja mais arejada e ilumi-
nada. Todas as paredes, teto e chão tam-
bém sofreram uma reabilitação profunda.
Todos os materiais foram comprados e en-
tregues ao pedreiro que, em algumas se-
manas, fez toda a obra que se pretendia.
Por outro lado, foram encomendados a
um carpinteiro local os móveis para equi-
par a sala. Este aspeto também é impor-
tante: entregar a execução dos trabalhos
a um morador da comunidade ou de roça
circundante, porque parte do dinheiro é
devolvido e aplicado na comunidade. Fo-
ram assim encomendados um móvel para
armazenar os medicamentos, uma secre-
tária, bancos, uma porta e uma janela e
um suporte para uma maca.
Esta intervenção comunitária já bene-
ficia, não só as 11 crianças que a Helpo
acompanha, mas os cerca de 300 habitan-
tes da Colónia Açoreana. A melhoria das
condições do posto permite torná-lo num
espaço de dinamização de sensibilizações
sobre saúde. A colocação de uma maca
permite a melhoria da espera em situa-
ções de emergência, assim como a análise
de doentes aquando da visita da equipa
móvel. A colocação de um armário possi-
bilita o armazenamento de alguns medica-
mentos e material de primeiros socor-
ros, que a Luísa, a agente comunitária de
saúde da Colónia Açoreana, pode fornecer
aos habitantes em qualquer necessidade.
A chancela da Helpo nesta obra vem
reforçar a atuação da Associação nas co-
munidades mais isoladas e carenciadas,
numa melhoria que, de outra forma e nos
próximos tempos, não se concretizaria. A
Colónia Açoreana valorizou-se, com a re-
cuperação deste espaço, de uma melho-
ria das suas condições sanitárias, que, de
tão exíguas que são, a tornam numa obra
merecedora da maior atenção e reconhe-
cimento por todos os habitantes.
Ficha técnica
Projecto: Reabilitação do Posto Sanitário da Colónia Açoreana, em parceria com a Delegação de Saúde de Cantagalo,
que forneceu mão-de-obra (parcial) e transporte dos materiais.
Zona de ação: Comunidade Colónia Açoreana, distrito de Cantagalo, São Tomé, São Tomé e Príncipe.
Beneficiários: Habitantes da comunidade da Colónia Açoreana, Roças de Amparo Primeiro, São Lourenço e São Francisco.
Custos do projeto: 404,00€.
0
PORTUGAL
uma estação de encontros.Porto, Ana Luísa Machado
pós a reivindicação de inúmeros padrinhos por uma
representação da Helpo no norte do país, finalmente,
no passado dia 7 de dezembro, inauguramos o nosso
novo escritório no Porto. Como deverão estar recordados, em
outubro, fizemos um fim de semana onde todos puderam par-
ticipar na adaptação do espaço às nossas necessidades. Depois
disso ainda tivemos de percorrer um caminho de “dificuldades” e
“entraves” até que tudo ficou pronto. Graças à REFER Património
– que nos permite usufruir de um espaço magnífico na Estação
de S. Bento a um preço simbólico -, aos padrinhos pintores, ao
Millenium BCP – que nos cedeu o mobiliário - e ao João e à Lúcia,
que, respetivamente, nos permitiram o acesso e o transporte do
material, conseguimos ter um escritório pronto e digno de rece-
ber todos os nossos amigos e parceiros.
A sessão de abertura estava prevista para as dezoito e trinta, mas
cedo os Padrinhos começaram a fluir em nossa direção, na ânsia
de não perder pitada daquilo que é um escritório mais do que
desejado. Uma casa Helpo pertinho de cada um.
Foi indescritível a emoção de conhecer as vozes que tantas vezes
partilham alegrias e angustias connosco. As vozes passaram a ter
um rosto e esse rosto já fazia parte de nós há anos. Um rosto que
de repente se tornou visível, passou a ter um sorriso e as palavras
passaram a ser mais doces.
Este é um dos ensinamentos de África e da Helpo: a proximida-
de é tudo. O convívio é o melhor remédio para o tempo bem
passado. A família, independentemente de ser a próxima ou a
alargada,- é o que de mais precioso temos. A família Helpo agora
A
alargou-se ao Norte e por isso, queremos transformar todas as
vozes em rostos e em sorrisos. É esse o espirito Helpo. Ajuda, aju-
dar. Com pouco, mas com tanto…
Parceiros institucionais como a Camara Municipal do Porto e o
Consulado de S. Tomé, fizeram questão de marcar presença. A
Sra. Vereadora do Pelouro do Conhecimento e Coesão Social da
Câmara Municipal do Porto, Prof. Dra. Guilhermina Rego, descer-
rou a placa de inauguração e, num discurso conhecedor do nos-
so trabalho, divulgou e enfatizou o que de melhor fazemos que
é, tão só, aquilo a que nos propomos.
O Sr. Cônsul de S. Tomé e Príncipe, Dr. Paulo Patrício, com a mo-
déstia, que lhe é reconhecida, agradeceu apenas o convite, dan-
do os parabéns pelo trabalho realizado e manifestou desejos de
que o mesmo continue. O Presidente da Helpo, Dr. Nuno Tavares,
frisou a necessidade de proximidade da Helpo a todos os que a
suportam e que permitem a realização de todas as obras no ter-
reno e junto daqueles que, atualmente, entre portas, precisam,
também e cada vez mais do nosso apoio.
Depois dos discursos, seguiu-se um momento de descontração
com a atuação do grupo de dança do Programa “Por uma esco-
lha”, da Junta de Freguesia de Miragaia. São cerca de 12 jovens,
que lutam contra a exclusão dançando e mostrando que as esco-
lhas podem ser diferentes quando se quer.
Seguiu-se um pequeno cocktail e confraternização.
Tudo isto foi possível graças a uma força enorme que nos impe-
diu de desistir do local ideal. Uma luta que nos é característica,
independentemente do hemisfério ou país onde nos encontra-
mos. Um impulso, que nos leva sempre de encontro a alguém,
seja ele um doador ou um beneficiário. Uma coisa é certa: agora
e mais do que nunca, estamos mais próximos. Por isso, convi-
do todos os padrinhos a visitar o nosso escritório, na belíssima
Estação de S. Bento, no Porto. Queremos que este local seja uma
estação de encontros. Queremos que os comboios, que chegam,
tragam consigo mais um amigo e levem de regresso a casa, um
padrinho.
PORTUGAL
o mundo para além de nós, em 2013.Cascais, Joana Lopes Clemente
ma agenda, uma sucessão de dias que se atropelam
mais rapidamente do que nos conseguimos aperceber,
uma fiel vigilante da memória que anualmente conhe-
ce um substituto com a mesma cadência ritmada de seguimen-
to do curso do tempo, imparável. E, na Helpo, um espelho da-
quilo que nos esforçamos por atingir, das conquistas que, ano
após ano, se tornam mais visíveis de quanto foram no passado,
um instrumento de aproximação de padrinhos e afilhados, ta-
lhando distâncias e dando voz a projetos e beneficiários.
Em 2013, a Agenda que levamos até aos nossos padrinhos e
amigos fala-nos de um mundo díspar, dá corpo e forma a ín-
dices absurdos que subsistem como os traços mais cruéis da
pobreza, e confere-nos por fim uma ideia consciente de onde
nos situamos na interminável escala de carências, que a vida é
capaz de discorrer.
Ao contrapormos o caminho que nós, (enquanto parte de um
país que se enquadra no escalão de mais alto Desenvolvimen-
to Humano existente), temos percorrido, àquele que a maioria
das populações no mundo não imagina existir, pretendemos
abrir a cortina que nos tolda o alcance do que a vista nos de-
volve, o reflexo do mundo como ele é: imenso, variado, con-
trastante, desequilibrado.
Em momentos de grande interrogação como aquele em que
vivemos, tendemos a fechar-nos sobre nós próprios, a colocar
a nossa realidade como o centro de gravitação dos nossos
pensamentos e ações e perdemos a noção de que, no mundo
além dos noticiários compostos de estatísticas, índices, percen-
tagens, impostos e subsídios, permanecem pessoas; milhões
e milhões de pessoas, a esmagadora maioria da população
mundial, que vive no mesmo universo desprotegido de sem-
pre, com a agravante de que a comunidade internacional tem
menos disponibilidade para lhes dirigir um pensamento, um
olhar, algum tipo de apoio. E assim, o nosso mundo encolhe,
progressivamente, ajustando-se mais à medida dos nossos pro-
blemas do que à medida do que a realidade de facto guarda
em si.
Ao contrapormos nesta Agenda Helpo 2013, em números, a
nossa realidade à realidade dos países em que trabalhamos,
utilizando os indicadores que integram a unidade de medi-
da do Desenvolvimento, (taxas de mortalidade e mortalidade
infantil, taxas de desnutrição crónica, número de médicos por
habitante, taxas de analfabetismo, progressão dos ciclos esco-
lares, etc.), pretendemos contrariar a tendência de diminuição
da dimensão do nosso mundo, promover um olhar abrangente
que nos ajude também a reposicionar o nosso olhar sobre nós
próprios e sobre a dimensão dos nossos problemas. E sobre-
tudo, não deixar de dar aos nossos dias, um enquadramento
pelo qual nos batemos constantemente: um contexto em que
possamos afirmar que o nosso mundo é humano (também em
2013)!
Nota:
A Agenda Helpo 2013 foi produzida com o apoio financeiro do Pingo Doce e o seu proveito
reverte para a construção de uma ludoteca em São Tomé e Príncipe.-
U
3
MAIS MUNDO
padrinhos além fronteiras.Colares, Margarida Assunção
tendendo ao nosso mais recente “estilo de vida”, pro-
vocado pelo actual enquadramento socioeconómico
do país e que todos os dias nos obriga a novos ma-
labarismos contabilísticos, sem acesso a truques de magia ou
direito aos milagres da multiplicação, nunca é de mais subli-
nhar o esforço dos padrinhos e madrinhas. Todos os dias, estes
heróis escolhem oferecer um dia a dia mais digno e com mais
condições (mais um caderno, um lápis, um cobertor, uma rou-
pa, um brinquedo, etc) aos afilhados e afilhadas, que estão lon-
ge - em Moçambique e São Tomé e Príncipe -, através da Helpo.
Mas o sentimento de solidáriedade não tem fronteiras. Refiro-
-me ao conjunto de mais de 90 padrinhos e madrinhas que,
para além da sua vertente solidária, geralmente têm em co-
mum a mesma língua e a mesma identidade lusófona e acom-
panham-nos a partir dos 4 cantos do mundo.
Deste conjunto, saliento 2 subgrupos de padrinhos: os padri-
nhos e madrinhas portugueses, residentes fora de Portugal
(Inglaterra, França, Luxemburgo, Suiça, entre outros) e os pa-
drinhos de outras nacionalidades, na sua maioria oriundos de
países emergentes, como é o caso do Brasil e, curiosa e feliz-
mente, até mesmo de Moçambique.
Os padrinhos portugueses que nos seguem além-fronteiras,
vêem neste projecto uma oportunidade de estar mais perto do
seu país natal, que se traduz numa troca regular de corres-
pondência, de e-mails e telefonemas, possibilitando um apoio
constante a uma criança, também ela noutro canto do mundo.
São padrinhos que se identificam e confiam na intervenção de
uma organização portuguesa - a Helpo, para operar em paí-
ses, de língua oficial portuguesa, onde existem tantas carên-
cias de base e onde Portugal já fez história.
O outro subgrupo, dos padrinhos não portugueses, alguns
conhecem a Helpo no terreno (como é o caso dos padrinhos
moçambicanos) e os outros, na sua maioria, cruzam-se com a
Organização nas redes sociais. Apesar de já existirem alguns
padrinhos moçambicanos, não queiram os nossos restantes
padrinhos achar que moçambique já não precisa de apoio!
Moçambique é um país de fortes contrastes e também é um
país muito grande (cerca de 9 vezes maior do que Portugal).
A todos os padrinhos e madrinhas espalhados pelo mundo
- portugueses, moçambicanos, brasileiros e outros, que com-
pletam o nosso mundo Helpo cada vez mais heterogéneo, o
nosso MUITO OBRIGADO.
A
4
ESTÓRIAS
alcoolismo: um problema que São Tomé não reconhece.São Tomé, Elisabete Catarino
laudina, 36 anos, alcoólica, grávida de 36 semanas.
Encontrámo-la sentada na comunidade onde vive, San-
ta Cecília, com um copo de 0,5 L de vinho de palma na
mão, alcoolizada e com edema abdominal nos membros infe-
riores. Em São Tomé, o vinho de palma é a bebida mais con-
sumida. É muito fácil de obter a partir da seiva fermentada da
palmeira. Quem não se der ao trabalho de colher, também não
tem dificuldade em comprar, meio litro tem o custo de apenas
5000 dobras, o equivalente a 20 cêntimos.
Rosinha, síndrome alcoólica fetal, a julgar pelo dismorfismo
facial. A mãe sabe o número de filhos, mas não sabe as suas
idades. Confirmamos no boletim de saúde o que não é óbvio,
a Rosinha tem o peso de uma criança de 7 meses, mas já tem
4 anos. Esta síndrome é uma das consequências e um dos
problemas mais graves relacionados com o consumo de álcool
durante a gravidez. Tem consequências para as crianças a nível
do crescimento, do desenvolvimento intelectual e das compe-
tências sociais em idades posteriores.
Mulheres grávidas e mulheres, que estão a amamentar, conso-
mem sem moderação vinho de palma, cerveja ou cacharamba
(bebida destilada de cana de açúcar e casca de ananás). A nível
nacional não existem números estatísticos que reflitam esta
realidade. O problema ainda não mereceu a devida atenção
das entidades responsáveis e, sendo um problema cujas conse-
quências se refletem principalmente a longo prazo, tende a ser
desprezado perante outros com efeitos mais imediatos. E, pior,
a par da falta de atenção aos malefícios do consumo de alcóol,
vêm os mitos que propiciam esse consumo.
Tânia, 15 anos, mãe adolescente. Confessa-me que bebe duas
ou três vezes por dia. Está a amamentar o Marcos, que agora
tem 13 meses. Não sabia que o álcool passa para o leite, “afi-
nal toda a mãe fica a beber com filho pequeno”, disse-me ela.
Acrescentou ainda aquilo que já sabíamos, que é frequente as
mães ingerirem álcool nos primeiros dias pós-parto, por acha-
rem que assim aumentam a produção de leite.
Pela nossa experiência no programa de acompanhamento nu-
tricional materno-infantil da Helpo, cerca de 40% das mães que
acompanhamos e que estão a amamentar, consomem diaria-
mente álcool em quantidades nocivas para ambos, lactante e
lactente.
Alexandre, há 7 meses tinha 20, muito baixo peso para a idade
e a mãe alcoólica. A Maria, mãe do menino, consumia vinho
de palma logo pela manhã, perdia o discernimento e muitas
vezes esquecia-se de alimentar o filho, apenas o amamentava.
De há 4 meses para cá, parou de amamentar e durante a ma-
nhã esforça-se por consumir menos vinho, o suficiente para se
dedicar a preparar comida que servirá para 2 refeições. Neste
período, o menino aumentou 28% do seu anterior peso, sendo
agora uma criança com peso saudável!
Este país, que controla eficientemente surtos de cólera, pre-
para campanhas de vacinação, de prevenção do VIH e tem um
sistema nacional da saúde preparado para dar resposta a cam-
panhas de rua, que cheguem às roças mais distantes, carece
ainda de dados fidedignos sobre o consumo de álcool que sen-
sibilizem os santomenses para este problema. O excessivo con-
sumo de álcool é um problema de saúde pública não assumi-
do. Em São Tomé, não existe legislação sobre a idade mínima
para a venda de bebidas alcoólicas, sobre a taxa máxima de
alcoolémia para quem dirige um veículo, nem sobre restrições
na publicidade a bebidas alcoólicas.
C
5
concretização de um sonho.Cascais, Ilda Costa
uando recebi a confirmação de que poderia ir a Mo-
çambique visitar a minha afilhada e fazer voluntariado
com a Helpo, não “cabia” em mim de contente!
Sabia para onde ia e para o que ia. A oportunidade de poder
conhecer e abraçar a minha afilhada, assim como o de poder
ajudar voluntariamente o Orfanato Provincial de Nampula, que
os Serviços de Ação Social de Nampula chamam de Infantário
(apesar do apoio a crianças e jovens dos 2 aos 18 anos), foi a
concretização de um objetivo há muito desejado!
Parti entusiasmadíssima, cheia de ideias-, ou seja, com expecta-
tivas muito altas. A Ondina (Diretora de Programa do escritório
da Helpo em Nampula) teve o cuidado de alertar-me para uma
realidade muito diferente do que alguma vez eu poderia imagi-
nar. Apesar do meu contacto com alguns países de África, cada
país tem “o seu quê”, e efetivamente dei-me conta de como as
coisas podem ser muito diferentes do que supomos ser.
Eu levava na bagagem algum material didático para trabalhar
com as crianças, desde material escolar, cadernos de ativida-
des, livros de trabalhos manuais, cadernos de exercícios, jogos,
entre outras coisas. Como disse, ia com uma vontade imen-
sa de os “pôr em ação”, com o apoio de todo este material.
Mas qual não foi o meu espanto, e ainda bem que fui alerta-
da, quando verifiquei, que aqueles jovens dos 12 aos 15 anos,
afinal diferiam e muito de qualquer criança que frequentasse o
ensino primário regular em Portugal.
Comecei logo pela dificuldade de comunicação. Alguns não
falavam português. Depois foi-me dito que tinham apenas 3
horas de ensino na escola por dia. Tanto os do 1º ano, como
os do 5º ou 8º ano. As salas são aproveitadas desta forma para
poderem dar aulas a todos. Os professores são pessoas que
não foram além do ensino secundário. Quem saiba ler ou es-
crever já pode lecionar, e eu pergunto: “Esperar o quê?”, ou
como eles tantas vezes o dizem: “Fazer o quê?”. Hoje com-
preendo como é que a minha afilhada, que tem 12 anos, não
consegue escrever-me uma única carta.
A dificuldade que tive em ensinar/insistir com as crianças para
aprenderem as letras e os números, foi sem dúvida um dos
grandes desafios para quem ia com tanta vontade de reali-
zar inúmeras atividades lúdicas. Embora difícil, e por vezes
ininteligível de como é que não compreendiam o que estava
a ensinar, não podia desistir. Eles mereciam a minha vontade,
aceitavam a minha persistência e sorriam do meu desânimo.
Por tudo isso, sim, valeu a pena o meu esforço!
Permaneci 2 meses, mas faltou-me pelo menos mais 1, para
conseguir ensinar melhor as contas de subtrair e multiplicar
(faltaram as de dividir) aos meninos do 6º e 7º anos, assim
como terminar o abecedário com os três irmãos, que não fa-
lavam português, e que nunca andaram na escola por terem
sido deixados no Infantário a meio do ano letivo. Ficaram-se
pelo “a,e,i,o,u” e os números até 10, embora o mais velho,
com 10 anos, tenha aprendido o abecedário até ao “i” e os nú-
meros até 20. Esta aprendizagem permitirá que sejam inscritos
no 1º ano do próximo ano letivo, a 20 de janeiro.
Em nome destes meninos, entre tantos outros apadrinhados
ou não, que a Helpo obstinadamente insiste em apoiar, em
nome dos padrinhos, entre os quais me incluo, OBRIGADO Hel-
po pelo vosso trabalho! Sim, o nosso mundo é humano. Bem
hajam!
Q
6
ESTÓRIAS
a realização de uma viagem de sonho….Loures, Susana Pinto / Vilamoura, Patrícia Baltazar
Após um ano de projeto de uma viagem a São Tomé e Príncipe de duas amigas de infância, eis que a 23 de outubro de 2012
se concretiza a nossa tão esperada viagem!
Sabíamos que não conseguíamos imaginar nem perspetivar o que íamos encontrar, e isso deixava-nos cada vez mais ansio-
sas por conhecer aquela realidade.
Com a grande ajuda da Helpo, começou a fazer sentido equacionar esta viagem, dado que ambas iríamos ter oportunidade
de conhecer os nossos afilhados e proporcionar-lhes um dia diferente, para eles e para os restantes meninos das suas esco-
las.
Visita a Monte Café
Em São Tomé, encontrámo-nos com o
Tiago e a Elisabete e eu tive o tão es-
perado encontro com o meu afilhado
Valdemiro Nana da Fonseca, situado na
escola primária da Roça Monte Café, dis-
trito de Mézochi.
Fomos muito bem recebidas pelo dire-
tor da escola e tivemos oportunidade
de conhecer todos os professores que
estavam a lecionar naquele momento e
conversar com cada um deles, por bre-
ves instantes. Vimos como é distribuída
a refeição quente a todas as crianças
e visitámos a horta que foi feita com a
ajuda da Helpo no infantário da Roça do
Monte Café, que fica ao lado da escola
primária.
Confesso que os sentimentos, naquele
momento, são muitos e difíceis de des-
crever. A emoção é enorme e a madri-
nha é o centro de todas as atenções das
crianças. No entanto, o meu afilhado é o
mais apático e na minha opinião, pensa
que ele é o motivo de toda aquela agita-
ção e acaba por não saber disfrutar da-
quele encontro como os outros o fazem.
Como já estava preparada para esta rea-
ção dele, sabia que não podia invadir o
seu espaço e tentei ao máximo deixá-lo
à vontade e proporcionar-lhe uma boa
visita da sua madrinha, com algumas
ofertas para ele, tentando conhecer os
seus gostos, os seus desejos e sonhos.
Com a grande ajuda do Padrinho Nuno
Barquinha, foi possível entregar 150 es-
tojos iguais, que incluíam 6 lápis de cor,
um afia, 3 lápis de carvão e 4 canetas a
todos os alunos que estavam presentes
na escola, no turno da tarde. E deixei
também, ao coordenador da escola, giz,
borrachas, canetas de feltro, lápis de
cor e 100 cadernos que foram entregues
posteriormente à nossa visita.
No entanto, apesar de darmos este ma-
terial escolar e de todas as crianças nos
agradecerem por isso, o mais gratifican-
te são sem dúvida as suas expressões
faciais de alegria e de agradecimento
para connosco, ao receberem estes pre-
sentes. Pois são genuínas e espontâneas
ao fazê-lo e deixam-nos completamente
desarmadas, com um sorriso constante
nas nossas caras.
7
Visita a Santa Catarina
Como as emoções são muitas, só 2 dias
depois de chegarmos a São Tomé, fomos
a Santa Catarina, visitar o meu afilhado
Danilo Neto. Chegámos sob uma chuva
torrencial, o que é muito frequente no
norte de São Tomé, daí a importância de
capas para a chuva para aqueles meni-
nos não chegarem molhados à escola.
Fomos muito bem recebidas pelo diretor
da escola, um homem muito inovador e
atento, que nos mostrou as instalações,
assim como a horta, que fizeram na
escola, com a ajuda da Helpo, de onde
já tiram alguns legumes para as suas
refeições diárias. Entretanto, chegou o
Danilo, acompanhado pela sua simpáti-
ca mãe e irmã ainda bebé. Como eu já
esperava, ele estava muito assustado e
tentei deixá-lo à vontade, dando-lhe os
presentes que levava, e mostrando que
só o queria ajudar um pouco a melhorar
o seu dia a dia de criança. Não consegui
arrancar-lhe um sorriso, mas ele con-
seguiu mostrar a sua gratidão, quando
chegou a hora de ir para a sala de aula
e me deu a mão para o levar até à sua
carteira. Aqui sim, senti que os gestos
valem mais que mil palavras. “Obrigada,
Danilo, por fazeres parte da minha vida.
Se por uns segundos eu mudei a tua, po-
des ter a certeza, que mudaste a minha
também.”
Esta viagem preenche-nos de uma forma tão intensa e única, que só mesmo estando em contato com o povo santomense
é possível perceber as diferenças que há entre o norte e o sul da ilha a nível de formas de estar, hábitos diários, como por
exemplo, a pesca, o lavar roupa no rio e o facto de serem mais ou menos extrovertidos com uma máquina fotográfica di-
recionada para eles. Percebemos, também, o quanto é possível ser feliz com tão pouco, e verificar que a felicidade vem de
dentro de nós e não de fora.
A todos os padrinhos e madrinhas da Helpo, se tiverem oportunidade de irem visitar os vossos afilhados - o que já por si é
uma viagem impar-, não deixem de ter a possibilidade de desfrutar dos ambientes e das belezas naturais, que o país de São
Tomé e Príncipe apresenta, tais como: fazer uma refeição na casa da Dona Tété, de visitar as Roças de São João dos Ango-
lares, a Roça Agostinho Neto, a Roça de Monte Café ou a Roça Diogo Vaz, as várias cascatas, e para quem for apreciador do
verdadeiro sabor do chocolate, passar pela casa do Cláudio Corallo e fazer uma degustação do cacau nos vários estágios da
sua transformação.
Um conselho que deixamos a todos os padrinhos, é que vale mesmo a pena fazerem a visita aos vossos afilhados e conhecer
todo o trabalho de campo que é feito pela Helpo, numa realidade tão díspar e tão “rica” de emoções e de meios naturais e
ao mesmo tempo tão “pobre” de tudo aquilo que nós lhes podemos dar.
Parabéns, Helpo, pelo vosso trabalho e muito obrigado por nos deixarem fazer parte deste mundo h.
8
ESTÓRIAS
alegria a dobrar.Torres Vedras, Joaquim Batista
e, em maio de 2010, aquando da primeira visita à mi-
nha afilhada Minésia, tive uma alegria muito grande de
poder conhecer e partilhar a felicidade da mesma com
a minha presença, não foi menos intensa a forma como foi o
nosso reencontro em setembro de 2012. Apesar da última visi-
ta ter sido um pouco atribulada, porque a Minésia não estava
presente na Escolinha do Marrere-Nampula, que habitualmen-
te frequentava, encontrando-se ausente dessa comunidade.
Aquando da minha primeira visita, a Minésia vivia na comuni-
dade do Marrere, na companhia da sua avó materna, que tive
a oportunidade de conhecer e com quem dialoguei, vivendo a
sua mãe noutro local.
Com o esforço da Ondina (Diretora da Helpo do programa de
apoio em Nampula) e com o conhecimento do terreno e das
famílias por parte do animador local, conseguimos localizar a
minha afilhada numa comunidade nos subúrbios da cidade de
Nampula.
A surpresa da minha visita e o facto de estarem presentes o
seu ex-animador e a Ondina, criaram alguma estupefacção,
quer na minha afilhada, quer na sua mãe, porque a mesma
tinha a consciência que de alguma forma estava em falta em
relação aos compromissos escolares da Minésia, que pura e
simplesmente não tinha sido matriculada, nem estava a fre-
quentar nenhuma escola.
Da timidez inicial da Minésia, ao sorriso nos lábios, foi uma
fração de segundos. A menina reconheceu-me, descontraiu-se
e o nosso encontro foi espetacular.
Tinha como oferta um bebé chorão de cor negra, que adorou,
e alguns balões, que também foram distribuídos pelas crian-
ças, que entretanto foram chegando.
Após uma conversa com a mãe sobre a necessidade da meni-
na frequentar a escola, e com o compromisso desta, que não
iria falhar nessa responsabilidade em relação à educação da
filha, transmiti-lhe a ideia, que o meu apoio através da Helpo
é e será sempre nesse sentido e que iria estar atento sobre a
matrícula e frequência às aulas do próximo ano escolar, que se
iniciou em janeiro.
Como nada é por acaso, considero que foi muito positiva a
visita, que tive oportunidade de fazer, pelo simples facto de
eventualmente ter criado as condições para que mais uma
criança tenha acesso à educação, apesar de ter a consciência,
que os pais têm sempre o poder de decisão.
Para ti, Minésia, e para todas as Minésias do Mundo, um gran-
de beijinho!
S
9
criando (novos) hábitos…Cascais, Sofia Nobre
as comunidades rurais de Moçambique, o exercício de
higienização oral é praticamente inexistente. A escova
dos dentes é substituída por uma raíz, conhecida por
deixar os dentes branquinhos, que, no entanto, não serve as
funções necessárias para a correta higiene oral.
Nas roças de São Tomé e Príncipe, esta prática é igualmente
desconhecida. Não se pratica higiene oral, mas consome-se
muitos doces. Os “brancos” são conhecidos por levar doces, e
de certa forma incentivados para o fazer, porque as crianças
pedem e agradecem, mas os seus dentes não!
Não sendo a higiene oral conhecida, nem praticada, pelo povo
moçambicano e santomense, nas comunidades rurais, é ne-
cessária a sensibilização para a criação de um novo hábito.
Distribuímos escovas e pastas dos dentes e formamos profes-
sores, educadores e crianças no que diz respeito ao processo
de escovagem dos dentes. A escova de dentes é um objeto es-
tranho e a pasta provoca uma sensação diferente na boca: será
para comer?! As crianças pegam desajeitadamente na escova,
os adultos medem desadequadamente a proporção de pasta a
colocar na mesma e rapidamente se percebe que dificilmente
conseguiremos incutir a escovagem dos dentes como uma prá-
tica diária, a curto prazo. Algumas creches comprometem-se a
realizar esta tarefa duas vezes por semana, outras três…
No entanto, para manter este processo, é necessário o reabas-
tecimento deste material.
Durante muito tempo tentámos que uma marca distribuidora
de dentífricos e escovas dos dentes nos oferecesse este tipo de
produtos para distribuirmos em Moçambique e São Tomé. Na
impossibilidade de obter este apoio, lançámos uma campanha
de recolha de bens, onde incluímos as escovas e as pastas dos
dentes, conseguindo uma boa adesão à mesma, através dos
nossos padrinhos e amigos da Helpo. Infelizmente, ainda não
na quantidade necessária.
Sendo um problema recorrente, partilhámos muitas vezes esta
necessidade com os nossos padrinhos. Felizmente, o desaba-
fo chegou ao ouvido certo: uma madrinha, que tinha conhe-
cimentos na Colgate, conseguiu o donativo de 2000 escovas
e pastas dos dentes, que já seguiram rumo a Moçambique e a
São Tomé.
Agradecemos desde já à Colgate, por intermédio da madrinha
Carla, este generoso apoio!
Para garantir a continuidade deste processo, lançámos um
N
produto Helpo: o pin “Eu helpo com…”, neste caso “Eu helpo
com uma escova dos dentes”, com o objetivo de angariar fun-
dos para a aquisição deste produto. Com uma contribuição a
partir de 1,00€, ajuda-se a adquirir uma escova dos dentes, um
lanche escolar ou um kit escolar. Este projeto já nos permitiu a
recolha de 254,00€, apenas para aquisição de escovas e pastas
dos dentes.
Ainda no combate a favor de uma higiene correta e adequada,
outro tipo de produtos, que recolhemos, são os sabonetes. A
utilização de shampoo ou gel duche é uma prática desconhe-
cida para as famílias, que habitam nas comunidades rurais de
Moçambique e São Tomé. Quando recebemos este tipo de
produtos, canalizamos para os programas de apoio em Portu-
gal. Por norma, para a prática do banho, em Moçambique e
São Tomé, distribuímos sabonetes ou barras de sabão - outro
tipo de bens necessários, que fazem parte da nossa lista infin-
dável de recolha de bens.
Este ano, contámos com um grande apoio por parte da madri-
nha Sara Medeiros, com a oferta de 394 sabonetes.
A todos os nossos padrinhos, parceiros e amigos, que nos
apoiam para além do Programa de Apadrinhamento de Crian-
ças à Distância, o nosso MUITO OBRIGADO!
MAIS DO QUE PADRINHOS
0
QUEM HELPA
em 20 pés, mais de 580 volumes navegam rumo a moçambique.Cascais, Joana Ferrari
ia sete de janeiro de dois mil e treze, numa manhã
cinzenta de segunda-feira, éramos quatro, apenas
quatro, a esvaziar um armazém e a encher um conten-
tor. Primeiro foi um a um, depois experimentámos o carrega-
mento das caixas em cadeia – mas éramos quatro! Aquele dia
começou sem fim à vista e tínhamos de carregar aquele para-
lelipípedo infinito até ao início dessa mesma noite, do dia sete.
Carregámos, demos saída das caixas, carregámos, amontoá-
mos, arrumámos. Depois chegaram mais braços e, com eles,
mais coragem e vontade de nos mexermos, realizarmos uma
tarefa, ainda sem resultado à vista.
Ao longo do dia, o sol foi subindo, os corpos cansando-se, as
ajudas chegando, o contentor enchendo-se, o armazém esva-
ziando-se, as forças recarregando-se pelo resultado a surgir – e
começou a vislumbrar-se a imagem das nossas crianças lá lon-
ge, onde o contentor há de chegar-, felizes com as surpresas
dos dias, ainda mais ensolarados e bem mais quentes do que
este nosso de janeiro, a receberem mantas e escovas de dentes
e pastas e cadernos e livros e lápis e mais esperança e Helpo,
nas suas mãos pequeninas, que nunca recebem.
Afinal, éramos dezasseis em vez de quatro, eram quinze ho-
ras em vez de toda a noite quando acabámos de preencher
qualquer espaço vago do contentor e o sol aquecia e ilumina-
va a rua cheia de Helpo, caixas e projetos por descortinar ou
inventar do outro lado, à beira-Índico ou nas zonas rurais onde
atuamos. Afinal o contentor encheu-se e ficou longe daquele
ar “infinito” com que se apresentou pela manhã – ainda fica-
ram tantas doações dos nossos padrinhos e amigos por seguir!
Afinal, até parecia sábado em vez de segunda-feira – aquele
dia mais malfadado e cinzento para quem não tem uma causa
que preencha todos os seus espaços – como aqueles do con-
tentor, que foram repletos de coisas, ou de sonhos!
E como diz a música, “com a carga pronta” (e os sonhos) meti-
dos no contentor, segue mais um para Moçambique e “nasce
um novo dia”, com mais “um pouco de fé”. E nós – nós fomos
finalmente almoçar todos juntos, em tom de celebração, feli-
zes e com a sensação de “missão cumprida”!
E porque para fazer chegar todos os bens a todos os beneficiá-
rios, é preciso mais do que qualidades ou capacidades físicas e
logísticas, bem como como força e vontade, a Helpo agrade-
ce à Garland a generosa oferta de mil dólares a descontar no
valor do envio do contentor, cujo custo final acabou por ser,
assim, de 1.206,55 €.
Também a São Tomé têm chegado bens por outras vias – e por
isso agradecemos à Soares da Costa que, a partir do Porto, tem
disponibilizado espaço em diversos contentores, sem qualquer
custo para a Helpo, fazendo chegar os bens necessários ao
nosso escritório em São Tomé.
D
i MAIS
a uma atuação de fado pro-
tagonizada pelo grupo de fa-
dos local - Ecos do Fado.
A noite de fados teve lugar
na freguesia de Castelo e
foi possível graças ao grupo
Ecos do Fado, ao patrocina-
dor Continente e às madri-
nhas Helpo e outros volun-
tários, que ofereceram as
comidas e produtos.
Com este evento foi possível
angariar cerca de 2.360,00€,
que se destinaran à compra
dos produtos para o lanche
de Natal das crianças das
comunidades apoiadas pela
Helpo e perspetivar uma se-
gunda noite da fados, que
se prevê realizar no próximo
o passado dia 15 de
dezembro, a ilha do
Faial, nos Açores,
recebeu mais um evento or-
ganizado pelos voluntários
da Helpo. Desta vez, o grupo
de voluntários, liderado pela
madrinha Luísa Borges e
composto na sua maioria por
madrinhas Helpo, promo-
veu um jantar solidário com
atuação musical de Fados.
O momento contou com a
presença de 130 pessoas,
que durante uma noite pu-
deram degustar as comidas
tradicionais da ilha do Faial,
confecionadas pelas madri-
nhas Helpo e por voluntários
e amigos da causa, e assistir
N
noite de fados no faial.
aproveitando a ocasião para
divulgar o trabalho desenvol-
vido e recolher fundos para
os projetos que implementa,
através da promoção do seu
merchandising e artesanato
africano. A grande novidade
o passado mês de
dezembro, entre os
dias 1 e 9, decor-
reu a já conhecida Feira da
Natal de Lisboa, a Natalis. A
Helpo foi mais uma vez con-
vidada para estar presente,
N
guém quis perder a feira “1
por todos”, promovida pela
Helpo, com produtos novos
ou pouco usados a partir de
1,00€.
Esta feira permitiu ajudar
muita gente com bens de
necessidade básica a preços
s duas últimas se-
manas de novembro
causaram muita agi-
tação e animação no escritó-
rio da Helpo!
Desde os nossos simpáticos
vizinhos, aos mais curiosos
que por ali passavam, nin-
A
natalis.
simbólicos e os beneficiários
dos nossos programas de
apoio em Moçambique e São
Tomé, para quem os referi-
dos bens não se adequavam,
com uma recolha de fundos
no valor de 323,00€.
Reflexo das duas edições
já realizadas, os nossos vi-
zinhos e amigos, passam
diariamente na Helpo para
perguntar quando será a 3ª
edição…
Para breve, esperemos!
da Helpo nesta Feira de Natal
foi a promoção da campa-
nha “Eu helpo com…”, um
kit escolar, uma escova dos
dentes ou um lanche escolar,
com uma contribuição a par-
tir de 1,00€. A participação
nesta feira permitiu-nos a
recolha de fundos no valor
de 983,23€. Um especial
agradecimento a todos os
nossos voluntários e demais
pessoas que contribuíram
para esta recolha.
ano.
Os voluntários encontram-se
a preparar novas iniciativas,
que se destinam a apoiar fi-
nanceiramente as atividades
desenvolvidas nas comunida-
des da Helpo.
A todos, muito obrigado
pela dedicação, pela persis-
tência e até breve!
Sónia Borges , madrinha
1 por todos.
3
FICHA TÉCNICA
Entidade Proprietária e Editor
Associação Helpo
Morada e Redação: Associação Helpo,
Rua Catarina Eufémia 167 A, Fontaínhas,
2750-318 Cascais
Diretor Responsável
António Perez Metelo
Diretora Editorial
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Trimestral
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Redação Portuguesa
Sofia Nobre(secretária de redação)Joana Lopes ClementeMargarida Assunção
Colaboradores neste número
Ana Luísa MachadoCarlos AlmeidaElisabete CatarinoIlda CostaJoaquim BatistaJoana FerrariJoana Lopes ClementeNuno TavaresOndina GigaPatrícia BaltazarPietro Fugazza
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Sofia NobreSónia BorgesSusana PintoTiago Coucelo
Correspondente em África
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“ALWAYS LOOK AT THE BRIGHT SIDE OF LIFE”
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